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Para que algo não seja contingente, tem que existir por si
mesmo.
Para que uma coisa pudesse ser causa de si mesma, teria que
ser anterior a si mesma. Haveria, nesse caso, um grave
problema de lógica. Só resta uma opção: ser eterna
Um desafio que deve ser feito aos ateus é apontar uma só coisa
que exista agora e que tenha existido sempre. Não vale o
Universo, porque, a despeito do Universo ser tratado pelos
ateus como uma coisa ou uma entidade, ele não é uma coisa
ou entidade. O Universo é um conjunto de séries causais
independentes que se encontram dando origem ao nosso
popular “acaso”. A existência de “sistemas algorítmicos”, onde
subsistem uma multiplicidade de causas, é prova suficiente
disso. Espaço, tempo e energia também não são coisas, nem
entidades. Espaço e tempo são, respectivamente, as dimensões
horizontal e vertical da causalidade. Energia é o próprio
movimento impresso pela Causa primeira, o qual existe na
forma de potencialidade e de atualidade. Leis também servem.
Leis não têm causas, porque uma lei nada mais é do que a
descrição de uma relação de causa e efeito.
Ora, para que alguma coisa possa existir por si mesma, teria
que ser causa de si mesma ou existir sempre na mesma forma.
Enfim, para que alguma coisa fosse causa de si mesma, teria
de ser anterior a si mesma. O anjo não pode existir por si
mesmo, porque está sujeito a mudar de operação, tampouco a
alma que já animou um corpo. Assim, o que não se resolve pela
prova do movimento, resolve-se pela prova da contingência. O
peso não seria problema hoje, quando sabemos da gravidade e
das leis envolvidas. Assim, as “quinque viae” não só formam
uma unidade perfeita, como cada uma delas poderá ser usada
na explicação dos casos mais particulares.