O sáorò, o contra-egum, a umbigueira e o mokan são objetos sagrados utilizados pelos iniciados no Candomblé após serem sacralizados. Estes objetos protegem e ligam o corpo do iniciado aos seus orixás, representando uma parede protetora contra negatividades nos quatro lados do corpo.
Descrição original:
Ensina o porquê do yaô usar xaorô
Título original
Pq o yao usa ṣáorò contra-egun(Lodi sí egún), umbigueira(íkan) e mokan
O sáorò, o contra-egum, a umbigueira e o mokan são objetos sagrados utilizados pelos iniciados no Candomblé após serem sacralizados. Estes objetos protegem e ligam o corpo do iniciado aos seus orixás, representando uma parede protetora contra negatividades nos quatro lados do corpo.
O sáorò, o contra-egum, a umbigueira e o mokan são objetos sagrados utilizados pelos iniciados no Candomblé após serem sacralizados. Estes objetos protegem e ligam o corpo do iniciado aos seus orixás, representando uma parede protetora contra negatividades nos quatro lados do corpo.
Por que o yao usa ṣáorò contra-egun(Lodi sí egún), umbigueira(íkan) e mokan ?
O xaorô (ṣáorò) é primordialmente usado em honra a Yemonjá, a mãe de todas as cabeças, e a
Obaluaiyê. Um dos símbolos da iniciação, serve para que os movimentos do yaô sejam seguidos, facilitando a sua localização. Conta um itan que foi Yemonjá quem confeccionou o sáorò e o colocou em Obaluaiyê, seu filho adotivo, para poder encontrá-lo e, assim, cuidar de seus ferimentos. O sáorò, o contra-egum(Lodi sí egún) , a umbigueira(ìha) e o mokan só são utilizados após serem sacralizados com banhos de folhas frescas e outros elementos. Composto de um ou dois guizos, o sáorò é preso com fios trançados de palha-da-costa no tornozelo do yaô. É colocado na perna esquerda, se o órìsá for masculino, e na perna direita, se o órìsá for feminino. Em alguns axés não se coloca o sáorò, usa-se uma pulseira, (um idé)na cor preferida do órìsá da pessoa, sem distinção do sexo da divindade. Em outras casas, se o órìsá for masculino, usa-se o sáorò no tornozelo esquerdo, e se o órìsá for feminino, é colocado um idé no tornozelo direito. O contra-egum serve para proteger e resguardar o corpo do yaô da aproximação de eguns, das ajés, dos oxôs e dos ajás. Confeccionado com fios de palha da costa trançados, forma um bracelete, é colocado nos dois braços do yaô, quase na altura do ombro. Este artefato também é usado pelos iniciados e por adeptos em vários outros preceitos e segmentos da religião. A umbigueira (íkan) também é feita com fios de palha da costa trançados e é colocada ao redor da cintura. Simboliza uma proteção para a parte central do corpo humano. Estes e outros objetos tem como objetivo resguardar o corpo inteiro do yaô na sua iniciação e na complementação desta. O ojá, pano branco usado na cabeça, traz proteção para o seu orí, o contra-egum para os membros superiores, a umbigueira para os órgãos reprodutores e demais órgãos centrais , o sáorò, para os membros inferiores. Produz-se assim, uma parede de quatro lados que rechaça todas as negatividades. O mokan é um colar feito com fios de palha da costa trançados. Tem a representação circular da ligação do òrun com o áiyé unindo o yaô com seu órìsá. Em seu fechamento tem duas pontas em forma de vassourinha, diametralmente opostas entre si, ligando-o com a ancestralidade. Peça fundamental para todos os iniciados na religião, é usado durante todo o processo de feitura, sem sair do pescoço do iniciado em nenhum momento. A partir daí, irá acompanhá-lo em todas as suas obrigações, durante o seu período de yaô. Nos dias atuais é difícil ver um iniciado usando seu mokan, porque muitos acreditam que somente os yaôs devem usá-lo! Existem grandes sacerdotes e sacerdotisas, antigos, de grandes axés, que ainda usam seus mokan. Esta é uma atitude de humildade e de respeito pelo seu órìsá e de amor a um símbolo sagrado da religião. O grande valor do mokan é que ele só pode ser usado por quem é iniciado. O mokan é companheiro da pessoa durante toda a sua existência no àiyé mas também estará presente, junto com demais objetos, no momento do Axexê, liturgia que encerra o ciclo religioso do candomblecista!