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Acordos parassociais. (art.

17º csc)

Convenções ou contratos celebrados entre os sócios das sociedades ou entre estes e terceiros.
Referem-se a vida da sociedade e a conduta dos sócios. Delimitam os direitos e obrigações dos sócios e
são diferentes dos estatutos. A sociedade não fica delimitada a eles. Os acordos parassociais podem ser
convenções celebradas entre os sócios de uma soc., pelos quais estes se obrigam a exercer
determinados direitos inerentes ás suas participações sociais, nomeadamente em relação ao direito de
voto.
Distinguem-se por outros actos que podem ser celebrados por sócios da sociedade, mas que
não tem nada a ver com a vida desta.
Relativamente às matérias objecto destes actos há questões que são obrigatoriamente dos
estatutos sob pena de invalidade (art.9º+42º) e sendo elementos essenciais dos actos constitutivos da
sociedade estão excluídos dos actos parassociais. Sendo matérias que não são essenciais nos estatutos
podem constar de actos parassociais (direitos de preferência na alienação de participações sociais).
Não estão sujeitos a nenhuma forma especial (art.219ºcc), estão sujeitos a liberdade de forma e
não são obrigados a registo.
Referente a oponibilidade, apenas vinculam os respectivos intervenientes, é inter partes, e não
vinculam a sociedade (art.17º/1 última parte). Dai que os actos parassociais sejam dotados de cláusulas
penais para casos de incumprimento pois com a ameaça da sanção adquire-se maior eficácia ao acto
parassocial.
Discute-se se são susceptíveis de execução específica – cod. Civil: aqui é descabida e ilegal
porque significaria obrigar a sociedade a alterar um qualquer acto praticado em desrespeito do acto
parassocial. Seria desvirtuar a ideia do acto parassocial e reconhecer-se uma eficácia e oponibilidade que
iria além das partes, atingindo a sociedade, mas por força do art.17º/1 essa situação não se verifica.
As proibições para as matérias a que os actos parassociais não podem versar estão estipuladas
no art.17º/2 e ss. Como por exemplo funções administrativas ou de fiscalização da sociedade.

O património e o capital social.

O património é autónomo e consttituído pelos direitos e obrigações de que a sociedade seja


titular, são também susceptiveis de valorazação pecuniária. Chama-se património liquido ao resultado da
diferença apurada entre os valores do activo e do passivo. Enquanto que o capital social é uma cifra, uma
expressão numérica de uma quantia com valor contabilístico, onde esta representado, no total, o valor
das entradas dos sócios.
O capital social tem como funções principais:
Em primeiro lugar, a determinação da situação economica da sociedade, isto é, apurar os lucros da
sociedade quando o património liquido for superior ao capital social, sendo que o excedente é
considerado lucro de balanço(art.65º csc devem apresentar contas). A seguir temos, a quantia dos
direitos fundamentais dos sócios, quer dizer, sendo o direito ao lucro fundamental estes devem ser
proporcionais ao valor da sua entrada (art. 22º csc). Depois temos, a garantia de terceiros, onde nos diz,
que sendo o capital social um valor de referência pode ser comparado com o património liquido da
sociedade para apurar os resultados desta. E, por último, a intangibilidade do capital social, não podendo
ser distribuídos lucros pelos sócios quando a situação da sociedade for inferior ao capital social (art.
32º,33º e 35º csc).

Direitos e obrigações dos sócios. (arts. 20º e 21º csc)

Todos os sócios das sociedades comerciais têm direitos e obrigações gerais e especiais
reguladas no codigo das sociedades comerciais.
Relativamente as obrigações gerais estão reguladas no art. 20 csc e referem principalmente a
obrigação de entrada com bens susceptiveis de penhora para a constituição da sociedade e, também, o
quinhoar nas perdas quer pela diminuição do valor da quota, quer pela redução no direito aos lucros pelas
verbas transferidas para a conta de reserva da sociedade; os sócios nas prestações acessórias e
suplementares, perante o não cumprimento podem ser excluidos da sociedade.
Referente aos direitos gerais dos sócios, encontram-se regulados no art. 21º csc sendo o nº1 o
inverso das obrigações, quer dizer que os sócios além da obrigação de quinhoar nas perdas também tem
o direito de o fazer nos lucros, isto é direito aos lucros depois de deduzidas as reservas na mesma
proporção em que participam no capital social; gozam do direito de poder participar nas deliberações
sociais e a serem designados para os órgãos sociais; e, também, usufruem do direito a informação(S.Q. –
art. 214º; S.A. – art. 288º), um dos direitos mas importantes para os sócios minoritários das sociedades,
isto é, examinando a escrita, os negócios da sociedade, tendo em vista as deliberações em Assembleia
Geral podem pedir um inquérito judicial.
Sobre os direitos especiais vêm regulados no art. 24º csc e cada sociedade pode dispor para
algum dos seus sócios, mas estes devem constar no contrato de sociedade.
Deliberações dos sócios. (arts. 53º e 54º csc)

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