Professor (a): Tatiara Rocha Daluz Silva Data: 15/05/2021
Acadêmico (a): Renata Aparecida Valiatti
O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR
INTRODUÇÃO
Para entendermos sobre o papel do farmacêutico no controle da infecção
hospitalar (IH), é importante citar a relevância da abordagem às infecções hospitalares na prevenção de complicações ao paciente, buscando conhecer e entender as estatísticas de morbimortalidade, o mecanismo das mesmas e as estratégias implantadas para combater ou reduzir a incidência das infecções hospitalares, uma vez que é papel de toda a equipe multidisciplinar o reconhecimento e prevenção das IHs. A infecção hospitalar está relacionada com sérios problemas e complicações de caráter epidemiológico, dentro da assistência hospitalar, podendo ser definida, de acordo com a Lei Federal nº 9.431 de 6 de Janeiro de 199, como aquela adquirida após a internação de um paciente em hospital e que se manifeste durante a internação ou mesmo após a alta e, também pode ser denominada como institucional ou nosocomial. Em nosso país, inúmeras estratégias vêm sendo aplicadas no controle das infecções hospitalares, por meio de Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e, mais recentemente, por meio dos comitês de investigação de mortes no hospital, os quais contribuem para a qualidade da assistência. A CCIH conta com uma equipe de profissionais da área da saúde, especializados e graduados em nível superior, designados para o planejamento, elaboração, implantação, manutenção e avaliação do Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), uma outra estratégia que abrange um conjunto de ações que visam assistência às pessoas com ações de promoção, proteção e recuperação da saúde com realizações de ações assistenciais e preventivas além das ações mínimas necessárias a serem desenvolvidas com vistas à redução máxima possível da incidência e gravidade das infecções hospitalares. Aos membros da CCIH, conferem obrigações que devem estar relacionadas a competências de trabalho em equipe, conhecimento acerca das principais infecções no meio hospitalar, uso de ferramentas de vigilância epidemiológica, avaliação e compartilhar os dados disponibilizados por esse sistema. Estes estão diretamente encarregados também na implantação e capacitação dos colaboradores na prevenção e no controle de IRAS por meio de treinamentos e outras ações de educação continuada. Sempre promovendo o uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares, bem como a instrução de medidas de precaução e isolamento.
1. O papel do farmacêutico no controle da Infecção Hospitalar:
Diante disso, pode-se estabelecer o grande papel do farmacêutico na
composição da CCIH, uma vez que este profissional é quem assegura as ações de controle de infecções hospitalares em todos os seus estágios: planejamento operacional e educativo, com foco no controle e na seleção dos antimicrobianos, pois durante toda sua formação este adquiriu conhecimentos com foco na Farmacologia dos Medicamentos. Dentre as competências atribuídas ao farmacêutico, podemos citar algumas principais (ESPINDOLA, 2015): Atuar nas reuniões da CCIH, fazer protocolos de meios terapêuticos com antimicrobianos e revisar a padronização desses; Informar sobre a política de uso racional de ATM, as interações, incompatibilidades físico-químicas e interferência laboratorial de medicamentos, principalmente dos ATM; Instituir permuta entre CCIH, Comissão Farmacoterapêutica e Comissão de Padronização de Material Médico Hospitalar; Organizar rotinas para dispensação de antimicrobianos e relatórios periódicos sobre o consumo, a frequência de uso de ATM e o custo; Integrar no programa de monitorização terapêutica de ATM e na pesquisa de casos suspeitos de contaminação de medicamentos por soluções parenterais e outros; Trabalhar em parceria com o laboratório de microbiologia; Incentivar o uso de embalagens em dose única para produtos estéreis; Implantar políticas internas de procedimentos e programas, na farmácia, para prevenir a contaminação de medicamentos produzidos e dispensados; Atuar como membro da padronização dos germicidas e saneantes; e divulgar relatórios sobre produtos lançados; Recomendar os critérios para aquisição de antissépticos, desinfetantes, esterilizantes, medicamentos e produtos para a saúde; Inspecionar a manipulação dos antissépticos, desinfetantes e esterelizantes, dando informações e orientações sobre os produtos para os setores que os utilizam; Integrar nos programas de farmacoepidemiologia, relacionados a estudos de utilização de medicamentos e farmacovigilância.
Compete ao farmacêutico, também, a participação em estudos
farmacoeconômicos, demonstrando a viabilidade financeira da introdução de uma nova tecnologia em saúde; em estudos de utilização de antimicrobianos, pela mensuração por meio da dose definida diária (paciente/dia); na padronização e na orientação para utilizar os germicidas hospitalares; na elaboração de parecer técnico para aquisição de produtos hospitalares; na composição de protocolos de profilaxia cirúrgica e de terapia antimicrobiana empírica, com base no perfil de sensibilidade dos microrganismos; na investigação de surtos de IRAS (infecção relacionada à assistência à saúde); na auditoria de processos de trabalho; e na educação continuada. (VERONESE, 2019). Diante disso, conclui-se que para o efetivo controle e prevenção das Infecções Hospitalares, todos os profissionais da equipe multidisciplinar devem sempre se manter atualizados e informados de acordo com as competências garantidas no PCIH. Também é importante ressaltar que devido a sua grande relevância e atribuição ao controle das Infecções Hospitalares, o profissional farmacêutico tem uma grande responsabilidade nesse meio e, este, junto à equipe multidisciplinar, deve atuar com prudência para a garantia da segurança do paciente e da qualidade do cuidado em saúde.
Referências Bibliográficas:
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616, 12 de maio de 1998. Diário Oficial
da União. 15 de maio de 1998.
Espíndola, M. D. A. Papel Do Farmacêutico No Controle Da Infecção
Hospitalar. Instituto Nacional De Ensino Superior E Pesquisa CCE. RECIFE, PE 2015. Dispinível em <https://www.ccecursos.com.br/img/resumos/papel-do- farmac-utico-no-controle-da-infec--o-hospitalar.pdf> Acesso em 15 de Maio de 2021.
Veronese, I. A importância do farmacêutico no controle da infecção