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Aula 03 - Transformação

do trabalho

Prof. Rogério Baptista


Concepções sobre o Trabalho

• “O trabalho enobrece o homem” e “primeiro


o trabalho e depois o prazer” – Significados
do Trabalho.
• Trabalho = tripalium, trabicula, que são
associadas a tortura.
• Significado do trabalho ao longo da história,
que podemos dividir em 3 grandes
concepções:
• Clássica
• Capitalismo Tradicional
• Marxista
Concepções sobre o Trabalho

• São três formas distintas de conceber o


trabalho: pensamento grecoromano
(clássica), a que emergiu junto com o
capitalismo liberal (ética do trabalho ou
capitalismo tradicional) e a concepção
marxista.
• Os significados do trabalho são construídos
historicamente, dadas as condições sociais,
econômicas e sociais.
Concepção Clássica sobre o Trabalho

• Influência: Filosofia clássica (Platão e Aristóteles).


• Contexto: Antiguidade clássica e regime de trabalho
escravo.
• Papel do trabalho: Conceito restrito de trabalho:
trabalho braçal, Exaltação do ócio.
• Descrição do trabalho real: Degradante; Inferior;
Desgastante; Duro; Base de poder: força e coerção.
• Valores: Ócio e Meditação
Concepção do Capitalismo Tradicional sobre o Trabalho

• Influência: Economia clássica (liberal, Adam Smith;


Protestantismo).

• Contexto: Surgimento do capitalismo; Mercado


concorrencial; Confronto com o mercantilismo e com
o absolutismo; Surgimento do contrato de trabalho
(emprego).

• Papel do trabalho: Glorificação do trabalho como o


único meio digno de ganhar a vida; Combate ao ócio;
Exaltação do sucesso econômico-financeiro; Trabalho
duro como gerador da abundância geral.
Concepção do Capitalismo Tradicional sobre o Trabalho

• Descrição do trabalho real: Mercadoria e


econômico; Cisão entre concepção e Execução Planejado e
concebido por especialistas e gerentes; Disciplinado;
Simplificado e parcelado; Duro; Larga escala;
Estritamente supervisionado; Requisitos mínimos; Base de
poder: recompensas e coerção, saber e propriedade.
• Valores: Mercadoria; Sucesso financeiro por capacidades
dos indivíduos e dedicação; Produtividade; Padronizado;
Esforço amenizado pela máquina e por ferramentas
Obediência e subordinação; Produção em larga escala;
Trabalho duro em oposição ao ócio.
Concepção Marxista sobre o Trabalho

• Influência: Marxismo.

• Contexto: Capitalismo instalado no berço do


capitalismo; Surgimento das classes capitalista e
proletárias; Oposição entre interesses do capital e
dos trabalhadores.

• Papel do trabalho: Estruturante da vida das


pessoas e das sociedades; Ontológico, vinculado à
produção da condição humana.
Concepção Marxista sobre o Trabalho

• Descrição do trabalho real: Mercadoria;


Alienante; Exploratório; Humilhante; Monótono e
repetitivo; Discriminante; Embrutecedor; Submisso.

• Valores: Hominizador; Expressivo e produtor de


identidades; Recompensas de acordo com as necessidades
de cada um; Dignificante; De controle coletivo; Protegido
pelo Estado.
Concepção do Toyotismo sobre o Trabalho

• Fundamenta-se no trabalho do operário em equipe, com


multivariedade de funções, rompendo com o caráter
parcelado do Fordismo.
• Organiza os Círculos de Controle de Qualidade (CCQs),
constituído por grupos de trabalhadores que são
instigados para discutir seu trabalho e desempenho,
visando melhorar a produtividade. Sendo um
importante instrumento para utilizar a capacidade
intelectual e cognitiva do trabalhador, que o Fordismo
desprezava.
Modelos de trabalho

Filme Tempos Modernos (Imagem) retrata de forma bem humorada


as condições do trabalhador industrial no início do século XX
TAYLORISMO

TAYLORISMO

Criado pelo engenheiro


mecânico Frederick Winslow
Taylor, o taylorismo é um
sistema que consiste na
divisão do trabalho e
especialização do operário em
uma só tarefa.
Frederick Taylor
TAYLORISMO

Pelos preceitos tayloristas, o trabalhador não


teria mais a necessidade de conhecer todo o
processo de produção, devendo conhecer
apenas um, procurando um aperfeiçoamento
constante apenas desta parte.

Em outras palavras, em uma fábrica que fabrica


sapatos, por exemplo, o operário não precisa
saber toda a produção, deste a formação do
molde até a colocação dos cadarços. Se um
trabalhador for designado para colar as solas
do sapato, este vai aprender apenas esta
função e vai procurar aperfeiçoar suas técnicas.
O conhecimento de todo processo ficaria
apenas com o gerente, que fiscalizaria todos
os ramos da produção.
TAYLORISMO

O Taylorismo, ao mesmo tempo que aumentava a produção,


barateava o preço dos produtos industrializados e
especializava um funcionário a um serviço, criava uma
alienação mental do empregado, já que não só o meio de
produção era sistematizado, mas também os horários de
trabalho e a cobrança para sempre produzir mais e mais.
FORDISMO

Criado por Henry Ford, o


mesmo que criou o Ford T, o
fordismo nada mais é que
uma junção prática do
sistema taylorista e da
facilidade das máquinas.
Ford criou uma espécie de
"esteira rolante", onde as peças
dos automóveis passavam em
frente ao trabalhador, este que
tinha que fazer seu serviço
dentro de um curto espaço de
tempo.
FORDISMO
FORDISMO

O fordismo propiciou um aumento da produção de


carros, o que faz com que os próprios funcionários
pudessem comprá-lo, aumentando o mercado
consumidor do patrão.
FORDISMO
TOYOTISMO

Criado depois da Segunda Guerra Mundial pelo


japonês Taiichi Ohno, este sistema de produção foi
implementado pela primeira vez na fábrica da
Toyota.
O Trabalho Hoje

• O trabalho passa a ser referencia pessoal;


• Passa a ter importância social;
• E trabalhar vai identificar o cidadão, integrando o sujeito a um grupo social.
• Surge uma outra visão do mundo.
• O trabalho passa a gerir as relações sociais, a identidades de grupos.
• O trabalho confundiu-se com a vida do sujeito, ou a vida tornou-se trabalho.
Na Idade Contemporânea

• Século XX
• A descobertas de formas de energias, que são exploradas pelo homem;
• O surgimento da classe proletária;
• O uso de máquinas na produção;
• O trabalhador tem que se especializar cada vez mais.
• O trabalhador
• Passou a trabalhar junto com máquinas;
• Teve que se adaptar a ser um operador de motor ou empregados em escritórios;
Novas exigências do mundo do trabalho

Desaparecimento de alguns postos de trabalho enquanto outros são


criados:
• Enxugamento de pessoal, utilização de trabalhadores eventuais e
terceirização de algumas etapas do trabalho;
• Flexibilização das relações de trabalho;
Individualização dos contratos de trabalho;
• Modelo da competência baseado em “atributos pessoais” do trabalhador.
Referências Bibliográficas

• ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: Ensaio


sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2002. 258 p.
• BORGES, Lívia de Oliveira; YAMAMOTO, Oswaldo H..
Mundo do trabalho: Construção histórica e desafios
contemporâneos. In: ZANELLI, José Carlos; BORGES-
ANDRADE, Jairo Eduardo; BASTOS, Antônio Vergílio
Bittencourt. Psicologia, Organizações e Trabalho no
Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Cap. 1. p. 25-94.
• DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET,
C. Psicodinâmica do trabalho: contribuições da
escola dejouriana à análise da relação prazer,
sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994
• DEJOURS, Christophe. Subjetividade, trabalho e ação.
Prod. [online]. 2004, vol.14, n.3, pp.27-34. ISSN 0103-6513.

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