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O meu pé laranja lima

O livro que passo a apresentar intitula-se “O meu pé laranja lima”.

É da autoria de José Mauro de Vasconcelos, José Mauro de Vasconcelos foi um escritor


brasileiro. José Mauro nasceu de família nordestina, que migrara para São Paulo. Os pais
tinham tão poucos recursos que ele, ainda criança, teve de se transferir para o Rio Grande do
Norte, onde foi criado pelos tios em Natal, este livro chega-nos através de ENFIAR AQUI A
DITORA.

Como podem verificar na capa apresenta-se o Zezé (personagem principal deste livro),
também podemos observar uma planta relacionada com a história do livro porque passo a
contar…

A história

Em traços gerais posso afirmar que a história se foca

Num menino chamado Zezé, um menino comum, de cinco anos, natural de Bangu, que fica no
Rio de Janeiro.

Era muito esperto e independente, conhecido pela sua malandrice e é ele quem narra a
história.

Devido a sua sagacidade, diziam que Zezé "tinha o diabo no corpo".

O Zézé era tão esperto que acabou, inclusive, aprendendo a ler sozinho. A primeira parte do
livro se debruça sobre a vida do menino, as suas aventuras e as consequências das mesmas.

Ele aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado, acabava
sempre tomando umas palmadas.

A vida de Zezé era boa, tranquila e estável. Ele vivia com a família em uma casa confortável e
tinha tudo o que era preciso em termos materiais, até que o pai perdeu o emprego e a mãe
viu-se obrigada a trabalhar na cidade, mais especificamente no Moinho Inglês. Zezé tem vários
irmãos: Glória, Totoca, Lalá, Jandira e Luís.

Empregada numa fábrica, a mãe passava o dia no trabalho enquanto o pai, desempregado,
ficava em casa. Com a nova condição da família, eles se viam obrigados a mudar de casa e
passaram a ter uma rotina muito mais modesta. Os Natais fartos de outrora foram substituídos
pela mesa vazia e por uma árvore sem presentes.

Como a nova casa tinha um quintal, cada filho escolheu uma árvore para chamar de sua. Como
Zezé foi o último a escolher acabou ficando com um modesto pé de laranja lima.

E é a partir desse encontro com uma árvore nada vistosa que surge uma forte e genuína
amizade.

O Zezé batizou o pé de laranja lima de Minguinho:


— Quero saber se o Minguinho está bem.

— Que diabo é Minguinho?

— É o meu pé́ de Laranja Lima.

—Tu arranjaste um nome que se parece muito com ele. Tu és danado para achar as coisas.

Como ele vivia fazendo asneiras, era recorrente o Zezé ser encontrado numa das travessuras e
apanhar dos pais ou dos irmãos. Depois lá ia ele se consolar com Minguinho, o pé de laranja
lima. Numa das vezes que fez asneira, apanhou tanto da irmã e do pai que precisou ficar uma
semana sem ir à escola.

Além do Minguinho, o outro grande amigo de Zezé era Manuel Valadares, também conhecido
como Portuga, e é sobre ele que gira a segunda parte do livro.

O Portuga tratava o Zezé como filho e dava toda a paciência e afeto que não recebia em casa.
A amizade entre os dois não era partilhada com o resto da família.

Por uma fatalidade do destino, o Portuga foi atropelado e morreu.

O Zezé, por sua vez, adoeceu. E para piorar a vida do menino ainda decidem cortar o pé de
laranja lima, que vinha crescendo mais do que era suposto no quintal.

A situação muda quando o pai arranja um emprego depois de um longo período em casa. Zezé,
entretanto, apesar dos seus quase seis anos, não se esqueceu da tragédia:

Já cortaram, Papai, faz mais de uma semana que cortaram o meu pé de Laranja Lima.

A narrativa é extremamente poética e cada travessura do menino é contada a partir do olhar


doce da criança. O ponto alto da história acontece ao final da narração, quando o Minguinho
dá a sua primeira flor branca:

Eu estava sentado na cama e olhava a vida com uma tristeza de doer.

— Olha, Zézé́. Nas suas mãos existia uma florzinha branca.

— A primeira flor de Minguinho. Logo ele vira uma laranjeira adulta e começa a dar laranjas.

Fiquei alisando a flor branquinha entre os dedos. Não choraria mais por qualquer coisa. Muito
embora Minguinho estivesse tentando me dizer adeus com aquela flor; ele partia do mundo
dos meus sonhos para o mundo da minha realidade e dor.

— Agora vamos tomar um mingauzinho e dar umas voltas pela casa como você fez ontem. Já
vem já.
Apreciação crítica

Apesar da sua pouca extensão, o livro O meu pé de laranja lima toca em temas-chave para
pensarmos sobre a infância. Percebemos ao longo das breves páginas como os problemas dos
adultos podem acabar por negligenciar as crianças e como elas reagem a esse abandono
refugiando-se num universo particular e criativo.

Notamos também o caráter transformador do afeto quando essa mesma criança negligenciada
é abraçada por um adulto capaz de trazer acolhimento. Aqui, essa personalidade é
representada pelo Portuga, sempre disposto a partilhar com Zezé.

Muitos leitores identificam-se com o fato do menino escapar do cenário real esmagador, rumo
a um imaginário feito de possibilidades felizes. Vale lembrar que o Zezé não era apenas vítima
de violência física como também psicológica por parte dos mais velhos. As piores punições
vinham, inclusive, de dentro da própria família.

O livro abre os olhos do leitor para o lado sombrio da infância, muitas vezes esquecido diante
da enorme quantidade de material que tem como tema a infância idealizada.

Final alternativo ao livro

E eu desse um final alternativo ao livro o Portuga não teria morrido, pois ele foi um grande
auxilio na vida do Zézé e a morte deste só causou mais dor ao menino.

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