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Indução

APRESENTAÇÃO

Digamos que você decide fazer uma viagem a Paris e visitar a Torre Eiffel. Ao chegar no local,
é informado que para subir até o topo, são 704 degraus. Mas será que você consegue atingir o
topo da escadaria? Até este momento, você sabe duas coisas: - Você pode alcançar o primeiro
degrau. - Se você pode alcançar determinado degrau, significa que você pode alcançar o
próximo. Continuando desta maneira, você pode concluir que é possível chegar ao terceiro
degrau, ao quarto, ao quinto. Sendo assim, é possível chegar ao 704o? A resposta é sim. É
possível chegar à esta resposta a partir de uma importante técnida de demonstração: a indução
matemática.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o conceito de indução, e conhecer como
aplicar o conceito de dedução na solução de problemas.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir a indução.
• Diferenciar a indução dos demais tipos de prova.
• Aplicar o conceito de dedução na resolução de problemas.

DESAFIO

O princípio da indução matemática é um dos tipos de demonstração mais utilizados quando


estamos trabalhando com proposições envolvendo números inteiros positivos.

De acordo com esse princípio:

Seja P uma proposição definida sobre os inteiros n ≥ 1, tal que:


(i) P(1) é verdadeira.
(ii) P(k + 1) é verdadeira sempre que P(k) for verdadeira.
Então P é verdadeira para todo inteiro n ≥ 1.

Como é um princípio, ele é tomado como axioma, ou seja, como verdade listada no início de
uma teoria matemática.

Embora não demonstremos o princípio da indução matemática, podemos nos questionar:

Por que a indução matemática é uma técnica de demonstração válida? Justifiquei sua resposta.

INFOGRÁFICO

Indução matemática: ferramenta matemática mais importante para verificar conjecturas sobre
padrões de termos em sequências. Confira o infográfico a seguir.

CONTEÚDO DO LIVRO
A indução matemática pode ser usada para demonstrar diversos resultados. Entender como ler e
construir demonstrações por indução matemática é a chave para aprender matemática discreta.

Acompanhe um trecho da obra Matemática discreta e suas aplicações, de K. Rosen. Inicie sua
leitura no capítulo 4, Indução e recursão, e encerre em Exemplos de demonstrações por indução
matemática.

Boa leitura.
Matemática Discreta
e Suas Aplicações
SEXTA EDIÇÃO

Kenneth H. Rosen
Matemática
Discreta
e Suas
Aplicações
Sexta Edição

Kenneth H. Rosen
AT&T Laboratories

Tradução Técnica

Helena Castro
Professora Doutora do Instituto de Matemática e Estatística da
Universidade de São Paulo – IMEUSP.

Professor João Guilherme Giudice


Matemático pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.
Doutorando em Filosofia na área de lógica matemática pela
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Atua como
professor em instituições particulares de ensino.

7FSTÍPJNQSFTTB
EFTUBPCSB

Bangcoc Beijing Bogotá Caracas Cidade do México


Cingapura Londres Madri Milão Montreal Nova Délhi Nova York
Santiago São Paulo Seul Sydney Taipé Toronto
C A P Í T U L O

4 Indução e Recursão

4.1 Indução
M uitas proposições matemáticas afirmam que uma propriedade é verdadeira para todos os
números inteiros positivos. Alguns exemplos dessas proposições são: para todo número
inteiro positivo n: n! b nn, n3  n é divisível por 3; um conjunto com n elementos tem 2n sub-
Matemática conjuntos e a soma dos primeiros n números inteiros positivos é n (n 1) / 2. Um dos objetivos
4.2 Indução principais deste capítulo, e do livro, é dar ao estudante um entendimento da indução matemática,
Completa e que é utilizada para demonstrar resultados desse tipo.
Boa Ordenação As demonstrações com o uso da indução matemática têm duas partes. Primeiro, elas mos-
4.3 Definições tram que a proposição é verdadeira para o número inteiro positivo 1. Segundo, elas mostram que
Recursivas e se a proposição for verdadeira para um número inteiro positivo, então deve ser mantida para o
Indução número inteiro seguinte. A indução matemática baseia-se na regra de inferência, que nos diz que
Estrutural se P (1) e k (P (k) → P (k 1)) são verdadeiras para o domínio dos números inteiros positivos,
4.4 Algoritmos então P (n) é verdadeira. A indução matemática pode ser usada para demonstrar diversos resul-
Recursivos tados. Entender como ler e construir demonstrações por indução matemática é a chave para
aprender matemática discreta.
4.5 Exatidão de
Programas Nos capítulos 2 e 3, definimos conjuntos e funções, ou seja, descrevemos os conjuntos listando
seus elementos ou dando propriedades que caracterizassem seus elementos. Fornecemos fórmulas
para os valores das funções. Há outra maneira importante de definir esses objetos, baseando-se em
indução matemática. Para definir as funções, alguns termos iniciais são especificados e uma regra é
dada para encontrar os valores subseqüentes a partir daqueles já conhecidos. Os conjuntos podem
ser definidos listando-se alguns de seus elementos e dando-se regras para a construção de elementos
a partir daqueles já conhecidos como pertencendo ao conjunto. Essas definições, chamadas de defi-
nições recursivas, são usadas pela matemática discreta e pela ciência da computação. Uma vez que
definimos um conjunto recursivamente, podemos usar um método de demonstração chamado de
indução estrutural, ou recursão, para mostrar os resultados sobre esse conjunto.
Quando um procedimento é específico para a resolução de um problema, ele deve sempre
resolver o problema corretamente. Apenas testar para ver se o resultado obtido para um conjunto
com valores de entrada é correto não mostra se o procedimento trabalha sempre corretamente. A
exatidão de um procedimento apenas pode ser garantida demonstrando-se que ele sempre forne-
ce o resultado correto. A seção final deste capítulo contém uma introdução sobre as técnicas de
verificação de programas. Esta é uma técnica formal para verificar se um procedimento está
correto. A verificação de programas serve como base para a tentativa de demonstrar de modo
mecânico que os programas estão corretos.

4.1 Indução Matemática


Introdução
Suponha que tenhamos uma escada infinita, como mostrada na Figura 1, e queremos saber se
podemos alcançar todos os degraus dessa escada. Sabemos duas coisas:
1. Podemos alcançar o primeiro degrau da escada.
2. Se pudermos alcançar um determinado degrau da escada, então poderemos alcançar o
próximo degrau.
Podemos concluir que nós podemos alcançar todos os degraus? Por (1), sabemos que podemos
alcançar o primeiro degrau da escada. Além disso, como podemos alcançar o primeiro, por (2),
podemos também alcançar o segundo degrau, que é o próximo degrau depois do primeiro. Apli-
cando (2) novamente, como podemos alcançar o segundo degrau, podemos também alcançar o
terceiro. Continuando dessa maneira, podemos mostrar que será possível alcançar o quarto de-
grau, o quinto degrau, e assim por diante. Por exemplo, depois de usar 100 vezes (2), sabemos
4-1 263
264 4 / Indução e Recursão 4-2

. .
.. ..
Podemos alcançar
o degrau k+1
se pudermos
alcançar
o degrau k

Degrau k + 1
Degrau k

Degrau 4

Degrau 3
Podemos alcançar o
primeiro degrau Degrau 2

Degrau 1

FIGURA 1 Subindo uma Escada Infinita.

que poderemos alcançar o 101o degrau. Mas podemos concluir que é possível alcançar todos os
degraus dessa escada infinita? A resposta é sim, às vezes podemos fazer essa verificação usando
uma importante técnica de demonstração chamada de indução matemática. Ou seja, podemos
mostrar que P (n) é verdadeira para todo número inteiro positivo n, em que P (n) é a proposição
que afirma que podemos alcançar o n-ésimo degrau da escada.
A indução matemática é uma técnica de demonstração extremamente importante que pode
utilizada para apresentar declarações desse tipo. Como veremos nesta seção e nas subseqüentes,
a indução matemática é muito usada para demonstrar resultados sobre diversos objetos discretos.
Por exemplo, ela é aplicada para demonstrar resultados sobre complexidade de algoritmos, exa-
tidão de certos tipos de programas, teoremas sobre grafos e árvores, assim como várias identida-
des e inequações.
Nesta seção, descreveremos como a indução matemática pode ser usada e por que é uma
técnica de demonstração válida. É extremamente importante notar que a indução matemática
pode ser utilizada apenas para demonstrar resultados obtidos de outras formas. Ela não é um
instrumento para descobrir fórmulas ou teoremas.

Indução Matemática
Auto- Em geral, a indução matemática* pode ser usada para demonstrar proposições que afirmam que
avaliação P (n) é verdadeira para todos os números inteiros positivos n, em que P (n) é uma função propo-
sicional. Uma demonstração por indução matemática tem duas partes, um passo base, em que
mostramos que P (1) é verdadeira, e um passo de indução, em que mostramos que para todos os
números inteiros k, se P (k) for verdadeira, então P (k 1) é verdadeira.

* Infelizmente, usar a terminologia “indução matemática” entra em confronto com a terminologia usada para descrever dife-
rentes tipos de argumentos. Em lógica, o argumento dedutivo usa regras de inferência para construir as conclusões a partir
de premissas, enquanto o argumento indutivo obtém conclusões apenas apoiado, não assegurado, em evidências. As demons-
trações matemáticas, que incluem argumentos que usam a indução matemática, são dedutivas, não indutivas.
4-3 4.1 Indução Matemática 265

PRINCÍPIO DA INDUÇÃO MATEMÁTICA Para demonstrar que P (n) é verdadeira para


todos os números inteiros n, em que P (n) é uma função proposicional, completamos dois
passos:
PASSO BASE: Verificamos que P (1) é verdadeira.
PASSO DE INDUÇÃO: Mostramos que a proposição condicional P (k) → P (k 1) é verda-
deira para todos os números inteiros positivos k.

Para completar o passo de indução de uma demonstração que utiliza o princípio da indução mate-
mática, assumimos que P (k) seja verdadeira para um número inteiro positivo k arbitrário e mos-
tramos, sob hipótese, que P (k 1) deve ser também verdadeira. A hipótese de que P (k) é
verdadeira é chamada de hipótese indutiva. Uma vez completados os dois passos da demonstra-
ção por indução matemática, mostramos que P (n) é verdadeira para todos os números inteiros po-
sitivos, ou seja, evidenciamos que n P (n) é verdadeira onde esta quantificação tem como domínio
o conjunto dos números inteiros positivos. No passo de indução, mostramos que k (P (k) → P (k 1))
é verdadeira onde novamente o domínio é o conjunto dos números inteiros positivos.
Expressa como uma regra de inferência, essa técnica de demonstração pode ser declarada como
[P (1) ˜k (P (k) → P (k 1))] → n P (n),
em que o domínio é o conjunto dos números inteiros positivos. Como a indução matemática é uma
importante técnica, é válido explicar em detalhes os passos de uma demonstração que usa essa
técnica. A primeira coisa que fazemos ao demonstrar que P (n) é verdadeira para todos os números
inteiros positivos n é mostrar que P (1) é verdadeira. Ou seja, devemos evidenciar que a proposição
obtida quando n é substituído por 1 em P (n) é verdadeira. Então, devemos evidenciar que P (k) →
P (k 1) é verdadeira para todos os números inteiros positivos k. Para demonstrar que essa propo-
sição condicional é verdadeira para todo número inteiro positivo k, precisamos evidenciar que
P (k 1) não pode ser falsa quando P (k) é verdadeira. Isso pode ser feito assumindo-se que P (k) é
verdadeira e mostrando que, a partir dessa hipótese, P (k 1) deve também ser verdadeira.
Lembre-se: Em uma demonstração por indução matemática não assumimos que P (k) seja verdadei-
ra para todos os números inteiros positivos! Apenas mostramos que se assumimos que P (k) é verda-
deira, então P (k 1) também é verdadeira. Assim, uma demonstração por indução matemática não
pode ser vista como um caso de usar o que se quer demonstrar, ou um argumento circular.
Quando usamos a indução matemática para demonstrar um teorema, primeiro mostramos que
P (1) é verdadeira. Então, sabemos que P (2) é verdadeira, porque P (1) implica P (2). Assim, sa-
bemos que P (3) é verdadeira, porque P (2) implica P (3). Continuando nessa linha, vemos que
P (n) é verdadeira para todo número inteiro positivo n.
MANEIRAS DE LEMBRAR COMO A INDUÇÃO MATEMÁTICA FUNCIONA Pensar em
uma escada infinita e nas regras para alcançar os degraus pode ajudá-lo a lembrar como a indução
matemática funciona. Note que as proposições (1) e (2) para a escada infinita são exatamente o
passo base e o de indução, respectivamente, da demonstração de que P (n) é verdadeira para todos
os números inteiros positivos n, em que P (n) é a proposição que afirma que podemos alcançar o
n-ésimo degrau da escada. Conseqüentemente, podemos invocar a indução matemática para con-
cluir que podemos alcançar todos os degraus.

NOTA HISTÓRICA O primeiro uso conhecido da indução matemática é o trabalho do matemático Francesco
Links Maurolico (1494–1575), no século XVI. Maurolico escreveu exaustivamente sobre os trabalhos de matemáticos
clássicos e fez muitas contribuições em geometria e ótica. Em seu livro, Arithmeticorum Libri Duo, Maurolico
apresentou várias propriedades de números inteiros juntamente com as demonstrações dessas propriedades. Para
demonstrar algumas dessas propriedades, ele desenvolveu o método de indução matemática. Seu primeiro uso da
indução matemática em seu livro foi para demonstrar que a soma dos primeiros n números inteiros positivos e
ímpares é igual a n2.
266 4 / Indução e Recursão 4-4

Pessoa 26

Pessoa 25
Pessoa 24

Pessoa 23
Pessoa 22
Pessoa 21
Pessoa 20
Pessoa 19
Pessoa 18
Pessoa 17
Pessoa 16
Pessoa 15
Pessoa 14
Pessoa 13
Pessoa 12
Pessoa 11
Pessoa 10
Pessoa 9
Pessoa 8
Pessoa 7
Pessoa 6
Pessoa 5
Pessoa 4
Pessoa 3
Pessoa 1 Pessoa 2

FIGURA 2 Pessoas Contando Segredos.

Além da escada infinita, muitas outras ilustrações úteis da indução matemática podem ajudá-lo
a lembrar como esse princípio funciona. Uma delas contém uma fila de pessoas, a pessoa um, a pes-
soa dois, e assim por diante. Um segredo é contado à pessoa um e cada pessoa conta o segredo à
próxima da fila, se a pessoa anterior ouvi-lo. Considere P (n) como a proposição: a pessoa n sabe o
segredo. Então P (1) é verdadeira, porque o segredo é contado à pessoa um; P (2) é verdadeira, porque
a pessoa um conta o segredo à pessoa dois; P (3) é verdadeira, porque a pessoa dois conta o segredo
à terceira pessoa, e assim por diante. Pelo princípio da indução matemática, cada pessoa da fila ouve
o segredo. Isso é ilustrado na Figura 2. (Assumimos que cada pessoa repassa o segredo, sem mudá-
lo, para a próxima pessoa, o que geralmente não é verdade na vida real.)
Outra maneira de ilustrar o princípio da indução matemática é considerar uma fila infinita de
dominós, marcados a partir de 1, 2, 3, . . . , n, . . . , em que cada dominó está em pé. Considere
P (n) como a proposição: o dominó n caiu. Se o primeiro dominó cair, considerando-se que P (1)
seja verdadeira, e se, sempre que o k-ésimo dominó cair, o (k 1)-ésimo dominó também vai
cair, ou seja, se P (k) → P (k 1) for verdadeira para todo número inteiro positivo k —, então
todos os dominós vão cair. Isso é ilustrado na Figura 3.

Exemplos de Demonstrações por Indução Matemática


Muitos teoremas afirmam que P (n) é verdadeira para todos os números inteiros positivos n, em que
P (n) é uma função proposicional, tal como a proposição de que 1 2 · · · n  n (n 1) / 2 para
todo número inteiro positivo n ou a proposição n b 2n para todos os números inteiros positivos n.

FIGURA 3 Ilustrando a Indução Matemática com o Uso de Dominós.


4-5 4.1 Indução Matemática 267

A indução matemática é uma técnica para demonstrar teoremas desse tipo. Em outras palavras, ela
pode ser utilizada para demonstrar proposições na forma n P (n), em que o domínio é o conjunto
dos números inteiros positivos. Pode ser usada também para demonstrar diversos teoremas, sendo
cada um deles uma proposição nessa forma.
Usaremos vários exemplos para ilustrar como os teoremas são demonstrados aplicando-se a
indução matemática. Os teoremas que vamos demonstrar incluem fórmulas de somatório, inequa-
Links ções, identidades para combinações de conjuntos, resultados de divisibilidade, teoremas sobre al-
goritmos e alguns outros resultados criativos. Nas seções posteriores, vamos empregar a indução
matemática para demonstrar muitos outros tipos de resultados, incluindo exatidão de programas
de computação e algoritmos. Esta pode ser utilizada para demonstrar vários teoremas, não apenas
fórmulas de somatório, inequações e outros tipos de exemplos que ilustramos aqui. Note que há
muitas oportunidades para erro nas demonstrações por indução. Vamos descrever algumas de-
monstrações incorretas por indução matemática no final desta seção e nos exercícios.

DEMONSTRAÇÃO DE FÓRMULAS DE SOMATÓRIO Comecemos usando a indução mate-


mática para demonstrar muitas fórmulas de somatório diferentes. Como veremos, ela é particu-
larmente apropriada para demonstrar que essas fórmulas são válidas. Entretanto, as fórmulas de
somatório podem ser demonstradas de outras maneiras. Isso não é surpreendente porque existem
normalmente maneiras diferentes para demonstrar um teorema. A maior desvantagem do uso da
indução matemática é que ela não pode ser utilizada para encontrar uma fórmula de somatório,
ou seja, é necessário ter a fórmula antes de começar a prová-la com a indução matemática. Co-
meçamos utilizando-a para demonstrar uma fórmula para a soma dos n menores números inteiros
positivos.

EXEMPLO 1 Mostre que se n for um número inteiro positivo, então

Exemplos n (n 1)
1 2 ! n = .
Extras 2
Solução: Considere P (n) como a proposição que afirma que a soma dos primeiros n números
inteiros positivos é n (n 1) / 2. Devemos fazer duas coisas para demonstrar que P (n) é verda-
deira para n  1, 2, 3, . . . . Ou seja, precisamos mostrar que P (1) é verdadeira e que a proposição
condicional P (k) implica que P (k 1) é verdadeira para k  1, 2, 3, . . . .

PASSO BASE: P (1) é verdadeira, pois 1 = 1(1 1) .


2
PASSO DE INDUÇÃO: Para a hipótese indutiva, assumimos que P(k) é verdadeira para um nú-
mero inteiro positivo arbitrário k, ou seja, assumimos que

k (k 1)
1 2 ! k = .
2
Considerando essa hipótese, devemos mostrar que P (k 1) é verdadeira, ou seja, que

(k 1)[(k 1) 1] (k 1)(k 2)
1 2 ! k (k 1) = =
2 2
também é verdadeira. Quando adicionamos k 1 nos dois lados da equação em P (k), obtemos
k (k 1)
1 2 ! k (k 1) = (k 1)
2
k (k 1) 2(k 1)
=
2
(k 1)(k 2)
= .
2
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

O princípio de indução matemática estabelece que os inteiros positivos N começam com o


número 1 e os demais são obtidos adicionando sucessivamente 1.

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EXERCÍCIOS

1) Marque a alternativa correta sobre o princípio da indução matemática.

A) O princípio da indução matemática é um dos principais teoremas na lógica matemática.

B) O princípio da indução matemática é utilizado para demonstrar resultados obtidos de


outras formas. Ele não é um instrumento para descobrir fórmulas ou teoremas.

C) A demonstração do princípio da indução matemática é muito complexa.

D) O princípio da indução matemática é muito utilizado na demonstração de propriedades dos


números reais.

E) Uma indução é composta de uma premissa maior, uma premissa menor e uma conclusão.

2) Para demonstrar que a função proposicional P(n) é verdadeira para todos os


números inteiros n, completamos dois passos:

A) Verificamos que P(1) é verdadeira e mostramos que a proposição condicional P(k) → P(k
+ 1) é verdadeira para todos os números inteiros positivos
k.
B) Verificamos que P(0) é verdadeira e mostramos que a proposição condicional P(k) → P(k
+ 1) é verdadeira para todos os números inteiros positivos
k.

C) Verificamos que P(1) é verdadeira e mostramos que a proposição condicional P(k+1) →


P(k) é verdadeira para todos os números inteiros positivos
k.

D) Verificamos que P(1) é verdadeira e mostramos que a proposição bicondicional P(k) ↔


P(k + 1) é verdadeira para todos os números inteiros
positivos k.

E) Verificamos que P(1) é verdadeira e mostramos que a proposição conjunção P(k) ∧ P(k
+ 1) é verdadeira para todos os números inteiros positivos
k.

3) Marque a alternativa que contém uma função proposicional que não pode ser
demonstrada por indução.

A)
Se n for um número inteiro positivo, então,

B) Se n for um número inteiro positivo, então, 1 + 3 + 5 + ••• + (2n – 1) = n2.

C) 1 + 2 + 22 + ••• + 2n = 2n+1 – 1 para todos os números inteiros não negativos n.

D) A inequação n < 2n é válida para todos os números inteiros positivos n.

E) n2 ≥ 0 para todo número n pertencente ao conjunto dos números


reais.
4) Considere P(n) como a proposição de que

para todo número inteiro positivo n. Marque a alternativa que mostra que P(1) é
verdadeira.

A) P(1) = 12 = 1.

B)

C)

D)

E)

5) Marque a alternativa sobre a demonstração de P(n):

sempre que n for um


número inteiro não negativo.

A) Não é possível demonstrar por indução, pois P(1) = 1, mas, substituindo n por 1 na
fórmula dada, não obtemos 1.
B) Não é possível demonstrar por indução, pois 2n + 1 não é um número ímpar.

C) O primeiro passo é verificar que a proposição é válida para n = 1.

D) Primeiramente verificamos que P(0) é verdadeira e depois provamos que P(k + 1) é


verdadeira sempre que P(k) for verdadeira.

E) Temos que mostrar que P(0) é verdadeira e depois P(k) é verdadeira sempre que P(k + 1)
for verdadeira.

NA PRÁTICA

A indução matemática abordada nesta Unidade de Aprendizagem é um método de demonstração


em que, provando que o enunciado é verdadeiro para um valor inicial e supondo ser verdadeiro
para um valor k, é possível mostrar que esse enunciado é válido para um valor k +1.

Ou seja:

(i) O enunciado vale para o valor inicial.

(ii) Se o enunciado vale para um valor k, então, é possível mostrar que vale para k + 1.

Se ambas as afirmações são provadas, então, qualquer valor pode ser obtido através da repetição
desse processo.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Indução Matemática

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Lógica: Indução vs Dedução, Matemática vs Física

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Demonstração por indução

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Demonstração por Indução Matemática


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