COMPUTAÇÃO UBÍQUA: NOVO PARADIGMA

TECNOLÓGICO
Autora: Mauryta Fermino, Orientadora: Adani Sacilotti
Fatec Jundiaí
E-mail: mauryta08@gmail.com
E-mail: prof_adani@yahoo.com.br
 1.Introdução
O mundo como conhecemos vem sofrendo drásticas
mudanças comportamentais e tecnológicas
especialmente na área da computação. Toffler[8] em
seu livro intitulado “Terceira Onda”, discorre sobre o
que poderia ser a sociedade pós-moderna dividindo as
grandes mudança tecnológicas mundiais em ondas 2,
dentro da computação vemos que a primeira onda veio
com o surgimento dos mainframes, a segunda deu-se
com a invenção do PC1 e a terceira onda a computação
ubíqua. Weiser[6] foi quem previu a substituição do PC
por outros dispositivos de forma que a integração entre
homem e máquina passasse a ser invisível.
Neste artigo pretende-se analisar a adoção de novas
tecnologias na comunicação, a problematização do
fenômeno de conectividade entre humanos e objetos
inanimados e quais impactos sociais poderão advir
dessa nova dinâmica computacional.
2. Aspectos Metodológicos.
Para desenvolvimento do tema utilizou-se a análise
de um referencial teórico, tendo seu início na
constatação do surgimento de um novo modelo
computacional, seguida pela análise da importância da
tecnologia da informação e listando as principais
tecnologias desenvolvidas o que permitiu uma maior
fundamentação ao tema, seguindo essas três etapas de
desenvolvimento:
Tabela 1: Desenvolvimento do tema.
Valorização da
1ª Era da Informação informação; meios de
disseminação.
Evolução da computação
2ª Ubiquidade pessoal; infraestrutura
ubíqua.
Tecnologias ubíquas;
3ª Avanço Tecnológico problemas da conexão
onipresente.
3. A “Era da Informação”
PETER DRUCKER[4] foi o primeiro autor a
denominar este momento da humanidade como “era da
informação”, afirmando: “a revolução da informação
representa uma nítida transferência de poder de quem
detém o capital para quem detém o conhecimento”.
A medida que o conhecimento tornou-se um bem
valioso, os meios eletrônicos e digitais evoluíram para
que diferentes indivíduos, em diferentes lugares do
mundo tivessem um espaço onde se expressar e se
conectar, o aumento da conectividade impulsionou o
desenvolvimento de mecanismos facilitadores criando
alguns bilhões de interfaces interligadas num novo
cenário: a mobilidade. Através das tecnologias wireless 3
ganhamos acesso a uma rede dispositivos portáteis,
objetos habilitados a manter-se em constante conexão e
troca de dados, criando uma infraestrutura
1
Personal Computer.
2
A primeira onda referia-se a Revolução Agrícola, a segunda sobre a Revolução Industrial e a terceira seria a “Era da Informação.
3
Teoria desenvolvida na década de 50 influenciada pelos estudos sobre a comunicação e informação, dentre outras definições temos que a troca de
informação sempre se dá entre um emissor e um receptor e trafega em um canal de transmissão.
4
Tecnologia de baixo custo e consumo de energia, porém com alcance reduzido.
independente, de forma que as informações trafeguem
permeando o cotidiano social sem que haja
necessariamente interversão humana.
De acordo com Capurro[3] dentro da Teoria da
Informação3 temos dois paralelos: o sinal e a
mensagem, num modelo de comunicação onde a
informação trafega dentro de um contexto em que
postula algo, um objeto, que é transmitido num
emaranhado de conexões. A mobilidade trouxe a
transição de um estado conectivo fixo para um móvel,
ou seja, algo que está sempre atuante em todos os
lugares e em todos os momentos sempre disponível,
permitindo que diversos eventos ocorram
simultaneamente, assim as redes pervasivas têm como
principal característica a conexão não apenas entre
humanos, mas de objetos com humanos e objetos com
objetos.
4.1 Tecnologias ubíquas.
VERMESAN e FRIESS[9] definem a Internet das
Coisa como uma rede de infraestrutura global que
possui um conjunto de paradigmas e protocolos de
comunicação entre dispositivos físicos e virtuais que
interagem com o mundo real por meio de sistemas
inteligentes. Através desse conjunto de protocolos
foram desenvolvidas as tecnologias que formam a base
da IoT:
 Computação pervasiva (Pervasive
Computing): refere-se à permeabilidade dos sistemas
ubíquos, tem como principal aplicabilidade as
tecnologias wireless, bluetooth e RFID;
 Invisibilidade(Calm Technology): refere-se a
forma imperceptível de acesso aos recursos dos
computadores através de um Smartphones, tablet,
relógio, etc.
 Coisas que pensam(Things that Think):
consiste na capacidade que os dispositivos ubíquos têm
de adquirir inteligência, percepção e interação entre si.
Segundo Atzori [1] o paradigma computacional da
IoT consiste na sobreposição de aplicações orientadas à
internet, aos objetos e a semântica. A figura 1
exemplifica essas sobreposições que formam a rede
ubíqua:
Figura 1 – O paradigma da Internet das Coisas
 Para Zambarda[10] muitos os equipamentos terão
conectividade: geladeiras, óculos, elevadores e carros
são alguns exemplos. Se na era da computação pessoal
o grande protagonista foi o PC, sendo o principal
dispositivo de transmissão e processamento das
informações, a IoT pretende alçar voos maiores ao
transformar itens do cotidiano em vetores dessa
conexão, substituindo o modelo uma pessoa e uma
máquina por um modelo de conectividade abrangente,
uma pessoa e várias máquinas. A figura 2 apresenta
alguns itens que já trazem essa possibilidade de
conexão.
Figura 2. – Objetos Encantados
Conforme nos relata Buckley[2], as residências
passarão a ter o funcionamento de seus aparelhos
eletrônicos comandados por sistemas inteligentes que
possam escolher quais ações deverão realizar.
Pellegrino[7] explica, a ubiquidade evoca um antigo
desejo humano, de superar as barreiras espaciais e
temporais a fim de alcançar o dom divino da
onipresença.
5.Considerações finais.
O presente artigo apresentou uma visão geral sobre a
computação ubíqua que vai revolucionar as relações
sociais de maneira a causar um profundo impacto no
acesso as informações. Segundo Zambarda [10] e
outros autores, a evolução tecnológica da IoT assim
como o avanço da internet será um caminho sem volta,
esses sistemas terão grande importância no futuro
auxiliando os humanos nas tarefas cotidianas.
Um outro aspecto importante será a influência na
dinâmica do trabalho, provavelmente muitas funções
desaparecerão, porém surgirão outras possibilidades
para diversos setores, principalmente para
desenvolvimento de aplicativos, gerenciamento de
redes e desenvolvimento de mecanismos para segurança
de dados.
A questão da segurança também tomará maior
visibilidade, pois ataques cibernéticos serão mais
frequentes, devido a facilitação dos meios de acesso a
informações pessoais, será necessário a criação de uma
legislação especial que atenda só a essas questões.
Contudo, mesmo diante desta problemática é certo que
se iniciará uma nova era tecnológica, e ninguém poderá
prever onde essas mudanças vão nos levar, não haverá
limite para a expansão desses sistemas.
6. Referências.
[1]ATZORI, Luigi; IERA, Antônio; et. a. The
Internet of Things: a survey. Computer Networks,
2010.
[2]BUCKLEY, J. From RFID to the Internet of
Things. European Union Directorate for Networks and
Communication Technologies. 2006.
[3]CAPURRO, Rafael; HJØRLAND, Birger. O
conceito de informação. AnnualReview of Information
Science and Technology Ed. B. Cronin. Vol. 37, Cáp. 8,
2003 – disponível em
http://www.capurro.de/infoconcept.html, acessado em
28/07/2016.
[4]DRUCKER, Peter. Administração em tempos
turbulentos. São Paulo – Thomson Pioneira, 1980.
[5]EVANS, Dave. A Internet das Coisas: Como a
próxima evolução da Internet está mudando tudo.
2011 – Disponível em <
http://www.cisco.com/web/BR/assets/executives/pdf/int
ernet_of_things_iot_ibsg_0411final.pd f, acessado em
27/07/2016
[6]WEISER, Mark. O computador para o Século 21.
Disponível em
http://www.ubiq.com/hypertext/weiser/SciAmDraft3.ht
ml, acesso em 29/07/2016.
[7]PELLEGRINO, Giuseppina. Discourses on
mobility and technological mediantion: the texture
of ubiquitous interaction. PsychNology Journal, 2007
– disponível em
http://www.psychnology.org/File/PNJ5(1)/PSYCHNOL
OGY_JOURNAL_5_1_PELLEGRINO.pdf, acessado
em 29/07/2016
[8]TOFLER, Alvin.A terceira onda.16ª edição – Rio
de Janeiro, 1980.
[9]VERMESAN, Ovidiu; FRIESS, Peter. Internet of
Things – From Research and Innovation to Market
Deployment. River Publishers – disponível em
http://www.internet-of-things-
research.eu/pdf/IERC_Cluster_Book_2014_Ch.3_SRIA
_WEB.pdf, acessado em 30/07/2016.
[10]ZAMBARDA, Pedro. Internet das Coisas:
entenda o conceito e o que muda com a tecnologia.
Disponível em
http://www.techtudo.com.br/notícias/noticia/2014/08/in
ternet-das-coisas-entenda-o-conceito-e-o-que-muda-
com-tecnologia.html, acesso em 30/07/2016.