O Louco

Arcano 0 - O Louco

O Bobo – The Fool – The Mate – Le Mat

“O princípio, o fim e o meio”

Surpreendentemente o Louco é
o herói que inicia a jornada. Ele que
percorrerá com êxito as trilhas do
caminho sagrado. O desajuizado que
rompe as resistências e segue a sua
natureza dirigindo-se ao mundo para no
final da história amadurecer e descobrir
os segredos da vida. Nada mais justo
que um personagem inocente, autêntico e com tamanha força de vontade para se
aventurar por caminhos desconhecidos os quais o ego jamais se arriscaria. Sem ele,
nunca empreenderiamos a tarefa do autoconhecimento.

O Louco é a ponte entre os dois mundos, um deles é onde vivemos a maior parte
do tempo de maneira consciente e o outro é a terra não verbal e caótica da imaginação
onde habita os arquétipos do Tarô que chamamos de inconsciente. Ele se assemelha
a essência central da psique, a força condutora que Jung denominou o eu.

A carta mostra um rapaz jovem com um vestido colorido carregando consigo uma
pequena bolsa, sua carga reduzida faz com que tenha maior liberdade visto que ele
não é impedido ou bloqueado por aquilo que sabe. Personifica a criança existente em
nós. Caminhando próximo a um abismo de maneira despretensiosa e com os olhos
fechados enfatiza a capacidade de agir antes por introvisão do que pela visão. O cão
indica seu contato com o lado instintual portanto não precisa olhar para onde vai no
sentido literal porque a sua natureza animal o guia e lhe avisa dos perigos a frente.

Quanto mais amadurecemos mais nos apegamos à crenças limitantes e nos

aprisionamos em um mundo de ideias que no fundo não fazem mais sentido para
nós mas que orgulhosamente chamamos de experiências de vida ou conhecimento
adquirido. Com o tempo esses paradigmas se tornam mais rígido e atrapalham o nosso
caminho quando se trata essencialmente de nos abrirmos a novos conhecimentos.
Nos apegamos a imagem que criamos de nós mesmos para permanecermos na zona
de segurança. Desta maneira nosso dia a dia se torna cada vez mais incolor, a vida cai
na rotina monótona e a nossa alegria desaparece dando lugar ao tédio. O Louco ao
contrário segue os seus impulsos rumo ao que deseja de forma alegre e inocente. Ele
experimenta prazerosamente o que a vida lhe oferece sem receio de fracassar ou de

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 ser julgado por suas ações. A vida para ele
é uma aventura errante.

O Louco representa a parte de ti que

desperta quando necessita de aventura,
se apaixona ou procura respostas rápidas,
a criança interior ou o louco insano que age
sem pensar, sem recear o desconhecido e
disposto sempre a ir até o fim.

Precisamos permitir e reconhecer o

valor do Louco em nossas vidas porque
ele representa um fator muitas vezes
renegado em nós mesmos. Excluí-lo de
nossa consciência pode fazer com que
ele nos pregue peças como os atos falhos,
os esquecimentos, etc. Se quisermos
ter o benefício da sua vitalidade criativa,
precisamos aceitar o seu comportamento
não convencional. “Pierrot branco”, de Pierre-Auguste Renoir, 1901.

Arquétipo: A criança, o tolo, o bobo,

o palhaço, o brincalhão, o alter ego do
rei (Rei Lear), o coringa (Joker), o doido,
o inocente, o orfão, o buscador, o noviço,
o aprendiz de feiticeiro, o sonhador, o
andarilho, o insolente

Número: 0 é o estado irrevelado.

A totalidade original. O paradoxo que
nunca é nada. O número que não pode
ser modificado. O estado antes do início.
Na série de números -3, -2, -1, 0, + 2, +3, o
zero (0) fica no lugar dos números inteiros
femininos, o que lhe dá o valor simbólico
correspondente ao do ovo.

Significados Gerais: O Louco é o

despertar, o desejo de mudar e fazer algo
novo, provavelmente inusitado. Viver uma “Clown at birthday party”, The Orphan Annie
Book, 1908, de Ethel Franklin Betts.
aventura errante. Ele é o impulso para
o desconhecido, age sem medo e sem
recear porque confia na sua intuição e por ela está disposto a ir até o fim. Quando
o Louco aparece no jogo representa um leque aberto de infinitas possibilidades, um
novo ciclo aberto inexperientemente. Descontração, alegria e ingenuidade. Em seu
aspecto negativo representa o caos, a desordem ou o medo de arriscar- se em um
novo caminho.

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