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À GL.·. DO G.·.A.·.D.·.U.·.

M.·. R.·. GRANDE LOJA MAÇÕNICA DO PARÁ

A.·.R.·.L.·.S.·. HARMONIA E FRATERNIDADE Nº 9

ALUIZIO M. BARROS FILHO

PRIMEIRA INSTRUÇÃO DE C.·. M.·.

BELÉM

2021
PRIMEIRA INSTRUÇÃO

Sobre o Painel deste Grau se vê a representação da frente do Templo do


Rei Salomão. É o grande símbolo de nossa Ordem e possui mais de um
significado. Se o Companheiro aprender, apenas dependerá dele mesmo.

O valor do secreto está na proporção da inteligência e da excelência


daquele a quem este é revelado. O homem a quem a Virtude é apenas um
nome e a Liberdade uma quimera pouco valorizará a luz que já recebeu; e
aquele, a quem a Filosofia é uma tolice, menos valorizará o que lhe será
dado daqui a diante. Os morcegos e as corujas preferem a penumbra do
crepúsculo ao sol do meio-dia. Tão pouco pode o egoísta e o cruel valorizar
como emblema a Corda de Oitenta e Um Nós que circunda o Templo, com
seus oitenta e um místicos vínculos, nem apreciar a Irmandade de uma
Ordem como a nossa. Tão pouco podem eles compreender o convívio e a
troca de experiências pessoais dos membros da Maçonaria que produzem
o destino de cada homem e de sua conduta, influenciados e controlados
pelas ações e fortunas dos outros, produzindo de um povo e mesmo da
inteira raça humana, um indivíduo singular e melhor.

O Templo é, entre outras coisas, um símbolo da ciência. O homem que é


familiarizado com o mecanismo do universo e seus fenômenos; com as leis
que governam os movimentos das esferas, singularmente conectados
como são os números; com as leis da geração, crescimento e cristalização;
com o mundo da flora, as revoluções orgânicas da terra em eras passadas
e os mistérios maravilhosos da vida diminuta revelada pelo microscópio,
terão desenvolvido sua Razão e se separado das absurdas noções da
infância e ignorância. As ciências naturais e filosóficas são as maiores e
mais custosas pedras talhadas do Templo da Ciência. As viagens pelo
Norte, Sul, Leste e Oeste simbolizam o grande círculo dessas Ciências e a
Loja de Companheiro deve ser uma escola de instrução delas.

Todo Maçom ao ingressar em Loja o faz entre duas Colunas. Elas


representam as que estavam no Pórtico do Templo de Jerusalém ao tempo
do Rei Salomão, em cada lado da entrada oriental. Esses pilares, de bronze,
de quatro dedos de espessura, tinham, de acordo com o melhor que
sabemos dezoito côvados de altura, com um capitel de cinco côvados de
altura. A largura de cada uma era de quatro côvados de diâmetro. Um
côvado tem 30 cm e meio, ou seja, cada coluna tinha um pouco mais de
cinco metros e meio de altura, cada capitel um pouco mais de um metro e
meio de altura, e o diâmetro um metro e vinte. Essas colunas eram
imitações das grandes colunas consagradas aos Ventos e ao Fogo na
entrada do famoso Templo de Malkarth, na cidade de Tiro.

Os capitéis estavam adornados com romãs de bronze, cobertas com uma


rede de bronze e ornamentadas com tranças de bronze, de modo a imitar a
forma do recipiente das sementes do lótus ou do lírio egípcio, um símbolo
sagrado para os hindus e egípcios. O pilar ou coluna da direita, ou do sul,
era chamada, JAKIN; e o da esquerda, BOOZ. Nossos tradutores dizem que
a primeira palavra significa “Ele estabelecerá”, e a segunda “Nele está a
força”. A palavra Jakin, em hebraico, provavelmente era pronunciada Ya-
kayan, e significava “Aquele que fortalece”; portanto, firme, estável, ereto.
A palavra Booz, ou Boaz, significa “Forte, Força, Poder, Refúgio, Fonte de
Poder, um Forte”.

Pitágoras gravou sobre as portas de seu Templo estas palavras: “Aquele a


quem a Geometria é desconhecida não é valoroso para entrar neste
Santuário”. Pela Geometria, como nós já dissemos, é conhecida a
matemática ou a ciência dos números. A demonstração matemática atinge
seus resultados com certezas incontestáveis. Os números para Pitágoras
eram os primeiros princípios das coisas e as leis naturais das distâncias e
órbitas das esferas, e as forças da gravidade e a atração são singularidades
conectadas a eles. Não tem sido considerado desrespeitoso caracterizar a
Divindade como o Grande Geômetra, do mesmo modo como o Grande
Arquiteto do Universo.

Não é difícil para qualquer pessoa obter um conhecimento geral suficiente


de Zoologia, da Geografia e Geologia, da Mineralogia e Botânica, atingindo
o engrandecimento das ideias de Poder, Sabedoria e Beneficência. Os
estudos destes são simbolizados pela primeira viagem; Geometria e a
Ciência dos números pela segunda; as Ciências Sociais pela terceira; na
quarta viagem prepara-se para persuadir e convencer outros homens pelas
graças da Retórica e a demonstração da Lógica; e na última, aprende-se os
princípios da mais alta Ciência Política.

No Estado, os três degraus são: a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.

As cinco Ordens da Arquitetura podem também simbolizar as cinco


principais divisões da religião – Politeísmo, o Paganismo Filosófico de
Atenas e Alexandria, de Sócrates, Platão e Hypatia, Judaísmo, Islamismo e
o Cristianismo; e também as cinco diferentes formas de Governo – a
Patriarcal, a Despótica, a Oligárquica, a Republicana e a Monarquia
Constitucional: assim abre-se ao Companheiro um vasto campo de Estudo.

O Companheiro completou o trabalho como um Aprendiz. O juramento de


um Companheiro não é somente o de manter tudo em segredo, mas
também o de desempenhar os principais deveres da Irmandade. Ele
continuará com os seus deveres para com o G.’.A.’.D.’.U.’., para com o país
e para com a família.

É ainda necessário que o Companheiro possua seus instrumentos de


trabalho. Estes para um Companheiro são: o Esquadro, o Nível e o Prumo.

O Esquadro, como já é de conhecimento, é a joia do Venerável Mestre; o


Prumo, do Primeiro Vigilante e o Nível, do Segundo Vigilante. Eles
simbolizam o edifício construído com sinceridade, com grandes pedras
assentadas horizontalmente com verdade e com paredes perpendiculares
montadas sobre os caracteres individuais e sobre o Estado. Eles também
são os símbolos dos três grandes Poderes do Estado, na ação saudável e
independente de cada um destes e a performance de cada uma de suas
funções apropriadas, depende a continuidade do Estado.

O Esquadro é um símbolo do Controle e sendo o símbolo do Poder


Executivo, reveste o mandatário principal, eleito ou hereditário.

O Prumo é um símbolo da Retidão ou da Verticalidade, das Leis e


Regulamentos inflexíveis, e sendo assim o símbolo do Poder Legislativo.
E o Nível é um símbolo da Igualdade à luz da Lei e da Imparcialidade; e
deste modo o símbolo do Poder Judiciário.

Eles são: o PODER, a SABEDORIA e a JUSTIÇA.

Neste Grau o Companheiro vê uma das pontas do Compasso do Altar


erguida sobre o Esquadro, estando agora a meio caminho entre os
assuntos da terra e os do céu; entre a moral e a política, e a filosofia e a
religião.

PAINEL DO COMPANHEIRO MAÇOM


INTRODUÇÃO

No Painel do Grau de Companheiro, encontrei diversas


semelhanças com o Painel do Aprendiz, e alguma diferença com isso focou
meu trabalho nos achados diferentes, não deixando de dar uma breve
descrição dos semelhantes.

O verdadeiro Companheiro é, entretanto, o homem da ciência e da virtude,


aprendidas, bem como um artista. O Compasso, o Esquadro e a Régua, o
Nível e a Espada são todos símbolos de suas características e
qualificações. Se aplicá-los aos seus usos simbólicos próprios, não poderá
tornar-se nada além de um bom homem e um útil e patriótico cidadão.
Entrando entre as duas grandes Colunas, a FORÇA – Ativa, Divina e
Geradora – e a ESTABILIDADE – Passiva, Produtiva e Permanente da
Natureza – o Companheiro ascenderá, simbolicamente, por uma escada
constituída por três, cinco e sete degraus.

TRÊS, CINCO, SETE e NOVE são os misteriosos números peculiares na


Maçonaria.

Muito dos misteriosos conhecimentos dos Antigos foram concebidos no


simbolismo dos números.

A Maçonaria aplica o número cinco particularmente às ORDENS DE


ARQUITETURA – Toscana, Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita; e o
número sete ao que ficou estabelecido como as ARTES E CIÊNCIAS
LIBERAIS – Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e
Astronomia.

Cinco também é relacionado aos Sentidos. A Maçonaria tem selecionado


pelo menos ilustrações surpreendentes ou aplicações para esses
números, e informações rudimentares dadas sobre esses temas podem ser
lidas em qualquer dos rituais.

Os primeiros três degraus do Templo da Perfeição Individual são: a FÉ, a


ESPERANÇA e a CARIDADE; os cinco próximos, número dos Sentidos e
das Ordens da Arquitetura, simbolizam a união das virtudes humanas e das
excelências morais. Os sete seguintes, número que se associa às Artes e
Ciências Liberais, simbolizam a união do aprendizado e das aquisições
intelectuais que adornam e completam o caráter.

DESENVOLVIMENTO

A Orla Denteada – Simboliza a união dos maçons.

O Pavimento Mosaico – Simboliza a harmonia universal dos maçons.


Os três Primeiros degraus simbolizam a caminhada do Aprendiz. Os cinco
degraus seguintes – Simbolizam a idade do Companheiro, o tempo
necessário para o aprendizado teórico e prático da construção do edifício
social a que se propõem os Maçons. Os sete seguintes a caminhada que
esta por vir.

As Colunas “B” e “J”. A Coluna J representa os Companheiros, cujo nome


é Jaquim, segundo o Ir.’. Albert Mackey, Jaquim ou Jachim se deriva de
“Jah”, equivalente a “Jeovah” e de “achin” que quer dizer “estabelecer”,
formando “Deus estabelecerá”, e significa estabilidade, firmeza, sendo
esta a palavra simbólica do Grau 2.

A Coluna B, representa os Aprendizes, recebeu o nome de Booz ou Boaz,


se compõe de “b” que significa ”em” e de “oaz” que quer dizer ”em
fortaleza”, que significa em força, com força, solidamente. Boaz foi o
Bisavô do Rei Davi. Assim, da direita para a esquerda, como fazem os
judeus, Jaquim Booz significa “Deus estabelecerá em fortaleza”, segundo
versão católica, a tradução formam a frase: ”(Deus) dá estabilidade com
força”. E por fim, os Capitéis, que nada mais é que o coroamento de uma
Coluna, adornado por globos, com mapa terrestre no capitel da coluna B,
e por mapa celeste no capitel da coluna J.

O Pórtico – O Pórtico é a entrada da Câmara do Meio, a entrada por onde


se tem acesso ao Santo dos Santos, li relatos sobre inscrições em
hebraico, quatro letras que formam o tetragrama sagrado, mas que
visualmente não aparecem no painel, de acordo com as pesquisas, temos
a letra Iod-Hé-Vau-, correspondente ao nosso alfabeto a: Y, J ou a I-H-W ou
V-H. Que significa “ Aquele que é”:Jeová(JeHoWah), ou Javé(JahWeH), ou
Iavé(YaHWeH). Sendo assim, é o umbral da Luz, a porta de entrada para o
atingimento da Perfeição e o conhecimento da verdade.

A Corda com Três Nós - Representam as três fases ou etapas da vida: a


Infância, a Juventude e a Maturidade. As duas borlas pendentes
representam a Força e a Beleza e todos esses atributos ou virtudes que são
necessários para se chegar a verdade.

As Três Janelas - Representam as três Luzes da Loja: O Venerável Mestre,


o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante.

O Maço e o Cinzel - São as ferramentas usadas pelo aprendiz para


transformar a pedra bruta em polida.

A Régua de 24 Polegadas A Régua representa a Retidão do caráter e a


Exatidão de conduta, e nos lembra que não devemos perder tempo na
ociosidade, planejando para as vinte quatro horas do dia, representa a
divisão do dia entre trabalho, oração, repouso e estudo.

A Alavanca - símbolo da força, firmeza da alma, da coragem do homem


independente, do poder que desenvolve o amor pela liberdade e do poder
do trabalho, serve para vencer a resistência da inércia e possibilita o
desempenho de grandes tarefas, sob o ponto de vista intelectual, exprime
a segurança da lógica e a força da vontade, que se tornam irresistíveis
quando emanam da inteligência isenta da justiça.

A Pedra Bruta – É o símbolo dos Aprendizes.

A Pedra Polida – É o símbolo do Grau de Companheiro, trabalhando no


polimento da pedra, com a ajuda do Esquadro, do Nível e do Prumo, de
bruta a polida, até que se transforme em cúbica, na forma hexaédrica
perfeita, símbolo da perfeição, ideal de todo Maçom.

A Prancheta – Representa os Mestres

O Esquadro e o Compasso - A posição do Esquadro e do Compasso sobre


o Livro da Lei no Altar dos Juramentos, determina o Grau em que a Loja
está trabalhando. No Grau de Companheiro, o esquadro e o Compasso se
apresentam entrelaçados, simbolizando que, o Companheiro já atingiu um
estágio evolutivo de equilíbrio entre Materialidade e Espiritualidade.

A haste livre do Compasso pretende demonstrar que a mente ainda fechada


e com preconceitos e convenções que impediam o Aprendiz de livremente
pesquisar e procurar a verdade, começa a se abrir e o Companheiro, com
certa liberdade de raciocínio, encontra-se no caminho de se tornar um Livre
Pensador, que lhe possibilitará encontrar a Verdade.

O Nível – Simboliza a Igualdade.

O Prumo – Simboliza o Equilíbrio, a Prudência e a Retidão.

A Espada – Simboliza a Igualdade e também o Poder e a Autoridade.


Simboliza ainda a Coragem, a Lealdade e a Honra.

A Trolha ou Colher de Pedreiro – Simboliza a virtude da Tolerância e,


também serve para glorificar o Trabalho, o Trabalho Perfeito do Maçom.

O Sol, a Lua - Simbolizam o antagonismo da Natureza que gera o equilíbrio,


pela conciliação dos contrários.

As Estrelas – Em número de sete representam o número mínimo de irmãos


que deverão estar presentes para se abrir uma Loja e ainda as sete artes e
Ciências Liberais.

A Estrela Flamejante - A Estrela Flamejante que ilumina a Loja representa


o Sol que clareia o mundo físico, a ciência que resplandece sobre o mundo
intelectual e a Filosofia Maçônica que ilumina o mundo moral.

A letra G – Está no centro da Estrela Flamejante, traduz o nome do


G.’.A.’.D.’.U.’. e também representa a Geometria,
CONCLUSÃO

O Painel do Companheiro Maçom mostra que os painéis sintetizam o


aprendizado que será desenvolvido em cada Grau da Maçonaria em busca
da perfeição.

BIBLIOGRAFIA

ADOUM, Jorge – GRAU DO COMPANHEIRO E SEUS MISTÉRIOS –


Esta é a Maçonaria. Ed. PENSAMENTO, 15.ª Edição, São Paulo, 1998.

CAMINO, Rizzardo de – SIMBOLISMO DO SEGUNDO GRAU –Companheiro.


Ed. MADRAS – São Paulo, 1998. Ritual Segundo Grau - GOB

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