INTRODUÇÃO Muitas vezes as pessoas se referem ao ruído como barulho decorrente de motores de carros, telefones, conversas, sirenes, etc. o que gera fadiga auditiva repercutindo na saúde física e emocional do trabalhador. A importância do ruído Ruído é caracterizado como sendo um som desagradável (Kroemer; Grandjean, 2005). O ruído é um dos itens mais importantes da saúde ocupacional, quando inadequado, está relacionado às lesões do aparelho auditivo, à fadiga auditiva, e, provavelmente, aos efeitos psicofisiológicos negativos, relacionados ao estresse psíquico - perturbação da atenção e do sono, sintomas neurovegetativos tais como taquicardia e aumento da tensão muscular. O ruído é considerado externo quando sua fonte é exterior ao local onde está a pessoa (ruído dos carros, buzinas, apitos), ou interno quando produzido dentro do local de trabalho (conversas, campainhas, telefone, máquinas). Este som é resultante das vibrações que alcançam o ouvido humano. Possíveis perturbações e problemas auditivos podem ser evitados analisando-se os níveis de ruído e estipulando limites máximos para exposição. O ouvido humano é sensível a sons com frequência entre 20 Hz (hertz) e 1600 Hz, que corresponde a nove oitavas. A unidade de nível sonoro é o decibel (dB). Dentro da escala em dB, o ouvido humano é capaz de perceber uma grande faixa de intensidades sonoras de 0 a 130 dB, mais precisamente, entre 20 a 120 dB. Sons normalmente encontrados dentro de casa, no trabalho, estão na faixa de 50 a 80 dB. Sons acima de 120 dB causam desconforto (o avião a jato é de 130 dB) e quando chegam a 140 dB a sensação é dolorosa. O limite máximo recomendado pela NR 15 Norma Regulamentadora que aborda as atividades e operações insalubres é de 85 dB para 8 horas de exposição. Este limite de exposição determina a jornada de trabalho ou de permanência no posto. Verifique na tabela 6.1 os níveis de ruídos e a exposição máxima permitida para que o funcionário permaneça no posto ou no local de trabalho. O nível máximo de intensidade de ruído permitido legalmente em ambientes laborais é de 85 dB; acima disto, o ambiente é considerado insalubre. A ergonomia busca limites inferiores a 80 dB, já que acima deste limite é possível ocorrer perdas auditivas em algumas pessoas após exposição prolongada sem o uso de protetores auriculares. Ruídos acima de 80 dB dificultam a comunicação e as pessoas precisam falar mais alto e prestar mais atenção, fazendo aumentar a tensão psicológica e o próprio nível da atenção. Ficam também prejudicadas as tarefas que exigem precisão de movimentos. Segundo a NR 17 os níveis de ruído devem respeitar os seguintes parâmetros: 17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. 17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador. Fica claro, que a NR 17 prescreve percentuais toleráveis entre 60 a 65 dB e a NR 15 (Atividades e Operações Insalubres) já estabelece em 85 para 8 horas de trabalho. Estas diferenças existem em função das várias normativas existentes e cabe ao profissional de saúde ocupacional observar o melhor patamar de dB viabiliza melhor o conforto acústico. Kroemer e Grandjean (2005) trazem algumas considerações interessantes sobre o tema: • Ruído inesperado ou intermitente perturba mais que um ruído contínuo. • Fontes de ruído de alta frequência perturbam mais do que de baixa frequência. • Atividades que ainda estão em fase de aprendizado são mais perturbadas pelo ruído do que aquelas que já são rotineiras, • Ruídos descontínuos e desconhecidos incomodam mais do que estímulos acústicos conhecidos e contínuos. Para Guimarães et al. (2000, p. 3-5): A presença de ruídos no ambiente de trabalho pode provocar danos ao aparelho auditivo dos trabalhadores e até mesmo surdez. Principalmente em ambientes fechados, o ruído pode se tornar mais prejudicial devido à reverberação. É difícil caracterizar o ruído que mais perturba, já que isto depende de uma série de fatores como frequência, intensidade, duração, timbre, nível máximo alcançado e o horário em que ocorre. [...] Existem três tipos de efeitos do ruído sobre as pessoas: Efeitos audiológicos: perdas auditivas, que podem ser temporárias ou permanentes, estão relacionadas à intensidade de ruído que as pessoas podem se submeter em relação ao tempo de exposição [...];
• Efeitos fisiológicos: podem se traduzir em mudanças
fisiológicas e perturbar o rendimento do trabalho;
• Moléstias e alterações de comportamento:
principalmente pelo efeito do estresse. Como forma de prevenir as perdas auditivas decorrentes da exposição prolongada aos ruídos, Rio (1999) sugere: o enclausuramento de máquinas ou equipamentos; substituição de materiais mais duros e de contato ruidoso por outros mais macios ou emborrachados, com maior capacidade de amortecimento do som; a utilização de placas de materiais absorventes de ondas; utilização de equipamento de proteção individual (protetor auricular interno e/ou externo – abafadores ou conchas) é uma alternativa de última instância, quando as outras possibilidades de proteção coletiva não puderem ser implantadas; obrigatoriedade da realização de exames periódicos para o controle auditivo adequado (audiometria). Priorizar e eliminar o ruído na fonte Protetores auriculares acabam sendo caixas conservadoras de calor, tornando-se insuportáveis em climas quentes, o que leva os operadores a retirá-los. É importante ressaltar que a ergonomia contempla não apenas as condições de segurança, mas, também, o conforto do trabalhador. A Norma Brasileira NBR 10.152 trata dos níveis de ruído para conforto acústico