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CURSO DE
TOXICOLOGIA GERAL
Aluno:
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CURSO DE
TOXICOLOGIA GERAL
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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número de expostos e alguns exemplos de atividades que envolvem exposição
ocupacional:
Arsênico: fabricação de ligas metálicas, pigmentos e reagentes;
Cádmio: solda prata e tratamento de superfícies;
Chumbo: fabricação e reforma de baterias de chumbo/ácido. Têmpera
e trefilação de metais. Fundição de ligas de bronze e similares;
Cobre: galvanoplastia solda MIG e oxiacetileno;
Cromo: galvanoplastia, solda em aço inoxidável, fabricação de tintas e
pintura;
Ferro: fundição de ferro, soldas em geral, em ferro ou aço.
Manganês: solda MIG, fundição de ferro.
Mercúrio: fabricação de lâmpadas, garimpo, odontologia.
Níquel: galvanoplastia, solda em aço inoxidável.
Zinco: galvanoplastia solda oxiacetileno.
Outros metais ainda podem ser identificados, porém com menor importância
toxicológica ou de pouca utilização no Brasil, como o cobalto e o molibdênio. A
relação anterior não tem a pretensão de ser completa nem de citar todos os locais
ou atividades de que podem se originar uma exposição ocupacional a metais
pesados, mas dá uma ideia da diversidade destes locais ou atividades.
21.1.1 Alumínio
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21.1.2 Cádmio
21.1.3 Chumbo
21.1.4 Arsênico
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21.1.5 Mercúrio
21.1.6 Níquel
21.1.7 Bário
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Fontes deste metal: é usado como contraste de RX. Outras fontes são:
indústrias de cerâmica, plásticos, tintas, pesticidas e combustíveis.
22.1 ASFALTO
22.2 NAFTALINA
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causam sua degradação em poucas horas. Inflamável ou explosivo quando exposto
ao calor ou chamas. Naftalina tem rápida absorção oral e é também absorvida via
inalatória ou dérmica, é potencializada por solventes orgânicos ou lipídio. Dose letal
estimada em humanos: 1-2 gramas (cada “bolinha” íntegra pode conter 2 – 3 g).
Quadro clínico: Irritação gastrointestinal, sudorese, irritação do trato
urinário; hiperexcitabilidade, letargia, convulsões, coma. Hemólise em 1-3 dias;
insuficiência renal. Possível metemoglobinemia. Irritante ocular ou por contato
dérmico.
Tratamento: Esvaziamento gástrico em até duas horas. Êmese somente
imediata e se não houver cânfora associada. Cuidar risco de obstrução mecânica
por “bolinha”. Lavagem gástrica com água morna. Carvão ativado, catárticos salinos.
Tratamento geral: assistência respiratória; diazepam, em caso de convulsões,
hidratação, alcalinização urinária. Pode ser necessária transfusão sanguínea.
Medidas sintomáticas.
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Equilíbrio hidroeletrolítico, ácido básico. Avaliar gasometria arterial. Em casos
graves: avaliar função renal e hepática. Contra pneumonite química: assistência
respiratória (NÃO usar corticoides, NÃO fazer antibiótico profilático). Demais
medidas sintomáticas e de manutenção.
22.4 METANOL
22.5 BENZENO
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calçados e cola para carpetes. Bem absorvido por via oral e pulmonar e pouco por
via dérmica. Severo irritante ocular e moderado irritante de pele.
Quadro clínico: na intoxicação aguda, após exposição a vapores e
ingestão: EUFORIA, com cefaleia, tonturas, ataxia, confusão mental e coma nos
casos graves, hipertonia muscular e hiperreflexia associados ao coma. Convulsões
ocorrem comumente na presença de asfixia. Principal risco: pneumonite química por
aspiração pulmonar. Ingestão: queimação da mucosa oral, náuseas, vômitos e
salivação; pode ocorrer gastrite hemorrágica. Aspiração durante a ingestão ou
vômitos causa severa pneumonite química. Morte pode ocorrer por falência
respiratória ou fibrilação ventricular.
Intoxicação crônica: sintomas inespecíficos como anorexia, nervosismo,
tonturas, fadiga, letargia, alucinações, parestesias, lesões dermatológicas e
discrasias sanguíneas com plaquetopenia, leucemia, aplasia de medula devido à
ação mielotóxica do benzeno.
Tratamento: assistência respiratória, se necessário. Ingesta de pequenas
quantidades (5 ml a 10 ml): repouso gástrico, para evitar vômitos, após quatro horas,
administrar líquidos frios fracionados. Controle radiológico. Ingesta maior de 1
ml/kg/peso corporal – lavagem gástrica cuidadosa com intubação endotraqueal para
prevenir aspiração. Administrar catárticos salinos. Monitorar eletrocardiograma pelo
risco de fibrilação ventricular. Controlar convulsões com benzodiazepínicos. Na
contaminação ocular ou pele, lavar abundantemente com água corrente. Se houver
irritação ocular, fazer avaliação oftalmológica. Manter equilíbrio hidroeletrolítico e
ácido básico. Medidas sintomáticas e de manutenção.
Intoxicação crônica: não existe nenhum tratamento específico ou antídoto.
Em suspeita ou confirmação de intoxicação crônica, o afastamento da exposição
deve ser imediato.
22.6 TOLUENO
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Quadro clínico: Depressor do SNC e mesmo em baixas concentrações
ambientais produz fadiga, fraqueza e confusão mental. Ao contrário do benzeno, o
tolueno não produz anemia aplástica e leucemia. Pode sensibilizar o miocárdio aos
efeitos arritmogênicos das catecolaminas. O tolueno é irritante da mucosa
respiratória e ocular. Abuso crônico de tolueno pode levar a desmielinização difusa
do SNC, miopatia e dano renal. Ocorre dermatite na exposição cutânea prolongada.
A ingestão de tolueno pode causar irritação da boca, faringe, vômitos e diarreia.
Secundariamente aos vômitos, pode ocorrer tosse, sufocação, broncoespasmo e
cianose.
Tratamento: Ingesta de pequenas quantidades (5 a 10 ml): repouso gástrico
para evitar vômitos. Ingesta maior de 1 ml/kg/peso corporal: lavagem gástrica
cuidadosa com intubação para prevenir aspiração (é mais eficaz nos primeiros 30
min. após a ingestão). Assistência respiratória. Controle radiológico. Atenção ao
risco de arritmia cardíaca. Manter equilíbrio ácido básico. Medidas sintomáticas e de
manutenção.
23 GASES TÓXICOS
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um longo período de tempo, tornando muito perigosa a permanência em locais
fechados atingidos por ele.
Toxidez: o sarin é um neurotóxico letal. Pode ser absorvido pela respiração
e do contato com a pele ou mucosas da boca e dos olhos. Uma vez na corrente
sanguínea, afeta o sistema nervoso central causando desmaios, convulsões e
colapso nervoso; inalado, mata em poucos segundos.
23.2 GÁS VX
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Por outro lado, o mercúrio, que é um tóxico protoplasmático, age
diretamente nas células, intervindo em seu metabolismo. No entanto, as substâncias
assim classificadas podem agir igualmente em todas as células, quando presentes
em altas concentrações, ou produzir seus efeitos nocivos somente em alguns
tecidos ou órgãos que sejam particularmente mais sensíveis.
Citam-se, como exemplo deste grupo, o mercúrio (hg) e o fósforo (P), que
também serão tratados em capítulos especiais.
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Na anatomia patológica, são encontradas desmielinizações de troncos
nervosos, principalmente do cerebelo.
O homem normal elimina 10 m g de mercúrio na urina, por dia. A injeção de
BAL (British Anti-Lewisite), que é 2, 3, dimercaptopropano determina; em casos de
mercurialismo, aumento considerável na eliminação do mercúrio na urina.
O fósforo branco, que era utilizado nas indústrias, dada a sua alta toxicidade,
foi gradativamente substituído pelo fósforo vermelho e o sesquisulfeto de fósforo. O
homem expõe-se profissionalmente ao fósforo, em vários tipos de atividades
industriais: indústria de produtos fosforescentes (tipo lâmpadas), de fogos de
artifício, de armas e explosivos, de pesticidas, de fósforos de segurança, etc.
A via de absorção mais importante num ambiente de trabalho é a
respiratória, mas deve-se levar em conta a sua solubilidade em gordura, quando
consideramos a sua penetração pela via cutânea ou digestiva. Da mesma forma,
não se deve administrar leite ou óleo para "neutralizar" a ação do veneno (contendo
fósforo) ingerido acidentalmente ou não.
O fósforo é eliminado sob a forma de vapores (com odor de alho) pela via
respiratória, por vômitos ou fezes ou de fosfatos, pela via urinária.
A exemplo do mercúrio, o fósforo é um veneno protoplasmático, portanto,
lesa as células ricas em protoplasma; células hepáticas, dos túbulos renais, da
córtex da suprarrenal, do endotélio dos vasos e do miocárdio.
A intoxicação crônica (a profissional) caracteriza-se pelo aparecimento de
sintomas gerais (anorexia, astenia, sintomas e sinais vagos do aparelho digestivo,
etc.).
Importantes, porém, são as alterações hepáticas e ósseas, principalmente
as da mandíbula.
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25 COMPOSTOS ORGANOMETÁLICOS
São compostos que na sua estrutura comportam uma parte metálica e outra
orgânica. em geral, a toxicidade destes compostos está na dependência do metal,
porém a rapidez da absorção e do aparecimento da sintomatologia está na
dependência da parte orgânica e da volatilidade do composto. Podem-se citar vários
exemplos de gases e vapores que constituem este grupo: a arsina, o chumbo
tetraetila, o níquel-carbonila, etc.
Embora já abordados, serão feitas algumas considerações a seguir:
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No seu quadro mais grave, frequentemente, os pacientes experimentam
episódios de comportamentos maníacos. A intoxicação aguda manifesta-se por
fadiga, fraqueza, perda de peso, dores musculares, tremores, queda do purbo,
queda na pressão arterial. Também é irritante da pele e das mucosas.
Para o diagnóstico, são importantes o antecedente profissional, o quadro
clínico e a dosagem de chumbo na urina e/ou no sangue. Predominando o quadro
neurológico, deve-se fazer o diagnóstico diferencial com delirium tremens.
O tratamento pode ser semelhante ao administrado aos intoxicados crônicos
por chumbo inorgânico.
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2. Diálise;
3. A administração do BAL tem pouco valor para o quadro agudo, mas pode
prevenir contra o aparecimento de efeitos tardios do arsênico.
E um gás incolor, mais pesado que o ar, produzido pela ação da água no
fósforo, na conservação ou no transporte do ferro-silício, que contém fosfato de
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cálcio como impureza, no emprego de fosfato de zinco como raticida, no uso de
acetileno que pode contê-la como impurezas, etc.
Fisiologicamente, pode agir de modo agudo e crônico. O quadro agudo
caracteriza-se pelo aparecimento de sintomatologia nervosa (vertigens, cefaleia,
tontura, tremores de extremidades, convulsões e coma) e sintomas respiratórios: dor
torácica, dispneia, tosse e às vezes edema agudo do pulmão. O tratamento é
sintomático.
E um gás de odor forte (ovo podre), incolor, com densidade maior do que o
ar. O homem expõe-se profissionalmente ao gás sulfídrico:
a. em locais onde há matéria orgânica em decomposição;
b. na fabricação da seda artificial pelo processo viscose;
c. na refinaria de petróleo (impurezas contendo enxofre);
d. na fabricação de gás de iluminação;
e. na indústria de borracha.
É um gás altamente irritante e tem sua ação local mais importante, agindo
principalmente no trato respiratório alto e nas conjuntivas oculares. Como ação
sistêmica, pode-se ter:
a. Excitação seguida de depressão do sistema nervoso central,
particularmente do centro respiratório;
b. Inibição da citocromo-oxidase à transformação da hemoglobina em sulfo-
hemoglobina.
O quadro clínico pode ser subdividido em:
a. Superagudo: O paciente tem convulsões, perde subitamente a
consciência e apresenta dilatação da pupila.
b. b Agudo: O paciente pode apresentar dois tipos de sintomas:
1. Sintomas respiratórios: tosse, às vezes, com expectoração
hemoptoica, polipneia, edema agudo do pulmão;
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2. Sintomas nervosos: sensação de desmaio, cefaleia, náusea,
vômito, hiperexcitabilidade e convulsões, podendo terminar em
morte por asfixia.
c. Subagudo: a sintomatologia é devida às irritações locais:
queratoconjuntivites com ulcerações superficiais da córnea, fotofobia,
bronquites e distúrbios digestivos (náusea e vômitos). Alguns
sintomas neurológicos podem aparecer: contraturas musculares,
cefaleias, vertigens, sonolência, amnésia, delírio etc.
d. Crônico: a sintomatologia crônica devido à exposição ao gás sulfídrico
é objeto de controvérsias, mas certamente é responsável pela
existência de bronquites crônicas. O diagnóstico é feito quase que
exclusivamente pela história (anamnese profissional) e pelo
tratamento sintomático.
FIM DO MÓDULO IV
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