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2 HISTÓRIA DA INTERNET

2.1 BREVES CONSIDERAÇÕES

A sociedade em que vivemos, corresponde a um ambiente caracterizado


pelas inovações tecnológicas, que permitem uma ligeira e precisa difusão de
informação (PECK, 2013).
A busca pela informação se tornou um pilar fundamental da sociedade
moderna, que passou a desenvolver diversos mecanismos e instrumentos de
forma a acessar essas informações a qualquer tempo e em qualquer lugar
(PECK, 2013).
Essa peculiaridade acabou por representar as gerações que
sobrevieram a segunda metade do século XX denominando de sociedade da
informação, termo utilizado para descrever a sociedade pós-industrial (PECK,
2013).
A estrutura da sociedade ávida por informação configura um direito
inerente imprescindível. Essa liberdade de informação assegura a possibilidade
de acesso aos meios de informação, como bem explica Liliana Minarde
Paesani (2013, p.19): (Trecho do 1 paragrafo do livro p.19 )
Essa liberdade de informação, ou seja, o direito de informar e ser
informado deve vir acompanhado da possibilidade de acesso aos meios de
informação(PAESANI, 2012).
Todo esse aparato visa a promoção do direito a informação que visa
garantir a expressão de pensamento, construção de ideias e a adequação e a
localização no espaço e tempo em que o indivíduo se encontra (PAESANI,
2012).
Contudo é necessário a compreensão histórica que permitiu o
desenvolvimento de uma sociedade sedenta por uma informação a fim de
entender o processo que culminou nos dias atuais (PECK, 2013).

2.2 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO


Para suprir a necessidade de processar informações, o ser humano
procurou desenvolver instrumentos que o auxiliassem nesse ofício (PECK,
2013).
Um dos primeiros instrumentos, de que se tem registro, criado voltado
para esse objetivo, foi o ábaco. Este aparelho facilitava a elaboração de
cálculos e registros. Este apetrecho remonta a dois mil anos atrás e era
utilizado por mercadores (PECK, 2013).
Mais a frente outro mecanismo seria desenvolvido por John Napier, no
século XVII. O apetrecho por ele desenvolvido que receberia o nome de “ossos
de Napier” realizava operações mais complexas (PECK, 2013).
Contudo, somente me 1642, com Blaise Pascal que seria desenvolvido
uma ferramenta capaz de realizar adições e subtrações (PECK, 2013).
A partir deste momento diversos outras eventos se destacariam na
evolução destes dispositivos, havendo a contribuição do filósofo alemão
Gottfried Leibniz (ano de 1677); a fabricação de maquinas de calcular
mecânico que se iniciara em 1830 e o desenvolvimento da teoria da “Álgebra
Booleana” consistente em um sistema binário de numeração (cujos algarismos
utilizados são o 1 e o 0) que aproximava a lógica da matemática (PECK, 2013).
Um grande avanço, contudo, ocorreria em 1890 quando o norte
americano Herman Hollerith (que fundou a empresa Tabulating Machine
Company que mais tarde se tornaria a International Business Machine- IBM)
desenvolveria uma máquina eletromecânica capaz de ler dados gravados em
cartões perfurados (PECK, 2013).
Somente em 1946 seria desenvolvido um computador baseado em
circuitos eletrônicos que se utilizava da lógica binária compreendendo 18mil
válvulas e que viria a ocupar diversas salas da Universidade da Pensilvânia e
que receberia o nome de ENIAC (Eletric Numeric Integrator and Calculator)
(PECK, 2013).
Desse momento em diante a ideia se proliferou e em 1951 tem-se o
primeiro computador a ser vendido comercialmente (PECK, 2013).
Desenvolvida inicialmente para fins militares, pelo Departamento de
Defesa dos Estados Unidos, a internet consistia num sistema de interligação de
redes de computadores militares norte americanos que ficou conhecido como
ARPANET, tendo como objetivo, uma nova forma de se comunicar entre as
forças armadas em operação, mesmo sob ataques em grande escala (PECK,
2013).
Para tal façanha foi então estabelecido redes locais de transmissão de
dados, chamada de LAN em locais estratégicos no país fazendo comunicações
por meio de redes de telecomunicação geográfica, chamada de WLAN,
permitindo se manterem conectadas mesmo com a destruição de algumas
(PECK, 2013).1
Todavia esse sistema viria a ser usado para fins civis, ganhando
destaque no cenário universitário, foi nesse ambiente que desenvolveu a
internet tal qual conhecemos hoje (PECK, 2013).
Foi então adotado em 1973 um novo protocolo chamado de Protocolo
Controle da Transmissão/Protocolo Internet, conhecido por TCP/IP pela
Universidade da Califórnia, sendo um evento não militar. Com esse fato
possibilitou então que diversas Networks que antes eram incompatíveis se
tornassem comunicáveis entre elas e com a possibilidade de transmissão de
dados (PECK, 2013).
O advento dos computadores ganha espaço no cenário histórico e
mundial: em 1981 surge o primeiro computador com mouse e interface gráfica;
em 1982 surge o primeiro computador pessoal desenvolvido pela intel; em
1989 o físico inglês Tim Bernes Lee inventa a linguagem HTML (Hyper Text
Markup Language), criando o projeto de World Wide Web (www) (PECK,
2013).
Em 1987, com a sua utilização para fins comerciais, o sistema passou a
denominar-se “INTERNET” (PECK, 2013).
Em 1993 Marc Andreessen desenvolve o browser mosaic permitindo a
dinâmica navegação pela internet; em 1996 Steve Jobs lança o iMac e Larry
Page e Sergey Brin cria o Google (PECK, 2013).
Daí em diante as revoluções tecnológicas não encontraram limites até os
dias atuais, compreendendo uma série de inovações que passaram a
caracterizar essa geração (PECK, 2013).
A partir daí o crescimento da web foi absurdo, permitindo um
relacionamento nos terminais que ultrapassou as instituições públicas e de
1
https://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u34809.shtml
PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: liberdade de informação, privacidade e responsabilidade
civil, p. 10.
ensino, para posteriormente haver o início de compartilhamento de arquivos e
dados nos terminais pessoais. Se tornando, portanto, um fenômeno gigantesco
que de acordo com a ONU o acesso a internet em 2018 foi de 3,9 bilhões de
pessoas, representando mais da metade da população mundial, sendo 51,2%
da população mundial. De acordo com o diretor da ITU Houlin Zhou 2 (PECK,
2013).

2.3 CONCEITO DE INTERNET

Sem dúvidas, a internet é um dos maiores avanços tecnológicos que


permitiu a integração mundial e a difusão de informações e conhecimentos
instantaneamente.
De forma semelhante Liliani Minarde Paesani, afirma: (3 parágrafo da
pagina 24 ate a palavra tempo).
A internet compreende um conjunto de redes de computadores
interligados ao redor de todo o mundo, sua integração possibilita a conexão,
independente do mecanismo utilizado.
Nesse mesmo sentido, Marcel Leonardi define a internet como:

A Internet pode ser definida como uma rede internacional de


computadores conectados entre si. É hoje um meio de comunicação
que possibilita o intercâmbio de informações de toda natureza, em
escala global, com um nível de interatividade jamais visto
anteriormente.

Logo a internet representa um eficiente meio de comunicação que


viabilizou a interação ao redor do mundo de todos os meios de informação com
características singulares.
Por sua vez, Liliani Minarde Paesani, procura analisar de forma
detalhada este conceito: ( primeiro paragrafo da pagina 26 todo).
Como é possível extrair, a internet disponibiliza aos seus usuários uma
abundância de conteúdo, que jamais seria possível extrair-se, ao mesmo
tempo e de um mesmo lugar.

2
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2018/12/07/mais-da-metade-da-populacao-
mundial-usa-internet-aponta-onu.ghtml
Essa possibilidade, não se restringe simplesmente ao acesso, mas
também a oportunidade de manifestar e confrontar opiniões além de ser um
facilitador na comunicação.
Ao destacar esses diversos pontos, necessário é, portanto dar atenção a
natureza própria que define a internet. Nesse contexto, Victor Hugo Pereira
Gonçalves (2016, p.38) esclarece:

O que é a natureza da internet? A natureza da internet é uma série de


protocolos e procedimentos que foram e estão sendo criados por
estudiosos, usuários, empresas e governos. Ou seja, por seres
humanos. Não há lei física, química ou biológica que determinam os
rumos do que é ou será a internet. Tudo é dado e construído pelos
humanos. Então, nesse ponto, a natureza da internet se confunde
com práticas sociais, culturais, econômicas e históricas dos seres
humanos. Assim, diferentemente das regras imutáveis da Natureza, a
qual não podemos evitar a lei da gravidade, a força centrífuga, as leis
de ação e reação, a internet possui protocolos e procedimentos que
se alteram constantemente, ao sabor das relações de poder
existentes nas redes da internet.

Para manter essa compatibilidade em larga escala, emprega um


conjunto de protocolos (IP-internet protocol) e serviços em comum permitindo
que todos a ela conectados usufruam do serviço de informações
disponibilizados.
A intercomunicação viabilizada pela internet expressa-se através dos
recursos de multimídia, dados, vídeos e áudios.
A interligação, possibilitada, pela internet é aplicada em um mesmo
padrão de transmissão de dados, cuja ligação, se dá através de linhas
telefônicas, fibra óptica, satélite, ondas de rádio ou infravermelho.
Assim o usuário poderá ter aceso de forma direta ou através de um outro
computador (servidor). O seu acesso aos diversos conteúdos disponibilizados
se dá por meio de um browser que assimila as informações do website.
Por sua vez os servidores e provedores de acesso fazem uso da
estrutura de serviço e telecomunicação para permitir o acesso,
armazenamento, recuperação e movimentação de informações do usuário a
rede.
No Brasil, os servidores e provedores utilizados para viabilizar o
manuseio de informações é o blackbone da Embratel.
Ao se conectar a rede é dado ao computador um endereço IP, sua
tradução faz-se pelo protocolo DNS (domain name system). Já as terminações
do endereço são feitas de acordo com os TLDs (top level domains), como é o
caso do “.com”, “.gov”, “.net”, “.org”, etc.
No Brasil o responsável pelos registros é o núcleo de informação e
coordenação do Ponto BR.
Essa interligação e uniformização do sistema que possibilitou a
transmissão de informações e dados permitiu que a internet alcançasse terreno
em todo o globo, cujo os avanços não apresentam limites.

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