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PROCESSOS

Ei:TALURGIA
Coordenagáo.
Emilio Wainer
Sérgio Duarte Brandi
Fábio Décourt Homem de Mello
EDITORA EDGARD BLLftH Lic LI
SOLDAGEM
processos e metalurgia
A Lei de Direito Autora!
(Lei n° 9.610 de 19/2/98)
no Título VII, Capítulo II diz

Das Sangóes Civis:

Art. 102 O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada


ou de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensáo dos
exemplares reproduzidos ou a suspensáo da divulgaeáo, sem preju-
ízo da indenizaeáo cabível.

Art. 103 Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorizaeáo
do titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e
pagar-lhe-á o preso dos que tiver vendido.

Parágrafo único. Náo se conhecendo o número de exemplares que


constituem a edigáo fraudulenta, pagará o transgressor o valor de
trés mil exemplares, além dos apreendidos.
Art. 104 Quem vender, expuser á venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver
em depósito ou utilizar a obra ou fonograma reproduzidos com frau-
de, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito,
lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente
responsável como contrafator, nos termos dos artigos precedentes,
respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em
caso de reprodueáo no exterior.

Capa: Solda com feixe de elétrons


Exemplo expressivo de recurso moderno com os novos processos
de soldagem: penetragáo profunda com feixe eletrónico em
soldagem sem adigáo.
Cortesia: Wentgate Dynaweld Ltd. Denny Industrial Centre,
Waterbeach - Cambridge - CBS - 9QX - Grá Bretanha.
Coordenagáo:
Emílio Wainer
Sérgio Duarte Brandi
Fábio Décourt Hornern de Mello

SOLDAGEM
procesos e metalurgia

EDITORA EDGARD BLÜCHER


LTDA.

eL1,552)
ggl-f
3565,ffi /I c
5io_v00459we
© 1992 Emilio Wainer
Sérgio Duarte Brandi
Fábio Décourt Homem de Mello

reimpressrlo - 2004

É proibida a reproducdo total ou parcial


por quaisquer meios
sem autorizaFjo escrita da editora

EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.


Rua Peclroso Alvarenga, 1245 - cj. 22
04531-012 - Sao Paulo, SP - Brasil
Fax: (0xx11)3079-2707
e-mail: eblucher@uol.com.br

Impresso no Brasil Printed in Brazil

ISBN 85-212-0238-5

Dados Internacionais de Catalogagáo na Publicagáo (CIP)


(Cámara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Soldagem: processos e metalurgia / coordennáo Emílio Wainer, Sérgio Duarte


Brandi, Fábio Décourt Homem de Mello. - Sáo Paulo: Edgard Blücher,
2004.

Vários colaboradores
ISBN 85-212-0238-5
1. Soldagem I. Wainer, Emilio. II. Brandi, Sérgio Duarte. III. Mello, Fábio
Décourt Homem de.

04-0015 CDD-671.52

índices para catálogo sistemático:


I. Soldagem: Processos e metalurgia: Tecnologia 671.52
CONTEÚDO
Apresentagáo .

Colaboradores
Capítulo I - Classificagáo dos processos de soldagem - Sérgio D: Brandi
1...............................................................................................................Introdugáo
.................................................................................................................................... 1
2 . ...............................................................................P r o c e s s o s d e s o l d a g e m .
.................................................................................................................................... 3
3.........................................................Emprego dos processos de soldagem.
....................................................................................................................................6
P R O C E S S O S D E S O L D A G E M C O M A R C O E L É T R I C O Capítulo 2a
- Transferencia metálica em soldagem comarco elétrico Sérgio D. Brandi
1. ......................................................................................................Introdugáo
................................................................................................................................9
2.....................................................Arco elétrico: conceitos fundamentais
.................................................................................................................................... 9
3..................................................................Tipos de transferencia metálica
.................................................................................................................................. 14
4......................................Forgas amantes na gota durante a transferencia
.................................................................................................................................. 15
5...................................Transferencia metálica na soldagem MIG e MAG
................................................................................................................................... 19
6............Transferencia metálica na soldagem com eletrodos revestidos
................................................................................................................................... 24
7......................Transferencia metálica na soldagem com arco submerso
................................................................................................................................... 27
8.......................AplicagiSes dos diversos tipos de transferencia metálica
................................................................................................................................... 27
9.............................................................................................Comentários finais
..................................................................................................................................29
Capitulo 2b - Processo de soldagem com eletrodo revestido - Durval T.
Tecco
1.................................................................................................................Introdugáo
................................................................................................................................... 31
2.........................................................................................................E q u i p a m e nt o
................................................................................................................................... 32
3...............................................................Variáveis elétricas e operacionais
................................................................................................................................... 35
4.......................................................................................................Co n s u r n ív e i s
.................................................................................................................................. 39
5..........................................................................Aplicagóes e procedimentos
................................................................................................................................... 52
6..........................................................................................Higiene e seguranga
..................................................................................................................................55
Capítulo 2c - Processo TIG - Sérgio D. Brandi
1.................................................................................................................Introdugáo
................................................................................................................................... 60
2........................................................................................................Equipamentos
................................................................................................................................... 60
3.........................................................................................Variáveis do processo
................................................................................................................................... 63
4........................................................................................Variantes do processo
..................................................................................................................................87
Capitulo 2d - Processo MIG/MAG Sérgio D. Brandi
1.............................................................................................................Introdugáo
................................................................................................................................... 99
2......................................................................................Características gerais
................................................................................................................................... 99
3........................................................................................................Equipamentos
.................................................................................................................................101
4......................................................................................Variáveis do processo
.................................................................................................................................103
5......................................................................................Variantes do processo
................................................................................................................................124
Capítulo 2e - Soldagem com arco submerso Ronaldo Pinheiro da Rocha
Paranhos
1.................................................................................................................Introdugáo
.................................................................................................................................133
2 . ...................................................................................C a r a c t e r í s t i c a s g e r a i s
................................................................................................................................ 133
3........................................................................................................Equipamentos
.................................................................................................................................137
4.................................................................Efeito das variáveis de processo
.................................................................................................................................141
5...................................................................................................T i p o s d e ju n ta
.................................................................................................................................148
6.....................................................Classificagáo e selegáo de consumíveis
.................................................................................................................................150
Capítulo 2f - Processo de soldagem com plasma - Paulo Roberto Reía
1..................................................................................................................Introdugáo
...................................................................................................................................156
2......................................................................................Principios de operagáo
...................................................................................................................................156
3..........................................................................................................Equipamento
..................................................................................................................................161
4.........................................................................................Variáveis do processo
.................................................................................................................................. 165
5....................................................................................Co n d ig ó e s d e so l d ag e m
.................................................................................................................................. 174
6.........................................................................................Variantes - do processo
................................................................................................................................. 179
PROCESSOS DE SOLDAGEM E CORTE COM GÁS
Capítulo 3a - Soldagem com gás - Sérgio D. Brandi
1.............................................................................................................I nt r o d ug áo
...................................................................................................................................180
2................................................................................Fundamentos d o processo
...................................................................................................................................180
3.......................................................................................................E q u i p a m e n to s
.................................................................................................................................. 186
4............................................................................Consumíveis para a soldagem
.................................................................................................................................. 194
5...........................................................................................Técnica de soldagem
..................................................................................................................................198
6....................................................................................Seguranga na soldagem
.................................................................................................................................199
Capítulo 3b - Oxícorte e processos afins Emilio Wainer
1.............................................................................................................Introdugáo
..................................................................................................................................201
2...............................................................................Fundamentos do processo
..................................................................................................................................201
3.......................................................................................................Equipamentos
..................................................................................................................................202
4.........................................................................................Execugáo do oxicorte
..................................................................................................................................204
5..............................................................................Extensáo a processos afins
..................................................................................................................................207
6.....................................................................Tempera superficial com chama
..................................................................................................................................210
7....................................................................................Metalizagáo com chama
.................................................................................................................................211
Capítulo 4 - Soldagem por resistencia - Sérgio D. Brandi
1................................................................................Principio de funcionamento
.................................................................................................................................. 217
2......................................Resistencias elétricas na soldagem por resistencia
..................................................................................................................................217
3.................................................................Tipos de soldagem por resistencia
..................................................................................................................................223
4................................................................Ciclos de soldagem por resistencia
.................................................................................................................................. 226
5......................................Distribuigáo da temperatura no ciclo de soldagem
..................................................................................................................................231
6......................................................................................................E q u i p a m e nt o s
..................................................................................................................................235
7.................................................Soldabilidade de alguns metais e suas ligas
..................................................................................................................................238
8............................................................................................Qualidade da solda
.................................................................................................................................240
Capítulo 5 - Processos de brasagem e soldagem branda
-EttoreBrescianiFilho
1.............................................................................................................Introdugáo
..................................................................................................................................243
2..........................................................................................Processo de brasagem
..................................................................................................................................244
3.............................................................................Processo de soldabrasagem
..................................................................................................................................262
4......................................................................................Processos de soldagem
..................................................................................................................................265
PROCESSOS NÁO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM
Capítulo 6a - Soldagem por eletroescória e eletrogás - Célio Taniguchi
1. a parte: eletroescória
1............................................................................................................Introdugáo
.................................................................................................................................274
2.................................................................Características gerais do processo
.................................................................................................................................274
3..........................................................................................................Equipamento
..................................................................................................................................277
4........................................................................................Variáveis do processo
.................................................................................................................................279
5..........................................................................Preparagáo para a soldagem
................................................................................................................................. 285
6..................................Aplicagóes e materiais soldáveis por eletroescória
..................................................................................................................................286
7...............................................................................................Projeto d e juntas
..................................................................................................................................287
8...............................................................................................Qualidade das juntas
.................................................................................................................................288
2.a parte: eletrogás
1...............................................................................................................Introdugio
..................................................................................................................................289
2.................................................................Características gerais do processo
.................................................................................................................................. 290
3.........................................................................................................Equipamentos
..................................................................................................................................292
4.........................................................................................Variáveis do processo
.................................................................................................................................. 292
5..........................................Aplicageies e materiais soldáveis por eletrogás
..................................................................................................................................293
6.........................................................................................Qualidade das juntas
.................................................................................................................................. 294
7 ...............................................................................................................C on c l u s a °
.................................................................................................................................295
Capítulo 6b - Processos de soldagem com fonte de calor focada - Sérgio D.
Brandi
a
1. parte: soldagem pór feixe de elétrons ............................................................296
1 ............................................................................................................I n t ro d u gá o
.................................................................................................................................. 297
2............................................................................................Características gerais
.................................................................................................................................. 299
3..........................................................................................Variáveis do processo
.................................................................................................................................. 300
4 .........................................................................................C a mp o d e a p l i c a gá o
.................................................................................................................................. 305
5 ................................................................................................P ro j e to d e ju n ta s
.................................................................................................................................. 305
6.........................................................................................Variantes do processo
................................................................................................................................. 308
2. a parte: soldagem por laser
1...............................................................................................................Introdugio
.................................................................................................................................. 308
2.......................................................................................Características gerais
..................................................................................................................................311
3.......................................................................................Variáveis do processo
..................................................................................................................................311
4 ........................................................................................E m p r e g o do p ro c e s s o
.................................................................................................................................. 315
3. a parte: custos ..........................................................................................................315
Capítulo 6c - Soldagem por atrito - Sérgio D. Brandi
1...............................................................................................................Introdugio
.................................................................................................................................. 317
2....................................................................................Características gerais
.................................................................................................................................. 317
3....................................................................................Tecnologia da execugáo
.................................................................................................................................. 323
4......................................................................................................Projeto de pega
.................................................................................................................................. 330
5.......................................................................Controle de qualidade da solda
.................................................................................................................................. 331
6......................................................................................Exemplos de aplicagáo
................................................................................................................................. 333
Capítulo 7 - Revestimento duro por soldagem Sérgio D. Brandi
1..................................................................................................................Introdugáo
.................................................................................................................................. 335
2 . ................................................................................M e c a n i s m o s d e d e s g a s t e
.................................................................................................................................. 336
3.......................................................Fatores que afetam o desgaste abrasivo
.................................................................................................................................. 337
4............................................................Metal de adigáo para revestimento duro
.................................................................................................................................. 345
5.........................................Qualificagio do procedimento d e revestimento
.................................................................................................................................. 353
6...............................................Aceitagáo do procedimento de revestimento
................................................................................................................................. 354
METALURGIA DE SOLDAGEM
Capítulo 8a - Transferencia de calor na soldagem - Célio Taniguchi
1...............................................................................................................Introdu9áo
.............................................................................................................................359
2.................................................................Balan90 de energia na soldagem
.............................................................................................................................359
3. Equagáo fundamental da transferéncia de calor e principais
solugóes .361
4...............Ciclos térmicos na soldagem e a distribuigáo da temperatura
..................................................................................................................................365
5.....................Outros efeitos causados pelos ciclos térmicos de soldagem
.................................................................................................................................369
Capítulo 8b Solidificagáo da poga de fusáo Sérgio D. Brandi
1....................................................................Principios básicos da solidificagáo
..................................................................................................................................371
2...........Comparagáo entre a solidificagáo do lingote e da poga de fusáo
.................................................................................................................................379
Capítulo 8c - Trinca em temperatura elevada (trinca a quente) Sérgio D.
Brandi
1.................................................................................................................Introdugáo
.................................................................................................................................. 387
2.................................................................Trinca devido á microssegregagáo
.................................................................................................................................. 387
3.............................................Tri nc a dev ido á queda de duc ti l id ad e (TQD )
.................................................................................................................................399
Capítulo 8d - Transformagáo no estado sólido de altos-carbono - Sérgio D.
Brandi
1.................................................................................................................Introdugáo
..................................................................................................................................403
2......................................................................Transformagáo na zona fundida
..................................................................................................................................403
3...................................................Transforrnagáo na zona afetada pelo calor
..................................................................................................................................415
4...........................................................Trinca a frio induzida por hidrogénio
.................................................................................................................................419
Capítulo 9 - Autornagáo na soldagem - Sérgio D. Brandi
1........................................................Aspectos económicos dos posicionadores
.................................................................................................................................. 426
2..........................Aspectos económicos dos dispositivos para automagáo
.................................................................................................................................. 426
3.....................................................Posicionadores e sistemas de automagáo
................................................................................................................................. 428
Capítulo 10 - Garantia de qualidade na soldagem - Odécio J. G. Branchini
1..................................................................................................................Introdugáo
..................................................................................................................................441
2.................................................................Causa dos problemas de soldagem
..................................................................................................................................441
3 ................................................................................So l u gó e s i nd i v i d u a l i z a d a s
.................................................................................................................................. 442
4 ..........................................................................P l a n e j a r , ex e c u t a r e r eg i s t r a r
.................................................................................................................................. 444
5..............Implantagáo do sistema de garantia da qualidade na soldagem
.................................................................................................................................. 445
6 .............................................................................................................C o n c l u só e s
................................................................................................................................. 447
Capítulo 11 - Custos nos processos de soldagem - Eduardo Esperanva
Canetti
1..................................................................................................................Introdugáo
.................................................................................................................................. 449
2 .................................................................................................E t a p a s d o c á l c u l o
.................................................................................................................................. 449
3...................................................................................................Cálculo do custo
.................................................................................................................................. 450
4 ......................................................................................C on s i d e r a gó e s pr á t i c a s
................................................................................................................................. 457
Apéndice — F. D. Homem de Mello
- Terminologia de descontínuidade em juntas soldadas, fundidos e laminados
................................................................................................................................... 462
-....................................................Normas brasileiras no campo da soldagem
.................................................................................................................................. 480
-....................................................................Unidades de medida e seu emprego
.................................................................................................................................. 483
Composigáo e propriedades de altos ligados para vasos de pressáo ....................489
-...........................................................................Conversáo de dureza dos altos
.................................................................................................................................. 492
-.....................................................................Equivaléncia de bitolas de chapas
.................................................................................................................................. 494
AP R E S E N Tn Á 0

Inicialmente, é preciso lembrar a origem deste livro.


Na década de 60, após o despertar industrial da era juscelinista — energia, transportes,
siderurgia — preparava-se o Brasil para assegurar sua auto-suficiencia nas matérias-primas,
particularmente nos metais, como na tecnologia da construgáo metálica. A criagao da Cosipa
e da Usiminas, na trilha de Volta Redonda, acenava com a próxima independencia no
abastecimento de produtos siderúrgicos planos, enquanto se consol idavam os grupos privados
tradicionais de nao-planos, como a Belgo-Mineira, e os novos produtores de aros especiais —
Villares, Acesita e Mannesmann. A produgao de metais nao-ferrosos, ainda que longe de
atender a demanda interna, havia iniciado e o País comegava a usar a vasta gama de metais
que o mundo dispunha. Estimulada por um novo grande cliente, a Petrobrás, a indústria
pesada de conformagao de metais — fundigao, forjaria, caldeiraria e usinagem — preparava se
para atender um mercado bastante promissor.
Nessa ocasiáo, dentro da Associagáo Brasileira de Metais, percebeu-se a indiscutível 'acuna
existente, tanto no conhecimento dos fenómenos que ocorrem na soldagem, como na formagáo
de especialistas densa área. Ao final de 1964, criou-se na ABM a Comissao Técnica de
Soldagem, congregando interessados na produgáo, emprego e controle de materiais e processos
de soldagem. Em 1967, com a colaboragáo de um grupo de especialistas em diferentes setores
da soldagem, implantou-se um curso de atualizagáo tecnológica, que culminou com um ciclo
de aulas sobre os ensinamentos básicos da metalurgia de soldagem, ministrado por urna grande
autoridade, o Prof. Henri Granjon, do Institut de Soudure da Franga, sempre relembrado.
Dentro da sistemática estabelecida pela ABM, os participantes do curso receberam um texto
preparado pelos varios professores. Reunidos posteriormente em um volume, que velo a ser
gratificante sucesso na história (la Associagáo, com 11 edigóes, ampliadas e atualizadas, base
para duas dezenas de cursos desenvolvidos pela ABM em diferentes locais do Brasil até o
fim da década de 70.
Duas décadas da 12 edigáo, a ciencia e a tecnologia metalúrgica evoluiram bastante. A
soldagem passou a ser estudada e pesquisada em cursos regulares nos estabelecimentos de
ensino de engenharia metalúrgica, naval, mecánica e de produgáo. Consolidaran-se escotas
técnicas, que, no rastro do Senai, formam especilistas de grau médio capazes de soldar e
também de entender o que se passa sob aquela chama ou arco. Fundou-se a Associagáo
Brasileira de Soldagem. Ao final da década de 70, iniciando urna vocagáo de exportador de
manufaturas industriais, o País sentiu a necessidade de aperfeigoar os métodos de controle
e garantia de qualidade á altura de sua ambigáo de assegurar a competitividade internacional
de seus produtos; tornou-se membro do International Institute of Welding (IIW).
A história da tecnologia de soldagem mostra urna permanente vocagáo para o uso pioneiro
de descobertas, invengóes e inovagóes viudas dos laboratórios científicos; mostrou sempre
sua inquietude ante novas descobertas, num processo cada vez mais acelerado na procura
de sua aplicagao prática. Expressóes como plasma, laser, robótica, antes entendida por poucos
privilegiados, sao hoje de uso corrente na indústria e pelos técnicos.
Essa acelerada modernizagáo da soldagem levou-nos a reformular o texto produndamente,
nao só na tecnologia dos processos mas também na explicagao científica da metalurgia da
solda, para conhecer o amago do processo e os materiais envolvidos na operagáo.
Mantivemos o espirito de obra coletiva, contando mais urna vez com a cooperagáo de um
grupo de especialistas.
Mantivemos o enfoque que tanto sucesso teve na obra original da ABM. processos e
metalurgia da soldagem. Entendemos que a terceira vertente do conhecimento do assunto, o
estudo do comportamento da estrutura soldada, está competentemente coberta por obras já
publicadas no País.
Ao leitor , o julgamento definitivo.

Emílio Wainer
COLABORADORES DO LIVRO "SOLDAGEM: PROCESSOS E METALURGIA"

Emílio Wainer - Engenheiro de Minas e Metalurgia pela Escola Politécnica da


USP (1950). Consultor. Sáo Paulo, SP.
Sérgio Duarte Brandi - Engenheiro Metalurgista (1981) e Doutorado em Engenharia
Metalúrgica — Soldagem (1992) pela Escola Politécnica da USP. Professor
do Departamento de Engenharia Metalúrgica da Escola Politécnica da USP;
Consultor em Soldagem. Sáo Paulo, SP.
Célio Taniguchi - Engenheiro Naval pela Escola Politécnica da USP (1961);
Mestrado no Massachusetts Institute of Technology (1972); Doutor
em Engenharia (1974) e Professor Livre Docente (1979) pela Esco la
Politécnica da USP.
Professor Titular e Chefe do Departamento de Engenharia Naval da
Escola Politécnica da USP. Sáo Paulo, SP.
Dorival Tecco - Tecnólogo de Soldagem pela Faculdade de Tecnologia da
UNESP (1980); Doutor em Tecnologia de Soldagem pelo Granfield
Institute of Technology (1985). Gerente de Processos e Materiais
da Empresa de Gerenciamento de Projetos Navais. Sáo Paulo, SP.
Eduardo Esperanga Canetti - Engenheiro Industrial Metalúrgico pela Escola de
E nge nha ri a Meta lú rg ic a da UF F e m Vol ta R edon da (1966);
Engenheiro de Soldagem pela École Superieure de Soudure Autogé ne
(1979). Consultor. Pindamonhangaba, SP.
Ettore Bresciani Filho - Engenheiro Aeronáutico pelo Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (1962); Doutor em Engenharia (1968) e Professoy Li -
vre Docente (1980) pela Escola Politécnica da USP. Professor Titu -
lar e Chefe do Departamento de Engenharia de Materiais da
Faculdade Mecánica da Universidade Estadual de Campinas -
Unicamp. Campinas, SP.
Odécio J. G. Branchini - Engenheiro Metalurgista pela Escola de Engenharia
Mauá (1973); Engenheiro de . Soldagem pela École Superieure de
Soudure Autogéne (1978); Mestrado em Engenharia Metalúrgica
pela Escola Politécnica da USP (1983). Professor Associado da Es-
cola de Engenharia Mauá; Gerente de Garantia da Qualidade da
Confab Industrial S.A. Sáo Paulo, SP.
Paulo Roberto Rela Engenheiro Mecánico pela Escola Politécnica da USP
(1975) e Físico pelo Instituto de Física da USP (1976). Chefe do
Departamento de Aplicagées da Radiagáo na Engenharia e Indústria
do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Sáo Paulo, SP.
Ronaldo P. Rocha Paranhos Engenheiro Metalúrgico e de Materiais pela Esco la
de Engenharia Metalúrgica da UFF em Volta Redonda (1978); MSc
em Ciencias de Materiais na COPPE UFRJ (1984); PhD em
Tecnologia de Soldagem pelo Grardield Institute of Technology
(1990). Lincoln Brasoldas Ltda. Rio de Janeiro, RJ.
Fábio Décourt Homem de Mello - Engénheiro Civil pela Escola Politécnica da
USP (1943). Sáo Paulo, SP.
1 Classificnáo dos
processos de soldagern
Sérgio D. Brandi
1. INTRODUÁO
Denomina-se soldagem ao processo de uniáo entre duas partes metálicas,
usando urna fonte de calor, com ou sem aplicaláo de pressáo. A solda é o
resultado desse processo.
O processo de soldagem teve seu grande impulso durante a II Guerra
Mundial, devido á fabricagáo de navios e avióes soldados, apesar de o
NÚMERO DE PROCESSOS DE SOLDAGEM CONHECIDOS

arco elétrico ter sido desenvolvido no século XIX. A Fig. 1.1 mostra a
evolugáo dos processos de soldagem ao longo do tempo.

50

LA SER
40 PLASM

FE I XE DE E LÉTRON

E LETROG 30 ULTRA-SÓNICO

ATRITO

ARCO ELéTRICO COM ARCO SUBMERSO


PROTEIZO 20 GASOSA
10 - ALUMINOTERMICA HIDROGENIO ATÓMICO
ARCO __________________________ RESISTINCIA

\
O OXIACETILÉNICA

ARCO ELÉTRICO ELÉTRICA ARCO METÁLICO


°
ARCO A CARVZO

1900 1950 2000


1850
1800 850
CRONOLOGIA
Figura 1.1 — Evolu9áo dos processos de soldagem ao iongo do tempo (1)
1
SOLDAGEM: PROCESSOS E METALURGIA

Os processos de soldagem sáo utilizados para fabricar produtos e


estruturas metálicas, avióes e veiculos espaciais, navios, locomotivas,
veículos ferroviarios e rodoviários, pontes, prédios, oleodutos, gasodutos,
plataformas marítimas, reatores nucleares e periféricos, trocadores de
calor, utilidades domésticas, componentes eletrónicos etc. Com o desen-
volvimento de outras técnicas de uniáo, como a colagem, fica cada vez
mais difícil náo se ter á nossa volta urna parte soldada ou colada.
Segundo Houldcroft (2), cada processo de soldagem deve preencher os
seguintes requisitos:
 Gerar urna quantidade de energia capaz de unir dois materiais,
similares ou náo.
 Remover as contaminnóes das superficies a serem unidas.
 Evitar que o ar atmosférico contamine a regiáo durante a
soldagem.
 Propiciar o controle da transforma9áo de fase, para que a solda
alcance as propriedades desejadas, sejam elas físicas, químicas ou
mecánicas.

Tabela 1.1 — Classificagáo dos processos de soldagem, de acordo com a fonte de


energia e o tipo de protegáo (3►

Tipo de protegáo
Fonte de Energia Fluxo Sem
Vácuo Gás inerte Gás (escória) protegáo

Explosáo
Mecánica N Atrito
U Itra-som
Chama N Oxiacetilénica
Química

Reagáo
exotérmica N Aluminotermia

Topo-a-topo
Resisténcia Ponto
elétrica N N N Eletroescória
Ressalto
Costura
Eletrodo tubular
Elétrica

Eletrodo Soldagem
Eletrodo
Arco elétrico

consumível N MIG MAG de


revestido prisioneiros
Arco
submerso
Eletrodo náo Eletrodo
consumível N TIG de carbono
Eletromagnética Laser N N
radiante
Energia

Feixe de
Partículas elétrons N N N
2
Classificnáo dos processos de soldagem

Tabela 1.2 — Classificagáo dos processos de

soldagem a partir da natureza da uniáo(3)

A frio Explosáo
- Ultra-som
Estado sólido
A quente Atrito

- Difusáo
- Aluminotermia
- Feixe de elétrons _ Laser
Brasagem
- Soldabrasagem
Gá Oxiacetilénica
- Eletroescória
- Ponto
- Resisténcia Elétrica
- Resisté - Topo-
ncia a-topo
Ressalto Costura
Fusáo .
TIG
Plasma
Eletrodo náo-consumível
Transf. por pulverizagáo Protegáo /NIG(*)
- Transf. globularjcurto-árcuito
- de gases-
Pulsado
Eletrodo
consumível Transferéncia globular
»MAG(**)
-
Arco elétrico
_Eletrodo tubular
Eletrodo tubular
-_______________Protegáo de escoria Eletrodo
revestido
Arco submerso

Observ.: (*) com argbnio ou - Sem protegáo - Soldagem de prisioneiro


hélio.
(**) com argónio, oxigénio, CO2 ou misturas
desses gases.

O desenvolvimento e o
aperfei9oamento dos processos de
soldagem sáo alcangados com a
internáo de tras áreas: projeto de
equipamentos soldados,
desenvolvimento e aperfei9oamento
dos equipamentos de soldagem, bem
como dos materiais, visando obter boa
soldabilidade. Realmente, pouco adianta
desenvolver um novo material sem que
ele possibilite alcan9ar boa 3
soldabilidade. Por isso, os processos
de soldagem estáo em contínua
evolu9áo.

2. PROCESSOS DE SOLDAGEM
Os processos de soldagem podem
ser classificados pelo tipo de forte de
energia ou pela natureza da uniáo.
SOLDAGEM: PROCESSOS E METALURGIA
Tabela 1.3 — Características e aplica 'ocies de processos de soldagem(3)
Processo Vantagens Desvantagens Emprego
SOLDAGEM NO Ausencia de metal fundido na uniáo. Geometria restrita de juntas.
ESTADO SÓLIDO
Pouca influencia nas propriedades Equipamentos robustos, fixos e
mecánicas do metal base. caros.
Soldagem por Junta com excelentes propriedades. Limitado a juntas sobrepostas.
explosáo Chapa dadeada
Adequado para juntas de metais Perigo pelo uso de explosivos. Juntas de transicáo
dissirnilares
Soldagem de tubos.

Baixo custo para cedas aplIca95es.


Independe de energia elétrica.

Soldagem por
Junta com excelentes propriedades. Limitado a juntas de topo. Soldagem de tubos.
armo
Adequado para juntas de metais Necessita de acabamento final após Soidagem com pecas de geometria
dissimilares a soldagem (usinagem). cilíndrica.
Necessita de pouca energia °letrica.

SOLDAGEM POR Versatilidad& no projeto da junta e na Presenca de metal fundido.


FUSÁO montagem.
Apresenta zona atetada pelo calor.
Gusto reduzido da maioria dos
processos de soldagem. Obriga a tratamentos térmicos.

Propriedades mecánicas adequadas


na uni,§0.

Multas unlóes podem ser


examinadas com ensaios náo-
destrutivos

Sddagem por NAo exige mao-de-obra de grande Geometria limitada da junta. Sddagem de tubos com costura
resista' ncia habilidade. Dificuldades com ensalce nao- Carca9a de automóvel.
destrutivos.
Pouco tratamento antes e após a
soldagem. Equipamentos náo portáteis.

Sddagem oxi- Processo barato. Distor95es na estrutura. Reparos.


acetilénica. Calor pouoo concentrado durante a Manuten9áo.
Equipamento portátil. soldagem. Brasagem.

Sddagem com arco

a)
EletrodoGrande versatilidad° no projeto da Mio-de-obra habilidosa Processo mala usado nafabrIca9áo e
revertidojunta e na posi9áo de soldagem. na manuten9lo.
Baixo misto. Freqüente mudan9a de eletrodos.

Na soldagem com varias camadas é nec.essério remover a esoória em


Uni5es com excelentes
cada pasee.
propriedades.
Náo exige grandes Prooesso automático. Alta taxa
ajustes da estrutura
(posicáo). de deposito
Somanta na posigáo plana ou horizontal.

b) Restrito aos altos.


Arco
submer
so Cuidado no posicionarnento da junta, Elevado
Grande versatilidade manual ou automática,
tipo de Junta, posl9áo de soldagem. custo de oonsumíveis. Mio-de-obra

Soldas con, elevada qualidade. habilidosa.


Adequado para metais ferrosos e niro- Sddagem com verlas camadas em solda de
ferrosos. topo com espessura acima de 5 mm.
c)
TIG

4
Solda de topo ou ángulo com mals de
1 m de comprimento e 5 a 50 mm de
espessura.

Pasee de raiz em a9os ligados.

Usado em unláo de náo-ferrosos e


Inoxidáveis.
ClassificaQáo dos processos de soldagem
Tabela 1.3 — (continuagáo)
---,
Processo Vantagens Desvantagens Emprego
d) Solda com alta qualidade para a Custo elevado do gás inerte. Usado em altos inoxidáveis e ligas
gás inerte MIG maioria das ligas. nao-ferrosas.
Mao-de-obra habilidosa.
Alta taxa de deposigao.
Proc. semi ou totalmente automati- Cuidado com o posicionamento da
zado. junta

Elevada penetrado.
e) Pcsicao plana. Usado para altos-carbono e de baixa
MAG- liga.
pulverizado.0O2 Alta taxa de deposito. Somanta para altos-carbono e de
baixa liga com espessura de 6 mm. Para grandes produgóes e soldas de
Baixo custo dos gases. boa qualidade.
Cuidado com o posicionamento da
junta.

f) Processo semi-automático. Somanta para altos-carbono e de


MAG-
transferéncia por baixa liga. Fabricagao de equipamentos com
curto-circuito. Todas as posigióes de soldagem. chapa fina.
Ocorréncia de falta de fusáo com
Boa qualidade de solda soldador sem prática. Passe de raiz em chapas grossas.

Baixo custo dos gases.

Usado em chapas finas de ago (1-4


mm).

Tolerancia com mau posicionamento


da junta.

g) Processo semi-automático. Equipamento complexo.


Usado principalmente em soldagem
MIG
pulsad de ago-carbono, inox e nao-ferrosos.
Todas as posig5es de soldagem. Costo moderado do processo.

Aplicado á maioria das ligas e


espessuras

(l'alidada de solda multo boa.


h) Soldagem automática com alta Elevado custo do equipamento. Soldagem de metais com espessura
Soldag
plasma. velocidade, multo fina, para MIG e multo grossa
Posicao plana de soldagem para TIG.
Grande variedade de metais e ligas.
Bom alinhamento da junta.
Espessuras de 0,5 a 6 mm. Junta usinada.

Soldagem por Soldagem automática com alta Posicao vertical de soldagem. Sofdagem de cha pas grossas de ago.
eietroescó ria. velocidade.
Solda e ZAC com estruturas
Alta taxa de deposigao. grosselras, exigindo tratamento
térmico após a soldagem.
Usado em ago-carbono e de baixa
liga c./ espessuras acima de 50 mm Cuidado na montagem da estrutura.

Soldagem por Elevada penetragao. Gusto multo alto do equipamento.


Uso restrito devido ao tamanho da
feixe de elétrons cámara.
Solda com excelente qualidade. Dirnens5es das pegas limitadas ao
tamanho da cámara de vacuo. Ligas especials
Distor$o mínima.
Projeto de cámara de vacuo local. Usinagem de furos.
Partes com acabamento final podem
ser soldadas.

Soldagem por Fonte de energía altamente Alto custo do equipamento. Uso restrito a espessuras menores

Jaser. concentrada em qualquer atrnosfera. que 3Ornm.


Náo pode ser usado em superfícies
polidas. Usinagem de furos.

Corte

Tratamento de modificagáo
superficial de pegas.

5
SOLDAGEM: PROCESSOS E METALURGIA

Tabeia 1.4 — Condig6es de emprego dos processos de soldagem(4)


Prooessos de soldagem -

Soldagem branoa
sv 6 No

Feixe de elétronsj
Eletrodo revestido
Arco submerso

MEG ou MAG

Eletroescória

Resisténcia

Brasagem
Eletr.tubular

ewsuld

Difusáo
Materiais e espessuras

JASA
Oil
Ago-carbono F

XX

X X X

X X X

X X X

XX

X X X X
XX X X

XX X X

XX X X
XX X X
XX X X

X - X X
I
M
G

r X
Ago de baixa liga F x
XX

XX

X X X

XX
X X X X

XX X X
X X X X
I
X X X

X
XX X ) C
X X XX

X
X X X X

X
G x
Ago inoxidável F x
XX

X XX

XX

X X X

XXX

XX

X XX X
X XX X

X XX X
X XX X

XXX X

xxxic

I
X X X

M
G x
___________1

Ferro fundido I
X X X

XX
X X X

M
XX

XX

XX

Níquel e suas ligas F x


XX

XXX

XX

X X X

X X X
X X X X

XX X X
X X X X:

xxxx'

X X
M
X

G x -
X
1

Aluminio e suas ligas F x


X X X

XX

XX

X X X

XX

XX

X X X X
XXX XI
X X X X

M
o x
1

Titánio e suas ligas F x


X X X

X X X

X X X

X X X X

I
,X X X X
X ›C X X
X X X X

M •
G x
Cobre e suas ligas F x x
X X X

XX

I
X XX X
X X XX

X X XX

M
O

Espessuras: F até 3 mm I =de3a6mm M- -:•de6a19mm G-acimade19mm

Classificagio pelos tipos de fonte de energia.


As fontes de energia empregadas nos processos de soldagem sáo:
mecánica, química, elétrica e radiante.

Fonte mecánica O calor é gerado por atrito ou por ondas de choque, ou por

6
Classificnáo dos processos de soldagem

deformagáo plástica do material.


Fonte química — O calor é gerado por reagées químicas exotérmicas como, por
exernplo, a queima de um combustivel (chama) ou a reagáo de oxidagáo do aluminio.
Fonte elétrica — O calor é gerado ou pela passagem de corrente elétrica ou com a
formagáo de um arco elétrico. No primeiro caso, o aquecimento é realizado por efeito
Joule, enquanto no segundo é através do potencial de ionizagáo, corrente e outros
parámetros de soldagem.
Fonte radiante — O calor é gerado por radiagáo eletromagnética (laser) ou por um
feixe de elétrons acelerados através de um potencial.
Como foi assinalado, os processos de soldagem devem assegurar
condigóes de protegáo especificas capazes de evitar que a solda seja con -
taminada pelo ar atmosférico. Assim, a soldagem pode ser feita sob
vácuo, com gás inerte, gás ativo, fluxo (escória) e sem protegáo. Eviden -
temente, os métodos de protegáo náo sáo gerais para todos os processos
de soldagem. A Tab. 1.1 mostra a classificagáo dos processos de
soldagem baseada no tipo de fonte e de protegáo. A letra N indica a
impossibilidade de combinagáo de fonte de energia e tipo de protegáo.

Classificagao pela natureza da uniáo


A Tabela 1.2 apresenta a classificagáo dos processos de soldagem de
acordo com a natureza da uniáo, partindo da distingáo entre soldagem no
estado sólido e por fusáo.

3. EMPREGO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM


Cada processo de soldagem tem suas vantagens e limitagóes, e o ade -
quado balango dessas características irá determinar suas aplicagóes
típicas. A Tab. 1.3 mostra as vantagens e inconvenientes dos processos e
algumas aplicagóes típicas.
Tabela 1.5 — Processos recomendados para corte de materiais(4)

Processo de corte
Material Oxicorte Plasma Eletrodo Jato de
de carbono água

Ago-carbono x x x x.
Ago de baixa liga x x x x x
Ago inoxidável xx x XXX x x
Ferro fundido xx x x x x
Aluminio e suas ligas x x x x
Titánio e suas ligas XX x x x x
Cobre e suas ligas x x x x
■■•_
Legenda: x processo usado
xx # empregado com técnicas especiais
xxx requer cuidados especiais
7
SOLDAGEM: PROCESSOS E METALURGIA

A Tab. 1.4 apresenta, em fun9áo do tipo e espessura do material,


quais os processos comerciais de soldagem que podem ser aplicados.

A Tab. 1.5 indica os processos recomendáveis para corte de alguns


materiais.
Todas essas tabelas representam sugestóes que devem ser analisadas
minuciosamente, para a aplica9áo específica do equipamento e material a
ser soldado.

BIBLIOGRAFIA
1. OKUMURA, T.; TANIGUCHI, C. - Engenharia de Soldagem e Aplicasaes; Livros
Técnicos e Científicos Editora, Rio de Janeiro, p. 1-6, 1982.
2. HOULDCROFT, P.T. - Welding Process Technology; Cambridge University
Press, London, p. 1-15, 1979.
3. APPS, R.L. Welding Process and Applications; in Proc. Conf. Weld, Proc. Plant.,
London, Mar. 1970, Inst. Mech. Eng. and Welding Instante.
4. CONNOR, L.P. (ed) - Welding Handbook - Welding Technology, vol. 1, 8a ed, p.
1-30, 1987.

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