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RETALHOS PERFURANTES EM CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

- DIEP: Epigástrica Inferior Profunda


- SGAP: Glútea Superior
- IGAP: Glútea Inferior
- TUG Flap: póstero-superior da coxa – ramo ascendente circunflexa femoral medial
- LTTF: lateral da coxa – circunflexos femorais laterais
- Coxim Gorduroso de Rubens: circunflexos ilíacos profundos – só subcutâneo ao nível
da espinha ilíaca

✓ Técnicas microcirúrgicas de transferências de retalhos foram desenvolvidas durante a


década de 1970 e difundidas mundialmente na década de 1980.

✓ Taylor et al. (década de 1980): presença de vasos cuja principal função é a


vascularização da pele  vasos cutâneos diretos. Também descreveram vasos cutâneos
diretos que possuíam trajeto intramuscular  vasos perfurantes.

✓ Retalhos com base em vasos perfurantes (retalhos perfurantes) retalhos cutâneos


com base em um ou mais pedículos perfurantes musculares, isto é, são análogos
aos retalhos miocutâneos, PORÉM PRESERVAM TODA A MUSCULATURA LOCAL.

✓ São constituídos de pele, tecido celular subcutâneo e pedículo vascular constituído por
pelo menos uma artéria e uma veia. Podem incluir ou não a fáscia adjacente ao retalho e
ser transferidos por meio de anastomoses microcirúrgicas ou pediculadas.
✓ Principal vantagem  preservação muscular. Apesar da maioria dos retalhos
musculares não causar sequelas incapacitantes, sempre existe um prejuízo funcional.

✓A preservação da função muscular só será possível se preservar a inervação motora.

✓ A espessura dos retalhos perfurantes é menor do que a dos retalhos miocutâneos, pois
não possuem volume muscular  vantagem em algumas situações, como nas
reconstruções de cabeça e pescoço, que muitas vezes necessitam somente da cobertura
cutânea; ou quando há necessidade de que os retalhos sejam suficientemente maleáveis
para reconstruções complexas de cavidade oral, hipofaringe ou esôfago cervical.

✓ O pedículo dos retalhos perfurantes é mais longo do que a maioria dos retalhos
musculares, cutâneos ou fasciocutâneos, pois todo o trajeto intramuscular é somado ao
comprimento original do retalho análogo muscular.

✓ Um único pedículo perfurante é capaz de irrigar grandes territórios cutâneos. Os


retalhos perfurantes possuem um pedículo frágil, que pode ser lesado tanto durante a
cirurgia quanto no pós-operatório.
✓ Retalho Perfurante da Artéria Glútea Superior (RPAGS) – SGAP
- Artéria glútea superior: irriga a porção superior do m. glúteo máximo e emite
ramos perfurantes cutâneos para toda a região glútea superior.
- Descrito por Koshima em 1993, pode ser utilizado em reconstruções com
grandes defeitos de preenchimento, como maxilectomias totais.
- Desvantagem: reposicionamento do paciente para retirada do retalho na
cirurgia.

✓ Retalho Perfurante da Artéria Epigástrica Profunda Inferior (RPAEPI) – DIEP


- Artéria epigástrica profunda inferior : irriga o m. reto abdominal e toda a pele do
abdome inferior.
- Descrito por Koshima em 1989, é análogo ao TRAM, porém preserva a
musculatura e, principalmente, a bainha aponeurótica abdominal.
- Defeitos com grande necessidade de partes moles e pele.
- Área doadora privilegiada assim como o TRAM.
- Retalho espesso e seu pedículo tem em média 15,7cm.
- Indicações semelhantes ao TRAM.
- Principal diferença com o TRAM: preserva a musculatura e, principalmente, a
parede abdominal, evitando hérnias ou abaulamentos abdominais.

✓ Retalho Perfurante da Artéria Toracodorsal (RPATD) – TAP


- Ramos perfurantes musculocutâneos lateral e medial provenientes da artéria
toracodorsal.
- Descrito por Angrigiani em 1995, é análogo ao retalho do m. grande dorsal.
- Pode ser utilizado em situações em que há necessidade de um retalho fino e de
pedículo longo, pois possui cerca de 1,4cm de espessura e 17cm de pedículo.
- Vantagens: cor da pele semelhante à pele facial e preservação do m. Grande
Dorsal.

✓ Retalho Perfurante do Ramo Ascendente da Artéria Circunflexa Lateral do Fêmur


(RPRACLF) – LTTF
- ramo ascendente da artéria circunflexa lateral do fêmur
- localiza-se na porção proximal do membro inferior
- seu pedículo geralmente atravessa o m. tensor da fáscia lata
- cerca de 2,1cm de espessura e 9,6cm de pedículo
- descrito por Ishida em 2000
- comparado ao retalho do m. tensor da fáscia lata, apresenta as vantagens de
preservar a musculatura e diminuir a morbidade cirúrgica

✓ Retalho Ântero-lateral da Coxa (RALC)


- ramos perfurantes do ramo descendente da artéria circunflexa femoral lateral
- área doadora na porção média anterolateral da coxa
- cerca de 0,8cm de espessura e 15,4cm de pedículo (figuras abaixo)
- descrito como retalho fasciocutâneo por Song em 1984, porém cerca de 87%
das perfurantes são musculocutâneas e apenas 13% são septocutâneas.
- o pedículo corre no septo muscular entre os músculos Vasto Lateral e Reto
Femoral).
- muito versátil p/ reconstruções de cabeça e pescoço, mão e membros
inferiores.
- pedículo longo, espessura fina (mais espesso em mulheres do que homens),
favorecendo a modelagem, como nas reconstruções de esôfago cervical.
- pode ser projetado juntamente com o músculo Vasto Lateral (e ainda Tensor da
Fáscia Lata) para maior volume.
- podem ser divididas as perfurantes em um formato de retalho quimérico 
múltiplos defeitos extensos e de espessura total de partes moles.
✓ Considerações Finais
- diminuem as sequelas nas áreas doadoras, preservando musculatura
- transferência de grandes quantidades de tecido
- a redução da sequela funcional da musculatura na área doadora é dependente
da preservação da inervação local durante a dissecção do retalho
- o RALC tem sido preferencialmente utilizado no serviço dos autores do capítulo,
porém em pacientes obesos e do sexo feminino, muitas vezes o retalho é muito
espesso, sendo então utilizado o retalho antebraquial, que apresenta maior
morbidade da área doadora se comparado ao RALC
- os outros retalhos perfurantes têm sido utilizado mais esporadicamente,
principalmente o RAEPDI, para grandes defeitos pós-maxilectomias
- não substituem os retalhos musculares, ósseos e fasciocutâneos
- representam uma nova técnica cirúrgica que permite variações em sua
dissecção, alterando, assim, sua composição e características anatômicas,
permitindo a transferência de um retalho mais compatível com o defeito

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