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Os crimes funcionais próprios poderão , ser atribuído a terceiro que não goza dessa
qualidade, desde que seja de seu conhecimento que o outro agente se amolda ao
conceito de funcionário publico, aplicando-se a regra do concurso de pessoas - art. 30
CP.
b- crimes funcionais impróprios - pode ser praticado por funcionário publico e por
aquele que não goza desse status , a exemplo do que ocorre com o peculato de futro,
que encontra semelhança com o art. 155 CP. ( art. 312, § 1º, CP- ), importante frisar
a norma constante do art. 30 CP.
nos crimes funcionais impróprios a infração pode ser cometida por funcionário publico,
como por aquele que não goza desse status - ex peculato de furto que encontra
semelhança com o art. 312, § 1º, CP.
7. Classificação doutrinaria
Crime próprio ( sujeito ativo) ,Crime comum ( sujeito passivo), comissivo ( podendo
ser via omissão imprópria), material, de forma livre, instantâneo, monossubjetivo,
plurissubsistente, transeunte ( possível de realização de prova pericial).
Peculato estelionato-
O núcleo do verbo é apropriar-se, que deve ser entendido no sentido de tomar como
propriedade, tomar para si, apoderar-se indevidamente. Essa conduta tem como
objeto material o dinheiro, isto é, as cédulas e moedas aceitas com o pagamento, ou
qualquer utilidade, vale dizer, tudo aquilo que pode servir para uso, consumo e
proveito econômico ou que pode ser avaliado em dinheiro,
O dinheiro ou a utilidade deve ter sido recebido pelo agente, em virtude de erro de
outrem. O erro aqui mencionado deve a seu turno, ser entendido como conhecimento
equivocado da realidade. A vitima acreditando que por exemplo, estivesse levando a
efeito corretamente o pagamento de um tributo, a quem de direito, o entrega ao
agente, que não tinha competência para recebe-lo
A maioria dos doutrinadores, a exemplo o próprio Hungria, entende que o erro deve
ser espontâneo, isto é, não provocado pelo sujeito ativo, pois, caso contrario, poderia
haver desclassificação pra outra figura típica, a exemplo estelionato ou concussão.
Greco ( contudo, discordo dessa posição. Isto porque, a lei penal não limita que o
mencionado erro seja espontâneo, somente fazendo menção ao fato de que o agente
tenha recebido o dinheiro ou qualquer utilidade mediante erro de outrem.
É importante que o agente, saiba que se apropria de coisa que lhe foi entregue
indevidamente por erro. Caso contrario seu dolo ficará afastado.
O agente deve receber o dinheiro ou a utilidade por ele recebida em virtude do
exercício do cargo, mesmo que momentaneamente, esteja fora do exercício do cargo,
o delito poderá se configurar em estelionato.
1.O núcleo do tipo é apropriar-se, que deve ser entendido no sentido, de tomar
como propriedade, tomar para si, apoderar-se indevidamente.
2. Classificação doutrinaria
Crime próprio ( sujeito ativo, só funcionário publico pode praticar) ,Crime comum (
sujeito passivo, pois não somente a administração publica pode figurar neste pólo,
como também, qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o comportamento
praticado pelo agente), comissivo ( podendo ser via omissão imprópria), material, de
forma livre, instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente, transeunte .
4. Consumação e tentativa
O delito se consuma quando o agente efetivamente se apropria de dinheiro ou
utilidade que, no exercício do cargo ou função, recebeu por erro de outrem.
É admissível tentativa.
5. Elemento subjetivo
O dolo é o elemento subjetivo, não havendo previsão para a modalidade culposa.
1. Objetividade jurídica
A regularidade da administração publica, sob o prisma da necessidade de aplicação
dos recursos públicos de acordo como os termos da lei.
2. Tipo objetivo
- pressuposto do crime: a existência de uma lei regulamentando o emprego de
verba ou renda publica - o agente dolosamente as empregue de maneira contraria
aquela lei.
- nesse delito o funcionário publico não se apropria ou subtrai as verbas em proveito
dele ou de terceiro.
- O crime se caracteriza pelo emprego de verbas ou rendas publicas em beneficio da
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própria administração publica
- o funcionário emprega as verbas de forma diversa da prevista em lei;
3. Sujeito ativo
Pode ser apenas o funcionário publico que tem poder de disposições de verbas ou
rendas publicas.
4. Sujeito passivo
O Estado e a entidade de direito publico lesada pelo desvio.
5. Consumação e tentativa
Trata-se de crime formal- com o efetivo emprego irregular da verba ou renda publica,
ainda que não haja prejuízo para administração publica.
Tentativa- possibilita-se, cuja a execução acaba sendo impedida.
1. Introdução
Podemos dizer que concussão e corrupção passiva são irmãos. ( a grosso modo). A
diferença fundamental entre as duas condutas reside no modo em que são praticadas.
1.1. O núcleo exigir é utilizado no sentido de impor, ordenar, determinar.
Formulada diretamente, a viso aperto ou facie ad faciem, sob ameaça explicita ou
implícita de represálias ( imediata ou futura) ou indiretamente, servindo-se o agente
de interposta pessoa, ou de velada pressão , ou fazendo-se supor, com maliciosa ou
falsas interpretações, ou capiciosas sugestões, a legitimidade da exigência. Não se
faz mister a promessa de infligir um mal determinado: basta o temor genérico que a
autoridade inspira.
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Para que o receio seja incutido, não é necessário que o agente se ache na atualidade
no exercício de função: não deixará de ocorrer ainda quando o agente se encontre
licenciado ou até mesmo quando, embora já nomeado, ainda não haja assumido a
função ou tomado posse do cargo. O que se faz indispensável é que a exigência se
formule em razão da função. Cumpre que o agente proceda, franca ou tacitamente,
em função de autoridade, invocando ou insinuando a sua qualidade.
Devemos olhar com mais cuidado para a expressão ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela. Isso porque devemos afirmar que o agente
quando da pratica do comportamento típico, já gozava do status de funcionário
publico, mesmo não estando no exercício da função. O importante, frisamos, é que
ele seja considerado funcionário publico, utilizando-se para tanto o conceito do art.
327, CP e seu parágrafo 1º.
Dessa forma, não poderá ser condenado pelo crime de concussão o funcionário
aposentado, devendo responder este por crime de extorsão.
1. Núcleo do tipo:
Exigir- impor, ordenar, determinar ( imposição do funcionário publico para obtenção
de vantagem indevida.
- direta ou indiretamente
-vantagem indevida -( qualquer vantagem expressa por dinheiro ou outra utilidade que
proporcione lucro ou proveito).
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2. Excesso de exação ( art. 316, § 1º, CP)-
Um dos significados da palavra exação é cobrança rigorosa de impostos.
5. Classificação doutrinaria
Crime próprio ( sujeito ativo) ,Crime comum ( sujeito passivo), doloso,
formal,comissivo ( podendo ser via omissão imprópria), material, de forma livre,
instantâneo, monossubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente ( dependendo do
modo que é praticado poderá ou não ter o iter criminis fracionado), transeunte .
8. Consumação e tentativa
Sendo um delito formal, o delito se consuma quando o agente exige, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela vantagem indevida. Assim, caso venha a receber vantagem indevida,
tal fato, será considerado mero exauri mento do crime, que se consumou no momento
da sua exigência.
No caso concreto, verifica-se a possibilidade de fracionamento do iter criminis, para
verificar a tentativa.
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9. Elemento subjetivo - Dolo , não havendo previsibilidade para a modalidade
culposa.
5.Classificação doutrinaria
Crime próprio ( sujeito ativo) ,Crime comum ( sujeito passivo), doloso,comissivo (
podendo ser via omissão imprópria), material, de forma livre, instantâneo,
monossubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente , transeunte ( como regra) .
8. Consumação e tentativa
O delito de corrupção passiva pode se consumar em três momentos diferentes,
dependendo do modo como o crime é praticado.
Dependendo da hipótese em concreto, poderá ou não ser fracionado o iter criminis e,
consequentemente, poderemos cogitar ou não da possibilidade da tentativa.
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10. Açao penal - publica incondicionada.
2. Elemento do tipo
Facilitar- auxiliar, tornar fácil, remover obstáculos.
- o auxilio pode se dar de forma ativa ou omissiva
- aquele que indica ao autor do contrabando ou descaminho as vias mais seguras para
entrada ou saída de mercadoria, como o aquele que propositalmente não efetua as
diligencias de fiscalização destinadas a evita-lãs.
3. Elemento normativo
Com infração do dever funcional. ( dessa forma o funcionário publico ao praticar o
contrabando ou descaminho deve estar violando o dever funcional. Sem essa
transgressão, o funcionário publico será considerado participe do crime previsto no
art. 334, CP.
5. Elemento subjetivo
Dolo, deve ter o agente consciência de estar violando o dever funcional. Ausente essa
consciência deve responder como participe do crime de contrabando ou descaminho
( art. 334 CP)
6. Consumação e tentativa
Crime formal, consuma o delito com a facilitação, independente da pratica efetiva do
contrabando ou descaminho.
Basta comprovar o auxilio prestado pelo funcionário publico na pratica do contrabando
ou descaminho.
A tentativa é admissível somente na pratica comissiva.
Ex: funcionário publico que deixa de expedir documento judicialmente requisitado por
não ter competência não pratica o crime
2. Sentimento pessoal
Abrange o espírito de vingança, amizade, piedade, caridade, ódio, realização
profissional.
Exemplo- funcionário que deixa de expedir um alvará por ser o solicitante seu inimigo.
Ex. funcionário que por prepotência deixa de atender os contribuintes no seu horário
de trabalho.
3. Classificação doutrinaria
Crime de mão própria ( sujeito ativo) ,Crime comum ( sujeito passivo), doloso,
,comissivo e omissivo, de forma livre, instantâneo, monossubjetivo, unissubsistente
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ou plurissubsistente , transeunte .
6. Consumação e tentativa
Na primeira modalidade, o delito se consuma quando o funcionário publico,
indevidamente, retarda a pratica do ato de oficio, ou seja, deixa de praticá-lo no tempo
previsto, atrasando-o. Na segunda modalidade, quando o agente, efetivamente, não
pratica o ato a que estava obrigado; na ultima hipótese, quando o sujeito pratica o ato
contra disposição expressa de lei. Deve ser frisado que, em todos os casos, o agente
deve atuar com a finalidade de satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Dependendo do modo como delito for praticado, poderá ser reconhecida a tentativa.
Se, no caso, concreto, for possível o fracionamento do iter criminis, poderá se cogitar
do conatus; caso contrario, ficará inviabilizada a hipótese da tentativa.
1. Objetividade jurídica
A probidade e a regularidade administrativa
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- Tendo o funcionário publico no exercício de suas funções, cometido infração
administrativa ou penal, que deva ser objeto na esfera da administração, constituirá
crime a omissão por parte de seu superior hierárquico que, por clemência ou
tolerância, deixe de tomar as providencias a fim de responsabilizá-lo.
4. Consumação -
quando o superior toma conhecimento da infração e não promove a
responsabilização do infrator ou não comunica o fato a autoridade competente.
Não admite tentativa
1. Objetividade jurídica
A moralidade administrativa
2. Tipo objetivo
Patrocinar- defender, pleitear, advogar, junto a companheiros e superiores
hierárquicos, o interesse particular.
- Não é necessário que o delito seja cometido por advogado.
A infração se configura quando o funcionário publico, valendo-se de sua condição (
cargo, amizade, prestigio junto a outros funcionários), defende interesse alheio (
particular), legitimo ou ilegítimo perante a administração publica.
Não existe infração penal quando o funcionário publico patrocina interesse próprio ou
de outro funcionário publico.
É indiferente que o funcionário publico tenha realizado a conduta pessoalmente ou
por interposta pessoa, uma vez que a lei pune a advocacia administrativa praticada
direta ou indiretamente.
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Não é requisito do crime a obtenção de vantagem pessoal ou econômica.
3. Sujeito ativo
É o funcionário publico, também responde pelo delito o particular que o auxilia,
atuando como testa de ferro. Sujeito passivo, O Estado.
4. Consumação
No momento que o agente realiza o ato de patrocinar o interesse alheio, por escrito
ou oralmente, ainda que não obtenha êxito em beneficiar o particular. Crime formal.
Admissível tentativa.
5. Açao penal
Publica incondicionada.
1. Objetividade jurídica
Protege a lei nesse dispositivo a regularidade e o normal desempenho das atividades
publicas, no sentido de evitar que os funcionários públicos abandonem seus postos
de forma a gerar a pertubarçao ou até mesmo a paralisação do serviço publico.
2. Tipo objetivo
Abandonar- deixar o cargo
Para que esteja configurado o abandono é necessário que o agente se afaste do seu
cargo por tempo juridicamente relevante de forma a colocar em risco a regularidade
do serviço prestado.
Não há crime na falta eventual, bem como no desleixo na realização de parte do
serviço, que caracterizam apenas falta funcional punível na esfera administrativa.
3. Elemento subjetivo
Crime doloso, o crime não ocorre quando o abandono ocorre em razão de força maior
( prisão, doença)
A doutrina tem sustentado que o crime não ocorre na suspensão, ainda que
prolongada, do trabalho por parte de funcionário publico - mesmo que de função
essência - quando se trate de ato coletivo na luta por reivindicações da categoria,
ou seja, nos casos de greve ( enquanto não declarada ilegal).
4. Sujeito ativo
Apesar do delito seja abandono de função, o crime só existe quando ocorre abandono
de cargo, não prevalecendo a regra do art. 327 do CP, que define funcionário publico
ocupante de cargo ou emprego ou função publica. Assim, pode-se concluir que o
sujeito ativo desse crime pode ser apenas quem ocupa cargo publico ( criado por lei
com denominação própria, numero certo e pago pelos cofres públicos). Sujeito
passivo- o Estado
5. Consumação
Trata-se de crime formal. Com abandono do cargo por tempo juridicamente relevante,
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ainda, que não decorra efetivo prejuízo para administração publica.
Não admite tentativa, por tratar-se de crime omissivo.
6. Figura qualificada
O parágrafo 1º, traz a forma qualificada, quando o abandono traz como conseqüência
prejuízo ao erário.
No parágrafo 2º, a figura é qualificada em razão do local, a pena será
consideravelmente maior, se o fato ocorrer em local compreendido na faixa de
fronteira ( faixa de 150 Km ao longo das fronteiras nacionais -Lei 6634/79)
2. Elemento do tipo
Usurpar- tomar, apoderar-se.
- particular executa, ilegitimamente, atos de oficio, sem que detenha a qualidade de
funcionário publico.
- é necessário que pratique algum ato funcional.
- a mera atribuição da qualidade de funcionário publico ( art. 45, LCP)
- funcionário publico pode praticar o delito, exercendo função distinta da sua.
- não é necessário que a usurpação acarrete dano a administração publica
5. Forma qualificada- vantagem ( material ou moral que o agente pode obter para si
ou para outrem.
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Dos crimes praticados por particular contra a administração em geral
São crimes comuns, podem ser praticados por qualquer pessoa, razão pelo qual não
se inserem no rol dos crimes funcionais.
É de ressaltar também que tais crimes também podem ser praticados por funcionários
públicos, desde que se apresentem na qualidade de particulares, ou seja, não estejam
investido s na função publica desempenhada.
1. Introdução
A resistência é a forma mais grave da desobediência, tipificado pelo artigo 330 CP,
em razão do emprego de em sua pratica de violência ou ameaça.
Na clássica definição de Francesco Carrara “ é a luta dos particulares contra os
agentes da força publica, com a finalidade de impedir um ato de justiça.”
Significa, pois, um ato de violência contra um ato da autoridade, um antagonismo entre
duas forças físicas: a da autoridade publica e a do particular. Representa, pois, uma
violência contra autoridade do funcionário publico, que tem por finalidade submeter a
autoridade do Estado dentro do âmbito de sua função.
1. Tipo objetivo
Pressuposto do crime- oposição à execução de ato legal ( decretação de prisão);
Opor-se- No sentido de obstruir a execução de ato legal.
Essa oposição reclama um caráter militante, ou seja, atuação positiva do
sujeito ativo, pois, concretiza-se mediante emprego de violência ou ameaça ao
funcionário público competente ou a quem lhe preste auxilio.
Excepcionalmente, o delito poderá ser cometido por omissão, quando o sujeito
ostentar o dever de agir para impedir o resultado nos termos do art. 13, § 2º, CP.
Grande parte da doutrina não admite violência empregada contra a coisa. Violência
contra a coisa trata-se de dano qualificado ( art. 163, parágrafo único, inciso III CP.
Violência contra a coisa: derrubar a escada que o policial pretende subir para
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cumprir ordem legal, ou se é morto o cavalo onde o policial pretende galgar para
cumprir um mandado.
Não se caracteriza o delito quando o sujeito roga pragas contra o funcionário publico
ou contra quem lhe auxilia, pois, não há possibilidade deste suposto mal.
2. Consumação e tentativa
Crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado. Consuma-se com
emprego de violência ou ameaça contra o funcionário publico competente para a
execução do ato legal ou quem lhe esteja prestando auxilio, pouco importando se
assim agindo o sujeito vem a impedir a atuação estatal.
Tentativa- admissível se o meio praticado for a violência.( delito plurissubsistente).
Tentativa admissível na ameaça somente se o meio utilizado for algum
escrito ( delito unissubsistente)
6. Elemento subjetivo
Dolo, acompanhado com o especial fim de agir ( elemento subjetivo especifico)
consistente em impedir a execução de ato legal. não admite culpa.
1. Tipo objetivo
Desobedecer- não cumprir, não atender dolosamente a ordem legal do funcionário
publico.
Pode ser por ação ( a ordem judicial determina que o destinatário se abstenha de
determinado ato e ele vem a pratica-lo); ou omissão, quando o destinatário se recusa
a praticar determinado ato.
Não pode ocorrer violência ou ameaça ao funcionário publico.
Se a norma extra penal ( administrativa, civil, processual) não fizer menção à
aplicação cumulativa da sanção civil ou administrativa com o crime de desobediência,
o descumprimento da norma não configurará o crime me tela; exemplo o art. 219 CPP.
1.1. Requisitos
a) Haver uma ordem ou determinação; o mero pedido ou solicitação é atípico;
b) A ordem deve ser legal
c) A ordem deve ser emanada de funcionário publico competente
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DESACATO - ART 331 CP
1. Introdução
Todo o funcionário publico do mais humilde ao mais graduado, representa o
Estado, agindo em seu nome e em seu beneficio, buscando sempre a consecução do
interesse publico. Consequentemente, no exercício legitimo de seu cargo, o agente
deve estar protegido contra investiduras violentas o ameaçadoras. Esta é a razão da
criação do art. 331 CP.
1.1. Núcleo do tipo
Desacatar- deve ser entendido no sentido de faltar com o devido respeito,
afrontar, menosprezar, desprezar.
2. Classificação doutrinaria
Crime comum ( sujeito ativo ), próprio ( passivo) doloso, forma livre, comissivo (
podendo ser via omissão imprópria), instantâneo, monos subjetivo, unissubsistente ou
plurissubsistente, transeunte.
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Crime formal de consumação antecipada. Consuma-se no instante que o
agente pratique o comportamento em desprezo para com a administração pública, ali
representada através de seu funcionário, independente, do funcionário se sentir
desacatado.A tentativa depende da forma, no entanto, a maioria são unissubsistente
não admitindo a tentativa.
6. Elemento subjetivo
Dolo, não havendo previsão para a forma culposa.
7. Ação penal
Ação penal publica incondicionada.
Trafico de Influência art. 332 CP
1. Introdução
O nomen iuris “ trafico de influência” e atual redação do art. 322, CP foram criados
pela lei 9.127/95. Antes da denominação o delito em apreço era denominado de “
exploração de prestigio”, nada obstante existisse crime homônimo no art. 357 do CP,
com a diferença que este ultimo diz respeito a administração da justiça.
4. Sujeito ativo - crime comum ou geral - pode ser praticado por qualquer pessoa,
inclusive pelo funcionário publico.
Sujeito passivo- É o Estado e, mediatamente o comprador da influencia.
1. Núcleo do Tipo
No crime de corrupção ativa, pune-se o particular que toma a iniciativa de
oferecer ou prometer alguma vantagem indevida a um funcionário público a fim de se
beneficiar, em troca, com alguma ação ou omissão desse funcionário.
Na oferta, o agente coloca dinheiro ou valores à imediata disposição do
funcionário. Na promessa, o agente compromete a entregar posteriormente a
vantagem ao funcionário.
Revogado pela lei 8.666/93, pelos tipos penais constantes dos artigos 93 e 95, que
regulamentou o art 37, XXI, da CF, e instituiu normas de licitações e contratos da
administração pública.
Edital, é uma comunicação oficial escrita, que visa dar ciência de alguma coisa a
todos, e é fixada em local público, por ordem de funcionário publico competente.
b) Violação de selo ou sinal, que vem expressos pelos verbos violar ou inutilizar (
romper, devassa o selo ou sinal referido) e tem a finalidade de identificar, lacrar
qualquer coisa, móvel ou imóvel, determinada por lei e originaria de funcionário público
competente com seu carimbo ou assinatura.
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Art. 339- Denunciação Caluniosa
A denunciação caluniosa é formada pela fusão do crime de calunia ( CP art. 138) com
a conduta licita de noticiar a autoridade publica ( magistrado, delegado de policia,
representante do MP etc), a pratica de crime ou contravenção penal e sua respectiva
autoria. Trata-se portanto, de crime complexo em sentido amplo.
Se a pessoa limita-se a imputar falsamente a alguém a pratica de crime, deve ser
responsabilizado pelo delito de calunia. De outro lado, se ela leva a conhecimento da
autoridade estatal a infração penal e a pessoa nesta envolvida atual dentro dos limites
permitidos pelo art 5º, parágrafo 3º, CPP.
A combinação, de tais circunstancias, importa no surgimento de denunciação
caluniosa, capitulada entre os crimes contra a administração da justiça.
Como a lei fala em crime inexistente ou praticado por outrem, duas conclusões lógicas
podem ser extraídas:
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Falso testemunho ou falas perícia - art. 342 CP
1. Objetividade jurídica
Evitar que a prestação jurisdicional seja prejudicada por falsos depoimentos ou
perícias falsas
2. Tipo objetivo
As condutas incriminadas são:
a) fazer afirmação falsa ( conduta comissiva)- significa afirmar inverdade
b) negar a verdade ( conduta comissiva) o sujeito diz não saber o que, em verdade
sabe;
c) calar a verdade ( conduta omissiva) silenciar-se a respeito do que sabe
Para que ocorra o crime de falso testemunho, a falsidade deve ser relativa ao fato
juridicamente relevante, ou seja, deve referir-se a assunto discutido nos autos.
Não existe falsa testemunha, por exemplo, quando narra fatos ao juiz referente ao
caso concreto; mas quando indagado sobre o que fazia no local, refere-se que estava
sozinho bebendo, pois na realidade estava com a amante.
Para a configuração do falso, não é necessário que o depoimento tenha
necessariamente influenciado na decisão, bastando a possibilidade de influir no
resultado da causa.
Exemplo, quando alguém fornece álibi falso ao réu, dizendo que estava com ele em
outro local no momento do crime, ainda que a vitima o reconheça como autor do delito
e seja condenado por tal.
Testemunha que mente por estar sendo ameaçada de morte ou de algum outro mal
grave, não responde por falso testemunho. ( autor da ameaça responde pelo art. 344
CP)
Não há crime quando o sujeito mente para evitar que se descubra fato que pode
levar a sua própria incriminação.
A mentira de qualificação pessoal ( nome, profissão etc.) não tipifica falso testemunho
( art. 307 do CP)
Sedes do falso testemunho: para que o falso caracterize crime deve ser cometido em
:
a) processo judicial - abrange todos os processos ( civil, trabalhista, penal etc.)
b) inquérito policial - comum ou militar
c) processo administrativo - transgressões disciplinares ou administrativa.
d) juízo arbitral ( lei 9307/96).
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Art. 345- Exercício Arbitrário das Próprias Razões
1. Introdução
A partir do momento em que foi superado o estagio da vingança privada para
solução dos conflitos de interesses entre as pessoas, a ninguém é dado o direito de
ser simultaneamente juiz e parte. No atual momento da civilização, se alguém tem
direito a uma pretensão legitima, que quer fazer valer, deve levá-la a apreciação do
poder judiciário.
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Favorecimento Pessoal - art. 348 CP
1. Introdução
O favorecimento pessoal, também conhecido como homizio, consiste no auxilio
prestado para que o autor de crime não seja alcançado pela autoridade pública,
mediante a dissimulação do criminoso ou facilitação de sua fuga.
A incriminação limita-se à assistência prestada ao criminoso para subtrair-se da açao
do representante do Estado.
2. Núcleo do tipo
Auxiliar ( conjugado com a expressão subtrair-se_:
O favorecimento dirige-se ao criminoso, para sua fuga ou ocultação e, JAMAIS, ao
crime. Não há contribuição alguma
Pressupõe auxilio ao criminoso . Este auxilio não pode ocorrer a qualquer tempo, a
verificação ocorre após a consumação do crime praticado pelo favorecido, em outras
palavras já consumado o crime, o sujeito auxilia o autor a subtrair-se da açao da
autoridade pública.
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Favorecimento real - art. 349 CP
1. Introdução
No artigo 349, CP, prevê mais uma espécie de favorecimento.
Cuida-se de delito acessório, de fusão ou parasitário,´pois, reclama a pratica de um
crime anterior, de qualquer natureza.
No favorecimento real o agente não se preocupa em proteger a pessoa do criminoso,
aqui, o auxilio é efetuado com o propósito de tornar seguro o proveito do crime, como
medida de gentileza ou de amizade com o autor do crime antecedente.
2. Núcleo do tipo:
Prestar- ajuda, presta assistência a criminoso, visando tornar seguro o proveito do
crime.
Cuida-se de crime de forma livre: esconder o bem subtraído, comprar um automóvel
com o dinheiro do estelionato, aplicar em banco valores de peculato.
Somente, pode ser praticado por ação ( crime comissivo), consequentemente, é
atípico, o fato de não comunicar a autoridade policial o local onde se encontra o
proveito do crime, ainda, que o agente tenha ciência dessa circunstancia.
Se o sujeito ostentar a condição de funcionário publico possuindo o dever de agir para
evitar o resultado, sua omissão importará em , art. 319,prevaricação ou corrupção
passiva ( 317).
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Art. 349-A- favorecimento Real Impróprio
1. Denominação
O crime do artigo 349, foi introduzido pela lei 12.012/09, não contem nomen
iuris, isto é, a lei não lhe atribuiu denominação oficial. Em razão disso, tem sido alvo
de diversos nomes, tais como favorecimento real nos estabelecimentos prisionais,
etc.
Tais rótulos são aceitáveis, pois, o legislador no momento que deixou de
conferir rubrica original, transferiu esta tarefa à doutrina e jurisprudência.
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Referencias Bibliográficas:
1. JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2018.
2. MARQUES, José Frederico. Curso de Direito Penal . São Paulo: Saraiva.
3. MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de Direito Penal. São Paulo: Atlas, 2019.
4. COSTA JR., Paulo José de. Direito Penal: curso completo. São Paulo. Saraiva.
5. Zaffaroni , Eugenio Raul e Pierangeli, José Henrique, Manual de direito penal
brasileiro, RT, 2017.
6. Masson, Cleber, Direito Penal, parte Geral. São Paulo. Metodo. 2013
7. Capez, Fernando, Direito Penal , vol I, Saraiva, 2018.
8. Greco, Rogério, Direito penal, vol I, Impetus, 2018.
9. Nucci, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, RT, 2018.
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