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República da Guiné-Bissau
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APONTAMENTOS DIREITO ECONÓMICO E ECONOMIA DA GUINÉ-BISSAU 2020/2021
A atividade económica pública regida pelo Direito financeiro assume cada vez mais
acentuadamente nos nossos dias uma orientação conformadora da atividade privada. Os
meios financeiros têm agora por objetivo relançar a atividade económica privada no
sentido considerado mais conveniente ou ainda redistribuir o rendimento (taxar as
pessoas que têm propensão de riquezas através para dar aos que não têm rendimento) ou
contrair a atividade económica.
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Não Objeto de Avaliação (NOA)
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O Direito interno da economia, é aquele que será objeto expresso do nosso estudo.
Para caracterizar a sua função social, bem como a configuração das respetivas
instituições, é necessário fazer uma análise da situação social em que ele exerce a
função de regulação jurídica. Ela caracteriza-se, em nosso entender, por:
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APONTAMENTOS DIREITO ECONÓMICO E ECONOMIA DA GUINÉ-BISSAU 2020/2021
Enunciado geral
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PRIMEIRA CONCEPÇÃO
O DIREITO DA ECONOMIA COMO DIREITO DA INTERVENÇÃO
ECONÓMICA DO ESTADO
SEGUNDA CONCEPÇÃO
O DIREITO DA ECONOMIA COMO DIREITO ADMINISTRATIVO DA
ECONOMIA
É possível desprender-se - na economia como entre nós o prof. Marcelo Caetano - que o
"Direito Económico" não é mais do que o direito administrativo da economia (ou
eventualmente, este o direito internacional económico).
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TERCEIRA CONCEPÇÃO
DIREITO DA ECONOMIA COMO DIREITO DA ORGANIZAÇÃO OU DO
SISTEMA ECONÔMICO
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Podem ser tipos ideais de organização, definidos com elevado grau de abstração, ou
sistemas concretos, formas de ordenação, estrutural e funcional de economias concretas.
Deve reconhecer-se que é importante a contribuição do direito da economia para a
definição do sistema económico. Mas a noção do sistema económico não é jurídica, e
como tal não serve para proporcionar uma adequada configuração do direito da
economia.
Por outro lado, mesmo no plano estadual, esquece-se uma outra noção- quadro
importante a do regime económico que entendemos ser a forma como, num determinado
sistema económico-social se articulam as relações estáveis (ou estruturais) do poder.
- Também ela não poderá ser tomada, de per si, como elemento definidor do direito da
economia, mas deve considerar-se relevante para tal fim, a título semelhante ao do
sistema. Todavia, nem tudo no direito da economia se reconduz a esta função
normativa: muito dos seus institutos ou instituições não tem que ver com a definição do
sistema ou do regime, na parte em que isso é acessível ao sistema jurídico, e se situam
em planos de concretização institucional que transcendem amplamente as noções de
sistema e do regime económico.
QUARTA CONCEPÇÃO
O DIREITO DA ECONOMIA COMO FENÓMENO NORMATIVO OU
INTERPRETATIVO DE NATUREZA ESPECIAL
Acentuam outros que este novo tipo de produção normativa exige uma nova
metodologia de interpretação e aplicação da lei e determina até nova especialização
entre as profissões jurídicas (a dos juristas económicos). Mas, pós esta observação se
situa no plano das profissões do Direito, ela será sem dúvida importante, mas não
justifica a autonomia de um ramo de direito e duma correspondente disciplina jurídica.
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Outros vão um pouco mais longe, detectando um espírito novo na ordem jurídica e em
diversas das suas normas, o qual como que atravessa em diagonal" toda a ordem
jurídica, novo método de pensamento jurídico. E, ao fazê-lo, encontram normas de
Direito económico - como normas de sobreposição ou de segundo grau - que dão novo
sentido às normas próprias dos ramos de direito tradicional. Constituíram elas assim um
corpo de princípios inspiradores (desprovidos de normatividade concreta, mas
modeladores de soluções ditados ao legislador ou ao aplicador da lei pela concorrência
global do ordenamento) ou de algumas normas ou comandos concretos, com reflexo
sobre o conjunto do ordenamento, mas sem a especificidade, autonomia e coerência
própria de que deve resultar um ramo de direito caracterizado.
Outros reconhecem que existe uma transformação na regulação das relações jurídicas
em tempos recentes, que daí decorre um novo espírito, um novo método, uma nova
visão da realidade jurídico-económico.
*Mais produção legislativa, é mais uma especialização quase tipo pós graduação.
DIVERSIDADE
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Apesar da diversidade das estruturas económicas dos diferentes países, em todos eles
se acentua a gestão do direito público da economia, e mesmo naqueles que acusam um
forte pendor liberal se pode falar de um direito público da economia. Isto resulta da
superação da ideia de que a atividade económica é estranha à atividade estadual,
superação que conduziu ao intervencionismo estatal e ao consequente atenuar da ordem
económica liberal, deixando a economia de constituir um setor indiferenciado e
exclusivo da atividade privada.
MALEABILIDADE
As normas deste ramo de direito não podem aspirar a longa duração, pois as frequentes
alterações da conjuntura económica e política tendem a encurtar o ciclo biológico dos
diplomas. Daí que se recorra abundantemente aos regulamentos, aos despachos e às
resoluções que têm um processamento mais simples, dado que podem ser mais
facilmente revistos e revogados. Ganha assim maior peso o poder executivo na
elaboração das normas, relativas ao direito público da economia, deslocando-se o centro
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O direito financeiro é puramente público. Por exemplo o Estado quando vai cobrar
impostos não negocia com os contribuintes.
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** (Os deputados é que determinam a alteração das medidas económicas, pois eles
enquanto atores políticos é que dão aval).
CARACTERÍSTICAS SECUNDÁRIAS
O professor Dr. Eduardo Pais Ferreira, acrescenta a estas características, outras como:
CONSTITUIÇÃO ECONÓMICA
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NOA
É hoje, no entanto, possível verificar que a todos os sistemas económicos têm uma
constituição económica que traduz numa decisão global sobre a ordem da vida
económica de uma sociedade, reconduzindo-se à uma opção fundamental de uma de
duas formas globais da organização da vida económica de mercado, ou economia
planificada centralmente.
Ele não é apenas público, nem apenas privado, ele não se resume como, na etapa
imediata posterior ao liberalismo, a tratar um certo enquadramento da ação económica
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Há quem acha que é a parte especial da constituição política e outros acham que são
princípios.
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**O regime explica a ideologia de cada estado regula a intervenção do estado e da sua
atuação financeira, relaciona com outras realidades extra por exemplo as realidades
sociais e mais...
Os sistemas abertos serão tipos ideais de organização de economia. Trata-se, então dos
princípios opostos que inspiram a organização e funcionamento da economia para
resolver os três problemas fundamentais: que produzir? Como produzir? Para quem
produzir?
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Com estas decisões globais, serão resolvidos pela autoridade central, os problemas
económicos fundamentais - restando aos económicos executar as decisões económicas.
- O consumo é determinado por cada consumidor que traça a sua tabela de necessidade
e define as suas prioridades e intensidades confrontando-se as posições de todos,
atrações da licitação recíproca dos mercados livres.
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Obs: é um sistema como se não existem regras do Estado. Produzem para próprio
consumo. E, a licitação, quando maior é a oferta, menos é o preço.
É um sistema capitalista!
Muitas vezes, a querela doutrinária entre sistemas tem em vista apenas os tipos ideais.
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O SISTEMA CAPITALISTA
CARACTERIZAÇÃO JURÍDICO-ECONÓMICA
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O capitalismo é um sistema que integra, como essencial padrão cultural, uma cultura
científica e tecnológica dinâmica. Ele correspondente também, nesse domínio, a um
elevado índice de civilização, e a um tipo de civilização que busca o progresso
constante. Não é, todavia, apenas a existência de uma tecnologia avançada e dinâmica
que, como é próprio de um sistema de sociedade industrial que caracteriza o
capitalismo. Também uma elevada capacidade de inovação - por ventura maior,
porque se trata de um sistema descentralizado e competitivo, do que a dos sistemas
socialistas - o demarca: a inovação tanto atinge as práticas económicas e os modelos de
comportamento individual, como a estrutura técnica, como a aplicação da técnica à
atividade económica.
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MOTIVAÇÕES TÍPICAS
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II – (um segundo período), demarcado pela aprovação duma segunda constituição pela
Assembleia Nacional Popular, em resultado de um golpe de Estado;
III – (Um terceiro período), resultante da revisão do texto constitucional de 1984, que
se carateriza pela consagração de uma democracia pluralista, por uma tendencial
emancipação da sociedade civil e, nomeadamente, pela liberalização da economia;
IV - (Um quarto período), que decorre da revisão constitucional de 1993 e que passa
pelo aprofundamento do elenco e do regime de direitos, liberdades e garantias, pela
reordenação do sistema do governo e pela consagração da fiscalização jurídica da
constituição.
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Atenção para o exame
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Verificamos assim que não ficam aqui incluídos nem delimitados quaisquer setores de
propriedade pública, cooperativa ou privada.
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Com efeito, o tratado prevê no seu artigo 76, a instituição de regras comuns de
concorrência aplicáveis as empresas públicas e privadas, assim como as ajudas públicas
(auxilio do Estado) em vista a realização de um mercado comum.
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Art. 12 CRGB
Assim, a atividade distribui-se por qualquer destes setores, tendo como base objetivos
diferenciados.
O setor público tem que ser entendido no âmbito de incumbências gerais do Estado em
matéria económica e social e articulado com as outras formas de regulação
constitucionalmente previstas.
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**Intervenção que visa restringir certos direitos fundamentais mas que deve assumir a
forma de lei.
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**Tentar corigir num espaço limite de tempo porque o Estado não pode ad-eterno gerir
uma empresa privada.
O INTERVENCIONISMO ESTATAL
Adotando uma visão mais própria de certos tipos de intervenção, há quem sobretudo na
moderna teoria anglo-saxónica principalmente norte-americana prefira falar de
“regulation”, definindo-a como atuação do Estado que interfere com as forças do
mercado e reflexivamente, de regulação como movimento tendente à abolir tais formas
de atuação, mantendo apenas as atuações do Estado que sejam conforme às “forças do
mercado” ou ao livre “funcionamento do mercado”. A regulação é, assim, a realização
de compromissos sociais e a procura de equilíbrios institucionais que permitem a
eficiência e a equidade do sistema económico.
Por nós, temos preferido estabelecer uma tipologia tripartida das articulações do Estado
com a economia. Haverá ordenação económica sempre que se trata de estabelecer
normas e princípios jurídicos a que obedece as atividades económicas e de as executar
segundo critérios exclusivamente jurídicos nomeadamente através dos tribunais. No
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Nuns casos o Estado (ou outras entidades públicas) atua para a satisfação de
necessidades suas ou da sociedade, sendo ele próprio o sujeito económico que faz
opções:
Para outros ainda a intervenção diferencia-se de outras formas de atuação por ter
um conteúdo concreto e visa interferir na atividade dos agentes económicos não
estaduais.
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MODALIDADES DE INTERVENÇÃO
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Dirige assim a sua atividade (em vez de se limitar a corrigí-la) embora com
respeito pelos princípios essenciais da liberdade económica e pelo mercado como
instrumento regulador.
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I. A nacionalização opera sempre por via coativa, não se podendo falar dela se
tiver havido uma compra pelo Estado de bens privados;
II. É preciso que se verifique uma transferência efetiva de propriedade dos bens
que deixam de se integrar no setor privado;
III. A nacionalização é um ato político, jurídicamente expresso, quase sempre, num
diploma formalmente legislativo, que provoca a transferência dos bens de
propriedade privada para a órbita de propriedade pública ou nacional e exprime
o intuito de gerir os bens no interesse coletivo.
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A ADMINISTRAÇÃO ECONÓMICA
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OA3
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Objeto de avaliação
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Obs: essa última parte da satisfação das necesssidades coletivas é que mais interessa.
PLANOS ECONÓMICOS
Com base nesta definição, é possível identificar três elementos essenciais dos
planos económicos:
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4ª O Plano tem por objeto definir ou enquadrar o comportamento dos órgãos do Estado
e os particulares em determinados setores ou áreas, podendo incluir formas de
influenciar o comportamento dos agentes económicos.
Trata-se, assim, de instrumento que pode ser considerado compromissório entre esses
dois extremos: a mera ordenação, por um lado, e a atribuição de Direitos e deveres, por
outro.
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A contestação da natureza jurídica do plano foi feita com especial vigor na doutrina
francesa que tendeu a considerá-lo como um mero ato técnico ou de política
governativa, entendendo não se tratar de um instrumento jurídico mas, tão só, de um ato
político.
Uma primeira linha possível para defender a natureza material da lei do plano é aquela
que é seguida por Marcelo Rebelo de Sousa, que sustenta que se trata de “uma lei
material de tipo estruturante, já que acrescenta à mera inclusão de um mini programa
económico social e parlamente de governo uma natureza do projeto nacional genérico e
abstrato de alteração das estruturas económico-sociais”.
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Para o exame oral
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DA EXECUÇÃO DO PLANO
- Medidas coercivas;
Diferente como o próprio nome indica, medidas coercivas são aplicadas em função da
existência de certas regras que criam limites à atividade dos agentes económicos. Não é
o plano, em si, que constitui uma regra coerciva, mas há determinadas regras, por
exemplo as relativas à fixação de preços, que podem ser utilizadas durante a execução
do plano.
- Os preços máximos, aplicados a determinados bens cujo valor é fixado nos vários
estádios de produção não podendo ser ultrapassados;
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No que respeita às subvenções de natureza fiscal, elas são de natureza ainda mais
variada, correspondendo, de uma maneira geral, a situação em que o Estado se abstém
de tributar.
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As criadas pelo Estado com capitais fornecidos pelo Estado ou outras entidades
públicas, e, naturalmente, para explorarem atividades de natureza económica ou social e
desde que não sejam constituídas sob a forma de sociedades comerciais.
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AUTONOMIA ADMINISTRATIVA
A autonomia administrativa das empresas públicas significa que podem praticar atos
administrativos definitivos e executórias, que é como quem diz, que dos atos praticados
pelos órgãos e no âmbito das suas competências não cabe recurso hierárquico, mas só
contencioso para os tribunais artigo 55º/2 da Lei base das empresas de capitais públicos.
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AUTONOMIA FINANCEIRA
Significa a autonomia financeira das empresas públicas que elas (empresas) dispõem de
um orçamento privativo (a forma de elaboração e de execução é diferente da do OGE)
por elas elaborado e aprovado. Este orçamento não faz parte integrante do orçamento
geral do Estado nem sobre ele incide qualquer ato de aprovação parlamentar. Por esta
razão tem a empresa competência para cobrar as receitas provinientes da sua atividade
ou que lhe sejam facultadas nos termos dos Estatutos ou da Lei e para realizar as
despesas inerentes à prossecução do seu objeto.
AUTONOMIA PATRIMONIAL
Significa este princípio que pelas dívidas das empresas responde apenas o respetivo
património, excluindo os bens do domínio público sob administração da empresa
pública artigo 34/4 da Lei base das empresas de capitais públicos. Pelas dívidas da
empresa não responde o património do Estado porque ela tem personalidade jurídica
autonónoma.
As empresas públicas são criadas por diploma do governo artigo 4º/1 e só se extingue
por iniciativa governamental por via de cisão ou fusão com outras artigo 47º/1. A
extinsão é da competência exclusiva do conselho de ministros artigo 48 da Lei base e
por meio de decreto, conforme os termos do artigo 40º.
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O PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE
O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Através deste princípio fica a empresa obrigada a acomodar a sua gestão económica a
um aproveitamento racional dos meios humanos (pessoal) e materiais de que dispõe,
minimizando os custos de produção, de modo a poder responder na maior escala
possível as necessidades de que propõe satisfazer. Trata-se de um corolário do princípio
da economicidade que visa criar as condições para que a rentabilidade empresarial seja
possível.
O PRINCÍPIO DE PLANEAMENTO
Através deste princípio deve a empresa pública perspetivar racionalmente a sua atuação
quer anual quer a médio prazo, assim esclarecendo a sua decisão económica quotidiana.
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A ECONOMIA CONCERTADA
Não deixa, aliás, de ser curioso, que as ideias de concertação económica e social e de
administração concertada vão conhecer uma grande popularidade em França, país
marcado por uma forte centralização administrativa e por uma grande importância da
atuação do Estado na vida económica.
Não se poderá, por outro lado, ignorar que, ainda que por ventura com menores
preocupações teóricas, a concertação social desenvolveu-se muito antes de França e de
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“Uma das formas de participação que, a seguir à participação política nas eleiçõs se
acha em mais adiantado estado de institucionalização no Estado neoliberal
contemporâneo é a que dá pelo nome de concertação ou ação concertada”.
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Ficou só sublinhado que o Estado liberal assentava numa distinção radical entre o
universo público e o privado, que comportava a recusa de que a administração pública
dotada de poderes de autoridade, podesse lançar a mão do contrato para a execução das
suas tarefas. Também sabe-se já que a passagem para formas de Estado intervencionista
implicou uma grande diversificação das atividades estaduais e o recurso crescente à
formas de Direito privado, que implicam uma diminuição de caráter unilateral de
atuação do Estado.
A verificação de tal circunstância leva a que alguns autores como Giannini, apareçam a
sugerir que o futuro da administração pública está no contrato, ideia que ganhou adeptos
em França, sobretudo a partir da publicação de um artigo de Michel Vasseur, que
defende que a administração cada vez mais recorrerá ao contrato e cada vez mais tentará
o acordo com os particulares. Trata-se, por ventura, de formulações extremadas
(radical), mas não se pode ignorar que, na realidade, o contrato tem vindo a ganhar uma
importância fundamental como instrumento de atuação da administração púbica.
OS CONTRATOS ECONÓMICOS 5
Muitas são as vezes, no entanto, em que o Estado, ao agir na área económica, não se
coloca nessa posição de supremacia, nem reserva para si quaiquer poderes especiais,
atuando de forma semelhante à de qualquer sujeito económico.
Por esta razão, a doutrina tem sentido alguma dificuldade em classificar os contratos
económicos do Estado em bloco, como contratos de Direito público ou como contratos
de direito privado. Nesta medida, parece mais sensata a posição seguida por Sousa
Franco e Sérvulo Correia, que consideram que os contratos económicos são contratos
celebrados por pessoas coletivas integradas na administração pública, e entre estas
e particulares no âmbito da intervenção económica do Estado evitando tomar
posição sobre a natureza dos mesmos.
É preciso, em qualquer caso, notar que a figura do contrato económico, que se tem
espandido muito, tem dado lugar, com bastante frequência, a alguns exageros,
procurando ver-se contratos em sítios onde não existem, mas, antes, estamos apenas em
presença de formas de diminuição da unilateralidade da ação do Estado. É,
consequentemente, feliz a posição de Sousa Franco, ao introduzir a ideia de
contratrualismo económico e social, conceito bastante mais amplo que o do contrato
económico, que se traduz em diversas modalidades.
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Para o exame oral
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PRIVATIZAÇÕES E REGULAÇÕES
Parece, com efeito que, depois de um período de largas décadas, em que se acreditam na
excelência da atuação pública e na vantagem da existência dum setor público alargado,
se entrou numa fase em que se dá primazia à iniciativa privada e aos mecanismos de
mercado como forma de conseguir o máximo do bem-estar na sociedade.
Também se reveste duma especial importância a privatização que está a ser levada
a cabo em países em desenvolvimento, sob influência das políticas de estabilização do
Fundo Monetário Internacional (FMI) e de ajustamento estrutural do Banco Mundial
(BM), que exigem a redução da máquina administrativa e a privatização do setor
produtivo.
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As explicações para o sucesso das políticas da privatização são múltiplas, mas por
ventura, reveste-se duma especial importância a situação fiscal que se começa a fazer
sentir de forma especialmente nítida nos finais da década de 70, quando os contribuintes
começaram a dar claros sinais de que não estão na disposição de continuar a suportar o
aumento da carga fiscal.
Estado de bem-estar social, instalado após a segunda Guerra Mundial, resistiu mal
às crises económicas da década de 70, que envolveram um aumento de despesas
públicas e que obrigou a repensar globalmente as relações entre o Estado e a economia e
criou um clima desfavorável à existência de grandes setores públicos.
A este pano de fundo favorável à redução do setor público, vieram, ainda, juntar-se
outras circunstâncias que favoreceram, igualmente, a tendência no sentido das
privatizações. Foi este caso, por exemplo de desenvolvimento da tecnologia em setores
onde, normalmente, não havia empresas privadas por corresponderem a áreas de
monopólio o que veio a retirar argumentos para a subtração desses setores à iniciativa
privada como sucedeu de forma especialmente marcante na área das telecomunicações.
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MODALIDADES DE PRIVATIZAÇÕES
Artigo 8º
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Subscrição;
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