Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Período da arte de estilo gótico estendeu-se por 400 anos (de mais ou menos 1.100 até 1.500). A origem do
termo gótico nada tem a ver diretamente com os godos, a antiga nação germânica que invadiu o Império
Romano no século 5. Todavia é de supor-se que gótico de alguma lembra algo como "bárbaro", isto é, um
estilo do tempo dos bárbaros, quando os godos atropelavam a civilização romana.
Originou-se de uma denominação utilizada pelos refinados artistas renascentistas para designar genericamente
um estilo artístico que achavam de mau gosto, exótico, carregado de apelos decorativos e pelo exagero da
altura das suas torres. O gótico, igualmente como o romântico, caracterizou-se predominantemente por ser um
estilo grandioso de construções religiosas, foi a arte por excelência das magníficas catedrais européias.
A multiplicação delas por toda a Europa Ocidental deveu-se ao prestígio universal da Igreja Católica e da
religião cristã, e resultou da competição entre as cidades lentamente enriquecidas pela Revolução Comercial,
transformação econômica que deu seus primeiros passos ao redor dos séculos 11 e 12 (na região do Flandres,
ao redor do rio Reno e do rio Sena) tendo como conseqüência a ressurreição da vida urbana. Cada cidade da
Europa Ocidental tratou então de erguer uma catedral cuja torre fosse a mais alta possível, não somente para
melhor atrair o olhar protetor de Deus, como para celebrar a excelência das suas corporações de ofícios em
competição com as outras das demais cidades vizinhas.
O gótico, originalmente, foi um estilo marcadamente francês. Do território da França atravessou o Reno
penetrando na Alemanha onde, por igual, encontraremos belos exemplos dele.
III Período: século XIV (1300-1400) chama-se gótico irradiante. O arco ogival perde a sua agudeza e passa a
ser formado por um triângulo eqüilátero. Suas nervuras decorativas constituem-se de elementos circulares.
Atenua-se ligeiramente o verticalismo. As fachadas continuam recebendo suntuosa decoração.
IV Período: século XV (1400-1500) chama-se gótico flamejante ou "flamboyant". O Arco ogival é agora
formado por um triângulo obtuso, tornando-se ainda menos agudo, tendendo ao horizontalismo. As nervuras
decorativas no interior dos arcos, das janelas, e portais, pela posição das curvas e contracurvas, surgem
labaredas. Atenua-se acentuadamente o verticalismo. Fachadas
profusamente decoradas.
1 Verticalismo.
2 Arco quebrado ou ogival.
3 Abóbada de arcos cruzados.
4 O vitral.
Havia uma enorme gama de artistas, todos anônimos, especializados em vitrais e retábulos assim como na
pintura de murais. Todos estavam subordinados à orientação dos mestres-construtores, tais como os famosos
Jean Le Loup, Jean D´Orbais, Robert de Luzarches ou Pierre Montereau. É característica de uma época que
ignorava as singularidades da individualidade que muitos artistas permaneceram desconhecidos, visto que o
período medieval foi uma época de apogeu do corporativismo, fazendo com que os autores não assinasse suas
obras. Assim, pouco sabemos deles.
Lentamente, no período que alguns chamam de pré-renascimento, entre os século 13 e 15, os artistas
libertam-se das corporações de ofício, passando a atender encomendas particulares, então alguns nomes
tornaram-se conhecidos, com o do francês Jean Fouquet, ou dos italianos Cimabue e Giotto di Bondone,
Masaccio, Bernardo Daddi e Buffalmaco, que ficaram conhecidos como os mais famosos pintores do gótico
tardio (se bem que muitos historiadores negam-se a classificá-los assim, preferindo a denominação de pré-
renascentistas já mencionada acima).
Cada um deles tratou logo de formar a sua própria oficina (hoje denominamos de atelier), atraindo para
trabalhar com eles uma leva de jovens aprendizes, muitos, por sua vez, tornando-se mais tarde mestres-
artistas.
Coube ao Renascimento, com sua revalorização do estilo clássico greco-romano, terminar por sepultar o Gótico
de uma vez por todas. Houve ainda, em pleno século 19, por força do gosto romântico, em meio à expansão da
industrialização, um pequeno surto de construções no estilo gótico na Grã-Bretanha, chamado de neogótico ou
de Gótico Vitoriano, ocasião em que se projetou e construiu o prédio do Parlamento inglês, situado à beira do
rio Tamisa.
Durante muito tempo, particularmente na época do Iluminismo, identificou-se o gótico como um estilo que
lembrava uma época histórica dominada pelo fanatismo religioso e pela superstição, cenário tão bem retratado
por Victor Hugo (na novela "Nossa Senhora de Paris").
Com o passar dos tempos, especialmente em época mais recente, houve uma revalorização do gótico, uma
admiração pela sua concepção grandiosa da arquitetura e pelo seu esforço decorativo, aparecendo ao homem
contemporâneo como um estilo-testemunho, uma marca impressionante da história da cultura ocidental.