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UBERABA, MG
2014
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FERNANDA MARIA FARIAS CUNHA
UBERABA, MG
2014
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FERNANDA MARIA FARIAS CUNHA
Banca Examinadora
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Cezar Bastianello Campagnol (Orientador) – IFTM, Campus Uberaba
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Edsom Roberto Lorenci Toneto
______________________________________________________________________
Profa. Dra. Fernanda Barbosa Borges Jardim – IFTM, Campus Uberaba
UBERABA, MG
2014
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“Quando me perguntam como posso justificar a
matança de animais para o consumo de sua
carne, minha resposta é a seguinte: o gado não
teria nascido se não os tivéssemos criado com
fins alimentícios. Devemos dar a eles uma vida
boa e uma morte sem dor.”
Temple Grandin
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Essa dissertação é dedicada à minha filha Eduarda Maria Quatrin.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, quero agradecer a Deus por me dar forças, esperança, me abençoar e me dar o
dom da vida.
Gostaria de agradecer também a minha filha Eduarda Maria Quatrin, que quando nos
despedíamos para eu viajar para Uberaba, através do seu olhar me enchia de força e
determinação para cumprir com os meus deveres o mais rápido e o melhor possível e assim
poder voltar e reencontra-la. Filha amada, que me fez acreditar em meus sonhos e ideais.
Filha querida, que entendeu e aceitou a minha ausência e se orgulhou das minhas vitórias
durante esse caminhar. Filha linda, que a cada retorno meu, me renovava às energias com seu
amor e carinho. Filha iluminada, que é minha fonte inspiração.
À minha mãe Euza Maria Farias Araujo Cunha, meu mais sincero e eterno agradecimento
pelo apoio, pelo incentivo, por acreditar em mim, por não me deixar desistir, por estar sempre
ao meu lado, por me dar exemplo de ética e determinação, por ser meu exemplo de mãe, de
mulher, por ser minha mãe e por me amar incondicionalmente.
Ao meu pai Walterson Araujo Cunha, o meu eterno agradecimento pelo incentivo, pelo
exemplo, pelo apoio nas horas difíceis, por ser meu exemplo de profissional digno e ético,
pelo amor incondicional e por ser meu pai.
À minha avó Maria de Jesus Santana Farias, que me colocou em suas orações e que me serve
de exemplo como mulher, mãe e como exemplo de pessoa integra e honesta. Vó Maria, por
favor, desculpe minha ausência.
Ao meu avô, José Menino de Farias, que está ao lado do Senhor há 18 anos, mas que em vida
me ensinou ser determinada e me ensinou amar os bovinos.
Ao meu avô Orcelino José da Cunha e a minha avó Guiomar Araujo Cunha, que agora se
encontram ao lado do Criador, mas quando em vida me deram exemplo de dignidade e
determinação.
Ao meu tio Jaffer Fernandes de Farias, que sempre acreditou em mim e sempre me
incentivou.
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Ao meu amigo, ex-marido e pai da minha filha, Agnaldo Quatrin, pelo apoio durante esse
trajeto e por ter sido pai e mãe da nossa filha durante as minhas ausências por causa dos
estudos.
Ao William Costa, pessoa especial pela qual tenho enorme carinho e que me ajudou a ter
serenidade quando escrevia minha discussão.
À Jailda Maria Muniz, por ser uma amiga maravilhosa e por ter me ajudado nos momentos
difíceis. Jailda, obrigada por me acolher em sua casa.
Ao Professor Doutor Paulo Cézar Bastianello Campagnol, que acreditou no meu projeto, me
apoiou, me orientou com grande maestria e me confortou, mesmo sem saber, com suas
palavras nos momentos difíceis.
Ao Professor Doutor Edsom Roberto Lorenci Toneto, que em momentos nos quais achava
que nada daria certo me acalmou com sábias palavras.
Aos alunos do curso de Zootecnia do IFTM- Uberaba, Marco Aurélio da Silva Rocha Junior,
Altieries Gabriel Garcia Nepomuceno, Carolina Moreira Araújo, Erica Reis Carvalho, que me
auxiliaram nas coletas de dados. Vocês foram os meus olhos e cumpriram com louvor as
minhas solicitações. Sei que estão faltando nomes dos integrantes da minha equipe. Por favor,
me perdoem essa minha falha. Esses últimos dias foram difíceis para mim. Mas tenham
certeza, vocês estarão sempre na minha memória.
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RESUMO
Durante o manejo pré-abate os bovinos são expostos a vários fatores estressantes que irão
interferir diretamente na qualidade final da carne, pois as reservas de glicogênio dos músculos
dos animais podem ser parcialmente ou totalmente exauridas nesse período. A carne oriunda
desses animais será escura, com uma alta capacidade de retenção de água, seu pH será maior
que 5,8 e sua vida útil será menor. O bem-estar animal é indispensável aos profissionais que
trabalham em torno da interação entre humanos e animais. O objetivo desse estudo foi
verificar e avaliar os procedimentos de manejo pré-abate e qualificar os funcionários visando
à melhoria do Bem Estar Animal. O estudo foi conduzido em um frigorífico localizado no
estado de Minas Gerais, em dois períodos específicos que foram antes e após o treinamento
dos funcionários, sendo nesses períodos avaliados dois lotes de 100 animais que eram
compostos por bovinos independentes de raça, sexo, idade e procedência. No frigorífico,
durante o estudo, foram acompanhados: o tempo de espera nos currais, a condução dos
bovinos dos currais de espera até o boxe de atordoamento a insensibilização e sangria. Foram
também avaliados os hematomas das carcaças, com o intuito de investigar a procedência das
contusões e medição do pH após 24 horas. Para essas avaliações foram desenvolvidos dois
check lists, um baseado nos conceitos de bem-estar animal e outro baseado na Instrução
Normativa N° 3 de 7 de janeiro de 2000 e Instrução Normativa N° 56 de 6 de novembro de
2008, ambas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e uma planilha de
avaliação de hematomas em carcaças. Com a aplicação dos check lists, foram apontados os
problemas existentes no manejo e na infraestrutura do estabelecimento. Em relação à
infraestrutura, foram encontrados buracos e grande acúmulo de água no piso de todo o trajeto
entre os currais e o box de insensibilização, os quais podem ter ocasionado escorregões e
quedas aos animais avaliados. Quando avaliado o manejo dos bovinos, observou-se que os
manejadores usavam o bastão elétrico de forma compulsiva. O Treinamento ministrado aos
funcionários foi focado nos conceitos de bem-estar animal e em manejo racional. Não houve
melhorias na infraestrutura da primeira avaliação para a segunda avaliação. Em relação ao
manejo racional, não houve melhoria no comportamento dos funcionários, pois os mesmos se
recusavam a seguir os conceitos de bem-estar animal. Em relação à avaliação dos hematomas
das carcaças e seu pH final, verificou-se que existem sérios problemas relacionados com
transporte e manejo pré-abate na instalação frigorifica. Os resultados desta pesquisa indicaram
que de nada adiantará treinar os funcionários em relação ao manejo racional do gado se os
seus superiores e os funcionários responsáveis por monitorar as operações realizadas por eles
não se comprometerem com os conceitos de bem-estar animal que dever ser respeitados na
hora do abate.
Palavras chave: Bem estar animal, abate humanitário, qualidade da carne, hematomas em
carcaças, check list de bem-estar animal.
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ABSTRACT
During the pre-slaughter management, the cattle are exposed to several stressing factors that
will directly affect the final quality of the meat because the glycogen stores of the animals’
muscles may be partially or fully depleted in this period. The result meat from these animals
will have dark color, with a high capacity to retain water; its pH will be higher than 5.8 and it
will have a lower shelf life. The animal welfare is essential to those professionals who work
with the interaction between animals and humans. The aim of this study was to verify and
evaluate the pre-slaughter handling procedures and trained staff in order to improve animal
welfare. The study was conducted in a slaughterhouse located in the state of Minas Gerais in
two specific periods, before and after the training of employees, and two batches of 100
animals, composed of cattle regardless breed, sex, age and origin, were evaluated during these
periods. At the slaughterhouse, during this study, it was checked: the waiting time in the
stalls and the managing of the cattle from the waiting pens to the stunning cabinet until the
stunning and bleeding. In order to investigate the origin of bruises and measuring the pH after
24 hours, the bruises of carcasses were also evaluated. Two checklists for these evaluations
were developed, one based on animal welfare concepts and the other based on Normative
Instruction No. 3 of 7 January 2000 and Normative Instruction No. 56 of November 6, 2008,
both by the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply. An assessment worksheet of
bruises on carcasses was also developed. Through the application of the two checklists, the
existing problems in managing and establishing infrastructure were pointed out. Regarding
infrastructure, holes and large water collecting in the floor all the way between the stalls and
the box of stunning were found, which may have caused, to the evaluated animals, slips and
falls. The managers used the electric prod in a compulsively way when cattle management
was investigated. The training given to employees was focused on animal welfare concepts
and rational management. There were no improvements between the first evaluation of the
infrastructure and the second evaluation. Regarding the rational management, there was no
improvement in the employees’ behavior, as they refused to follow the animal welfare
concepts. Regarding the assessment of the bruising of carcasses and the final pH, there are
serious problems with transport and pre-slaughter management in the slaughterhouse. These
results indicate that to train employees will not help in relation to rational management of
cattle if their superiors and officials responsible for monitoring the operations are not
committed to animal welfare concepts that should be respected in time of slaughter.
Keywords: Animal welfare, humane slaughter, meat quality, bruises on carcasses, animal
welfare checklist.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 38
4.2.2 Eventuais acontecimentos que causam estresse aos animais e que estão
relacionados ao ambiente: .......................................................................................... 48
4.2.3 Eventuais acontecimentos que causam estresse aos animais e que estão
relacionados à estrutura física e equipamentos: ...................................................... 51
4.7 Resultados obtidos com os check lists aplicados após o treinamento .............. 74
4.7.2 Check list baseado na Instrução Normativa n°3 de 2000 do MAPA ............ 77
11
4.9 Avaliação de hematomas em carcaças realizada após o treinamento .............. 85
12
ANEXO A .................................................................................................................. 158
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1 INTRODUÇÃO
Algumas décadas atrás, o abate de animais era considerado uma operação tecnológica
de baixo nível científico e não se constituía em um tema pesquisado seriamente por
universidades, institutos de pesquisa e indústrias. A tecnologia do abate de animais destinado
ao consumo somente assumiu importância científica quando observou-se que os eventos que
se sucedem desde a propriedade rural até o abate do animal, tinham grande influência na
qualidade da carne (SWATLAND, 1999 apud ROÇA, 2001).
Para Broom; Molento (2004 apud OLIVEIRA; BORTOLI; BARCELLOS, 2008), o
bem-estar animal é uma nova ciência, indispensável aos profissionais que trabalham em torno
da interação entre humanos e animais e deve estar relacionado com conceitos como:
necessidades, liberdades, felicidade, adaptação, controle, capacidade de previsão, sentimentos,
sofrimento, dor, ansiedade, medo, tédio, estresse e saúde.
Nos últimos anos houve uma crescente demanda por processos denominados abates
humanitários com o objetivo de reduzir sofrimentos inúteis ao animal a ser abatido. Abate
humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos técnicos e científicos que
garantem o bem-estar dos animais desde as operações de embarque na propriedade rural até a
operação de sangria (ROÇA, 1999 apud ROÇA, 2001).
É dever moral do homem, o respeito a todos os animais e evitar os sofrimentos inúteis
àqueles destinados ao abate. Cada país deve estabelecer regulamentos em frigoríficos, com o
objetivo de garantir condições para a proteção humanitária a diferentes espécies (CORTESI,
1994, LAURENT, 1997 apud ROÇA 2001).
O essencial é que o abate de animais seja realizado sem sofrimentos desnecessários e
que a sangria seja eficiente. As condições humanitárias não devem prevalecer somente no ato
de abater e sim nos momentos precedentes ao abate (GRACEY; COLLINS, 1992 apud
ROÇA, 2001).
Fatores como espécie, peso, sexo, calor, umidade, luz, ruídos, o espaço disponível para
cada animal durante o transporte e as acomodações que precedem ao abate, podem exercer
influência negativa sobre os animais, levando-os ao estresse ou reproduzindo condições
desfavoráveis quanto à qualidade, ao aspecto comercial e à conservação da carne, dadas as
transformações provocadas no metabolismo muscular (PARDI et al, 2006).
Quando os bovinos são acometidos de estresse pré-abate, a reserva de glicogênio dos
músculos desses animais pode ser parcial ou totalmente exaurida. Como consequência, o
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estabelecimento do rigor mortis se dá na primeira hora, mesmo antes da carcaça ser levada à
câmara fria, porque a reserva energética não é suficiente para sustentar o metabolismo
anaeróbio e produzir ácido lático capaz de fazer baixar o pH a 5,5 nas primeiras 24 horas post
mortem (FELÍCIO, 1997).
Em relação às lesões, sabe-se que podem ocorrer em qualquer fase do manejo pré-abate,
levam à danificação das carcaças e contribuem para a redução nos atributos de bem-estar e
qualidade da carne (WARRISS, 1990 apud ANDRADE, 2008).
Segundo Grandin (2000), a indústria norte-americana perde por ano aproximadamente
26 milhões de dólares de dólares, prejuízo causado em decorrência de hematomas retirados
das carcaças bovinas.
Em estudo realizado por Andrade et al (2008), onde foi avaliado os hematomas em 88
carcaças bovinas, apurou-se que 83 (94,3%) tiveram uma ou mais lesões, sendo removidos
39,988 kg de carne, com média geral de 0,454 kg por animal, ou de 0,481 kg por animal
considerando-se apenas os animais que tiveram lesões. Nesse estudo realizado por Andrade et
al (2008) notou-se que os cortes comerciais mais lesionados foram os da porção caudal da
carcaça, correspondendo ao quarto traseiro especial.
Há vários critérios que definem um bom método de abate (SWATLAND, 1999 apud
ROÇA, 2001): a) os animais não devem ser tratados com crueldade; b) os animais não podem
ser estressados desnecessariamente; c) a sangria deve ser a mais rápida e completa possível;
d) as contusões na carcaça devem ser mínimas; e) o método de abate deve ser higiênico,
econômico e seguro para os operadores.
Esse estudo teve como objetivo geral verificar e avaliar os procedimentos de manejo
pré-abate e qualificar os funcionários visando o Bem Estar Animal. Seus objetivos específicos
foram: analisar a influência do manejo pré-abate na qualidade final da carne; ministrar
treinamento de funcionários em relação às Boas Praticas de Manejo Pré-Abate; desenvolver
informe técnico sobre o Manejo Racional de Bovinos; desenvolver cartilha educativa sobre
Boas Práticas de Manejo Pré-Abate.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 Transporte
16
com 2,65 x 2,40 metros. A capacidade de carga média é de 5 animais na parte anterior e
posterior e 10 animais na parte intermediária, totalizando 20 bovinos (ROÇA, 2001).
O principal aspecto a ser considerado durante o transporte de bovinos é o espaço
ocupado por animal, ou seja, a densidade de carga, que pode ser classificada em alta
(600kg.m2), média (400Kg.m2) e baixa (200Kg.m2) (TARRANT et al., 1988 apud ROÇA,
2001).
Teoricamente, do ponto de vista econômico, procura-se transportar os animais
empregando alta densidade de carga, no entanto, este procedimento tem sido responsável pelo
aumento das contusões e estresse dos animais, sendo inadmissível densidade superior a
550Kg.m2 (TARRANT et al., 1988, 1992 apud ROÇA, 2001). No Brasil, a densidade de
2
carga utilizada é em média de 390 a 410Kg.m (ROÇA, 2001).
2.1.1.1.1 mortalidade
Para a maioria dos bovinos que vão diretamente da fazenda ao matadouro, o período de
privação de alimento e água é provável que seja maior que 24 horas. No entanto, pode haver
situações, em que este período se estende para 36-48 hs (por exemplo, gado de abate
adquiridos através de leilão). Um dos impactos mais evidentes da privação de alimentos e
água, é a perda de peso. A perda de peso vivo é mais rápida durante as primeiras 12 hs de
restrição alimentar e líquida e mais lento depois disso (SHORTHOSE, 1988 apud
17
FERGUSON; WARNER, 2008). Tipicamente em bovinos, durante o jejum inicial de 24-48
horas, a maioria de peso perdido é originado de excreção de conteúdo do trato gastrointestinal
e urina (FERGUSON; WARNER, 2008).
Em relação à privação de alimento e água, a última é mais crítica em relação ao bem-
estar animal, dado o risco de ocorrer desidratação. Em geral, os animais têm a oportunidade
de reidratar após a chegada ao matadouro, pois enquanto estiverem no curral, terão acesso a
água. Embora se reconheça que, mesmo com acesso à água, nem todos os animais irão beber.
Acesso limitado a e falta de familiaridade com instalações de água irá contribuir para que os
animais não bebam água. Não tomar água quando a mesma está disponível é um problema
comum em jovens bezerros (GREGORY, 2003 apud FERGUSON; WARNER, 2008).
Algumas propostas são recomendadas para a redução da perda de peso do animal e da
carcaça que ocorre durante o transporte, como a utilização de soluções eletrolíticas via oral
(SCHAEFER et al., 1997 apud ROÇA, 2001), no entanto, a administração de soluções
injetáveis de vitaminas A, D e E não apresentam efeito na redução da perda de peso (JUBB et
al., 1993b apud ROÇA, 2001).
2.1.1.1.3 contusões
18
2.1.1.1.4 estresse e pH final da carne
19
2.1.2 Currais
2.1.2.1 procedimentos
20
devem ser concebidos de modo a reduzir ao mínimo os riscos de ferimentos e estresse. Os
instrumentos destinados a conduzir os animais devem ser utilizados apenas para esse fim e
unicamente por instantes. Os dispositivos produtores de descargas elétricas apenas poderão
ser utilizados, em caráter excepcional, nos animais que se recusem mover, desde que essas
descargas não durem mais de dois segundos e haja espaço suficiente para que os animais
avancem. As descargas elétricas, com voltagem estabelecidas nas normas técnicas, que
regulam o abate de diferentes espécies, quando utilizadas serão aplicadas somente nos
membros. Os animais mantidos nos currais, pocilgas ou apriscos devem ter livre acesso a
água limpa e abundante e, se mantidos por mais de 24 (vinte e quatro) horas, devem ser
alimentados em quantidades moderadas e a intervalos adequados. Nas espécies que
apresentarem acentuada natureza agressiva, não deve haver reagrupamento ou mistura de
lotes animais de diferentes origens, evitando assim que corram o risco de ferirem-se
mutuamente (BRASIL, 2000).
21
deve ser construído um matadouro sanitário e um departamento de necropsia (PARDI et al.,
2006).
Os currais de matança destinam-se a receber os animais preparados para se submeterem
à matança normal (PARDI, 2006).
Todos os currais devem ter iluminação adequada, piso pavimentado, com declive de
2%, no mínimo, cercas duplas com dois metros de altura e sem cantos vivos ou
proeminências, cordão sanitário com 0,30m de largura ao longo e sob as cercas, bebedouros,
água para facilitar o exame ante mortem. Cada curral deve ter ainda porteiras com a mesma
largura do corredor central, para facilitar a entrada e saída dos animais. A área do curral é
calculada na razão de 2,5m2 por bovino (PARDI, 2006).
22
tem sido empregado o tempo de retenção de 48 horas, sendo 24 horas com alimentação e 24
horas em dieta hídrica (SHORTHOSE, 1991 apud ROÇA, 2001). No Canadá, o tempo de
descanso é de 48 horas com alimentação (GRANDIN, 1994 apud ROÇA, 2001). De maneira
geral, é necessário um período mínimo de 12 a 24 horas de retenção e descanso para que o
gado que foi submetido a condições desfavoráveis durante o transporte por um curto período,
se recupere rapidamente. Os animais submetidos a essas mesmas condições, mas por período
prolongado, exigirão vários dias para readquirirem sua normalidade fisiológica
(THORNTON, 1969 apud ROÇA, 2001).
Basicamente há cinco causas de problemas do bem-estar animal nos matadouros-
frigoríficos (GRANDIN, 1996, 1996b apud ROÇA, 2001): a) estresse provocado por
equipamentos e métodos impróprios que proporcionam excitação, estresse e contusões; b)
transtornos que impedem o movimento natural do animal, como reflexo da água no piso,
brilho de metais e ruídos de alta frequência; c) falta de treinamento de pessoal; d) falta de
manutenção de equipamentos, como conservação de pisos e corredores; e) condições
precárias pelas quais os animais chegam ao estabelecimento, principalmente devido ao
transporte. O bem-estar também é afetado pela espécie, raça, linhagem genética (GRANDIN,
1996 apud ROÇA 2001) e pelo manejo inadequado como reagrupamento ou mistura de lotes
de animais de origem diferente promovendo brigas entre os mesmos (KNOWLES, 1999; apud
ROÇA, 2001).
A retenção dos animais, o manejo adotado e as inovações que o animal recebe são
causas de estresse psicológico, enquanto que os extremos de temperatura, fome, sede, fadiga e
injúrias, são as principais causas do estresse físico (GRANDIN, 1997 apud ROÇA, 2001).
Muito pouco se sabe sobre os efeitos específicos de cada estressor pré-abate e as interações
entre eles e as mudanças biofísicas do músculo e os efeitos consequentes nas características
de qualidade de carne (FERGUSON; WARNER, 2008).
No Brasil, os animais após o descanso regulamentar seguem comumente por uma rampa
de acesso ao box de insensibilização dotado de comportas tipo guilhotina. Nessa rampa é
realizado o banho de aspersão. O local deve dispor, segundo o Ministério da Agricultura
23
(BRASIL, 1968; 1971), de um sistema tubular de chuveiros dispostos transversal, longitudinal
e lateralmente, orientando os jatos para o centro da rampa (ROÇA, 2001).
Os banhos de aspersão devem ser realizados sob pressão (3 atm.), com água potável
preferencialmente hiperclorada e contendo fungistático, tendo em vista a redução da perigosa
flora contaminante da pele (PARDI et al., 2006). O banho de aspersão antes do abate não
afeta a eficiência da sangria nem o teor de hemoglobina retido nos músculos (ROÇA;
SERRANO, 1995 apud ROÇA, 2001), mas segundo PARDI et al. (2006), durante o banho de
aspersão há a vasoconstrição periférica e vasodilatação interna, o que propiciaria uma sangria
mais eficiente.
Na rampa de acesso ao box de insensibilização, devem ser realizadas as avaliações do
estresse provocado no período ante-mortem. GRANDIN (1999k apud ROÇA, 2001) propõe
avaliação dos deslizamentos e quedas dos animais bem como das vocalizações ou mugidos
dos animais na rampa de acesso ao box de insensibilização. A avaliação dos deslizamentos e
quedas (quando o animal toca com o corpo no piso) deve ser realizada no mínimo em 50
animais com a seguinte pontuação:
Com um manejo tranquilo que proporcione bem-estar dos animais torna-se quase
impossível que eles escorreguem ou sofram quedas. Todas as áreas por onde os animais
caminham devem, obrigatoriamente, possuir pisos não derrapantes (GRANDIN, 1999k apud
ROÇA, 2001).
As vocalizações, ou mugidos, são indicativos de dor nos bovinos. O número de vezes
que o bovino vocaliza durante o manejo estressante tem relação com o nível de cortisol
plasmático. A utilização do bastão elétrico para conduzir os animais é um dos motivos do alto
índice de mugidos. A avaliação deve ser realizada no mínimo em 100 animais, também na
rampa de acesso ao boxe de insensibilização. O critério para avaliação, segundo GRANDIN
(1999k apud ROÇA, 2001) é:
24
Excelente: até 0,5% dos bovinos vocalizam;
Aceitável: 3% dos bovinos vocalizam;
Inaceitável: 4 a 10% vocalizam;
Problema sério: mais de 10% vocalizam.
2.1.4 Insensibilização
Após o banho de aspersão, os bovinos são conduzidos à seringa através de rampa com
piso antiderrapante, dividida por porteiras, de preferência do tipo guilhotina, para facilitar o
manejo. Ao final, a rampa se afunila dando origem à seringa, onde os animais recebem novo
banho de aspersão com água sob pressão de 3 atm., por meio de borrifadores para economizar
água e, daí, têm acesso ao box de insensibilização (PARDI et al., 2006).
Segundo a Instrução Normativa nº3 de 2000, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (BRASIL, 2000), os animais devem ser imediatamente conduzidos ao
equipamento de insensibilização, logo após a contenção que deverá ser feita conforme o
disposto na regulamentação de abate de cada espécie animal. Os animais não serão colocados
no recinto de insensibilização se o responsável pela operação não puder proceder a essa ação
imediatamente após a introdução do animal no recinto.
25
A insensibilização pode ser considerada a primeira operação do abate propriamente dito.
Determinado pelo processo adequado, a insensibilização consiste em colocar o animal em um
estado de inconsciência, que perdure até o fim da sangria, não causando sofrimento
desnecessário e promovendo uma sangria tão completa quanto possível (GIL; DURÃO, 1985
apud ROÇA, 2001).
Os artigos do RIISPOA (BRASIL, 1951), constantes da Seção II – Matança Normal,
merecem reparos no que respeita à insensibilização, sobretudo ao se vislumbrar a
possibilidade de tolerância quanto à picada do bulbo, exceção que, aliás, não se tem notícia de
ter sido permitida na prática. A não-destruição do bulbo visa, em particular, manter o
funcionamento do coração e dos pulmões para dar maior eficácia à sangria (PARDI et al.,
2006).
Os instrumentos ou métodos de insensibilização que podem ser utilizados são: martelo
pneumático não penetrante, armas de fogo, pistola pneumática de penetração, pistola
pneumática de penetração com injeção de ar, pistola de dardo cativo acionada por cartucho de
explosão, corte da medula ou choupeamento, eletronarcose e processos químicos. O abate
também pode ser realizado através da degola cruenta (método kasher) sem atordoamento
prévio (ROÇA, 2001). Para os bovinos, atualmente, recomenda-se o uso de pistola
pneumática acionada no osso frontal. O uso da pistola pneumática produz uma grave
laceração encefálica promovendo inconsciência rápida do animal e pode ser considerado um
método eficiente de abate de bovinos (ROÇA, 1999 apud ROÇA, 2001).
FORREST et al. (1979 apud PARDI, 2006) acreditam que, muito embora o processo de
insensibilização não esteja completamente livre de estresse, provavelmente reduz as respostas
a procedimentos depende do cuidado com que se haja desenhado e utilizado o equipamento
empregado, afirmando que, para uma sangria adequada, há necessidade de os animais
perderem a consciência sem que haja paralisia cardíaca.
THORNTON (1969 apud PARDI, 2006) entende como fator favorável o fato de a
insensibilização do animal por qualquer meio produz uma elevação da pressão sanguínea no
sistema arterial, venoso e capilar, seguido de um aumento transitório na taxa cardíaca. Afirma
ainda que, por mais eficiente que seja a sangria, ainda ficam retidos no organismo 50% do
sangue total.
Com relação aos efeitos dos métodos de insensibilização na eficiência da sangria, os
trabalhos científicos são escassos. O atordoamento do animal, por qualquer método, produz
uma elevação da pressão sanguínea no sistema arterial, venoso e capilar, e dá um aumento
26
transitório nos batimentos cardíacos (THORNTON, 1969 apud ROÇA, 2001), fatores que
favorecem a sangria. O volume de sangue colhido também é maior se a sangria é realizada
imediatamente após a insensibilização. A esse respeito, VIMINI et al (VIMINI; FIELD;
RILEY, 1983, VIMINI; FIELD; RILEY, 1983ª apud ROÇA, 2001) estabeleceram que o
volume de sangue colhido é inversamente proporcional ao intervalo entre o atordoamento e a
sangria.
O método de abate, afeta sensivelmente, o processo de sangria, sendo a eficiência maior
no abate kasher e menor no abate realizado através da insensibilização por pistola
pneumática, seguida imediatamente pela estimulação elétrica. A sangria é menos eficiente em
animais de maior peso (ROÇA et al., 2001).
O box de insensibilização é de construção metálica. O fundo e o flanco que confina com
a área de vômito são móveis, possuindo o primeiro, movimento basculante lateral e o
segundo, movimento de guilhotina, acionados mecanicamente e em sincronismo, depois de
abatido o animal. Assim ocasionam a ejeção deste animal para a área de vômito (BRASIL,
1971 apud ROÇA, 2001).
Após a insensibilização, o animal desliza sobre a grade tubular da área de vômito e é
suspenso ao trilho aéreo por um membro posterior, com o auxílio de um gancho e uma
roldana. Neste momento, pode ocorrer regurgitação, devendo o local ter água em abundância
para lavagem (MUCCIOLO, 1985 apud ROÇA 2001).
2.1.5 Sangria
27
Excelente: menos que 1 por 1000 de animais insensibilizados parcialmente;
Aceitável: menos que 1 por 500 de animais insensibilizados parcialmente.
Como regra, para uma sangria completa e eficiente, ela deve ser feita logo em seguida à
insensibilização. A duração da sangria é de três minutos, tempo este ajustado ao comprimento
da canaleta, a ponto de permitir o extravasamento do sangue durante o curso normal da noria
transportadora (PARDI, 2006).
Desde o ano de 1934, o Governo Brasileiro apresenta preocupação com o bem estar
animal, tanto que promulgou o DECRETO Nº 24.645, de 10 de julho de 1934 (BRASIL,
1934). Este decreto determinava aplicações de multas aos cidadãos que aplicassem ou
fizessem maus tratos aos animais. O artigo 3° deste decreto define maus tratos. O parágrafo
VI, do artigo 3º, considera mau trato não dar morte rápida, livre de sofrimento prolongado, a
todo animal cujo extermínio seja necessário para consumo ou não. Nota-se que fala do abate.
O parágrafo XIX considera mau trato transportar animais em cestos, gaiolas ou veículos sem
as proporções necessárias ao seu tamanho e números de cabeças, e sem que o meio de
condução em que estão encerrados esteja protegido por uma rede metálica, ou idêntica, que
impeça a saída de qualquer membro animal. Já o artigo XX considera mau trato encerrar em
curral ou outros lugares, animais em número tal, que não lhes possibilita movimentarem
livremente, ou deixá-los sem água e alimento por mais de 12 horas.
As empresas baseiam os seus procedimentos relacionados ao abate humanitário na
Normativa n° 3 de 7 de janeiro de 2000 do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Esta normativa é o regulamento técnico de métodos de insensibilização para o
abate humanitário de animais de açougue. Tem como objetivo estabelecer, padronizar e
modernizar os métodos humanitários de insensibilização dos animais de açougue para o abate,
assim como o manejo destes nas instalações dos estabelecimentos aprovados para esta
finalidade (BRASIL, 2000).
Em relação ao bem estar animal, há a Normativa n° 56 de 6 de novembro de 2008 do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ela estabelece os procedimentos gerais
28
de Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse
Econômico - REBEM, abrangendo os sistemas de produção e o transporte (BRASIL, 2008).
Owens et al. (1981, apud GRANDIN, 1988) realizou um estudo sobre a psicologia dos
técnicos de eutanásia responsáveis por matar cães e gatos em depósitos do governo de animais
abandonados. Eles descobriram que esses técnicos muitas vezes se sentiam culpados, e
também sentiam que estavam a cumprir um serviço necessário. Um comentou que ele preferia
eliminar animais a deixá-los para alguém que não saberia o que fazer. Empregados de
frigoríficos fazem o mesmo tipo de afirmação. Alguns disseram que havia escolhido a função
de insensibilização para evitar que pessoas sádicas realizassem a operação.
Para Grandin (1988), as pessoas que trabalham no manejo pré-abate, principalmente os
que trabalham na seringa e no box de insensibilização, possuem três tipos diferentes de
abordagem ao seu trabalho: o sádico; o ritual sagrado e a atitude mecânica.
A atitude mecânica, segundo Grandin (1988), é o mais comum. A pessoa que se dedica
a matar o animal faz o seu trabalho sem emoções sobre seu ato de forma eficiente e sem dor.
Já na atitude sádica, a pessoa começa a desfrutar de matar, e às vezes fará coisas aos animais
extremamente cruéis e que os atormentam deliberadamente. São comentários típicos de
alguém com este comportamento: "eles são apenas animais e isso não irá machucá-los", ou
"se vão morrer em cinco minutos, não importa como eu os trato." Na terminologia da
psicologia social, estas declarações são exemplos de desvalorização do ser humano. Quando
se converte o ato de matar em um ritual sagrado, como por exemplo, o abate judaico, há um
controle das más condutas, evitando assim atitudes mecânicas ou sádicas.
Segundo a FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(2009), além dos benefícios práticos e econômicos, a atenção para o bem-estar animal pode
gerar mais benefícios sociais, pois pode contribuir para o ensino de uma ética do cuidado,
além ser uma força para a coesão social no seio de uma família, uma comunidade ou um
negócio e a definição de relações positivas com os animais é um importante fator para o bem-
estar humano (bem como para o bem-estar animal).
Para a FAO (2009), a capacitação para implementar boas práticas de bem-estar animal
envolve quatro elementos:
29
Educação, para criar consciência sobre bem-estar animal e um entendimento de sua
importância para o sucesso da produção animal;
Compromisso de conseguir a participação ativa das pessoas que trabalham com animais;
Treinamento em procedimentos específicos;
Comunicação entre as diferentes organizações internacionais, entre as partes
interessadas e os provedores de informação e conhecimento, assim como, entre os
diferentes departamentos do governo e de outras organizações envolvidas no bem-estar
animal.
A FAO (2009) diz também, que a capacitação deve ser solidária com os conhecimentos
e recursos locais e deve facilitar a habilidade na resolução de problemas, proporcionando aos
participantes a capacidade de cumprir as normas no futuro, ao invés de tentar impor padrões
que não podem ser atingidos imediatamente.
30
3. MATERIAL E MÉTODOS
31
Os hematomas foram classificados em relação a sua localização seguindo os padrões da
AUS-MEAT (2004), como:
Escore 1: para as carcaças que possuíam um hematoma localizado nos cortes que
compõem a região próxima a região pélvica, que são os cortes coxão duro e
coxão mole;
Escore 2: para as carcaças que possuíam um hematoma localizado na região
pélvica que é composta pelos cortes alcatra, picanha e maminha;
Escore 3: para as carcaças que possuíam um hematoma localizado na região
lombar, onde temos o contrafilé;
Escore 4: para as carcaças que possuíam um hematoma localizado na pá ou no
peito, que são cortes do quarto dianteiro;
Escore 5: para carcaças com hematomas de grande importância em dois locais
do quarto traseiro;
Escore 6: para carcaças que apresentavam 3 hematomas de grande importância
localizados nas regiões do quarto traseiro;
Escore 7: para carcaças que possuíam um hematoma de grande importância no
quarto dianteiro e um hematoma de grande importância no quarto traseiro;
Escore 8: para carcaças que possuíam uma contusão séria no quarto dianteiro e
duas contusões sérias no quarto traseiro;
Escore 9: para carcaças que apresentavam uma contusão séria no quarto
dianteiro e três contusões sérias no quarto traseiro.
32
Em relação a sua coloração, os hematomas foram classificados como:
Escore 1: para aqueles hematomas que possuíam coloração vermelho/azulado ou
púrpura, indicando que foram feitas em menos de um dia;
Escore 2: para aqueles hematomas que possuíam coloração marrom para púrpuro
escuro, indicando que foram feitas entre 1 e 2 dias;
Escore 3: para aqueles hematomas que possuíam coloração verde para marrom,
indicando entre 3 e 5 dias;
Escore 4: para aqueles hematomas que apresentavam coloração amarela e com
efeito exsudativo, indicando entre 5 e 7 dias;
Escore 5: para aqueles hematomas com coloração entre amarelo e marrom e com
efeito exsudativo, indicando que foram feitos a mais de uma semana
(ANDRADE, 2008).
Para a avaliação dos hematomas, foi elaborada planilha especifica (ANEXO C) onde
anotou-se os dados necessários. Os hematomas retirados por auxiliares da linha de produção
ou Serviço de Inspeção Federal foram coletados e depois pesados para realização de uma
estimativa da quantidade de carne proveniente de hematomas foi retirada.
33
com o intuito de desenvolver um ambiente agradável para o desenvolvimento do estudo. No
primeiro dia também foi aplicado check list no setor do curral até a canaleta de sangria.
Durante o segundo e terceiro dia foram realizadas observações relacionadas ao manejo
(interação homem x animal), eficiência da insensibilização e sangria. O comportamento dos
funcionários e dos bovinos tiveram suas avaliações baseadas nos critérios indicados por
Grandin (1999k), sendo reconhecidos como indicadores de bem-estar dos animais.
No quarto dia foi realizada a avaliação dos hematomas nas carcaças com utilização de
planilha própria e paquímetro digital para medição do tamanho dos mesmos. Os hematomas
retirados pelos funcionários do frigorífico foram separados e pesados para que se pudesse
fazer uma estimativa da perda de carne com a retirada dos mesmos.
No quinto dia realizou-se a medição do pH das carcaças após 24 horas de abate com
equipamento próprio para a função.
34
4.1.2 Comportamento dos bovinos
4.1.3 Insensibilização
Durante o abate, cada carcaça foi avaliada em planilha individual, onde foram
registrados o tamanho das lesões, sua coloração e localização, conforme formulário próprio.
35
As lesões de carcaça foram visualmente identificadas e classificadas. As classificações das
lesões foram realizadas durante as avaliações das carcaças.
Foi adotado um sistema próprio de classificação baseado no Australian Carcass Bruise
Scoring System (ACBSS) de Anderson e Holder (1979).
Os hematomas retirados das carcaças pela produção foram separados e pesados
posteriormente em balança industrial contida no estabelecimento onde se realizou o estudo.
4.1.5 Medição de pH
36
relacionados com o manejo dos animais. Também foram aplicados na prática os conceitos de
bem-estar animal demonstrados durante o treinamento teórico, através de demonstrações do
uso correto da bandeirola e posicionamento em relação aos animais para tocá-los.
37
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
38
Figura 1 – Desembarcador de gado.
39
Figura 2 – Visão obtida ao sair dos currais em direção ao box de insensibilização.
40
Figura 3 – Imagem da entrada do setor do chuveiro.
O corredor entre o chuveiro e o início da seringa (Figura 4), possuía piso pavimentado e
antiderrapante. No lado direito havia uma cerca de metal pintada na cor cinza e com tinta que
não refletia luz e possuía uma parte feita em alvenaria. No lado esquerdo havia uma cerca de
metal, pintada na cor cinza que não refletia luz, muro de alvenaria e uma parte de madeira.
Iniciava com 2,86 metros de largura e ia afunilando até encerrar com 1 metro de largura.
Possuía 23,85 metros de comprimento. Também era nesse corredor que iniciava-se a rampa de
acesso a seringa e box de insensibilização.
41
Figura 4 – Imagem do corredor entre o chuveiro e o início da seringa.
42
Figura 5 – Imagem do início da seringa.
43
0,50 metros. O box possuía pouca iluminação. Havia formação de sombras na sua entrada.
Possuía entrada com 0,75 metros de largura, sua largura interna era de 0,80 metros, seu
comprimento era de 2,30 metros e sua altura era de 1,55 metros.
44
A praia de vômito era construída com piso de alvenaria e antiderrapante e com sistema
hidráulico com água abundante para lavar a área em caso de regurgitação dos animais na hora
que eram içados para serem enviados para a sala de abate. A calha de sangria possuía 9,70
metros de comprimento e o tempo de 3 minutos de escoamento do sangue foi ajustado ao seu
comprimento. A sala de matança foi construída seguindo as regras descritas do D.I.P.O.A.
Estudar a relação entre empresa e funcionários não era o foco da pesquisa. Então não
foram realizados questionários para coletar dados sobre esse assunto. O que foi observado é
que havia uma grande rotatividade de funcionários, principalmente aqueles que trabalhavam
no setor do curral.
A empresa não foi questionada em relação aos salários e benefícios pagos aos
funcionários. Os horários são comuns nesse tipo de indústria. O único inconveniente eram as
paradas ocasionadas por manutenções de equipamentos e infraestrutura durante a jornada de
trabalho que acabavam ocasionando estresse nos funcionários porque, às vezes, a jornada de
trabalho tornava-se maior que oito horas diárias.
Os funcionários que trabalhavam no curral e na insensibilização eram treinados pelo
responsável desse setor. O responsável não possuía conhecimentos técnicos em relação ao
bem estar animal e utilizava da agressividade para manejar os animais.
45
4.1.4 Relação entre a pesquisadora e a empresa e seus funcionários
Ao aplicar o check list baseado nos conceitos de bem-estar animal, observou-se que:
Animais vocalizaram durante o trajeto do curral até o box de insensibilização;
Os funcionários utilizaram bastão elétrico durante o trajeto do curral até o box de
insensibilização;
Animais escorregaram durante o trajeto do curral até o box de insensibilização;
Animais caíram durante o trajeto do curral até o box de insensibilização;
46
Alguns animais só foram insensibilizados após o segundo disparo;
Alguns animais apresentaram sinais de consciência após insensibilização;
Os animais não apresentaram consciência durante a sangria.
47
que caíram dentro do box de insensibilização, provavelmente sofreram quedas devido a água
do segundo banho de aspersão que se acumulava no seu piso.
A pistola pneumática do frigorífico apresentava-se com problemas. Ela não estava
regulada adequadamente e por esse motivo o funcionário responsável pela insensibilização
dava mais de um disparo na maioria dos animais. Eram realizadas manutenções praticamente
todos os dias que se estava no estabelecimento, porém seria necessária a troca da pistola.
Do lote de 100 animais, 28% apresentaram algum vestígio de consciência após
insensibilização. Nenhum animal apresentou consciência no momento da sangria.
4.2.2 Eventuais acontecimentos que causam estresse aos animais e que estão relacionados ao
ambiente:
Ao aplicar o check list baseado nos conceitos de bem-estar animal, observou-se que:
Havia formação de poças de água no piso do curral e no corredor que dá acesso ao box
de insensibilização que poderiam refletir luz;
Havia formação de sombras no piso e em outras partes da estrutura do frigorífico;
Não havia excesso de luminosidade sobre os animais (brilho diretamente nos olhos dos
animais);
Não havia presença de odores fortes;
Havia excesso de ruídos;
Havia sons agudos.
48
Figura 9 – Imagem da sombra existente na entrada do box de insensibilização.
Não foi observado nenhum objeto refletindo luz ou lâmpada que tivesse luminosidade
intensa que pudesse estressar os animais ou que brilhassem diretamente nos olhos dos
mesmos. Nos dias que se desenvolveu o estudo no frigorífico, não foi observado a presença de
odores fortes.
49
Como citado anteriormente, o estabelecimento foi construído em meados do século XX.
Quando construído, ficava afastado da cidade. Com o crescimento da cidade, o
estabelecimento foi envolvido por construções e a encontrava-se numa região movimentada,
com tráfego intenso de meios de transportes. Devido a esses fatores, a área externa do
frigorífico possuía barulho excessivo que acabava estressando os animais. Outro agravante
relacionado a ruídos era a localização da caldeira bem ao lado do corredor da seringa e box de
insensibilização. Foi observado também, que no local onde fica o box de insensibilização
escutava-se os ruídos provenientes de dentro da sala de matança, principalmente os ruídos
agudos das carretilhas usadas.
No primeiro dia de observação, foi encontrada uma mochila, de um funcionário do
setor, pendurada na cerca do lado esquerdo no final da rampa da seringa (Figura 11). Objetos
deixados ao longo do trajeto entre o curral e o box de insensibilização podem causar
distrações, assustar os animais e deixá-los estressados. Quando os animais visualizam esses
objetos estranhos para eles ao longo do trajeto, ficam distraídos ou assustados e se agitam e
assim se negarão em continuar o trajeto e tentarão voltar ao local de onde saíram, causando
tumulto durante o manejo (GRANDIN, 2009).
Figura 11 - Imagem da mochila encontrada ao longo do trajeto entre o curral e o box de insensibilização.
50
4.2.3 Eventuais acontecimentos que causam estresse aos animais e que estão relacionados à
estrutura física e equipamentos:
Ao aplicar o check list baseado nos conceitos de bem-estar animal, observou-se que:
Não havia presença de ruídos provenientes de equipamentos ou da estrutura do curral
(porteiras);
Não havia equipamentos que exerciam demasiada pressão ao imobilizar o gado;
Havia presença de porteiras que quando fechadas poderiam pressionar acidentalmente
o animal;
Havia cercas e porteiras com pontas que poderiam machucar os animais;
Havia irregularidades no piso que poderiam causar escorregões ou quedas aos animais;
Não havia presença de material que refletia luz;
Não havia ar de equipamentos que poderiam assustar os animais.
51
Figura 12 – Imagem na placa de metal encontrada na lateral esquerda do corredor que antecede o
chuveiro.
Figura 13 - Imagem das pontas inferiores retorcidas da placa encontrada na lateral esquerda do corredor
que antecede o chuveiro.
52
Figura 14 – Imagem da porteira de saída do chuveiro que encontrava-se com placas de metal retorcidas.
53
Figura 16 – Imagem da parte de uma coluna de madeira encontrada no corredor após o chuveiro.
Figura 17 – Imagem das pontas na madeira da cerca da lateral esquerda encontradas no início da seringa.
54
piso do corredor onde está o segundo chuveiro que antecede o box de insensibilização
apresentava-se com irregularidades.
55
Figura 20 - Imagem dos buracos encontrados no início da seringa.
56
4.2.4 Resultado da avaliação realizada através do check list baseado na instrução normativa
n°3 de 2000 do MAPA
57
A descarga elétrica não era utilizada apenas nos membros posteriores;
Utilizava-se descarga elétrica com voltagem específica de 60V;
Os animais mantidos no curral tinham acesso à água limpa e abundante;
Os animais mantidos no curral por mais de 24 horas eram alimentados com
quantidades moderadas de alimentos e em intervalos adequados.
Os animais eram descarregados logo que chegavam ao frigorífico e isso só era possível
porque o estabelecimento recebe pequenos lotes de animais durante todo o dia. Ao serem
58
recepcionados, não eram acuados, excitados ou maltratados. O estabelecimento não possuía
estrutura com sombra e ventilação adequada caso houvesse a necessidade de espera para
descarregamento.
Após o desembarque, os animais eram manejados para os currais de espera. Nos currais
eram separados por lote de origem e se necessário eram apartados em relação à espécie, sexo
e idade para evitar que ocorressem riscos de se ferirem. Eram acomodados no máximo 30
animais por curral. Não era sempre que se alcançava essa lotação de 30 animais por curral,
pois a maioria dos lotes eram inferiores a esse valor. Porém quando alcançava a lotação
máxima indicada pela empresa a densidade dos currais chegava ao limite indicado como
confortável por PARDI et al. (2006) que é de 2,5m2 por bovino. A área dos currais era de
72m² sendo 2,4m² a área disponível para cada animal em caso de lotação máxima.
Animais que precisavam de abate emergencial ficavam em um curral separado (curral
de emergência) até a hora que seriam abatidos. O frigorífico não possui prédio próprio para
abate emergencial, ou seja, sala de necropsia. Os animais que precisavam de abate de
emergência eram levados em carrinhos até a base da rampa e então eram puxados para o box
de insensibilização para serem sacrificados. Eles eram arrastados ainda conscientes para o box
de insensibilização, pois o frigorífico não possuía pistola para abate emergencial. Depois de
sacrificados as carcaças desses animais eram enviadas para a graxaria.
Durante o período de observação e coleta de dados, viu-se que os funcionários agrediam
os animais com bastões usados para manejar os mesmos e com pedaços de madeira; usavam
excessivamente o bastão elétrico e animais eram puxados por rabos e orelhas. Flagrou-se
agressões nos currais e em todo trajeto entre currais e box de insensibilização. Também se
notou que funcionários gritavam excessivamente na hora do manejo. Principalmente por um
funcionário antigo do frigorífico que ficava nos currais e era o responsável pelo setor. Esse
funcionário utilizava um varão e um dispositivo elétrico para manejar os animais. Muitas das
vezes utilizavam esses mecanismos de forma abusiva. Além do bastão elétrico portátil
utilizado por esse funcionário, o setor possuía mais dois dispositivos elétricos. Um se
encontrava no setor do chuveiro e o outro no corredor que antecede o box de insensibilização.
Esses dispositivos eram excessivamente utilizados pelos funcionários que ficavam manejando
o gado durante o banho de aspersão e manejando o gado na extensão da seringa. Mesmo com
orientações do Controle de Qualidade da empresa e cobrança do fiscal do Serviço de Inspeção
Federal, não havia critério para uso do bastão elétrico em relação ao motivo, quantidade de
uso, local onde usar e tempo de uso. Usavam o dispositivo elétrico nos animais em espaços
59
insuficientes para os mesmos avançarem. A sua voltagem era específica, estando entre 50 –
60V.
Os corredores, como descrito anteriormente, foram construídos em linha reta, o que
pode causar estresse aos animais, pois ao passar por esses locais eles não eram induzidos a
pensarem que estariam voltando ao local de onde saíram. Currais curvos funcionam melhor
do que currais construídos em linha, porque o gado quando faz uma curva de 180°, pensa
estar voltando para o seu lugar de origem (GRANDIN, 1998).
Foram encontrados ao longo do trajeto entre curral e box de insensibilização vários
riscos de ferimentos aos animais, os quais já foram descritos anteriormente.
Os animais ficavam em dieta hídrica por no mínimo seis horas. Durante esse período
ficavam nos curais de espera, os quais possuíam piso antiderrapante e sem acúmulo de água,
porém havia formação de poças d’água, suas cercas eram de metal e com pintura sem brilho,
as porteiras eram da largura do corredor, possuíam bebedouros de alvenaria e lisos, porém não
eram higienizados diariamente, como pode ser observado na Figura 23. Os currais possuíam
chuveiro de aspersão, mas esses não eram usados frequentemente. Não possuíam cobertura,
mas possuíam iluminação artificial.
Os animais mantidos nos currais por mais de 24 horas, eram alimentados com
quantidades moderadas de alimentos e intervalos adequados.
60
4.2.4.2 contenção no box de insensibilização, insensibilização e sangria dos animais
Durante a aplicação do check list realizado antes do treinamento, observou-se que era
corriqueira a prática de deixar os animais aguardando no box de insensibilização. Isso ocorria
quando o funcionário responsável por içar os animais ficava com acúmulo de serviço e
quando aconteciam problemas com a pistola pneumática. Acontecia, também, de animais
ficarem esperando por algum tempo no corredor que antecede o box de insensibilização.
Tempo que durava, às vezes, mais de 10 minutos.
O funcionário responsável pela insensibilização se ausentava várias vezes do setor para
levar o equipamento de insensibilização para a manutenção. O responsável pela atividade de
insensibilizar os animais era devidamente treinado e apresentava experiência na função.
Após realizada a insensibilização, ocorreu de animais aguardarem mais de um minuto
para serem içados e enviados para a calha de sangria, correndo assim o risco de retornarem a
61
consciência. Durante a sangria, o funcionário responsável pela atividade costumava iniciar a
esfola ainda na calha de sangria sem esperar o tempo mínimo de 3 minutos para escoamento
total do sangue.
Foi observado um lote de 100 animais, sendo esses de várias origens, de ambos os sexos
e de várias raças e idades. Os resultados da avaliação do manejo pré-abate realizada antes do
treinamento são apresentados na Tabela 2.
Dos 100 animais observados, 63% foram açoitados, sendo 19% açoitados no Setor A,
20% açoitados no setor B, 17% açoitados no Setor E, 5% açoitados no Setor F e 2% açoitados
no setor G. Nenhum animal foi açoitado no Setor C e no Setor D. Os animais açoitados no
Setor A, foram agredidos na hora em que o manejador iniciava o manejo para o abate, ou seja,
quando retirava os animais dos currais de espera. Eram agredidos principalmente os animais
idosos. Foram açoitados com pedaços de madeira, bastões e pedaços de corda. Os animais
açoitados no Setor B, ou no corredor entre os currais e o banho de aspersão, foram agredidos
pelo manejador com pedaços de madeira e bastões. Foram agredidos principalmente os
animais mais idosos e aqueles que se recusam, por algum motivo, a andar. Nenhum animal foi
açoitado no Setor C e no Setor D, ou seja, durante o banho de aspersão e no corredor existente
após o banho de aspersão. Os animais açoitados no setor E, foram agredidos no início da
62
seringa. Os manejadores batiam e puxavam o rabo ou orelha dos animais idosos que deitavam
no piso e se negavam a subir a rampa da seringa. Também foram usados pedaços de madeira
para agredir os animais. Os animais açoitados no Setor F foram agredidos no final da seringa.
Foram agredidos os animais que se negavam a caminhar em direção ao box de
insensibilização. Os manejadores puxaram animais pelo rabo e chutaram os mesmos.
Dos 100 animais observados, 3% animais se jogaram contra as cercas durante o início
do manejo no Setor A. Os animais que se jogaram contra as cercas do curral na hora de iniciar
o manejo eram principalmente da raça nelore e machos. Apresentavam-se bastante agitados.
Dos 100 animais observados, 14% dos animais deslizaram durante o trajeto que
iniciava-se nos currais de espera encerrava-se no box de insensibilização. Não houve deslizes
de animais no Setor A, no Setor B, no Setor C, no Setor E, porém 2% dos deslizamentos
ocorreram no Setor D, 5% dos deslizamentos foram no Setor F e 7% dos deslizamentos
aconteceram no setor G. Os deslizamentos ocorridos no Setor D ocorreram devido ao
acumulo de água e fezes presente no piso. Os deslizamentos ocorridos no Setor F eram
provenientes da água acumulada no piso, pois nesse setor ficava o segundo banho de
aspersão. Os deslizamentos ocorridos dentro do box de insensibilização, ou Setor G, também
foram causados por acúmulo de água no piso.
Dos 100 animais observados durante o manejo, 29% caíram durante o trajeto que ia dos
currais até o box de insensibilização. Nenhum animal caiu no Setor A e Setor C, porém 7%
dos animais caíram no Setor B, 5% dos animais caíram no Setor D, 2% dos animais caíram no
Setor E, 11% dos animais caíram no Setor F e 4% animais caíram no Setor G. As quedas
ocorridas no Setor B foram causadas por acumulo de fezes presentes na entrada no banho de
aspersão, por manejo inadequado e pela idade avançada de alguns animais. As quedas
ocorridas no Setor D foram ocasionadas pelo excesso de água e fezes acumulados no piso do
corredor que se encontrava após a saída do banho de aspersão e devida à idade avançada de
alguns animais. As quedas ocorridas no Setor E também foram ocasionadas devido ao
acumulo de água no piso. As quedas ocorridas no Setor F foram ocasionadas devido ao
acumulo de água no piso causado pelo segundo banho de aspersão, pela agitação dos animais
e pela idade avançada de alguns animais. As quedas ocorridas no Setor G foram ocasionadas
por causa da água presente no piso no box de insensibilização e era proveniente do banho de
aspersão que antecede o momento da insensibilização. Alguns animais chegavam agitados
dentro do box de insensibilização devido a vários fatores estressantes encontrados durante o
trajeto e isso pode ter influenciado nas quedas.
63
Dos 100 animais observados durante o manejo, 22% vocalizaram ao longo do trajeto
que iniciava nos currais e finalizava no box de insensibilização. Nenhum animal vocalizou no
Setor A, Setor D, Setor H e Setor I. A ausência de vocalização no Setor H e Setor I era devido
ao fato dos animais estarem insensibilizados. Um por cento vocalizou no Setor B, 1% dos
animais vocalizou no Setor C, 1% dos animais vocalizou no Setor E, 11% dos animais
vocalizaram no Setor F e 8% dos animais vocalizaram no Setor G. A vocalização ocorrida no
Setor B aconteceu logo após os animais saírem dos currais de espera e foi ocasionada por uso
de bastão elétrico. A vocalização ocorrida no Setor C aconteceu durante o banho de aspersão
e foi ocasionada devido ao uso de bastão elétrico. A vocalização ocorrida no Setor E
aconteceu quando os animais encontravam-se no início da seringa que dá acesso ao box de
insensibilização e pode ter sido ocasionada devido ao uso de bastão, devido a deslizamento ou
devida a quedas ocorridas naquele local. As vocalizações ocorridas no Setor F aconteceram
durante o banho de aspersão e podem ter sido ocasionadas devido ao uso de bastão elétrico,
deslizes ou quedas ocorridas naquele local e devido ao fato dos animais ficarem parados
esperando para entrar no box de insensibilização e assim, ficando agitados. As vocalizações
ocorridas no Setor G aconteceram durante o período que os animais ficavam esperando dentro
do box de insensibilização.
Durante a coleta de dados realizada antes e após o treinamento onde foi avaliado lotes
de 100 animais, observou-se que o bastão elétrico foi utilizado 200 vezes durante o manejo
entre os currais e o box de insensibilização. O bastão elétrico não foi utilizado quando o
manejador retirava os animais dos currais de observação no Setor A, porém foi utilizado em
22% dos animais no Setor B, em 28% dos animais no Setor C, em 48% dos animais no Setor
D, em 5% dos animais no Setor E, em 89% dos animais no Setor F e em 8% dos animais no
Setor G. No Setor B o bastão elétrico foi utilizado para fazer os animais avançarem pelo
corredor que existia entre os currais e o banho de aspersão.
Durante o banho de aspersão no Setor C, o bastão elétrico foi utilizado para fazer com
que os animais saíssem do chuveiro e para fazer com que animais que haviam caído se
levantassem. No Setor D o bastão elétrico foi utilizado para fazer os animais que caíram se
levantar, para fazer com que os animais entrassem no início da seringa e nos animais que
tentavam voltar para dentro do banho de aspersão. O bastão elétrico foi utilizado no Setor E
para fazer com que os animais avançassem pelo trajeto do início da rampa da seringa e em
animais, que mesmo dentro do corredor, tentavam retornar para o chuveiro. O bastão elétrico
foi utilizado no Setor F para fazer com que os aninais fossem em direção ao box de
64
insensibilização e fazer com que os animais que haviam caído se levantarem. No Setor G o
bastão elétrico foi utilizado de forma inconsequente para testar, segundo o funcionário, a
eficiência da insensibilização.
Dos 100 animais observados durante a coleta de dados realizada antes do treinamento
para avaliar a eficiência do manejo entre os currais e o box de insensibilização, apenas 1%
caiu devido a buracos encontrado ao longo do trajeto, sendo a queda ocorrida no Setor B.
Dos 100 animais observados durante a coleta de dados realizada antes do treinamento,
76% dos animais levaram mais de um disparo da pistola pneumática. Isso ocorreu devido aos
problemas do equipamento.
Dos 100 animais observados durante a coleta de dados realizada antes do treinamento,
28% movimentaram os membros dianteiros após a insensibilização e antes de ser realizada a
sangria. Esses movimentos demonstram que o animal ainda apresenta consciência e isso
provavelmente ocorreu devido aos problemas de regulagem da pistola pneumática, ao mau
posicionamento da pistola na cabeça do animal na hora da insensibilização, ao choque dado
após a insensibilização e a demora em realizar a sangria. Nenhum animal apresentou
movimento dos membros dianteiros após a sangria.
Dos 100 animais observados durante a coleta de dados realizada antes do treinamento,
nenhum animal apresentou movimentos oculares antes ou após a sangria.
65
Tabela 2 – Valores obtidos durante a avaliação do manejo pré-abate realizada antes do treinamento.
Setor Setor Setor Setor Setor Setor Setor Setor Setor Total
A B C D E F G H I
Animais açoitados durante 19 20 0 0 17 5 2 - - 63
o manejo
Animais que se jogaram 3 0 0 0 0 0 - - - 3
contra as cercas durante o
manejo
Animais que deslizaram 0 0 0 2 0 5 7 - - 14
durante o manejo
Animais que caíram 0 7 0 5 2 11 4 - - 29
durante o manejo
Animais que vocalizaram 0 1 1 0 1 11 8 0 0 22
durante o manejo
Animais que levaram 0 22 28 48 5 89 8 - - 200
choque durante o manejo
Animais que caíram em 0 1 0 0 0 0 - - - 1
buracos existentes durante
o manejo
Animais que levaram mais - - - - - - 76 - - 76
de um tiro da pistola
pneumática
Animais que apresentaram - - - - - - - 28 - 28
movimento dos membros
dianteiros antes sangria
Animais que apresentaram - - - - - - - 0 - 0
reflexos e movimentos
oculares antes sangria
Animais que apresentaram - - - - - - - - 0 0
reflexos e movimentos
oculares após sangria
Animais que apresentaram - - - - - - - - 0 0
movimento dos membros
dianteiros após sangria
66
hematomas na região da alcatra e um hematoma na região do coxão duro. Algumas meias
carcaças apresentavam dois hematomas na região da alcatra e um hematoma na região do
contrafilé.
Dez por cento receberam escore 1. Os hematomas dessas meias carcaças estavam
localizados na região próxima da região pélvica que é composto pelos cortes coxão duro,
coxão mole, lagarto e patinho. Nove por cento das meias carcaças receberam escore 7, pois
haviam contusões sérias em 3 locais do quarto traseiro e sempre com a presença de
hematomas na região onde se encontra a alcatra.
Quatro por cento das meias carcaças receberam escore 4, pois havia uma contusão séria
no dianteiro, sendo estes na região composta pelo corte denominado pá ou no corte
denominado peito. Observou-se que 3% das meias carcaças apresentavam contusões sérias na
região do contrafilé, recebendo assim, escore 3.
Viu-se também, que 3% das meias carcaças apresentavam hematomas de grande
relevância em um local do quarto dianteiro e em dois locais do quarto traseiro, recebendo
assim escore 8. Dessas meias carcaças com escore 8, as contusões no quarto traseiro se
encontravam na região da pelve, ou seja, região onde se encontra a alcatra, na região próxima
a pelve, na região da pá e pescoço no quarto dianteiro.
Dois por cento das meias carcaças receberam escore 9, pois as contusões sérias estavam
presentes em um ponto do quarto dianteiro e em 3 pontos do quarto traseiro. Dessas meias
carcaças com escore 9, as contusões sérias no quarto dianteiro localizavam-se na região da pá
ou peito e na região do contrafilé, na região da pelve e próximo à pelve no quarto traseiro.
Provavelmente, o transporte pode ter sido o responsável por essa grande quantidade de
hematomas na região pélvica, pois normalmente contusões com essas características
acontecem devido à densidade de carga irregular. Ou a densidade está alta e os animais estão
espremidos, ou a densidade está baixa e os animais estão se apoiando nas laterais do
caminhão para se equilibrarem. ELDRIDGE (1988, apud GRANDIN 1995) diz que uma
pesquisa realizada na Austrália mostrou que caminhões com excesso de carga e com carga
insuficiente aumentava a quantidade de contusões. Para GRANDIN (1995), estes estudos
demonstram que há uma densidade ideal para o carregamento do caminhão para realizar o
transporte do gado.
Já as contusões do dianteiro na região do peito e região da pá podem ter sido causadas
pela porteira de saída do chuveiro, a qual se encontrava danificada e durante as observações
67
no curral foram presenciadas tentativas dos animais escaparem por ela quando se
encontravam assustados.
68
Os hematomas que possuíam tamanho entre 6 e 10 cm e tamanho entre 1 e 5 cm podem
ser originários de agressões físicas por parte dos funcionários ou podem ser originários de
algo com formato tubular de pequeno diâmetro. Durante o estudo, no período de observação
do comportamento dos funcionários, foram observadas atitudes agressivas por parte dos
mesmos em relação aos animais. Foram encontrados bastões e pedaços de madeiras que os
funcionários utilizavam para manejar o gado e também agredi-los. Para Grandin (1995) Os
tubos de pequeno diâmetro tendem a causar lesões com mais de quatro centímetros. Podem
ser também originários das porteiras com abertura vertical, principalmente se forem na região
do contrafilé. Segundo Grandin (1995), frigoríficos que possuem box de insensibilização com
porteiras de acesso com abertura vertical devem treinar seus funcionários para ter cuidado na
hora de manuseá-la. Se ela se fecha sobre o dorso do animal, eles sofrem ferimentos graves.
Grandin(entre 1990 e 2010) diz que a contusão causada durante a estadia nos currais de espera
estará presente no mesmo local do corpo de animais de diferentes origens.
Os hematomas com diâmetro entre 11 e 15cm, diâmetro entre 16 e 20cm e diâmetros
entre 20 e 25 cm podem ser originários do transporte, do período de estadia nos currais no
estabelecimento ou até mesmo causadas pelo chifre de outros animais. Esses hematomas
podem ocorrer devido ao fato dos animais pisarem um nos outros e isso acontece muito
durante o transporte e nos currais de espera. Segundo Grandin (entre 1990 e 2010) ferimentos
graves, em que uma parte significativa de carne e seus vasos estão completamente arruinados,
é uma indicação de que o animal tenha sido pisoteado durante o transporte devido a
sobrecarga, pois em um caminhão sobrecarregado quando o animal cai não tem espaço para
ficar de pé novamente. Esse fato ocorre bastante com os animais abatidos nesse frigorífico,
pois o mesmo trabalha com sistema de marchante o que ocasiona o abate de animais de
descarte, ou seja, animais idosos e fracos. Esses animais, devido as suas condições físicas, não
conseguem ficar em pé e acabam sendo pisoteados pelos animais sadios. Para Grandin (entre
1990 e 2010), maus hábitos de condução como a frenagem brusca ou aceleração repentina
causam contusões nos animais devido ao fato dos mesmos perderem o equilíbrio. Grandin
(entre 1990 e 2010) diz também que se parte dos animais provenientes da mesma origem possuir
contusões, mas outros animais da mesma origem não possuírem, pode-se suspeitar do
motorista que fez essa viagem. Afirma também que as lesões profundas com diâmetro que
atinge 20 cm, geralmente são causadas pelos chifres.
69
Tamanho dos hematomas das carcaças
6% 3%
21% Tamanho 1
19% Tamanho 2
Tamanho 3
Tamanho 4
51% Tamanho 5
Devido as suas colorações, nota-se que esses hematomas foram feitos durante o manejo
pré-abate. Desses hematomas, 65,2% podem ser originários do descarregamento ou do
manejo dentro do curral, pois foram feitos em menos de 24 horas. Os outros hematomas,
34,8%, podem ser originários do momento em que o gado foi reunido no curral para
embarque, durante o embarque ou transporte.
Deve-se lembrar de que devido ao fato do frigorífico onde foi realizado o estudo
trabalhar com sistema de marchante, os animais podem vir em pequena quantidade ou
sozinhos dentro do caminhão boiadeiro. A empresa não tem horário fixo para recebimento dos
animais que foram abatidos. Os animais são entregues no frigorífico principalmente no
período da tarde e noite. Não há empresa própria para transporte dos animais e nem um
modelo próprio para o caminhão boiadeiro.
70
Coloração dos hematomas das carcaças
0% 0%
0%
Escore 1
35% Escore 2
Escore 3
65% Escore 4
Escore 5
Gráfico 3 – Classificação das contusões em relação a sua coloração. Escore 1: hematomas que
possuíam coloração vermelho/azulado ou púrpura, indicando que foram feitas em menos de um
dia. Escore 2: hematomas que possuíam coloração marrom para púrpuro escuro, indicando que
foram feitas entre 1 e 2 dias. Escore 3: hematomas que possuíam coloração verde para marrom,
indicando entre 3 e 5 dias. Escore 4: hematomas com coloração amarela e com efeito exsudativo,
indicando entre 5 e 7 dias. Escore 5: hematomas com coloração entre amarelo e marrom e com
efeito exsudativo, indicando mais de uma semana.
Entre as 100 carcaças avaliadas, foram contabilizadas 37 contusões causadas por uso de
bastão elétrico distribuídas em várias regiões, porém sendo mais comum na área da região
pélvica ou próxima desta. Essas contusões têm características próprias. Possuem uma
coloração clara, com tonalidade rosada a avermelhada, formas arredondadas e parecidas com
o formato de uma aranha. Seu diâmetro é de no máximo 2 cm. Já eram aguardadas essas
contusões, pois o bastão elétrico foi utilizado indevidamente de forma excessiva pelos
funcionários do curral.
Das 100 carcaças avaliadas, apenas 15% não apresentaram hematomas. Os hematomas
retirados das carcaças pela equipe responsável foram separados e pesados posteriormente em
balança industrial contida no estabelecimento onde foi realizado o estudo. Foram retirados
32,8 kg de hematomas, dando uma média de 0,328 kg por carcaça. No entanto, cabe salientar
que o peso de carne retirada devido aos hematomas deveria ser maior, já que o toalete foi
realizado pela equipe responsável e devido aos interesses financeiros da empresa e dos
marchantes que contratam seus serviços, ele não foi feito de forma satisfatória. Em um estudo
realizado por Andrade (2008) foi retirado em média 0,454 kg por animal ou 0,481 kg por
animal que apresentou hematomas. No estudo de Andrade(2008) foi avaliado 88 carcaças e 83
apresentaram contusões.
71
4.5 Valores de pH obtidos antes do treinamento
Foi realizada a medição do pH de 100 carcaças após 24 horas do abate e seus valores
são apresentados no Gráfico 4. O pH foi medido no músculo longíssimus dorsi,
preferencialmente entre a décima e décima primeira costela das meias carcaças.
Das 100 carcaças, 10% apresentaram pH 5,7, 16% apresentaram pH 5,8, 33% carcaças
apresentaram pH 5,9, 18% apresentaram pH 6,0, 15% apresentaram pH 6,1, 5% apresentaram
pH 6,2, 1% apresentou pH 6,3, 1% apresentou pH 6,4 e 1% apresentou pH 6,5.
Segundo Tarrant (1989), carcaças com pH acima de 5,8 possuem carne com alta
capacidade de retenção de água, escura e com vida de prateleira mais curta, recebendo essa
anomalia o nome de “Dark-cutting beef” (carne bovina de corte escuro) ou DFD (“dark, firm
and dried”, ou escura, firme e seca). Das 100% carcaças avaliadas, 74% apresentaram pH
acima de 5,8.
15% pH 5,9
16% pH 6
pH 6,1
pH 6,2
18%
pH 6,3
33% pH 6,4
pH 6,5
72
4.6 Treinamento
73
etapa, foi dada grande atenção aos problemas operacionais presentes no dia-a-dia dos
funcionários.
Ao aplicar o check list baseado nos conceitos de bem-estar animal após o treinamento
dos funcionários, observou-se que:
74
Em um lote de 100 animais, observou-se que 14 animais escorregaram. Desses 14
animais, 2 escorregaram durante o banho de aspersão, 3 animais escorregaram após saírem do
chuveiro, 2 escorregaram no final da seringa, antes de entrarem no box de insensibilização, e
4 escorregaram dentro do box insensibilização. Os escorregões que ocorreram dentro do
chuveiro e na saída do chuveiro foram causados por acúmulo de água e fezes no piso. No final
da seringa há um segundo banho de aspersão nos animais, o que ocasiona certo acúmulo de
água no piso. Devido ao fato de haver um segundo banho de aspersão antes do box de
insensibilização, acaba que acumula água dentro do box, ocasionando os escorregões.
No lote de 100 animais observados para coletar os dados da pesquisa, 14 animais
sofreram queda ao longo do percurso entre o curral e o box de insensibilização. Desses 14
animais, 1 animal caiu durante o banho de aspersão, 2 animais caíram após saírem do
chuveiro, 4 animais caíram no final da seringa e 7 animais caíram dentro do box.
Quando realizou-se a coleta de dados após o treinamento, a pistola pneumática do
frigorífico ainda apresentava-se com problemas. Ela continuava sem regulagem adequada e
por esse motivo o funcionário responsável pela insensibilização continuava dando mais de um
disparo na maioria dos animais. As manutenções continuavam sendo realizadas praticamente
todos os dias e isso foi observado durante a coleta de dados no estabelecimento. Observou-se
também que do lote de 100 animais, 14 apresentaram consciência após insensibilização. Um
animal apresentou movimento dos membros após a sangria.
Após o treinamento, ao aplicar o check list baseado nos conceitos de bem-estar animal,
observou-se que:
Havia formação de poças de água no piso do curral e corredor que poderiam refletir
luz;
Havia formação de sombras no piso e em outras partes da estrutura do frigorífico;
Não havia excesso de luminosidade sobre os animais (brilho diretamente nos olhos
dos animais);
Não havia presença de odores fortes;
Havia excesso de ruídos;
Havia sons agudos.
Observou-se ainda que havia formação de poças de água no piso, principalmente dentro
do chuveiro e no corredor posterior ao chuveiro. Essas poças de água poderiam refletir luz e
esses reflexos poderiam assustar os animais deixando-os estressados.
75
Notou-se que após o treinamento ainda havia formação de sombra em vários locais do
estabelecimento. Ao longo do corredor, várias partes das suas laterais continuavam sendo
vazadas, ocasionando assim, sombras no piso. A entrada do box de insensibilização
continuava sendo mal iluminada, o que acarretava a formação de sombra no piso e parede.
Na segunda avaliação do frigorífico, realizada através de check list, não foi observado
nenhum objeto refletindo luz ou lâmpada que tivesse luminosidade intensa que pudesse
estressar os animais ou que brilhasse diretamente nos olhos dos mesmos. Também não foi
observado a presença de odores fortes.
O frigorífico continuava apresentando barulho excessivo proveniente das ruas ao seu
redor, da caldeira ao lado do corredor da seringa e box de insensibilização e ruídos
provenientes de dentro da sala de matança, principalmente ruídos agudos das carretilhas
usadas.
Após o treinamento, ao aplicar novamente o check list baseado nos conceitos de bem-
estar animal, observou-se que:
Não havia presença de ruídos provenientes da estrutura do curral (porteiras);
Não havia equipamentos que exerciam demasiada pressão ao imobilizar o gado;
Havia presença de porteiras que quando fechadas poderiam pressionar acidentalmente
o animal;
Havia cercas e porteiras com pontas que poderiam machucar os animais;
Havia irregularidades no piso que poderiam causar deslizes ou quedas aos animais;
Não havia presença de material que refletia luz;
Não havia ar de equipamentos que poderiam assustar os animais.
76
que suas pontas inferiores continuavam retorcidas. Ainda havia uma parte de uma coluna de
madeira no corredor após o chuveiro. A cerca lateral esquerda do início da seringa ainda
possuía pontas de madeira. Apenas a porteira de saída do chuveiro havia recebido reparos.
Na segunda avaliação da estrutura do curral, observou-se que ainda haviam
irregularidades em vários locais do piso desse setor, como: dois buracos e outras
irregularidades no corredor que antecede o chuveiro; 2 buracos no início e 1 buraco no final
do setor da seringa; bem como irregularidades no piso ao longo da seringa e no segundo
chuveiro que antecede o box de insensibilização. A pistola pneumática continuava não
produzindo jatos de ar direcionados sobre os animais.
77
Os instrumentos destinados a conduzir os animais não eram utilizados unicamente
para esse fim e por instantes, mesmo após o treinamento;
Os dispositivos produtores de descargas elétricas, mesmo após treinamento, não eram
utilizados apenas em caráter excepcional em animais que se recusam a mover-se;
O dispositivo elétrico era usado por apenas dois segundos;
Continuavam utilizando o dispositivo elétrico em espaço insuficiente para os animais
avançarem;
A descarga elétrica, mesmo após o treinamento, não era utilizada apenas nos
membros;
Utilizava-se descarga elétrica com voltagem específica;
Os animais mantidos no curral tinham acesso a água limpa e abundante;
Os animais mantidos no curral por mais de 24 horas eram alimentados com
quantidades moderadas e intervalos adequados.
78
abate. Houve um dia em que os funcionários quebraram o cabo de uma bandeirola (Figura 24
e 25) fornecida pela pesquisadora para o manejo dos animais e utilizaram-na para agredir os
mesmos através de cutucões e pauladas. Observou-se também que os funcionários
continuavam, mesmo após treinamento, gritando excessivamente na hora do manejo,
utilizando o bastão elétrico de forma excessiva, tanto o bastão elétrico portátil como os outros
dois dispositivos elétricos encontrados no setor do chuveiro e no corredor antes do box de
insensibilização.
Figura 25 – Imagem da ponta criada e usada para açoitar os animais da bandeirola quebrada.
80
os animais recebeu treinamento para realizar sua função, porém não demonstrava possuir
experiência na função.
Foi observado um lote contendo 100 animais, provenientes de várias origens, sendo de
ambos os sexos e de várias raças e idades. Os resultados da avaliação do manejo pré-abate
realizada após do treinamento são apresentados na Tabela 3.
Dos 100 animais observados para avaliar o manejo pré-abate após o treinamento, viu-se
que todos foram açoitados, sendo 22% açoitados no Setor A, 26% açoitados no setor B, 10%
açoitados no Setor D, 2% açoitados no Setor E, 12% açoitados no Setor F e 28% açoitados no
setor G. Nenhum animal foi açoitado no Setor C.
Os animais açoitados no Setor A, foram agredidos na hora em que o manejador iniciava
o manejo para o abate, ou seja, quando retirava os animais dos currais de espera. Eram
agredidos principalmente os animais idosos. Foram açoitados com pedaços de madeira,
bastões e pedaços de corda. O manejador apresentava o mesmo comportamento observado
antes do treinamento e esse funcionário se negou participar dos treinamentos teóricos e
práticos.
Os animais que foram açoitados no Setor B, o qual corresponde ao corredor entre os
currais e o banho de aspersão, foram agredidos pelo manejador com pedaços de madeira e
81
bastões. Foram agredidos principalmente os animais mais idosos e aqueles que se recusam,
por algum motivo, a andar. Normalmente o manejo nesse trajeto era feito pelo mesmo
funcionário que retirava os animais dos currais.
Nenhum animal foi açoitado no Setor C que corresponde ao local onde era realizado o
banho de aspersão.
Os animais açoitados no Setor D foram agredidos logo após saírem do banho de
aspersão em um corredor que ficava entre o banho de aspersão e o início da seringa. Animais
idosos que deitavam no piso porque tinham dificuldades de locomoção foram puxados por
rabos e orelhas pelos funcionários responsáveis por maneja-los nesse setor.
Os animais açoitados no setor E, foram agredidos no início da seringa. Os manejadores
batiam e puxavam o rabo ou orelha dos animais idosos que deitavam no piso ao se negarem
subir a rampa da seringa. Foram observados também chutes e agressões com pedaços de
madeira.
Os animais açoitados no Setor F foram agredidos no final da seringa. Foram agredidos
os animais que se negavam a caminhar em direção ao box de insensibilização. Os
manejadores puxaram animais pelo rabo e chutaram os mesmos.
Nenhum dos 100 animais observados durante a coleta de dados realizada após o
treinamento se jogou contra as cercas que existiam ao longo do trajeto entre os currais de
espera e o dos de insensibilização.
Dos 100 animais observados, 12% dos animais deslizaram durante o trajeto que ia dos
currais de espera até o box de insensibilização durante a coleta de dados realizada após o
treinamento. Não houve deslizes de animais no Setor A e no Setor B, porém 2% dos animais
deslizaram Setor C, 3% dos animais deslizaram no Setor D, 2% dos animais deslizaram no
Setor E, 2% dos animais deslizaram no Setor F e 3% dos animais deslizaram no setor G. Os
deslizamentos que ocorreram no Setor C e Setor D foram ocasionados por acúmulo de água e
fezes no piso do chuveiro e no corredor após o chuveiro. Já os deslizamentos ocorridos no
Setor E foram ocasionados pelo acúmulo de água no piso da rampa que dava acesso ao box de
insensibilização. Essa água era proveniente do segundo banho de aspersão que ficava
localizado no final da seringa. Os deslizamentos ocorridos no Setor F eram provenientes da
água acumulada no piso, pois era nesse setor que ficava o segundo banho de aspersão. Os
deslizamentos ocorridos dentro do box de insensibilização, ou Setor G, também foram
causados por acúmulo de água no piso.
82
Dos 100 animais observados durante o manejo, 14% caíram durante o trajeto que ia dos
currais até o box de insensibilização. Nenhum animal caiu no Setor A, Setor B e Setor E,
porém 1% dos animais caiu no Setor C, sendo essa queda ocasionada por acúmulo de água
que havia no piso do setor do banho de aspersão. No Setor D caíram 2% dos animais. Essas
quedas provavelmente foram ocasionadas pelo acúmulo de água e fezes que havia no piso do
corredor existente após o chuveiro. No Setor F caíram 4% dos animais. Era nesse setor onde
se encontrava o segundo banho de aspersão e no seu piso havia acúmulo de água. No Setor G
caíram 7% dos animais devido, provavelmente, ao acumulo de água existente no piso do box
de insensibilização, sendo essa água proveniente do segundo banho de aspersão. A agitação
dos animais e a idade avançada de alguns animais também podem ter influenciado nas quedas.
Dos 100 animais observados durante a coleta de dados realizada após o treinamento,
16% vocalizaram ao longo do trajeto que iniciava nos currais e finalizava no box de
insensibilização. Nenhum animal vocalizou no Setor A, porém 1% dos animais vocalizou no
Setor B, logo após sair dos currais de espera e provavelmente foi ocasionada pelo uso do
bastão elétrico. Dois por cento dos animais vocalizaram no Setor C, onde ocorria o primeiro
banho de aspersão. Essas vocalizações ocorreram, provavelmente, devido ao uso abusivo do
bastão elétrico durante o banho. Já no Setor D 1% dos animais vocalizou. Essa vocalização foi
ocasionada, provavelmente, pelas agressões físicas ou pelo uso do bastão elétrico após o
banho de aspersão. Essa vocalização também pode ter sido influenciada pelos deslizes e
quedas que ocorreram nesse local. No Setor E, onde iniciava a rampa de acesso ao box de
insensibilização, 1% dos animais vocalizou, sendo ocasionada devido ao uso de bastão
elétrico, devido a deslizamentos ou devido a quedas ocorridas naquele local. Seis por cento
dos animais vocalizaram no Setor F, local onde se encontrava o segundo banho de aspersão.
Provavelmente foram ocasionadas devido ao uso de bastão elétrico, deslizes ou quedas
ocorridas naquele local e devido ao fato dos animais ficarem parados esperando para entrar no
box de insensibilização e assim ficando agitados. No Setor G 4% dos animais vocalizaram e
aconteceram durante o período que os animais ficavam esperando dentro do box de
insensibilização. No Setor H, que era o local onde se encontrava a praia de vomito, 1% dos
animais vocalizou e provavelmente aconteceu devido à má insensibilização do animal, devido
ao choque que o funcionário dava nos animais após insensibilizados que pode ter feito com
que esse animal voltasse à consciência, ou devido à longa espera entre a insensibilização e a
sangria.
83
Durante a coleta de dados realizada após o treinamento, observou-se que o bastão
elétrico foi utilizado 268 vezes em um lote de 100. O bastão elétrico não foi utilizado quando
o manejador retirava os animais dos currais de observação no Setor A, porém foi utilizado em
18% dos animais no Setor B para fazer com que os animais avançassem pelo corredor que
ficava entre os currais e o banho de aspersão. O bastão elétrico foi utilizado em 19% dos
animais no Setor C, para fazer com que os animais saíssem do chuveiro e para fazer os
animais que caíram se levantar. No Setor D, o bastão elétrico foi utilizado em 16% dos
animais. Foi utilizado para fazer os animais que caíram no corredor após o chuveiro se
levantar, para fazer com que os animais entrassem no início da seringa e foi utilizado nos
animais que tentavam voltar para dentro do banho de aspersão. No início da seringa, ou Setor
E, o bastão elétrico foi utilizado em 75% dos animais no intuito de fazê-los avançar pelo
trajeto do inicio da rampa de acesso ao box de insensibilização, em animais que mesmo
dentro do corredor tentavam retornar para o chuveiro. O bastão elétrico foi utilizado no Setor
F em 92% dos animais para fazer com que os mesmos fossem em direção ao box de
insensibilização, para fazê-los levantar após caírem durante o segundo banho de aspersão. No
Setor G o bastão elétrico foi utilizado em 48% dos animais de forma inconsequente para
testar, segundo o funcionário, a eficiência da insensibilização.
Durante a coleta de dados realizada após o treinamento, nenhum dos 100 animais
observados caiu nos buracos que existiam no trajeto entre os currais de observação e o box de
insensibilização.
Dos 100 animais observados nesta coleta de dados, 76% levaram mais de um disparo da
pistola pneumática. Isso ocorreu devido aos problemas de regulagem do equipamento.
Dos 100 animais observados durante a coleta de dados realizada após o treinamento,
14% dos animais movimentaram os membros dianteiros e 1% dos animais apresentou
movimentos oculares após a insensibilização e antes da realização a sangria. Esses
movimentos dos membros dianteiros e oculares demonstraram que os animais ainda
apresentavam consciência e isso ocorreu, provavelmente, devido aos problemas de regulagem
da pistola pneumática, ao mau posicionamento da pistola na cabeça do animal na hora da
insensibilização, ao choque dado após a insensibilização e a demora em realizar a sangria.
Durante a coleta de dados realizada após o treinamento, nenhum animal apresentou
movimentos oculares durante a sangria, porém um animal apresentou movimentos dos
membros dianteiros, sendo ocasionado, provavelmente, devido à má insensibilização.
84
Tabela 3 – Valores obtidos durante a avaliação do manejo pré-abate realizada após do treinamento.
Setor Setor Setor Setor Setor Setor Setor Setor Setor Total
A B C D E F G H I
Animais açoitados durante o 22 26 0 10 2 12 28 - - 100
manejo
Animais que se jogaram 0 0 0 0 0 0 - - - 0
contra as cercas durante o
manejo
Animais que deslizaram 0 0 2 3 2 2 3 - - 12
durante o manejo
Animais que caíram durante 0 0 1 2 0 4 7 - - 14
o manejo
Animais que vocalizaram 0 1 2 1 1 6 4 1 0 16
durante o manejo
Animais que levaram choque 0 18 19 16 75 92 48 - - 268
durante o manejo
Animais que caíram em 0 0 0 0 0 0 - - - 0
buracos existentes durante o
manejo
Animais que levaram mais de - - - - - - 54 - - 54
um tiro da pistola pneumática
Animais que apresentaram - - - - - - - 14 - 14
movimento dos membros
dianteiros antes sangria
Animais que apresentaram - - - - - - - 1 - 1
reflexos e movimentos
oculares antes sangria
Animais que apresentaram - - - - - - - - 0 0
reflexos e movimentos
oculares após sangria
Animais que apresentaram - - - - - - - - 1 1
movimento dos membros
dianteiros após sangria
85
Sete por cento das meias carcaças receberam escore 6, pois apresentavam uma contusão
séria em 3 locais da meia carcaça traseira bovina. Normalmente eram dois hematomas na
região da alcatra e um hematoma na região do coxão duro. Seis por cento das carcaças
receberam escore 1. Os hematomas dessas meias carcaças estavam localizados na região
próxima da região pélvica que é composto pelos cortes coxão duro, coxão mole, lagarto e
patinho.
Três por cento das meias carcaças receberam escore 7, pois haviam uma contusão séria
em um dos 3 locais do quarto traseiro e uma contusão séria no dianteiro e sempre com a
presença de hematomas na região onde se encontra a alcatra.
Viu-se também, que 2% das meias carcaças apresentavam hematomas de grande
relevância em um local do quarto dianteiro e em dois locais do quarto traseiro, recebendo
assim escore 8. Dessas meias carcaças com escore 8, as contusões no quarto traseiro se
encontravam na região da pelve, ou seja, região onde se encontra a alcatra, na região próxima
a pelve, na região da pá e pescoço no quarto dianteiro.
Observou-se que 2% das meias carcaças apresentavam contusões sérias na região do
contrafilé, recebendo assim, escore 3.
Um por cento das meias carcaças receberam escore 4, pois havia uma contusão séria no
dianteiro, sendo estes na região composta pelo corte denominado pá ou no corte denominado
peito.
Um por cento das meias carcaças receberam escore 9, pois as contusões sérias estavam
presentes em um ponto do quarto dianteiro e em 3 pontos do quarto traseiro. Dessas meias
carcaças com escore 9, as contusões sérias no quarto dianteiro localizavam-se na região da pá
ou peito e na região do contrafilé, na região da pelve e próximo à pelve no quarto traseiro.
Nesta segunda avaliação de carcaças, feita após treinamentos, observou-se que houve
um aumento dos hematomas na região pélvica e região próxima a região pélvica e uma
considerável diminuição de hematomas em outras localizações das carcaças, como o
dianteiro. A maioria das contusões continuava sendo na região pélvica e, provavelmente como
na primeira avaliação, o transporte pode ter sido o responsável por essa grande quantidade de
hematomas nesta região. As contusões do dianteiro na região do peito e região da pá podem
ter sido causadas por agressões físicas provenientes dos funcionários ou devido ao transporte,
pois havia vários animais idosos e eles podem ter sido pisoteados por animais mais jovens
durante o transporte, durante o período de espera nos currais e durante o manejo.
86
Localização dos hematomas na carcaça após treinamento
3% 2% 1%
Escore 1
6% Escore 2
7%
escore 3
Escore 4
Escore 5
27%
Escore 6
51%
Escore 7
Escore 8
1% Escore 9
2%
87
foram flagrados agredindo os animais com o bastão da bandeirola usada no treinamento a qual
foi quebrada pelos mesmos. Essa bandeirola danificada foi retirada imediatamente dos
funcionários assim que foram flagrados agredindo os animais com a mesma, porém suspeita-
se que no dia que foram avaliadas as carcaças, os funcionários possam ter usado as outras
bandeirolas cedidas pela pesquisadora para agredir os animais durante o manejo. Podem ser
também originários das porteiras “tipo guilhotinas”, principalmente se forem na região do
contrafilé.
Os hematomas com diâmetro entre 11 e 15 cm, diâmetro entre 16 e 20 cm e diâmetro
entre 20 e 25 cm podem ser originários do transporte ou até mesmo do período de estadia nos
currais no estabelecimento. Esses hematomas, como explicado anteriormente, normalmente
ocorrem quando animais pisam um nos outros e isso acontece muito durante o transporte e
nos currais de espera. Houve uma redução dos hematomas com que receberam escore 2,
escore 3 e escore 4 e um aumento dos hematomas que receberam escore 1 e escore 5, quando
comparados com os resultados da primeira avaliação de tamanhos de hematomas das
carcaças. O aumento de hematomas com escore 1 podem ser originárias de agressões físicas
causadas pelo uso indevido do cabo das bandeirolas. O aumento de hematomas com escore 5
podem ser devido ao fato dos animais idosos terem sido pisoteados por animais mais jovens.
Durante essa segunda coleta de dados, a quantidade de animais idosos nos lotes a serem
abatidos era muito grande.
Tamanho 1
14% 32% Tamanho 2
Tamanho 3
Tamanho 4
45% tamanho 5
Gráfico 6 – Classificação das contusões em relação ao seu tamanho. Hematomas que mediam
entre 1 a 5 centímetros. Tamanho 2: hematomas que mediam entre 6 e 10 centímetros. Tamanho
3: hematomas que mediam entre 11 e 15 centímetros. Tamanho 4: hematomas que mediam entre
16 e 20 centímetros. Tamanho 5: hematomas que mediam mais de 21 centímetros.
88
A porcentagem da classificação das contusões em relação a sua coloração é apresentada
no Gráfico 7. Em relação à coloração dos hematomas, verificou-se que 76% dos 274
hematomas contabilizados receberam escore 1 (coloração vermelho/azulado ou púrpuro), o
que indica que foram feitos em menos de 24 horas. Vinte e dois por cento dos hematomas
receberam escore 2 (coloração marrom para púrpuro escuro), indicando 1-2 dias de idade.
Dois por cento dos hematomas receberam escore 3 (coloração verde para marrom), indicando
3-5 dias de idade.
Devido as suas colorações, nota-se que a maior parte desses hematomas foram feitos
durante o manejo pré-abate, pois foram feitos em menos de 24 horas. Os hematomas com
escore 2 podem ser originários do momento em que o gado foi reunido no curral para
embarque, durante o embarque ou transporte. Os hematomas com escore 3 podem ser
originários do momento em que o gado foi reunido no curral para embarque, pois não se sabe
quanto tempo esses animais esperaram para serem embarcados quando ainda estavam nas
propriedades rurais, como também podem ser originários do manejo animal habitual da
propriedade rural.
Quando realizado a segunda avaliação, o frigorífico continuava trabalhando com
sistema de marchante, então os animais continuavam sendo transportados em pequenas
quantidades ou sozinhos dentro do caminhão e sem restrições devido a suas idades.
89
Coloração dos hematomas das carcaças após o treinamento
2% 0%0%
Escore 1
22%
Escore 2
Escore 3
Escore 4
76%
Escore 5
Gráfico 7 – Classificação das contusões em relação a sua coloração. Escore 1: hematomas que
possuíam coloração vermelho/azulado ou púrpura, indicando que foram feitas em menos de um
dia. Escore 2: hematomas que possuíam coloração marrom para púrpuro escuro, indicando que
foram feitas entre 1 e 2 dias. Escore 3: hematomas que possuíam coloração verde para marrom,
indicando entre 3 e 5 dias. Escore 4: hematomas com coloração amarela e com efeito exsudativo,
indicando entre 5 e 7 dias. Escore 5: hematomas com coloração entre amarelo e marrom e com
efeito exsudativo, indicando mais de uma semana.
Entre as 100 carcaças avaliadas, foram contabilizadas 48 contusões causadas por uso de
bastão elétrico distribuídas em várias regiões, porém sendo mais comum na área da região
pélvica ou próxima desta. Já eram aguardadas essas contusões, pois o bastão elétrico foi
novamente utilizado indevidamente e de forma excessiva pelos funcionários do curral. Das
100 carcaças avaliadas, apenas 8 não apresentaram nenhum hematoma.
Os hematomas retirados das carcaças pela produção foram separados e pesados
posteriormente em balança industrial contida no estabelecimento onde foi realizado o estudo.
Foram retirados 37,6 kg de hematomas, dando uma média de 0,376 kg por carcaça. No
entanto, cabe salientar que o peso de carne retirada devido aos hematomas deveria ser maior,
já que o toalete foi realizado pela produção e devido aos interesses financeiros da empresa e
dos marchantes que contratam seus serviços, continuava sendo realizado de forma
insatisfatória.
90
4.10 Valores de pH obtidos após o treinamento
Assim como na primeira avaliação, foi realizada a medição do pH de 100 carcaças após
24 horas do abate. O pH foi medido no músculo longíssimus dorsi, preferencialmente entre a
décima e décima primeira costela das meias carcaças.
Os valores de pH das carcaças, que foram medidos após o treinamento, são
apresentados no Gráfico 8. Das 100 carcaças avaliadas, 4% apresentaram pH 5,7, 5%
apresentaram pH 5,8, 6% apresentaram pH 5,9, 11% apresentaram pH 6,0, 13% apresentaram
pH 6,1, 17% apresentaram pH 6,2, 28% apresentaram pH 6,3 e 17% apresentaram pH 6,4.
No dia que antecedeu o dia em que foram retirados os pHs das carcaças, foram abatidos
muitos animais idosos e, como comentado antes, houve excesso de uso de bastão elétrico e
foram desrespeitados alguns dos conceitos de bem-estar animal durante o manejo pré-abate.
Valores elevados de pH já eram esperados, porém não se esperava que 85% das carcaças
apresentaram valores acima de 6,0.
28% pH 6,1
13%
pH 6,2
17% pH 6,3
pH 6,4
4.11 Comparativo entre os resultados obtidos nas avaliações realizadas antes e após
treinamento
Os resultados dos animais açoitados no curral antes e após treinamento são apresentados
no Gráfico 9. Nota-se que houve aumento no número de animais açoitados no curral após
treinamento. O funcionário responsável pelo setor dos currais e por manejar os animais dentro
dos currais demonstrava possuir um perfil agressivo, pois o mesmo foi flagrado utilizando
91
pedaços de madeira para açoitar os animais e também orientava os funcionários do setor a
fazer o mesmo. Na Figura 26, tem-se um dos funcionários do curral manejando gado com um
ferrão. Na imagem ele não estava agredindo o animal, mas esse ato foi presenciado durante o
estudo.
22
19
Gráfico 9 – Quantidade de animais açoitados no curral, antes e após o treinamento, em um lote de 100
animais.
Figura 26 – Imagem do funcionário usando ferrão dentro do curral para manejar o gado.
92
Animais que "se jogaram" contra cercas e porteiras durante o manejo
Gráfico 10 – Quantidade de animais que se jogaram contra cercas e porteiras, antes e após o treinamento,
em um lote de 100 animais.
Gráfico 11 – Quantidade de animais que caíram no corredor antes do chuveiro, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
93
distrações aos animais. Uma vez distraídos, eles irão se negar em seguir em frente. Outro
agravante era o fato do corredor não ser curvo. Segundo Grandin (1998), quando o animal é
manejado em currais com corredores curvos com voltas de 180°, ele tem a sensação de estar
voltando para o local de onde saiu e caminha calmamente pelo trajeto.
Esses fatores podem ter influenciado no comportamento do animal e devido a esse
comportamento, os funcionários, que não possuem perfil para trabalhar com manejo,
excederam-se nas agressões. Após o treinamento houve um aumento de animais açoitados no
corredor existente antes do chuveiro. Esse aumento foi causado devido à relutância dos
funcionários em aceitarem a trabalhar usando as regras de manejo racional.
26
20
Gráfico 12 – Quantidade de animais que foram açoitados no corredor ante do chuveiro, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
94
Animais que foram estimulados elétricamente no corredor
antes do chuveiro
22
18
Gráfico 13 – Quantidade de animais que foram estimulados elétricamente no corredor antes do chuveiro,
antes e após o treinamento, em um lote de 100 animais.
1 1
Gráfico 14 – Quantidade de animais que vocalizaram no corredor antes do chuveiro, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
19
Gráfico 15 – Quantidade de animais que foram estimulados eletricamente durante o banho de aspersão,
antes e após o treinamento, em um lote de 100 animais.
Gráfico 16 – Quantidade de animais que caíram durante o banho de aspersão, antes e após o treinamento,
em um lote de 100 animais.
Gráfico 17 – Quantidade de animais que deslizaram durante o banho de aspersão, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
2
1
Gráfico 18 – Quantidade de animais que vocalizaram durante o banho de aspersão, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
10
Gráfico 19 – Animais açoitados após o banho de aspersão antes e após o treinamento, em um lote de 100
animais.
98
Animais estimulados eletricamente após sairem do banho de
aspersão
48
16
Gráfico 20 – Animais estimulados eletricamente no corredor após o banho de aspersão, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
Gráfico 21 – Quantidade de animais que caíram após saírem do banho de aspersão, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
3
2
Gráfico 22 – Quantidade de animais que deslizaram após saírem do banho de aspersão, antes e após o
treinamento, em um lote de 100 animais.
Gráfico 23 – Animais que vocalizaram após saírem do banho de aspersão, antes e após o treinamento, em
um lote de 100 animais.
100
O Gráfico 24 apresenta a quantidade de animais que levaram choque no início da
seringa durante as coletas de dados realizadas antes e após o treinamento. Para realização
desse estudo, como foi explicado anteriormente, a seringa foi dividida em dois setores, sendo
denominados: início da seringa, que era composta de uma rampa com inclinação com ângulo
de inclinação menor que 20°, com suas laterais abertas e piso antiderrapante; e final da
seringa, que se encontra antes do box de insensibilização e onde havia um segundo banho de
aspersão.
Quando observa-se os resultados obtidos na coleta realizada antes e após o treinamento,
percebe-se que houve um aumento de 1.400% de utilização do uso do bastão elétrico em
animais durante o manejo no início da seringa. Ao comparar esses resultados com os
parâmetros indicados por Grandin (1999k) para avaliar o manejo na rampa de acesso ao box
de insensibilização, ou seja, na seringa, nota-se que o manejo obteve resultado considerado
aceitável antes do treinamento, mas obteve um resultado considerado como problema sério
após o treinamento, pois o bastão foi utilizado em 75% do lote de 100 animais. Esse valor
exorbitante obtido na segunda coleta de dados deve-se: ao fato de terem muitos animais
velhos no lote avaliado que não conseguiam subir facilmente a rampa de acesso ao box de
insensibilização; ao fato de terem animais da raça nelore e machos no lote; ao fato da rampa
de acesso ao box de insensibilização não ser curva e com as laterais totalmente fechadas e ao
fato do funcionário que era responsável por ficar nessa parte do trajeto demostrar ser uma
pessoa intolerante e com dificuldades em aceitar trabalhar utilizando os conceitos de manejo
racional. Esse funcionário foi flagrado utilizando o bastão elétrico em animais que
apresentavam estar tranquilos apenas para afrontar a pesquisadora e sua equipe. É importante
ressaltar que esses animais foram estimulados eletricamente logo após saírem do banho de
aspersão. Esse fato pode ter influenciado no pH final das carcaças.
101
Animais estimulados eletricamente no início da seringa
75
Gráfico 24 – Animais que estimulados eletricamente no início da seringa em lotes de 100 animais
avaliados antes e após o treinamento.
17
Gráfico 25 – Animais açoitados no início da seringa em lote de 100 animais observados antes e após o
treinamento.
102
Animais que sofreram queda no início da seringa
Gráfico 26 – Animais que sofreram queda no início da seringa em lotes de 100 animais avaliados antes e
após o treinamento.
Figura 27 – Quantidade de animais que deslizaram no início da seringa em lotes de 100 animais
avaliados antes e após o treinamento.
1 1
Gráfico 28 - Quantidade de animais que vocalizaram no início da seringa em lotes de 100 animais
avaliados antes e após o treinamento.
104
Animais açoitados no final da seringa
12
Gráfico 29 – Quantidade de animais açoitados no final da seringa em lotes de 100 animais avaliados
antes do treinamento e após o treinamento.
105
Animais estimulados eletricamente no final da seringa
92
89
Gráfico 30– Quantidade de animais estimulados eletricamente no final da seringa em lotes de 100 animais
avaliados antes do treinamento e após o treinamento.
Gráfico 31 – Quantidade de animais que deslizaram no final da seringa em lotes de 100 animais avaliados
antes e após o treinamento.
106
avaliar o manejo na rampa de acesso ao box de insensibilização, observa-se que antes do
treinamento a empresa apresentava um problema sério de manejo nessa parte do setor e que
após o treinamento a quantidade de quedas continuava sendo inaceitável. Essas quedas foram
ocasionadas por causa do acúmulo de água no piso e pela idade avançada dos animais. Os
animais que caíram no final da seringa, antes de entrarem no box de insensibilização foram
pisoteados por outros animais e esse acontecimento pode ser o causador de alguns dos
hematomas observados nas carcaças na região pélvica e próxima a região pélvica.
Gráfico 32 – Quantidade de animais que caíram no final da seringa em lotes de 100 animais avaliados
antes e após o treinamento.
107
Animais que vocalizaram no final da seringa
11
Gráfico 33 – Quantidade de animais que vocalizaram no final da seringa em lotes de 100 animais
observados antes e após o treinamento.
28
Gráfico 34– Quantidade de animais açoitados dentro do box de insensibilização em lotes de 100 animais
observados antes e após o treinamento.
Gráfico 35– Quantidade de animais que caíram dentro do box de insensibilização em lotes de 100
animais avaliados antes e após o treinamento.
Gráfico 36 – Quantidade de animais que deslizaram dentro do box de insensibilização em lotes de 100
animais avaliados antes do treinamento e após o treinamento.
109
No Gráfico 37, é apresentada a quantidade de animais que vocalizaram dentro do box
de insensibilização durante a coleta de dados realizada antes e após o treinamento. Não há
critérios para avaliar as vocalizações dentro do box de insensibilização, então foi realizada
uma comparação com os critérios indicados por Grandin (1999k) para avaliar as vocalizações
durante o manejo do gado na rampa de acesso ao box de insensibilização. Quando realizada
essa comparação, nota-se que antes do treinamento o manejo apresentou 8% de vocalizações
em um lote de 100 animais e após o treinamento apresentou 4% de vocalizações em um lote
de 100 animais, níveis inaceitáveis de vocalizações em relação ao bem-estar animal.
Gráfico 37– Quantidade de animais que vocalizaram dentro do box de insensibilização em lotes com 100
animais avaliados antes do treinamento e após o treinamento.
110
Animais que levaram mais de um disparo da pistola pneumática no
momento da insensibilização
76
54
Gráfico 38 – Quantidade de animais que levaram mais de um disparo da pistola pneumática no momento
da insensibilização em lotes de 100 animais avaliados antes e após o treinamento.
48
14
Gráfico 40 – Quantidade de animais que apresentaram consciência através de contrações dos membros
dianteiros em lotes de 100 animais avaliados antes e após o treinamento.
Gráfico 41 – Quantidade de animais que vocalizaram antes da sangria em lotes de 100 animais avaliados
antes de após a sangria.
113
Animais que aparentaram reflexos e movimentos
oculares antes da sangria
Gráfico 42 – Quantidade de animais que aparentaram reflexos e movimentos oculares antes da sangria
em lotes de 100 animais avaliados antes e após o treinamento.
Observando os resultados dos Gráficos 40, 41 e 42, pode-se supor que o procedimento
de insensibilização não era plenamente eficiente, pois houve vários indícios de parcial
consciência nos animais que foram avaliados no momento que antecede a sangria.
No Gráfico 43, é apresentada a quantidade de animais que apresentaram consciência
após sangria, através de vocalizações, durante a coleta de dados realizada antes do
treinamento e após o treinamento. Como citado anteriormente, os critérios indicados por
Grandin (1999k) avaliam a eficiência da insensibilização na calha de sangria. São observados
se há vocalizações, reflexos e movimentos oculares e movimentos dos membros dianteiros.
Em um lote com 100 animais, para considerar o processo de insensibilização excelente,
apenas 0,1 animal poderia apresentar sinais de consciência e para ser considerado aceitável,
0,2 animal poderia apresentar sinais de consciência. Com relação às vocalizações, pode-se
dizer que a insensibilização foi eficiente, pois as mesmas não ocorreram após a sangria.
0 0
Gráfico 43 – Quantidade de animais que vocalizaram após a sangria em lotes de 100 animais avaliados
antes e após o treinamento.
114
sinais de consciência e para ser considerado aceitável, 0,2 animal poderia apresentar sinais de
consciência. Ao comparar os valores obtidos durante as coletas realizadas antes do
treinamento e após o treinamento com os critérios indicados por Grandin (1999k) para avaliar
a o processo de insensibilização na calha de sangria, observa-se que antes do treinamento
obteve-se valores excelentes, porém após o treinamento um animal apresentou sinais de
consciência, o que torna o processo de insensibilização ineficiente.
Gráfico 44 – Quantidade de animais que apresentaram movimentos dos membros dianteiros após a
sangria em lotes de 100 animais avaliados antes e após o treinamento.
0 0
115
Observando os resultados dos Gráficos 43, 44 e 45, pode-se supor que o procedimento
de insensibilização era ineficiente, pois houve indícios de consciência em um animal do lote
de 100 animais que foram avaliados na calha de sangria. Outro grave incidente é o fato do
funcionário encarregado pela sangria também realizar o início da esfola, que seria a o corte
das patas dianteiras, quando o animal ainda estava na calha de sangria, o que pode contribuir
para a desconformidade encontrada.
116
6 CONCLUSÃO
A empresa não é responsável pela compra de gado e por isso não pode ser
responsabilizada pela qualidade dos bovinos abatidos e nem pelo transporte realizado da
propriedade rural até o estabelecimento, pois esses são de responsabilidade dos marchantes
que contratam os seus serviços. No entanto, é responsável pela contratação e treinamento dos
funcionários responsáveis pelo manejo e abate do gado e responsável pelas suas edificações.
Os resultados desta pesquisa indicaram que de nada adiantará treinar os funcionários em
relação ao manejo racional do gado se os seus superiores e os funcionários responsáveis por
monitorar as operações realizadas por eles não se comprometerem com os conceitos de bem-
estar animal que devem ser respeitados na hora do abate dos animais. Para melhorar a
qualidade final da carne e sanar os problemas relacionados ao bem-estar animal, a empresa
deve investir na conscientização e qualificação dos seus funcionários, resolver os problemas
estruturais identificados no curral e na rampa de acesso ao box de insensibilização e,
principalmente, se comprometer com o tema, pois assim terá credibilidade para futuras
cobranças, tanto da parte dela em relação aos funcionários, como das possíveis cobranças
feitas por órgãos de inspeção.
117
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123
ANEXO A – CHECK LIST BASEADO NOS CONCEITOS DE BEM-ESTAR ANIMAL
124
AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DO CURRAL E SEUS EQUIPAMENTOS:
C NC
Dispõem de currais cobertos.
Presença de curral de chegada.
Presença de curral de observação.
Curral de observação afastado em 3 metros.
Presença de curral de matança.
Iluminação adequada.
Piso pavimentado.
Piso com declive de 2%.
Cercas duplas com 2m de altura.
Espaço de 30 cm entre as barras das cercas do curral.
Cercas sem cantos vivos ou proeminências.
Cordão sanitário com 30 cm ao longo e sob as cercas.
Comedouros.
Bebedouros.
Água para lavagem de piso com pressão de 3 atm.
Corredor central.
Plataforma elevada.
Porteira com a mesma largura do corredor central.
Área de 2,5 m² por bovino.
Identificação do curral de observação.
Matadouro Sanitário.
Departamento de necropsia.
Área coberta.
Corredor curvo para acesso a seringa.
Paredes dos corredores fechadas.
Passarela para funcionários na parte interna da curva do corredor.
Piso antiderrapante.
C= Conforme; CN= Não conforme.
125
o DESCANSO E DIETA HÍDRICA
C NC
Animais sendo abatidos sem permanecer pelo menos 24 (vinte e quatro) horas em descanso,
jejum e dieta hídrica nos currais de estabelecimentos. (Animais que viajaram por mais de 2 horas)
Período reduzido para 6 horas quando a viagem do local de origem até o frigorífico é inferior a 2 horas.
Presença de equipamentos e métodos impróprios que proporcionam excitação, estresse e contusão.
Presença de transtornos que impedem o movimento natural do animal, como reflexo da água no piso,
brilho de metais e ruídos de alta frequência.
Mistura de lotes de origens diferentes.
C= Conforme; CN= Não conforme.
o BANHO DE ASPERSÃO
C NC
Piso antiderrapante.
Afunilamento final da rampa de acesso (seringa).
Passagem por chuveiro.
A água com pressão não inferior a 3 atmosferas (3,03 Kgf/cm2).
Seringa simples ou dupla , até o boxe de atordoamento em forma "V".
Utilização do bastão elétrico para conduzir os animais.
o INSENSIBILIZAÇÃO
o TIPO DE ABATE
C NC
Método kasher com uso de faca específica para degola judaica.
Uso de pistola pneumática.
Uso de martelo pneumático não penetrante.
Arma de fogo.
Pistola pneumática de penetração com injeção de ar.
Pistola de dardo cativo acionada por cartucho de explosão.
Corte da medula ou choupeamento.
Eletronarcose.
Processo químico.
Funcionário treinado para promover a insensibilização.
É (são) sempre o(s) mesmo(s) funcionário(s)?
C= Conforme; CN= Não conforme.
126
o SANGRIA
C NC
Operação de sangria deve ser iniciada logo após a insensibilização do animal.
Operações de mutilação são realizadas após a sangria enquanto ocorre o escoamento do sangue.
Os animais apresenta respiração rítmica.
Ocorrem vocalizações dos animais enquanto pendurado no trilho durante sangria.
Animais reflexos oculares em resposta ao toque.
Animais apresentam palpitações.
Animais apresentam eretos e com a cabeça solta.
Animais não apresentam movimentos dos membros.
Animais apresentam língua pendida para baixo.
C= Conforme; CN= Não conforme.
127
ANEXO B – CHECK LIST PARA AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DE ANIMAIS
N N
NC C
Animal escorregou durante o manejo.
Animal encostou alguma parte do corpo no chão durante o manejo devido a escorregões.
Animal sofreu queda durante manejo.
Animal vocalizou durante manejo (após sair do curral).
Animal excitou-se devido presença de sombras.
Animal excitou-se devido presença de brilho causado por poças de água ou algum metal.
Animal foi açoitado durante manejo.
Animal sofreu uso do bastão elétrico.
Animal chocou-se com a estrutura do curral durante manejo.
Animal chocou-se contra equipamentos durante o manejo.
Animal não foi insensibilizado na primeira tentativa.
Animal apresentou respiração rítmica após sangria.
Animal vocalizou enquanto pendurado no trilho durante sangria.
Animal apresentou reflexos oculares em resposta ao toque após efetuada operação de sangria.
Animal apresentou palpitação após sangria.
Animal manteve-se ereto e com a cabeça solta após sangria.
Animal não apresentou movimentos dos membros após sangria.
Animal manteve a língua pendida para baixo após sangria.
C= Conforme; CN= Não conforme.
128
ANEXO C – CHECK LIST BASEIADO NA IN n°3 DE 2000 DO MAPA
C NC
Possuí instalações apropriadas para o desembarque de animais dos meios de transporte.
Os animais são descarregados o mais rapidamente possível após a chegada.
Em caso de espera, os animais são protegidos contra condições climáticas extremas e beneficiados de uma ventilação adequada.
Separação em local adequado de animais que corram o risco de se ferirem mutuamente devido à espécie, sexo, idade ou origem.
Os animais acidentados durante transporte ou à chegada ao estabelecimento de abate são submetidos à matança de emergência.
O animal é transportado e não arrastado para o abate emergencial para evitar sofrimento inútil.
Durante a recepção os animais não são acuados, excitados ou maltratados.
Manejo sem agressão física (agredi-los, erguê-los pelas patas, chifres, pelos, orelhas ou cauda, ocasionando dores ou sofrimento).
Os bretes e corredores por onde os animais são encaminhados são concebidos de modo a reduzir ao mínimo os riscos de ferimentos
e estresse.
Os dispositivos produtores de descargas elétricas são usados apenas em caráter excepcional em animais que recusam mover-se e com
tempo máximo de dois segundos.
Utilização de descarga elétrica apenas nos membros e com voltagem específica.
Animais mantidos nos currais com água limpa e abundante.
Animais mantidos nos currais por mais de 24 horas recebem alimentação em quantidade moderada e com intervalos adequados.
Mistura de lotes de diferentes origens.
C= Conforme; CN= Não conforme.
C NC
Os animais são imediatamente conduzidos ao equipamento de insensibilização logo após a contenção.
Os animais são colocados no recinto de insensibilização apenas quando o responsável pela operação esta presente.
Operador do equipamento de sensibilização é devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
129
MÉTODOS DE INSENSIBILIZAÇÃO PARA O ABATE HUMANITÁRIO
Método mecânico
o Percussivo penetrativo
C NC
A pistola é posicionada pelo operador de modo a assegurar que o dardo penetre no córtex cerebral, através da região frontal.
Animais são colocados no recinto de insensibilização sem o responsável pela operação.
Ocorre a imobilização da cabeça do animal sem a presença do magarefe que efetua a insensibilização.
Operador de equipamento de insensibilização devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
C NC
A pistola é posicionada pelo operador de modo a assegurar que o dardo penetre no córtex cerebral, através da região frontal.
Animais são colocados no recinto de insensibilização sem o responsável pela operação.
Ocorre a imobilização da cabeça do animal sem a presença do magarefe que efetua a insensibilização.
Operador de equipamento de insensibilização devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
SANGRIA
C NC
A operação de sangria é iniciada logo após a insensibilização do animal.
Após a seção dos grandes vasos do pescoço, não são realizadas, na calha de sangria, operações que envolvam mutilações, até
que o sangue escoe o máximo possível.
Colaborador responsável pela sangria devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
130
ANEXO D - AVALIAÇÃO DE HEMATOMAS EM CARCAÇAS
1. CARCAÇA NÚMERO:___________
2. LOCALIZAÇÃO DO HEMATOMA NA CARCAÇA:
131
ANEXO E
133
MANEJO RACIONAL NO PRÉ-ABATE DE BOVINOS
Durante essa atividade e, também, nas outras que ocorrerão até o momento do abate,
vários acontecimentos, como agressões físicas e quedas, podem deixar os animais estressados,
influenciando diretamente na qualidade final da carne.
Por isso, o manejo racional no pré-abate de bovinos tem como objetivo, através dos
conceitos de bem-estar animal, minimizar as causas do estresse.
Você que trabalha diretamente com o gado pode minimizar esse sofrimento, sabia? E
se você usar as técnicas certas de manejo racional de bovinos, seu trabalho ficará fácil de ser
realizado.
A primeira coisa que você tem que fazer, é manter a calma! Quando estamos bravos,
irritados e vamos trabalhar com o gado, perdemos a paciência facilmente e fazemos muita
coisa errada. Um exemplo é quando se começa a gritar com o animal começa a agredi-lo
fisicamente. Você se sente bem ao ser xingado, ouvir gritos ou ser agredido fisicamente? Não!
O boi também não. O animal não sabe o que está acontecendo com você, e, provavelmente,
também não é o culpado por você ter chegado ao seu local de trabalho estressado. Essa atitude
agressiva, só lhe trará mais problemas, pois o animal ficará assustado e nervoso com seus
gritos. Por causa de situações de estresse os animais começam ver seus tratadores como
ameaças, e passam a ter reações agressivas, na tentativa de se auto-defender.
A segunda coisa é não fazer o seu serviço às pressas. Achamos que quando fazemos o
nosso serviço com o gado rapidamente estaremos ganhando tempo. Isso está completamente
errado! Quando tentamos apressar o animal ou forçamos a uma determinada situação, ele fica
134
estressado e acaba criando certa resistência para ser manejado. Então tente manejar o gado de
forma que ele troteie ao se movimentar. Manejando o gado calmamente, você e o animal não
ficarão estressados.
A terceira coisa a fazer é seguir algumas dicas de manejo racional que irá ajudá-lo a
trabalhar com o gado mais facilmente.
Dicas:
Gritos e barulhos: Quando for manejar o gado tente fazer essa atividade sem gritar.
Evite fazer barulhos, principalmente barulhos altos e irritantes. O gado possui uma
audição muito sensível e barulhos muito altos e irritantes podem estressá-los. Um grito
estridente na orelha do animal causa nele o mesmo estresse que um cutucão por bastão
elétrico ou ferrão. Se você falar calmamente e num tom agradável, acalmará o animal.
O gado pode diferenciar a voz humana do barulho de uma porteira ou de qualquer
outro barulho causado por equipamentos e infraestrutura do curral ou frigorífico.
Talvez a porteira batendo não assuste os animais, mas o barulho feito por uma moto
poderá assustá-los, deixando-os muito estressados.
Visão do animal: O gado possui seus olhos nas laterais da cabeça. Isso faz com que ele
tenha uma visão ampla de tudo que está ao seu redor. Eles examinam continuamente o
ambiente ao seu redor. Eles percebem facilmente movimentos ao seu redor.
Movimentos bruscos podem assustá-los, assim como contrastes entre escuro e claro. O
brilho intenso é estressante para o animal. A sombra é assustadora. Então caminhe
calmamente em direção ao animal e preste atenção nas sombras que os equipamentos e
a infraestrutura do curral ou frigorífico podem criar. Evite poças de água no trajeto que
o animal faz, pois elas podem refletir luz e assustar o gado.
Quando o animal, durante o manejo no curral, fica estressado ele ergue a cabeça e fica
em estado de alerta. Às vezes isso ocorre por causa de sombras ou brilhos intensos
presentes no trajeto. Quando isso acontecer, tente não empurrar, cutucar ou bater no
animal. O animal irá verificar o que está lhe assustando e prosseguirá. Isso levará
aproximadamente um minuto. Se você não deixar o animal verificar o local, ele se
135
assustará e sua tendência é retornar para o local de onde partiu. Evite também deixar
objetos estranhos no local onde o gado está sendo manejado.
Zona de fuga: Durante o manejo do gado, fique atento para a zona de fuga do animal.
Zona de fuga é uma área invisível que o animal cria em torno de si e na qual ele se
sente seguro. Quando o manejador invade essa área, o animal tende a escapar ou se
assustar. Quando o manejador anda próximo ao animal, mas não invade a zona de
fuga, o mesmo tende a se movimentar assim, evitando a aproximação do manejador. É
como se fosse uma forma de se proteger, pois o animal vê o manejador como uma
ameaça, um predador. Para o animal virar em uma direção, basta se posicionar na
altura da pata dianteira dele. Ou seja, para o animal virar para a direita, você deve se
posicionar na altura da para esquerda e sem invadir a zona de fuga. Você perceberá
que ele virará para a direita de uma forma tranquila. Para virar à esquerda, basta se
posicionar na altura da pata direita.
Quando o animal estiver na seringa e negando a se movimentar, caminhe em sua
direção lentamente. Vá de encontro a ele. Para o animal, ao fazer isso, você estará
invadindo a sua zona de fuga e sua tendência será ir em frente.
Uso de bandeirolas: As bandeirolas podem ser usadas para guiar os animais. Deve-se
usa-las de forma lenta e sem bater nos animais. Balance-a de forma suave ao longo do
corpo do animal para fazer com que ele caminhe e ao lado da cabeça para fazê-lo
virar. Lembre-se de não tocar o animal. Dependendo da intensidade do toque, ele pode
entender como uma agressão, ficando assustado e estressado.
As bandeirolas podem ser confeccionadas de plástico ou de tecido e devem ter um
varão de aproximadamente 2 metros.
Bastão elétrico: Ele causa dor, assusta e estressa o animal. É o último recurso a ser
usado no animal. Só deve ser usado depois de ter tentado a bandeirola ou outros
meios. Deve ser usado apenas no traseiro do animal e nunca dever ser usado em partes
sensíveis do animal como: reto, genitais, olhos, orelhas, nariz, úbere.
Usar apenas uma vez no animal. Você gosta de levar choques? Não, não é mesmo? O
animal também não gosta de levar choques.
136
Alimentação e água: Não deixe os animais passarem fome ou sede. No curral do
frigorífico, os animais devem ter acesso abundante à água, e só deverão ser
alimentados se a espera para abate passar de 24 horas. Os bebedouros devem estar
sempre limpos.
Lotes: Nunca misture lotes de animais de fazendas diferentes. Se o lote for muito
grande, não coloque todos os animais em um só curral. Divida em dois ou mais currais
se necessário. Quando o curral fica muito cheio ao ponto dos animais não conseguirem
se mexer direito, eles acabam se machucando e ficando estressados. Se um animal cair
dentro de um curral superlotado, ele será pisoteado pelos outros animais.
Lembre-se sempre:
Quando o animal fica agitado, ele leva aproximadamente 20 minutos para se acalmar.
Ele leva o mesmo tempo de aproximadamente 20 minutos para se acostumar com um
novo ambiente.
Nunca arraste, puxe pela pelagem, chifres, orelhas ou rabo o animal. Nunca cutuque
ou bata no animal com varões ou pedaços de madeira ou qualquer outro material.
137
Como reconhecer o medo nos animais?
Os animais demonstram alguns sinais quando estão com medo. Alguns deles são:
O gado quando está assustado costuma bater o rabo igual faz quando há moscas.
Quanto mais nervoso o animal está, maior a velocidade das batidas.
Quando apavorado, o animal ergue a cabeça e fica olhado para o que lhe causa medo.
A parte branca dos seus olhos fica visível.
Os animais quando assustados, apontam suas orelhas para o que está lhe causando
medo ou são colocadas para traz. Quando muito nervosos ou agressivos, colocam as
orelhas para baixo.
Um bom manejador deixa o gado examinar visualmente o trajeto que está fazendo.
Seja paciente.
138
ANEXO F
UBERABA, MG.
2014.
139
MANEJO RACIONAL DE BOVINOS NO MOMENTO PRÉ-ABATE.
140
APRESENTAÇÃO
Esse informe técnico tem como objetivo ajudar os profissionais da área frigorífica a
compreender os conceitos de bem-estar animal no manejo pré-abate de bovinos, a identificar
irregularidades em suas plantas frigoríficas que possam comprometer o bem-estar dos animais
e a avaliar o comportamento dos funcionários, animais e o manejo do gado.
141
SUMÁRIO
142
1 INTRODUÇÃO
Quando estudamos esses conceitos, vemos que muitos deles já eram usados pelas
pessoas mais antigas quando elas trabalhavam com o gado. Com o passar do tempo, o meio
científico percebeu a importância desses conceitos e notou que fatores como sexo, idade,
peso, ruídos, umidade, calor e o espaço disponível para cada animal durante o transporte e
durante o período de dieta hídrica exerciam influência direta sobre a qualidade final da carne.
Este informe técnico abordará a relação dos acontecimentos que antecedem o abate e
sua influência no comportamento do animal de uma forma que abranja todas as indústrias
frigoríficas independentemente do mercado para o qual atuam.
143
2 MANEJO PRÉ-ABATE
Para se ter uma manejo correto, deve-se separar os animais que serão embarcados com
antecedência e em lotes com proximidade de peso, idade e sexo. Deve-se evitar colocar dois
animais que se comportam como líderes no mesmo lote. Também evitar colocar animais com
grandes chifres no mesmo lote, pois eles podem interagir de forma agressiva e se
machucarem.
Não se deve usar o auxílio de cães, ferrões ou bastões elétricos no manejo dos animais
dentro do curral para encaminha-los para dentro do caminhão. Estes procedimentos causam
estresse aos animais. É aconselhado que se use bandeirolas para movimentá-los. As
bandeirolas são vistas pelo animal como uma extensão do corpo do manejador. Usando-as, o
animal será manejado de forma fácil e tranquila e também será garantida uma distância segura
dos mesmos. Deve-se usá-las de forma lenta e sem bater nos animais. A bandeirola deve ser
balançada de forma suave ao longo do corpo do animal para fazer com que ele caminhe e ao
144
lado da cabeça para fazê-lo virar. O animal não deve ser tocado pela bandeirola. Dependendo
da intensidade do toque, ele pode entender como uma agressão, ficando assustado e
estressado.
2.2 Carregamento
Deve-se evitar gritos durante o manejo para embarque. A audição dos bovinos é muito
sensível e por isso eles se assustam com gritos e barulhos, principalmente os agudos. Um
grito estridente na orelha do animal causa nele o mesmo estresse que um cutucão por bastão
elétrico ou ferrão. Deve-se falar calmamente e num tom agradável, pois assim acalmará o
animal. Os bovinos podem diferenciar a voz humana do barulho de uma porteira ou de
qualquer outro barulho causado por equipamentos e infraestrutura do curral ou frigorífico.
Talvez a porteira batendo não assuste os animais, mas o barulho feito por uma motocicleta
poderá assustá-los e deixá-los muito estressados.
2.3 Transporte
145
Durante o trajeto, o motorista deverá fazer paradas regulares, para que os animais
descansem na sombra. Também é aconselhável que o transporte seja feito com uma
velocidade controlada e nas horas mais frescas do dia.
Viagens com tempo superior a 15 horas são indesejáveis, pois transportes prolongados
afetam de forma negativa o bem-estar animal, fazendo com que fiquem estressados e assim
influenciando diretamente na qualidade final da carne.
2.4 Descarregamento
O estabelecimento de abate deve ter uma rampa apropriada para o desembarque dos
animais dos caminhões. Essa rampa não deve formar degrau e nem vãos quando o caminhão
estiver encostado para descarregar os animais. O ângulo da rampa de descarregamento deve
ser inferior a 20° e com piso antiderrapante.
É proibido açoitar, excitar, puxar pelo rabo ou pelas orelhas os animais durante o
descarregamento, é proibido também o uso de ferrões. O bastão elétrico só deverá ser usado
depois de esgotadas todas as alternativas para retirar o animal do caminhão com tranquilidade.
A dieta hídrica é usada no período que o animal fica nos currais de espera até o
momento do abate. Recomenda-se que a dieta hídrica dure 24 horas, porém quando a viagem
até o frigorífico é menor que duas horas, a dieta hídrica pode ser reduzida para 6 horas.
Durante esse período o animal deve ter acesso à água abundante, fresca e limpa oferecida em
bebedouros de alvenaria que deverão ser higienizados diariamente. Quando o período de dieta
146
hídrica for maior que 24 horas, deverá ser oferecida aos animais quantia moderada de
alimento.
É muito importante que não haja a mistura de lotes de origem diferentes. Os animais
que se destacam como líderes poderão brigar, e os demais se estranharão e acabarão brigando
também e, consequentemente, se ferindo, o que gera um grande estresse e a perda comercial
da carne e couro.
147
infraestrutura do curral ou frigorífico podem criar. Também deve-se evitar a formação de
poças de água ao longo do trajeto que os bovinos fazem, pois elas podem refletir luz e
assustar os animais.
Quando o animal, durante o manejo no curral, fica estressado ele ergue a cabeça e fica
em estado de alerta. Às vezes isso ocorre por causa de sombras ou brilhos intensos presentes
no trajeto. Quando isso acontecer, não se deve empurrar, cutucar ou bater no animal. O
animal, por instinto, irá verificar o que está lhe assustando e prosseguirá. Isso levará
aproximadamente um minuto. Se não deixarmos o animal verificar o local, ele se assustará e
sua tendência é retornar para o local de onde partiu. Deve-se evitar deixar objetos estranhos
no local onde o gado será manejado, pois eles assustarão os animais.
Durante esse manejo deverão ser evitados gritos, assovios, movimentos bruscos e
atitudes violentas por parte dos funcionários. Os manejadores não devem agredir em hipótese
alguma os animais com ferrões, pedações de madeiras, cordas ou até mesmo chicotes. O
bastão elétrico só poderá ser usado em última hipótese, após todos os recursos para um
manejo tranquilo serem esgotados, pois ele causa dor, assusta e estressa o animal. Deve-se
usar o bastão elétrico apenas no traseiro do animal e nunca deverá ser usado em partes
sensíveis do animal como: reto, genitais, olhos, orelhas, nariz, úbere. Usá-lo apenas uma vez
no animal.
148
tocar o animal com a bandeirola, ele deverá balançá-la de forma suave ao longo do corpo do
animal para fazer com que ele caminhe e ao lado da cabeça para fazê-lo virar.
O corredor que dá acesso à seringa deverá ser construído de forma curva e seu piso
deverá possuir material antiderrapante, com inclinação de 2 % para que não haja acúmulo de
água. Suas laterais deverão ser fechadas, para que os animais não se distraiam com
acontecimentos que ocorram fora do corredor e para que, juntamente com o fato de ser curvo,
dê a sensação que estão voltando para o local de onde saíram. Os funcionários deverão, para
sua segurança, manejar os animais pelo lado de fora do corredor, usando apenas a bandeirola.
O banho de aspersão deverá ser realizado com água com pressão de 3 atm e
hiperclorada para diminuir os agentes contaminantes da superfície do couro dos animais. A
área do chuveiro deverá ser construída de alvenaria, com piso resistente, antiderrapante e com
declive de 2 % para que não haja acúmulo de água. As suas laterais deverão ser fechadas.
Após o banho de aspersão, inicia-se à seringa que deve possuir uma rampa com até
20° de inclinação, com piso antiderrapante e resistente, dividida por porteiras, de preferência
do tipo guilhotina para facilitar o manejo. Essa deverá apresentar um espaço reduzido no final
da sua extensão de aproximadamente 0,90 metros. No final da seringa haverá um segundo
banho de aspersão com água sob pressão de 3 atm., que será realizado por meio de
borrifadores. Nestes ambientes, os animais deverão ser manejados com calma e usando
apenas a bandeirola.
O primeiro passo para uma boa insensibilização é não deixar o animal esperando para
entrar no box de insensibilização e nem para ser insensibilizado. Caso isso aconteça, os
animais ficarão agitados, podendo até se ferirem. Ao esperarem dentro do box, poderão se
debater, aumentando seu nível de estresse.
150
animal. Para encontrar esse local, deve-se traçar e cruzar duas linhas, sendo que cada uma
delas saíra de uma das orelhas e irá até os olhos. Onde essas linhas se cruzarem é o local
correto para insensibilizar o animal. Quando utilizar a pistola penetrante, ela deverá ser
posicionada na cabeça do animal de forma que forme um ângulo reto, pois assim terá como
destino o córtex cerebral em direção ao tronco cerebral. Segundo GRANDIN (1994) a pistola
não deve ser posicionada entre os olhos ou atrás da cabeça, porque assim a sua eficiência é
menor em relação a posição sobre o osso frontal. Quando o disparo é feito no local errado, o
bulbo cerebral poderá ser atingido, levando o animal à morte no momento da insensibilização
e isso influenciará diretamente na sangria e na qualidade final da carne, pois não haverá
batimentos cardíacos para auxiliar na expulsão do sangue.
Quando os animais são abatidos através do ritual judaico, ou abate kasher, não há
insensibilização. Os animais sofrem uma incisão transversal na altura do pescoço causada por
uma faca afiadíssima. Nessa incisão são atingidos: as artérias carótidas, a veia jugular,
músculos esôfagos e traqueia. Para realização desse tipo de abate, é aconselhado treinamento
intenso do funcionário responsável pela contenção do animal no box e treinamento intenso do
funcionário que fará a incisão transversal no pescoço do animal.
A área de vômito deverá possuir água em abundância para que façam lavagens do
local ou do animal em caso de regurgitação após a insensibilização.
151
É muito importante que não haja brilho intenso ou formação de sombras na entrada no
box de insensibilização, pois esses acontecimentos poderão assustar os animais e eles se
negarão entrar no compartimento.
Deve-se evitar, ao máximo, o uso de bastão elétrico para manejar o gado para dentro
do box de insensibilização e nunca usá-lo para verificar a eficiência da insensibilização, pois
isso poderá ajudar o animal a retornar à consciência dos animais.
2.8 Sangria
152
2.9 Funcionários
153
3 CHECK LISTS E CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO MANEJO PRÉ-ABATE
Os check lists presentes no anexo desse informe técnico têm a finalidade de orientar os
gestores de indústrias frigoríficas a identificar os problemas presentes em sua infraestrutura e
no comportamento dos seus funcionários que poderão interferir no bem-estar animal dos
bovinos e influenciar na qualidade final da carne.
Dois check list são baseados nos conceitos de bem-estar animal, sendo um para
avaliação individual de bovinos e o outro para avaliação do manejo e infraestrutura do
estabelecimento e o terceiro check list é baseado na Instrução Normativa n°3 de 7 de janeiro
de 2000 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e tem como objetivo de
regulamentar os métodos de insensibilização para o abate humanitário de animais de açougue.
Após aplicar o check list, veja quais são os problemas encontrados na infraestrutura e
procure saná-los através da adequação do curral com as normas vigentes do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Quando for avaliar o comportamento dos manejadores e dos animais através dos check
lists, é aconselhável que se faça observações de todo o manejo pré-abate sem interferir nas
atividades. Preste atenção no que pode estar influenciando no comportamento dos bovinos.
Fique atento a forma como os manejadores desenvolvem suas atividades.
Para fazer uma avaliação mais detalhada do manejo pré-abate, pode-se determinar um
lote com uma quantia de no mínimo 100 animais, sendo composto por animais de ambos os
sexos, sem distinção de raça, idade e procedência.
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Quando os animais estiverem sendo manejados, principalmente na rampa de acesso ao
box de insensibilização, quantifique quantos animais vocalizaram, deslizaram, caíram e
levaram choque durante esse trajeto.
Após coletados os dados, utilize os critérios a seguir que foram indicados por
GRANDIN (1999) para avaliar o manejo pré-abate.
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Avaliação do manejo em relação ao uso do bastão elétrico:
TABELA 1: Critérios para avaliar a utilização de bastão elétrico durante o manejo de bovinos.
Aceitável ≤5% ≤ 20 % ≤ 25 %
Problema
- - ≥ 50 %
sério
Após a aplicação dos check lists e da avaliação realizada através dos critérios
indicados por GRANDIN (1999), terá identificado os possíveis fatores que estão causando
estresse aos bovinos durante o manejo pré-abate e assim solucionar esses problemas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRANDIN, T. Farm animal welfare during handling, transport, and slaughter. Journal of
American Veterinary Medical Association, Schaumburg, v.204, n.3, p.372-377, 1994.
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ANEXO A
CHECK LIST
N
C
C CN
Vocalização durante o trajeto do gado do curral até a insensibilização e posterior sangria.
Uso de bastão elétrico durante o trajeto do curral até a seringa de insensibilização.
Deslizes durante o trajeto do curral até a seringa de insensibilização.
Queda durante o trajeto do curral até a seringa de insensibilização.
Insensibilização na primeira tentativa.
Ausência de sinais que indiquem que o animal esta consciente após insensibilização.
Ausência de consciência durante a operação de sangria
C= Conforme; CN= Não conforme.
C N
C NC
Presença de poças de água no piso do curral e corredor que possam refletir luz.
Presença de sombras no piso ou outra parte da estrutura.
Excesso de luminosidade (brilho diretamente nos olhos dos animais).
Odores fortes.
Excesso de ruídos.
Sons agudos.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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EVENTUAIS ACONTECIMENTOS QUE POSSAM ACARRETAR ESTRESSE AO
ANIMAL E QUE ESTÃO RELACIONADOS À ESTRUTURA FÍSICA E
EQUIPAMENTOS:
C N
C NC
Presença de ruídos provenientes de equipamentos ou da estrutura (porteiras).
Presença de equipamentos que exercem demasiada pressão ao imobilizar o gado (brete de contensão).
Presença de porteiras que quando fechadas podem pressionar acidentalmente o animal.
Equipamentos, cercas ou porteiras com pontas que possam machucar o animal.
Presença de irregularidades no piso que possam causar escorregões ou quedas ao animal.
Presença de materiais que refletem luz (brilham).
Equipamentos que liberam jatos de ar diretamente nos animais.
C= Conforme; CN= Não conforme.
C N
C NC
Utilizar-se de gritos para manejar o animal.
Agir de forma agressiva quando manejar o animal.
Açoitar os animais durante o manejo.
Possuir o habito de utilizar excessivamente o bastão elétrico.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DO CURRAL E SEUS EQUIPAMENTOS:
N N
C NC
Dispõem de currais cobertos.
Presença de curral de chegada.
Presença de curral de observação.
Curral de observação afastado em 3 metros.
Presença de curral de matança.
Iluminação adequada.
Piso pavimentado.
Piso com declive de 2 %.
Cercas duplas com 2 m de altura.
Espaço de 30 cm entre as barras das cercas do curral.
Cercas sem cantos vivos ou proeminências.
Cordão sanitário com 30 cm ao longo e sob as cercas.
Comedouros.
Bebedouros.
Água para lavagem de piso com pressão de 3 atm.
Corredor central.
Plataforma elevada.
Porteira com a mesma largura do corredor central.
Área de 2,5 m² por bovino.
Identificação do curral de observação.
Matadouro Sanitário.
Departamento de necropsia.
Área coberta.
Corredor curvo para acesso a seringa.
Paredes dos corredores fechadas.
Passarela para funcionários na parte interna da curva do corredor.
Piso antiderrapante.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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AVALIAÇÃO DO MANEJO PRÉ ABATE:
TRANSPORTE
o TEMPO DE TRANSPORTE
C N
C NC
Tempo superior a 15 horas.
Tempo inferior a 15 horas.
C= Conforme; CN= Não conforme.
o DENSIDADE DA CARGA
c N
C NC
Alta (600 kg / m²).
Média (400 kg / m²).
Baixa (200 kg / m²).
C= Conforme; CN= Não conforme.
o CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS
C N
C NC
Privação de alimentos.
Privação de água.
Alta humidade.
Alta velocidade do ar.
Densidade da carga.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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o RAMPA DE ACESSO AO VEÍCULO
C N
C NC
O ângulo formado pela rampa de acesso ao veículo em relação ao solo não é superior a 20 graus.
Material antiderrapante.
Possui frestas que possam causar a “sensação de abismo” aos animais.
C= Conforme; CN= Não conforme.
C N
C NC
Animais sendo abatidos sem permanecer pelo menos 24 (vinte e quatro) horas em descanso,
jejum e dieta hídrica nos currais de estabelecimentos. (Animais que viajaram por mais de 2 horas)
Período reduzido para 6 horas quando a viagem do local de origem até o frigorífico é inferior a 2 horas.
Presença de equipamentos e métodos impróprios que proporcionam excitação, estresse e contusão.
Presença de transtornos que impedem o movimento natural do animal, como reflexo da água no piso,
brilho de metais e ruídos de alta frequência.
Mistura de lotes de origens diferentes.
C= Conforme; CN= Não conforme.
o BANHO DE ASPERSÃO
C N
C NC
Piso antiderrapante.
Afunilamento final da rampa de acesso (seringa).
Passagem por chuveiro.
A água com pressão não inferior a 3 atmosferas (3,03 kgf / cm²).
Seringa simples ou dupla, até o boxe de atordoamento em forma "V".
Utilização do bastão elétrico para conduzir os animais.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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o INSENSIBILIZAÇÃO
o TIPO DE ABATE
C N
C NC
Método kasher com uso de faca específica para degola judaica.
Uso de pistola pneumática.
Uso de martelo pneumático não penetrante.
Arma de fogo.
Pistola pneumática de penetração com injeção de ar.
Pistola de dardo cativo acionada por cartucho de explosão.
Corte da medula ou choupeamento.
Eletronarcose.
Processo químico.
Funcionário treinado para promover a insensibilização.
É(são) sempre o(s) mesmo(s) funcionário(s)?
C= Conforme; CN= Não conforme.
o SANGRIA
C N
C NC
Operação de sangria deve ser iniciada logo após a insensibilização do animal.
Operações de mutilação são realizadas após a sangria enquanto ocorre o escoamento do sangue.
Os animais apresentam respiração rítmica.
Ocorrem vocalizações dos animais enquanto pendurado no trilho durante sangria.
Animais reflexos oculares em resposta ao toque.
Animais apresentam palpitações.
Animais apresentam eretos e com a cabeça solta.
Animais não apresentam movimentos dos membros.
Animais apresentam língua pendida para baixo.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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ANEXO B
CHECK LIST
N N
C NC
Animal escorregou durante o manejo.
Animal encostou alguma parte do corpo no chão durante o manejo devido a escorregões.
Animal sofreu queda durante manejo.
Animal vocalizou durante manejo (após sair do curral).
Animal excitou-se devido presença de sombras.
Animal excitou-se devido presença de brilho causado por poças de água ou algum metal.
Animal foi açoitado durante manejo.
Animal sofreu uso do bastão elétrico.
Animal chocou-se com a estrutura do curral durante manejo.
Animal chocou-se contra equipamentos durante o manejo.
Animal não foi insensibilizado na primeira tentativa.
Animal apresentou respiração rítmica após sangria.
Animal vocalizou enquanto pendurado no trilho durante sangria.
Animal apresentou reflexos oculares em resposta ao toque após efetuada operação de sangria.
Animal apresentou palpitação após sangria.
Animal manteve-se ereto e com a cabeça solta após sangria.
Animal não apresentou movimentos dos membros após sangria.
Animal manteve a língua pendida para baixo após sangria.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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ANEXO C
CHECK LIST
C N
C NC
Possui instalações apropriadas para o desembarque de animais dos meios de transporte.
Os animais são descarregados o mais rapidamente possível após a chegada.
Em caso de espera, os animais são protegidos contra condições climáticas extremas e beneficiados de uma ventilação
adequada.
Separação em local adequado de animais que corram o risco de se ferirem mutuamente devido à espécie, sexo, idade ou
origem.
Os animais acidentados durante transporte ou à chegada ao estabelecimento de abate são submetidos à matança de
emergência.
O animal é transportado e não arrastado para o abate emergencial para evitar sofrimento inútil.
Durante a recepção os animais não são acuados, excitados ou maltratados.
Manejo sem agressão física (agredi-los, erguê-los pelas patas, chifres, pelos, orelhas ou cauda, ocasionando dores ou
sofrimento).
Os bretes e corredores por onde os animais são encaminhados são concebidos de modo a reduzir ao mínimo os riscos de
ferimentos e estresse.
Os dispositivos produtores de descargas elétricas são usados apenas em carater excepcional em animais que
recusam mover-se e com tempo máximo de dois segundos.
Utilização de descarga elétrica apenas nos membros e com voltagem específica.
Animais mantidos nos currais com água limpa e abundante.
Animais mantidos nos currais por mais de 24 horas recebem alimentação em quantidade moderada e com intervalos
adequados.
Mistura de lotes de diferentes origens.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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CONTENÇÃO DOS ANIMAIS
C N
C NC
Os animais são imediatamente conduzidos ao equipamento de insensibilização logo após a contenção.
Os animais são colocados no recinto de insensibilização apenas quando o responsável pela operação está presente.
Operador do equipamento de sensibilização é devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
Método mecânico
o Percursivo penetrativo
c N
C NC
A pistola é posicionada pelo operador de modo a assegurar que o dardo penetre no córtex cerebral, através da região frontal.
Animais são colocados no recinto de insensibilização sem o responsável pela operação.
Ocorre a imobilização da cabeça do animal sem a presença do magarefe que efetua a insensibilização.
Operador de equipamento de insensibilização devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
C N
C NC
A pistola é posicionada pelo operador de modo a assegurar que o dardo penetre no córtex cerebral, através da região frontal.
Animais são colocados no recinto de insensibilização sem o responsável pela operação.
Ocorre a imobilização da cabeça do animal sem a presença do magarefe que efetua a insensibilização.
Operador de equipamento de insensibilização devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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SANGRIA
c N
C NC
A operação de sangria é iniciada logo após a insensibilização do animal.
Após a seção dos grandes vasos do pescoço, não são realizadas, na calha de sangria, operações que envolvam
mutilações, até que o sangue escoe o máximo possível.
Colaborador responsável pela sangria devidamente treinado.
C= Conforme; CN= Não conforme.
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