Você está na página 1de 45

FACULDADE ESTACIO

EUROPANAMERICANA DE HUMANIDADES
TECNOLOGIAS

JEFFERSON J SANTOS
KALINKA BETONI
RENATA SALAZAR

O IMPACTO DOS RELACIONAMENTOS ATUAIS COM A CHEGADA


DOS APLICATIVOS: TINDER

Cotia, SP
2018
JEFFERSON J SANTOS
KALINKA BETONI
RENATA SALAZAR

O IMPACTO DOS RELACIONAMENTOS ATUAIS COM A CHEGADA


DOS APLICATIVOS: TINDER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade


Estácio Europanamericana de Humanidades e
Tecnologias de Cotia, como pré-requisito para a obtenção
do título de bacharel em Publicidade e Propaganda, sob
orientação do Prof. Vladimir Lucki Junior.

Orientador: Prof. Vladimir Lucki

Cotia, SP
2018
FOLHA DE APROVAÇÃO

JEFFERSON J SANTOS
KALINKA BETONI
RENATA SALAZAR

O IMPACTO DOS RELACIONAMENTOS ATUAIS COM A CHEGADA


DOS APLICATIVOS: TINDER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade


Estácio Europanamericana de Humanidades e
Tecnologias de Cotia, como pré-requisito para a obtenção
do título de bacharel em Publicidade e Propaganda, sob
orientação do Prof. Vladimir Lucki Junior.

Aprovada em ____/____/_______

Banca Examinadora

Prof.
__________________________________________________________________

Instituição________________________Assinatura__________________________
______

Prof.
__________________________________________________________________

Instituição________________________Assinatura__________________________
______

Prof.
__________________________________________________________________

Instituição________________________Assinatura__________________________
______
Dedicamos esta monografia aos nossos pais, pelo exemplo de
coragem e simplicidade em suas metas, e com muito carinho
nos ensinaram o caminho da justiça, e ao nosso querido
Coordenador e Professor Vladimir Lucki que foi uma das fontes
para as nossas inspirações e a todos os nossos colegas de curso
que contribuíram para o nosso crescimento e aprendizagem.
AGRADECIMENTO

A DEUS, que nos deu força e coragem para vencer todos os obstáculos e dificuldades
enfrentadas durante o curso, que nos socorreu espiritualmente, dando-nos serenidade e forças
para continuar.
Ao professor Vladimir Lucki, orientador, e ao professor Marcelo Genova Fonseca, por
ter acreditado na possibilidade da realização deste trabalho, pelo seu incansável e permanente
encorajamento, pela disponibilidade dispensada e sugestões que foram preciosas para a
concretização desta monografia.
Às nossas mães e pais, e irmãos e irmãs, com eles compartilhamos a realização deste
trabalho que é um dos momentos mais importante das nossas vidas.
A todos da instituição Estácio de Sá - Cotia que permitiram que chegássemos onde
estamos. Nossos colegas de classe que foram verdadeiros e companheiros, e em especial os
nossos amigos.
Agradecemos especialmente aos professores, que nos incentivaram a continuar
lutando com garra e coragem e ao desempenho dos mesmos.
“A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de
conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de
reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção
permanente de sua identidade pessoal. Por isso é tão importante
investir a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência”.

Antônio Nóvoa
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo principal abordar histórias vividas na era do
“cupido tecnológico” e apontar essa modernização dos aplicativos de relacionamento
que está crescendo cada vez mais, e é uma das maiores no mercado atualmente.
Alertar sobre prevenções que o usuário deve ter ao dar match com alguém e
sugestões para que riscos com mulheres e homens não sejam um dos maiores
problemas dentro do aplicativo.
A escolha desse tema surgiu devido a uma pesquisa de campo realizada por redes
sociais e conversas realizadas em grupos de como esse tema é tão comum hoje em
dia, mas que gera certo tabu e preconceito com aqueles que utilizam o aplicativo.
Pretende-se, com este trabalho de pesquisa mostrar expectativas e realidades de
como funcionam um flerte virtual, o engajamento que esse aplicativo proporciona na
vida de seus usuários, o merchandising por trás dos anúncios e pessoas que
aproveitaram de situações constrangedoras para tirar bom proveito e experiências
pessoais. Sendo assim nosso trabalho visa observar e registrar fatos verídicos
vivenciados por usuários do aplicativo de relacionamento Tinder, que em meio a uma
imensidão de informações na internet e pela diversidade de aplicativos que
encontramos atualmente nesse mercado, optamos pelo Tinder devido a sua
popularidade no Brasil e no mundo.

Palavras chave:
Tinder – Impacto – Aplicativos de relacionamento – App - Match

ABSTRACT
This work has as main objective to address stories lived in the era of the
"technological cupid" and to point out this modernization of the applications of
relationship that is growing more and more, and is one of the majors in the market
today.
Warn about precautions the user must take when giving someone a match
and suggestions that risks with women and men are not one of the biggest problems
within the application.
The choice of this topic arose due to a field research conducted by social
networks and conversations held in groups on how this theme is so common
nowadays, but which generates some taboo and prejudice with those who use the
application.
This research aims to show expectations and realities of how a virtual flirt
works, the engagement that this application provides in the lives of its users, the
merchandising behind ads and people who have taken advantage of compelling
situations to take advantage and personal experiences. In this way, our work aims to
observe and record truthful facts experienced by users of the Tinder relationship
application, which amidst a wealth of information on the internet and the diversity of
applications that we currently find in this market, we chose Tinder due to its popularity
in Brazil and in the world.

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................9.

Capítulo 1 – O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM OS APLICATIVOS DE


RELACIONAMENTO...........................................................................................................11.

Capítulo 2 – TINDER: SEU SURGIMENTO, DESENVOLVIMENTO E


POPULARIDADE..................................................................................................................13.

Capítulo 3 – O IMPACTO DOS RELACIONAMENTOS ATUAIS COM A CHEGADA


DOS APLICATIVOS: TINDER...........................................................................................16.

Capítulo 4 – PESQUISA DE ACEITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO USUÁRIO


NO APLICATIVO..................................................................................................................31.

Capítulo 5 – DEPOIMENTOS E DECLARAÇÕES DE USUÁRIOS AO QUAL


VIVENCIARAM O SUCESSO DO APLICATIVO............................................................35.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................41.

FONTES.................................................................................................................................42.

BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................44.
9

INTRODUÇÃO

O presente trabalho ressalta a o impacto dos aplicativos de relacionamento, enfatizando


o mais popular entre todos os públicos, o TINDER. O Tinder é um aplicativo de
compatibilidade as duas principais plataformas de acesso móvel, ou seja, IOS e ANDROID,
onde seu maior destaque e objetivo seria aperfeiçoar e facilitar as antigas salas de bate-papo
de relacionamento com um toque único. Um aplicativo onde você realiza o chamado Match
(termo dado quando a ação de like é reciproca entre os usuários), mas ação esta que só poderá
ser realizada após os usurários disporem de suas preferências e posições ao qual preferem que
encontrem no aplicativo, que é responsável em identificar usurários com preferências
idênticas, num raio de poucos quilômetros de um usuário para outro. Também apresenta um
portfólio de fotos e uma breve descrição pessoal de cada usuário do aplicativo.
Dessa forma, a presente monografia encontra-se estruturada em cinco capítulos:
O primeiro capítulo intitulado “O que são e como funcionam os aplicativos de
relacionamentos” Considera as diversas plataformas dos apps de relacionamentos e expõe
uma breve seleção de características de cada um deles.
No segundo capítulo, “Tinder: Seu surgimento, desenvolvimento e popularidade,”
apresenta-se toda a história do aplicativo, seu surgimento e ideias dos criadores e toda sua
estratégia de inserção em busca da sua popularidade e destaque em meio aos seus usuários.
Terceiro capítulo, “O Impacto dos Relacionamentos atuais com a chegada dos Aplicativos:
TINDER”, enfatiza a otimização de toda a antiga paquera, como sua facilidade abriu portas até
mesmo para a relação à distância e toda sua estrutura planejada em busca de atender a todos os
públicos.

Quarto capítulo “Pesquisa de aceitação e desenvolvimento do usuário no app”


identifica a opinião dos usuários e mensura a experiência dos usurários dentro do app em relação
à veracidade do aplicativo o sucesso ou fracasso dos momentos vivenciados dentro dele.

No quinto capitulo “Depoimentos e declarações reais de usuários que vivenciaram


o sucesso do foco do aplicativo” visa demonstrar e tornar público, por meio de entrevistas e
pesquisas realizadas com os usurários, experiências dentro do app e sua influência para a vida
amorosa do usuário.
10

A finalidade deste trabalho é procurar dar ao leitor/educador uma visão mais ampla
sobre os aplicativos de relacionamento, abordando questões referentes à sua facilidade de
utilização e a forma como a publicidade está totalmente relacionada ao seu desenvolvimento e
contribuição para destaque diante das mídias sociais. Há considerações sobre as expectativas do
possível sucesso do objetivo futurista do aplicativo – formar casais, romper as barreiras da
timidez e abrir o campo da privacidade dos usurários para disseminar ali todas as suas
preferências, interesses e vontades.
11

1 CAPÍTULO I – O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM OS APLICATIVOS DE


RELACIONAMENTO.

Aplicativo de relacionamento é um sistema de introdução pessoal onde as


pessoas podem se encontrar e paquerar entre si para marcar um encontro,
geralmente com o objetivo de desenvolver um relacionamento pessoal, romântico ou
sexual. Os aplicativos geralmente oferecem encontros não moderados através da
Internet, pelo computador ou smartphone. Os usuários de um aplicativo normalmente
fornecem informações pessoais, que lhes permitem pesquisar a base de dados do
provedor de serviços para outros indivíduos. Os membros usam critérios de outros
membros definidos, tais como faixa etária, sexo e localização.
Os aplicativos usam um banco de dados ao seu favor, já que através dele
conseguem pesquisar todos os seus gostos e preferências, desde sites que você já
visitou ou lugares que frequentou, sendo assim, o aplicativo sugere pessoas que
fizeram o mesmo, deduzindo seu gosto pessoal. Alguns aplicativos são de base
ampla, com membros vindos de uma variedade de fundos à procura de diferentes
tipos de relacionamentos. Outros aplicativos são mais específicos, com base no tipo
de membros, interesses, localização, ou relação desejadas.
O primeiro aplicativo de relacionamento foi fundado nos anos 90, que na época
foi uma grande revolução nos relacionamentos, pois o que antigamente era bem mais
formal passou a ser apenas com um toque. Foi nesta década que surgiu o primeiro
site de encontros: o Macth.com, lançado em 1995. Quase uma década depois, em
2004, veio o OkCupid, e, dois anos depois, surgiu o ParPerfeito no Brasil.
Antes, os relacionamentos aconteciam por meio das redes de pessoas que
conhecíamos. Mas eles aconteciam principalmente nos elos fracos de ligação dessas
redes. Enquanto a maioria das pessoas provavelmente não vai se relacionar com seus
amigos mais próximos, a possibilidade de sair com pessoas que estão ligadas a esse
grupo de amigos é grande, por exemplo. De acordo com o estudo e a teoria de rede,
parceiros em potencial estão nas nossas redes de amigos e a nossa rede geográfica.
E é um fato, pesquisas sobre a maneira como as pessoas encontraram seus parceiros
costumam indicar amigos em comum, bares, trabalho, instituições de educação, igreja
e por aí vai.
12

Com os aplicativos de relacionamento as chances de pessoas de longa


distância se conhecer são maiores e isso aumenta o número de pessoas de outras
raças, países, culturas de se envolverem, dando um salto para a diversidade.
De acordo com um levantamento aplicado ao longo de abril de 2017 com 4,8
mil solteiros online no Brasil, 60% dos entrevistados afirmam que os aplicativos são
melhores porque os usuários já sabem, ao observar os perfis, se a pessoa escolhida
tem os mesmos interesses que os seus e, também, as características que buscam em
alguém antes mesmo de marcar um encontro tradicional. Outros 19% acreditam que
com as plataformas online eles podem conhecer mais pessoas do que quando saem
para baladas ou bares da cidade. Outros 11% disseram gostar de usar aplicativos
porque não têm tempo de investir em saídas em grupo ou sozinhos. Uma parcela de
10% disse ainda que os aplicativos e sites de relacionamento permitem encontrar
pessoas em qualquer lugar — ideal para viagens ou para pessoas que acabaram de
se mudar — o que facilita bastante a busca por um parceiro.
13

2 CAPÍTULO II – TINDER: SEU SURGIMENTO, DESENVOLVIMENTO E


POPULARIDADE.

O Tinder foi lançado nos Estados Unidos no final de 2012 pelos amigos Justin
Mateen e Sean Rad – os outros co-fundadores são Whitney Wolfe, Chris Gylczynski,
Joe Munoz e Jonathan Badeen.

Foto tirada do site Google Imagens.

A ideia do aplicativo era evitar um grande problema dos sites de encontros


convencionais: o extenso e cansativo cadastro em que todo usuário é submetido.
Outra questão que queriam resolver é a incidência de perfis falsos. Como eles
resolveram isso? Vinculando todo o cadastro ao Facebook.
Assim como a rede social de Mark Zuckerberg, o Tinder teve seu início nas
universidades americanas. Com a facilidade de uso e a estratégia de marketing
agressiva, o começo foi meteórico. De setembro de 2012 – quando foi lançado – ao
início de 2013, o aplicativo já contava com mais de 400 mil usuários cadastrados.
O Tinder chegou ao Brasil em agosto de 2013 e hoje tem o país como um dos
mais importantes para a empresa, sendo o terceiro com mais usuários, atrás apenas
de Reino Unido e Estados Unidos. A estimativa é que o aplicativo tenha mais de 50
milhões de usuários cadastrados ao redor do mundo. São mais de 140 países, 30
idiomas e 26 milhões de matches por dia. De acordo com a empresa, já foram
computados mais de 9 bilhões de matches na história do Tinder, com uma média de
1,4 bilhões de interações (likes e dislikes) por dia.
14

Foto tirada do site Google Imagens .

É um aplicativo moderno de encontros onde o usuário pode conhecer novas


pessoas que possuem interesses em comum. Para isso, o aplicativo cruza as
informações de perfil com dados de geolocalização e, com isso, sugere possíveis
pretendentes que estejam relativamente próximos, o usuário decide a distância de
área que quer ser pareado com outros usuários e faixa etária dos mesmos. Para se
cadastrar no Tinder é preciso ter uma conta no Facebook que é através desta rede
social que o aplicativo pega as primeiras informações, como nome, profissão, idade e
as fotos.
A tela principal do aplicativo mostra as sugestões de amizades baseadas no
cruzamento de informações do GPS e do Facebook. Ao deslizar o dedo em cima da
foto para a direita ou clicando no coração verde você dá um like, sinalizando que tem
interesse na pessoa. Ao clicar no ‘X’, ou deslizando o dedo para a esquerda, você
descarta o perfil visualizado. Se a mesma pessoa que você deslizou o dedo
sinalizando que tem interesse já tiver feito o mesmo, um alerta de “match” aparecerá
na sua tela, ou seja, bingo! A paquera está no ar.

Foto tirada do site Google Imagens .


15

Com o crescimento do aplicativo muitas pessoas tinham acesso, inclusive


menores de 18 anos, o que passou a ser uma polêmica, já que se trata de um
aplicativo de paquera onde existem pessoas de várias as idades e com as mesmas
intenções, encontrar um par. Sendo assim, uma nova política foi regrada e o aplicativo
passou a ser limitado somente para maiores de 18 anos.
O Tinder, como qualquer outro aplicativo arquiva informações pessoais que
você pode acessar pela página de políticas de privacidade do aplicativo, onde
mostram quais dados que o banco de dados irá coletar sobre você, como endereço de
e-mail, localização, interesses, data de aniversário, informação sobre educação, fotos,
lista de amigos e entre outros, mas o mais interessante é que o aplicativo mantém
salvo em sua memória interna, todos os matchs que você recebeu todas as
conversas, todas as suas localizações enquanto utilizava o aplicativo, desde o seu
primeiro login.
O Tinder é gratuito, mas também tem um plano mensal chamado Tinder Plus,
uma versão premium, que permite desfazer uma curtida, alterar a localização (função
chamada de PassPort), tira as propagandas e permite mais Super Likes, já que o
usuário de conta gratuita tem uma limitação de matchs diários. O plano custa US$
9,99 por mês, convertido em reais dá uma média de R$ 38,00 no Brasil.
16

3. CAPÍTULO III – O IMPACTO DOS RELACIONAMENTOS ATUAIS COM A


CHEGADA DOS APLICATIVOS: TINDER

Relacionamento entre duas pessoas nunca foi fácil, ainda mais quando
envolvem crenças, família, amigos, vida profissional, imposições sociais, até as
referências sociais, organizar e administrar tudo isso e ainda dar atenção para outro
alguém é mais complicado ainda.
Por isso, como forma de preencher um vazio existencial que com o passar do
tempo tende a aumentar junto com as dúvidas do ser e do não ser e da estabilidade, a
humanidade começa a criar esses vínculos e se relacionar mais profundamente e de
diversas formas com aqueles que se encaixam no seu próprio mundo. No campo dos
relacionamentos românticos, onde o envolvimento é um dos mais confortantes para
suprir as carências desse mundo tão trágico e frio no amor, as buscas se tornaram
mais rigorosas e bem mais criteriosas até para um simples encontro sem planos
futuros.
Sem entrar a fundo na questão de transformações culturais, do mérito de
escolha, da função política, se é esquerda ou direita, se é a favor do casamento ou
apenas juntas as malas e ir morar junto, ou dos papéis de gênero que são impostos
com o bônus do direcionamento sexual quase obrigatório que a sociedade decidiu
estabelecer a alguns séculos, discutiremos aqui o impacto dos adventos das novas
tecnologias nessas relações extremamente complexas e voláteis. Mais
especificamente, nas relações românticas entre casais sem gêneros definidos que
foram afetadas ou definidas por aplicativos de relacionamento, como o Tinder, Hornet,
Thurst, OkCupid, Happn, Mint, Grindr e outros, tomando como base a obra “Amor
Líquido”, de Zygmund Bauman.
De um tempo pra cá, criou uma cultura consumista, que prefere viver o
momento, a satisfação momentânea e resultados que não exijam esforços reais,
advindos de caminhos prontos e garantias de seguro total. Esse comportamento
instantâneo trazido pela modernidade também realizou o âmbito das relações, que
agora se constroem virtualmente sem esforços e com a vantagem de reduzir danos e
riscos e evitar a perda de opções, tornando as conexões humanas mais frequentes,
banais e breves. Consequentemente elas se tornaram mais intensas, mas ainda
frágeis e passageiras o suficiente para não se tornarem laços.
17

O que antes era desculpa para se encontrar com alguém, hoje não da mais
para ser usada, a famosa distância, pois com um simples smartphone os quilômetros
não são mais problema. As negociações para arrumar um compromisso com alguém
se tornou fácil e rápida, ao mesmo tempo em que se tornou frágil. Esse
comportamento social se traduziu na necessidade de criar ferramentas que pudessem
auxiliar nesse contato rápido e o advento das novas tecnologias nos levaram de
saunas e casas de banho a sites, bate-papos e mais recentemente, aplicativos.
São diversos designers, tamanhos e funcionalidades, cada aplicativo de
relacionamento tem um estilo, mas todos traduzem essa urgência da sociedade por
relacionamentos mobile, que são na definição de Catherine Jarvie, “doces, de curta
duração e essencialmente dispensáveis”. São assim para atender um desejo
reconfortante de que não exigem esforço ou muita engenharia para o aproveitamento
máximo, sendo a encarnação da instantaneidade e disponibilidade.
Os aplicativos de relacionamento são comparados a açougues onde indivíduos
escolhem suas “peças” por vislumbres visuais das identidades que os outros usuários
criaram para si mesmas, tentam uma conexão e caminham em direção a uma
tentativa, que seja lá como for, tende a ser de péssima qualidade e pouca
durabilidade, já que ali a avaliação dos critérios amorosos e atrativos é tão baixa e
ineficaz que pode causar desapontamentos de pouquíssimo dano, já que são tão
instantâneos e descartáveis que podem ser substituídos pelo próximo usuário atrativo.
Com esse novo método de aproximação humana, pode trazer benefícios para
criar laços de afinidade, mas há quem também diga que eles só mostram a
necessidade do ser humano em se relacionar e de ser notado, sem se importar com o
que vão pensar, com o sentimento do parceiro(a), apenas com o status que essa roda
de encontros vai beneficiá-lo.
Esse mundo de desapego e falta de aproximação humana levam a diversas
alterações no modo com que os seres humanos se relacionam. Ao mesmo tempo em
que aproximam virtualmente, distanciam fisicamente e não permitem relações
duradouras, levando indivíduos a caminharem de um relacionamento supérfluo ao
outro e vinculando a nossa individualidade e solidão. Há também quem sinta que
esses aplicativos são um atestado de incompetência e fracasso emocional. Esse
sentimento, partilhado por grande parte das pessoas que nunca utilizou dos serviços
dos aplicativos, reflete certa resistência ainda encontrada por quem prefere cultivar
seus relacionamentos de forma mais “tradicional”.
18

Com isso, tem o lado complicado da situação, as pessoas acham tão simples, a
forma com que podem pular de relacionamento em relacionamento que não se dão
conta do futuro de suas vidas, pois o problema não é agora, mas sim futuramente
quando a escolha para o marido/esposa ideal for prejudicado devido à fama que teve
no passado. Mas, existe o lado positivo dessa transformação: Pessoas introvertidas,
que antes encontravam dificuldades em se relacionar, agora tem um espaço seguro e
definitivamente mais amplo para buscar companhia e desenvolver habilidades sociais.
Grandes casos são da comunidade LGBTQ+, que encontram nesses espaços
ambientes menos hostis e com uma probabilidade maior de encontrar iguais. Essa
promoção da aproximação entre iguais também é um dos benefícios desses adventos
tecnológicos, que não são de todo o mal. Existem aplicativos somente para o público
gay, o que facilita os encontros e a aproximação de todos.
Outro ponto negativo é porque depois da aparição dos aplicativos de
relacionamento, as pessoas passaram a ficar muito acomodadas, pois nada mais fácil
e prático do que marcar um encontro com alguém na palma da sua mão, sem precisar
sair de casa. E isso acaba tornando os homens cada vez mais retraídos com falta de
atitude, pois se antes o usuário era obrigado a tomar uma iniciativa para conhecer
alguém legal, agora não precisa mais. O catálogo de mulheres está ali no seu bolso e
você não precisa mais se esforçar para fazer nada no mundo real – é tudo mais fácil
no aplicativo. Viu uma garota interessante em um pub? “Deixa eu ver se encontro ela
no Tinder, vai que ela deu like em mim” – assim, zero risco. Se não encontrar, também
não tem problema, o importante é evitar o constrangimento. E mesmo que ela não
esteja no aplicativo, milhares de outras estão. Relaxa!

Foto tirada do site Google Imagens .


19

Como fazer para chamar a atenção no meio de tantas outras pessoas? Como
fazer para melhorar as habilidades sociais sem sair da zona de conforto? Quem
garante que fora do aplicativo, a paquera é o que demonstra ser em sua biografia do
aplicativo. Muitas pessoas demonstram ter a vida perfeita nas redes sociais e
pessoalmente não é nada disso.
Pote até ter um perfil de destaque, mas não dá pra capturar manias e
linguagem corporal em fotos. Esses detalhes pesam muito na hora da conquista.
Também não dá pra usar os filtros na vida real, ou seja, aproveite seu perfil criado na
internet, mas viva sua realidade fora da telinha.
A internet nos permite criar personalidades, consertar defeitos e divulgar uma
imagem que você mesmo criou do seu eu interior, só que isso acaba prejudicando na
hora H do encontro, pois você até pode ter colocado na sua biografia do instagram
“Extrovertido e Simpático” e frente a frente no encontro, sua timidez prevalecer.
Pessoas tímidas de baixa autoestima aproveitam essa facilidade do aplicativo
para se relacionar, um usuário fez uma experiência que quando colocou sua foto de
perfil o número de matches foi pouco e quando colocou foto de um galã da internet o
número quintuplicou.
É com base nessa experiência deste usuário que analisamos que hoje em dia,
muitas pessoas só se permitem um primeiro contato com alguém através da beleza
exterior, não se permite conhecer mais afundo, é a primeira impressão a que fica e
pronto. E se essa pessoa não tiver o padrão de beleza dos queridinhos da mulherada
ou vice-versa não tem chance alguma.
E infelizmente o aplicativo incentiva isso, pois, só é possível a comunicação
com alguém se essa pessoa der match, e se essa pessoa for exigente o bastante a
ponto de só olhar a aparência a conversa nunca se realizará.
Em uma entrevista concedida ao Link em 2013, Justin Mateen, fundador do
Tinder, disse que o app “acabava com a rejeição”. Três anos após o seu lançamento,
o Tinder é possivelmente o app de relacionamentos mais popular do Brasil e pode
(junto com as redes sociais) estar moldando um pouco a forma como as pessoas se
relacionam.
Sean Rad, CEO da empresa, disse que o Tinder "veio para resolver um
problema fundamental que as pessoas têm em relação à descoberta de outras
pessoas", ou seja, segundo o executivo, uma parte expressiva dos indivíduos não
consegue ter uma boa noção a respeito de quando alguém está, efetivamente,
20

interessado nelas e, desta forma, o aplicativo "resolve", de maneira rápida e prática, o


impasse situacional.
O Tinder também ampara outros conflitos, na quebra de uma barreira que,
muitas vezes, precisaria ser aperfeiçoada junto aos que são danificados por certas
tradições (como, por exemplo, a forma de se apresentar, falar alto, falar baixo, ser
espontâneo, ser mais regrado, etc.), além do fato de praticamente suprimir alguns
elementos da comunicação não verbal (gestos, costumes e posturas) que atuam de
maneira decisiva, influenciando positiva ou negativamente o resultado final da
paquera.
Mesmo com todas essas falhas humanas, o aplicativo ainda da o prazer que o
usuário ainda tenha a comodidade de fazer seu processo de escalação e seleção de
onde vai ser o encontro, desde ser em sua própria casa ou da privacidade de seu
ambiente, o que lhe transmite, obviamente, uma maior sensação de controle. O
usuário não precisa mais sair do seu conforto diário, caso deseja conhecer alguém.
Basta se conectar ao aplicativo e pronto. Quase como um jogo, marca pessoas de seu
agrado até que, no caso de ser também selecionados, a conversa pode se iniciar.
Como Sean Rad comentou, o aplicativo Tinder ajuda com pessoas de baixa
autoestima, tímidas e não comunicativas, pois através do aplicativo, o primeiro olhar
que muitas vezes deixam esse público mais acanhado não precisa acontecer, muitas
pessoas conseguem se sentir mais a vontade e vão ter um primeiro encontro depois
que a conversa fluiu e a timidez ficou de lado.
O Tinder é um aplicativo que enaltece o que é superficial. Você arrasta para a
direita as fotos que gosta e para a esquerda as que não gostam. O candidato tem
apenas algumas fotos para passar mais ou menos uma noção de como se parece na
vida real. E é aí que mora o problema: como são muitos usuários e não existe nenhum
filtro por afinidade, é muito trabalhoso para quem está jogando entrar em todos os
perfis e checar se existe algo em comum, ou simplesmente ver mais fotos. Ou seja,
em 90% dos casos você bate o olho na primeira foto e já passa para o próximo perfil.
O que está em alta entre as mulheres, são alguns elementos que são questão
de moda e é fácil de descobrir: barba, cortes de cabelo, roupas, alguns tipos de
tatuagens, etc. É como criar um anúncio no Facebook: basta saber o público que você
quer atingir, utilizar uma imagem que tenha apelo com essa audiência e pronto!
Analisando que o app funciona dessa maneira, a técnica para conseguir atenção é
bem fácil e lógica: é preciso passar uma ótima impressão na primeira foto. Não precisa
21

ser bonito, ou ter um corpo sarado, o importante é pegar um ângulo legal. Não precisa
amar animais ou saber tocar algum instrumento, basta estar segurando um dos dois e
você já vai parecer sensível e descolado.
A internet mudou o caráter de alguns usuários, devido a existência do Google,
todo mundo se acha no direito de saber sobre tudo. Claro que isso, não tem contra
ideias, o caso é que com isso as pessoas se acham no direito de julgar muito rápido,
sem conhecer mais afundo o próximo. O caráter ideal nos relacionamentos em épocas
passadas era o de alguém sério, disciplinado e honorável. O que contava não era
tanto a impressão que alguém causava em público, mas como o indivíduo se portava
na esfera privada.
Nas redes sociais todo mundo parece querer ser entendedor das coisas, ou
pertencente de algum grupo, mesmo sem necessariamente ser nenhum dos dois. E no
Tinder não é diferente. É a técnica do “Fake it until you make it” – você não precisa ser
nada do que está vendendo nas fotos. Isso nos leva a um terceiro tipo de culto, o da
superficialidade. Pessoas que se esforçam para parecer várias coisas e acabam
suprimindo a própria personalidade.
No caso do aplicativo, o importante é conquistar a atenção de alguma forma,
seja com fotos seminuas, com bichinhos fofos ou seja lá qual for o desejo do
momento. Conseguir o match de alguém e começar uma conversa básica para trazer
da ficção criada pelo aplicativo e trazer para o mundo real. Por conta desse tipo de
dinâmica, os homens parecem mais preocupados em passarem uma impressão de
que são algo, do que em honestamente serem. O caráter e a personalidade ficaram
em segundo plano. Mas eles se esquecem de que, para a maioria das mulheres, o
visual sequer é a parte mais importante. Mulheres são bem mais exigentes do que
simplesmente o cara ser gato na foto e fim, não ter papo, ou mostrar ser alguém que
não é e as mulheres percebem e isso acontece mais rápido do que você imagina.
O ponto deste assunto é que, quanto mais focar no superficial a sua realidade
pode virar uma mentira até para si mesmo, criar um perfil que você não seja, pode
virar um hábito e esquecer seus ideias e depois de um tempo, fica até sem saber
quem é de verdade. Se você se preocupa demais com a sua aparência e com o que
se parece nas fotos, vai acabar transportando essa obsessão para a vida real.
A psicóloga Lígia Baruch, que estudou o tema em seu doutorado na PUC-SP
explica que “A possibilidade de fazer um pré-seleção nos ‘contatinhos’ do conforto de
22

casa, sóbria e sem nem pensar em ter que se arrumar para a balada tem atraído
mulheres - inclusive mais velhas - para os aplicativos no estilo do Tinder e do Happn”.

Ligia avalia que experiências ruins sempre vão surgir. Nesses casos, é só dar
um “X” e seguir em frente. Quando o aplicativo começa a causar ‘dependência’, ou
seja, se você já não consegue mais se ver sem ele, melhor apagar. Afinal, as pessoas
já se relacionavam antes dos aplicativos. “É só mais uma forma de encontrar alguém.
Não é a única, nem necessariamente a melhor”, diz Lígia. E, para quem ainda olha
torto para os relacionamentos que começam virtualmente, ela tem um pedido “A
sociedade tem que olhar de uma forma menos preconceituosa. Em vez de ficar
repetindo o que a massa repete, poderia se dispuser a aprender sobre isso”.
A partir do momento que isso trás mágoas e decepções, é melhor excluir o
aplicativo, do que sofrer consequências mais pra frente e se arrepender. Pois, a
internet exige tanto das pessoas, ter um corpo legal, um papo agradável, beleza,
status, que isso acaba prejudicando quem alimenta isso sem ser sua realidade.
Existem pessoas que não utilizam os aplicativos somente para paquerar. Eles
podem ser usados com diversos fins, existem mulheres que utilizam os apps para se
conhecer, são mais curiosas, entram no app para entender como ele funciona e agem
quase de forma antropológica, compreendendo esse novo ambiente. Há também as
românticas, que estão procurando relacionamentos duradouros e já sabem o que
querem, portanto, vão direto ao ponto e buscam homens que têm os mesmos
objetivos. Um terceiro tipo de uso seria o recreativo, comum entre as mulheres que já
estão satisfeitas com as outras áreas de suas vidas e abertas a novas experiências.
Campanhas sobre doenças sexualmente transmissíveis passaram a ser mais
divulgado para usuários do Tinder, o cuidado é igual para todos, mas no mundo
virtual, o risco pode ser maior, já que a chance de você conhecer alguém 100%
verdadeiro do que é na rede e na vida real, são baixas.
Psicóloga Lígia defende que uma vivência mais diversa é algo muito positivo
para as mulheres, desde que isso seja feito com responsabilidade. Dirceu Adriano de
Castilho, ginecologista da Clínica Fares, ressalta que não é possível fazer uma relação
direta do aumento do uso dos apps com um aumento no número de casos de sífilis e
HPV no Brasil, mas que é seguro dizer que há influência. “Há uma parte da população
que nos procura por ter uma preocupação com isso. A gente percebe que há uma
busca muito grande por informação”, avalia o médico. “As pessoas estão optando por
23

permanecer solteiras e com a vida sexual mais livre. O importante é realmente se


preocupar. Não relaxar na prevenção e fazer os exames ginecológicos anualmente.
Se houver alterações nos resultados, pode ser reduzido para seis meses.”
O cuidado é igual para todos, mas devido o aplicativo ter essa finalidade de
paquera o risco é maior, por isso os patrocinadores acabam divulgando mais
campanhas de doenças sexualmente transmissíveis para este tipo de público.
Em pesquisa qualitativa que buscou encontrar possibilidades diversas de uso
de aplicativos para encontros e compreender como a tecnologia está sendo
apropriada na vida de mulheres adultas não casadas (solteiras, viúvas ou separadas),
Figueiredo (2016) identificou três estilos de uso de aplicativo para encontros que
servem a diferentes propósitos. Os estilos identificados foram: o curioso, o recreativo e
o racional. Nesta pesquisa as mulheres entrevistadas foram nomeadas de ‘Tinderelas’
numa alusão à princesa romântica dos contos de fada.
Podemos considerar ainda que esses três estilos de uso dos aplicativos, são
também estilos diferentes de consumo. Trazendo aqui o pensamento de Canclini
(2010) de que “o consumo serve para pensar”, vale evidenciar que estamos buscando
um olhar reflexivo sobre essas práticas, pois essas formas de uso colaboram para a
compreensão sobre a produção de sentidos em nossa sociedade.
As ‘Tinderelas’ são mulheres urbanas, com altos níveis educacionais e
culturais, que trabalham, viajam, têm uma vida cheia de atividades e são adeptas das
tecnologias de última geração, a exemplo dos aplicativos de busca amorosa para
smartphones. Elas vivem conectadas ao mundo e na rede. São solteiras ou separadas
e estão em busca de parceria amorosa.
Observamos que as ‘Tinderelas’ podem variar de estilo de uso dos aplicativos
de acordo com o momento de suas vidas. Eventos tais como férias ou fim de um
relacionamento afetam o estilo de uso dos aplicativos. O estilo curioso é exploratório,
por isso mesmo é o estilo inicial escolhido por muitas mulheres. Quando neste estilo
elas não fixam objetivos claros, sabem principalmente o que não gostam e não
querem numa parceria. Experimentam muitos aplicativos, conversam com muitas
pessoas diferentes, mas falam pouco de si. Podem ser mais ativas, no sentido de
“puxar conversas” ou mais passivas, numa preferência maior pela observação, sem
iniciativas de contato. O estilo curioso funciona como uma boa estratégia de
preservação da intimidade, quando ainda se está na dúvida sobre o uso do aplicativo.
24

Neste estilo há maior recuo na auto apresentação e auto revelação que faz
muito sentido quando a pessoa encontra-se numa postura mais fechada, como no final
de um relacionamento difícil, por exemplo. Quando há o receio de sofrer de novo,
pode-se ficar muito tempo só no estilo de uso curioso, como sinalizado por uma
‘Tinderela’ entrevistada na pesquisa “[...] se chegasse alguém perto de mim que
falasse alguma coisa que eu não gostasse eu não queria nem ouvir o resto.” No
entanto, quando recebiam feedbacks positivos de suas fotos, algumas mulheres
abriam-se para novas experiências e em alguns casos se encontravam
presencialmente com pessoas que conheciam via aplicativos. Estes encontros
presenciais resultavam, por sua vez, em boas conversas, amizades, namoros,
noivados ou, na pior das hipóteses, desapareciam de forma rápida e quase indolor.
O segundo estilo identificado, o recreativo, alude à imagem de jogar, brincar,
mais próxima à ideia de leveza e diversão. Conhecer pessoas para se divertir, viver
emoções e novidades é a tônica deste estilo de uso.
No estilo recreativo a ‘Tinderela’ já dominou o funcionamento do aplicativo e
não sente mais medo de encontros. Está com a vida preenchida de amizades, de
trabalho ou viajando, por isso não aparenta ansiedade na busca amorosa. Este estilo
de uso está mais de acordo com o padrão culturalmente caracterizado como
masculino (KIMMEL, 2013), pois a vivência de encontros puramente sexuais é
admitida juntamente com encontros para fins de namoro e amizade, tudo depende do
momento de vida e da vontade na “hora”.
No estilo recreativo, há chances de maior empoderamento feminino, por meio do
agenciamento do próprio desejo, e também de maior autoconhecimento por meio de
um padrão sexual “maximalista”: com muitos encontros e muitas experiências. Há
também maior presença de conversas com pessoas de diferentes idades e níveis
socioeconômicos. Esse estilo de uso recreativo possibilita uma ampliação da rede de
contatos: “[...] entrei porque era um catálogo, era divertido, e eu saí com vários caras
na sequência, foram dois meses que eu saia quase toda semana com um diferente.”
Quando suficientemente seguras, ‘Tinderelas’ recreativas conseguem revelar-
se paulatinamente, aprofundando o contato somente à medida que o outro dá sinais
claros de estar fazendo o mesmo. Os contatos geralmente fluem, pois têm menos
ansiedade quanto ao abandono, já que o que desejam é, principalmente, diversão.
Nesta pesquisa, levantou-se a hipótese de que o estilo recreativo exija certa
dose de segurança pessoal para ser adotado com resultados positivos para a
25

autoestima das Tinderelas. Enquanto as mais autoconfiantes sentem-se poderosas e


exercem seus direitos à liberdade de escolhas, as menos confiantes apresentam
dilemas de gênero: “Por que, que raios, na semana passada eu fui sair com um cara
de 26 anos?! (Risos). Gente, eu tenho 36 anos, um cara de 26 que nem se formou
ainda, pelo amor de Deus!”.

O dilema surge quando a presença de comportamentos mais sexualmente


ativos esbaram na crença tradicional de que “isso não leva a lugar nenhum”. Trazendo
a reboque o medo de que esse comportamento interfira em seu propósito de encontrar
uma relação para compromisso. O mesmo dilema: prazer versus propósito, já
identificado por Kimmel (2013) em universitárias norte-americanas.
O terceiro e último estilo encontrado, o racional, tem um objetivo claro
encontrar um bom namorado com intuito de casar e formar família. O aspecto que
mais chama a atenção neste estilo é a presença de uma racionalidade que se
assemelha muito a uma entrevista profissional, mesclada ao antigo ideal romântico.
A utilização de palavras dos meios corporativos confirma essa impressão: “Pelo
Tinder e pelo WhatsApp a gente tinha conversado por 3 horas e eu tinha sido
aprovada, passei para a próxima fase, entrevista presencial, exatamente igual...”.
No estilo racional que é também o mais romântico, a conexão de almas típica do
ideário romântico, surge em versão mais assertiva e tecnológica e a ordem de gênero
é sustentada justamente por essas crenças românticas. O cupido sabe muito
bem aonde ‘deve’ mirar sua flecha, com isso a crença popular que diz que ‘o amor é
cego à razão’ cai por terra.
Pessoas mais ansiosas, ou em momentos de vida específicos, como
mulheres acima dos 35 anos que desejam ter filhos, tendem a preferir o estilo racional,
pois esse vai direto ao ponto, mas é importante saber manejar o excesso de
ansiedade para o estabelecimento de processos de auto revelamento e construção de
intimidade bem-sucedida.
Além dos três estilos de uso identificados, foram também observadas algumas
mudanças trazidas pelos aplicativos às relações românticas contemporâneas. Dentre
elas está a maior exposição, quantidade e velocidade dos encontros. A partir desta
pesquisa (FIGUEIREDO, 2016) podemos concluir que os aplicativos trazem um
aspecto mais amplificador do que transformador às relações amorosas. O ideário
romântico continua presente com algumas atualizações, dentre elas ressalta-se a
26

presença da cultura terapêutica, observada por meio da crença: conhecer-se para


desenvolver-se, do priorizar-se, de um linguajar terapêutico e da ideia menos
romântica de relacionamento como negociação, investimento e construção.

A partir dessas citações da psicóloga Ligia Baruch baseada no livro “Tinderellas:


o amor na era digital” concluiu que, existem três tipos de mulheres na era dos
aplicativos, as casuais, as curiosas e as decididas. Existem mulheres que estão no
auge dos seus 35 anos e querem curtir novas experiências, sem apegação e
compromisso. Outras são mulheres divorciadas ou viúvas que não querem mais viver
um relacionamento duradouro e apenas querem suprir suas necessidades. Logo
existem as mais românticas como a psicóloga diz que estão à procura de parceiros
com os mesmos objetivos, casar, ter filhos e viver uma vida de conto de fadas.
Através da tecnologia do aplicativo e do filtro de pesquisas que o Google e
Facebook possibilitam, as mulheres de cada tipo, podem filtrar seus desejos e
intenções e o aplicativo dispõe o que cada uma precisa.

Imagem tirada do site Livraria Cultura.

 O nome é uma mistura de Tinder, o mais famoso dos aplicativos,


com Cinderella, a princesa que às vezes sonha com o príncipe, mas que, na versão
27

2017, talvez até prefira encerrar o date antes da meia-noite, dormindo sozinha na sua
cama.
As Tinderellas representam um tipo específico de mulher: já ultrapassaram os
35 anos de idade, são mais empoderadas do que a população feminina brasileira de
modo geral pertence a estratos sociais com poder econômico, residem em
grandes centros urbanos e têm acesso à cultura e à tecnologia. Todas aderiram aos
aplicativos de encontros, mas, cada uma a seu modo, adaptando o uso de acordo com
seus propósitos particulares.
De acordo com o livro, blogueiras e leitoras do livro fizeram um quiz sobre o
livro para decifrar que tipo de Tinderella a leitora é, ou seja, qual seu perfil no mundo
Tinder.

QUE TINDERELLA VOCÊ É?

A PODEROSA
Na vida: Independente e com a estima em alta é a Poderosa quem faz o uso mais
lúdico e leve do aplicativo. Ela está bem sozinha e tem um pouco de preguiça em
investir em um relacionamento, às vezes até foge deles. Não fantasia um amor para
sempre nem um provedor, mas uma companhia para curtir a vida. Incluir alguém na
sua vida é uma possibilidade, mas ela não está disposta a sacrificar a liberdade em
nome disso.

Imagens tirada do site revista donna.


28

No app
 Usa de forma lúdica. O fato de sair com alguém não quer dizer que queira ficar
com ele;
 Gosta de bater papo e é boa ouvinte, mas não quer fazer ou dar “entrevistas”
aos pretendentes;
 É mais ativa na busca e nos matchs, pois teme menos a rejeição e o
abandono;
 É comum ficar amiga de Facebook de alguns caras com que saiu, às vezes
ficou, mas não levou adiante;
 Acha os homens um pouco ansiosos em colocar “todas as qualidades na
mesa”.

DEPOIMENTO NO LIVRO

“Lembro de uma semana em que eu saí com três. Não fiquei com nenhum, é
engraçado, mas eu fui: saía e tal, ia conhecer. A gente conversou, eu tomei cerveja, foi
ótimo, acho que eu estava precisando disso, de uma companhia. Tinha tido um dia
cheio, passei uma hora e meia no bar, tomei uma cerveja, comi uma batatinha e fui
para casa feliz e contente, entendeu?”

A ROMÂNTICA
Na vida: Pode ser tão ocupada e independente quanto a Poderosa, mas enxerga
isso como um obstáculo para encontrar alguém legal. É observadora da alma
masculina, perseverante e acredita em química, mesmo à distância. Defende um perfil
tradicional: acredita que homens e mulheres têm papéis próprios em uma relação,
mas não abdica vitórias da mulher, como o trabalho e o prazer sexual.

Imagens tirada do site revista donna.

No app
 É mais assertiva, não perde tempo com quem não está interessada;
29

 Observa comportamentos além da fala. Por exemplo: se o cara demora para


responder é porque está no chat com outras;
 Quando encontra um cara legal, deixa de lado o app, ás vezes até deleta;
 Rejeita homens que estejam lá “mais pela embalagem do que pelo conteúdo”;
 Toma cuidado para não soar chata, usa o charme e o humor e mostra uma
abertura carinhosa, mas só para o perfil que lhe interessa.

DEPOIMENTO NO LIVRO

“As mulheres sempre olham para os homens achando que eles são ‘comedores’, que
eles querem tirar vantagens delas. E, na verdade, quando a gente olha mais de perto,
eles estão morrendo de medo, igual a nós, de serem machucados. Se elas pudessem
saber disso, teriam menos mulheres solteiras.”

A ANTROPÓLOGA

Na vida: Esta é a mais cética, desconfiada e contraditória dos perfis. Às vezes


marcada por relacionamentos anteriores, ela tem vontade, mas, ao mesmo
tempo, dificuldade de se abrir para pessoas novas em uma vida já constituída
sozinha. Daí ter um nível de exigência alto, como autoproteção. Seu ideal de
relacionamento é mais democrático: está mais para Poderosa do que para
Romântica.

Imagens tirada do site revista donna.

No app
 Faz as escolhas em duas etapas. Depois de abordada, decidirá com quem e
quando iniciar uma conversa;
 Tem um bom papo para amenidades, mas protege a sua intimidade. Faz muitas
perguntas e dá poucas respostas;
 Prefere rejeitar pretendentes antes quando percebe a chance de ser rejeitada;
30

 Curiosa, é o perfil que mais dá importância para aspectos como os amigos em


comum, o estilo de foto etc.;
 É contraditória: quanto mais se interessa, mais nervosa e introspectiva ela fica.

DEPOIMENTO NO LIVRO

“No início, eu não pensava em encontrar ninguém, de sair e encontrar pessoalmente.


Eu estava só olhando, mais para ver como funcionava. Se achasse interessante,
continuaria usando. As pessoas mandavam mensagens, e eu não respondia. Olhava e
ia deixando, porque eu não tinha muita certeza se queria estar ali.”

Esses testes online são muito famosos para adolescentes em revistas Capricho,
TodaTeen. Foi feito baseado no livro Tinderellas, as leitoras resolveram fazer esse
teste para mulheres mais velhas, com uma leitura mais madura para que as mulheres
divorciadas, solteiras se descubram e possam se entreter com as novas descobertas
pessoais.

3 CAPÍTULO IIII – PESQUISA DE ACEITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO


USUÁRIO NO APP.

Com o intuito de descobrir quantas pessoas a nossa volta desfrutam do aplicativo


fizemos uma pesquisa de campo e com isso ressaltamos se quem utiliza está de
acordo com o objetivo do Tinder, se gostam do design, se mudariam algo no contexto.
Foram 57 pessoas abordadas, do gênero masculino e feminino, de 18 a 60 anos na
região de Cotia, São Paulo.
31

1 – Gênero:

57 pessoas foram abordadas, dentre elas 44.4% do gênero masculino e 44.4% do


género feminino e 11,1% outros.

2 – Faixa Etária:

Entrevistamos pessoas maiores de 18 anos, devido a idade permitida dos


aplicativos de relacionamento ser restrita a menores de 18 anos. 68.4% tem entre 18 e
30 anos, 26.3% tem entre 31 e 45 anos e 5.3% tem entre 46 e 60 anos.

3 – Você tem algum aplicativo de relacionamento no seu celular?


32

A maioria dos nossos entrevistados não utilizam aplicativos de relacionamento,


68.4% responderam que não tem aplicativo de relacionamento baixado no seu
smartphone, 31.6% responderam que sim, utilizam algum aplicativo de
relacionamento.

4 – Se a resposta anterior foi sim, Qual aplicativo você utiliza?

4 – Já saiu com alguém através de algum desses aplicativos?


33

58.8% dos nossos entrevistados j[a tiveram alguma experiência de encontro


através de um aplicativo de relacionamento, 41.2% nunca saíram.

6 – Já passou por situações constrangedoras através destes encontros? Se sim, cite um ocorrido.

De acordo com o relato de uma usuária do aplicativo, ela conta que o parceiro
com quem teve um encontro através do aplicativo mentiu a idade, e infelizmente a
segurança do Tinder não tem controle sobre isso, pois nos dados de cadastro o
usuário pode colocar qualquer ano de nascimento desde que seja acima de 18 anos.

7 – Mudaria algo no aplicativo?


34

Uma sugestão de um usuário é colocar vídeo chamada, exatamente para não ocorrer
o risco do relato da questão anterior, não haver situações comprometedoras no dia do
encontro.

8 – Você entraria num relacionamento sério com uma pessoa que conheceu através de
um aplicativo de relacionamento?

Preconceito contra quem usa o aplicativo já está deixando de existir, pois o receio de
quem utilizava o aplicativo era de se envolver mais sério com outro usuário, mesmo
que o objetivo do aplicativo seja esse, muitas pessoas tinham medo de se
decepcionar. E de acordo com o resultado da nossa pesquisa, 82,4% entraria num
relacionamento sério com alguém que conheceu através do aplicativo.
35

5 DEPOIMENTOS E DECLARAÇÕES REAIS DE USUÁRIOS AO QUAL


VIVENCIARAM O SUCESSO DO FOCO DO APLICATIVO.

No desenvolvimento do trabalho, separamos relatos de usuários que utilizaram


o aplicativo e relataram como foi à experiência de se relacionar com pessoas que
conheceu através da internet.
Todas as fotos aqui expostas são de autoria de Gabriela Passarelli.

“Quando assumi minha sexualidade a cerca de um ano e meio, procurei o meio


mais fácil de me relacionar com as pessoas da minha comunidade que eu encontrei: O
Tinder. Não sei dizer se foi o melhor começo, até por que as pessoas de lá não
procuravam nada sério, ou quando procuravam não durava. Afetou um pouco até a
minha auto estima, e cheguei a me assustar com algumas pessoas que eu encontrei
por lá. Hoje eu namoro, e a encontrei no Tinder, mas considero sorte ter encontrado
alguém tão são por lá.”

“Comecei a usar aplicativos quando completei 18 anos. Nunca tive dificuldade


em me relacionar com pessoas, mas era mais um lugar para buscar e parecia ser
legal. Não me arrependo, mas também não me orgulho. Foi tudo bem rápido e
prazeroso, mas não encontrei ninguém legal em nenhum dos três aplicativos que
tentei.”
36

“O Tinder me ajuda a me relacionar com as pessoas. Nunca tinha conseguido


isso antes. Torna tudo mais fácil e eu já até namorei com pessoas que conheci lá. Foi
uma experiência muito boa, conheci muita gente e acabei perdendo o medo de
conversar.”

“Conheci meu atual namorado no Tinder, mas foi um caminho difícil. As


pessoas são extremamente superficiais e criam personalidades diferentes para eles
mesmos naquele mundo virtual onde tudo é possível, então foi difícil conhecer alguém
de verdade. Eu dei sorte.”
37

“Comecei a usar o Tinder por pura diversão, e depois de um mês conheci meu
atual namorado. Estamos há um ano e um mês juntos e com a perspectiva de passar
muito mais tempo assim.”

“Usei o Tinder por cerca de dois meses. Desisti muito rápido por que as
pessoas de lá eram todas superficiais de mais, de um jeito que eu não achava e nem
acho saudável hoje.”
38

Com esses depoimentos, vemos que os aplicativos de relacionamento não são


um fracasso e podem sim, gerar vínculos duradouros que tornaram histórias de
exemplos de quem se conheceu através de um aplicativo e viveram felizes para
sempre. Talvez com menos eficiência do que o contato físico e “real” e ainda com um
incontestável rastro de sintomas sociais irreversíveis, mas é o caminho que a
humanidade decidiu trilhar e só nos resta avaliar os prós e contras da liquidez dos
relacionamentos e da facilidade de promover envolvimento.

“"Hoje, aguardamos a chegada das primeiras gêmeas do Tinder. Há cerca de nove meses
começamos a namorar. Logo, fomos morar juntos e dentro de mais alguns meses estaremos com
a casa cheia de amor! Sejam bem-vindas, Lorena e Isadora."
Danilo Schultz e Cristiane Feiten.”

“Matheus Lima encontrou a amada porque estava no hospital:

"Estive em Porto Alegre (moro em Imbé), no Hospital de Clínicas, para continuar um


tratamento e, sem esperar muito, liguei o Tinder e encontrei a Bianca, minha namorada! Coisas
da vida, mas se eu não tivesse ficado doente, nunca teria ido até Porto Alegre nem estado no
39

hospital com o alcance necessário para dar match nela. E, apesar de ter tudo pra dar errado, deu
certo e hoje estamos juntos e muito felizes."

“Quando o amor estava quase indo embora

Felipe Luz foi dar uma última "olhadinha" no Tinder antes de ir morar nos Estados
Unidos e...
"Sou formado em Eng. de Materiais pela UFRGS e conheci minha namorada Andreza
Schmitt (formada em Design de Moda pela FEEVALE) no Tinder. Nos conhecemos quando
faltavam duas semanas para eu me mudar para os EUA. Eu vim para cá para fazer parte do meu
doutorado em Stanford. Claro que disse isso para ela, era uma viagem que havia planejado há
muito tempo. Mesmo assim, decidimos curtir o pouco tempo que tínhamos juntos, sem
pretensão nenhuma e... resumindo: não paramos de nos falar - e a vontade de ficarmos juntos só
cresceu. Ela decidiu trancar por um semestre a faculdade de Marketing que estava fazendo e
dividir a vida comigo aqui na Califórnia. Assim, hoje, estamos morando juntos aqui e, a cada
dia que passa, nos conhecemos mais e não paramos de nos surpreender um com o outro. O que
era pra ser somente um flerte inocente acabou mudando as nossas vidas."

Andressa Borges estava fazendo intercâmbio e resolveu se aventurar:

"Morei perto de Madrid por 7 meses. Faltando dois meses para voltar, baixei o tal do
aplicativo porque um amigo disse que era engraçado. No mesmo dia, tinha gostado muito de um
guri (meu atual namorado) e resolvemos nos ver. Jamais iria me encontrar com alguém, assim,
"às escuras", mas, como estava de intercâmbio, resolvi me aventurar. E deu certo. A partir do
dia em que nos encontramos, sabíamos que iríamos ter algo especial. Ele é espanhol e, mesmo
sendo de outro país, nossos valores e ideias são praticamente iguais. Nunca mais nos
desgrudamos! Conheci a família toda dele e ele também conheceu a minha mãe. Faz dois meses
e duas semanas que não nos vemos pessoalmente, mas o nosso contato é diário. Felizmente, em
dezembro estou indo de novo para Espanha para ficarmos juntos outra vez. Vamos passar o
Natal e o Ano Novo mais emocionantes da minha vida."
40

Como nas novelas...

A advogada Cristiane Barbosa já não tinha mais esperanças de encontrar o amor, mas
um dia...

"Lia na ZH a respeito de um novo aplicativo de relacionamentos, o Tinder. Resolvi


baixar por diversão. Então apareceu a foto de um loiro lindo de olhos azuis, curti e, na mesma
hora, deu o 'match'. Começamos a conversar todos os dias, lembro que esperava ansiosa o fim
do dia para poder conversar com ele. Resolvemos combinar um encontro em uma festa.
Lembro, como se fosse hoje, quando vi ele super tímido vindo falar comigo. Desde esse dia,
não nos desgrudamos mais e começamos a namorar, mesmo morando longe. Com quatro meses
de namoro, resolvemos morar juntos e já estamos planejando o casamento. O amor existe! E
encontrei o meu no Tinder! Viva o Tinder!"

Essas são histórias verídicas de casais que tiveram finais felizes através do
aplicativo, umas aconteceram pelo acaso, por curiosidade e outras pela insistência.
Com certeza para eles, a satisfação pela existência do Tinder é extremamente
positiva.
41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que, o Tinder como os demais aplicativos de relacionamento estão


em crescimento constante e a cada dia novos downloads são feitos e encontros são
marcados. Pessoas tímidas tiveram a oportunidade de se relacionar através do
aplicativo, pois através deste superaram a vergonha e marcaram um encontro.
O Tinder virou um aplicativo para suprir os desejos, as vontades, as
necessidades e carências do ser humano, usando as pessoas e descartando-as
quando não existe mais o interesse, mas mesmo isso sendo comum no aplicativo,
existe uma imensidão de novas paqueras para se aventurar novamente.
Os aplicativos de relacionamento também são fruto de uma grande contribuição
para o crescimento da comunicação em meios digitais, pois mesmo após tantas
novidades que aprimoraram o modo de se comunicar, os aplicativos de
relacionamento enfatizam, cada vez mais o impacto no método de comunicação de
fácil desenvolvimento.
Sendo assim, o que sustenta e mantém tão populares os aplicativos de
relacionamento é a maneira como a publicidade está integrada, desde a divulgação do
aplicativo até a divulgação pessoal do usuário, pois com um bom marketing, além das
diversas opções de Match entre os usuários, o destaque se dá por conta da
divulgação pessoal do usuário os caracteres que permitem a descrição do usuário são
poucos, então em poucas linhas, o mesmo tem que ‘se vender’ nesse mercado.
42

FONTES

Ciência e Saúde .
Disponível em <https://noticias.uol.com.br/saude>

Estudo mostra como os apps de relacionamento mudaram nossa forma de se


relacionar. Disponível em <https://gizmodo.uol.com.br>

O Tinder e as informações pessoais de seus usuários. Disponível em


<https://gizmodo.uol.com.br>

Os efeitos dos aplicativos de relacionamento no cérebro e no comportamento de seus


usuários. Disponível em <http://www.jornaldebrasilia.com.br>

Tinder e seus investimentos. Disponível em <https://epocanegocios.globo.com>

Aplicativos de relacionamento colaboram com a cultura do ˜ficar˜. Disponível em


<htps://emais.estadao.com.br>

O que é e como funciona o Tinder?. Disponível em


<https://www.techtudo.com.br>

Depoimentos de 5 casais que se conheceram através do Tinder. Disponível em


<https://gauchazh.clicrbs.com.br>

Tinder nos negócios. Disponível em <https://tiagotessmann.com.br>

Aplicativos de relacionamento nas relações modernas. Disponível em


<https://profissaofoca.com.br>

Como o cérebro humano lida com o Tinder. Disponível em <https://www.bbc.com>

Tinder para as pessoas com baixa auto-estima. Disponível em


<https://papodehomem.com.br>

Como usar aplicativos de relacionamento mudou a vida dos jovens. Disponível em


<https://revistamarieclaire.globo.com>
43

Dicas de aplicativo. Disponível em <https://blog.bemmaisseguro.com>

60% da população utiliza aplicativo de relacionamento. Disponível em


<http://idgnow.com.br>

Homens solteiros preferem aplicativos do que ir para a balada. Disponível em


<https://www.techtudo.com.br>

Amor em tempos de 4g. Disponível em <http://universo.ufes.br>


44

BIBLIOGRAFIA

Souza, Rosane Mantilla de. Livro Tinderellas – O Amor na Era Digital

Contel, Michele. Amores Eternos de Um dia

Perry, Matteson. Status: em muitos relacionamentos complicados

Você também pode gostar