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Aluno: Phillip Adler Oliveira Gomes / 2021024024

João Telmo Abreu Cavalcante / 2021024002

Ca Carvalho / 1921024067

Agenda-Setting e Espiral do Silêncio

Possuem em comum: falam da relação entre mídia e formação da opinião pública ( como os meios
midiáticos influenciam a opinião das pessoas )

Espiral do silêncio:

Elisabeth Noelle-Neumann, cientista política que foi uma das pioneiras no estudos sobre a
formação da opinião pública, que era o objeto de estudo dessa teoria, mais tarde publicada na obra de
mesmo nome: ’’Espiral do Silêncio – Opinião Pública: Nossa pele social’’ nos permite hoje fazer uma
relação do cenário das redes sociais e o que a internet trouxe em mudanças à sociedade. O
desenvolvimento da pesquisa se dá inicio na década de 60, quando Elisabeth notou que mesmo 20 anos
após o fim da segunda guerra, os alemães ainda se sentiam segregados pelo resto da humanidade, além
da culpa e o sentimento de responsabilidade pelas atrocidades cometidas pelo partido nazista, durante
a segunda guerra. A pesquisadora encontrou nos meios midiáticos, como programas de auditório e de
TV, que possuíam quadros ou quizes que reforçavam esses pensamentos da figura alemã como vilã,
então ela formula a hipótese de que a mídia tem um forte papel na formação das opiniões da
população.

Ela questiona então os efeitos desses veículos na sociedade, Como as pessoas se comportam
diante desse cenário é o que foi aprofundado nesse estudo, de que forma nos relacionamos com
informações e como se dão as dinâmicas de sociedade e indivíduo. Para Elisabeth, O Indivíduo sempre
busca aceitação e nisso, ira entrar no ‘’Clima de Opinião’’ geral, que é entrar na onda ou concordar com
a opinião que elas percebem ou imaginam ser a dominante, só assim a pessoa é assimilada por grupo X,
a qual queira pertencer. O maior exemplo disso se dava nas pesquisas políticas, em que ao ser indagado
você precisa ter uma opinião formada para ser considerado e visto como um cidadão exemplar. Uma
determinada opinião ganha espaço de maneira constante e crescente, ou seja, uma opinião minoritária
introduzida pela mídia, pode vir a ser percebida, gradativamente, como majoritária, ao ser verbalizada
pouco a pouco no meio social. São efeitos cumulativos e sedimentados com o tempo.

O estudo defendia o ponto de que, a grande exposição de um tema na mídia contribuía sim,
para a formação da opinião pública. Logo, a crítica de Neumann foi de que as teorias democráticas não
levavam em conta de que o indivíduo ‘’irá colocar numa balança’’, a imagem de como ele é visto pelos
outros ao formar uma opinião. Isso é visto como perigoso pois, é difícil medir até que ponto o medo
desse cidadão perante ao governo, o medo de ser isolado por ter um pensamento diferente, pode
interferir no surgimento de ideias diferentes e que quebram paradigmas, então a pessoa fica coerciva a
se permanecer em silêncio até que possa perceber qual o clima de opinião e assim externar o que pensa
de maneira segura.
Com isso, podemos utilizar esse estudo para analisar como o indivíduo moderno age no mundo
com internet, diferente dos tempos antigos o anonimato traz mais segurança, logo diferentes opiniões
podem surgir em oposição ao que os meios midiáticos tentam passar como pensamento da maioria, e
nisso podemos ver surgimento de diferentes movimentos que pregam costumes e valores vistos como
‘’controversos’’ ou contrários ao pensamento dito ser da maioria. Não há mais necessidade do longo
período de silêncio para ‘’perceber a direção da maré’’, você pode apenas se conecta com outras
pessoas que pensam igual a você e somente com essas pessoas, caso escolha.

Um outro fator atual que contribui é o afastamento social dos tempos modernos, as pessoas
buscam matar sua solidão on-line, logo elas precisam se anexar a grupos, e esses grupos tem bandeiras
que são opiniões sobre determinado tópico. A pessoa então se fecha nesse grupo e se isola de qualquer
outra linha de pensamento contrária, externando sempre seus pensamentos, que são constantemente
revalidados pelo seu entorno. Assim o indivíduo tem sua formação de opinião corrompida novamente,
pela mesma busca de aceitação social dos tempos de antigamente.

Agenda-Setting

Essa teoria já trata da formação da opinião pública por uma outra visão, mas que também se dá
pela interferência da mídia, que reforça a narrativa de uma vida em que o cidadão precisa ser
diariamente ativo acerca de vários temas que movem a sociedade, temas esses em que geralmente se
possuem pouco conhecimento sobre, seja por falta de vontade, ignorância e/ou contexto social. Como
são posições em que a pessoa tem que mostrar seu lado de forma rápida, a falta de conhecimento leva a
uma decisão sem o uso da razão e do pensamento lógico, são decisões sustentadas apenas por um
conjunto de crenças que é compartilhado por essa sociedade, que em nenhum momento fez qualquer
juízo avaliativo das mesmas, interpretando assim a sua própria realidade de maneira ingênua, tendo um
ponto de vista sempre parcial e incompleto sobre o que acontece.

Esses estereótipos, que são os dispositivos pelo qual o acesso a novas situações e informações
era feito de forma ‘’segura’’ pela sociedade, e serviam como leitura do que era novo, numa falsa
representação da realidade: uma forma de pré-julgar e definir padrões de aproximação a partir de
referências internalizadas via esses canais de comunicação em massa. A mídia cria grupos e os separa
uns dos outros, assim fica mais fácil produzir identidades para esses movimentos, e criar assim produtos.

Essas representações do mundo social são difundidas, primariamente, pelos meios de


comunicação, que mediam a relação do individuo moderno com o mundo através de imagens.
Produções passam a ser realizadas em escala industrial, tornando assim nossas referências do mundo
real, um amálgama entre o verdadeiro que temos contato real todo dia e o mundo que conhecemos via
Cinema, Televisão, Rádio, Revista e Jornal. Isso cria uma relação de causalidade entre esses conteúdos e
as formas assumidas pela opinião pública.

A teoria do agenda – setting traz o questionamento seguinte: a mídia tem todo esse poder em
formar opinião, ao estabelecer uma agenda pública de temas, através da difusão diária dos mesmos? O
estudo também propõe uma análise: qual o limite dos efeitos que esse estabelecimento de agenda tem
nessa formação de opinião geral da sociedade? São limitados ou ilimitados?
Tendo em vista de que a principal forma de ver o mundo se dava através dessas representações
da mídia, o ser humano fica limitado ao que é exposto por esses meios, as imagens que formamos na
nossa mente sobre o mundo são diretamente ligadas aos acontecimentos, sendo assim a forma que as
pessoas pensam tem grande influência apenas no que elas conhecem como real, e a única fonte seria a
própria mídia, somos ditos o que pensar e como devemos pensar. O fato é vendido de diferentes
formas, variando com o ponto de vista do emissor, seja uma agenda midiática, pública ou
governamental, a ideia é fixar uma mensagem específica no povo.

Em resumo, podemos comparar as duas teorias mostrando que apesar da diferente abordagem
que adotaram, chegam numa conclusão similar: o homem irá tentar se adaptar ao meio para ser aceito
socialmente, e que a mídia percebeu isso e explora essa característica do ser humano a seu favor, para
implantar uma ‘’vide bula’’ na mente das pessoas e ditar as regras, controlando assim a narrativa do que
seria o ‘’mundo real’’, e em consequência, O que as pessoas devem pensar e como devem pensar.

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