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Guia Prático Sobre Resíduos de Amálgama Odontológico Página 1 de 9

LAGRO
GUIA PRÁTICO SOBRE RESÍDUOS DE
AMÁLGAMA ODONTOLÓGICO

Coordenador: Prof. Dr. Jesus Djalma Pécora


Projeto FAPESP 01/01065-1

Informações importantes sobre o mercúrio


O amálgama odontológico é uma liga de mercúrio Hgo com limalha que contém prata (Ag);
estanho (Sn); cobre (Cu) e a fórmula é dependente dos fabricantes. Algumas limas apresentam,
também, índio (In); zinco (Zn); platina (Pt) e paládio (Pd). As proporções são variáveis de
acordo com os fabricantes. A Tabela 1 ilustra o nome comercial de diversos amálgamas
odontológicos bem como a composição química e a porcentagem dos metais presentes.

Tabela 1 Marcas comerciais de amálgama odontológico, suas composições e porcentagens


fornecida nas bulas.

Marca Ag Sn Cu In Zn Pt Pd
Pratic NG2 44,50 30,00 25,00
Pratic 68,00 27,00 5,00
Dispersalloy 70,00 17,50 12,00
Permite C 56,00 27,90 15,40 0,50 0,20
Velvalloy 70,00 26,00 3,00
Tytin 44,50 32,50 23,00
Logic + 60,10 28,05 11,80 0,05
Valiant PhD 52,50 29,50 17,50 0,50
Luxalloy 70,00 12,00 18,00
Duralloy S 45,00 24,00 21,00
Standlloy F 71,00 3,30 25,70
Standlloy SF 70,00 3,30 25,70 1

A prata, na composição da limalha varia de 44,5 a 71%, dependendo do fabricante.

O mercúrio é o único metal que se encontra na forma líquida na natureza. Ele é extremamente volátil
liberando vapor metálico inodoro e incolor à temperatura acima de 12oC.
A utilização do mercúrio é grande, pois é utilizado em válvulas, baterias, interruptores, lâmpadas,

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agrotóxicos, barômetros, cosméticos, tintas, catalisadores e em muitos outros produtos usados no dia a
dia.

Nos serviços de saúde, o mercúrio é utilizado em termômetros clínicos e de estufas, em


esfignomanômetros e no amálgama odontológico.

O mercúrio causa prejuízo ao meio ambiente e nos seres vivos. O processo de contaminação do meio
ambiente ocorre por descuido na utilização deste metal e seu descarte inadvertido nos lixos, terra,
água e ar. Este metal é volátil à baixa temperatura e promove a contaminação das nuvens. As nuvens
contaminadas promovem, à longa distância, chuvas tóxicas. Assim, as águas contaminadas
depositam-se no solo, nos rios, lagos e oceanos.

Os animais, ao ingerirem alimentos contaminados com mercúrio, ficam intoxicados e, ao se prestarem


a alimentos para os humanos, favorecem o desenvolvimento de doenças crônicas. Quando a água de
um rio estiver contaminada por mercúrio, os peixes que ali habitam também estarão contaminados e
servindo de alimento aos homens, os contaminam.

Em muitas cidades brasileiras, as águas dos rios servem como fonte de abastecimento e, assim, a
população pode se intoxicar com mercúrio, caso o rio esteja contaminado.

Nos seres vivos, contaminação por mercúrio pode ocorrer pela ingestão, pelas vias respiratórias e por
contato cutâneo.

Muitas doenças têm como causa a contaminação por mercúrio (WINDHOLZ et al 1994; SAQUY et
al., 1997). O efeito do mercúrio na cavidade bucal pode provocar o sangramento gengival, a perda do
osso alveolar, a perda dos dentes, o excesso de salivação, o mau hálito, gosto metálico, leucoplasias,
estomatites e pigmentação nos tecidos.

Os efeitos sistêmicos causados pela contaminação do mercúrio podem ser assim resumidos: cardíacos,
respiratórios, neurológicos, imunológicos, adenopatias linfáticas, anorexia, perda de peso e dores
articulares.

Sabe-se que, durante o preparo do amálgama para realizar uma restauração, a sobra é de cerca de 30%
do que é amalgamado. Esta sobra é resultante do excesso manipulado bem como das raspas
produzidas pela escultura do amalgama. Em média, preparam-se 2 gramas de amálgama para realizar
uma restauração e a sobra corresponde, em, média a 30%, ou seja, 0,6 gramas.

Supondo que um dentista clínico realize 30 restaurações de amalgama por mês, ele produzirá 18
gramas/resíduo/mês e 216 gramas/resíduo/ano. Isto significa 108 gramas de mercúrio descartado no
meio ambiente.

Assim, para cada cidade que possui 1000 dentistas clinicando, os cálculos de contaminação do meio
ambiente são alarmantes, 216 gramas de resíduos x 1000 = 216000 gramas ano (216Kg), ou seja,
108000 gramas de mercúrio (108Kg). Se a projeção for realizada para 10 anos, a contaminação será
na ordem de 1080Kg de mercúrio jogado no meio ambiente. Esta projeção é para o futuro, porém, se
considerarmos que em nossa cidade a odontologia floresceu no século XIX, e durante todo o século
XX esse produto tóxico foi jogado no meio ambiente, a situação é grave.

Muito embora não podemos resolver o problema passado, pois não sabemos onde estão estes
resíduos, podemos, isto sim, cuidar deles de agora em diante. O passado pode ser justificado com
base na ignorância, mas o futuro não.

Em nossa Faculdade, somente nos primeiros meses de 2003, a clínica II produziu 781 gramas de
resíduo de amálgama. Nos anos de 2002/2003 o Laboratório de Gerenciamento de Resíduos
Odontológicos da FORP-USP reciclou 3366 gramas de resíduo, retirando, assim 1683 gramas de
mercúrio que seriam desprezadas no meio ambiente.

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Utilização do amálgama na Odontologia


O amálgama dental é um dos materiais restauradores mais utilizados nas clínicas odontológicas. Um
de seus componentes é o mercúrio, cuja utilização tem sofrido algumas restrições, no decorrer dos
tempos. Durante esses últimos 170 anos, o amálgama odontológico tem sido utilizado nas
restaurações, apesar do mercúrio ser um material altamente tóxico.

Em 1826, TAVEU, defendia o uso da “Pasta de Prata” para as restaurações dentais. Essa pasta era
constituída por uma simples combinação de prata e mercúrio. Para realizar o preparo da “pasta de
prata”, TAVEU empregava, como matéria prima, a moeda de prata. Essas moedas, na verdade, eram
preparadas com uma liga de prata e cobre. Assim, a composição química da limalha de amálgama
nasceu das ligas empregada por TAVEU, ou seja, as moedas.

A grande descoberta de TAVEU foi excelente para a sua época, mas os químicos do século XIX já
chamavam atenção para o efeito tóxico do mercúrio.

No século XX, vários autores chamaram atenção para o fato de que a permanência em ambiente
contaminado com vapores de mercúrio é prejudicial para o cirurgião-dentista, para o profissional e
para o pessoal auxiliar (RUPP & PAFFENBARGER, 1971; BAUER & FIRST, 1982; NILNER et al.
1985; ANDERSON, 1988).

ZIFF (1987) afirmou que ocorre, no paciente, a ingestão de mercúrio após a realização de uma
restauração de amálgama.

VIMY & LORSCHEIDER (1985) detectaram que a quantidade de mercúrio liberada de uma
restauração de amálgama variava de 2 a 20 mg por dia.

VIMY et al. (1990) observaram que as restaurações de amálgama realizadas em mulheres grávidas
promoviam a contaminação dos fetos em poucas horas, pois a placenta humana não impede a
passagem de mercúrio. Esses autores também observaram que o leite materno era contaminado com
mercúrio, logo após a realização de uma restauração com amálgama.

ELIAZUR BENITEZ et al (1995) constataram que o nível de mercúrio emanado imediatamente


depois do polimento de uma restauração de amálgama era muito maior que o nível proveniente de
restaurações não polidas. De qualquer forma, as restaurações de amálgama emitem vapores de
mercúrio.

Os estudos realizados sobre o amálgama odontológico têm-se direcionado para uma melhor forma de
evitar a contaminação do consultório e a melhor maneira de manipular o trabalho com mercúrio.

SAQUY & PECORA (1996) ressaltam que alguns cuidados devem ser tomados, tais como: a) evitar
derrame de mercúrio no piso e nos móveis do consultório; b) manipulação com mão enluvada, uso de
máscara e de óculos; c) consultório dotado de alta exaustão; d) reduzir a relação mercúrio/limalha; e)
não utilizar amalgamadores com fuga de mercúrio; f) não utilizar condensadores automáticos; g)
evitar falha no sistema de alta sucção do consultório. h) uso de alta sucção durante a remoção de uma
restauração e utilizar brocas novas e água gelada para este procedimento

MAGRO et al (1994) e ELIAZUR BENITEZ et al (1995) salientaram a importância dos resíduos de


amálgama odontológico nos consultórios e aconselharam a colocação dos resíduos em recipientes
inquebráveis e hermeticamente fechados. MAGRO et al (1994) recomendavam a colocação de
solução fixadora sobre os resíduos e ELIAZUR BENITEZ et al (1995) recomendavam a utilização de
água. Hoje se sabe que nem a água e nem a solução fixadora impedem a passagem do vapor de
mercúrio. Assim, recomenda-se o envio, o mais rápido possível, dos resíduos de amálgama para um
laboratório de reciclagem.

Uso do amálgama odontológico:

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A indicação de restaurações de amálgama e a manipulação deste produto devem ser realizadas de


acordo com os ensinamentos preconizados pelas disciplinas de Dentística e de Materiais Dentários de
sua Faculdade.

Porém, cabe aqui ressaltar que o mercúrio é um material altamente tóxico, logo, todos os cuidados
devem ser tomados, uma vez que, infelizmente, ele é utilizado como material restaurador.

Cuidados importantes:

1- Uso da menor relação possível de mercúrio na liga;

2- Uso de amalgamadores mecânicos seguros, que não apresentem vazamentos de mercúrio;

3- Uso de isolamento absoluto para evitar queda de amálgama na cavidade bucal. Nota: a mucosa do
assoalho da cavidade bucal é altamente permeável

Em casos de remoção de uma restauração de amálgama os cuidados a serem


tomados são:
1- Uso obrigatório de isolamento absoluto;

2- Uso de brocas novas para cortar mais rápido e gerar menor aquecimento;

3- Uso de água gelada no reservatório do alta rotação, pois se a temperatura for abaixada, menos
mercúrio é emanado da restauração;

4- Uso de máscara, tanto para o profissional, pessoal auxiliar, como para o paciente;

5- Uso de sucção de alta potência durante o processo de remoção da restauração para que o mercúrio
emanado não entre em contato com as pessoas e permaneça no consultório.

Cápsulas de Amálgama:
PÉCORA et al. (2002) demonstraram, com base em análise química qualitativa, que as cápsulas de
amálgama não podem ser descartadas no meio ambiente, pois elas estão contaminadas com mercúrio.
As cápsulas devem ser estocadas e encaminhadas para um laboratório de recuperação de resíduos
químicos.

Amalgamadores mecânicos:
Os amalgamadores mecânicos foram desenvolvidos para auxiliar o profissional nas atividades
clínicas. Há diferentes tipos de amalgamadores mecânicos, porém o melhor é o que não permita o
vazamento de vapores de mercúrio e ou mercúrio metálico. Assim, observe, com atenção, se o seu
amalgamador apresenta vazamento. Caso isto ocorra, tome as seguintes precauções:

1- Comunique o fabricante e exija reparo ou troca de equipamento.

2- Remova o mercúrio que vazou e que possa estar sobre os móveis e ou piso. Os métodos de
remoção do mercúrio estão explicados neste manual.

Nota: Não coloque, em seu consultório, piso de carpete, pois este tipo de piso pode reter o mercúrio e
dificultar, sobremaneira, sua remoção.

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O Laboratório de Gerenciamento de Resíduos Odontológicos LAGRO tem os


seguintes objetivos:
Objetivo Geral:
Proteger o meio ambiente pela recuperação de mercúrio contido nos resíduos de amálgama dental
lançados no ambiente, minimizando os riscos à saúde dos seres humanos.

Objetivos específicos:
1- Remoção do mercúrio e da prata contidos nos resíduos de amálgama odontológico;

2- Remoção da prata e neutralização das soluções de revelador/fixador dos processos de filme


radiográfico;

3- Remoção da prata das películas radiográficas descartadas;

4- Armazenagem e distribuição do chumbo contido nas embalagens dos filmes radiográficos;

5- Minimizar os riscos à saúde dos seres vivos expostos ao mercúrio contido nos resíduos de
amálgama odontológicos;

6- Normatizar o processo de manipulação, estocagem, transporte e destinação dos resíduos de


amálgama odontológicos gerados em nossa Faculdade bem como em outras Faculdades conveniadas;

7- Buscar parcerias com outras instituições Odontológicas e Serviços Municipais de Saúde, visando a
recuperação do mercúrio e da prata dos resíduos odontológicos;

8- Estabelecer estratégias de reciclagem e destino final dos resíduos de amálgama odontológico,


soluções radiográficas e filmes;

9- Orientar os profissionais, alunos e pessoas auxiliares que trabalham em clínicas odontológicas;

10- Estabelecer, com a Diretoria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, os custos dos
processos de reciclagem.

Orientação para a Coleta do Resíduo de Amálgama Odontológico


1- Coletar os resíduos de amálgama em recipiente dotado de boca larga e de material inquebrável.
Deixar uma lâmina de água sobre o resíduo. Manter o recipiente hermeticamente fechado e em local
de baixa temperatura, isento de luz solar direta.

2 - O resíduo de amálgama, para ser armazenado, deve estar isento de algodões, gazes, palitos,
lâminas de matriz de aço e quaisquer outros tipos de contaminante. Os profissionais e alunos devem
ser orientados para armazenar os resíduos de amálgama de tal forma, que sua recuperação seja menos
dispendiosa e mais rápidos possível.

3 - Os vidros que contém o mercúrio, bem como a tampa e o batoque, devem ser enviados para o
Laboratório de reciclagem a fim de ser tratados e eliminar possíveis contaminações com mercúrio;

4- A borracha, do isolamento absoluto, deve ser descartada como material cirúrgico e deve evitar sua
contaminação com mercúrio.

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5 - As clínicas e os laboratórios da FORP-USP devem enviar, mensalmente, para o LAGRO, todo


resíduo de amálgama e os vidros vazios.

Outras informações sobre mercúrio.


Termômetros clínicos:
Todos os termômetros clínicos quebrados devem ser enviados ao Lagro para descontaminar o meio
ambiente.

Caso o mercúrio caia no piso, removê-los com uma folha de papel bem fina ou com uma seringa Luer
e depositá-los em recipiente apropriado e, em seguida, enviar o recipiente ao LAGRO. Use luva para
a operação.

Caso fique, ainda, mercúrio no piso, recobri-lo com pó de enxofre ou óxido de zinco, e depois coletá-
lo e providenciar o envio do material para o LAGRO.

Quebra de frascos de mercúrio: O que fazer?


1 - Ventilar a sala abrindo as janelas.

2 - Interditar a sala até que todo o mercúrio derramado seja removido.

3 - Lavar o piso com água e sabão e em seguida encerá-lo. A cera impede a retenção do mercúrio no
piso.

Após esses cuidados, a sala pode ser liberada para uso.

NOTA: O mercúrio do piso pode aderir à sola do sapato e, assim, pode ser transportado para outros
locais e expor outras pessoas aos efeitos tóxicos deste produto.

Custo para recuperação dos resíduos de amálgama odontológico:


Todo processo de reciclagem tem custo, portanto o resíduo produzido pelo profissional, pelo Serviço
de Saúde Municipal, pelas Escolas de Aperfeiçoamento Profissionais e pela Faculdade, origina
despesas que devem ser custeadas pelos responsáveis.

Regras Gerais de Segurança em Laboratórios de Pesquisa, Didáticos e Clínicas


(FRANCHETT, 2002):
“É de responsabilidade de cada um zelar pela própria segurança, assim como pela segurança
dos colegas, pacientes e de todas as pessoas com as quais possa entrar em contato”.

“Todo funcionário responsável tem o dever de conhecer e compreender o risco que pode estar
envolvido nas operações que realiza”

Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde (RSS)

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Aqui, apresentaremos um pequeno resumo da Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde. É


importante conhecer de modo completo a Resolução RDC33/2003 da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Cópia deste documento pode ser encontrada nos Conselhos Regionais de Odontologia ou no
site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Classificação dos Resíduos:


Grupo A – Resíduos potencialmente infectantes – resíduos com possíveis presença de agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar riscos
de infecção.

Exemplos: culturas e estoques de agentes infecciosos de laboratórios, descartes de vacinas e


microorganismos; meios de culturas; bolsas contendo sangue; peças anatômicas de humanos e
animais; resíduos de pacientes que contenham ou sejam suspeitos de conter contaminantes que
possam apresentar risco epidemiológico e risco de contaminação.

Manejo: de acordo com as normas sanitárias de seu município.

Grupo B – (Químicos) – resíduos contendo substâncias químicas que aresentam risco à saúde
pública ou ao meio ambiente, independente de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxicidade.

Exemplos: Produtos hormonais de uso sistêmicos e ou tópicos; produtos antibacterianos de uso


sistêmico e ou tópicos; medicamentos citotásticos, antineoplásticos, digitálicos, imunodepressores,
imunomoduladores, anti-retrovirais, medicamentos vencidos, desinfetantes; Substância para revelação
de filmes usados em Raios X (revelador e fixador); resíduos de metais pesados (resíduos de amálgama
odontológico).

Manejo:
B1) Medicamentos – de acordo com a Vigilância Sanitária Municipal

B2) Odontológicos – Os resíduos de revelador e fixador e de amálgama odontológico devem ser


embalados e enviados para os centros de reciclagem desses produtos e ou de acordo com a Vigilância
Sanitária Municipal.

Grupo C – rejeitos radioativos, consultar a Resolução RDC 33/2003

Grupo D – são todos os resíduos gerados nos serviços de saúde que não estão explicitados nos
grupos anteriores.

Exemplo: gesso; luvas; esparadrapos; algodão; gazes; compressas; embalagens em geral e, ainda,
quaisquer materiais passíveis de reciclagem.

Manejo: de acordo com a Vigilância sanitária e ou serviço de limpeza municipal. Para sua
armazenagem e coleta colocar esses produtos em recipiente com cores estabelecidas:

Azul (azul) = para papeis;

Amarela (Amarela) = para metais;

Verde (verde) = para vidros;

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Vermelho (vermelho) = para plásticos e

Marrom (marrom) = para resíduos orgânicos.

Grupo E – Perfurocortantes – são todos os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos
ou protuberâncias rígidas e agudas capazes de cortar ou perfurar.

Exemplo: Lâminas de bisturi; lâminas de barbear; agulhas; ampolas de vidro; lâminas e lamínulas de
microscópio, etc.

Manejo: os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no local de sua


geração, imediatamente após o uso e em recipientes rígidos e resistentes à ruptura.

As observações contidas na Resolução 33/2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária são


importantes para que possamos nos proteger e assim proteger nossos semelhantes e todo o meio
ambiente.

Nosso planeta é pequeno e quaisquer danos em uma de suas partes, acarretará danos em todo o
sistema, pois tudo é interligado e de forma holística. Tudo é uma teia de eventos interligados. Você
não é exceção e nem é sozinho no universo. Ajudando a manter o planeta livre de contaminação você
estará contribuindo para o futuro das espécies e de seus descendentes.

Observação: Quaisquer informações sobre o processo de reciclagem de resíduos de amálgama


odontológico podem ser encontradas nas páginas do LAGRO. O endereço eletrônico é:
http://www.forp.usp.br/restauradora/lagro.html.

O endereço do Lagro é:

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto

Laboratório de Gerenciamento de Resíduos Odontológicos

Via do Café s/n

14040-904 Ribeirão Preto SP

Telefone 16 6024145

e-mail pecora@forp.usp.br

Referências bibliográficas
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(4); 185-190.

BAUER, J.G.; FIRST, H.A. The toxicity of mercury in dental amalgam. J. Calif. Dent. Assoc. 1982
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ELIZAUR BENITEZ, A.B.C.; FULLER, J.B.; SALGADO, P.E.; GABRIELLI, F.; DINELLI, W.;
GABRIELLI, A.P.R. Amalgama dental: estudo “ in vitro ”da liberação de mercúrio, através de

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espectrofotometria de absorção atômica, em função do tipo de ligas, polimento e tempo. Ver. Odontol.
Univ. São Paulo 1995 jan./mar.; 9 (1): 39-43.

FRANCHETTI,S.M.M.: Manual de Segurança e Regras Básicas em Laboratório, Laboratório de


Tratamento e armazenagem de resíduos químicos, UNESP, Rio Claro, 28p., 2002

MAGRO, ªC.; BASTOS, P.A.M.; NAVARRO, M.F.L. Segurança no uso do mercúrio em


restaurações de amálgama. Ver. Odontol. Univ. São Paulo 1994 jan./mar.; 8 (1): 1-6.

NILNER, K.; AKERMAN, S.; KLINGE, B. Effect of dental amalgam restoration on the mercury
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PECORA, J.D.; SILVA, R.G.S.; SOUZA, R.ª; GUIMARÃES, L.F.L.; SHUHAMA, T.: Reciclaje de
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PÉCORA, J.D.; GUIMARÃES, L.F.L.; SPANO, J.C.E.; BARBIN, E.L.; SILVA, R.S.da Análise
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RUPP, N.W.; PAFFENBARGER, G.C. Significance to health of mercury used in dental pratice: a
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SAQUY, P.C.; PÉCORA, J.D. Orientação profissionaç em Odontología. São Paulo: Santos, 1996.
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TAVEU, M. History of dental and oral science in America, prepared under direction of the American
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VIMY, M.J.; TAKAHASH, Y.; LORSCHEIDER, F.L. Material-fetal distributionof mercury


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WINDHOLZ, M.; BUDAVARI, S.; BLUMETTI, R.F.; OTTERBEIN, E.S. Merck index . 10. ed.
New Jersey: Merck & Co., 1983: 842.

Ziff, S. Silver dental fillings : the toxic time bomb. São Paulo: Veja Luz, 1987.

Prof. Eduardo Luiz Barbin

Prof. Júlio César Emboava Spanó

Prof. Jesus Djalma Pécora

WebMasters

Atualizada em 15/08/2003

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