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GESTÃO DE

PESSOAS

Patricia Kinast De Camillis


Ativos intangíveis
e capital intelectual
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Diferenciar ativos intangíveis de capital intelectual.


 Reconhecer a importância dos ativos intangíveis e do capital intelectual
para a otimização dos processos organizacionais.
 Relacionar o planejamento de recursos humanos com o estoque de
conhecimento da organização.

Introdução
Em um mundo cada vez mais dinâmico, competitivo e interconectado,
as organizações precisam saber reconhecer, estimular e valorizar o ca-
pital intelectual e, por consequência, criar ativos intangíveis que tragam
vantagens competitivas que efetivamente irão diferenciá-las de seus
concorrentes e fidelizar seus parceiros e clientes. Entretanto, nada disso é
possível se a organização não levar em consideração as pessoas que estão
envolvidas em todos os seus processos, assim como seus conhecimentos
e os conhecimentos gerados a partir das relações estabelecidas dentro
e fora da empresa.
Você deve conhecer, por exemplo, empresas altamente reconhecidas,
confiáveis e valorizadas no mercado que oferecem seus produtos e servi-
ços com estruturas físicas enxutas, ou seja, com poucos ativos tangíveis,
que são elementos objetivos, como imóveis, máquinas físicas, estoque,
entre outros. São empresas como Nubank, Airbnb, Uber, Alibaba, que
focam em inovação para se diferenciar no mercado e, assim, possuem
ativos intangíveis de grande valor, mas difíceis de medir. Por outro lado,
também existem empresas com estrutura física considerável, como a
Coca-Cola, mas que possuem seus ativos intangíveis na marca, que vale
muito mais que seus produtos.
2 Ativos intangíveis e capital intelectual

Uma vez que, como você verá em seguida, o principal elemento a ser
trabalhado atualmente nas organizações, para que sejam efetivamente
competitivas e diferenciadas, é o conhecimento, especialmente se esse
for atrelado a bons relacionamentos, neste capítulo, você vai aprender a
diferenciar ativos intangíveis e capital intelectual para, então, reconhecer
a importância de ambos na otimização dos processos organizacionais e,
com isso, ser capaz de relacionar o planejamento de recursos humanos
da empresa com o estoque de conhecimento.

Diferença entre ativos intangíveis e capital


intelectual das organizações
Imagine uma empresa reconhecidamente inovadora em seus produtos ou
serviços, mas também em seus processos internos; uma empresa na qual
muitas pessoas gostariam de trabalhar e que atua de forma responsável em
suas relações com clientes, fornecedores colaboradores e comunidade. Ou
mesmo uma empresa que tenha uma marca cujo logotipo você reconhece em
qualquer lugar, sem precisar ler o nome da organização. Você deve concordar
que essa empresa deve ter um alto valor no mercado, não é mesmo? Esse
alto valor no mercado é devido a elementos difíceis de mensurar, isto é, de
medir e quantificar, como, por exemplo, a qualidade das relações internas
e externas da organização. Agora que você imaginou a realidade prática,
vamos aos conceitos: ativo intangível é a diferença entre o valor de mercado
da empresa e seu valor contábil. Esse resultado está diretamente ligado ao
capital intelectual (BITENCOURT, 2010). O valor contábil é calculado por
meio de cálculos objetivos e que ficam registrados na organização. Já o valor
de mercado, embora existam tentativas de calcular, é composto por elementos
ditos subjetivos.
Os ativos intangíveis são elementos das organizações que pertencem à
categoria do imaterial e do abstrato, envolvem a capacidade humana e o
conhecimento. Embora sejam elementos subjetivos, isto é, difíceis de me-
dir, contar e às vezes até mesmo definir de forma única, são cada vez mais
importantes e valorizados nas organizações, uma vez que tudo aquilo que é
essencialmente humano é sempre mais difícil de imitar, quando não impossível,
e possibilita o surgimento das vantagens competitivas. Os ativos intangíveis das
organizações têm a capacidade de produzir benefícios tangíveis no cotidiano
organizacional por meio da materialização da aplicação do conhecimento
humano (BITENCOURT, 2010). Assim, são essenciais na criação de produtos
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e serviços inovadores, que são capazes de estabelecer vantagens competitivas


frente aos concorrentes de maneira efetiva, fazendo com que a organização
seja valorizada frente as demais. Isso tudo depende de a organização ter um
fluxo de movimentação de conhecimento e criatividade adequado e que reflita
no resultado organizacional.
Para ter ativos intangíveis, a organização precisa, em primeiro lugar, fa-
vorecer seu capital intelectual, que são os conhecimentos, as habilidades, as
experiências aplicadas, a tecnologia organizacional, os relacionamentos com
os clientes e as habilidade profissionais, entre outros elementos que fazem
parte da organização, mas que são difíceis de medir e de reproduzir por serem
atribuições que envolvem competências humanas. Assim, cada vez mais, as
empresas valorizam e precisam ter em seus quadros de colaboradores profis-
sionais altamente qualificados, capazes de converter informações (que estão
cada vez mais disponíveis e fáceis de acessar) em conhecimento (que passa
a ser algo qualificado e apropriado a cada situação organizacional). Porém, a
organização precisa estar preparada para fornecer ferramentas e estrutura a
fim de que isso ocorra (BITENCOURT, 2010).
Na concepção de Coser, Morales e Selig (2013), o capital intelectual pode
ser dividido em três elementos: o humano, o relacional e o estrutural. O capital
humano é o conjunto de habilidades, conhecimentos, atitudes e potencialidades
das pessoas que contribuem para o crescimento da organização; o capital
relacional é o conhecimento derivado dos relacionamentos entre as organi-
zações e os empregados, ou seja, uma troca de experiências e conhecimentos
entre pessoas e organizações; por fim, mas não menos importante, o capital
estrutural é a própria estrutura organizacional, baseada em dados, rotinas,
patentes, manuais, procedimentos, hierarquias, entre outros (COSER; MO-
RALES; SELIG, 2013). O capital intelectual interconecta os três elementos,
que precisam ser balanceados pela organização e, para que possam formar os
ativos intangíveis, precisam estar em constante renovação.
Como você pode ver, quando tratamos de ativos intangíveis e de capital
intelectual, tratamos de diversos elementos, mas, principalmente, do co-
nhecimento. Por isso, as empresas precisam organizar seus conhecimentos
(da própria organização e das pessoas que nela trabalham), ou seja, fazer a
gestão desse conhecimento, além de buscar adquirir novos. Entretanto, essa
não é uma tarefa fácil, pois envolve: utilizar-se de conhecimento tácito, que é
subjetivo e provém da experiência; de conhecimento explícito, que é objetivo
e provém da racionalidade; estimular a potencialidade das pessoas, ou seja,
a sua capacidade de ação em situações diversas; envolve os relacionamentos
internos, que tratam da estrutura organizacional para dar conta dos problemas
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e atingir os objetivos organizacionais e, ainda, os relacionamentos externos,


que destacam como a empresa se relaciona, negocia e atende o público externo
(BITENCOURT, 2010). Assim, a gestão como um todo, mas em especial a
gestão de recursos humanos, precisa estar ciente e atenta a esses conceitos
e buscar colocá-los em prática de maneira a gerar vantagens competitivas e
colaborar efetivamente com a estratégia da organização.

Ativos intangíveis são elementos difíceis de mensurar, pois são subjetivos. Entretanto,
é possível identificar sua existência quando o valor de mercado de uma determinada
empresa é maior que seu valor contábil — considerando que o valor contábil é calculado
a partir de ativos tangíveis. Vale lembrar que, para conseguir obter e manter esses
valiosos ativos intangíveis, a empresa precisa criar estratégias e ações para desenvolver
o seu capital intelectual.

A importância dos ativos intangíveis e do capital


intelectual nos processos organizacionais
Pense em um processo organizacional que praticamente todas as empresas
realizam, o atendimento ao cliente. Quantas atividades e decisões precisam
ser feitas, não é mesmo? Desde a entrada, iniciando pelo recebimento da
solicitação do cliente até a entrega final, que será atender ao pedido, seja esse
qual for. O capital intelectual pode ser utilizado desde o início para qualificar
a obtenção de todas as informações do cliente e conseguir captar todas as suas
necessidades. Durante o processamento do pedido, o capital intelectual pode
ser muito útil na busca da melhor solução disponível ou mesmo na criação de
uma solução nova. Você consegue perceber que, junto a essa entrega final,
além do produto ou serviço solicitado, poderá haver elementos que envolvem
desde a superação de expectativas do cliente até a inovação desse processo? São
elementos que irão fidelizar não só esse cliente, mas muitos outros e agregar
ativos intangíveis que valorizam e diferenciam a empresa no mercado. São
elementos que mostram a importância do capital intelectual para a empresa e
a sua transformação em ativos intangíveis, mesmo em um exemplo simples.
Imagine, agora, o quanto são importantes em processos organizacionais mais
complexos, como os que envolvem criação de novos produtos ou serviços ou
o enfrentamento de um novo concorrente.
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Os três elementos que formam o capital intelectual não podem ser compre-
endidos ou tratados isoladamente. O capital humano, o relacional e o estrutural
são interdependentes; assim, de nada adianta para uma organização ter cola-
boradores com alto nível de conhecimento e habilidades se eles trabalham de
forma isolada, se a empresa não proporciona estrutura organizacional para
estabelecer bons relacionamentos e trocas. É necessário compartilhar e trans-
mitir o conhecimento pertencente a cada um (ou a cada grupo) para que, assim,
possa transformar-se em um ativo intangível para a empresa. Nesse processo
de compartilhamento e transmissão, entram em ação o capital relacional e
o estrutural (BERTOLA et al., 2015; COSER; MORALES; SELIG, 2013).
Ao estimular e valorizar o capital intelectual, a organização estará promo-
vendo o surgimento de ativos intangíveis, que irão favorecer a obtenção de
vantagens competitivas, fundamentais para a sustentabilidade das empresas
nos dias atuais, uma vez que o mercado está cada vez mais competitivo e os
consumidores estão cada vez mais exigentes e informados. Nesse sentido, as
organizações precisam buscar maneiras de desenvolver uma relação a longo
prazo com seus clientes, parceiros e fornecedores, tornando-os fiéis, propor-
cionando a eles uma boa oferta de produtos, serviços e relações de negócio
(BERTOLA et al., 2015). A vantagem competitiva é aquilo que destaca a
empresa no mercado dentre as demais e é, geralmente, onde mais aparece
a importância do capital intelectual e dos ativos intangíveis. Por exemplo,
empresas que são reconhecidas por seu estreito relacionamento com o cliente
evidenciam a importância do capital humano e relacional diretamente em seus
processos de atendimento e solução de problemas.
Os processos organizacionais são sequências organizadas de atividades
que transformam as entradas, vindas dos fornecedores, em saídas, que serão
entregues aos clientes em forma de produtos ou serviços, mas com um valor
agregado gerado em cada unidade da organização a partir de cada processo
organizacional. Cada organização possui uma cadeia de processos interligados
para gerar o seu resultado final e atingir seus objetivos (OLIVEIRA, 2013).
Entretanto, simplesmente produzir de maneira eficiente, sem desperdícios e a
baixo custo, não garante mais a sobrevivência por muito tempo, principalmente
em mercados dinâmicos e exigentes, como os de atualmente. Para otimizar
seus processos e ser bem-sucedida, uma empresa precisa ser criativa e inovar
(BITENCOURT, AZEVEDO; FROEHLICH, 2013).
No cenário da sociedade do conhecimento, a inovação e a criatividade
passam a ser processos importantes nas organizações, pois resultam, por
exemplo, em know-how e reconhecimento, elementos difíceis de serem
imitados pela concorrência. Entretanto, as empresas precisam estar dispo-
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níveis e abertas para que esses processos ocorram, e não apenas focar em
resolver problemas do dia a dia. Em parte, o processo de inovação depende
de que os colaboradores estejam dispostos a criar coisas novas, produtos
novos, a ter novas ideias, ser criativos. Para isso, eles precisam colocar em
ação seus conhecimentos, mas também articular seus relacionamentos e ter
o devido suporte da empresa para tal. Ou seja, o capital intelectual precisa
ser estimulado e valorizado pela organização. Assim, a importância do
capital intelectual nos processos organizacionais está, de maneira geral, em
qualificar tanto a entrada quanto as atividades que transformam as entradas
em saídas, possibilitando que essas saídas contenham ativos intangíveis
para a organização.
Por fim, apesar de ser um tema relativamente novo, é importante que as
empresas estejam dispostas a investir em capital intelectual, não somente
pelas vantagens relacionadas à competitividade, mas também para a busca
de aperfeiçoamento de seus produtos e serviços e desenvolvimento de seus
colaboradores (BERTOLA et al., 2015). Com isso, a empresa tende a formar
ativos intangíveis atrelados a criatividade e a inovação, que, embora sejam
difíceis de mensurar, podem ser reconhecidas nos resultados dos processos
organizacionais que entregam ao cliente, aos parceiros, à sociedade, e também
a seus próprios colaboradores, produtos, serviços valorizados por todos e
um ambiente de trabalho positivamente reconhecido, do qual todos querem
fazer parte.

Anualmente, empresas globais de consultoria em marca divulgam relatórios nos


quais apresentam o ranking das organizações mais valiosas. No Brasil, uma dessas
empresas é a Interbrand Brasil, que listou as Marcas Brasileiras Mais Valiosas em
2018 e em anos anteriores. A lista está disponível no site da empresa e, além de
ranquear as organizações, a consultoria apresenta uma análise geral do que faz as
empresas serem mais valiosas. O Top 5, em 2018, foi dominado pelas marcas do
setor financeiro e pelas cervejas. A lista de Maiores Crescimentos, em termos de
valor de mercado, mostra empresas que souberam obter sucesso em um cenário
em que consumidores têm cada vez mais restrições e suas escolhas são cada vez
mais seletivas, o que demonstra a utilização do seu capital intelectual e a geração
de ativos intangíveis (INTERBRAND, 2018).
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Gestão de recursos humanos e conhecimento


Você já sabe que o capital intelectual envolve conhecimentos, relacionamentos
e estrutura organizacional. Juntos, e de maneira interdependente, esses ele-
mentos são capazes de otimizar processos, criar e inovar e, assim, possibilitam
que a empresa se destaque frente aos demais concorrentes e seja valorizada
pelos clientes, resultando em ativos intangíveis para a organização que trarão
vantagens competitivas. Porém, para desenvolver as tão cobiçadas “vantagens
competitivas”, uma empresa precisa ter bem claro e definido, primeiro, qual
é a sua estratégia organizacional; em seguida, quais são suas competências
essenciais e seus conhecimentos atrelados, os atuais e os que precisam ser
desenvolvidos, e quais são as competências que seus colaboradores possuem
ou podem desenvolver — assim, então, deve alinhar tudo isso a fim de atingir
a sua estratégia. É importante destacar que competência, aqui, é entendida
como os conhecimentos, as habilidades e outros atributos utilizados para a
realização do trabalho (BITENCOURT; AZEVEDO; FROEHLICH , 2013),
ou seja, está relacionada ao capital intelectual da empresa e, principalmente,
envolve conhecimentos que não ficam parados (estocados em algum local),
mas circulam e são utilizados em um determinado contexto.
Assim, podemos dizer que determinados conhecimentos podem ser estra-
tégicos para a organização e, por isso, precisam ser adquiridos e gerenciados.
Porém, falar em gestão do conhecimento sem falar em gestão de recursos
humanos (ou gestão de pessoas) e atrelar ambos processos à estratégia orga-
nizacional é algo que, nos dias de hoje, mostra-se ineficiente para o desem-
penho da organização: conhecimento, estratégia e pessoas estão interligados.
Conforme afirma Bitencourt (2010), a ação estratégica está muito próxima a
uma articulação para encontrar ou promover um novo conhecimento que irá
levar a respostas rápidas e flexibilidade organizacional. Assim, estratégias
de conhecimento buscam agregar valor ao negócio, explorando vantagens
competitivas a partir do conhecimento. Além disso, irá viabilizar alternativas
para desenvolver o conhecimento esperado, ligado ao negócio da empresa, de
forma coletiva (BITENCOURT, 2010).
Se, por um lado, temos a elaboração da estratégia da empresa, que exige
aplicação de conhecimentos específicos, por outro, temos a execução dessa
estratégia. No meio, está a gestão do conhecimento, que serve a ambos e pode
ser articulada com a gestão de competências, tanto organizacionais quanto
dos grupos e individuais (BITENCOURT, 2010; BITENCOURT; AZEVEDO;
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FROEHLICH, 2013). A gestão como um todo, mas especialmente a gestão de


recursos humanos, precisa, então, desenvolver estratégias para criar, transferir
e renovar os conhecimentos. Assim, a empresa, além de valorizar e aproveitar
os conhecimentos existentes na empresa e nos colaboradores, movimenta
esses conhecimentos, fazendo-os circular e abrindo a possibilidade de novos
conhecimentos serem criados. Ademais, a criação de conhecimento deve ser
sempre valorizada e reconhecida, pois é o motor da inovação atualmente. Se
entendemos que conhecimento é algo que passa pelas pessoas, a gestão de
recursos humanos não pode se abster nesse processo organizacional. Entre-
tanto, o processo é complexo e envolve estabelecer relações e um ambiente
de confiança, pois novas ideias não surgem se as pessoas não se sentirem
seguras para expressá-las.
As competências organizacionais devem ser compreendidas pelo ponto de
vista estratégico, pois agregam valor econômico para a organização e dependem
de um conjunto integrado de medidas, processos, atividades e pessoas que se
desenvolvem ao longo do tempo. Existem quatro elementos importantes na
constituição de uma competência organizacional, além de sua cultura, que
são: inovação e tecnologia, pessoas, estrutura e processos.
Inovação e tecnologia estão relacionadas ao aprimoramento das atividades
realizadas, à capacidade de implementar mudanças e à velocidade de respos-
tas às variações das dinâmicas do mercado (BITENCOURT; AZEVEDO;
FROEHLICH, 2013).
Já para o elemento pessoas, é importante destacar que, de acordo com Dutra
(2016), a entrega é o que consolida a competência do indivíduo. As pessoas
possuem determinado conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que
precisam ser colocadas em prática, em ação, no ambiente organizacional. Aqui
já podemos atrelar os elementos estrutura e processos, pois, além de incluir
fatores que tornam a empresa competitiva, como certificados ou sistemas de
controle de qualidade, por exemplo, também incluem proporcionar que seus
colaboradores, em todos os níveis, possam colocar suas competências em ação.
Isso tudo também deixa clara a importância da cultura: ter uma cultura que
estimula e valoriza a criação e o desenvolvimento de conhecimento une todos
os elementos, além de ser essencial para que a organização balize o que vai
ser aprendido (BITENCOURT; AZEVEDO; FROEHLICH, 2013).
Realizar a gestão com base no desenvolvimento de competências atrelada
à estratégia organizacional é uma das maneiras de desenvolver e valorizar o
capital intelectual e proporcionar a criação e manutenção dos ativos intangíveis
nas organizações. Independentemente do nível tecnológico que o negócio exige,
as pessoas e o conhecimento ainda são capazes de gerar vantagens competitivas
Ativos intangíveis e capital intelectual 9

diferenciadas, pois criam e inovam, especialmente quando estão inseridas


em um ambiente estimulante e propício para tal. Nesse ponto, de acordo com
Kanaane (2012), a gestão é crucial, já que a responsabilidade de incrementar
políticas e procedimentos referentes ao desenvolvimento do potencial humano
implica uma série de atividades por parte das organizações, que podem ir
desde ações de treinamento e desenvolvimento, passando por processos de
avaliação de desempenho, até programas de incentivo à promoção humana e
social. Se tudo isso estiver atrelado à valorização do conhecimento humano,
pode-se ter um grande diferencial.

Acesse o link a seguir e leia artigo da Harvard Business Review Brasil que mostra como
pode ser desenvolvida uma metodologia prática que busca medir e apresentar, aos
colaboradores de uma empresa, o valor do conhecimento.

https://qrgo.page.link/XZVdu

BERTOLLA, F, L. et al. Capital Intelectual como recurso na retenção de clientes. Revista


Pensamento Contemporâneo em Administração, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, jul./set., p.
155–168, 2015.
BITENCOURT, C. (Org.). Gestão contemporânea de pessoas: novas práticas, conceitos
tradicionais. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
BITENCOURT, C.; AZEVEDO, D.; FROEHLICH, C. Na trilha das competências: caminhos
possíveis no cenário das organizações. Porto Alegre: Bookman, 2013.
COSER, A.; MORALES, A. B. T.; SELIG, P. M. A influência do capital intelectual sobre a
performance dos projetos de software. Revista Perspectivas em Gestão & Conhecimento,
João Pessoa, v. 3, n. 2, p. 196–217, jul./dez. 2013.
DUTRA, J. Competências: conceitos, instrumentos e experiências. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2016.
INTERBRAND. Marcas brasileiras mais valiosas 2018. São Paulo: Interbrand, 2018. Dispo-
nível em: https://www.interbrand.com/wp-content/uploads/sites/11/2018/11/Inter-
brand_Best_Brazilian_Brands_2018.pdf. Acesso em: 24 jun. 2019.
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KANAANE, R. Comportamento humanos nas organizações: o homem rumo ao século


XXI. São Paulo: Atlas, 2012.
OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas, organização e método: uma abordagem gerencial. 21. ed.
São Paulo: Atlas, 2013.

Leituras recomendadas
CODA, R. Competências comportamentais: como mapear e desenvolver competências
pessoais no trabalho. São Paulo: Atlas, 2016.
DINO. Ativos intangíveis representam mais de 80% do valor das empresas.
Exame, 15 dez. 2017. Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/dino/
ativos-intangiveis-representam-mais-de-80-do-valor-das-empresas/
TURRA, S. et al. Efeitos do capital intelectual sobre o desempenho financeiro em
empresas brasileiras e chilenas. Revista Contemporânea de Economia e Gestão, v. 13, n.
2, maio/ago. 2015.
VAZ, C. R. et al. Capital intelectual: classificação, formas de mensuração e questiona-
mento sobre usos futuros. Revista de Gestão e Tecnologia – NAVUS, Florianópolis, v. 5,
n. 2, p. 73–92, abr./jun. 2015.
WERLANG, N. B.; SOUZA JÚNIOR, A. V.; FIATES, G. S. Capital intelectual: estudo biblio-
métrico e mapeamento nacional. RACEF – Revista de Administração, Contabilidade e
Economia da Fundace, v. 10, n. 1, p. 16-30, 2019.

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