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Índice

Introdução...................................................................................................................................1

Leasing ou Locação Financeira..................................................................................................2

Conceito..................................................................................................................................2

Intervenientes..........................................................................................................................2

Características do Leasing......................................................................................................2

Modalidades de Leasing.............................................................................................................3

Quanto à duração contratual...................................................................................................3

Leasing financeiro...................................................................................................................3

Características.....................................................................................................................3

Elementos de Leasing financeiro........................................................................................4

Vantagens e desvantagens do leasing financeiro................................................................4

Leasing Operacional (Renting)...............................................................................................5

Características.....................................................................................................................5

Modalidades Autónomas ou Específicas....................................................................................6

Lease-back..................................................................................................................................6

Tipos de contrato de leasing.......................................................................................................6

Rendas constantes antecipadas...............................................................................................6

Rendas constantes postecipadas..............................................................................................7

Conclusão....................................................................................................................................8

Referências Bibliográficas..........................................................................................................9
Introdução
No mundo financeiro, as transacções financeiras são intermediadas ou realizadas pelas
instituições financeiras. Nos últimos tempos, estas têm apresentado novas formas de
financiamento ou concessão de crédito, dentre as quais destaca-se o leasing, designado
também por locação. Esta caracteriza-se por transmitir a pedido de um terceiro, o direito de
usufruir de um bem ou activo por um determinado período, facultando assim, a possibilidade
de financiamento rápido aos investidores.

Assim, no presente trabalho abordar-se-á sobre o leasing. A ênfase do trabalho está centrada
não só na conceitualização ampla do tema em questão, no sentido de aprimorar os
conhecimentos teóricos relacionados a esta nova modalidade de financiamento, mais também
na materialização destes conceitos nas formulas resolventes e sua aplicação.

Neste sentido, em termos de estrutura, serão apresentados conceitos de leasing, leasing


financeiro e suas características, vantagens e desvantagens, leasing operacional, lease-back e
por fim, como estas modalidades distinguem-se umas das outras.

Este trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas, incrementadas com argumentos
próprios, no sentido de formular opiniões acerca do tema acima enunciado. Com isto, foi
possível organizar o trabalho de forma clara, concisa e objectiva, no que diz respeito a
linguagem e ao próprio conteúdo ou aspectos a abordados, de modo a permitir uma maior
percepção em torno dos aspectos que serão apresentados no desenvolvimento do trabalho.

Contudo, devido a importância do tema, o trabalho foi realizado de tal forma que, poderá ter
algum impacto sobre os estudantes do segundo ano, curso de Licenciatura em Contabilidade e
Auditoria, no que concerne ao conhecimento do tema enunciado.

1
Leasing ou Locação Financeira
Conceito
Para Mateus (1999), “leasing é um termo anglo-saxónico que deriva de to lease que significa
locar, aluguer, entre outros” (p.225).

Mas Laureano & Santos (2011) afirmam que “Leasing consiste num contrato de mútuo
celebrado entre duas partes, o locador e o locatário, em que o primeiro cede ao segundo a
disponibilização temporária de um bem, imóvel ou móvel, mediante o pagamento, pelo
segundo, de uma retribuição periódica (renda)” (p.166).

Assim, com base nos conceitos acima evidenciados, o leasing é um processo de concessão de
financiamento, em que o locador transmite a pedido do locatário, o direito de usufruir de um
bem, durante o tempo acordado e mediante a restituição do montante. No entanto, é preciso
salientar que a restituição do montante é realizada de forma periódica.

Mateus (1999) ainda destaca que o leasing é uma nova forma de financiamento que possibilita
as organizações a terem acesso a equipamentos e máquinas. As empresas interessadas não
adquirem o equipamento, mas ganham o direito de utilização sobre o mesmo. Mas Laureano
& Santos (2011) afirmam que o locatário tem a possibilidade de adquirir o bem aquando do
término do período contratual, mediante a disponibilização de um montante pré-determinado.

Intervenientes
Para Laureano e Santos (2011), a operação de leasing é composta por três entidades: o
locador1, o locatário2 e o fornecedor do bem.

Características do Leasing
Como qualquer modelo de financiamento ou de concessão de crédito, o leasing também
apresenta características, as quais lhe concedem rigor. Desta forma, Laureano e Santos (2011)
mencionam as seguintes características:
 O prazo da operação é livremente acordado entre as partes. Se for omisso no contrato,
o prazo terá um mínimo de 18 meses é um máximo correspondente ao prazo estimado
de utilização económica do bem. Para bens imóveis, o prazo mínimo é de 7 anos e o
máximo de 30 anos;
 A taxa de juro contratada pode ser fixa ou variável;
 A opção de compra pelo locatário é obrigatória no contrato.

1
O locador é a empresa de leasing.
2
O locatário é o utilizador do bem a locado.
2
Neste sentido, salienta-se que apesar da presença obrigatória da cláusula de compra no
contrato, não significa que o locatário está necessariamente obrigado a adquirir o bem. Este
pode optar por, simplesmente renegociar os termos contratuais ou então devolver o bem à
locadora.

Por conseguinte, Mateus (1999) refere que no âmbito geral, a vigência do contrato de leasing,
deve corresponder, pelo menos, à vida económica do bem. Este ainda salienta que nenhuma
das partes pode interferir ou interromper a usufruição do bem ou o pagamento das rendas
acordadas.

Modalidades de Leasing
Na perspectiva de Mateus (1999), o leasing pode ser classificado:

Quanto à duração contratual


Leasing financeiro
De acordo com Lopes, et al (2013), “leasing ou locação financeira é uma locação que
transfere substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade de um activo,
em que o título de propriedade pode ou não ser eventualmente transferido” (p.337).

Enquanto que, Vieito e Maquieira (2013) referem que “o leasing financeiro se destina
essencialmente a financiar a aquisição de bens associados a produção” (p.113).

Neste sentido, leasing financeiro caracteriza-se por simplesmente disponibilizar ou financiar a


compra de um bem que será utilizado na produção de um determinado produto, abstendo-se
de qualquer responsabilidade inerente a depreciação do activo, significando, portanto, que os
encargos relativos as depreciações do equipamento serão suportadas pelo locatário.

Características
Para Mateus (1999), o leasing financeiro possui as seguintes características:
 Bens altamente qualificados sob o ponto de vista técnico, de utilização intensiva e
com elevado grau de depreciação tecnológica;
 Privilegia a actividade financiadora em detrimento da função locadora pois que a
sociedade de leasing se limita a comprar os bens e a receber as rendas;
 O contrato é inderrogável durante o prazo de locação. A denúncia do contrato antes
da sua vigência, só é aceite pelo locador desde que o locatário pague as rendas
vincendas (com um eventual desconto de juros) e o preço de resgate se o contrato
assim estipular.

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Mateus (1999) ainda destaca que, findo o prazo de locação, o locatário pode exercer três
opções:
 Adquirir a propriedade plena do bem pelo valor residual;
 Renovar a locação a partir de um novo contrato com rendas mais baixas;
 Devolver o bem à sociedade de leasing.

Desta forma, Lopes, et al. (2013) salientam que, para que se considere uma locação financeira
ou operacional, existem situações ligadas a substância da transacção e não necessariamente a
forma do contrato. Estas situações variam desde a transferência de propriedade ao locatário no
final do prazo até a possibilidade de cancelamento do contrato (em que o locatário suporta
todos os custos ou perdas do locador, associados ao cancelamento).

Elementos de Leasing financeiro


Para Borges, Rodrigues e Rodrigues (2010), no contrato de locação financeira encontramos os
seguintes elementos:
 Valor do contrato: valor de compra do equipamento;
 Renda: valor da retribuição periódica a pagar pelo locatário;
 Duração do contrato: prazo pelo qual e realizada a operação;
 Valor residual: valor atribuído no contrato para a opção de compra;
 Taxa de locação: taxa de remuneração do serviço financeiro.

No entanto, Borges, Rodrigues e Rodrigues (2010) destacam ainda que no leasing financeiro,
os intervenientes já conhecem antecipadamente os termos contratuais relativos ao tempo,
rendas periódicas a serem pagas e o valor do bem do final do contrato, ou simplesmente, valor
residual.

Vantagens e desvantagens do leasing financeiro


Desta forma, Borges, Rodrigues e Rodrigues (2010) referem que para o locatário, o leasing
em detrimento de formas diferentes de financiamento, proporciona-lhe as seguintes principais
vantagens:
 Representa uma fonte de financiamento adicional, sobre tudo em empresas que
dispõem de fracos capitais próprios, ou de dificuldades de obtenção de outras formas
de financiamento;

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 Facilita o planeamento financeiro e uma gestão previsional mais segura;
 As rendas só excepcionalmente são antecipadas, isto é, o leasing financeiro dispensa
um investimento inicial significativo;
 Alarga a capacidade de endividamento da empresa.

No entanto, como principais desvantagens, os autores mencionam:


 Os custos elevados;
 A utilização do bem, sem dele ser proprietário;
 Os custos relativos à eventual resolução do contrato, que, por natureza, é inderrogável.

Leasing Operacional (Renting)


De acordo com Laureano e Santos (2011), “nesta modalidade o locador é o produtor,
fabricante ou distribuidor do bem objecto do contrato, o que lhe permite assumir todos os
gastos com a respectiva manutenção” (p.168). Assim, o Renting é simplesmente um contrato
de aluguer.

Assim, na perspectiva de Vieito e Maquieira (2013) o leasing operacional difere do financeiro


pelo facto do bem ser cedido ao locatário por um período relativamente inferior. Destacam
também que, em muitos casos, o locatário distancia-se da opção de compra do bem no final
do período, pois o seu valor é geralmente elevado.

Laureano e Santos (2011) explicam que após o término do prazo, o locatário tem a
possibilidade de adquirir o bem, mas pelo seu preço comercial (superior ao valor residual das
outras modalidades) ou negociar novos termos contratuais. Contudo, é este o principal motivo
que leva o locatário, na maior parte dos casos, a não proceder com a compra do bem.

Contudo, é possível perceber a partir dos aspectos acima referenciados que, o leasing
operacional difere do leasing financeiro. No entanto, é também possível distingui-lo a partir
de suas características.

Características
Assim Mateus (1999) destaca as seguintes características:
 Os tipos de bens envolvidos são de longa duração e podem não ser integrantes do
circuito produtivo;
 O locador assume o risco de obsolescência dos bens locados na medida em que se trata
de contratos de curta duração;

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 O prazo de locação é geralmente de um ano e o locatário tem a faculdade de denunciar
antecipadamente o contrato com pré-aviso e sem pagamento de qualquer
indemnização;
 Não existe a tríplice opção como no leasing financeiro.

Borges, Rodrigues e Rodrigues (2014) salientam que é comum incluir-se uma cláusula que
obriga o locador a prestar serviços de manutenção e reparação, contabilização do activo
locado, ou seja, o locador suporta a maior parte dos gastos inerentes a utilização do activo,
durante a vigência do contrato.

Modalidades Autónomas ou Específicas


Para além do leasing financeiro e operacional, existe também outra modalidade de leasing
que, difere das duas primeiras.

Lease-back
Mateus (1999) afirma que lease-back:
Consiste na venda, por determinada empresa comercial ou industrial do seu
equipamento ou do próprio edifício a uma entidade de leasing que, de imediato, o
aluga ou arrenda ao vendedor, ao qual é, desde logo, reconhecida a opção de compra
dos mesmos bens, a exercer quando terminar o período de locação (p.227).

Mas para Vieito e Maquieira (2013):


O locatário é detentor de um determinado imobilizado, que vende ao locador
(sociedade leasing) por um dado valor. Efectuada a operação, o locatário fica a pagar
uma determinada prestação durante um período pré-estabelecido podendo, no final da
operação, exercer a opção de compra sobre o bem (p.114).

Contudo, trata-se de venda de um equipamento e, posterior aluguer ao mesmo vendedor


(empresa ou locatário) por parte do comprador (sociedade de leasing), mediante pagamento de
rendas periódicas com um período mais longo em relação às modalidades anteriores.

Borges, Rodrigues e Rodrigues (2010) ainda mencionam que “trata-se, na sua essência, de
uma verdadeira operação de crédito de médio e longo prazo” (p.811). Estes ainda destacam
que os bens cedidos não chegam a sair da empresa cedente, verificando-se nesta a entrada de
capitais frescos, em consequência da mudança da propriedade jurídica dos referidos bens.

De uma forma geral, o lease-back permite às empresas com poder financeiro baixo e
endividamento com os bancos, fornecedores, entre outros, terem acesso por meio de venda de
um activo de sua posse, a um montante que lhes permita liquidar as suas obrigações e

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projectar investimentos mais rentáveis que os permita desenvolver em termos de
produtividade e, portanto, manter uma saúde financeira estável.

Tipos de contrato de leasing


Rendas constantes antecipadas
Vieito e Maquieira (2013) referem que “são contratos de leasing em que os termos são pagos
no inicio de cada período e não no fim (inicio de cada mês, trimestre, etc.)” (p.115).

Assim, para se obter o valor de uma renda constante antecipada, parte-se do pressuposto que:
 No momento actual, a empresa que vendeu o bem recebe da sociedade de leasing o
valor total do equipamento;
 Nesse momento, a sociedade de leasing passa a ser a proprietária do bem até ao final
do contrato de leasing;
 O cliente da sociedade de leasing (locatário) passa a usufruir do bem que a empresa de
leasing adquiriu pagando uma renda periódica durante n períodos pré-estabelecidos;
 Se no final da operação a empresa pretender ficar com o bem, pode adquiri-lo pelo seu
valor residual (Vr), que não é mais do que o valor pelo qual se transfere a propriedade
do bem da empresa locadora para o seu cliente (locatário).

Desta forma, a fórmula para o cálculo de operação de leasing com uma renda antecipada é:
1 Vr
C o=T ∙ ( 1+i ) ∙ ∙ [ 1− (1+i )−n ]+
i ( 1+i )n
Rendas constantes postecipadas
Segundo Vieito e Maquieira (2013), “este tipo de operação de leasing difere da modalidade
anterior apenas porque o pagamento de cada termo ou prestação é efectuado no final de cada
período e não no inicio” (p.117). Assim, estas podem ser determinadas a partir da seguinte
fórmula:

1 Vr
C o=T ∙ ∙ [ 1−( 1+ i )−n ]+
i ( 1+i )n

Desta forma, Vieito e Maquieira (2013) defendem que os contratos de leasing podem diferir
quanto:

 Aos períodos: geralmente são mensais, mas também podem ser trimestrais ou, em
alguns casos mais raros, semestrais;

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 Ao vencimento das rendas: geralmente vencem-se no inicio de cada período
(antecipadas), mas poderão existir casos em que o vencimento seja no final de cada
período (postecipadas);
 À taxa de juro: normalmente a taxa de juro é variável, podendo, no entanto, assumir a
forma fixa se assim for negociado;
 Ao termo: na generalidade dos casos o valor do termo, também denominado prestação,
é fixo. Podem, contudo, surgir casos em que o termo varie em progressão geométrica
ou aritmética.

Conclusão
Após o término do trabalho, conclui-se que leasing é uma modalidade de financiamento em
que o locador concede ao locatário o direito de utilizar um determinado bem ou equipamento,
desde que disponibilize periodicamente prestações pecuniárias.

Neste sentido, o leasing financeiro é uma modalidade financiamento, em que por meio de
contrato, instituições financeiras ou sociedades de leasing adquirem um activo a pedido de um
terceiro, no sentido de aluga-lo, mediante uma série de pagamentos por um determinado
tempo. Salienta-se também a opção de compra do bem após o cumprimento dos termos
contratuais através da realização do valor residual do bem no final do contrato. Esta
caracteriza-se principalmente por transferir todos os riscos e despesas relacionadas a
utilização do equipamento, ao locatário.

No entanto, para o leasing operacional, o locador é também o proprietário do equipamento.


Assim, conclui-se que diferentemente do leasing financeiro, em que se trata de financiamento,
no leasing operacional, as empresas são financiadas em equipamentos que, possam de certa
forma, impulsionar a execução de uma determinada actividade. Esta modalidade de leasing
caracteriza-se principalmente pelo facto de que o locador suporta maior parte dos gastos
inerentes a utilização do activo locado. É necessário também salientar que, no leasing
operacional, os contratos têm uma duração de até 1 ano. O locatário tem o direito de cancelar
o contrato, mediante aviso prévio, sem risco de indemnização ou algum tipo de pagamento ao
locador.

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Relativamente ao lease-back salienta-se que se trata essencialmente, de um processo de venda
de um determinado equipamento ou activo, em que posteriormente é disponibilizado sob
forma de aluguer ao proprietário anterior, mediante pagamento de prestações monetárias. O
principal motivo pelo qual algumas empresas optam por esta modalidade, é o facto de que
estas não dispõem de recursos financeiros suficientes para cobrir com suas despesas e
financiar novos investimentos que possam se mostrar mais lucrativos a empresa.

Contudo, de uma forma genérica, conclui-se também, que, nenhuma das partes pode interferir
ou interromper a usufruição do bem ou o pagamento das rendas acordadas. Em caso de
cancelamento do contrato antes do término do prazo de locação, o locatário deverá pagar as
rendas remanescentes ao locador, no sentido de evitar possíveis prejuízos ao último.

Referências Bibliográficas
Borges, A., Rodrigues, A. & Rodrigues, R. (2010). Elementos da Contabilidade Geral.
(25ª. Ed.). Lisboa, Portugal: Áreas Editora.
Borges, A., Rodrigues, A. & Rodrigues, R. (2014). Elementos da Contabilidade Geral.
(26ª. Ed.). Lisboa, Portugal: Áreas Editora.
Laureano, R.M.S & Santos, L.L. (2011). Fundamentos do Cálculo Financeiro. Lisboa,
Portugal: Edições Sílabo.
Lopes et al. (2013). Manual de Contabilidade- Teoria e Casos Práticos. Lisboa, Portugal:
Escolar Editora.
Mateus, A. (1999). Cálculo Financeiro. (5ª ed.). Lisboa, Portugal: Edições Silabo.
Vieito, J.P. & Maquieira, C.P. (2013). Finanças Empresariais-teoria e prática. (2ª. ed.).
Lisboa,
Portugal: Escolar editora.

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