Você está na página 1de 13

333

EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA


Neurofibromatose: histórico cronológico e aspectos atuais*


Neurofibromatosis: chronological history and current issues

João Roberto Antônio1 Eny Maria Goloni-Bertollo2


Lívia Arroyo Trídico3

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/abd1806-4841.20132125

Resumo: A neurofibromatose, descrita inicialmente em 1882 por Von Recklinghausen, é uma doença genética
caracterizada por uma anormalidade neuroectodérmica e por manifestações clínicas de envolvimento sistêmico e
progressivo, que acometem principalmente a pele, o sistema nervoso, ossos, olhos e eventualmente outros órgãos,
podendo apresentar uma grande diversidade de manifestações que variam de indivíduo para indivíduo. Diante
da riqueza de informações encontradas a respeito da neurofibromatose, buscamos apresentá-la sob diversos aspec-
tos, organizando os conhecimentos a respeito dessa doença. Na primeira parte desse trabalho, apresentamos um
histórico cronológico, relatando a evolução dessa doença desde os primórdios das publicações a ela referentes até
o momento do término desse trabalho, dando ênfase aos fatos relevantes ao seu conhecimento e que possam ser
utilizados por aqueles que pretendam pesquisar a respeito dessa afecção. Na segunda parte, apresentamos uma
atualização sobre os diversos aspectos que compõem essa doença.
Palavras-chave: Genes da neurofibromatose 1; Neurofibromatose 1; Neurofibromatoses

Abstract: Neurofibromatosis, which was first described in 1882 by Von Recklinghausen, is a genetic disease cha-
racterized by a neuroectodermal abnormality and by clinical manifestations of systemic and progressive invol-
vement which mainly affect the skin, nervous system, bones, eyes and possibly other organs. The disease may
manifest in several ways and it can vary from individual to individual. Given the wealth of information about
neurofibromatosis, we attempted to present this information in different ways. In the first part of this work, we
present a chronological history, which describes the evolution of the disease since the early publications about
the disorder until the conclusion of this work, focusing on relevant aspects which can be used by those wishing
to investigate this disease. In the second part, we present an update on the various aspects that constitute this
disease.
Keywords: Genes, neurofibromatosis 1; Neurofibromatoses; Neurofibromatosis 1

PRIMEIRA PARTE
HISTÓRICO DA NEUROFIBROMATOSE:
RELATO CRONOLÓGICO Masello em “Neurofibromatosis in 13th Century and
Nos séculos XIII e XVI surgem, na literatura, os Report of NF-like Case - Monstrorum History”- in
casos mais antigos, descritos por Madigan, Schaw e Neurofibromatosis, vol.1 e 2, 1988.1,2

Recebido em 12.09.2012.
Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 29.10.2012.
*
Trabalho realizado na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) – São José do Rio Preto (SP), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum. / Financial Support: None.
Conflito Interesses: Nenhum. / Conflict of Interests: None.
1
Professor-emérito - Chefe da disciplina de Dermatologia e do Serviço de Dermatologia do Hospital de Base da Faculdade Estadual de Medicina de São José
do Rio Preto (FAMERP) – São José do Rio Preto (SP), Brasil.
2
Livre-docente – Professora-adjunta do Departamento de Biologia Molecular/ Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular da Faculdade de
Medicina de São José do Rio Preto (UPGEM-FAMERP) – São José do Rio Preto (SP), Brasil.
3
Graduanda em Medicina - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) – São José do Rio Preto (SP), Brasil.

©2013 by Anais Brasileiros de Dermatologia

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


334 Antonio JR, Goloni-Bertollo EM, Trídico LA

• 1785 - Mark Akensidi apresenta relatos maiores refe- um homem disforme, de aspecto repugnante,
rentes a um paciente apelidado de homem-verruga porém inteligente, carente de amor e de afetividade.
(“wart man”), com nódulos cutâneos, manchas nas Atualmente, ficou evidente que ele não tinha NF,
pernas, escaras, prurido e uma enorme cabeça.3 mas, sim, a Síndrome Proteus. Esse triste fato estig-
• 1803 - Odier introduz o termo neuroma para descrever matizou a NF com a figura do chamado “homem
enfaticamente o envolvimento nervoso do tumor.4 elefante”.9
• 1830 - Schwann descreve o predomínio das células • 1892 - Hamilton, em seu livro “Lectures on Tumors
da bainha do nervo nos neurofibromas.5 from a Clinical Standpoint”, 2nd ed. Detroit G.S.Davis,
• 1847 - Virchow relata neuromas em vários membros publica a primeira ilustração sobre NF.5
de uma mesma família e, em 1863, divide os tumo- • 1896 – Marie & Barnard e Chauffard foram os pio-
res dos nervos periféricos em neuromas verdadeiros neiros em indicar a pigmentação macular como um
(que conteriam elementos nervosos) e falsos (origi- sinal além do neurofibroma.10
nários do tecido conjuntivo da bainha dos nervos).4 • 1900 - Thomson salienta o caráter hereditário da
• 1849 - Robert Smith relata dois casos de pacientes NF.5
com neuromas, semelhantes àqueles descritos pos- • 1901 - Adrian descreve a transmissão hereditária da
teriormente por von Recklinghausen, em 1882.6 NF em 20% dos casos por ele pesquisados.5
• 1870 - Genersick publica considerações de um caso de • 1909 - Suzuki foi o primeiro a apontar a associação
múltiplos neuromas associados a lesões cutâneas e vis- entre NF e feocromocitoma.5
cerais (nos rins, ureteres e estômago) e cifoescoliose.7 • 1910 - Verocay sugere o nome de neurinoma a esses
• 1873 - Von Michel, pela primeira vez, reporta um tumores nervosos e postula sua origem a partir de
paciente com glioma óptico.5 células indiferenciadas (neuroectodérmicas), capa-
• 1878 - Gerhardt relata, pela primeira vez, o envolvi- zes de dar origem aos vários tipos de tumores da
mento do trato urinário em portadores de neurofi- doença de von Recklinghausen.11
bromas generalizados.5 • 1911- Greggio publica a presença de grande número
• 1880 - Marchand e, em 1881, Weischselbaum, dois de mastócitos nos neurofibromas.12
patologistas, relatam tumores das suprarrenais asso- • 1916 - Henshen identifica a alta incidência de neuro-
ciados a pigmentações sugestivas de portadores de mas bilaterais no nervo acústico como parte da
neurofibromas (NF).8 Weischselbaum baseia-se na doença.5
autópsia de um paciente de 76 anos de idade, com • 1917 - Cushing estabelece meningiomas múltiplos e
múltiplos neuromas, encontrando um ganglioneuro- neuromas bilaterais no nervo acústico como compo-
ma na suprarrenal e interpreta este tumor como pro- nentes da NF.5
duto do crescimento de tecidos embrionários.8 • 1918 - Preiser e Davenport estabelecem que a doen-
• 1882 - Friederich Daniel von Recklinghausen reco- ça não é ligada ao sexo e que obedece à lei de
nhece a NF como entidade nosológica ao descrever Mendel como um caráter dominante.4
dois casos de neurofibromatose múltipla, um dos • 1924 - Brooks e Lehman classificam, pela primeira vez,
quais foi à necrópsia. Postula que os tumores ao as alterações esqueléticas na literatura americana.5
longo dos grandes nervos periféricos e também os • 1924 - Harrison identifica a origem das células de
falsos neuromas da pele provinham do tecido con- Schwann na crista neural.5
juntivo da bainha dos nervos e dos plexos nervosos, • 1931 - Hosoi, com base em dados da literatura, cal-
particularmente do perinervo e do endonervo; tam- cula a incidência de degeneração maligna em cerca
bém descreve áreas pigmentadas na pele, mas, apa- de 13% dos casos publicados e tabula princípios
rentemente, não inclui as manchas “café com leite” para o tratamento cirúrgico da NF: 1. A excisão par-
como parte da doença; frisa que raramente tumores cial do neurofibroma pode estimular sua maligniza-
de sistema nervoso central são acompanhados das ção; 2. Após completa excisão de um neurofibrossar-
manifestações cutâneas. Nenhum dos pacientes coma, outro neurofibroma pode tornar-se maligno;
tinha manifestações neurológicas, exceto baixo nível 3. Após cirurgia, recorrências locais ou regionais são
de inteligência.4 comuns e 4. Metástases à distância são raras.13
• 1884 - Sir Frederick Treves relata, com grandes deta- • 1933 - Pohl relata, pela primeira vez, um paciente
lhes, a vida de seu paciente Joseph Carey. com meningocele torácica e NF.5
• Merrick, então com 22 anos de idade, com deformi- • 1937 - Lisch descreve outra manifestação clínica da NF:
dades cutâneas e ósseas, é cruelmente apresentado nódulos na superfície da íris, tipo elevações de aspec-
em circos, cognominado “homem elefante”, e teve to gelatinoso e de forma arredondada, caracteristica-
diagnosticada, erroneamente, por décadas, uma mente numerosos, de natureza hamartomatosas,
forma atípica de NF. Isso foi tema do livro e do filme variando em coloração, de transparente ao amarelo ou
“The Elephant Man”, que narra a sofrida história de marrom, bilaterais e bem definidos. Merecidamente,

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


Neurofibromatose: histórico cronológico e aspectos atuais 335

recebem o seu nome: nódulos de Lisch.3 sia confirmou a existência de um tumor de hipófise
• 1937 - Ducroquet (apud Klatte et al., 1976) associa, formando saliência dentro da cavidade craniana.8
como primeiro relato, a pseudoartrose por ele encon- • 1972 - Chaves et al. estudam os dermatóglifos nos
trada em nove dentre onze pacientes com NF. 14 dedos de dois pacientes, encontrando padrão de
• 1940 - Davis estabelece o glioma óptico como parte alça em 90% (alça cubital em 50% e alça radial em
da doença.5 40%) e 10% padrão de arco. Comparando-se ao
• 1940 - Reubi e Feyrter reconhecem uma relação dire- padrão do controle normal, referem o predomínio
ta entre NF e lesão vascular como uma tendência da alça radial seguida pela de arco, mas não con-
proliferativa de tecidos não nervosos ou um desen- cluem por julgarem muito pequeno o número de
volvimento blastomatoso dos vasos próprios dos pacientes em estudo.22
nervos. De acordo com Reubi, a lesão vascular resul- • 1974 - Schenkein et al. identificam atividade estimu-
taria, então, de uma proliferação geral de tecidos ladora de crescimento nervoso no soro de pacientes
não nervosos, enquanto Feyrter acreditava que ela com a enfermidade.5
representava um desenvolvimento blastomatoso • 1976 - Isaacson estuda a concentração e a distribui-
dos vasos próprios dos nervos. Mais recentemente, ção dos mastócitos em 132 casos de tumores benig-
investigações ultraestruturais sugeriram que a lesão nos derivados da bainha nervosa e verifica que, com
vascular pode ser devido, em parte, a uma displasia raras exceções, os neurofibromas são caracterizados
mesodérmica (Greene et al., 1974). 15,16 por uma alta concentração de mastócitos difusa-
• 1952 - Glenn et al. descrevem uma paciente com NF e mente distribuídos.23
hipertensão arterial e coartação da aorta abdominal.17 • 1977 - Jurecka et al. apontam, histopatologicamente,
• 1959 - Szabo reconhece, microscopicamente, os grâ- que os núcleos de mastócitos representam, aproxi-
nulos gigantes pigmentados nos melanócitos como madamente, 5% de todos os núcleos presentes nos
uma característica da doença.5 neurofibromas.24
• 1963 - Israel-Asselain e Devies identificam altera- • 1980 - Gholam et al. apontam a experiência na tera-
ções císticas e fibrose pulmonar como parte da pêutica do glaucoma congênito da NF, que é o
doença.5 mesmo daquela usada para os outros tipos de glau-
• 1963 - Russel e Rubenstein observam que dois tipos comas congênitos, porém com pior prognóstico.
morfológicos de neoplasias, neurofibroma e Ressaltam que o glaucoma congênito foi primeira-
schwannoma, podem ser encontrados juntos (fundi- mente relatado como uma complicação da NF, dois
dos) em uma única e grande massa, e que cada um anos após von Recklinghausen estabelecê-la como
dos componentes pode mostrar evidência histológi- entidade nosológica.25
ca de malignidade.18 • 1982 - Riccardi classifica a NF em oito tipos com
• 1965 - Halpern e Currarino enfatizam a estenose designações, características clínicas e padrões de
renal como causa de hipertensão em NF.19 herança.26
• 1967 – Rosman e Pearce identificam alterações da • 1986- Carey et al. propõem que a NF seja classifica-
arquitetura cortical associadas à deficiência mental da em apenas cinco tipos, com base nas característi-
em pacientes com NF.20 cas clínicas distintas e nas implicações genéticas
• 1972 - Brasfield e Das Gupta, em 110 pacientes, iden- para o paciente.27
tificam 29% de transformação maligna para tumores • 1987- Riccardi sugere que a liberação de substâncias
da bainha nervosa e 15% para tumores epiteliais, e dos mastócitos contribui para o crescimento do
encontram igual distribuição entre os sexos.21 Outros tumor e da sintomatologia associada e que a utiliza-
autores haviam, anteriormente, observado maior ção de medicamentos que bloqueiem essa secreção
incidência no sexo masculino (Preiser e Davenport, pode retardar esse crescimento. 28
1918, e Canale et al., 1972).4 • 1987 - Barker et al. e Seizinger et al. mapeiam o gene da
• 1972 - Bricaire et al. apontam que o mérito de se ter NF-1 na região pericentromérica do cromossomo 17.29,30
dado atenção à associação entre acromegalia e NF • 1988 – O National Institute of Health (NIH) estabelece
pertence, inequivocamente, a De Castro (1934), ao critérios de diagnósticos para NF.31
descrever um caso de um homem de 33 anos com • 1989 - Collins et al., Diehel et al., Fountain et al.,
múltiplos neurofibromas cutâneos (aproximadamen- O’connell et al. e Stephens et al. determinam a região
te 67 tumores), deformidades acromegálicas da face em que o gene NF1 está localizado, no braço longo
e mãos e escoliose evidente. A suspeita de um tumor do cromossomo 17. 32-36
cerebral teve como bases as queixas de dores de cabe- • 1990 - Cawthon et al., Viskochil et al. e Wallace et al.
ça associadas à glicosúria, distúrbios oculares com mapeiam o gene em 17q11.2 e efetuam estudos que
atrofia óptica bilateral e radiografia evidenciando facilitam o desenvolvimento do isolamento, clona-
sela túrcica alargada em todas as direções. A necróp- gem e caracterização do gene.37,38,39

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


336 Antonio JR, Goloni-Bertollo EM, Trídico LA

• 1990 - Rouleau et al. e Wolf et al. localizam o gene pacientes portadores de NF.55
NF2 na banda q.1.2 do cromossomo 22 e presumem • 1999 - Nielsen et al. concluem que a transformação
que ele atua como um gene supressor.40,41 maligna da NF1 está associada à perda de expressão
• 1993 - Rouleau et al. e Trofatter et al. clonam o gene NF2.42,43 da proteína p16, que é secundária à deleção do gene
• 1993 - Legius et al. e Andersen et al. concluem que o CDKN2A/p16, sugerindo que a inativação deste
NF é um gene supressor.44,45 gene ocorre durante a transformação maligna dos
• 1994 - Collins et al., em estudos mais específicos, neurofibromas.56
mapeiam mais precisamente o gene NF1 em 17q11.2.46 • 1999 - Teixeira, em dissertação de mestrado, avalia
• 1994 - Goloni- Bertollo, Antônio JR et al., em artigo alterações oculares em pacientes com NF tipo 1.57
de revisão sobre avaliação genético-clínica em NF, • 2000 - John et al. são os primeiros a caracterizar as
quanto à expressividade e à heterogeneidade nesta mutações tanto germinativas quanto somáticas em
doença, destacam que há, pelo menos, três níveis de neurofibromas plexiformes de pacientes com NF1.58
variação: • 2000 - Szudek, Birch e Friedman sugerem que a
• a expressividade temporal, características clínicas macrocefalia e a baixa estatura são características
progressivas; que podem afetar todos os pacientes com NF1, não
• a expressividade individual, altamente variável em estando limitadas a subgrupos específicos.59
suas manifestações de um indivíduo para outro e • 2000 - Ferner et al. afirmam que a tomografia por
• a heterogeneidade genética ou fisiopatológica, emissão de pósitrons fluorodeoxyglucose (FDG
extensas diferenças entre as manifestações de alguns PET) mostrou ser uma ferramenta auxiliar para
pacientes ou familiares. determinar alterações malignas em neurofibromas
• Concluíram mostrando a importância de um diag- plexiformes de pacientes com NF1.60
nóstico mais específico nos diferentes tipos que • 2000 - De Bella, Szudek e Friedman relatam que 46%
compreendem categorias com características genéti- das crianças portadoras de NF1 falharam em preen-
co-clínicas semelhantes.47 cher os critérios diagnósticos do National Institute of
• 1994 - Goloni-Bertollo, em tese de doutorado, avalia alte- Health (NIH) com um ano de idade, porém 97%
rações citogenéticas e clínicas em pacientes com NF. 48 delas já se encaixavam neste critério aos oito anos e
• 1994 - Huson classifica as características clínicas da 100% delas aos 20 anos. Sugeriram, assim, a necessi-
NF em “major”, “minor” e complicações associadas, dade de modificar os critérios diagnósticos para
com base nos critérios diagnósticos do National crianças abaixo de oito anos.61
Institute of Health (1988).49 • 2001 - Rasmussen, Yang e Friedman concluem, ao
• 1996 - Valerio, em dissertação de mestrado, propõe estudar o perfil da mortalidade na NF1, que os por-
uma classificação psicossocial de NF.50 tadores da doença apresentam menor expectativa
• 1998 - Cnossem et al. relatam que os sinais menores de vida em relação à população em geral. Além
da NF1 mostram-se úteis em prever o diagnóstico disso, tumores cerebrais e tumores de tecido conec-
da doença em crianças menores de 6 anos com crité- tivo e de partes moles são as causas de óbito mais
rios diagnósticos insuficientes.51 frequentes nesses pacientes.62
• 1998 - Cnossem et al. encontram uma associação • 2001 - Illes et al. observam que há uma diminuição
entre os problemas comportamentais de crianças da densidade mineral óssea na coluna lombar de
com NF1 e a presença de complicações da doença, pacientes com NF1 e escoliose em comparação com
relatando que estes problemas poderiam ser conse- a população normal.63
quências das complicações.52 • 2001 - Antônio JR, em tese de doutorado com o tema:
• 1998 - Kaste e Pivnik descrevem alterações ósseas na “Estudo genético-clínico, avaliação quantitativa dos
morfologia orbital de pacientes com NF1. As mais mastócitos e dos componentes da matriz extracelular
comuns foram: aumento do diâmetro transorbital e em neurofibromas”, fundamentado no grande
da distância interorbital, características que contri- número de mastócitos presentes em neurofibromas e
buem para a presença de hipertelorismo nestes na possibilidade de contribuírem para o crescimento
pacientes.53 do tumor, considera a utilização de medicamentos
• 1998 - Howell et al. indicam que a terapia de reposi- cujo mecanismo de ação estabilize ou bloqueie a
ção do hormônio do crescimento em pacientes por- degranulação de mastócitos, de modo que possam
tadores de NF1, e com evidência bioquímica da defi- evitar a liberação de histamina dos grânulos e que
ciência deste hormônio, resultou em moderado inibam o metabolismo do seu desenvolvimento.64
aumento da estatura nesses indivíduos.54 • 2002 - Mautner et al. mostram uma alta incidência de
• 1998 - Machado, em dissertação de mestrado, reali- desordens de hiperatividade e déficit de atenção em
za avaliação clínica, citogenética e molecular em crianças com NF1, relatando uma associação entre

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


Neurofibromatose: histórico cronológico e aspectos atuais 337

essas desordens e os problemas sociais e de aprendi- • 2004 - Muniz, em tese de doutorado, investiga lesões
zado presentes nos portadores desta doença.65 ósseas de pacientes com NF para o diagnóstico de
• 2002 - Guillamo et al. concluem, em um estudo neurofibromatose.78
retrospectivo, que o prognóstico de pacientes com • 2005 - Tucker et al. concluem que a presença de
NF1 associado a tumores no SNC depende da idade tumores malignos de nervos periféricos em pacien-
do paciente, da presença de sintomas relacionados tes com NF1 está fortemente associada à presença
ao tumor e de tumor extraóptico.66 de neurofibromas internos (subcutâneos), sugerindo
• 2002 - Evans et al. estabelecem que pacientes com que pacientes com estes tumores benignos necessi-
NF1 possuem risco de 8 a 13% para o desenvolvi- tam maior atenção quanto à malignidade.79
mento de tumores malignos de nervo periférico ao • 2005 - Johannessen et al. sugerem que a rapamicina
longo de suas vidas.67 possa representar um tratamento viável para a NF1
• 2002 - Singhal et al. observam que os gliomas ópticos por inibir o mTOR (mammalian target of rapamycin),
em pacientes com NF1 trazem risco para o desen- que se encontra bastante ativado em células com
volvimento de tumor secundário do SNC.68 deficiência do gene NF1. 80
• 2003 - Ars et al. relatam que a presença de mutações • 2006 - De Schepper et al. observam que as manchas
recorrentes do gene NF1 é comum em pacientes por- “café com leite” apresentam maior número de mela-
tadores de NF1.69 nócitos em pacientes com NF1 do que em indiví-
• 2003 - De Raedt et al. reportam que indivíduos por- duos sem a doença. 81
tadores da NF1, e com microdeleção no gene NF1, • 2006 - Page et al. descrevem que a NF1 causa vários
apresentam maior risco de desenvolver tumor impactos na vida dos pacientes, porém o maior deles
maligno de nervo periférico do que indivíduos por- é o de aspecto emocional. Além disso, pacientes com
tadores da doença sem microdeleção neste gene.70 lesões mais visíveis relataram maior prejuízo na qua-
• 2003 - Cunha, Barboza e Fonseca relatam que a lidade de vida do que aqueles com lesões sutis.82
maioria dos pacientes com NF1 apresenta receptores • 2006 - Levine et al. encontram deficiências acadêmi-
para o hormônio do crescimento (GH) nos neurofi- cas, leve diminuição do quociente de inteligência e
bromas localizados, sugerindo que o GH possa maior preponderância aos déficits de atenção nos
desempenhar algum papel no desenvolvimento pacientes com NF1.83
desses neurofibromas.71 • 2006 - Rubben, Bausch e Nikkels evidenciam, atra-
• 2004 - Ozerdem mostra que a angiogênese está ace- vés de técnica molecular de PCR, a inativação do
lerada em pacientes com NF1 devido à hiperprolife- gene da neurofibromatose em melanoma superficial
ração de pericytes e de células endoteliais nos tumo- de portador de NF1. Sugerem, assim, que a base
res destes pacientes, podendo, inclusive, ser alvos genética da NF1 é responsável pelo melanoma neste
potenciais terapêuticos para a NF1.72 paciente, recomendando a realização do screening de
• 2004 - Kuorilehto et al. estudam 26 mulheres porta- melanoma em pacientes NF1.84
doras de NF1 menopausadas, revelando que todas • 2006 - Lim et al. concluem que os neurofibromas
elas apresentavam osteoporose ou osteopenia.73 superficiais apresentam características diferentes na
• 2004 - Mattocks et al. mostram que as mutações do ressonância magnética quando comparados aos
gene da neurofibromatose estão distribuídas ao longo neurofibromas profundos em pacientes com NF1. 85
da sequência de códigos do gene NF1 e não agrupa- • 2006 - Muniz et al. revisam a importância da realiza-
das ao domínio relacionado à ativação da GTPase.74 ção de radiografia e tomografia computadorizada
• 2004 - Yang et al. indicam que a supressão do gene em pacientes com NF1, portadores de alterações
NF1 também pode contribuir para a patogênese ósseas, a fim de identificar pacientes com maior
molecular da leucemia mieloide aguda, doença que risco de anormalidades ósseas debilitantes e iniciar
apresenta maior risco de incidência nestes pacientes.75 o tratamento precocemente. 86
• 2004 - Venturin et al. concluem que a presença de • 2007 - Yoshida et al. demonstram resultados positi-
dismorfismos, anormalidades cardíacas e retardo vos no tratamento de lesões pigmentadas da NF1
mental deve, quando presentes em pacientes com realizado com a luz pulsada intensa (IPL-RF) e apli-
NF1, levantar suspeita de microdeleções envolven- cação tópica de pomada de vitamina D3.87
do o gene NF1 e genes contíguos.76 • 2007 - Hanemann, Hayward e Hilton relatam um caso
• 2004 - Ferner et al. relatam que a neuropatia do neu- de paciente portadora de NF1 e com sintomas gas-
rofibroma ocorre em cerca de 1,3% dos pacientes trointestinais recorrentes que, ao ser submetida à lapa-
com NF1, podendo ser resultante da sinalização ina- rotomia, revelou, ao exame histopatológico, displasia
propriada entre células de Schwann, fibroblastos e do sistema nervoso entérico. Desta forma, os autores
células perineurais.77 atribuíram os sintomas gastrointestinais em pacientes

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


338 Antonio JR, Goloni-Bertollo EM, Trídico LA

com NF1 às anormalidades dos nervos entéricos.88 biomarcador tumoral em pacientes com NF1,
• 2007 - Stevenson et al. relatam que crianças e adoles- podendo ser utilizado no seguimento da doença e
centes com NF1 apresentam diminuição da densidade na monitorização terapêutica.101
mineral óssea quando comparados à população geral, • 2011 - Duong et al. estudam a mortalidade em pacien-
o que, consequentemente, pode predispor adultos tes com NF1 na França, estabelecendo uma taxa de
com NF1 a desenvolver osteoporose e fraturas.89 mortalidade maior do que na população geral e
• 2007 - Brems et al. descrevem uma desordem com apontando o câncer como causa predominante.102
manifestações cutâneas (manchas “café com leite” e • 2011 - Sbidian et al. demonstram que pacientes com
sardas axilares) e fenótipo semelhantes à NF1, neurofibroma subcutâneo são um fenótipo de alto
porém com outro gene causador (SPRED1).90 risco para o desenvolvimento de neurofibromas
• 2008 - Brunetti-pierre et al. demonstram que pacientes internos com tendência à transformação em tumores
com NF1 apresentam redução na massa óssea e que a malignos. Além disso, estão associados à presença
coluna lombar é acometida de forma mais severa.91 de neuropatia.103
• 2008 - Carrol e Ratner referem que a formação de • 2011 - Pasmant et al. confirmam que pacientes com
neurofibromas na NF1 está relacionada à sinalização microdeleção no gene NF1 têm incidência aumenta-
de alguns tipos celulares e do fator de crescimento da de déficit de aprendizagem e dismorfismo facial
que agem em conjunto com a ausência da expressão quando comparados aos pacientes com mutação
de neurofibrina nas células de Schwann.92 intragênica deste gene.104
• 2008 - Mc Keever et al. descrevem que as principais • 2012 - Upadhyaya et al. estudam o número de cópias
complicações da NF1 em crianças abaixo de 16 anos gênicas por microarray em pacientes com NF1 e
são: dificuldade de aprendizado e malignidade revelam a associação de genes da via Rho-GTPase
(principalmente glioma óptico e tumores no SNC).93 no processo de tumorigênese associada à NF.105
• 2008 - Krab et al. mostram em seu estudo que o tra- • 2012 - Kantaputra et al. identificam uma nova muta-
tamento de pacientes portadores de NF1 com sin- ção no gene NF1, c.4821delA, que resulta em trunca-
vastatina (inibidor da HMG-CoA redutase), no mento da proteína neurofibromina.106
intuito de melhorar o desempenho cognitivo, não • 2012 - Chaudhary et al. mostram a eficiência da tera-
revelou melhoria alguma.94 pia metronômica em tumores relacionados à NF,
• 2008 - Stevenson et al. demonstram que crianças por- quando a quimioterapia não funciona.107
tadoras de NF1 apresentam maior excreção urinária • 2012 - Gong et al. apontam a expressão reduzida do
de produtos da degradação do colágeno, refletindo microRNA miR-204 como novo biomarcador para
um aumento na reabsorção óssea e contribuindo tumores em NF1.108
para o remodelamento ósseo anormal e defeitos
esqueléticos presentes nesta doença.95 SEGUNDA PARTE
• 2009 - Boley et al. sugerem que a exposição à radia- DEFINIÇÃO
ção UV exerce um efeito na patogênese dos nódulos A neurofibromatose (NF), doença descrita em
de Lisch que, associado à haploinsuficiência do gene 1882 por Friedrich Daniel von Recklinghausen, é uma
NF1, é suficiente e necessário para a formação des- anormalidade neuroectodérmica, constituída por um
tes nódulos em pacientes portadores de NF1.96 conjunto de condições com manifestações clínicas que
• 2009 - Brems et al. demonstram que a presença de comprometem pele, sistema nervoso, ossos, olhos e
tumores glômicos em pacientes com NF1 é secundá- outros locais. O quadro clínico manifesta-se sob diver-
ria à inativação bi-alélica do gene NF1 e que a perda sas formas em cada paciente, mesmo dentro de uma
de função da neurofibrina é fundamental para sua mesma família de afetados, apresentando expressivi-
patogênese.97 dade altamente variável.
• 2010 - Boyd et al. concluem que as manchas “café
com leite” em pacientes com NF1 apresentam varia- EPIDEMIOLOGIA
ções de pigmentação, não apenas entre os pacientes, A NF tipo 1, mais frequente na população, apre-
mas também em um único indivíduo, e que esta senta incidência estimada em um caso em cada 3.000
variação não está relacionada à exposição solar.98 habitantes, atinge todas as raças e ambos os sexos,
• 2010 - Turbyville et al. descobrem que a molécula sendo que metade dos casos possui história familiar,
Schweinfurthin A (SA) inibe o crescimento de célu- enquanto a outra metade surge como uma mutação
las tumorais de pacientes com NF1.99 nova.109,110 Acredita-se que pelo menos um milhão de
• 2010 - Johnson et al. identificam atrasos na proficiên- pessoas no mundo sejam portadoras de NF.111
cia motora de crianças portadoras de NF1.100 A NF é uma doença autossômica dominante, con-
• 2011 - Kolanczyk et al. estabelecem o gene Mia (mela- siderada uma das afecções hereditárias mais frequentes
noma-inhibitory activity/cd-rap) como um potencial na espécie humana com este padrão de herança.112

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


Neurofibromatose: histórico cronológico e aspectos atuais 339

ETIOPATOGENIA por neurofibromas plexiformes.64


O gene responsável pela neurofibromatose tipo As manifestações dermatológicas da NF1, clas-
1, designada NF1, está localizado no braço longo do sicamente, caracterizam-se pela presença clínica de
cromossomo 17 em 17q11.2 e codifica uma proteína neurofibromas e MCCL distribuídas de maneira variá-
que possui 2.818 aminoácidos e massa molecular de vel pelo tegumento cutâneo (Figura 1).121
327 kDa (quilo Dalton), denominada neurofibromi- As MCCL são máculas acastanhadas que ocor-
na.113,114 Esta é predominantemente expressa em neurô- rem em 95% dos pacientes com NF1, frequentemente
nios, células de Schwann, oligodendrócitos e astróci- precedem os tumores cutâneos e podem estar presen-
tos.115 Nordlund et al. detectaram a presença de neuro- tes ao nascimento, ou aparecem mais tardiamente,
fibromina em todas as partes do encéfalo, principal- aumentando em número e tamanho durante a primei-
mente em neurônios com projeções extensas, tais ra década de vida, especialmente nos primeiros dois
como as células piramidais e de Purkinje.116 anos (Figura 2).122,123
Uma região central da neurofibrina é estrutural Embora poucas MCCL possam existir em pes-
e funcionalmente homóloga às proteínas ativadoras soas sem NF, a presença de mais de seis manchas
da função GTPase (GAPs) de mamíferos, que acele- maiores que 0,5 cm de diâmetro antes da puberdade
ram a hidrólise de proteína p21ras-GTP para p21ras- ou maiores que 1,5 cm de diâmetro após a puberdade
GDP, convertendo-a, deste modo, da forma ativa para é sugestiva de NF.123 Sua presença nas regiões axilares,
a inativa. Esta região central, conhecida como NF1- constituindo as chamadas efélides ou sardas axilares, é
GRD, estende-se por aproximadamente 360 aminoáci- considerada patognomônica desta doença (Figura 3).124
dos, correspondendo aos exons 20-27a do gene.117 Um outro tipo de mancha hiperpigmentada
Os membros da família de proteínas p21ras são ocorre sobre toda a extensão dos neurofibromas plexi-
codificados pelos genes H-Ras, K-Ras e N-RAs, alter- formes, que apresentam colorações mais escuras do
nam-se entre o estado ativo (p21ras-GTP) e inativo que as MCCL.125
(p21ras-GDP) e desempenham papel central na dife-
renciação e no crescimento celular, realizando a trans-
dução de sinais da membrana plasmática ao núcleo
por meio de seus efetores.118
Mutações oncogênicas nos genes Ras ou inati-
vação do NF1 favorecem o estado ativo (p21ras-GTP)
e, consequentemente, resultam na estimulação perma-
nente da cascata de sinais e no excesso de divisão celu-
lar. A perda da neurofibromina, em uma variedade de
tumores e em células de camundongos deficientes de
NF1, está associada a níveis elevados de p21ras-GTP e
consequente ativação de seus efetores secundários.119
Tais achados e a presença frequente de neoplasias em
pacientes com neurofibromatose tipo 1 ocorrem por-
que o NF1 é um gene supressor de tumor e a neurofi- FIGURA 1: MCCL e neurofibromas característicos da NF em paciente
do Centro de Pesquisa e Atendimento em Neurofibromatose
bromina participa do processo de tumorigênese pela
(CEPAN) - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
inativação de ambos os alelos do gene.120 (FAMERP)

ASPECTOS CLÍNICOS
Os sinais clínicos encontrados na NF1 podem
ser resumidos do seguinte modo: na pele, os neurofi-
bromas, as manchas “café com leite” (MCCL) e as sar-
das axilares; nos olhos, os nódulos de Lisch e os glio-
mas ópticos; no sistema nervoso central, os defeitos
vasculares, os tumores cerebrais, a macrocefalia e as
consequentes dificuldades de aprendizagem, o retar-
do mental, a cefaleia e a epilepsia; nos ossos, a escolio-
se, o peito escavado, os tumores paraespinhais, a
pseudoartrose, os genos valgo e varo e, finalmente, os
outros sinais como os problemas da fala, puberdade
precoce ou atrasada, hipertensão arterial, neurofibro- FIGURA 2: MCCL presentes desde o nascimento em criança do
mas intestinais e distúrbios da função, ocasionados CEPAN – FAMERP

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


340 Antonio JR, Goloni-Bertollo EM, Trídico LA

Os neurofibromas solitários ou múltiplos são


tumores displásicos, formados por processos axonais,
células de Schwann, fibroblastos, células perineurais e
mastócitos.126 Apresentam textura amolecida, podem
ser semiglobosos ou pediculados, da cor da pele ou
violáceos e variam tanto em número – sendo escassos
e únicos ou cobrindo o corpo por completo - quanto
em tamanho – desde puntiforme até massas de cinco
ou mais centímetros de diâmetro (Figuras 4 e 5). Em
geral, são assintomáticos, mas podem ser prurigino-
sos, dolorosos e sensíveis ao tato.121

FIGURA 5: Neurofibromas de vários tamanhos em distribuição


universal - Serviço de Dermatologia da FAMERP

Os neurofibromas localizam-se ao longo dos


nervos, principalmente nos tecidos subcutâneos
(Figura 6). Em certos casos, acompanham todo o traje-
to de um nervo, atingindo grandes extensões, sendo
denominados neurofibromas plexiformes (Figura 7). 127
Assim, considera-se que existam quatro tipos
de neurofibromas: neurofibromas cutâneos superfi-
ciais, moles e botonosos; neurofibromas subcutâneos –
FIGURA 3: MCCL, sardas axilares e neurofibromas - Serviço de mais profundos, na derme adjacente aos nervos sub-
Dermatologia da FAMERP
cutâneos com envolvimento direto das raízes e traje-
tos dos nervos, e que frequentemente são acompanha-
dos de dores localizadas; neurofibromas nodulares
plexiformes – formam extensa rede no subcutâneo e
neurofibromas plexiformes difusos – que comprome-
tem todas as camadas da pele, podendo penetrar pro-
fundamente nos músculos, atingir os ossos e, confor-
me a localização, as vísceras também.3,101
Em casuística por nós estudada, constituída por
55 indivíduos pertencentes a 35 famílias, todos apre-
sentavam manchas “café com leite”, mas havia grande
variabilidade interindividual. A grande maioria apre-
sentava as MCCL disseminadas por todo o corpo e de
tamanho pequeno, variando de 1 a 2 mm a 5 cm, e
alguns apresentavam poucas MCCL, porém de maior
tamanho.47 As sardas axilares mostravam-se presentes
em 77,5% dos casos informativos. De cinco pacientes
com neurofibromas plexiformes, quatro deles apresen-
taram hiperpigmentação em toda a extensão do tumor.
Das manifestações oftalmológicas, a mais impor-
tante é o nódulo de Lisch, descrito em 1937 por K.
Lisch. São lesões de natureza hamartomatosas, tipo ele-
FIGURA 4: Neurofibromas vações, de aspecto gelatinoso na superfície da íris e de
em distribuição generali- formas arredondadas, variando em coloração de trans-
zada e um plexiforme parente ao amarelo ou marrom, bilaterais e bem defini-
gigante em região sacral,
cobrindo as nádegas - das.121 A presença de nódulos de Lisch é uma caracterís-
Serviço de Dermatologia tica que parece ser exclusiva da NF. São assintomáticos
da FAMERP e têm somente significado diagnóstico.128

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


Neurofibromatose: histórico cronológico e aspectos atuais 341

metade dos pacientes e geralmente acomete a coluna


dorsal inferior, comumente apresentando uma angula-
ção pronunciada que pode vir acompanhada de cifose,
especialmente mais pronunciada na coluna cervical.56,59
Segundo Muniz et al., também são frequentes
cifose, cifoescoliose, anomalias da coluna cervical e
erosão dos corpos vertebrais. (Figura 8). A pseudoar-
trose dos ossos longos, proliferação óssea subperios-
tal, neoplasias ósseas e meningocele intratorácica tam-
bém ocorrem, sendo as deformidades de coluna e a
pseudoartrose da tíbia os achados mais frequentes.
Peito escavado e genos valgo e varo são descritos.86
A As meningoceles intratorácicas, descritas em
pacientes com NF, geralmente são assintomáticas e
podem apresentar massas mediastinais posteriores na
B radiografia do tórax que, muitas vezes, são erronea-
mente interpretadas como neurofibromas.131 São fre-
quentemente encontradas no crânio lesões ósseas
radioluscentes, arredondadas e irregulares, mais comu-
mente vistas junto às suturas lambdoides esquerdas.132
As alterações em outros ossos ocorrem em
menos de 10% dos casos. Estas alterações são as ero-
sões do periósteo por neurofibromas ou em tecidos
moles adjacentes; lesões císticas solitárias ou dentro
do osso; transtornos do crescimento, tipo baixa estatu-
FIGURA 6: A. Nódulos subcutâneos nos espaços intercostais, delimi- ra ou, inclusive, gigantismo; aumento estriado da
tados pela palpação e marcação com tinta preta. B. Visualização densidade dos ossos tubulares e afilamento e arquea-
macroscópica destes nódulos subcutâneos no trajeto do nervo reti-
rado cirurgicamente mento das costelas e dos ossos longos, podendo ocor-
rer, em uma complicação da NF, como entidade noso-
lógica à parte. Metade dos pacientes com pseudoar-
trose manifesta outros sinais de NF.133
A malignização é a complicação mais séria na
NF pelo desenvolvimento das neoplasias malignas,
sendo a mais comum o neurofibrossarcoma ou
schwannoma maligno134 (Figura 9).

FIGURA 7: Neurofibroma plexiforme – Serviço de


Dermatologia da FAMERP

Quanto à macrocefalia, Gordon (1966) observou


que, na maioria das crianças estudadas com NF, ocor-
reram a macrocrania e a macrocefalia.129 Os exames de
tomografia computadorizada apresentaram-se nor-
mais, o que sugere aumento do tamanho do encéfalo
proporcional ao tamanho craniano.130 No que se refere FIGURA 8: Escoliose na parte
inferior da coluna vertebral
à baixa estatura, ela ocorre pelas alterações no desen- e MCCL na pele – Serviço
volvimento (distúrbio do crescimento) e nas estruturas de Dermatologia da
ósseas, sendo que a escoliose é observada em quase FAMERP

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


342 Antonio JR, Goloni-Bertollo EM, Trídico LA

CLASSIFICAÇÃO ca, como neurofibromas, MCCL, sardas axilares e


Riccardi (1982) classificou-a em oito tipos, cujas nódulos de Lisch, e algumas características presentes
designações, características clínicas e padrões de na síndrome de Noonan, como ptose palpebral, hipo-
herança estão relacionados na tabela 1.26 plasia malar, fissuras palpebrais para baixo, hipertelo-
Pouco depois, Carey et al. (1986) propuseram rismo ocular, pescoço curto, implantação baixa dos
que a NF fosse classificada em apenas cinco tipos, com cabelos na nuca, baixa estatura, cardiopatias, retardo
base nas características clínicas distintas e nas implica- mental e hipotonia. Este quadro sugere um novo tipo
ções genéticas do paciente, assim resumidas: NF1- clás- de NF, que foi denominado NF com fenótipo Noonan.13
sica, NF2- acústica, NF3- segmentar, NF4-MCCL fami- O tipo mais comum é a NF1, que justifica mais
lial e NF5-NF com fenótipo Noonan. Este último tipo de 90% de todos os casos, anteriormente conhecida
apresenta algumas características comuns à NF clássi- como doença de von Recklinghausen, ou também NF
periférica ou NF “usual”. Suas características são as
manchas “café com leite”, neurofibromas múltiplos e
nódulos de Lisch.135
As manifestações clínicas da neurofibromatose
foram classificadas por Huson (1994) em “major”,
“minor” e complicações associadas.49 As “major” são
específicas de NF, aparecem na grande maioria dos
afetados e são a base dos critérios diagnósticos do
National Institute of Health (1988).31 São constituídas
por MCCL, sardas axilares, neurofibromas periféricos
e nódulos de Lisch. As “minor” são também específi-
cas de NF e aparecem em alta frequência nos afetados,
mas não são utilizadas como critérios diagnósticos.
São definidas como “minor” as características macro-
cefalia e baixa estatura. As complicações associadas
são referidas como as demais características que
envolvem o sistema nervoso, esquelético, genituriná-
A B rio, endócrino, cardiovascular, respiratório, gastroin-
testinal, hematopoiético e pele.48
FIGURA 9: A. Neurofibrossarcoma ou schwannoma maligno em
nádega e membro inferior esquerdo B. Neurofibrossarcoma ou DIAGNÓSTICO
schwannoma maligno, comprometendo nádega e membro inferior O diagnóstico da NF1 é basicamente clínico e os
esquerdo (vista dorsal)
critérios para diagnosticar a doença foram estabelecidos

TABELA 1: Classificação da Neurofibromatose (Riccardi, 1982)

Tipo Padrão de herança Características Clínicas


Neurofibromatose (NF1) AD MCCL, neurofibromas, nódulos de Lisch, sardas axilares,
alterações ósseas e neurológicas, neoplasias benignas e malignas

Acústica (NF2) AD Neuromas acústico bilaterais, poucas MCCL e neurofibromas

Mista (NF3) AD Combinação de 1 and 2

Variante (NF4) Desconhecido Variações nas MCCL, neurofibromas, neoplasias do SNC, nódulos de Lisch

Segmental (NF5) Não herdável Neurofibromas segmentares e/ou MCCL

MCCL Familial (NF6) Desconhecido MCCL

Início tardio (NF7) Desconhecido Após a terceira década de vida, neurofibromas, poucas MCCL

Não Especificada (NF8) Desconhecido sinais varáveis

AD = autssômico dominante MCCL = manchas café com leite.

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


Neurofibromatose: histórico cronológico e aspectos atuais 343

de uma forma mais completa em 1987, por ocasião da tados, porém, apesar dos avanços, nenhum tipo de
“National Institute Of Health Conference” em Bethesda, tratamento médico está disponível para prevenir ou
EUA.31,136 As conclusões a respeito estabeleceram que, reverter as lesões características da neurofibromatose.
para o diagnóstico da NF em sua forma clássica, é neces- Ao invés disso, o acompanhamento médico está cen-
sária a presença de, pelo menos, duas ou mais das trado no aconselhamento genético e na detecção pre-
seguintes características: seis ou mais MCCL, dois ou coce das complicações que possam ser tratadas.
mais neurofibromas, pelo menos um neurofibroma ple- Exérese de tumores cutâneos e tratamento clínico
xiforme, sardas nas regiões axilares e inguinais, glioma ou cirúrgico das lesões dos outros sistemas orgânicos
óptico, dois ou mais hamartomas de íris (nódulos de acometidos pela enfermidade devem ser realizados.
Lisch), uma lesão óssea característica e recorrência fami- Fundamentado no grande número de mastóci-
liar com pelo menos um parente de primeiro grau. tos presentes em neurofibromas e na possibilidade de
contribuírem para o crescimento do tumor, pode-se
PROGNÓSTICO considerar a utilização de medicamentos cujo meca-
Portadores de neurofibromatose apresentam nismo de ação estabilize ou bloqueie a degranulação
uma taxa de mortalidade maior quando comparados de mastócitos, de modo que possa evitar a liberação
à mortalidade da população-padrão. A maioria das de histamina dos grânulos e iniba o metabolismo do
mortes está relacionada às transformações malignas seu desenvolvimento.64 Com o uso desses medicamen-
dos tumores. Em pacientes com NF1, a mortalidade é tos, foi observada melhora do prurido, da dor, da con-
maior dos 10 aos 40 anos e tende a ser mais alta em sistência do tumor e até diminuição do crescimento do
mulheres do que em homens.102 tumor. Consequentemente, o uso desses medicamen-
tos poderá, na prática clínica, dificultar o aparecimen-
TRATAMENTO to do neurofibroma, bem como seu crescimento, prin-
Contínuas pesquisas das funções dos produtos cipalmente em indivíduos diagnosticados precoce-
gênicos de NF1 e NF2 possibilitaram uma melhora no mente. ❑
diagnóstico e no acompanhamento de indivíduos afe-

REFERÊNCIAS
1. Madigan P, Shaw RV. Neurofibromatosis in 13th century Austria? 18. Russel DS, Rubenstein IJ. Pathology of tumors of the nervous system. Baltimore:
Neurofibromatosis. 1988;1:339-41. Willians and Wilkins Co.; 1963.
2. Madigan P, Masello MJ. Report of neurofibromatosis - like case: Monstrorum 19. Halpern M, Currarino G. Vascular lesion causing hypertension in neurofibromato-
Historia, 1642. Neurofibromatosis. 1988;2:53-6. sis. N Engl J Med. 1965;273:248-52.
3. Riccardi VM. Neurofibromatosis: phenotype natural history and pathogenesis. 2nd 20. Rosman NP, Pearce J. The brain in multiple neurofibromatosis (von
ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press; 1992. p. 86; 498. Recklinghausen’s disease): a suggested neuropathological basis for the associa-
4. Canale DJ, Bebin J. Von Recklinghausen disease of the nervous system. In: Vinken ted mental defects. Brain. 1967;90:829-38.
PJ, Bruyn GW, editors. Handbook of clinical neurology. Amsterdam: Holland 21. Brasfield JF, Das Gupta TK. Von Recklinghausen Disease: a clinicopathological
Publishing Company; 1972. Vol. 14. p.132-62. study. Ann Surg. 1972;175: 86-104.
5. Wander JV, Das Gupta TK. Neurofibromatosis. Curr Probl Surg. 1977;14:1-81. 22. Chaves C, Bieler J, Morettor R. Neurofibromatose de von Recklinghausen. Rev
6. Smith RW Jr. The dermal oleastoses. Arch Dermatol. 1963;88:382-92. Med HSE. 1972;24:177-201.
7. Schmitt J. Visceral aspects of the phakomatosis. In: Vinken PJ, Bruyn GW. 23. Isaacson P. Mast cells in benign nerve sheat tumours. J Pathol. 1976;119:193-6.
Handbook of clinical neurology. Amsterdam: Holland Publishing Company; 1972. 24. Jurecka W, Lassmann H, Gebhart W. Classification of peripheral nerve sheath
Vol. 14. p.668-91. tumor. Arch Dermatol Res. 1977;258:100.
8. Bricaire H, Fardeau M, Mazet PR. Endocrine disorders associated with the 25. Gholam AP, Sanders DR, Goldberg ME. The Phakomatosis. In: Albert DM, Jacobiec
Phakomatosis. In: Vinken PJ, Bruyn GW, editors. Handbook of clinical neurology. FA. Principles and practice of ophthalmology. Philadelphia: WB Saunders
Amsterdam: Holland Publishing Company; 1972. Vol. 14. p.731-44. Company; 1980. p.1197-201.
9. Treves F. A case of congenital deformity. Trans Pathol Soc Lond. 1885;36:494-8. 26. Riccardi VM. Neurofibromatosis: clinical heterogeneity. Curr Probl Cancer
10. Murger A. Dermatological aspects of the phakomatosis. In: Vinken PJ, Bruyn GW, editors. 1982;8:1-34.
Handbook of clinical neurology. Amsterdam: Holland Publishing Company; 1972. p.562-72. 27. Carey JC, Baty BJ, Johnson JP, Morrison T, Skolnik M, Kivlin J. The genetic aspects
11. Verocay J. Zur kenntnis der neurofibrome. Beitr Pathol Anat Allg Pathol. 1910;48:1-69. of neurofibromatosis. Ann NY Acad Sci. 1986;486:45-6.
12. Greggio H. Les cellules granuleuses (Mastzellen) dans les tissues normaux et dans 28. Riccardi VM. Mast-cell stabilization to decrease neurofibroma growth. Preliminary
certaines maladies churgicales. Arch Med Exp 1911;23:323. experience with ketotifen. Arch Dermatol. 1987;123:1011-6.
13. Hosoi K. Multiple neurofibromatosis (von Recklinghausen disease) with special 29. Barker DE, Wright K, Nguien K, Cannon L, Fain P, Goldgar D, et al. Gene for Von
reference to malignant transformation. Arch Surg. 1931;22:258-81. Recklinghausen neurofibromatosis is in the pericentric region of chromosome 17.
14. Klatte EC, Franken EA, Smith JA. The radiographic spectrum in neurofibromatosis. Science. 1987;236:1100-2.
Semin Roentgenol. 1976;11:17-33. 30. Seizinger BR, Martuza RL, Gusella JF. Loss of genes on chromosome 22 in tumo-
15. Reubi F. Les vaisseaux et les glands endocrine dans la neurofibromatoses: le syn- rigenesis of human acoustic neuroma. Nature. 1986;322:664-7.
drome sympathicontonique dans la maladie de Recklinghausen. Schweiz Z Pathol 31. Neurofibromatosis. Conference statement. National Institutes of Health Consensus
Bacteriol. 1944;7:168-239. Development Conference. Arch Neurol. 1988;45:575-8.
16. Greene JF Jr, Fitzwater JE, Burgess J. Arterial hipertension associated with neuro- 32. Collins FS, O’connell P, Ponder BAJ, Seizinger BR. Progress towards identifying the
fibromatosis. Am J Clin Pathol. 1974;62:481-7. neurofibromatosis (NF1) gene. Hum Genet Dis. 1989;5:217-21.
17. Schurch W, Messerli FH, Genest J, Lefebure R, Roy P, Cartier P, et al. Arterial hiper- 33. Diehl SR, Boehnke M, Erickson RP, Ploughman LM, Seiler KA, Lieberman JL, et al.
tension and neurofibromatosis: renal artery stenosis and coarctation of abdominal A refinated genetic maps of the region of chromosome 17 surrounding the von
aorta. Cand Med Assoc J. 1975;113:879-85. Recklinghausen neurofibromatosis (NF1) gene. Am J Human Genet. 1989;44:33-7.

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


344 Antonio JR, Goloni-Bertollo EM, Trídico LA

34. Fountain JW, Wallace MR, Bruce MA, Seizinger BR, Menon AG, Gusella JF, et al. the detection of malignant peripheral nerve sheath tumours arising from within ple-
Physical mapping of a translocation breakpoint in neurofibromatosis. Science. xiform neurofibromas in neurofibromatosis 1. J Neurol Neurosurg Psychiatry.
1989;224:1085-7. 2000;68:353-7.
35. O’Connel P, Leach RJ, Ledbetter DH, Cawthon RM, Culter M, Eldridge JR, et al. Fine 61. DeBella K, Szudek J, Friedman JM. Use of the national institutes of health criteria
structure DNA mapping studies of the chromosomal region harboring the genetic for diagnosis of neurofibromatosis 1 in children. Pediatrics. 2000;105:608-14.
defect in neurofibromatosis type I. Am J Hum Genet. 1989;44:51-7. 62. Rasmussen SA, Yang Q, Friedman JM. Mortality in neurofibromatosis 1: an analy-
36. Stephens K, Green P, Riccardi VM, Ng S, Rising M, Barker D, Darby JK, et al. sis using U.S. death certificates. Am J Hum Genet. 2001;68:1110-8.
Genetic analysis of eight loci tightly linked to neurofibromatosis 1. Am J Hum 63. Illés T, Halmai V, de Jonge T, Dubousset J.Decreased bone mineral density in neu-
Genet. 1989;44:13-9. rofibromatosis-1 patients with spinal deformities. Osteoporos Int. 2001;12:823-7.
37. Cawthon RM, Weiss R, Xu GF, Viskochil D, Culver M, Stevens J, et al. A major neu- 64. Antonio JR. Neurofibromatose: estudo genético-clínico, avaliação quantitativa dos
rofibromatosis type-1 gene: cDNA sequence, genomic structure, and point muta- mastócitos e dos componentes da matriz extracelular em neurofibromas [tese]. São
tions. Cell. 1990;62:193-201. José do Rio Preto (SP): Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 2001.
38. Viskochil D, Buchberg AM, Xu G, Cawthon RM, Stevens J, Wolff RK, et al. Deletion 65. Mautner VF, Kluwe L, Thakker SD, Leark RA. Treatment of ADHD in neurofibroma-
and a translocation interrupt a cloned gene at the neurofibromatosis type 1 locus. tosis type 1. Dev Med Child Neurol. 2002;44:164-70.
Cell. 1990;62:187-92. 66. Guillamo JS, Créange A, Kalifa C, Grill J, Rodriguez D, Doz F, et al.Prognostic fac-
39. Wallace MR, Marchuk DA, Andersen LB, Letcher R, Odeh HM, Saulino AM, et al. tors of CNS tumours in Neurofibromatosis 1 (NF1): a retrospective study of 104
Type-1 neurofibromatosis gene: identification of a large transcript desrupted in patients. Brain. 2003;126:152-60.
three NF1 patients. Science. 1990;249:181-6. 67. Evans DG, Baser ME, McGaughran J, Sharif S, Howard E, Moran A. Malignant
40. Rouleau GA, Seizinger BR, Wertelecki W, Haines JL, Supermeau DW, Martuza RL, peripheral nerve sheath tumours in neurofibromatosis 1. J Med Genet.
et al. Flanking markers bracket the neurofibromatosis type 2 (NF2) gene on chro- 2002;39:311-4.
mosome 22. Am J Hum Genet. 1990;46:323-8. 68. Singhal S, Birch JM, Kerr B, Lashford L, Evans DGR. Neurofibromatosis type 1 and
41. Wolf RK, Frazer KA, Jacker RK, Lanser MJ, Pitts LH, Cox DR. Analysis of chromo- sporadic optic gliomas. Arch Dis Child. 2002;87:65-70.
some22 deletions in neurofibromatosis type 2-related tumors. Am J Hum Genet. 69. Ars E, Kruyer H, Morell M, Pros E, Serra E, Ravella A, et al. Recurrent mutations in
1992;51:478-85. the NF1 gene are common among neurofibromatosis type 1 patients. J Med Genet.
42. Rouleau GA, Merel P, Lutchman M, Sanson M, Zucman J, Marineuau C, et al. 2003;40:e82.
Alteration a new gene encoding a putative membrane-organizing protein causes 70. De Raedt T, Brems H, Wolkenstein P, Vidaud D, Pilotti S, Perrone F, et al. Elevated
neuro-fibromatosis type 2. Nature. 1993;363:515-21. risk for MPNST in NF1 microdeletion patients. Am J Hum Genet. 2003;72:1288-92.
43. Trofatter JA, MacCollin MM, Rutter JL, Murrell JR, Duyao MP, Parry DM, et al. A 71. Cunha KSG, Barboza EP, Da Fonseca EC. Identification of growth hormone recep-
novel moesin-, ezrin-, radixin-like gene is a candidate for the neurofibromatosis 2 tor in localised neurofibromas of patients with neurofibromatosis type 1. J Clin
tumor suppressor. Cell. 1993;72:791-800. Pathol. 2003;56:758-63.
44. Legius E, Descheemaeker MJ, Steyaert J, Spaepen A, Vlietinck R, Casaer P, et al. 72. Ozerdem U. Targeting Neovascular Pericytes in Neurofibromatosis type 1.
Neurofibromatosis type 1 in childhood: correlation of MRI findings with intelligen- Angiogenesis. 2004;7:307-11.
ce. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1995;59:638-40. 73. Kuorilehto T, Pöyhönen M, Bloigu R, Heikkinen J, Väänänen K, Peltonen J.
45. Andersen LB, Fountain JW, Gutmann DH, Tarlé SA, Glover TW, Dracopoli NC, et al. Decreased bone mineral density and content in neurofibromatosis type 1: lowest
Mutation in the neurofibromatosis 1 gene in sporadic malignant melanoma cell local values are located in the load-carrying parts of the body. Osteoporos Int.
lines. Nat Genet. 1993;3:118-21. 2005;16:928-36.
46. Collins FS, O’connell P, Ponder BAJ, Seizinger BR. Progress towards identifying the 74. Mattocks C, Baralle D, Tarpey P, ffrench-Constant C, Bobrow M, Whittaker J.
neurofibromatosis (NF1) gene. Hum Genet Dis. 1989;5:217-21. Automated comparative sequence analysis identifies mutations in 89% of NF1
47. Goloni-Bertollo EM, Antônio JR, Varella-Garcia M. Avaliação genético-clínico em patients and confirms a mutation cluster in exons 11-17 distinct from the GAP rela-
neurofibromatose. An Bras Dermatol. 1994;69:311-22. ted domain. J Med Genet. 2004;41:e48.
48. Goloni-Bertollo EM. Estudo genético-clínico e citogenético em neurofibromatose. 75. Yang G, Khalaf W, van de Locht L, Jansen JH, Gao M, Thompson MA, et al.
[tese]. São Paulo (SP): Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho; 1994. Transcriptional repression of the Neurofibromatosis-1 tumor suppressor by the
49. Huson SM. Neurofibromatosis: histological perspective, classification and diag- t(8;21) fusion protein. Mol Cell Biol. 2005;25:5869-79.
nostic criteria. 7. Neurofibromatosis 1: a clinical and genetic overview. In: Huson 76. Venturin M, Guarnieri P, Natacci F, Stabile M, Tenconi R, Clementi M, et al. Mental
SM, Hughes RAC. The neurofibromatoses. A pathogenetic and clinical overview. retardation and cardiovascular malformations in NF1 microdeleted patients point to
Preface. London: Chapman & Hall; 1994. candidate genes in 17q11.2 J Med Genet. 2004;41:35-41.
50. Valerio NI. Neurofibromatose: gravidade da doença do ponto de vista de observa- 77. Ferner RE, Hughes RA, Hall SM, Upadhyaya M, Johnson MR. Neurofibromatous
dores e estratégias de enfrentamento [dissertação]. São José do Rio Preto (SP): neuropathy in neurofibromatosis 1 (NF1). J Med Genet. 2004;41:837-41.
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 1996. 78. Muniz MP. Lesões ósseas no diagnóstico de neurofibromatose [tese]. São José do
51. Cnossen MH, Moons KG, Garssen MP, Pasmans NM, de Goede-Bolder A, Rio Preto (SP): Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 2004.
Niermeijer MF, et al. Minor disease features in neurofibromatosis type 1 (NF1) and 79. Tucker T, Wolkenstein P, Revuz J, Zeller J, Friedman JM. Association between
their possible value in diagnosis of NF1 in children < or = 6 years and clinically benign and malignant peripheral nerve sheath tumors in NF1. Neurology.
suspected of having NF1. J Med Genet. 1998;35:624–7. 2005;65:205-11.
52. Cnossen MH, de Goede-Bolder A, van den Broek KM, Waasdorp CM, Oranje AP, 80. Johannessen CM, Reczek EE, James MF, Brems H, Legius E, Cichowski K. The
Stroink H, et al. A prospective 10 year follow up study of patients with neurofibro- NF1 tumor suppressor critically regulates TSC2 and mTOR. Proc Natl Acad Sci U
matosis type 1. Arch Dis Child. 1998;78:408-12. S A. 2005;102:8573-8.
53. Kaste SC, Pivnick EK. Bony orbital morphology in neurofibromatosis type 1 (NF1). 81. De Schepper S, Boucneau J, Vander Haeghen Y, Messiaen L, Naeyaert JM,
J Med Genet. 1998;35:628–31. Lambert J. Cafe-au-lait spots in neurofibromatosis type 1 and in healthy control
54. Howell SJ, Wilton P, Lindberg A, Shalet SM. Growth hormone replacement and the individuals: hyperpigmentation of a different kind? Arch Dermatol Res.
risk of malignancy in children with neurofibromatosis. J Pediatr. 1998;133:201-5. 2006;297:439-49.
55. Machado LA. Avaliação clínica, citogenética e molecular em pacientes portadores 82. Page PZ, Page GP, Ecosse E, Korf BR, Leplege A, Wolkenstein P. Impact of neuro-
de NF [dissertação]. São Paulo (SP): Universidade Estadual Paulista Júlio de fibromatosis 1 on Quality of Life: a cross-sectional study of 176 American cases.
Mesquita Filho; 1998. Am J Med Genet A. 2006;140:1893-8.
56. Nielsen GP, Stemmer-Rachamimov AO, Ino Y, Moller MB, Rosenberg AE, Louis DN. 83. Levine TM, Materek A, Abel J, O’Donnell M, Cutting LE. Cognitive profile of neuro-
Malignant transformation of neurofibromas in neurofibromatosis 1 is associated fibromatosis type 1. Semin Pediatr Neurol. 2006;13:8-20.
with CDKN2A/p16 inactivation. Am J Pathol. 1999;155:1879-84. 84. Rübben A,Bausch B, and Nikkels A. Somatic deletion of the NF1 gene in a neuro-
57. Teixeira MF. Alterações oculares em Neurofibromatose Tipo 1 (NF1) [dissertação]. fibromatosis type 1-associated malignant melanoma demonstrated by digital PCR.
São José do Rio Preto (SP): Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 1999. Mol Cancer. 2006;5:36.
58. John AM, Ruggieri M, Ferner R, Upadhyaya M.A search for evidence of somatic 85. Lim R, Jaramillo D, Poussaint TY, Chang Y, Korf B. Superficial neurofibroma: a
mutations in the NF1 gene. J Med Genet. 2000;37:44-9. lesion with unique MRI characteristics in patients with neurofibromatosis type 1.
59. Szudek J, Birch P, Friedman JM. Growth in North American white children with neu- AJR Am J Roentgenol. 2005;184:962-8.
rofibromatosis 1 (NF1). J Med Genet. 2000;37:933-8. 86. Muniz MP, Ferraz F, Lopes JR, Souza AS, Zanusso SH, Bertelli ECP, Bertollo EMGi
60. Ferner RE, Lucas JD, O'Doherty MJ, Hughes RA, Smith MA, Cronin BF, et Neurofibromatosis type 1: clinical and radiological aspects. Rev Imagem. 2006; 28:87-96.
al.Evaluation of fluorodeoxyglucose positron emission tomography (FDG PET) in 87. Yoshida Y, Sato N, Furumura M, Nakayama J.Treatment of pigmented lesions of

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.


Neurofibromatose: histórico cronológico e aspectos atuais 345

neurofibromatosis 1 with intense pulsed-radio frequency in combination with topi- 112. Ross KL. The neurofibromatosis. ENT J. 1992;71:512-8.
cal application of vitamin D3 ointment. J Dermatol. 2007;34:227-30. 113. Valero MC, Martín Y, Hernández-Imaz E, Marina Hernández A, Meleán G, Valero
88. Hanemann CO, Hayward C, Hilton DA. Neurofibromatosis type 1 with involvement AM, et al. A hightly sensitive genetic protocol to detect NF1 mutations. J Mol Diagn.
of the enteric nerves. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2007;78:1163-4. 2011;13:113-22.
89. Stevenson DA, Moyer-Mileur LJ, Murray M, Slater H, Sheng X, Carey JC, et al. 114. Declue JE, Cohen BD, Lowy DR. Identification and characterization of the neurofi-
Bone Mineral Density in Children and Adolescents with Neurofibromatosis Type 1. bromatosis type 1 protein product. Proc natl Acad Sc USA. 1991;88:9914-8.
J Pediatr. 2007;150:83-8. 115. Daston MM, Scrable H, Nordlund M, Sturbaum AK, Nissen LM, Ratner N. The pro-
90. Brems H, Chmara M, Sahbatou M, Denayer E, Taniguchi K, Kato R, et al. Germline tein product of neurofibromatosis type 1 gene is expressed at highest abundance
loss-of-function mutations in SPRED1 cause a neurofibromatosis 1-like phenoty- in neurons, Scwann cells, and oligodendrocytes. Neuron. 1992;8:415-28.
pe. Nat Genet. 2007;39:1120-6. 116. Norduland M, Gu X, Shipley MT, Ratner N. neurofibrin is enriched in the endoplas-
91. Brunetti-Pierri N, Doty SB, Hicks J, Phan K, Mendoza-Londono R, Blazo M, et al. mic reticulum of CNS neurons. J Neurosci. 1993;13:1588-600.
Generalized metabolic bone disease in Neurofibromatosis type I. Molecular 117. Martin GA, Viskochil D, Bollag G, McCabe PC, Crosier WJ, Haubruck H, et al. The
Genetics and Metabolism. 2008;94:105-11. GAP-related domain of the neurofibromatosis type 1 gene product interacts with
92. Carroll and Nancy Ratner. How Does the Schwann Cell Lineage Form Tumors in ras p21. Cell. 1990;63:843-9.
NF1? Glia. 2008;56:1590-605. 118. Boguski MS, McCormick F. Proteins regulating Ras and its relatives. Nature.
93. McKeever K, Shepherd CH, Crawford H, and Morrison PJ. An epidemiological, cli- 1993;366:643-54.
nical and genetic survey of Neurofibromatosis type 1 in children under sixteen 119. Trovó-Marqui AB, Tajara EH. Neurofibromin: a general Outlook. Clin Genet.
years of age. Ulster Med J. 2008;77:160-3. 2006;70:1-13.
94. Krab LC, de Goede-Bolder A, Aarsen FK, Pluijm SM, Bouman MJ, van der Geest 120. Rasmussen SA, Friedman JM. NF1 Gene and neurofibromatosis 1. Am J
JN, et al. Effect of simvastatin on cognitive functioning in children with neurofibro- Epidemiol. 2000;151:33-40.
matosis type 1: a randomized controlled trial. JAMA. 2008;300:287-94. 121. Tonsgard JH. Clinical manifestations and management of neurofibromatosis type
95. Stevenson DA, Schwarz EL, Viskochil DH, Moyer-Mileur LJ, Murray M, Firth SD, et 1. Semin Pediatr Neurol. 2006;13:2-7.
al. Evidence of Increased Bone Resorption in Neurofibromatosis Type 1 Using 122. Ferner RE. Neurofibromatosis 1. Eur J Hum Genet. 2007;15:131-8.
Urinary Pyridinium Crosslink Analysis. Pediatr Res. 2008;63:697-701. 123. Williams VC, Lucas J, Babcock MA, Gutmann DH, Korf B, Maria BL.
96. Boley S, Sloan JL, Pemov A, Stewart DR. A Quantitative assessment of the burden Neurofibromatosis type 1 revisited. Pediatrics. 2009;123:124-33.
and distribution of Lisch nodules in adults with neurofibromatosis type 1. Invest 124. Crowe FW, Schull WJ. Diagnostic importance of café-au-lait spot in neurofibroma-
Ophthalmol Vis Sci. 2009;50:5035-43. toses. Arch Intern Med. 1953;91:758-66.
97. Brems H, Park C, Maertens O, Pemov A, Messiaen L, Upadhyaya M, et al. Glomus 125. Riccardi VM. Pathophyology of neurofibromatosis. Dermatological insights into
tumors in neurofibromatosis type 1: genetic, functional, and clinical evidence of a heterogeneity and pathogenesis. J Am Acad Dermatol. 1980;3:157-66.
novel association. Cancer Res. 2009;69:7393-401. 126. Zhu Y, Ghosh P, Charnay P, Burns DK, Parada LF. Neurofibromas in NF1: Schwann
98. Boyd KP, Gao L, Feng R, Beasley M, Messiaen L, Korf BR, et al. Phenotypic varia- cell origin and role of tumor environment. Science. 2002;296:920-2.
bility among café-au-lait macules in neurofibromatosis type 1. J Am Acad 127. Aloi F, Massobrio R. Solitary plexiform neurofibroma. Dermatologica 1989;179:84-6.
Dermatol. 2010;63:440-7. 128. Lubs MLE, Bauer M.J, Formas ME, Djokic B. Lisch nodules in neurofibromatosis
99. Turbyville TJ, Gürsel DB, Tuskan RG, Walrath JC, Lipschultz CA, Lockett SJ, et al. type 1. N Engl J Med. 1991;324:1264-6.
Schweinfurthin A selectively inhibits proliferation and Rho signaling in glioma and 129. Gordon RRS. Measurement of cranial capacity in children. Br J Radiol
neurofibromatosis type 1 tumor cells in a NF1-GRD-dependent manner. Mol Cancer 1966;39:377.
Ther. 2010;9:1234-43. 130. Holt JF, Kuhns LR. Macrocranium and macroencephaly in neurofibromatosis.
100. Johnson BA, MacWilliams BA, Carey JC, Viskochil DH, D'Astous JL, Stevenson Skeletal Radiol 1976;1:25-8.
DA. Motor Proficiency in Children with Neurofibromatosis Type 1. Pediatr Phys 131. Sengpiel GW, Ruzicka FF, Lodnnel EA. Lateral intra thoracic meningocele.
Ther. 2010;22:344–8. Radiology. 1968;50:515-20.
101. Kolanczyk M, Mautner V, Kossler N, Nguyen R, Kühnisch J, Zemojtel T, et al. MIA 132. Handa J, Kayama T, Shimizy Y, Yoneda S. Skull defect involving the lambdoid sutu-
is a potential biomarker for tumour load in neurofibromatosis type 1. BMC Med. re in neurofibromatosis. Surg Neurol. 1975;3:119-21.
2011;9:82 133. Pitt MJ, Mosher JF, Edeiken J. Periosteum and abnormal bone in neurofibromato-
102. Duong TA, Sbidian E, Valeyrie-Allanore L, Vialette C, Ferkal S, Hadj-Rabia S, et al. sis. Radiology. 1972;103:143-6.
Mortality associated with neurofibromatosis 1: a cohort study of 1895 patients in 134. Korf BR. Malignancy in neurofibromatosis type 1. Oncologist. 2000;5:477-85.
1980-2006 in France. Orphanet J Rare Dis. 2011;6:18. 135. Souza JF, Toledo LL, Ferreira MC, Rodrigues LO, Rezende NA. Neurofibromatosis
103. Sbidian E, Bastuji-Garin S, Valeyrie-Allanore L, Ferkal S, Lefaucheur JP, Drouet A, type 1: more frequent and severe then usually thought. Rev Assoc Med Bras.
et al. At-risk phenotype of neurofibromatose-1 patients: a multicentre case-control 2009;55:394-9.
study. Orphanet J Rare Dis. 2011;6:51. 136. Niimura M. Neurofibromatoses: in Dermatology Progress and Perspective. The pro-
104. Pasmant E, Masliah-Planchon J, Lévy P, Laurendeau I, Ortonne N, Parfait B, et al. ceedings of the 18th World Congress of Dermatology. New York: The Parthenon
Identification of genes potentially involved in the increased risk of malignancy in Publishing Group Inc.; 1993. p.767-8.
NF1-microdeleted patients. Mol Med. 2011;17:79-87.
105. Upadhyaya M, Spurlock G, Thomas L, Thomas NS, Richards M, Mautner VF, et al.
Microarray-based copy number analysis of neurofibromatosis type-1 (NF1)-asso-
ciated malignant peripheral nerve sheath tumors reveals a role for Rho-GTPase
pathway genes in NF1 tumorigenesis. Hum Mutat. 2012;33:763-76.
106. Kantaputra PN, van den Ouweland A, Sangruchi T, Limwongse C. Severe plexiform
facial neurofibromatosis, type 1 with underdeveloped eyes and a novel NF1 muta-
tion. Am J Med Genet A. 2012;158A:1750-3.
107. Chaudhary N, Borker A. Metronomic therapy for malignant peripheral nerve sheath
tumor in neurofibromatosis type 1. Pediatr Blood Cancer. 2012;59:1317-9. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA / MAILING ADDRESS:
108. Gong M, Ma J, Li M, Zhou M, Hock JM, Yu X. MicroRNA-204 critically regulates
carcinogenesis in malignant peripheral nerve sheath tumors. Neuro Oncol.
João Roberto Antônio
2012;14:1007-17. Rua Silva Jardim, 3114 - Center
109. Jett K, Friedman JM. Clinical and genetic aspects of neurofibromatosis 1. Genet 15010-060 - São José do Rio Preto - São Paulo
Med. 2010;12:1-11.
110. Williams VC, Lucas J, Babcock MA, Gutmann DH, Korf B, Maria BL.
Brasil
Neurofibromatosis Type 1 Revisited. Pediatrics. 2009;123:124-33. E-mail: dr.joao@terra.com.br
111. Pulst SM. Prenatal diagnosis of the neurofibromatosis. Clin Perinatol.
1990;17:829-44.

Como citar este artigo/How to cite this article: Antônio JR, Goloni-Bertollo EM, Trídico LA. Neurofibromatose: históri-
co cronológico e aspectos atuais. An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.

An Bras Dermatol. 2013;88(3):333-47.

Você também pode gostar