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BOLETIM OFICIAL

REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU

Segunda-feira, 25 de Janeiro de 2010 Número 4

Dos assuntos para publicação no "Boletim Oficial", devem Os pedidos de assinatura ou números avulsos do "Boletim
ser enviados o original e o duplicado, devidamente auten- Oficial" devem ser dirigidos à Direcção Comercial da INA-
ticados pela entidade responsável, à Direcção-Geral da CEP — Imprensa Nacional, Empresa Pública —, Avenida
Função Pública — Repartição de Publicações —, a fim do Brasil, Apartado 287 — 1204 Bissau Codex. — Bissau
de se autorizar a sua publicação. Guiné-Bissau.

SUMÁRIO ARTIGO 3.º


PARTE I
Assembleia Nacional Popular:
Inviolabilidade
Lei n.º 1/2010.
1. A sede da Assembleia Nacional Popular é in-
Rovogadas a Lei n.º 6/96, de 24 de Abril e toda a restante legislação
em contrário ao presente Regimento. violável.

Lei n.º 2/2010. 2. O Governo põe à disposição da Assembleia


Revogadas a Lei n.º9/94, de 11 de Novembro a toda a Legislação Nacional Popular os meios necessários para garan-
em contrário ao presente Estatuto.
tir a tranquilidade e a segurança da sede.
********************************************** ARTIGO 4.º
PARTE I Instalações
ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR
As instalações da Assembleia Nacional Popular,
Lei n.º 1/2010 ou em que se encontrem serviços administrativos ou
de 25 de Janeiro técnicos de si dependentes, devem dispor de dis-
positivos de segurança permanente, previstos no
CAPÍTULO I artigo anterior, directamente ligados ao presidente
SEDE E INSTALAÇÕES da Assembleia Nacional Popular.
CAPÍTULO II
ARTIGO 1.º
ABERTURA DA LEGISLATURA
Natureza
ARTIGO 5.º
A Assembleia Nacional Popular é o supremo
Reunião após as eleições
órgão legislativo e de fiscalização política represen-
tativo de todos os cidadãos guineenses. Ela decide 1. Nos trinta dias subsequentes à publicação dos
sobre as questões fundamentais da política interna e resultados finais das eleições, no Boletim Oficial, a
externa do Estado. Assembleia Nacional Popular reúne-se, por direito
ARTIGO 2.º próprio, na sua sede, para a abertura da Legislatura.

Sede da Assembleia 2. Assume a Direcção dos trabalhos o Presidente


cessante e, na falta deste, sucessivamente o
1. A Assembleia Nacional Popular tem a sua
sede em Bissau, capital da Guiné-Bissau. Primeiro Vice-presidente ou Segundo Vice-presi-
dente, se reeleitos Deputados. Na falta destes, a
2. Os trabalhos da Assembleia podem decor- presidência é ocupada pelo Deputado mais idoso.
rer noutro local, excepto nas sedes dos partidos
políticos, quando assim o imponham as necessi- 3. Aberta a sessão, o Presidente convida os qua-
dades do seu funcionamento. tro Deputados mais jovens para integrarem a mesa
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provisória, procede à recolha dos processos de apu- 6. Verificados os poderes, o Presidente da Mesa
ramento nacional da eleição e suspende a sessão provisória reabre a sessão, proclama à Assembleia
pelo tempo necessário à verificação dos poderes os Deputados eleitos, cujos mandatos forem consi-
dos candidatos proclamados eleitos. derados válidos, e declara constituída a Assembleia
Nacional Popular.
DEPUTADOS E GRUPOS PARLAMENTARES ARTIGO 9.º
CAPÍTULO I Juramento
DEPUTADOS 1. Após a verificação de poderes, nos termos do
ARTIGO 6.º artigo anterior, os Deputados prestam o seguinte
juramento:
Natureza
"Juro que farei tudo o que estiver nas minhas
Os Deputados à Assembleia Nacional Popular forças para cumprir, com honra e fidelidade total
são representantes de todo o povo e não unica- ao povo, o meu mandato de Deputado, defenden-
mente dos círculos eleitorais por onde foram eleitos. do sempre e intransigentemente os interesses
ARTIGO 7.º nacionais e princípios e objectivos da Consti-
tuição da República da Guiné-Bissau”.
Duração do mandato
2. O Presidente eleito manda publicar no Boletim
1. O mandato do Deputado começa com a Oficial da semana seguinte a relação dos Deputados
primeira reunião da Assembleia Nacional Popular investidos.
após as eleições e termina com a primeira reunião
ARTIGO 10.º
após as eleições subsequentes, salvo nos casos da
suspensão ou cessação individual do mandato. Comissão de Candidaturas

2. O preenchimento das vagas na Assembleia, Constituída a Assembleia, esta designa, no seu


bem como a substituição temporária dos Deputados seio, uma comissão composta por um Presidente,
por motivos relevantes, são efectuados nos termos um Secretário e mais cinco membros encarregados
dos Artigos 124.º e 129.º da lei n.º 3/98, de 23 de de preparar as candidaturas para eleger:
Abril.
a) O Presidente da Assembleia Nacional Popular;
ARTIGO 8.º
b) Os Vice-presidentes e os Secretários da As-
Verificação dos poderes sembleia Nacional Popular.
1. Os poderes dos Deputados são verificados ARTIGO 11.º
pela Mesa Provisória, constituída nos termos do n.º
Apresentação das candidaturas
3 do Artigo 5.º deste Regimento que preside aos tra-
balhos até à eleição do Presidente e respectivos O Presidente da comissão faz, perante a
membros da Mesa. Assembleia, a apresentação das candidaturas e
antes de cada eleição devem os candidatos declarar
2. A verificação dos poderes consiste na apre- a respectiva aceitação.
ciação da regularidade formal dos mandatos e na
apreciação dos processos da eleição dos Depu- ARTIGO 12.º
tados, cujos mandatos foram impugnados por facto Suspensão, substituição e renúncia
que não tenha sido objecto de decisão judicial com
trânsito em julgado. A suspensão do mandato, a substituição de
Deputados e a renúncia ao mandato são regulados
3. O direito de impugnação cabe a qualquer pelo Estatuto dos Deputados e demais legislação
Deputado e é exercido até ao encerramento da dis- aplicável.
cussão da matéria. ARTIGO 13.º
4. O Deputado, cujo mandato seja impugnado, Perda do mandato
tem o direito de defesa perante o Plenário e de 1. Perdem o mandato os Deputados que:
exercer as suas funções até deliberação definitiva
deste, por escrutínio secreto. a) Deixem de ser cidadãos guineenses, nos ter-
mos da lei;
5. O prazo para instauração, no caso de ter havi- b) Não tomem assento na Assembleia durante
do impugnação, não excede 30 dias, impror- dez reuniões consecutivas ou, trinta reuniões
rogáveis. por ano do Plenário, sem motivo justificativo;
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c) Forem abrangidos pelos casos previstos no da Assembleia Nacional Popular, assinada por to-
Estatuto dos deputados. dos os Deputados que o compõem, indicando o
nome do respectivo presidente.
2. Compete ao Plenário, mediante a proposta da
Mesa, salvo parecer em contrário da comissão de 3. Qualquer alteração, no que se refere ao dis-
Ética Parlamentar, declarar perda do mandato de posto no número anterior, é comunicada ao Pre-
Deputado nos casos previstos nas alíneas c), e) e g) sidente da Assembleia Nacional Popular.
do Artigo 8.º do Estatuto dos Deputados e no Artigo
ARTIGO 17.º
20.º do mesmo diploma.
Único representante de um Partido
ARTIGO 14.º
Imunidade, Direitos, Deveres e Regalias Ao deputado que seja único representante de um
partido é atribuído o direito de intervenção como tal,
Os Deputados gozam de imunidade parlamentar, a efectuar nos termos do Regimento.
direitos, deveres e regalias previstos na Constituição
da República da Guiné-Bissau, no Estatuto dos ARTIGO 18.º
Deputados e nas demais leis. Organização
ARTIGO 15.º 1. Cada grupo parlamentar estabelece livremente
Poderes a sua organização interna.

Constituem poderes dos Deputados: 2. As Funções de Presidente, Vice-presidente e


Secretário da Mesa são incompatíveis com as de
a) Apresentar projectos de revisão constitucional; presidente de Grupo Parlamentar.
b) Apresentar os projectos-de-lei, de referendo, ARTIGO 19.º
de resolução e de deliberação;
Poderes e Direitos dos Grupos Parlamentares
c) Apresentar propostas de alteração de leis;
1. Constituem poderes de cada grupo parlamen-
d) Requerer a apreciação de decretos-lei para tar:
efeito de alteração ou de recusa de ratificação,
a) Participar nas comissões em função do nú-
e) Usar da palavra nos termos deste Regimento;
mero dos seus membros, indicando os seus
f) Participar nas discussões e votações; representantes nelas;
g) Apresentar moções de censura ao Governo, b) Fazer-se representar na conferência dos re-
presentantes dos grupos parlamentares na
h) Fazer perguntas ao governo sobre questões e
pessoa do seu presidente ou do seu subs-
actos deste na administração pública; tituto;
i) Propor a constituição de comissões eventuais; c) Ser ouvido na fixação da "Ordem do Dia" da
j) Requerer a constituição de comissões parla- sessão plenária;
mentares de inquérito; d) Solicitar à Comissão Permanente, a convo-
k) Desempenhar as funções específicas na cação da Assembleia Nacional Popular;
Assembleia; e) Requerer a interrupção das reuniões plenárias,
l) Propor alterações ao Regimento. nos termos do artigo 61.º;

f) Apresentar moções de censura ao Governo;


CAPÍTULO II
GRUPOS PARLAMENTARES g) Apresentar moção de rejeição ao Programa do
Governo;
ARTIGO 16.º
h) Ser informado regular e directamente pelo
Constituição Governo sobre o andamento dos principais as-
sunto de interesse público, nos termos acorda-
1. Cinco ou mais deputados eleitos por cada par-
dos entre este e o grupo parlamentar interes-
tido ou coligação de partidos podem construir-se em sado;
Grupos Parlamentares.
i) Promover por meio da interpelação ao Governo
2. A constituição de cada grupo parlamentar efec- a abertura de debates sobre assuntos de po-
tua-se mediante comunicação dirigida ao Presidente lítica geral.
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2. Cada grupo parlamentar tem direito a dispor de sucessivamente, pelo Primeiro Vice-presidente e
local de trabalho na sede da Assembleia, bem como segundo Vice-Presidente.
de pessoal técnico e administrativo da sua con-
fiança, no termos que a lei determinar. 2. Em caso de vacatura por renúncia, impedimen-
to definitivo ou morte, proceder-se-á à eleição do
3. Os direitos, regalias e privilégios dos presi- novo Presidente, conforme o estabelecido no artigo
dentes dos Grupos Parlamentares são fixados em 21.º, no prazo de trinta dias.
diploma próprio.
3. A renúncia faz-se mediante comunicação à
ORGANIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA NACIONAL
Assembleia Nacional Popular e só produz eleitos
POPULAR depois da publicação no Boletim Oficial.
CAPÍTULO I
ARTIGO 24.º
PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA
Competência
ARTIGO 20.º
1. Compete ao Presidente da Assembleia Na-
Presidente da Assembleia Nacional Popular
cional Popular:
1. O Presidente representa a Assembleia Na-
cional Popular, dirige e coordena os seus trabalhos a) Representar a Assembleia e presidir às reu-
e goza de autoridade sobre todos os funcionários e niões plenárias e à Mesa;
forças de segurança postos ao serviço da Assem-
bleia. b) Convocar as sessões legislativas, declarar
abertura e encerramento das mesmas e dirigir
2. O Presidente da Assembleia Nacional Popular os debates do Plenário;
substitui o Presidente da República, nos termos do
artigo 71.º da Constituição. c) Submeter ao Plenário a proposta da "Ordem
do dia" aprovada pela Comissão Permanente.
3. O Presidente da Assembleia Nacional Popular
tem as honras que lhes são conferidas em diploma d) Conceder a palavra aos Deputados e aos
especial. membros do Governo, assegurar a ordem dos
ARTIGO 21.º debates, podendo neles intervir. Neste caso,
abandona a Presidência da Mesa e será subs-
Eleições tituído, nos termos do Regimento. Findo o de-
1. O Candidato a Presidente da A ssembleia Na- bate, reassume a Presidência da Mesa. Em
cional Popular é proposto pelo partido vencedor das relação à votação, proceder-se-á da mesma
eleições. forma com as necessárias adaptações;
2. A candidatura é apresentada ao Presidente e) Manter a ordem e a disciplina, bem como ga-
cessante ou seu substituto até dois dias da data rantir as condições de segurança da Assem-
marcada para a eleição. bleia, tanto durante as sessões legislativas,
3. A eleição do presidente da Assembleia Na- como no intervalo das mesma;
cional Popular far-se-á por escrutínio secreto, de- f) Interromper o Deputado que se desviar da
vendo ser eleito o candidato com o voto favorável da questão em discussão inscrita na "Ordem do
maioria absoluta dos Deputados que constituem a Dia" ou faltar à consideração devida à Assem-
Assembleia Nacional Popular. bleia, demais organismos públicos ou seus
membros, advertindo-o e, em caso de insistên-
4. Na falta de eleição do candidato proposto,
cia, retirar-lhe palavra;
cabe ao partido proponente apresentar sucessiva-
mente o novo candidato. g) Dar oportunamente à Assembleia conhecimen-
to das mensagens, informações, explicações e
ARTIGO 22.º convites que lhe forem dirigidas, bem como
Mandato das exposições e reclamações a que entender
dar seguimento;
O Presidente da Assembleia é eleito para o perío-
do da duração da legislatura. h) Admitir ou rejeitar os processos e as pro-
postas-de-lei ou de resolução, os projectos de
ARTIGO 23.º deliberação e os requerimentos apresentados
Substituição pelos Deputados, sem prejuízo, em caso de
rejeição, do direito de recurso ao Plenário, a
1. O Presidente da Assembleia Nacional Popular exercer no prazo de um mês a contar da noti-
é substituído nas suas faltas ou impedimentos, ficação da decisão de rejeição;
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i) Submeter a discussão e votação a matéria blica e ao Primeiro-Ministro os resultados das


admitida e anunciar o resultado da votação; votações sobre moções de rejeição do progra-
ma do governo, bem como sobre mo-ções de
j) Dirigir superiormente e coordenar os trabalhos confiança e de censura ao Governo;
das comissões criadas pela Assembleia e sub-
meter à sua apreciação os textos dos projec- h) Marcar, em concertação e de acordo com o
tos-de-lei ou propostas-de-lei e dos tratados; Governo, no decurso da mesma sessão legis-
lativa, as reuniões plenárias em que os seus
k) Determinar a publicação no Boletim Oficial das membros estarão presentes para responder
matérias aprovadas pela Assembleia, dos às perguntas e pedidos de esclarecimento dos
actos do Presidente, da Mesa e da Assem- Deputados, formulados oralmente ou por
bleia; escrito.
l) Assinar os documentos expedidos em nome da ARTIGO 25.º
Assembleia;
Conferência dos representantes
m) Estabelecer as relações com o Governo e dos grupos parlamentares
demais órgãos de soberania e escolher dep-
utados, sempre que o julgue conveniente, para A conferência dos representantes dos grupos
diálogo com esse órgão; parlamentares é a reunião do Presidente da Assem-
bleia Nacional Popular com os Presidentes dos Gru-
n) Organizar e dirigir as relações internacionais pos parlamentares, ou seus substitutos, para apre-
da Assembleia; ciação dos assuntos previstos no Regimento, sem-
pre que o entender necessário para o regular fun-
o) Assegurar o cumprimento do Regimento e das
cionamento da Assembleia.
decisões da Assembleia Nacional Popular;
p) Presidir à Comissão Permanente, CAPÍTULO II
MESA
q) Receber e encaminhar para o Plenário todos
os recursos interpostos contra as suas deci- ARTIGO 26.º
sões e as da Mesa;
Composição
r) Todas as demais que lhe forem atribuídas pela
Constituição ou pela Assembleia. 1. A Mesa da Assembleia Nacional Popular é
constituída pelo Presidente, um Primeiro Vice-presi-
2. Compete ainda ao Presidente da Assembleia dente, um Segundo Vice-presidente, um Primeiro
Nacional Popular: Secretário e um Segundo Secretário.

a) Promover a criação de gabinetes de atendi- 2. Nas reuniões plenárias a Mesa é formada por
mento aos eleitores a funcionar na Assembleia três membros designadamente, Presidente da ANP,
Nacional Popular ou noutros locais, ouvida a Primeiro e Segundo Secretários.
conferência de líderes;
3. Na falta do Primeiro Secretário, este é substi-
b) Promover a constituição das comissões e velar tuído pelo segundo Secretário e, na falta deste, pelo
pelo cumprimento dos prazos que lhes forem Deputado que o Presidente designar.
fixados pela Assembleia;
ARTIGO 27.º
c) Julgar as justificações de faltas dos Deputados
às reuniões plenárias; Eleições
d) Definir os pedidos de substituição temporária, 1. As eleições dos Vice-presidentes e dos Se-
nos termos do artigo 6.º do Estatuto dos De- cretários da Mesa far-se-á por escrutínio secreto,
putados; considerando-se eleitos os candidatos que obtive-
e) Enviar ao Presidente da República, para rem o voto favorável da maioria absoluta dos
efeitos de promulgação, os Decretos da As- Deputados que constituem a Assembleia.
sembleia Nacional Popular;
2. Os lugares do Primeiro, Segundo Vice-presi-
f) Enviar ao presidente da República, para os dentes e do Primeiro Secretário são atribuídos aos
efeitos de ratificação, os tratados internacio- partidos, de acordo com a sua representatividade na
nais aprovados pela Assembleia; Assembleia.

g) Comunicar para os efeitos previstos no artigo 3. O Segundo Secretário é proposto pelo partido
104.º da Constituição, ao Presidente da Repú- com maior número de Deputados.
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4. Se algum dos deputados não tiver sido eleito, l) Estabelecer o regulamento da entrada e fre-
proceder-se de imediato, na mesma reunião, a novo quência das instalações pelo público;
sufrágio para o lugar que ele ocupar na lista.
m) Decidir as questões de interpretação e inte-
ARTIGO 28.º gração de lacunas do Regimento.
Mesa eleita
2. A Mesa pode delegar num dos Secretários a
A Mesa eleita assume imediatamente as suas superintendência dos serviços da Secretaria-Geral
funções, ficando, desde logo, dissolvida a Mesa pro- da Assembleia.
visória.
ARTIGO 31.º
ARTIGO 29.º
Vice-Presidentes
Mandato
Compete, em especial, aos vice-Presidentes:
1. Os Vice-Presidentes e os Secretários são
eleitos pelo período da duração da Legislatura. a) Substituir o Presidente da Assembleia, nos ter-
mos do artigo 23.º deste Regimento;
2. Os Vice-Presidentes e os Secretários podem
renunciar ao cargo mediante declaração escrita e b) Cumprir as funções que lhes forem delegadas
fundamentada, dirigida à Assembleia. pelo Presidente e as demais que lhes forem
atribuídas pela Assembleia, pelo Regimento e
3. No caso de renúncia, cessação ou suspensão pela Lei Orgânica.
do mandato de Deputado, a Assembleia procede à
ARTIGO 32.º
eleição de novo membro na sessão seguinte, nos
termos do artigo 27.º. Secretários

ARTIGO 30.º Compete aos Secretários o expediente da Mesa


Competência Geral da Mesa designadamente:

1. Compete à Mesa: a) Ordenar a matéria e submeter à votação;

a) Estabelecer o Projecto da "Ordem do Dia"; b) Comprovar a existência de quórum e registar o


resultado das votações;
b) Proceder à chamada dos deputados no início
de cada sessão; c) Efectuar as inscrições dos Deputados que pre-
tendem usar da palavra;
c) Apreciar a justificação de faltas dos deputados;
d) Proceder às leituras indispensáveis no decur-
d) Garantir as condições de dignidade, liberdade so das sessões;
e segurança indispensáveis aos trabalhos da e) Redigir ou promover a redacção, revisão, cor-
Assembleia Nacional Popular; recção e publicação das actas das sessões;
e) Dirigir todos os trabalhos e serviços adminis- f) Participar na contagem dos votos e tomar nota
trativos da Assembleia; das resoluções;

f) Estabelecer o plano de actividades da Assem- g) Cumprir as funções que lhes forem delegadas
bleia; pelo Presidente e as demais que forem atribuí-
g) Submeter à apreciação da Assembleia as das pela Assembleia, pelo Regimento e pela
Propostas-de-lei do governo; Lei Orgânica.

h) Orientar a gestão administrativa e financeira ARTIGO 33.º


da Assembleia nos termos da Lei Orgânica; Reuniões

i) Superintender o pessoal ao serviço da A Mesa reúne, ordinariamente, uma vez por se-
Assembleia; mana, em dias e hora préfixados e por convocatória
do seu Presidente e, extraordinariamente, por inicia-
j) Coadjuvar o presidente no exercício das suas tiva deste ou da maioria dos seus membros.
funções;
ARTIGO 34.º
k) Reunir-se periodicamente com os presidentes
Deliberações
das Comissões, para se inteirar do andamen-
to dos trabalhos e traçar as directrizes que jul- As deliberações da Mesa serão tomadas por con-
gar convenientes; senso ou, na sua falta, por maioria simples de votos.
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ARTIGO 35.º mentar pelo qual foi indicado, por solicitação deste,
Subsistência da Mesa ou que exceda o número de faltas às respectivas
reuniões previsto no Estatuto dos Deputados.
Após a proclamação dos resultados eleitorais, a
Mesa mantém-se em funções até à abertura da 2. Compete aos Presidentes das Comissões jul-
primeira sessão da nova Legislatura. gar as justificações das faltas dos seus membros.
ARTIGO 36.º 3. O Grupo Parlamentar a que o Deputado per-
Direito e Regalias tence pode promover a sua substituição na Comis-
são a todo tempo.
Os direitos e regalias e privilégios dos membros
da mesa da Assembleia Nacional Popular são fixa- ARTIGO 40.º
dos em diploma próprio. Mesa
CAPITULO III 1. Cada comissão tem a sua Mesa, constituída
COMISSÕES por um Presidente e um Secretário, eleitos por sufrá-
gio uninominal, na primeira reunião da Comissão
ARTIGO 37.º
que é convocada e dirigida pelo Presidente da
Constituição das Comissões Assembleia Nacional Popular ou seu substituto.
1. As comissões são constituídas de acordo com 2. A eleição do Presidente da Mesa obedece ao
a representatividade dos partidos ou Grupos Par- disposto n.º 2 do artigo 37.º.
lamentares na Assembleia.
ARTIGO 41.º
2. As presidências das comissões são repartidas
pelos Grupos Parlamentares em proporção com o Reuniões
número dos seus Deputados. 1. Precedendo a autorização do Presidente da
3. A escolha das presidências das comissões é ANP, as Comissões podem funcionar durante as
feita por ordem de prioridade, a começar pelo maior reuniões do Plenário, devendo porém, obrigatoria-
Grupo Parlamentar. mente, interromper os seus trabalhos, a fim de que
os seus membros possam exercer o seu direito de
4. Compete à Assembleia, sob proposta do Pre-
voto no Plenário.
sidente e ouvida a Conferência, deliberar sobre o
número de membros de cada comissão eventual, a 2. As reuniões das Comissões não são públicas.
sua distribuição pelos diversos partidos ou Grupos
Parlamentares. 3. Qualquer deputado pode assistir às reuniões
das Comissões, desde que seja previamente auto-
5. O Presidente de uma comissão especializada rizado pelo respectivo Presidente.
permanente ou de uma comissão Ad-Hoc e o seu
respectivo Vice-presidente bem como a represen- ARTIGO 42.º
tação da Assembleia Nacional no exterior devem ter Deliberações
experiência reconhecida.
1. As Comissões só podem deliberar validamente
ARTIGO 38.º estando presente a maioria dos seus membros.
Indicações dos membros de comissões
2. As deliberações são tomadas por maioria sim-
1. Compete aos grupos parlamentares, ou aos ples de votos.
partidos, indicar os Deputados para as Comissões, 3. Das reuniões das comissões lavrar-se-ão
no prazo fixado pelo Presidente. actas que são assinadas por todos os presentes.
2. Nenhum Deputado pode pertencer a mais de ARTIGO 43.º
duas Comissões Especializadas Permanentes.
Apoio Técnico
3. Os membros das comissões podem fazer-se
substituir temporariamente por outros Deputados do 1. Para o bom desempenho das suas funções, as
mesmo Grupo Parlamentar. Comissões podem pedir a colaboração de cidadãos
de reconhecida capacidade técnica e idoneidade
ARTIGO 39.º cívica.

Exercício de Funções 2. Os técnicos e assessores são contratados


pelos Presidentes das Comissões, ouvidos os
1. Perde a qualidade de membro da Comissão, o demais membros da Comissão, mediante prévia
Deputado que deixe de pertencer ao Grupo Parla- autorização do Presidente da Assembleia.
16 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4
3. As Comissões podem solicitar informações aos d) Elaborar e aprovar o seu regulamento.
Ministérios e demais organismos públicos acerca
dos assuntos da Administração Pública. ARTIGO 46.º
Comissões Eventuais
ARTIGO 44.º.
1. A Assembleia pode constituir comissões even-
Comissões Especializadas Permanentes
tuais para realizar tarefas específicas e que se dis-
1. As comissões especializadas permanentes são solvem uma vez realizadas as mesmas.
grupos de trabalho especializados em razão da ma-
téria e que têm como função preparar as questões a 2. A iniciativa de constituição de comissões even-
submeter à apreciação do Plenário. tuais pode ser exercida por um mínimo de cinco de-
putados.
2. As Comissões Especializadas Permanentes
são compostas por cinco Deputados, nos termos do ARTIGO 47.º
artigo 37.º do presente Regimento. Comissões Permanentes
3.São constituídas as seguintes Comissões Es-
1. Entre as sessões legislativas e durante o perío-
pecializadas Permanentes:
do em que a Assembleia Nacional Popular se encon-
a) Assuntos Jurídicos, Constitucionais, Direitos tre dissolvida, funciona a Comissão Permanente da
do Homem e Administração Pública; Assembleia Nacional Popular.

b) Administração Interna, Poder Local e Defesa 2. A Comissão Permanente é presidida pelo


Nacional; Presidente da Assembleia Nacional Popular e é
composta pelos Vice-presidentes e por doze Depu-
c) Política Externa, Cooperação Internacional e
tados indicados pelos partidos, de acordo com a sua
Emigração;
representatividade na Assembleia.
d) Assuntos Económicos, Financeiros, Plano, Co-
mércio e Indústria; 3. A Comissão Permanente responde e presta
contas de todas as suas actividades perante a
e) Agricultura, Pescas, Recursos Naturais, Am- Assembleia Nacional Popular.
biente e Turismo;
4. Aplica-se à Comissão Permanente os preceitos
f) Saúde, Assuntos Sociais, Educação, Cultura, dos artigos 37.º, 38.º e 39.º do presente Regimento.
Desporto e Comunicação Social;
ARTIGO 48.º
g) Obras Públicas, Habitação, Transportes, Ener-
gia, Ciência e Tecnologia; Competência.

h) Mulher e Criança; Compete à Comissão Permanente:

i) Ética Parlamentar. a) Acompanhar as actividades do Governo e da


Administração;
ARTIGO 45.º
b) Exercer os poderes da Assembleia Nacional
Competências Popular relativamente aos mandatos dos
Compete às comissões Especializadas Perma- Deputados;
nentes: c) Promover a convocação da Assembleia Na-
a) Pronunciar-se sobre todas as questões sub- cional Popular sempre que tal se afigure
metidas à sua apreciação pelos Deputados, necessário;
pela Mesa ou pelo Plenário dentro da sua d) Preparar a abertura das sessões;
Competência;
e) Pronunciar-se sobre a declaração do estado
b) Realizar estudos e fornecer à Assembleia e à de sítio e de emergência;
Mesa elementos que permitem a apreciação e
o controlo dos actos do Governo e de enti- f) Decidir as reclamações sobre inexactidões dos
dades públicas; textos de redacção final dos Decretos e reso-
luções da Assembleia;
c) Verificar o cumprimento pelo Governo e pela
Administração Pública das leis e resoluções g) Designar representações e deputações, de
da Assembleia podendo sugerir a esta as acordo com os princípios estabelecidos nos
medidas julgadas convenientes; artigos 37.º e 38.º;
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h) Aprovar propostas da Ordem do Dia. 5. A deliberação referida no número anterior deve


mencionar os deputados únicos representantes de
ARTIGO 49.º
um partido que integram os grupos de amizade.
Grupos de amizade 6. A indicação dos deputados de grupo de ami-
zade compete aos respectivos grupos parlamen-
1. Os grupos de amizade são organismos da As-
tares e deve ser efectuada no prazo fixado pelo
sembleia Nacional Popular, vocacionados para o
presidente da Assembleia Nacional Popular.
diálogo e a cooperação com os parlamentos dos
países amigos da Guiné-Bissau. ARTIGO 51.º

2. Os grupos de amizade promovem as acções Elenco dos grupos de amizade


necessárias à intensificação das relações com o 1. O elenco dos grupos de amizade é fixado no
parlamento e os parlamentares de outros Estados, início da Legislatura por deliberação do Plenário,
designadamente: sob proposta do Presidente da Assembleia Nacional
Popular.
a) Intercâmbio geral de conhecimento e expe-
2. Quando tal se justifique, o Plenário delibera,
riências;
igualmente sob proposta do Presidente da Assem-
b) Estudo das relações bilaterais e do seu en- bleia Nacional Popular, ouvidos os líderes das dife-
rentes bancadas parlamentares, a criação de outros
quadramento nas alianças e instituições em
grupos de amizade.
que ambos os estados participam;
ARTIGO 52.º
c) Divulgação e promoção dos interesses e objec-
Poderes dos grupos de amizade
tivos comuns, nos domínios político, económi-
co, social e cultural; Os grupos de amizade podem, designadamente:

d) Troca de informações e consultas mútuas a) Realizar reuniões com os grupos seus homó-
logos, numa base de intercâmbio e de recipro-
tendo em vista a eventual articulação de
cidade;
posições em organismos internacionais de
natureza inter parlamentar, sem prejuízo da b) Relacionar-se com outras entidades que visem
plena autonomia de cada grupo nacional; a aproximação entre os Estados e entre os
povos a que dizem respeito, apoiando iniciati-
e) Reflexão conjunta sobre problemas envolven- vas e realizando acções conjuntas ou outras
do os dois Estados e os seus nacionais e formas de cooperação,
busca de soluções que relevam da competên- c) Convidar à participação, nas suas reuniões ou
cia legislativa de cada um; nas actividades que promovem ou apoiem,
membros do corpo diplomático, represen-
f) Valorização do papel histórico e actual das tantes de organizações internacionais, peritos
comunidades de emigrantes respectivos, por- e outras entidades cuja contribuição consid-
ventura existentes. erem relevante para a prossecução dos seus
ARTIGO 50.º fins próprios.

Composição dos grupos de amizade ARTIGO 53.º


Disposições gerais sobre grupos de amizade
1. A composição dos grupos de amizade deve
reflectir a composição da Assembleia Nacional Po- A Assembleia Nacional Popular define, através
pular. de resolução, as restantes matérias relativas aos
grupos de amizade, nomeadamente a organização,
2. As presidências e vice-presidências são, no o funcionamento e o apoio, bem como o programa,
conjunto, repartidas pelos grupos parlamentares em o orçamento e o relatório de actividades.
proporção do número dos seus deputados.
FUNCIONAMENTO DA ASSEMBLEIA NACIONAL
3. Para efeitos do número anterior, e sem prejuí- POPULAR
zo do princípio da proporcionalidade, os grupos par-
lamentares escolhem as presidências que lhes cai- CAPÍTULO I
bam, por ordem de prioridade, a começar pelo maio- DISPOSIÇÕES GERAIS
ritário.
ARTIGO 54.º
4. O número de membros de cada grupo de Duração da Legislatura
amizade e a sua distribuição pelos diversos grupos
parlamentares são fixados, por deliberação da As- Cada legislatura tem a duração de quatro anos e
sembleia Nacional Popular, sob proposta do inicia-se com a proclamação dos resultados elei-
Presidente, ouvida cada bancada. torais.
18 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

ARTIGO 55. º ARTIGO 59.º


Modo de funcionamento Verificação da presença dos Deputados

A Assembleia Nacional Popular funciona em Proceder-se-á à chamada dos Deputados no iní-


sessões plenárias, em Comissões e, no intervalo cio de cada sessão e em qualquer outro momento
das sessões, através da Comissão Permanente. que o Presidente achar conveniente.

ARTIGO 56.º ARTIGO 60.º

Reuniões Quórurn
A Assembleia só pode funcionar em Plenário es-
1. A Assembleia Nacional Popular reúne-se qua-
tando presente a maioria absoluta dos Deputados
tro vezes por ano, em sessões ordinárias que têm a
que a constituem.
duração de 30 dias úteis.
ARTIGO 61.º
2. As sessões têm início nos meses de Novem-
bro, Fevereiro, Maio e Junho. Proibição da presença de pessoas estranhas
Durante o funcionamento da sessão não é permi-
3. A Assembleia Nacional Popular reúne-se ex- tida, salvo em situações excepcionais, a presença
traordinariamente, por iniciativa do Presidente da ou a circulação no local reservado aos Deputados
República, da maioria dos Deputados, do Governo e de pessoas estranhas à Assembleia.
da sua Comissão Permanente. ARTIGO 62.º
ARTIGO 57.º Convocação de reuniões Plenárias
Trabalhos Parlamentares As reuniões plenárias devem ser convocadas
pelo Presidente com a antecedência mínima de
São considerados trabalhos Parlamentares. no-
cinco dias.
meadamente:
ARTIGO 63.º
a) As reuniões do Plenário;
Fixação e anúncio da "Ordem do Dia"
b) As reuniões da Comissão Permanente;
1. A "Ordem do Dia" é fixada pela Comissão per-
c) As Reuniões da Mesa da ANP; manente sob proposta do Presidente, e distribuída
aos Grupos Parlamentares em folhas avulsas com
d) As Reuniões do Conselho de Administração; dez dias de antecedência.

e) As conferências de representantes dos Gru- 2- Das deliberações da Comissão Permanente


pos Parlamentares; que fixem a "Ordem do Dia" cabe recurso para o
Plenário, que delibera em definitivo.
f) As reuniões das Comissões Parlamentares;
ARTIGO 64.º
g) As missões de contacto com o eleitorado; Garantia da estabilidade da "Ordem do Dia"
h) A participação dos Deputados em reuniões de As matérias inscritas, na Ordem do Dia fixada
organizações internacionais; pelo Plenário não podem ser preteridas, salvo nos
i) As reuniões dos Grupos Parlamentares e as casos expressamente previstos no Regimento, ou
respectivas jornadas parlamentares de estu- por deliberação unânime do Plenário.
do;
ARTIGO 65.º
j) Elaboração de relatórios; Período de Antes da "Ordem do Dia"

k) As demais reuniões convocadas pelo Presi- 1. Há, em cada reunião Plenária, um período de
dente da ANP. "Antes da Ordem do Dia" destinado:

ARTIGO 58.º a) A menção, síntese ou leitura da correspondên-


cia recebida ou expedida, de relevante inter-
Período de funcionamento das Comissões
esse para a Assembleia;
O período normal de funcionamento das Comis- b) A menção ou leitura dos pedidos de informação
sões da Assembleia Nacional Popular decorre de 1 dirigidos, por escrito, pelos Deputados ao
de Outubro a 31 de Julho do ano seguinte, havendo Governo aos órgãos de qualquer entidade pú-
uma interrupção de 1 de Agosto a 30 de Setembro. blica, assim como das respectivas respostas;
25 DE JANEIRO DE 2010 19

c) A leitura das perguntas dirigidas, por escrito, sidente da Mesa até ao início da respectiva sessão
pelos Deputados ao Governo; Plenária.

d) A menção, ou leitura de mensagens, expo- ARTIGO 67.º


sições e reclamações dirigidas à Assembleia; Período de "Antes da Ordem do Dia"
e) A menção dos relatórios apresentados pelos O Período de "Antes da Ordem do Dia" tem por
Deputados, pelas Comissões e pelas delega- objectivo o exercício das competências constitu-
ções e representações da Assembleia; cionais da Assembleia Nacional Popular.
f) A menção dos requerimentos, Projectos e ARTIGO 68.º
Propostas-de-lei, moção de resolução, que te-
Debates de urgência
nham sido apresentados ao Presidente da As-
sembleia, pelos Deputados ou pelo Governo; 1. A Mesa, os Grupos Parlamentares, e os que
sejam únicos representantes de um partido, e tam-
g) Ao anúncio dos despachos do Presidente e
bém o Governo, podem requerer ao Presidente da
das deliberações da Mesa, assim como qual-
Assembleia Nacional Popular a realização de de-
quer ocorrência relevante para a Assembleia; bates de urgência.
h) A emissão de votos de congratulação, sau-
2. A urgência pode ser requerida sempre que e
dação, protesto ou pesar, propostos pela Mesa quando:
ou algum Deputado;
a) Se pretender tratar de matéria que envolva a
i) As declarações políticas e considerações gerais
defesa da ordem democrática e das liberdades
sobre a vida nacional, nomeadamente para fundamentais;
chamar a atenção do governo sobre assuntos
de interesse geral, comentar e pedir esclare- b) Se trate de providências destinadas a atender
cimentos sobre a execução de serviços públi- a calamidade pública;
cos e acontecimentos de natureza política e c) Se pretenda, fundamentalmente, a apreciação
social. urgente de uma matéria na mesma sessão;
2. O período de "Antes da Ordem do Dia" tem a d) Se vise a prorrogação de prazos legais prestes
duração máxima de uma hora, sendo improrrogável, a findarem, ou a votação ou alteração de um
salvo se houver lugar a declarações políticas, caso Projecto ou Proposta-de-lei, acordo ou tratado,
em que pode ser prolongado até trinta minutos. para aplicação imediata ou em data próxima.
3. As direcções dos Grupos Parlamentares 3. O requerimento de debate de urgência admiti-
podem proceder à inscrição dos Deputados das do pelo Presidente é apreciado pela Conferência de
respectivas bancadas para efeitos de uso da palavra representantes dos Grupos Parlamentares, tendo
no Período de "Antes da Ordem do Dia". em conta:
4. O Presidente pode regular o tempo de inter- a) A justificação dos motivos e da sua oportu-
venção dos Deputados, bem como o das respecti- nidade;
vas respostas, em função do número das inscrições.
b) A relevância dos factos/situações que respei-
5. Excepcionalmente, não há Período de "Antes tem ao pedido;
da Ordem do Dia" sempre que a maioria absoluta
dos presentes votarem favoravelmente nesse senti- c) Ao enquadramento legal e doutrinário do tema.
do.
4. Aprovado o requerimento de debate de urgên-
ARTIGO 66.º cia pela Conferência é distribuída a matéria em fo-
Declarações políticas lhas avulsas aos Grupos Parlamentares e às Co-
missões competentes. A matéria é apresentada ao
1. A cada Grupo Parlamentar e em cada sessão Plenário para discussão, no dia parlamentar imedia-
legislativa é conferido o direito de proferir duas de- to, ocupando o primeiro lugar na "Ordem do Dia".
clarações políticas no Período de "Antes da Ordem
do Dia" e com prioridade absoluta sobre as estantes 5. Excepcionalmente, ainda que iniciada a reu-
intervenções. nião Plenária em que for apresentado o requerimen-
to de debate de urgência, a matéria pode ser incluí-
2. Os Grupos Parlamentares que pretendam pro- da na "Ordem do Dia" para discussão e votação ime-
ferir declarações políticas devem informar o Pre- diata, desde de que verse sobre aspectos de rele-
20 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

vante e inadiável interesse nacional e seja apresen- a) Hora de abertura e de encerramento, nomes
tado a requerimento da' maioria absoluta dos De- do Presidente, dos restantes membros da Me-
putados ou de Líderes Parlamentares que repre- sa e dos Deputados presentes no início da
sentam esse número. reunião, dos que entrarem no seu decurso ou
faltaram;
6. O requerimento de debate de urgência só pode
ser submetido a deliberação do Plenário se for su- b) Reprodução de todas as declarações e inter-
bscrito: venções produzidas pelo Presidente, membro
do Governo ou outros intervenientes na reu-
a) Pela Mesa da ANP; nião;
b) Por um ou mais Grupos Parlamentares; c) Relato dos eventuais incidentes que ocor-
c) Por um terço dos Deputados ou Lídere que rerem;
representem esse número; d) Designação das matérias indicadas ou fixadas
d) Por dois terços, dos Membros, da Comissão para as reuniões seguintes.
competente em razão da matéria. 2. Elaborada a acta, esta é assinada e distribuída
ARTIGO 69.º a cada Grupo Parlamentar.
Interrupção da reunião 3. A acta é assinada pelo Presidente da Assem-
bleia e pelos Secretários e publicada no Boletim
1. A reunião plenária só pode ser interrompida:
Informativo da Assembleia Nacional Popular.
a) Quando o Presidente tiver a necessidade de ARTIGO 73.º
fazer alguma comunicação urgente;
Reclamações
b) O requerimento dos Grupos Parlamentares
para efeitos de concertação. 1. Qualquer Deputado pode, até à publicação no
Boletim Informativo, reclamar as inexactidões das
2. A Interrupção a que se refere a alínea b) do actas.
número anterior, se deliberada, não pode exceder
trinta minutos. 2. A reclamação a que se refere o número anteri-
or deve ser apresentada, sob requerimento, à Mesa
ARTIGO 70.º da ANP no prazo de 15 dias, a contar da recepção
Convite a individualidades do texto pelo Grupo Parlamentar.

1. O Presidente pode, a título excepcional, ouvida 3. Compete à Mesa, com base nas informações
a Conferência, convidar individualidades nacionais e dos serviços competentes pronunciar-se sobre as
estrangeiras a tomar lugar na sala e a usar da reclamações no prazo de 5 dias contados a partir da
palavra. data da recepção desta.
ARTIGO 74.º
2. A interpelação dos Membros do Governo pela
Assembleia Nacional Popular sobre assuntos de sua Gravações das reuniões
competência, deve ser dirigida ao Primeiro-Ministro, As gravações de cada reunião Plenária podem
com a antecedência mínima de 5 dias. ser eliminadas 60 dias após a publicação da acta
correspondente.
ARTIGO 71.º
ARTIGO 75.º
Carácter público das Reuniões Plenárias
Retransmissão dos debates parlamentares
1. As reuniões Plenárias da ANP são públicas,
todavia a Assembleia pode funcionar à porta fecha- 1. Durante as Sessões, os serviços da Rádio e
Televisão Nacionais asseguram um magazine parla-
da por decisão do Plenário sob proposta da Mesa
mentar destinado a:
sempre que as circunstâncias assim o exijam.
a) Uma cobertura integral das reuniões da sessão
ARTIGO 72.º
consagrada ao Programa do Governo e Or-
Actas das Sessões çamento Geral do Estado;

1. Em cada reunião é lavrada uma acta, da qual b) Não menos de 15 minutos, diários, para as de-
deve constar o relato fiei e completo de tudo quanto mais reuniões da Sessão, consagradas a ou-
nela ocorrer, nomeadamente: tros trabalhos do Plenário.
25 DE JANEIRO DE 2009 21

2. A retransmissão dos debates parlamentares a) Apresentar propostas-de-lei e de resolução,


efectuar-se-á na base dum tratamento equilibrado propostas de alteração e de moções;
da informação, de acordo com as regras deontológ-
icas aplicáveis à profissão jornalística. b) Participar nos debates;
3. Um relatório à Mesa da Assembleia Nacional c) Responder as perguntas de Deputados sobre
Popular deve ser fornecido por uma Comissão da
quaisquer actos do Governo ou Administração
Comunicação Social criada para o efeito sobre o
cumprimento do previsto nos números procedentes Pública;
e deve conter as modalidades e a qualidade da d) Formular ou responder a pedidos de esclare-
retransmissão dos debates elaborados periodica-
cimento;
mente.
ARTIGO 76.º e) Reagir contra ofensas à honra ou conside-
rações,
Uso de palavra pelos Deputados
ARTIGO 78.º
1. O Deputado que deseje intervir no debate deve
pedir previamente a palavra para: Fim do uso da palavra
a) Tratar dos assuntos de "Antes da Ordem do 1. Quem solicitar a palavra deve declarar para
Dia; que fim a pretende, não podendo usá-la para fim
b) Apresentar projecto-leis, de resolução, moção diverso daquele para que lhe foi concedido.
ou de deliberação;
2. Quando o orador se afaste da finalidade para
c) Exercer o direito de defesa, nomeadamente, que lhe foi concedida a palavra é advertido pelo
nos casos previstos nos artigos 8.º e 13.º. Presidente, que pode retirar-lha se o orador persistir
d) Participar nos debates; na sua atitude.
e) Fazer perguntas ao Governo sobre actos deste ARTIGO 79.º
ou da Administração Pública; Uso da palavra para apresentação de projectos
f) Invocar o Regimento ou interpelar a Mesa; e propostas
g) Fazer requerimentos; O uso da palavra para apresentação de projectos
h) Reagir contra ofensas à honra ou conside- ou propostas limita-se à indicação sucinta do
ração; respectivo objecto e razão de ser.
i) Interpor recursos; ARTIGO 80.º
j) Apresentar reclamações, protestos e con- Uso da palavra para participar nos debates
traprotestos;
Para participar nos debates sobres questões da
k) Formular declamações de voto; "Ordem do Dia", quer na generalidade, quer na es-
l) Pedir ou dar explicações e esclarecimentos. pecialidade, cada Deputado pode inscrever-se as
vezes que entender, sem prejuízo do disposto no
2. A palavra é concedida pela ordem das inscri-
ções, mas o presidente procede de modo a que não artigo seguinte.
intervenham seguidamente, riavendo outras inscri- ARTIGO 81.º
ções, Deputados do mesmo Grupo Parlamentar ou
membros do Governo. Uso da palavra para explicações
e esclarecimentos
3. As reclamações relativas à "Ordem do Dia" e
sobre questões de processo devem ser tratadas pri- 1. Para pedir ou dar explicações, o Deputado
oritariamente suspendendo sempre a ordem da pode pedir a palavra quando ocorrer qualquer cir-
inscrição. cunstância que o justifique.
4. É autorizada, a todo o tempo, a troca na ordem 2. Para pedir ou dar esclarecimento, a palavra
de inscrição entre dois oradores, depois de obtida a
limita-se à formulação sucinta de perguntas ou
anuência destes.
respostas sobre a matéria em dúvida referida pelo
ARTIGO 77.º orador que tiver acabado de intervir.
Uso da palavra pelos membros do Governo
3. O pedido de explicações ou esclarecimentos
1. A palavra é concedida aos membros do Go- sobre a matéria da intervenção anterior, tem priori-
verno para: dade em relação à ordem das inscriçoes.
22 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

ARTIGO 82.º ARTIGO 86.º


Invocação do Regimento e perguntas à Mesa Modo de usar a palavra

1. O Deputado que tiver pedido a palavra para No uso da palavra, os oradores dirigem-se ao
invocar o Regimento indica a norma ou normas in- Presidente da Assembleia e devem manter-se de
fringidas e faz as considerações estritamente indis- pé.
pensáveis para o efeito.
ARTIGO 87.º
2. Os Deputados podem interpelar a Mesa quan- Proibição do uso da palavra no período
do tenham dúvidas sobre as decisões desta ou a da votação
orientação dos trabalhos.
Anunciado o início da votação, nenhum Deputado
ARTIGO 83.º
pode usar da palavra até à proclamação do resulta-
Requerimento (*) do, excepto para apresentar requerimentos respei-
tantes ao processo de votação.
1. Para efeitos do disposto no Regimento, consi-
deram-se requerimentos os pedidos dirigidos à CAPÍTULO VI
Mesa, por escrito ou oralmente, respeitantes ao pro- DELIBERAÇÕES E VOTAÇÕES
cesso de apresentação, discussão e votação de
qualquer matéria ou ainda ao funcionamento da ARTIGO 88.º
reunião da sessão ou das Comissões. Deliberações

2. Os requerimentos escritos são imediatamente 1. As deliberações da Assembleia Nacional Po-


anunciados pela Mesa e distribuídos, em folhas pular são tomadas por maioria absoluta de votos dos
avulsas, aos Grupos Parlamentares e aos Deputa- Deputados que constituem a Assembleia, salvo nos
dos não integrados em Grupos Parlamentares. casos previstos na Constituição e neste Regimento.

3. Admitido o requerimento, nos termos da alínea 2. Não são tomadas deliberações no período de
h) do n.º 1 do artigo 24.º este é imediatamente vota- "Antes da Ordem do Dia", salvo as exepções previs-
do sem discussão. tas na alínea h) do n.º 1 do artigo 60.º e no n.º 6 do
ARTIGO 84.º artigo 63.º.

Recursos 3. As deliberações sobre matéria de funciona-


mento da Assembleia e de interpretação do Re-
1. Qualquer Deputado pode recorrer das deci- gimento são tomadas por maioria simples de votos.
sões do Presidente ou da Mesa.
4. As abstenções não contam para o apuramento
2. O Deputado que tiver recorrido pode usar da de maioria.
palavra para fundamentar e, no caso de ser apre-
sentado por mais de um Deputado, pode intervir na ARTIGO 89.º
fundamentação qualquer dos recorrentes, perten- Voto
çam ou não ao mesmo Grupo Parlamentar.
1. A cada Deputado corresponde um voto.
ARTIGO 85.º
2. Nenhum Deputado presente pode deixar de
Poderes do Presidente
votar, sem prejuízo do direito de abstenção.
O presidente pode, durante os debates, propor ao
Plenário: 3. O Presidente só exerce o direito de voto quan-
do assim o entender.
a) A limitação do tempo do uso da palavra por
4. Em caso algum é admitido o voto por procu-
parte dos Deputados;
ração ou correspondência.
b) A limitação do número das intervenções a favor ARTIGO 90.º
e contra qualquer proposta;
Formas de votações
c) O encerramento da lista de inscrições dos ora-
dores; 1. As votações realizam-se por uma das formas
seguintes:
d) O encerramento imediato dos debates;
a) Por escrutínio secreto;
e) A suspensão do debate de uma determinada
matéria. b) Por votação nominal;
25 DE JANEIRO DE 2010 23

c) Por votação ordinária. FORMAS DOS ACTOS E DO PROCESSO

2. Não são admitidas votações por aclamações CAPÍTULO I


nem em alternativa.
FORMAS DOS ACTOS
ARTIGO 91.º
ARTIGO 95.º
Escrutínio secreto
Formas dos actos da Assembleia
Fazem-se por escrutínio secreto, nomeadamente:
1. Revestem a forma de Lei Constitucional, os
a) As eleições;
actos previstos na alínea a) do n.º 1 do artigo 85.º da
b) As deliberações sobre a suspensão e perda do Constituição.
mandato do Deputado previstas no.º 2 do arti-
go 13.º. 2. Revestem a forma de Lei, designadamente os
actos previstos na primeira parte da alínea c), nas
ARTIGO 92.º
alíneas b), g), i) e n) do artigo 85.º e ainda as alíneas
Votação nominal a), b), c), d), e), f), g), h), i), j), k)', e 1) do artigo 86.º
da Constituição da República.
Realiza-se votação nominal, a requerimento de
um décimo dos Deputados, sobre as matérias se- 3. Revestem a forma de Lei Orgânica, os actos
guintes: previstos nas alíneas c) e f) do n.º 1 do artigo 86.º da
a) Segunda deliberação de leis ou resoluções Constituição.
sobre as quais o Presidente da República te-
4. Revestem a forma de Moção, os actos previs-
nha emitido veto.
tos nas alíneas d) e f) do n.º 1 do artigo 85.º da
b) Concessão de amnistia; Constituição.

c) Autorização e confirmação da declaração de 5. Revestem a forma de Resolução, os actos pre-


estado de sítio ou de estado de emergência; vistos nas alíneas g), h), i) e j) do n.º 1 do artigo 85.º
da Constituição.
d) Promoção de acção penal contra o Presidente
da República, nos termos do n. º 2 do artigo ARTIGO 96.º
72.º da Constituição.
Preâmbulo
ARTIGO 93.º
1. Quando se trata de lei, a forma do Preâmbulo
Votação ordinária a consagrar é a seguinte:
A votação ordinária, ou por levantados e senta- «A ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR DECRETA, NOS
dos, traduz-se em se perguntar sucessivamente, TERMOS DA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 85.º DA
quem vota a favor, contra e quem se abstém.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, O SEGUINTE:»
ARTIGO 94.º
Após o texto seguir-se-ão, por ordem, a menção
Empate na votação da data da aprovação, a injunção de publicação e a
assinatura do Presidente da Assembleia Nacional
1. Quando se verificar empate na votação, a
Popular.
questão a que diz respeito entra de novo em dis-
cussão. 2. No caso de Moção (ou Resolução) a forma do
2. Se o empate se tiver verificado em votação não preâmbulo é a seguinte:
precedida de discussão, por nenhum Deputado ter "A ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR VOTA, NOS TER-
pedido a palavra, tal votação é repetida na sessão MOS DA ALÍNEA F) DO N.º 1 DO ARTIGO 85.º DA CONSTI-
seguinte, mantendo-se a possibilidade de dis- TUIÇÃO DA REPÚBLICA (OU DO N.º 2 DO ARTIGO 91.º,
cussão. TRATANDO-SE DE RESOLUÇÃO), A SEGUINTE MOÇÃO (OU

3. O empate na segunda votação equivale à RESOLUÇÃO):"


rejeição.
Após o texto seguir-se-ão, por ordem, a menção
4. O empate sobre um requerimento equivale da data da aprovação, a injunção de publicação e a
sempre à rejeição. assinatura do Presidente da Assembleia Nacional
Popular.
24 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

ARTIGO 97.º b) Ser redigidos sob forma de artigo, eventual-


mente divididos em números e alíneas;
Forma dos actos do Presidente e da Mesa
da Assembleia c) Ter uma designação que traduza sintetica-
1. Os actos administrativos do Presidente da As- mente o seu objecto principal;
sembleia assumem a forma de Despacho.
d) Ser precedido de uma breve justificação ou
2. Os actos da Mesa da Assembleia Nacional Po- exposição de mófivos.
pular assumem a forma de Deliberação.
2. Não são admitidos os projectos e as propos-
CAPÍTULO II tas-de-lei que hajam preterido o disposto nas
FORMAS DE PROCESSO alíneas a) e b) do número anterior.

ARTIGO 98.º 3. A falta dos requisitos das alíneas c) e d) do


n.º 1 do presente artigo implica a necessidade de
Poder de iniciativa
suprimento no prazo que o Presidente fixar.
A iniciativa da lei compete aos Deputados e ao
ARTIGO 103.º
Governo.
Processo de apresentação
ARTIGO 99.º
Formas de iniciativa 1. Os projectos e as propostas-de-lei são entre-
gues à Mesa para efeito de admissão pelo presi-
1. A iniciativa originária da Lei assume a forma de dente.
projecto-de-lei quando exercida pelos Deputados e
de proposta-de-lei quando exercida pelo Governo. 2. No prazo de sete dias após a recepção, o
Presidente deve comunicar ao autor, ou ao primeiro
2. A iniciativa superveniente reveste a forma de
signatário do projecto ou da proposta-de-lei, da deci-
proposta de alteração, que pode ter a natureza de
são de admissão ou rejeição.
emenda, substituição, aditamento ou eliminação.
ARTIGO 100.º 3. Os projectos e as propostas-de-lei e as pro-
postas de alteração são registados e numerados
Exercício de iniciativa: pela ordem da sua apresentação.
I. Nenhum projecto-lei pôde ser subscrito por ARTIGO 104.º
menos de cinco Deputados.
Recurso
2. As propostas-de-lei são subscritas pelo Pri-
meiro-Ministro e Ministros competentes em razão da Até ao termo da reunião plenária subsequente,
matéria e devem conter a menção de que foram qualquer Deputado pode recorrer, por requerimento
aprovados em Conselho de Ministros. escrito e fundamentado, da decisão do Presidente.
ARTIGO 105.º
ARTIGO 101.º
Apresentação perante o Plenário
Limites de iniciativas
1. Admitido um projecto ou proposta-de-lei, o seu
Não são admitidos projectos e propostas-de-lei autor, ou um dos seus autores, tem direito de o apre-
ou propostas de alteração que: sentar perante o Plenário.
a) Infrinjam a Constituição ou os princípios nela
2. Feita a apresentação, o Presidente fixa um pe-
consignados;
ríodo para pedidos de esclarecimento, dando prefe-
b) Não definam concretamente o sentido das rência a Deputados que não pertençam ao partido
modificações a introduzir na ordem legislativa; do apresentante.
c) Envolvam, no ano económico em curso, au- ARTIGO 106.º
mento das despesas ou diminuição das re-
Apresentação em comissão
ceitas do Estado previstas no Orçamento.
1. Admitido qualquer projecto ou proposta-de-lei,
ARTIGO 102.º
o Presidente envia o seu texto à Comissão compe-
Requisitos formais dos projectos tente para apreciação.
e propostas-de-lei
2. A Comissão pronuncia-se, fundamentando
I. Os projectos e propostas-de-lei devem: devidamente o seu parecer, no prazo fixado pelo
Presidente da Assembleia, com o direito de recurso
a) Ser apresentados por escrito; do autor ou autores para o Plenário.
25 DE JANEIRO DE 2010 25

3. A Comissão pode pedir ao Presidente a prorro- pelo Plenário, e versa sobre disposição, numero e
gação do prazo, em requerimento fundamentado. alínea do projecto ou proposta-de-lei ou proposta de
alteração.
4. No caso de a Comissão não apresentar o pare-
cer no prazo inicial ou no da prorrogação, o projecto ARTIGO 110.º
ou proposta-de-lei são submetidos à discussão no Encerramento de debate
Plenário, independentemente do parecer.
1. O debate encerra-se quando já não houver
ARTIGO 107.º mais oradores inscritos ou quando for aprovado,
pela maioria dos Deputados presentes, requerimen-
Conhecimento prévio da matéria a discutir
to para que a matéria seja dada como suficiente-
1. Nenhum projecto, proposta-de-lei ou de res- mente discutida.
olução pode ser discutido sem ter sido distribuído 2. Não é admitido o requerimento referido no
em folhas avulsas aos Grupos Parlamentares, bem número anterior enquanto não tiverem usado da
como aos Deputados com antecedência mínima de palavra, se a pedirem, um Deputado por Grupo
cinco dias. Parlamentar.
3. Cabe ao Presidente da Assembleia declarar
2. O Disposto no número anterior não prejudica o
encerrado o debate e anunciar que se vai imediata-
consenso estabelecido na Conferência no sentido
mente passar a votação.
de a discussão em reunião plenária poder ter lugar
com dispensa daquele prazo. ARTIGO 111.º

ARTIGO 108.º Início da votação

Tempo de debate 1. Anunciado o início da votação, nenhum


Deputado pode usar da palavra até à proclamação
1. Para a discussão de cada projecto, proposta- do resultado, a não ser para apresentar requerimen-
de-lei ou de resolução e apreciação de decreto-lei to relativo ao processo de votação.
ou recursos é fixado na Conferência um tempo glob- 2. Qualquer declaração de voto só se faz depois
al, tendo em conta a sua natureza e importância. de proclamado o resultado da votação.
3. O Governo e o autor da iniciativa em debate ARTIGO 112.º
têm um tempo, de intervenção igual ao do maior
Votação na generalidade e na especialidade
Grupo Parlamentar.
1. A votação na generalidade far-se-á sobre cada
4. O uso da palavra para invocação do Regi- projecto ou proposta-de-lei ou, se a Assembleia
mento, perguntas à Mesa, requerimentos, recursos assim o deliberar, parte do projecto ou proposta.
e reacções contra ofensas à honra ou consideração
2. A votação na especialidade far-se-á sobre cada
não é considerado nos tempos atribuídos a cada artigo, número ou alínea.
Grupo Parlamentar.
ARTIGO 113.º
5. Na falta de fixação do tempo global referido no
n.º 1, observar-se-á o disposto no artigo 76.º e Ordem da votação
demais disposições reguladoras do uso da palavra e 1. A ordem da votação é a seguinte:
da votação.
a) Proposta de eliminação;
ARTIGO 109.º b) Proposta de substituição;
Discussão na generalidade e na especialidade c) Proposta de emenda;
d) Texto discutido, com as alterações eventual-
1. A discussão pode compreender dois debates-
mente aprovadas;
um na generalidade e outro na especialidade.
2. No caso de haver duas ou mais propostas de
2. Este tempo é distribuído proporcionalmente alteração da mesma natureza, são postas à votação
entre os grupos parlamentares, em função do pela ordem da sua apresentação.
respectivo número de Deputados.
ARTIGO 114.º
2. A discussão na generalidade versa sobre os
princípios e o sistema de dada projecto ou proposta- Votação final
de-lei.
Finda a discussão e a votação na especialidade e
3. A discussão na especialidade cabe à comissão aprovado o texto, este é enviado ao Plenário para
competente em razão da matéria, salvo a avocação votação final global na primeira ou segunda reunião
26 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

posterior à sua distribuição em folhas avulsas aos CAPÍTULO IV


Grupos Parlamentares. RATIFICAÇÃO DE DECRETOS-LEIS
ARTIGO 115.º ARTIGO 120.º
Redacção final Apreciação
A redacção final dos projectos e propostas-de-lei 1. Os Decretos-leis aprovados pelo Governo no
aprovados é confiada à Comissão competente, que uso da competência legislativa delegada são remeti-
não pode alterar a substância do diploma ou o pen- dos à Assembleia Nacional Popular para ratificação,
samento legislativo, competindo-lhe apenas aper- dispondo esta de um prazo de trinta dias para o efei-
feiçoar a técnica e o estilo jurídicos do texto, to, findo o qual o diploma é considerado ratificado.
ARTIGO 116.º 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior,
Promulgação dos decretos da Assembleia a ratificação dos DecretosLeis aprovados pelo Go-
verno pode ser requerida por dez Deputados, pelos
Os projectos e propostas-de-lei aprovados deno- Grupos Parlamentares ou pela Comissão Especia-
minam-se Decretos da Assembleia Nacional Popu- lizada Permanente competente em razão da ma-
lar e são enviados ao Presidente da República para téria.
promulgação.
3. O Presidente da Assembleia submete os
CAPÍTULO III Decretos-Leis à Comissão Especializada Perma-
AUTORIZAÇÕES DE DECLARAÇÃO nente competente em razão da matéria para pare-
cer.
DE ESTADO DE SÍTIO, DE EMERGÊNCIA,
DE GUERRA E FAZER A PAZ ARTIGO 121.º

ARTIGO 117.º Requerimento da ratificação


Reunião da Assembleia Os Deputados que, nos termos do n.º 2 do artigo
anterior, pretendam submeter à apreciação da
1. Tendo o Presidente da República solicitado au-
Assembleia qualquer Decreto do Governo, devem
torização à Assembleia Nacional Popular para a
indicar o número e a data da publicação, bem como
declaração do estado de sítio ou do estado de emer-
a lei da autorização legislativa.
gência nos termos do artigo 31.º e das alíneas v) e
u) do artigo 68.º ambos da Constituição, o Presi- ARTIGO 122.º
dente da Assembleia Nacional Popular convoca de
Debate na generalidade
imediato a Assembleia ou respectiva Comissão
Permanente, no caso de não ser possível a reunião O debate do Plenário é aberto por um dos subs-
imediata da Assembleia, para apreciação do pedido critores do requerimento de ratificação ou pela Me-
de autorização. sa, tratando-se de diplomas remetidos pelo Go-
verno.
2. Se a autorização para a declaração do estado
de sítio, do estado de emergência, de declarar guer- ARTIGO 123.º
ra e fazer a paz, for concedida pela Comissão Per-
manente da Assembleia, tem de ser ratificada pelo Votação na generalidade e na especialidade
Plenário logo que seja possível reuni-lo. 1. Há votação na generalidade, que incide sobre
3. A concessão de ratificação reveste a forma de a concessão ou rejeição, quando o requerente puser
Lei e, a sua recusa, a forma de Resolução. em causa o diploma no seu todo.

ARTIGO 118.º 2. Quando o objecto do requerimento respeitar a


uma parte do texto, a discussão inicia, na especiali-
Debate
dade, apenas sobre essa parte, podendo o Decreto
O pedido da autorização para declaração do es- ser aprovado com emendas
tado de sítio ou do estado de emergência, que tem
ARTIGO 124.º
por base a mensagem do Presidente da República,
é discutido na generalidade e na especialidade e Forma
têm direito a intervir prioritariamente no debate os A votação na generalidade assume a forma de
representantes do Governo. Resolução.
ARTIGO 119.º ARTIGO 125.º
Forma de autorização Ratificação ou recusa

A autorização reveste a forma de Lei quando con- 1. Se for recusada a ratificação, o Decreto deixa
cedida pelo Plenário da Assembleia e de Resolução de vigorar a partir da data em que for publicada a
quando concedida pela Comissão Permanente. Resolução no Boletim Oficial.
25 DE JANEIRO DE 2010 27

2. Se o Decreto for ratificado com emendas, estas postas de Lei do Plano Nacional de Desenvolvi-
entram em vigor a partir da data em que for publica- mento e o Orçamento Geral do Estado, referente ao
da no Boletim Oficial. ano económico seguinte.
CAPÍTULO V ARTIGO 131.º
APROVAÇÃO DE TRATADOS Processo
ARTIGO 126.º 1. Recebida qualquer das propostas, o Presiden-
Iniciativa te da Assembleia Nacional Popular ordena a sua
remissão à comissão competente em razão da ma-
1. Os tratados sujeitos à aprovação da Assem- téria, para efeitos de parecer, bem como a sua dis-
bleia Nacional Popular, nos termos da alínea h) do tribuição a todos os Grupos Parlamentares.
n.º 1 do artigo 85.º da Constituição são enviados
pelo Governo à Assembleia Nacional Popular. 2. A comissão referida no número anterior pode
marcar reuniões que julgue necessárias com a par-
2. O Presidente submete-os à apreciação da co- ticipação de membros do Governo.
missão competente em razão da matéria, para pare-
cer a ser dado em prazo pré-fixado. ARTIGO 132.º

3. Após a apreciação, a comissão competente Debates


deve enviar os textos à Mesa da Assembleia para a 1. O debate na generalidade é aberto e encerra-
apreciação pelo Plenário. do por uma exposição de um membro do Governo.
ARTIGO 127.º
2. Qualquer Deputado pode informar e pedir os
Discussão e votação esclarecimentos que julgue úteis para eventuais
intervenções sobre a matéria.
A discussão do tratado no Plenário deve ser feita
na generalidade e na especialidade, finda a qual se 3. O debate, na especialidade, das propostas-de-
procede à sua votação global. lei do Orçamento Geral do Estado deve ser organi-
ARTIGO 128.º zado de modo a discutir-se, sucessivamente, o Or-
çamento de cada Ministério, nele intervindo o res-
Forma pectivo membro do Governo.
1. A aprovação ou rejeição do tratado assume a ARTIGO 133.º
forma de Resolução.
Votação final global
2. A Resolução de aprovação do tratado contém
1. As propostas-de-lei do Plano Nacional de
o texto do tratado.
Desenvolvimento e do Orçamento Geral do Estado
3. Se o tratado for aprovado é enviado ao Presi- são objecto de votação final global.
dente da República para ratificação.
2. A proposta-de-lei do Orçamento Geral do
ARTIGO 129.º Estado deve ser votada até 31 de Dezembro.
Efeito da votação ARTIGO 134.º
1. Em caso de rejeição do tratado, é a respectiva Forma
resolução mandada publicar no Boletim Oficial, pelo
Presidente da Assembleia. 1. A deliberação de aprovação das propostas-de-
lei do Plano Nacional de Desenvolvimento e do Or-
2. Antes de ordenar a publicação, o Presidente da çamento Geral do Estado reveste a forma de Lei.
Assembleia Nacional Popular dá prévio conheci-
mento dessa rejeição ao Governo. 2. A deliberação de rejeição das propostas a que
se refere o número anterior, assume a forma de
CAPÍTULO VI Resolução.
PROCESSO DO PLANO, DO ORÇAMENTO ARTIGO 135.º
E DAS CONTAS PÚBLICAS
Conta Geral do Estado
ARTIGO 130.º`
1. O Governo remete à Assembleia Nacional Po-
Apresentação das propostas-de-lei
pular, até 31 de Março do ano seguinte àquele a que
O Governo deve enviar à Assembleia Nacional respeitam, a Conta Geral do Estado e toda a docu-
Popular, até 15 de Outubro de cada ano, as pro- mentação necessária à sua apreciação, designada-
28 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

mente o Relatório do Tribunal de Contas e os Rela- ARTIGO 141.º


tórios de Execução do Plano. Moção de Rejeição e de confiança
2. A Conta Geral do Estado e a respectiva docu- do Programado Governo
mentação são remetidas pelo Presidente à comis- 1. Até ao encerramento do debate pode qualquer
são competente em razão da matéria, para efeitos Grupo Parlamentar propor a moção de rejeição do
de parecer. Programa ou o Governo solicitar a aprovaçao de um
ARTIGO 136.º voto de confiança.

Contas de outras entidades públicas 2. Encerrado o debate, procede-se na mesma


reunião e após o intervalo, se requerido por qualquer
As disposições dos artigos anteriores são apli-
Grupo Parlamentar, à votação das moções de rejei-
cáveis, com as necessárias adaptações, à aprecia-
ção do Programa e de confiança.
ção das contas das demais entidades públicas que,
nos termos da lei, as devem submeter à Assembleia 3. A aprovação da rejeição do Programa do Go-
Nacional Popular. verno, bem como de moção de confiança exigem
ARTIGO 137.º maioria absoluta dos Deputados em efectividade de
funções.
Publicação
4. A aprovação da moção de rejeição ou a não
Apreciadas e aprovadas as Contas do Estado, o aprovação da moção de confiança conduzem a não
Presidente da Assembleia publica a respectiva re- aprovação do Programa do Governo.
solução no Boletim Oficial.
5. O Presidente da Assembleia comunica ao Pre-
CAPÍTULO VII
sidente da República, para efeitos do disposto no
PROCESSO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO artigo 104.º da Constituição, a não aprovação do
POLÍTICA Programa do Governo.
ARTIGO 138.º ARTIGO 142.º
Apreciação do Programa do Governo Novo debate do Programa
1. O Programa do Governo é submetido a 1. Quando o Programa do Governo não é aprova-
Assembleia Nacional Popular, no prazo de 60 dias do pela Assembleia Nacional Popular, tem lugar, no
depois da tomada de posse, com a exposição do prazo de 15 dias, um novo debate.
Primeiro Ministro.
2. Em caso de não aprovação pela segunda vez
2. Após a apresentação, há um período para pe- do Programa do Governo, o Presidente da Assem-
dido de esclarecimento pelos Deputados. bleia Nacional Popular procede em conformidade
ARTIGO 139.º com o disposto no n. º 5 do artigo anterior.

Reunião da Assembleia ARTIGO 143.º

1. A reunião da Assembleia para apreciação do Forma


Programa do Governo, para efeitos do disposto na
alínea d) do n.º 1 do artigo 85.º da Constituição, é A deliberação de aprovação ou rejeição do Pro-
marcada pelo Presidente da Assembleia, de acordo grama do Governo assume a forma de Resolução.
com o Primeiro-Ministro.
ARTIGO 144.º
2. Se a Assembleia não se encontrar em funcio- Interpelação
namento efectivo, é obrigatoriamente convocada
pelo Presidente. 1. Na interpelação ao Governo, o debate sobre
política geral inicia-se no 3.º dia da Sessão Legis-
ARTIGO 140.º
lativa,
Debate
2. O debate é aberto com as intervenções de um
1. Durante o debate sobre o Programa do Go-
Deputado do Grupo Parlamentar interpelante e de
verno, as reuniões da Assembleia não têm período
de "Antes da Ordem do Dia". um Membro do Governo.

2. O debate termina com as intervenções de um 3. O debate não pode exceder uma Reunião
Deputado de cada Grupo Parlamentar e do Pri- Plenária, não tem período de "Antes da Ordem do
meiro-Ministro. Dia" e:
25 DE JANEIRO DE 2010 29

a) O tempo de debate é fixado na Conferência e 6. O tempo global máximo para as questões sus-
distribuído proporcionalmente entre Grupos citadas pela pergunta inicial não pode ultrapassar
Parlamentares, em função do respectivo nú- vinte minutos, ainda que, com prejuízo das inscri-
mero de Deputados; ções feitas ou do uso da palavra em curso.

b) A cada Grupo Parlamentar é garantido um CAPÍTULO VIII


tempo mínimo de intervenção em face da na- INQUÉRITOS PARLAMENTARES
tureza e da importância do assunto a discutir;
que nunca pode ser inferior a dez minutos; ARTIGO 146.º
Objecto
c) Ao conjunto de Deputados que não pertençam
a nenhuma bancada parlamentar é garantido 1. Os inquéritos parlamentares têm por finalidade
um tempo de intervenção de três a seis minu- averiguar o cumprimento da Constituição e das leis,
tos, em face da natureza e da importância do apreciar os actos do Governo e da Administração.
assunto a discutir. 2. Qualquer requerimento ou proposta de inquéri-
4. O debate termina com as intervenções de um to deve «indicar os seus fundamentos e delimitar o
Deputado do Grupo Parlamentar interpelante e de seu âmbito, sob pena de rejeição liminar pelo
um membro do Governo. Presidente.

ARTIGO 145.º ARTIGO 147.º

Perguntas ao Governo Iniciativa


Os inquéritos parlamentares são aprovados por
1. Os Deputados podem formular oralmente per-
escrutínio secreto, mediante deliberação favorável
guntas ao Governo em reuniões plenárias especial-
de dois quintos dos Deputados em efectividade de
mente fixadas para o efeito.
funções e por iniciativa de:
2. As perguntas são ordenadas pelo Presidente, a) Grupos Parlamentares e Deputados de par-
ouvida a Conferência no respeito pelo principio da tidos não constituídos em Grupos Parlamen-
proporcionalidade e da alternância, relativamente tares,
aos Deputados de cada Grupo Parlamentar, deven- b) Comissões Especializadas Permanentes;
do as perguntas ser comunicadas ao Governo com
a antecedência de 5 dias. c) Um décimo do número de Deputados, no míni-
mo;
3. As reuniões referidas no n.º 1, são efectuadas d) Governo, através do Primeiro-Ministro.
nos termos a afixar pela Conferência, com a garan-
tia de que todos os Grupos Parlamentares possam ARTIGO 148.º
formular, pelo menos, uma pergunta, salvo justifica- Apresentação do requerimento
do impedimento do membro do Governo, caso em
que a pergunta acresce as da reunião seguinte. 1. O requerimento de inquérito é dirigido ao
Presidente da Assembleia, que procede à sua dis-
4. O debate procede-se nos termos seguintes: tribuição em folhas avulsas aos Grupos Parlamen-
tares.
a) Os Deputados interpelantes fazem as pergun-
tas por tempo não superior a três minutos; 2. No debate intervêm um dos requerentes ou
proponentes do inquérito, o Primeiro-Ministro ou ou-
b) O Governo responde a cada questão por tro membro do Governo e um representante de cada
tempo não superior a três minutos; Grupo Parlamentar.
ARTIGO 149.º
c) Qualquer Deputado tem direito de, imediata-
mente, pedir esclarecimentos adicionais sobre Deliberação
a resposta dada, por tempo não superior a um 1. Deliberada a realização de inquérito, é consti-
minuto, mas a primeira pergunta de esclareci- tuída uma Comissão eventual para o efeito.
mento adicional é sempre atribuída ao Depu-
2. O Plenário fixa um prazo para a apresentação
tado interpelante, pelo tempo de dois minutos;
do relatório pela Comissão.
d) O Governo responde ao conjunto destas ques- ARTIGO 150.º
tões por tempo não superior a dez minutos.
Informação ao Procurador-Geral da República
5. O uso da palavra para os pedidos de esclare-
cimento referidos na alínea c) do número anterior é 1. O Presidente da Assembleia Nacional Popular
concedido com respeito pela regra da alternância. comunica ao Procurador-Geral da República o con-
30 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

teúdo da resolução que determine a realização do 4. O auto de posse é assinado pelo Presidente da
inquérito. República e pelo Presidente da Assembleia.
2. O Procurador-Geral da República informa a ARTIGO 155.º
Assembleia Nacional Popular se sobre o mesmo ob-
Actos subsequentes
jecto se encontra em curso algum processo criminal
com despacho de pronúncia transitado em julgado, 1. Após a assinatura do auto da posse, o Presi-
suspendendo-se, neste caso, o processo de inquéri- dente da Assembleia saúda o novo Presidente da
to parlamentar até ao trânsito em julgado da corres-
República.
pondente sentença judicial.
ARTIGO 151.º 2. O Presidente da República responde, em men-
sagem dirigida à Assembleia, nos termos da alínea
Garantia c) do artigo 68.º da Constituição.
1. Os Deputados membros da comissão de 3. Após as palavras do Presidente da República,
inquérito não podem ser substituídos, salvo em caso
o Presidente da Assembleia declara encerrada a
de perda ou suspensão do mandato ou de escusa
reunião, sendo de novo executado o Hino Nacional.
justificada.
CAPÍTULO X
2. O Deputado que violar o dever de sigilo em
relação aos trabalhos da comissão de inquérito ou DISPOSIÇÕES GERAIS
faltar sem justificação a mais de três reuniões perde
ARTIGO 156.º
a qualidade de membro da comissão.
Autonomia administrativa e financeira
ARTIGO 152.º
da Assembleia
Poderes das comissões
1. A Assembleia Nacional Popular é dotada de
1. As Comissões Parlamentares de inquérito autonomia administrativa e financeira e com patri-
gozam dos poderes de instrução próprios das autori- mónio próprio.
dades judiciárias.
2. A verba destinada a cobrir as despesas de fun-
2. As comissões têm direito à coadjuvação dos
cionamento da Assembleia Nacional Popular é posta
órgãos de polícia criminal e de autoridades nos mes-
à disposição do seu Conselho de Administração pelo
mos termos que os Tribunais.
Ministério das Finanças a pedido do Presidente da
CAPÍTULO IX Assembleia Popular.
POSSE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
3. Compete à Mesa estabelecer as modalidades
ARTIGO 153.º de execução do Orçamento da Assembleia Nacional
Reunião da Assembleia Popular.

Para a investidura do Presidente da República, ARTIGO 157.º


nos termos, do artigo 67.º da Constituição, a Assem- Serviços administrativos da Assembleia
bleia Nacional Popular reúne-se em sessão espe-
cial, por iniciativa do seu Presidente, no prazo máxi- A Lei Orgânica regula os serviços administrativos
mo de 45 dias após a proclamação dos resultados da Assembleia Nacional Popular.
definitivos.
ARTIGO 158.º
ARTIGO 154.º
Interpretação e integração de lacunas
Formalidade
Compete ao Plenário, a requerimento da Mesa,
I. Aberta a reunião, o Presidente da Assembleia
interpretar o presente Regimento, bem como inte-
Nacional Popular suspende-a para receber o Pre-
sidente da República e os convidados. grar as lacunas, ouvida a Comissão especializada
em razão da matéria.
2. Reaberta a reunião, o Presidente da Assem-
bleia manda ler a carta de apuramento nacional da ARTIGO 159.º
eleição por um dos secretários da Mesa.
Revisão
3. O Presidente da República eleito presta a Este Regimento pode ser revisto pela Assembleia
declaração de compromisso estabelecida no artigo Nacional Popular por aprovação da maioria absolu-
67.º da Constituição, após o que se executa o Hino ta dos Deputados presentes e sob iniciativa de, pelo
Nacional. menos, um terço dos Deputados.
25 DE JANEIRO DE 2010 31

ARTIGO 160.º ARTIGO 4.º


Normas revogatórias (Suspensão do Mandato)
São revogadas a Lei n.º 6/96, de 24 de Abril e to- 1. São motivos de suspensão do mandato:
da a restante legislação em contrário ao presente
a) O procedimento criminal, nos termos do artigo
Regimento.
11.º;
ARTIGO 161.º b) O deferimento do requerimento de suspensão
Entrada em vigor temporária por motivo relevante;
A presente Lei entra imediatamente em vigor a c) A verificação de incompatibilidades previstas
partir da data da sua publicação no Boletim Oficial, no artigo 20.º.
tendo efeito retroactivo a partir da presente legisla- Para efeitos do disposto na alínea b) do número
tura. anterior, entende-se por motivo relevante:
Aprovado em Bissau aos 11 dias do mês de Maio a) Doença grave prolongada;
de 2009. — O Presidente da Assembleia Nacional
Popular, Raimundo Pereira. b) Actividade profissional inadiável;

Promulgado em 25 de Janeiro de 2010. c) Outras circunstâncias como tais consideradas


pelo Plenário ou, no intervalo das sessões le-
Publique-se.
gislativas, pela Comissão Permanente.
O Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.
ARTIGO 5.º

(Substituição Temporária por Motivos


Lei n.º 2/2010
Relevantes)
de 25 de Janeiro
1. Os Deputados interessados em pedir a substi-
A Assembleia Nacional Popular decreta, nos ter- tuição temporária, nos termos da alínea b) do n.º 1
mos da alínea c) do n.º 1 do artigo 85.º da Constitui- do artigo anterior, devem apresentar um requeri-
ção da República, o seguinte: mento ao Presidente da Assembleia.

ESTATUTO DOS DEPUTADOS 2. A substituição por motivos relevantes pode ser


CAPÍTULO I requerida por uma ou mais vezes, não podendo,
contudo, ser inferior a 45 dias, nem superior a 12
MANDATO
meses, em cada mandato.
ARTIGO 1.º ARTIGO 6.º
(Natureza)
(Cessação da Suspensão)
Os Deputados à Assembleia Nacional Popular
são representantes de todo o Povo e não unica- 1. Cessa a suspensão do mandato:
mente dos círculos eleitorais por que foram eleitos. a) Se o Deputado manifestar, por escrito, a von-
tade de retomar o respectivo mandato, no ca-
ARTIGO 2.º
so de ter sido o mesmo a requerer a suspen-
(Duração do Mandato) são;
1. O mandato do Deputado começa com a pri- b) Com a absolvição ou com o cumprimento da
meira reunião da Assembleia Nacional Popular após pena, para a situação prevista na alínea a) do
as eleições e termina com a primeira reunião após n.º 1 do artigo 4.º;
as eleições subsequentes, salvo em casos da sus- c) Se deixarem de subsistir as circunstâncias que
pensão ou cessação individual do mandato. originaram a suspensão.
2. O preenchimento das vagas na Assembleia 3. O início do exercício do mandato implica auto-
Nacional Popular, bem como a substituição tem- maticamente a cessação de todos os poderes do
porária dos Deputados por motivos relevantes, é Deputado substituto.
efectuado nos termos dos artigos 127.º e 129.º da
ARTIGO 7.º
Lei n.º 3/98 de 23 de Abril.
(Renúncia do Mandato)
ARTIGO 3.º
(Verificação de Poderes) 1. Os Deputados podem renunciar ao mandato
Os poderes dos Deputados são verificados pela mediante declaração escrita, fundamentada, dirigida
Assembleia Nacional Popular, nos termos estabele- ao Presidente da Assembleia Nacional Popular com
cidos no respectivo Regimento. a assinatura reconhecida por um Notário.
32 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

2. Não é dado andamento ao pedido de renúncia termos do disposto nos artigos 127.º, e 129.º da Lei
sem prévia comunicação ao Presidente do respecti- n.º 3/98, de 23 de Abril.
vo Grupo Parlamentar ou ao órgão competente do
respectivo Partido. 2. O impedimento temporário do candidato não
eleito determina a subida do candidato que se seguir
ARTIGO 8.º
na ordem da precedência.
(Perda do Mandato)
3. O candidato impedido de assumir o mandato,
1. Perdem o mandato os Deputados que: retomará o seu lugar na lista para efeito de futuras
substituições, logo que cesse o impedimento tem-
a) Não preencherem, ou tenham deixado de pre- porário.
encher, as condições de elegibilidade fixada
pela Lei Eleitoral; 4. A substituição prevista neste artigo, bem como
o reconhecimento do impedimento temporário do
b) Venham a ser feridos por algumas das incom- candidato não eleito e do seu termo, depende de
patibilidades previstas no presente Estatuto; requerimento do respectivo Grupo Parlamentar ou
do órgão competente do Partido.
c) Sejam interditos, por sentença com trânsito em
julgado, em virtude de anomalia psíquica; CAPÍTULO II
IMUNIDADES
d) Sejam notoriamente reconhecidos como de-
mentes, ainda que não sejam interditos por ARTIGO 10.º
sentença, quando internados em estabeleci-
(lrresponsabilidade)
mentos hospitalares como tais declarados em
atestados médicos; Nenhum Deputado pode ser incomodado, per-
seguido, preso, julgado ou condenado pelos votos e
e) Sejam definitivamente condenados por crime
opiniões que emitir no exercício das suas funções.
doloso ou pela perda de direito político;
ARTIGO 11.º
f) Não tomem assento na Assembleia durante dez
reuniões consecutivas ou trinta reuniões por (Inviolabilidade)
ano do Plenário, sem motivo justificado: 1. Salvo em caso de flagrante delito, a que cor-
g) Se inscrevam em Partido diverso daquele pelo responda pena igual ou superior a dois anos de tra-
qual foram apresentados ao sufrágio; balho obrigatório, ou de prévio assentimento da As-
sembleia Nacional Popular, nenhum Deputado pode
h) Violem o disposto no n.º 2 do artigo 5.º e 21.º ser perseguido, detido ou preso por questão criminal
do presente Estatuto. ou disciplinar, em juízo ou fora dele.

2. Para efeito do disposto na alínea f) do número 2. No intervalo das sessões legislativas, o assen-
anterior, considera-se motivo justificado nomeada- timento referido no número anterior será da com-
mente: petência da Comissão Permanente, devendo tal
assentimento ser apreciado pelo Plenário na pri-
a) Doença grave;
meira sessão seguinte da Assembleia.
b) Luto;
CAPÍTULO III
c) Casamento;
DIREITOS, DEVERES E REGALIAS
d) Maternidade e Paternidade, ARTIGO 12.º
e) Dificuldades de transporte devidamente com- (Direitos e Regalias dos Deputados)
provadas pela Mesa;
1. Os Deputados gozam dos seguintes direitos e
f) Participação em reuniões de organismos sub- regalias:
regionais, regionais e internacionais ou em
a) Remuneração e subsídio que a lei fixar;
missões da Assembleia Nacional Popular.
b) Viatura amortizada durante a legislatura;
ARTIGO 9.º
c) 20 litros de combustível por semana no decor-
(Substituição dos Deputados) rer das sessões;
A substituição dos Deputados, em caso de d) Livre acesso, entendido como livre-circulação,
vacatura ou suspensão do mandato, será feita nos em locais públicos e de acesso condicionado,
25 DE JANEIRO DE 2010 33

mediante exibição do Cartão de Identidade de 3. Antes da autorização, ou da recusa, o Depu-


Deputado, Livre-trânsito ou outros elementos tado é ouvido sobre a matéria.
de prova que o identifiquem como tal;
ARTIGO 14.º
e) Passaporte Diplomático por Legislatura, exten-
sivo ao cônjuge e filhos menores; (Deveres dos Deputados)
f) Cartão de Identificação de Deputado ou outras 1. Constituem deveres dos Deputados:
peças que o identificam como tal, por legislatu-
a) Comparecer às reuniões do Plenário e das
ra, em conformidade com o modelo aprovado
pela Assembleia Nacional Popular; Comissões a que pertençam;

g) Receber o Boletim Oficial nas expensas da b) Desempenhar os cargos e as funções na As-


Assembleia; sembleia para que sejam designados;

h) Uso e porte de arma registada junto da enti- c) Manter, com a regularidade possível, contacto
dade competente, nos termos da lei; estreito com os seus eleitores e de lhes pres-
tar regularmente contas das suas actividades;
i) Os direitos e regalias previstos na lei sobre a
protecção à maternidade e à paternidade, bem d) Respeitar a dignidade da Assembleia e dos
como sobre assistência médica e medicamen- Deputados;
tosa;
e) Participar nas votações;
j) Impugnar, fundadamente, o mandato de um
Deputado, assistindo a este o direito de defe- f) Observar a ordem e a disciplina estabelecidas
sa perante a Comissão Especializada compe- no Regimento e acatar a autoridade do
tente e a Plenária, que decidirá em definitivo. Presidente da Assembleia;
2. O direito a que se refere a alínea b) do n.º 1 g) Manter, como cidadão, o comportamento con-
deste artigo será definido logo no início de cada sentâneo com a qualidade de Deputado;
Legislatura pelo Conselho de Administração e dota-
h) Contribuir para a eficácia e o prestígio dos tra-
do no orçamento da Assembleia Nacional Popular.
balhos da Assembleia e, em geral, para a ob-
3. Do Cartão de Identificação a que se refere a servância da Constituição.
alínea d) do número anterior devem constar ainda as
2. A falta a qualquer sessão do Plenário ou das
imunidades, direitos e regalias do Deputado.
comissões deve ser justificada, por escrito, no prazo
4. O Passaporte Diplomático e os Cartões de de cinco dias, a contar do termo do acto cuja falta se
Identificação e de Livre-trânsito devem ser imediata-
pretende justificar.
mente devolvidos ao Presidente da Assembleia Na-
cional Popular em caso de cessação ou suspensão ARTIGO 15.º
do mandato de Deputado.
(Violação dos Deveres dos Deputados)
5. Assiste aos Deputados com dois mandatos o
1. A violação grave e reiterada dos deveres pre-
direito a Passaporte Diplomático Vitalício, extensivo vistos nas alíneas b), d) e g) do número 1 do artigo
aos filhos menores. anterior constitui fundamento para perda do man-
6. Os Deputados substitutos por um período não dato.
superior a 12 meses ou cuja substituição não impli- 2. Para efeitos do disposto no número anterior, a
ca a perda do mandato dos Deputados substituídos, instauração do processo de perda do mandato é da
só têm direito às regalias previstas nas alíneas d) e
exclusiva competência da Comissão de Ética
f) do número 1 do presente artigo.
Parlamentar.
ARTIGO 13.º ARTIGO 16.º
(Outros Direitos dos Deputados) (Faltas Justificadas)
1. Sem autorização da Assembleia Nacional 1. A falta de Deputados, por causa de reuniões ou
Popular, os Deputados não podem ser peritos ou missões da Assembleia, a actos ou diligências ofici-
testemunhas, nem ser ouvidos como declarantes,
ais a ela estranhos assim como a outras entendidas
nem como arguidos, excepto, neste último caso,
quando presos em flagrante delito a que correspon- como relevantes pela Mesa da Assembleia Nacional
da pena igual ou superior a dois anos de trabalho Popular, constitui sempre motivo justificado de adia-
obrigatório. mento destes, sem qualquer encargo.
2. No intervalo das sessões legislativas, a auto- 2. O Deputado não poderá invocar o fundamento
rização referida no número anterior será dada pela previsto no número anterior mais de uma vez em
Comissão Permanente. qualquer acto ou diligência oficial.
34 BOLETIM OFICIAL DA GUINÉ-BISSAU N.º 4

ARTIGO 17.º presas públicas e de estabelecimentos pú-


(Subsídio de Ajudas de Custo) blicos;

1. No exercício das suas funções, ou por causa f) Governador;


delas, os Deputados tem direito a subsídio de ajudas g) Presidente e Vereador de Câmara Municipal;
de custo a ser fixado por deliberação da Assembleia
Nacional Popular. h) Embaixador e demais membros da missão di-
plomática.
2. Os subsídios recebidos pelos Deputados estão
sujeitos ao regime fiscal aplicável aos funcionários ARTIGO 21.º
públicos. (Impedimento)
ARTIGO 18.º Aos Deputados da Assembleia Nacional Popular
(Garantia de Trabalho e Benefícios Sociais) são vedados os direitos de:
1. Os Deputados não podem ser prejudicados no a) Exercer o mandato judicial como autores nas
seu emprego permanente, carreira profissional e acções cíveis e servir de perito ou árbitro em
benefícios sociais por causa do exercício do seu qualquer processo e que sejam partes o Es-
mandato. tado e demais pessoas de direito público;
2. O desempenho do mandato de Deputado con- b) Participar no exercício de actividade de comér-
ta como tempo de serviço para todos os efeitos, sem cio ou indústria, em concursos públicos e for-
prejuízo daqueles que exijam o exercício efectivo da necimentos de bens e serviços, bem como em
actividade profissional. contratos como Estado, e outras pessoas
colectivas e de direito público:
ARTIGO 19.º
(Indemnização por Danos) c) Participar, directa ou indirectamente, em actos
de publicidade comercial.
1. Os Deputados têm direito a justa indemnização
quando, no exercício das suas funções ou por causa CAPÍTULO V
delas, sejam vítimas de actos que impliquem ofensa DISPOSIÇÕES FINAIS
à vida, à integridade física ou moral, à liberdade ou
a bens patrimoniais. ARTIGO 22.º

2. Os factos que justificam a indemnização são (Encargos)


objecto de inquérito instaurado pelo Presidente da Os encargos resultantes da aplicação da pre-
Assembleia Nacional Popular, o qual, apurados os sente lei são suportados pelo Orçamento da Assem-
factos, deduz uma queixa perante o Ministério bleia Nacional Popular inscrito no Orçamento Geral
Público. do Estado.
CAPÍTULO IV ARTIGO 23.º
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS (Normas Revogatórias)
ARTIGO 20.º São revogadas a Lei n.º 9/94, de 11 de Novembro
(Incompatibilidades) e toda a legislação em contrário ao presente Esta-
tuto.
O mandato de Deputado é incompatível com as
funções de: ARTIGO 24.º
a) Presidente da República; (Entrada em Vigor)
b) Membro do Governo; A presente Lei entra em vigor imediatamente a
partir da data da sua publicação no Boletim Oficial,
c) Funcionário de Estados Estrangeiros ou de tendo efeito retroactivo a partir da presente legisla-
Organizações Internacionais; tura.
d) Presidente e Membro de Conselho de Adminis- Aprovado em Bissau, aos 11 dias do mês de
tração de Empresas Públicas, de empresas de Novembro de 2009. — O Presidente da Assembleia
capitais públicos ou com participação maio- Nacional Popular, Raimundo Pereira.
ritária do Estado e de institutos públicos autó-
nomos; Promulgado em 25 de Janeiro de 2010.

e) Director-Geral da Administração Pública e Publique-se.


Director-Geral e Director-Geral Adjunto de em- O Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.

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