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ESTUDOS SOBRE A GASTRITE E OS INIBIDORES


DA BOMBA DE PRÓTONS¹
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Guilherme Bastos NascimentoMarianne Matias de LimaVinícyus Muriell Gomes


Álvaro Paulo Silva Souza
)DFXOGDGH(VWiFLRGH6iGH*RLiV )(6*2
(PDLOFRUUHVSRQGrQFLDDOYDURIDUPDFHXWLFR#KRWPDLOFRP

5(6802

2V LQLELGRUHV GD ERPED GH SUyWRQV VmR D FODVVH GH PHGLFDPHQWRV PDLV SUHVFULWRV QR
PXQGR FRP DOWR QtYHO GH HILFiFLD H EDL[D WR[LFLGDGH VmR XVDGRV SDUD FDVRV GH GRHQoDV
JDVWURLQWHVWLQDLV FRPR D JDVWULWH UHIOX[R ~OFHUDV H DFLGH] JiVWULFD SRLV HOHV LPSHGHP D
VHFUHomR GH iFLGR QR HVW{PDJR UHGX]LQGR HP DWp  VXD SURGXomR 1D DWXDOLGDGH DV
GRHQoDV GR WUDWR JDVWURLQWHVWLQDO YrP VHQGR FDGD YH] PDLV HYLGHQWHV QD SRSXODomR
PXQGLDODWLQJLQGRPDLVGDPHWDGHGDSRSXODomR$JDVWULWHpDDIHFomRPDLVIUHTXHQWHH
SRGH VH DSUHVHQWDU GH IRUPD DJXGD RX FU{QLFD QR RUJDQLVPR 2 WUDWDPHQWR GD PHVPD p
IHLWR FRP R XVR GRV LQLELGRUHV GD ERPED GH SUyWRQV DQWLELyWLFRV H FXLGDGRV QD
DOLPHQWDomR (VWH DUWLJR IH] XPD UHYLVmR ELEOLRJUiILFD HP DUWLJRV OLYURV H UHYLVWDV SDUD
FRPSUHHQGHU PHOKRU VREUH D JDVWULWH H DV GLIHUHQoDV GH HILFiFLD HQWUH RV ,%3¶V (PERUD
KDMD DOJXPDV GLIHUHQoDV IDUPDFRFLQpWLFDV WRGRV RV LQLELGRUHV GHVWH JUXSR WrP HILFiFLD
FOtQLFDVLPLODU
PDODYUDFKDYH'RHQoDVGRWUDWRJDVWURLQWHVWLQDO*DVWULWH,QLELGRUHVGDERPEDGHSUyWRQV

INTRODUÇÃO Entre os distúrbios mais frequentes provocados


por doenças no aparelho digestivo está a gastrite
Segundo dados do Sistema de Informação do Mi- FU{QLFD TXH p FDUDFWHUL]DGD SRU XPD LQÀDPDomR
nistério da Saúde (2007), as doenças do aparelho di- da mucosa do estômago, causada principalmente
gestivo ocupam a segunda posição de prevalência em pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) (GUI-
relação aos problemas que acometem homens e mul- MARÃES et al., 2008; DDINE, 2012). Essa infe-
KHUHVLGRVRVKRVSLWDOL]DGRVFODVVL¿FDGRVGHDFRUGR cção afeta cerca da metade da população mundial,
com o CID-10. Atualmente as doenças do trato gas- e se torna mais frequente nos países em desenvol-
trointestinal afetam mais da metade da população, vimento, sendo os adultos os principais acometidos
evidenciando uma alta taxa de morbidade provocada por essa doença. De acordo com alguns estudos, os
por essa enfermidade (MOTTA et al., 2010; PAS- índices podem alcançar até 80%, sendo que em paí-
SOS, 2007). As principais doenças que afetam o trato ses desenvolvidos chega em média de 20% a 50%
gastrointestinal são a gastrite, úlcera gástrica, úlcera (KOIDARA, 2002; PASSOS, 2007; CHEY et al.,
duodenal e duodenite, tendo em vista também o re- 2007).
ÀX[RJDVWUHVRIiJLFR 0277$HWDO  A gastrite além de ser provocada por H. pylo-

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ri pode ser decorrente de outros fatores, como a má do o Brasil, este estudo tem o intuito de descrever
alimentação, o uso exagerado de bebidas alcoólicas, as formas farmacológicas e não farmacológicas do
dieta inapropriada, medicamentos, tabagismo e es- tratamento da gastrite, destacando os principais
tresse excessivo causando uma agressão na parede usuários desses medicamentos e avaliando se os
integrada do estômago (KOIDARA, 2002; PASSOS, ,%3V SRVVXHP GLIHUHQoDV VLJQL¿FDWLYDV HQWUH RV
2007). Com isso, as condições de saneamento e o ní- seus fármacos representantes, visto que eles estão
vel social da população também são fatores desenca- entre os fármacos mais utilizados por grande parte
deadores de gastrite comprovados por vários exames da população que se encontra doentes.
já realizados no Brasil (SOUZA, 2008). GASTRITE
O estudo sobre a doença diz que a mesma pode ser
FODVVL¿FDGDFRPIDWRUHVKLVWROyJLFRVRXRH[DPHGH O sistema digestório pode ser considerado como
endoscopia digestiva, para avaliar gastrite aguda ou sendo a porta de entrada do organismo e os pro-
crônica, presença ou ausência do H. pylori (DDINE, blemas com o seu funcionamento podem repercutir
2012; KOIDARA, 2002). por todo o corpo. Atualmente as doenças do trato
As doenças gastrointestinais, principalmente a gastrointestinal afetam mais da metade da popu-
gastrite, são caracterizadas por deixar grande parte lação, sendo a gastrite uma das doenças mais pre-
da população em estado mórbido. Sendo que indi- valentes no mundo, com uma uniforme distribuição
víduos diagnosticados com gastrite devem primei- mundial (FRUGIS et al., 2016).
ramente passar por uma reeducação alimentar. Além 3RGHPRV GH¿QLU D JDVWULWH FRPR XPD LQÀD-
de uma boa dieta, o tratamento inclui a associação PDomR QR HVW{PDJR PDLV HVSHFL¿FDGDPHQWH QD
GHPHGLFDPHQWRVDORSiWLFRVKRPHRSiWLFRVRX¿WRWH- mucosa do estômago, provocada principalmente
rápicos (KEITH; ARTHUR; ANNE, 2013). Os me- pela bactéria H.pylori, sendo a mais abrangente
dicamentos alopáticos se sobressaem no tratamento dentre as doenças do trato gastrointestinal, poden-
da gastrite, se destacando os inibidores da bomba de GRVHUFODVVL¿FDGDFRPRJDVWULWHDJXGDRXFU{QLFD
prótons, bloqueadores de receptor H2 e os antiácidos (GUIMARÃES et al., 2008).
(BRAGGA, 2011). Dentre essas classes de medica- A gastrite aguda aparece de forma súbita, o que
mentos, os mais usados são os inibidores da bomba leva a uma evolução rápida e facilmente associadas
de prótons (IBPs), que tem como representantes des- D XP DJHQWH FDXVDGRU 3RGH RFDVLRQDU XPD LQÀD-
sa classe o omeprazol, pantoprazol, rabeprazol, lan- PDomR DSHQDV VXSHU¿FLDO RX HVFRULDo}HV GD PX-
zoprazol, esomeprazol e tenatoprazol. O tenatoprazol cosa gástrica pela própria secreção do estômago
ainda está em fase de desenvolvimento, sendo apon- (GUYTON, 2006). A forma aguda também ocorre
tado como promissor devido as suas características quando um indivíduo tem a sua primeira infecção
farmacocinéticas. Os IBP’s têm como principal ação pelo H.pylori, que com a persistência desta bactéria
a diminuição da secreção de ácido gástrico por inibir leva a um quadro de gastrite crônica (LADEIRA,
a enzima K+H+ ATPase, na célula gástrica (WANN- 2002).
MACHER, 2004). Outra causa de gastrite aguda está relacionada
A introdução do omeprazol, nos anos 80, sendo ao uso exagerado e sem prescrição de medicamen-
o primeiro IBPs lançado no mercado, proporcionou WRVFRPRRVDQWLLQÀDPDWyULRVQmRHVWHURLGHV $,-
um avanço na compreensão e controle das desordens NE’s). A alimentação de má qualidade, associada
gastrointestinais. Um estudo realizado na Austrália ao uso exagerado de bebidas alcoólicas e tabagis-
demonstrou que essa classe de medicamentos está mo também contribuem para o aparecimento dessa
entre as dez drogas mais prescritas. Esses medica- SDWRORJLD$JDVWULWHDJXGDRXDWUy¿FDpFODVVL¿FDGD
mentos também estão entre os mais utilizados pela pela forte dor provocada no estomago. De acordo
população brasileira (LUNDELL et al., 2006; MC- FRP*XLPDUmHV  RHVW{PDJR¿FDLQÀDPDGR
CLOY et al., 1995). de tal modo que anticorpos não reconhecem as cé-
Diante da alta incidência de gastrite e a grande uti- OXODVGDVSDUHGHVGRHVW{PDJRHDVDWUR¿DP$OpP
lização dos IBP’s em vários países do mundo incluin- disso é uma gastrite perigosa pois aumenta o risco

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de câncer no estômago e se transforma facilmente em dores (2010), os medicamentos alopáticos são os
úlcera (LADEIRA, 2002). mais procurados e prescritos no tratamento da gas-
Já a gastrite crônica tem enorme relevância com- trite, destacando-se pelo alto consumo.
provada em correlação ao H . pylori, mesmo que a Contudo, todos os fatores etiológicos da gas-
população infectada pela bactéria seja assintomática trite crônica se resumem à dieta inapropriada, ta-
(MARSHALL,1985; CASTRO, 1990; COELHO, bagismo, alcoolismo, medicamentos e ingestão de
1990) . Ela se desenvolve com o decorrer da idade, substâncias corrosivas, estresse por traumas, proce-
não muito comum em crianças, porém nos cinco pri- GLPHQWRV FLU~UJLFRV VHSWLFHPLD LQVX¿FLrQFLD KH-
meiros anos de vida a contaminação pela bactéria pática e infecções sistêmicas e também o H. pylori
pode ocorrer, estando associado a fatores ambientais (DDINE, 2012).
(GUIMARÃES et al., 2008). Segundo Miszputen A falta de tempo atualmente é um grande fator
(2002) cerca de 50% da população está acometida para a dieta inadequada dos indivíduos, levando
pelo H. pylori, apontado como o principal causador as pessoas a realizarem as refeições rapidamente
da gastrite crônica, aumentando a frequência de acor- e com isso os alimentos são mal digeridos e con-
do com a idade (DDINE, 2012). Em pessoas a partir sequentemente mal absorvidos, irritando a mucosa
dos 60 anos de idade a gastrite é facilmente diagnosti- gástrica e se tornando mais um agravante para o
cada, sendo mais comum principalmente na população surgimento da gastrite, e junto à pressa durante o
de nível socioeconômico baixo. A população negra é dia, alia-se a má higienização dos alimentos, au-
mais atingida pelo H. pylori que os brancos. A mesma mentando o contágio com o H. pylori (MOTTA et
atinge cerca de metade da população mundial (MALA- al., 2010).O tratamento mais comum realizado para
TY,1992; ZEITUNE, 2000; LADEIRA, 2002). o combate ao H. pylori, é o uso de dois ou três anti-
Existem diversos fatores etiológicos juntamente microbianos com um inibidor da bomba de prótons,
com o H. pylori, que podem estar envolvidos no des- em um período de 7 a 14 dias (COELHO, 2005).
envolvimento da gastrite crônica. Por exemplo o uso Para a gastrite com H. pylori positivo, é utili-
crônico de bebidas alcoólicas, pode causar eritema e zado a combinação de fármacos antimicrobianos
erosões, sendo que as lesões que são produzidas pela associados com IBPs (CHEY,2007, DDINE, 2012).
ingestão do álcool, o que resulta no rompimento da Essa combinação geralmente inclui um IBP em
barreira da mucosa gástrica. Vários estudos eviden- dose padrão mais 2 antibióticos, os quais podemos
ciam que o álcool e medicamentos são agentes no- citar a amoxicilina 1.0 g + claritromicina 500 mg,
civos para a mucosa gástrica e exercem seus efeitos sendo que a amoxicilina pode ser substituída por
WtSLFRVFRPRWDPEpPRVHSLVyGLRVGHUHÀX[RRFR- furazolidona 200mg ou a furazolidona ser combi-
rrendo lesão gástrica crônica. Atualmente, devido à nada com o cloridrato de tetraciclina 500mg (PAS-
melhoria das terapias disponíveis, praticamente não SOS, 2007).
afeta a esperança de vida dos pacientes, e sua taxa de
mortalidade devido a complicações é de 2 a 3 casos IBP’s
por 100.000 habitantes (DDINE, 2012).
Os inibidores da bomba de prótons (IBP’s) são
TRATAMENTO drogas muito utilizadas no tratamento de doenças
gástricas, onde o principal objetivo é a redução do
Indivíduos que são diagnosticados com gastrite pH gástrico. Esses inibidores são administrados
devem se alimentar de 3 em 3 horas, evitando princi- na forma de pró-fármacos, onde são ativados em
palmente alimentos que contenham cafeína, temperos meio ácido. Os IBP’s atuam através de uma ini-
fortes, frituras, sucos e frutas cítricas. Além de uma bição irreversível da H+/K+-ATPase na membrana
boa dieta, pode ser associado para o tratamento da das células parietais, diminuindo a concentração
gastrite os medicamentos alopáticos, homeopáticos do íon hidrogênio H+ no lúmen gástrico, e, portan-
RX¿WRWHUiSLFRV .(,7+$57+85$11(  to, aumentando o pH, tornando-o menos ácido, o
Segundo um estudo realizado por Motta e colabora- TXHFRQVWLWXLDHWDSD¿QDOQDYLDGDVHFUHomRiFLGD

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(MENEGASSI, 2009). Segundo Robinson (2004), PRVWUDUDP GLIHUHQoDV HVWDWLVWLFDPHQWH VLJQL¿FDWL-
RV,%3¶VSURPRYHPXPDGLPLQXLomRVLJQL¿FDWLYDGD vas entre eles (BRAGGA, 2011).
secreção ácida produzida pelas células parietais do O lansoprazol por sua vez deve ser utilizado com
estômago quando comparadas aos antagonistas de precaução em doentes com disfunção hepática. Em-bora
receptor H2. Além do mais essa redução da secreção ele tenha o mecanismo de ação semelhante ao do
ácida é mantida por um período entre 16 a 18 h/dia, omeprazol e ambos tenham como resposta o au-mento
elevando o pH intragástrico para valores superiores do pH gástrico, o tratamento com lanzopra-zol pode
a 4. levar a um pequeno aumento do risco de infecções
O omeprazol foi o primeiro IBP introduzido a gastrointestinais tais como Salmonela e
terapêutica em 1989. Algum tempo depois outros Campylobacter. Ele também sofre interações me-
inibidores foram sendo descobertos como o lan- dicamentosas com substâncias ativas associadas ao cito
soprazol, pantoprazol, rabeprazol, esomeprazol e cromo P450, entre elas, o cetoconazol, itraco-nazol e
tenatoprazol que está em fase de pesquisa e desen- digoxina, e também com outros ativos me-tabolizados
volvimento. (HOOGERWERF; PASRICHA, 2005; na família de isoenzimas CYP3A4, que tem como
BRAGGA,2011). O omeprazol é o IBP disponível alguns representantes a carbamazepina, IHQLWRtQD
a mais tempo no mercado e apresenta como gran- YDUIDULQDWHRILOLQDHWDFUROtPXV /,0$2014).
de fator positivo o custo benefício, sendo indicado Mesmo pertencendo a mesma classe terapêu-tica,
para a proteção da mucosa gástrica, principalmente existem algumas diferenças entre seus per-ILV
contra efeitos adversos causados por AINEs, que po- IDUPDFROyJLFRV 'LIHUHQWH GRV RXWURV ,%3¶V R
dem levar a gastrites e úlceras (MURAKAMI, 2009). SDQWRSUD]RO SRVVXL XP SHUILO IDUPDFRFLQpWLFR PDLV
Além disso, foi demonstrado que o omeprazol atua previsível, biodisponibilidade menos variável, iní-cio
exclusivamente nas células parietais não exercendo de ação rápida e melhor estabilidade em meio ácido
atividade nos receptores de acetilcolina e histamina comparado ao omeprazol (BRAGGA, 2011). O
.Resultados de um estudo em que foi monitorado 427 pantoprazol é metabolizado por enzimas do ci-
pacientes hospitalizados e recebendo doses de ome- tocromo P450, e também é metabolizado pela sul-
SUD]ROSUR¿OiWLFRDSURYDGRHQmRDSURYDGRLGHQWL- fotransferase citosólica, por essa razão, tem menos
¿FDUDPDSHQDVFDVRVVHPHIHWLYLGDGHHRXWURV possibilidades de causar interações com outros me-
casos de efeitos adversos. O resultado foi que não dicamentos metabolizados pelas mesmas famílias de
KRXYH DVVRFLDomR GR RPHSUD]RO SUR¿OiWLFR DR ID- enzimas, quando comparado aos outros fárma-cos da
tor de risco, todavia, houve diferença considerável classe (XAVIER, 2013).
no aumento da concentração sérica de creatina e de Além disso, outros estudos vêm demonstrando o
XUHLDQRVSDFLHQWHVH[SRVWRVDRRPHSUD]ROSUR¿OiWLFR potencial terapêutico do rabeprazol. Segundo Bra-ga et
aprovado em relação aos outros, o que embora foi al., (2011), esse IBP’s mostrou ter a capaci-dade de
positivo, e sugere estudos para avaliar o uso crônico diminuição da enzima uréase bacteriana, que está
do omeprazol e a função renal (ABJAUDE, 2015). envolvida na formação de pontes dissulfe-to no lugar
Outro IBP’s que vêm sendo utilizado cada vez ativo da enzima, 10 vezes mais potente que omeprazol
mais pela população é o esomeprazol, que é isôme- e lansoprazol em relação a ativida-de anti-Helicobacter
ro do omeprazol. Segundo o autor (BRAGGA, 2011) pylori. Aprovado na maioria dos países do mundo,
as classes desses fármacos são consideradas muito inclusive no Brasil “sendo R ,%3 PDLV FDUR GR
H¿FD]HV H UHODWLYDPHQWH HTXLYDOHQWHV GXUDQWH R WUD- PHUFDGR´ HOH WDPEpP WHP VH PRVWUDGR PXLWR HILFD]
tamento, reduzindo em até 95% a produção diária de QR WUDWDPHQWR GH GRHQoDV iFLGRSpSWLFDV H
ácido gástrico. Ele também possui uma eliminação HVSHFLDOPHQWH GRHQoDV GH UHIOX[R 8P HVWXGR FRP
mais lenta comparado com a forma racêmica, sendo  SDFLHQWHV IHLWR SRU JDVWURHQWHURORJLVWDV GD
assim, presume-se que atinja níveis séricos maiores, IDFXOGDGH GH PHGLFLQD GH &DWDQGXYD 6mR 3DXOR SDUD
tendo portando um melhor efeito inibitório da bom- DYDOLDU D HILFiFLD VHJXUDQoD H WROHUDELOLGDGH GR
ba de prótons. Estudos que compararam os efeitos UDEHSUD]RO QR WUDWDPHQWR GH GRHQoDV iFLGRSpSWLFDV
do pH intragástrico do esomeprazol com omeprazol, PRVWURXVH DOWDPHQWH HILFD] SDUD DOtYLR GRV

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o sintomas. Esse fármaco da mesma forma apresentou A tabela 1 ilustra dados coletados entre va-riação
melhora nas cicatrizações daslesões, se mostrando seguro, de preços, tempo de meia vida no organis-mo humano e
com efeitos colate-rais mínimos, sem maiores
elevação do pH intragástrico.
consequências paraRVSDFLHQWHV )5(,7$6 

3RU ILP HP DOJXQV SDtVHV FRPR QR &DQDGi Mi existe controle da acidez, mas também a partir de uma
estudos farmacocinéticos demonstrando o tenatoprazol melhor consistência da evolução clínica devido D
XPD IOH[LELOLGDGHPHOKRUDGD GR WUDWDPHQWR FRPR
como uma alternativa terapêutica, pois possui um
WHQDWRSUD]RO HP UHODomR DR WHPSR GH GRVDJHP H
tempo de meia vida maior do que os outros IBPs, que LQJHVWmR GH DOLPHQWRV (QVDLRV FOtQLFRV HVWmR HP
são de aproximadamente 2 horas (BRAGGA, 2011). O DQGDPHQWR TXH VmR GHVWLQDGRV D FRQILUPDU HVWDV
tempo de meia vida do tenatoprazol chega a ser de 9 horas para KLSyWHVHV (PERUD QR %UDVLO QmR p FRPHUFLDOL]DGR
administração repetida de 40 mg, sendo que chega a ser HVVH IiUPDFR WHP JUDQGH SRWHQFLDO WHUDSrXWLFR
de 5 a 7 vezes superior aos outros IBP’s disponíveis GHYLGRVXDVFDUDFWHUtVWLFDVIDUPDFRFLQpWLFDV
atualmente. Ele também promove um aumento do S+ CONSIDERAÇÕES FINAIS
LQWUDJiVWULFR GH  TXH p VLJQLILFDWLYDPHQWH mais elevado
que o do esomeprazol de pH 4,2, isso se deve a sua Os inibidores da bomba de prótons são os
estrutura química que possui um anel imidazol-piridina e medicamentos mais usados para doenças do trato
diferentes resultantes da interação com o sítio da cisteina ou gastrointestinal, usados tanto por prescrição médica
sítios da H+, K+-ATPase (GALMICHE et al., 2004). De quanto por automedicação, na atualidade são a
acordo com o Dr. Thomson A. B. R. do departamento de segunda classe de medicamentos mais prescritos
medicina, divisão de gastroenterologia da Universidade mundialmente devido ao uso rotineiro deles, a rápida
de Alberta (Canadá), a superioridade do tenatoprazol em DEVRUomR H D H¿FiFLD JDUDQWLGD SDUD HVVH WLSR GH
relação aos demais pode resultar, não apenas no PHOKRU doença, tornando essenciais para o tratamento, se

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forem usados corretamente, se tornam essenciais nas of the American College of Gastroenterology, Am
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Faculdade Estácio de Sá de Goiás 91

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