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•20/03/2020

DIREITO EMPRESARIAL

Professor Giulliano Rodrigo


Gonçalves e Silva
Mestre em Direito Empresarial

I - Teoria da Empresa
1. Origem:
• Economia de troca ► economia de mercado
• Corporações de mercadores (estatutos)
• Idade Média – Itália
• 1807 – Código Napoleônico – 1ª Codificação
• 1850 – Código Comercial Brasileiro
• 2002 – Código Civil – Teoria da Empresa
• 2005 – Lei de Falência e Recuperação
• 2006 – LC do Simples Nacional (ME e EPP)
• 2011 – CC, art. 980-A – Eireli
• 2019 – Lei de Liberdade Econômica

2. Fontes formais:
• Primárias e secundárias
3. Autonomia do instituto:
• Legislativa / científica
4. TEORIA DA EMPRESA: Empresário é aquele
que “exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para produção ou
circulação de bens ou de serviços”. (CC, art.
966)
 Profissionalidade
 Economicidade
 Organização
 Produção de bens ou serviços
 Circulação de bens ou serviços

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II - Identificação do sujeito
do Direito de Empresa
1. Empresário individual - é a pessoa natural que,
sob sua firma (CC, art. 968, II) realizará todos os
atos voltados ao exercício da empresa (enquanto
atividade).
2. Sociedade empresária e Eireli empresarial –
são pessoas jurídicas voltadas para aquele
mesmo exercício.
3. Empresa familiar - aquela com predominância do
trabalho próprio e de familiares, ainda que
organizada a atividade - Dec.-Lei n. 486/1969, art.
1º, parágrafo único, b (vide LC n. 123/2006, arts.
18 e 68).

4. Micro e pequenas empresas


• Orientação geral: CF, art. 179, e CC, art. 970;
• Regime legal atual: LGMPE – Lei Geral das Micro e
Pequenas Empresas – Lei Complementar n.
123/2006;
• Definição legal – LC n. 123/2006, art. 3º;
• Alcance – empresário individual, sociedade
empresária e sociedade simples;
• Critério de enquadramento e desenquadramento:
receita bruta anual (art. 3º, § 1º - vide art. 16, § 1º);
• Valores específicos (art. 3º e art. 18-A):
– Microempreendedor Individual: até R$ 81.000,00
(apenas pessoa física);
– Microempresas: até R$ 360.000,00;
– Empresas de Pequeno Porte: de R$ 360.000,01
até R$ 4.800.000,00;

• Impossibilidade de opção pelo SIMPLES


Nacional: todas as situações descritas no § 4º
do art. 3º (vide art. 17, com a ressalva de seu §
1º);
• Inscrição e baixa: continua a cargo das Juntas
Comerciais ou Cartório de Registro Civil das
Pessoas Jurídicas, conforme o caso, sempre
respeitadas as regras específicas dos arts. 4º
e seguintes;
• Registro especial – para simplificação, deverá
ser adotado ato unificado (art. 8º),
dispensando-se formalidades como
regularidade tributária, previdenciária ou
trabalhista (arts. 9º e 10);

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• Nome empresarial – deve receber o acréscimo das


expressões “Microempreendedor Indidividual”,
“Microempresa” ou “Empresa de Pequeno Porte”,
ou as abreviaturas, ‘MEI’, ‘ME’ ou ‘EPP’ (art. 72);
• Exclusão do SIMPLES Nacional – pode ocorrer
(vide art. 31, sobre produção de efeitos):
– De ofício – art. 29;
– Mediante comunicação – art. 30.
• Tributos e contribuições – o Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional)
implica o recolhimento mensal, em DUA, de todos
os impostos e contribuições elencados no art. 13;
• Inovação – inclusão do ICMS e ISS, antes
facultativos (Lei nº 9.317/96, art. 4º);

• Exclusão do regime especial – a unificação


tributária não afeta a obrigatoriedade quanto
aos impostos e contribuições listados no § 1º
do art. 13 (vide também ressalva do art. 19);
• Comitê gestor – inovação quanto à Lei n.
9.317/96, é formado segundo critérios do art.
2º, para tratar dos aspectos tributários do
regime especial, incumbindo ao Fórum
Permanente das ME e EPP os demais
aspectos da LC;
• Escrituração – a LC exige apenas o livro-caixa
(art. 26, § 2º), sendo que a falta de sua
escrituração configura causa suficiente à
exclusão de ofício do SIMPLES Nacional (art.
29, VIII);

• Obrigações trabalhistas – as ME e EPP


ficam dispensadas das formalidades do art.
51 (com as ressalvas dos arts. 52 e 53);
• Pequeno empresário – é o empresário
individual (pessoa física), que como MEI
(Microempreendedor Individual) pode fatura
por ano até R$ 81.000,00 (arts. 18-A e 68);
• Deliberações sociais – ficam as ME e EPP
desobrigadas das reuniões e assembleias
ditadas pelo CC, ficando substituídas por
deliberação representativa pela maioria
absoluta do capital (art. 70);
• Protesto cambial – regra especial (art. 73);
• Juizados Especiais – sujeição (art. 74).

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III - Requisitos para o exercício


da empresa
• São 2, segundo o art. 972 do CC: capacidade;
e ausência de proibição legal.
• Apesar disso, parte da doutrina inclui a
inscrição; o exercício de atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços; e a profissão habitual.
• Incompatibilidades - restrições ao exercício
da atividade empresária (CF, art. 5º, XIII):
funcionários públicos (Lei n. 8.112/90, art. 117,
X); magistrados (LOMAN, art. 36, I); falido;
alguns auxiliares do comércio (ex.: Decreto n.
21.981/32, art. 36); etc.
Nota: vide CC, art. 973.

IV - Obrigações comuns aos empresários


Obrigações básicas - registro e escrituração.
Algumas só não alcançam o pequeno
empresário (CC, art. 970; D. n 486/69, art. 1º).
1.Registro: atos descritos no art. 32 da LRE, e
ainda a anotação (penhora de cotas - art. 47, §
2º, do Dec. N. 1.800/96).
• omissão – impõe restrições como quanto à
LFR, à autenticação dos livros (CC, art. 1.181,
par. único), à participação de licitações (Lei n.
8.666/93, art. 28, II e III) etc.;
• sociedade de advogados – vide art. 15, § 1º, da
Lei n. 8.906/94 - Estatuto da OAB;

2. Escrituração – dos livros contábeis, sendo:


• Obrigatórios – Diário e Reg. Duplic. (vide LSA);
• Livros facultativos – vide art. 7º do DL 486/69;
• Omissão na escrituração – advindo a falência, será
necessariamente fraudulenta (LREF, art. 178);
• Dispensa – empresário familiar (CC, art. 1.179, §
2º; DL, art. 1º, par. único; e D. 64.567/69, art. 1º);
• Manutenção dos livros – até a prescrição ou
decadência dos atos a que se refiram (D, art. 5º;
DL, art. 4º; e CC, art. 1.194);
• Requisitos – intrínsecos (CC, art. 1.183; DL, art. 2º;
e D., arts. 2º e 4º) e extrínsecos (CC, art. 1.181;
DL, art.5º; e D, art. 6º) = fé pública (DL, art. 8º);
• Exibição – judicial (CC, art. 1.191); administrativa
(art. 1.193).

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V - Formação e proteção do
estabelecimento empresarial
1. Estabelecimento empresarial - também
chamado de fundo de empresa, fundo de
comércio ou estabelecimento comercial (CC,
art. 1.142).
a) natureza jurídica - universalidade de fato,
que apesar de não ser passível de direitos e
obrigações, poderá ser alienada, onerada,
arrestada ou penhorada (CC, art. 1.143), o que
não ocorre com a empresa, que é a própria
atividade econômica desenvolvida no
estabelecimento.
b) classificação - 1. estabelecimento principal,
matriz ou sede; 2. filiais, sucursais ou
agências.

VI - Locação e o ponto empresarial

• Ponto empresarial ou propriedade


comercial - é o local em que o empresário se
estabelece.
• Direito de inerência ao ponto – deriva da
tutela à locação empresarial.
Nota.1: para validade do“trespasse”, deve ao
alienante restar bens suficientes para solver
seu passivo ou contar com a anuência de
seus credores (CC, art. 1.145).
Nota.2: além disso, o ato se faz acompanhar,
em regra, pela cláusula de não-
restabelecimento (art. 1.147).

VII - Formação do nome empresarial e


o nome do estabelecimento
1. Regra de identificação do empresário no mundo
jurídico
 Firma
 Denominação
2. Formação do nome empresarial do empresário
3. Formação do nome empresarial da sociedade
empresária e da Eireli empresarial
 Firma - composta: pelos sobrenomes de todos os sócios,
acrescidos da expressão Ltda.; pelo sobrenome de um ou
de alguns dos sócios, acrescidos da expressão & Cia.
Limitada.
 Denominação - elementos: palavra de uso comum ou
vulgar ou expressão de fantasia incomum acrescido da
principal atividade exercida pela sociedade
4. Formação do nome/título do estabelecimento - facilita a
identificação (mas não tem proteção legal específica)

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