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EUROPANAMERICANA DE HUMANIDADES
TECNOLOGIAS
JEFFERSON J SANTOS
KALINKA BETONI
RENATA SALAZAR
Cotia, SP
2018
JEFFERSON J SANTOS
KALINKA BETONI
RENATA SALAZAR
Cotia, SP
2018
FOLHA DE APROVAÇÃO
JEFFERSON J SANTOS
KALINKA BETONI
RENATA SALAZAR
Aprovada em ____/____/_______
Banca Examinadora
Prof.
__________________________________________________________________
Instituição________________________Assinatura__________________________
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Prof.
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Instituição________________________Assinatura__________________________
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Prof.
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Instituição________________________Assinatura__________________________
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Dedicamos esta monografia aos nossos pais, pelo exemplo de
coragem e simplicidade em suas metas, e com muito carinho
nos ensinaram o caminho da justiça, e ao nosso querido
Coordenador e Professor Vladimir Lucki que foi uma das fontes
para as nossas inspirações e a todos os nossos colegas de curso
que contribuíram para o nosso crescimento e aprendizagem.
AGRADECIMENTO
A DEUS, que nos deu força e coragem para vencer todos os obstáculos e dificuldades
enfrentadas durante o curso, que nos socorreu espiritualmente, dando-nos serenidade e forças
para continuar.
Ao professor Vladimir Lucki, orientador, e ao professor Marcelo Genova Fonseca, por
ter acreditado na possibilidade da realização deste trabalho, pelo seu incansável e permanente
encorajamento, pela disponibilidade dispensada e sugestões que foram preciosas para a
concretização desta monografia.
Às nossas mães e pais, e irmãos e irmãs, com eles compartilhamos a realização deste
trabalho que é um dos momentos mais importante das nossas vidas.
A todos da instituição Estácio de Sá - Cotia que permitiram que chegássemos onde
estamos. Nossos colegas de classe que foram verdadeiros e companheiros, e em especial os
nossos amigos.
Agradecemos especialmente aos professores, que nos incentivaram a continuar
lutando com garra e coragem e ao desempenho dos mesmos.
“A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de
conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de
reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção
permanente de sua identidade pessoal. Por isso é tão importante
investir a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência”.
Antônio Nóvoa
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo principal abordar histórias vividas na era do
“cupido tecnológico” e apontar essa modernização dos aplicativos de relacionamento
que está crescendo cada vez mais, e é uma das maiores no mercado atualmente.
Alertar sobre prevenções que o usuário deve ter ao dar match com alguém e
sugestões para que riscos com mulheres e homens não sejam um dos maiores
problemas dentro do aplicativo.
A escolha desse tema surgiu devido a uma pesquisa de campo realizada por redes
sociais e conversas realizadas em grupos de como esse tema é tão comum hoje em
dia, mas que gera certo tabu e preconceito com aqueles que utilizam o aplicativo.
Pretende-se, com este trabalho de pesquisa mostrar expectativas e realidades de
como funcionam um flerte virtual, o engajamento que esse aplicativo proporciona na
vida de seus usuários, o merchandising por trás dos anúncios e pessoas que
aproveitaram de situações constrangedoras para tirar bom proveito e experiências
pessoais. Sendo assim nosso trabalho visa observar e registrar fatos verídicos
vivenciados por usuários do aplicativo de relacionamento Tinder, que em meio a uma
imensidão de informações na internet e pela diversidade de aplicativos que
encontramos atualmente nesse mercado, optamos pelo Tinder devido a sua
popularidade no Brasil e no mundo.
Palavras chave:
Tinder – Impacto – Aplicativos de relacionamento – App - Match
ABSTRACT
This work has as main objective to address stories lived in the era of the
"technological cupid" and to point out this modernization of the applications of
relationship that is growing more and more, and is one of the majors in the market
today.
Warn about precautions the user must take when giving someone a match
and suggestions that risks with women and men are not one of the biggest problems
within the application.
The choice of this topic arose due to a field research conducted by social
networks and conversations held in groups on how this theme is so common
nowadays, but which generates some taboo and prejudice with those who use the
application.
This research aims to show expectations and realities of how a virtual flirt
works, the engagement that this application provides in the lives of its users, the
merchandising behind ads and people who have taken advantage of compelling
situations to take advantage and personal experiences. In this way, our work aims to
observe and record truthful facts experienced by users of the Tinder relationship
application, which amidst a wealth of information on the internet and the diversity of
applications that we currently find in this market, we chose Tinder due to its popularity
in Brazil and in the world.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................9.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................41.
FONTES.................................................................................................................................42.
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................44.
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INTRODUÇÃO
A finalidade deste trabalho é procurar dar ao leitor/educador uma visão mais ampla
sobre os aplicativos de relacionamento, abordando questões referentes à sua facilidade de
utilização e a forma como a publicidade está totalmente relacionada ao seu desenvolvimento e
contribuição para destaque diante das mídias sociais. Há considerações sobre as expectativas do
possível sucesso do objetivo futurista do aplicativo – formar casais, romper as barreiras da
timidez e abrir o campo da privacidade dos usurários para disseminar ali todas as suas
preferências, interesses e vontades.
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O Tinder foi lançado nos Estados Unidos no final de 2012 pelos amigos Justin
Mateen e Sean Rad – os outros co-fundadores são Whitney Wolfe, Chris Gylczynski,
Joe Munoz e Jonathan Badeen.
Relacionamento entre duas pessoas nunca foi fácil, ainda mais quando
envolvem crenças, família, amigos, vida profissional, imposições sociais, até as
referências sociais, organizar e administrar tudo isso e ainda dar atenção para outro
alguém é mais complicado ainda.
Por isso, como forma de preencher um vazio existencial que com o passar do
tempo tende a aumentar junto com as dúvidas do ser e do não ser e da estabilidade, a
humanidade começa a criar esses vínculos e se relacionar mais profundamente e de
diversas formas com aqueles que se encaixam no seu próprio mundo. No campo dos
relacionamentos românticos, onde o envolvimento é um dos mais confortantes para
suprir as carências desse mundo tão trágico e frio no amor, as buscas se tornaram
mais rigorosas e bem mais criteriosas até para um simples encontro sem planos
futuros.
Sem entrar a fundo na questão de transformações culturais, do mérito de
escolha, da função política, se é esquerda ou direita, se é a favor do casamento ou
apenas juntas as malas e ir morar junto, ou dos papéis de gênero que são impostos
com o bônus do direcionamento sexual quase obrigatório que a sociedade decidiu
estabelecer a alguns séculos, discutiremos aqui o impacto dos adventos das novas
tecnologias nessas relações extremamente complexas e voláteis. Mais
especificamente, nas relações românticas entre casais sem gêneros definidos que
foram afetadas ou definidas por aplicativos de relacionamento, como o Tinder, Hornet,
Thurst, OkCupid, Happn, Mint, Grindr e outros, tomando como base a obra “Amor
Líquido”, de Zygmund Bauman.
De um tempo pra cá, criou uma cultura consumista, que prefere viver o
momento, a satisfação momentânea e resultados que não exijam esforços reais,
advindos de caminhos prontos e garantias de seguro total. Esse comportamento
instantâneo trazido pela modernidade também realizou o âmbito das relações, que
agora se constroem virtualmente sem esforços e com a vantagem de reduzir danos e
riscos e evitar a perda de opções, tornando as conexões humanas mais frequentes,
banais e breves. Consequentemente elas se tornaram mais intensas, mas ainda
frágeis e passageiras o suficiente para não se tornarem laços.
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O que antes era desculpa para se encontrar com alguém, hoje não da mais
para ser usada, a famosa distância, pois com um simples smartphone os quilômetros
não são mais problema. As negociações para arrumar um compromisso com alguém
se tornou fácil e rápida, ao mesmo tempo em que se tornou frágil. Esse
comportamento social se traduziu na necessidade de criar ferramentas que pudessem
auxiliar nesse contato rápido e o advento das novas tecnologias nos levaram de
saunas e casas de banho a sites, bate-papos e mais recentemente, aplicativos.
São diversos designers, tamanhos e funcionalidades, cada aplicativo de
relacionamento tem um estilo, mas todos traduzem essa urgência da sociedade por
relacionamentos mobile, que são na definição de Catherine Jarvie, “doces, de curta
duração e essencialmente dispensáveis”. São assim para atender um desejo
reconfortante de que não exigem esforço ou muita engenharia para o aproveitamento
máximo, sendo a encarnação da instantaneidade e disponibilidade.
Os aplicativos de relacionamento são comparados a açougues onde indivíduos
escolhem suas “peças” por vislumbres visuais das identidades que os outros usuários
criaram para si mesmas, tentam uma conexão e caminham em direção a uma
tentativa, que seja lá como for, tende a ser de péssima qualidade e pouca
durabilidade, já que ali a avaliação dos critérios amorosos e atrativos é tão baixa e
ineficaz que pode causar desapontamentos de pouquíssimo dano, já que são tão
instantâneos e descartáveis que podem ser substituídos pelo próximo usuário atrativo.
Com esse novo método de aproximação humana, pode trazer benefícios para
criar laços de afinidade, mas há quem também diga que eles só mostram a
necessidade do ser humano em se relacionar e de ser notado, sem se importar com o
que vão pensar, com o sentimento do parceiro(a), apenas com o status que essa roda
de encontros vai beneficiá-lo.
Esse mundo de desapego e falta de aproximação humana levam a diversas
alterações no modo com que os seres humanos se relacionam. Ao mesmo tempo em
que aproximam virtualmente, distanciam fisicamente e não permitem relações
duradouras, levando indivíduos a caminharem de um relacionamento supérfluo ao
outro e vinculando a nossa individualidade e solidão. Há também quem sinta que
esses aplicativos são um atestado de incompetência e fracasso emocional. Esse
sentimento, partilhado por grande parte das pessoas que nunca utilizou dos serviços
dos aplicativos, reflete certa resistência ainda encontrada por quem prefere cultivar
seus relacionamentos de forma mais “tradicional”.
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Com isso, tem o lado complicado da situação, as pessoas acham tão simples, a
forma com que podem pular de relacionamento em relacionamento que não se dão
conta do futuro de suas vidas, pois o problema não é agora, mas sim futuramente
quando a escolha para o marido/esposa ideal for prejudicado devido à fama que teve
no passado. Mas, existe o lado positivo dessa transformação: Pessoas introvertidas,
que antes encontravam dificuldades em se relacionar, agora tem um espaço seguro e
definitivamente mais amplo para buscar companhia e desenvolver habilidades sociais.
Grandes casos são da comunidade LGBTQ+, que encontram nesses espaços
ambientes menos hostis e com uma probabilidade maior de encontrar iguais. Essa
promoção da aproximação entre iguais também é um dos benefícios desses adventos
tecnológicos, que não são de todo o mal. Existem aplicativos somente para o público
gay, o que facilita os encontros e a aproximação de todos.
Outro ponto negativo é porque depois da aparição dos aplicativos de
relacionamento, as pessoas passaram a ficar muito acomodadas, pois nada mais fácil
e prático do que marcar um encontro com alguém na palma da sua mão, sem precisar
sair de casa. E isso acaba tornando os homens cada vez mais retraídos com falta de
atitude, pois se antes o usuário era obrigado a tomar uma iniciativa para conhecer
alguém legal, agora não precisa mais. O catálogo de mulheres está ali no seu bolso e
você não precisa mais se esforçar para fazer nada no mundo real – é tudo mais fácil
no aplicativo. Viu uma garota interessante em um pub? “Deixa eu ver se encontro ela
no Tinder, vai que ela deu like em mim” – assim, zero risco. Se não encontrar, também
não tem problema, o importante é evitar o constrangimento. E mesmo que ela não
esteja no aplicativo, milhares de outras estão. Relaxa!
Como fazer para chamar a atenção no meio de tantas outras pessoas? Como
fazer para melhorar as habilidades sociais sem sair da zona de conforto? Quem
garante que fora do aplicativo, a paquera é o que demonstra ser em sua biografia do
aplicativo. Muitas pessoas demonstram ter a vida perfeita nas redes sociais e
pessoalmente não é nada disso.
Pote até ter um perfil de destaque, mas não dá pra capturar manias e
linguagem corporal em fotos. Esses detalhes pesam muito na hora da conquista.
Também não dá pra usar os filtros na vida real, ou seja, aproveite seu perfil criado na
internet, mas viva sua realidade fora da telinha.
A internet nos permite criar personalidades, consertar defeitos e divulgar uma
imagem que você mesmo criou do seu eu interior, só que isso acaba prejudicando na
hora H do encontro, pois você até pode ter colocado na sua biografia do instagram
“Extrovertido e Simpático” e frente a frente no encontro, sua timidez prevalecer.
Pessoas tímidas de baixa autoestima aproveitam essa facilidade do aplicativo
para se relacionar, um usuário fez uma experiência que quando colocou sua foto de
perfil o número de matches foi pouco e quando colocou foto de um galã da internet o
número quintuplicou.
É com base nessa experiência deste usuário que analisamos que hoje em dia,
muitas pessoas só se permitem um primeiro contato com alguém através da beleza
exterior, não se permite conhecer mais afundo, é a primeira impressão a que fica e
pronto. E se essa pessoa não tiver o padrão de beleza dos queridinhos da mulherada
ou vice-versa não tem chance alguma.
E infelizmente o aplicativo incentiva isso, pois, só é possível a comunicação
com alguém se essa pessoa der match, e se essa pessoa for exigente o bastante a
ponto de só olhar a aparência a conversa nunca se realizará.
Em uma entrevista concedida ao Link em 2013, Justin Mateen, fundador do
Tinder, disse que o app “acabava com a rejeição”. Três anos após o seu lançamento,
o Tinder é possivelmente o app de relacionamentos mais popular do Brasil e pode
(junto com as redes sociais) estar moldando um pouco a forma como as pessoas se
relacionam.
Sean Rad, CEO da empresa, disse que o Tinder "veio para resolver um
problema fundamental que as pessoas têm em relação à descoberta de outras
pessoas", ou seja, segundo o executivo, uma parte expressiva dos indivíduos não
consegue ter uma boa noção a respeito de quando alguém está, efetivamente,
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ser bonito, ou ter um corpo sarado, o importante é pegar um ângulo legal. Não precisa
amar animais ou saber tocar algum instrumento, basta estar segurando um dos dois e
você já vai parecer sensível e descolado.
A internet mudou o caráter de alguns usuários, devido a existência do Google,
todo mundo se acha no direito de saber sobre tudo. Claro que isso, não tem contra
ideias, o caso é que com isso as pessoas se acham no direito de julgar muito rápido,
sem conhecer mais afundo o próximo. O caráter ideal nos relacionamentos em épocas
passadas era o de alguém sério, disciplinado e honorável. O que contava não era
tanto a impressão que alguém causava em público, mas como o indivíduo se portava
na esfera privada.
Nas redes sociais todo mundo parece querer ser entendedor das coisas, ou
pertencente de algum grupo, mesmo sem necessariamente ser nenhum dos dois. E no
Tinder não é diferente. É a técnica do “Fake it until you make it” – você não precisa ser
nada do que está vendendo nas fotos. Isso nos leva a um terceiro tipo de culto, o da
superficialidade. Pessoas que se esforçam para parecer várias coisas e acabam
suprimindo a própria personalidade.
No caso do aplicativo, o importante é conquistar a atenção de alguma forma,
seja com fotos seminuas, com bichinhos fofos ou seja lá qual for o desejo do
momento. Conseguir o match de alguém e começar uma conversa básica para trazer
da ficção criada pelo aplicativo e trazer para o mundo real. Por conta desse tipo de
dinâmica, os homens parecem mais preocupados em passarem uma impressão de
que são algo, do que em honestamente serem. O caráter e a personalidade ficaram
em segundo plano. Mas eles se esquecem de que, para a maioria das mulheres, o
visual sequer é a parte mais importante. Mulheres são bem mais exigentes do que
simplesmente o cara ser gato na foto e fim, não ter papo, ou mostrar ser alguém que
não é e as mulheres percebem e isso acontece mais rápido do que você imagina.
O ponto deste assunto é que, quanto mais focar no superficial a sua realidade
pode virar uma mentira até para si mesmo, criar um perfil que você não seja, pode
virar um hábito e esquecer seus ideias e depois de um tempo, fica até sem saber
quem é de verdade. Se você se preocupa demais com a sua aparência e com o que
se parece nas fotos, vai acabar transportando essa obsessão para a vida real.
A psicóloga Lígia Baruch, que estudou o tema em seu doutorado na PUC-SP
explica que “A possibilidade de fazer um pré-seleção nos ‘contatinhos’ do conforto de
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casa, sóbria e sem nem pensar em ter que se arrumar para a balada tem atraído
mulheres - inclusive mais velhas - para os aplicativos no estilo do Tinder e do Happn”.
Ligia avalia que experiências ruins sempre vão surgir. Nesses casos, é só dar
um “X” e seguir em frente. Quando o aplicativo começa a causar ‘dependência’, ou
seja, se você já não consegue mais se ver sem ele, melhor apagar. Afinal, as pessoas
já se relacionavam antes dos aplicativos. “É só mais uma forma de encontrar alguém.
Não é a única, nem necessariamente a melhor”, diz Lígia. E, para quem ainda olha
torto para os relacionamentos que começam virtualmente, ela tem um pedido “A
sociedade tem que olhar de uma forma menos preconceituosa. Em vez de ficar
repetindo o que a massa repete, poderia se dispuser a aprender sobre isso”.
A partir do momento que isso trás mágoas e decepções, é melhor excluir o
aplicativo, do que sofrer consequências mais pra frente e se arrepender. Pois, a
internet exige tanto das pessoas, ter um corpo legal, um papo agradável, beleza,
status, que isso acaba prejudicando quem alimenta isso sem ser sua realidade.
Existem pessoas que não utilizam os aplicativos somente para paquerar. Eles
podem ser usados com diversos fins, existem mulheres que utilizam os apps para se
conhecer, são mais curiosas, entram no app para entender como ele funciona e agem
quase de forma antropológica, compreendendo esse novo ambiente. Há também as
românticas, que estão procurando relacionamentos duradouros e já sabem o que
querem, portanto, vão direto ao ponto e buscam homens que têm os mesmos
objetivos. Um terceiro tipo de uso seria o recreativo, comum entre as mulheres que já
estão satisfeitas com as outras áreas de suas vidas e abertas a novas experiências.
Campanhas sobre doenças sexualmente transmissíveis passaram a ser mais
divulgado para usuários do Tinder, o cuidado é igual para todos, mas no mundo
virtual, o risco pode ser maior, já que a chance de você conhecer alguém 100%
verdadeiro do que é na rede e na vida real, são baixas.
Psicóloga Lígia defende que uma vivência mais diversa é algo muito positivo
para as mulheres, desde que isso seja feito com responsabilidade. Dirceu Adriano de
Castilho, ginecologista da Clínica Fares, ressalta que não é possível fazer uma relação
direta do aumento do uso dos apps com um aumento no número de casos de sífilis e
HPV no Brasil, mas que é seguro dizer que há influência. “Há uma parte da população
que nos procura por ter uma preocupação com isso. A gente percebe que há uma
busca muito grande por informação”, avalia o médico. “As pessoas estão optando por
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Neste estilo há maior recuo na auto apresentação e auto revelação que faz
muito sentido quando a pessoa encontra-se numa postura mais fechada, como no final
de um relacionamento difícil, por exemplo. Quando há o receio de sofrer de novo,
pode-se ficar muito tempo só no estilo de uso curioso, como sinalizado por uma
‘Tinderela’ entrevistada na pesquisa “[...] se chegasse alguém perto de mim que
falasse alguma coisa que eu não gostasse eu não queria nem ouvir o resto.” No
entanto, quando recebiam feedbacks positivos de suas fotos, algumas mulheres
abriam-se para novas experiências e em alguns casos se encontravam
presencialmente com pessoas que conheciam via aplicativos. Estes encontros
presenciais resultavam, por sua vez, em boas conversas, amizades, namoros,
noivados ou, na pior das hipóteses, desapareciam de forma rápida e quase indolor.
O segundo estilo identificado, o recreativo, alude à imagem de jogar, brincar,
mais próxima à ideia de leveza e diversão. Conhecer pessoas para se divertir, viver
emoções e novidades é a tônica deste estilo de uso.
No estilo recreativo a ‘Tinderela’ já dominou o funcionamento do aplicativo e
não sente mais medo de encontros. Está com a vida preenchida de amizades, de
trabalho ou viajando, por isso não aparenta ansiedade na busca amorosa. Este estilo
de uso está mais de acordo com o padrão culturalmente caracterizado como
masculino (KIMMEL, 2013), pois a vivência de encontros puramente sexuais é
admitida juntamente com encontros para fins de namoro e amizade, tudo depende do
momento de vida e da vontade na “hora”.
No estilo recreativo, há chances de maior empoderamento feminino, por meio do
agenciamento do próprio desejo, e também de maior autoconhecimento por meio de
um padrão sexual “maximalista”: com muitos encontros e muitas experiências. Há
também maior presença de conversas com pessoas de diferentes idades e níveis
socioeconômicos. Esse estilo de uso recreativo possibilita uma ampliação da rede de
contatos: “[...] entrei porque era um catálogo, era divertido, e eu saí com vários caras
na sequência, foram dois meses que eu saia quase toda semana com um diferente.”
Quando suficientemente seguras, ‘Tinderelas’ recreativas conseguem revelar-
se paulatinamente, aprofundando o contato somente à medida que o outro dá sinais
claros de estar fazendo o mesmo. Os contatos geralmente fluem, pois têm menos
ansiedade quanto ao abandono, já que o que desejam é, principalmente, diversão.
Nesta pesquisa, levantou-se a hipótese de que o estilo recreativo exija certa
dose de segurança pessoal para ser adotado com resultados positivos para a
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2017, talvez até prefira encerrar o date antes da meia-noite, dormindo sozinha na sua
cama.
As Tinderellas representam um tipo específico de mulher: já ultrapassaram os
35 anos de idade, são mais empoderadas do que a população feminina brasileira de
modo geral pertence a estratos sociais com poder econômico, residem em
grandes centros urbanos e têm acesso à cultura e à tecnologia. Todas aderiram aos
aplicativos de encontros, mas, cada uma a seu modo, adaptando o uso de acordo com
seus propósitos particulares.
De acordo com o livro, blogueiras e leitoras do livro fizeram um quiz sobre o
livro para decifrar que tipo de Tinderella a leitora é, ou seja, qual seu perfil no mundo
Tinder.
A PODEROSA
Na vida: Independente e com a estima em alta é a Poderosa quem faz o uso mais
lúdico e leve do aplicativo. Ela está bem sozinha e tem um pouco de preguiça em
investir em um relacionamento, às vezes até foge deles. Não fantasia um amor para
sempre nem um provedor, mas uma companhia para curtir a vida. Incluir alguém na
sua vida é uma possibilidade, mas ela não está disposta a sacrificar a liberdade em
nome disso.
No app
Usa de forma lúdica. O fato de sair com alguém não quer dizer que queira ficar
com ele;
Gosta de bater papo e é boa ouvinte, mas não quer fazer ou dar “entrevistas”
aos pretendentes;
É mais ativa na busca e nos matchs, pois teme menos a rejeição e o
abandono;
É comum ficar amiga de Facebook de alguns caras com que saiu, às vezes
ficou, mas não levou adiante;
Acha os homens um pouco ansiosos em colocar “todas as qualidades na
mesa”.
DEPOIMENTO NO LIVRO
“Lembro de uma semana em que eu saí com três. Não fiquei com nenhum, é
engraçado, mas eu fui: saía e tal, ia conhecer. A gente conversou, eu tomei cerveja, foi
ótimo, acho que eu estava precisando disso, de uma companhia. Tinha tido um dia
cheio, passei uma hora e meia no bar, tomei uma cerveja, comi uma batatinha e fui
para casa feliz e contente, entendeu?”
A ROMÂNTICA
Na vida: Pode ser tão ocupada e independente quanto a Poderosa, mas enxerga
isso como um obstáculo para encontrar alguém legal. É observadora da alma
masculina, perseverante e acredita em química, mesmo à distância. Defende um perfil
tradicional: acredita que homens e mulheres têm papéis próprios em uma relação,
mas não abdica vitórias da mulher, como o trabalho e o prazer sexual.
No app
É mais assertiva, não perde tempo com quem não está interessada;
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DEPOIMENTO NO LIVRO
“As mulheres sempre olham para os homens achando que eles são ‘comedores’, que
eles querem tirar vantagens delas. E, na verdade, quando a gente olha mais de perto,
eles estão morrendo de medo, igual a nós, de serem machucados. Se elas pudessem
saber disso, teriam menos mulheres solteiras.”
A ANTROPÓLOGA
No app
Faz as escolhas em duas etapas. Depois de abordada, decidirá com quem e
quando iniciar uma conversa;
Tem um bom papo para amenidades, mas protege a sua intimidade. Faz muitas
perguntas e dá poucas respostas;
Prefere rejeitar pretendentes antes quando percebe a chance de ser rejeitada;
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DEPOIMENTO NO LIVRO
Esses testes online são muito famosos para adolescentes em revistas Capricho,
TodaTeen. Foi feito baseado no livro Tinderellas, as leitoras resolveram fazer esse
teste para mulheres mais velhas, com uma leitura mais madura para que as mulheres
divorciadas, solteiras se descubram e possam se entreter com as novas descobertas
pessoais.
1 – Gênero:
2 – Faixa Etária:
6 – Já passou por situações constrangedoras através destes encontros? Se sim, cite um ocorrido.
De acordo com o relato de uma usuária do aplicativo, ela conta que o parceiro
com quem teve um encontro através do aplicativo mentiu a idade, e infelizmente a
segurança do Tinder não tem controle sobre isso, pois nos dados de cadastro o
usuário pode colocar qualquer ano de nascimento desde que seja acima de 18 anos.
Uma sugestão de um usuário é colocar vídeo chamada, exatamente para não ocorrer
o risco do relato da questão anterior, não haver situações comprometedoras no dia do
encontro.
8 – Você entraria num relacionamento sério com uma pessoa que conheceu através de
um aplicativo de relacionamento?
Preconceito contra quem usa o aplicativo já está deixando de existir, pois o receio de
quem utilizava o aplicativo era de se envolver mais sério com outro usuário, mesmo
que o objetivo do aplicativo seja esse, muitas pessoas tinham medo de se
decepcionar. E de acordo com o resultado da nossa pesquisa, 82,4% entraria num
relacionamento sério com alguém que conheceu através do aplicativo.
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“Comecei a usar o Tinder por pura diversão, e depois de um mês conheci meu
atual namorado. Estamos há um ano e um mês juntos e com a perspectiva de passar
muito mais tempo assim.”
“Usei o Tinder por cerca de dois meses. Desisti muito rápido por que as
pessoas de lá eram todas superficiais de mais, de um jeito que eu não achava e nem
acho saudável hoje.”
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“"Hoje, aguardamos a chegada das primeiras gêmeas do Tinder. Há cerca de nove meses
começamos a namorar. Logo, fomos morar juntos e dentro de mais alguns meses estaremos com
a casa cheia de amor! Sejam bem-vindas, Lorena e Isadora."
Danilo Schultz e Cristiane Feiten.”
hospital com o alcance necessário para dar match nela. E, apesar de ter tudo pra dar errado, deu
certo e hoje estamos juntos e muito felizes."
Felipe Luz foi dar uma última "olhadinha" no Tinder antes de ir morar nos Estados
Unidos e...
"Sou formado em Eng. de Materiais pela UFRGS e conheci minha namorada Andreza
Schmitt (formada em Design de Moda pela FEEVALE) no Tinder. Nos conhecemos quando
faltavam duas semanas para eu me mudar para os EUA. Eu vim para cá para fazer parte do meu
doutorado em Stanford. Claro que disse isso para ela, era uma viagem que havia planejado há
muito tempo. Mesmo assim, decidimos curtir o pouco tempo que tínhamos juntos, sem
pretensão nenhuma e... resumindo: não paramos de nos falar - e a vontade de ficarmos juntos só
cresceu. Ela decidiu trancar por um semestre a faculdade de Marketing que estava fazendo e
dividir a vida comigo aqui na Califórnia. Assim, hoje, estamos morando juntos aqui e, a cada
dia que passa, nos conhecemos mais e não paramos de nos surpreender um com o outro. O que
era pra ser somente um flerte inocente acabou mudando as nossas vidas."
"Morei perto de Madrid por 7 meses. Faltando dois meses para voltar, baixei o tal do
aplicativo porque um amigo disse que era engraçado. No mesmo dia, tinha gostado muito de um
guri (meu atual namorado) e resolvemos nos ver. Jamais iria me encontrar com alguém, assim,
"às escuras", mas, como estava de intercâmbio, resolvi me aventurar. E deu certo. A partir do
dia em que nos encontramos, sabíamos que iríamos ter algo especial. Ele é espanhol e, mesmo
sendo de outro país, nossos valores e ideias são praticamente iguais. Nunca mais nos
desgrudamos! Conheci a família toda dele e ele também conheceu a minha mãe. Faz dois meses
e duas semanas que não nos vemos pessoalmente, mas o nosso contato é diário. Felizmente, em
dezembro estou indo de novo para Espanha para ficarmos juntos outra vez. Vamos passar o
Natal e o Ano Novo mais emocionantes da minha vida."
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A advogada Cristiane Barbosa já não tinha mais esperanças de encontrar o amor, mas
um dia...
Essas são histórias verídicas de casais que tiveram finais felizes através do
aplicativo, umas aconteceram pelo acaso, por curiosidade e outras pela insistência.
Com certeza para eles, a satisfação pela existência do Tinder é extremamente
positiva.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
FONTES
Ciência e Saúde .
Disponível em <https://noticias.uol.com.br/saude>
BIBLIOGRAFIA