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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA

POR QUE O FUTEVÔLEI AINDA NÃO É UM


ESPORTE OLÍMPICO?

Porque no mundo em que vivemos, Hoje, uma boa parte dos profissionais
infelizmente, tudo gira em torno do sequer tem um patrocínio fixo. A
retorno financeiro. maioria, além de dar aulas durante toda a
semana para sobreviver do esporte, vive
Você já parou para pensar por que um correndo atrás de auxílio para viagem e
jogador de futebol chega a ganhar mais inscrições dos torneios.
de 10 vezes o que ganha um médico? Se
olharmos para a importância das Detalhe, estamos falando dos melhores
atividades de ambos os profissionais, há atletas da modalidade no Brasil e no
algo que justifique essa discrepância? mundo!

Não estamos desvalorizando a profissão Claro, não queremos que a valorização do


do jogador, longe disso. O que estamos futevôlei aconteça apenas à custa do
querendo demonstrar é que salvar vidas é nosso bolso, mas precisamos ter
tão importante quanto entretê-las, mas consciência de que sem a nossa
que o retorno financeiro não leva isso em colaboração mínima, o seu crescimento
conta. será muito lento.

O retorno financeiro é reflexo da Enquanto não começarmos a tornar o


valorização que nós, eu e você, cidadãos futevôlei um mercado rentável, ele não
comuns, damos para cada atividade. será valorizado. Não haverá empresas
dispostas a investir nesse esporte e as
Quantos de nós hesitamos em marcar poucas que batalham para ajudá-lo a
uma consulta médica particular, mas crescer, não vão sobreviver.
gastamos com empolgação um valor
equivalente para viajar e assistir à final Se o futevôlei já tem conquistado o
de um campeonato de futebol? coração de milhares de brasileiros
mesmo com uma estrutura, em sua
E, falando de futevôlei, por acaso os seus maioria, amadora, e um alcance muito
melhores atletas, os melhores do mundo, limitado no que se refere à visibilidade
não merecem o mesmo destaque que os dos eventos e da rotina dos jogadores
profissionais do futebol? Mas, quantos de profissionais, imaginem o que ele
nós está disposto a pagar o preço do poderia nos proporcionar se fosse
ingresso vendido nas Olimpíadas do Rio, valorizado como deveria!
em 2016, para assistir aos jogos de
futevôlei?

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Precisamos, de agora em diante, que os (@futevoleimaior) e realize a compra do


seus adeptos estejam dispostos a se unir produto.
para elevá-lo ao patamar que merece. Se
quisermos ver o futevôlei na televisão e Esperamos que, com o resultado positivo
ter mais acesso às informações e dessa iniciativa, possamos dar
conhecimento, é necessário valorizar os continuidade ao nosso projeto,
atletas, os eventos e as empresas que se preparando mais conteúdos didáticos de
empenham em desenvolver o nosso qualidade!
esporte.
Agradecemos imensamente o apoio que
Nós, do Futevôlei Maior, temos buscado temos recebido ao nosso trabalho pelas
dar mais visibilidade ao futevôlei, aos redes sociais e contamos mais uma vez
seus atletas e aos organizadores de com vocês.
eventos de todo o Brasil.
Seguimos juntos,
Agora, por meio desse material didático, por um Futevôlei MAIOR!!
pretendemos levar conhecimento
técnico de qualidade a vocês, inclusive, a
muitos praticantes que sequer têm a
oportunidade de frequentar uma
escolinha. (Acreditem, muitas cidades do
Brasil ainda não têm escolas de
futevôlei!).

Então, pedimos, encarecidamente, que


não circulem esse material de forma
ilegal, praticando a pirataria.

Pelo valor simbólico de uma revista você


estará recebendo um conteúdo inédito no
mundo do futevôlei, um ebook de 60
páginas com informações valiosas, e
precisamos muito da sua colaboração
para dar continuidade a esse trabalho.

Se você recebeu esse material de forma


ilegal, mas concorda com a nossa
corrente em prol da valorização do
futevôlei, pedimos que acesse o link na
descrição da nossa página do Instagram

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INTRODUÇÃO
O futevôlei é considerado um esporte novo e até hoje a
maior fonte de conhecimento são as escolinhas. Porém,
nem todas as cidades já têm arenas de futevôlei e a
diferença no nível de ensino ainda é muito grande de um
lugar para o outro.

Diante disso, começamos a desenvolver conteúdos


didáticos na nossa página no Instagram -
@futevoleimaior, por meio de análises de jogadas e dicas
sobre estratégias e mentalidade de jogo.

Com o tempo, passamos a receber feedbacks muito


positivos de seguidores de todo o Brasil que têm
aprendido com esse conteúdo, e até de professores de
futevôlei, que entram em contato pelo direct para
elogiar e trocar ideias sobre o trabalho que desenvolvem
nas suas escolas.

Como o espaço das postagens no Instagram é curto e


nossa página também se ocupa com outras atividades,
como a divulgação de informações de torneios de
futevôlei de todo o Brasil, decidimos montar um
material mais completo para vocês.

Claro que não conseguiremos abordar tudo o que é


possível em apenas um ebook, mas, aos poucos,
pretendemos produzir esse tipo de conteúdo
periodicamente e esperamos poder ajudá-los a evoluir
no esporte, para o crescimento do futevôlei como um
todo!

Então, vamos com tudo!

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SUMÁRIO
JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA

01 Técnicas de mindset no futevôlei .................................. pág. 06

PARTE A: NÍVEL INICIANTE

02 Mentalidade de jogo no nível iniciante ........................ pág. 13

03 A recepção ............................................................... pág. 15

04 A levantada .............................................................. pág. 20

05 O ataque .................................................................. pág. 23

06 Só ataca quem defende ............................................... pág. 27

PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

07 O que separa o nível iniciante do intermediário? .......... pág. 29

08 Técnicas de saque ..................................................... pág. 31

09 Estratégias de defesa ................................................. pág. 36

10 Mentalidade de jogo no nível intermediário ................. pág. 51

11 Bem-vindo ao xadrez ................................................. pág. 57

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA MINDSET NO FUTEVÔLEI

DÁ PARA APRENDER ALGUMA COISA SOBRE


FUTEVÔLEI ATRAVÉS DE UM EBOOK?

Resolvemos falar de algumas técnicas de mindset logo no começo do ebook para que
você já esteja atento a essas importantes ferramentas durante toda a leitura. Em
termos simples, mindset é a configuração da mente, a forma como ela está
programada para funcionar de acordo com a criação que tivemos e com as nossas
experiências de vida.

Utilizando a técnica adequada você pode “manipular” essa configuração, fazendo


alguns pequenos ajustes para desconstruir programações que geram resultados
indesejados e moldá-las para obter os resultados que deseja.

Uma das principais formas de programação da nossa mente vem da modelagem,


quando nos inspiramos (ou copiamos mesmo) um modelo, alguém que já sabe fazer
aquilo que queremos aprender.

Isso pode ocorrer de forma inconsciente e automática, como por exemplo, o filho
que "herda" os hábitos do pai, ou de forma consciente, quando você escolhe
determinada habilidade de outra pessoa e a observa para aprendê-la.

Todos os artistas, atletas, empresários e profissionais de sucesso em geral têm como


referência pessoas que os inspiram em suas áreas. Ao identificar alguém que se

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destaca na mesma atividade, eles passam a conhecer mais sobre a história dessas
pessoas, a sua rotina, os seus treinamentos, a sua formação, a sua mentalidade, etc.,
pois aplicando a mesma fórmula certamente terão um resultado igual ou parecido.

Essa análise não serve apenas para entender quais ações os levarão ao sucesso, mas
também para descobrir e evitar o que não deu certo dentre as tentativas que essas
referências realizaram, acelerando, assim, a sua evolução e evitando frustrações.

No futevôlei não é diferente. Nós observamos os jogadores mais experientes fazendo


determinado movimento e tentamos fazer igual, até acertar. Conforme nossa
capacidade de observação se desenvolve, passamos a analisar também as
consequências de cada decisão em quadra, de cada estratégia e de cada
movimentação, para podermos escolher as que julgamos melhores e assim aplicar
no nosso estilo de jogo.

Por isso é importante aprender a observar e perceber cada detalhe do modelo a ser
seguido. Simultaneamente, precisamos nos autoanalisar para fazer as correções
necessárias.

Feita essa pequena introdução, recomendamos duas técnicas para que vocês possam
absorver com mais facilidade o conteúdo teórico que vamos passar, o adotando como
parâmetro a ser modelado. Elas certamente otimizarãoos seus treinos, acelerando a
sua evolução no futevôlei.

A) MENTALIZAÇÃO DA TÉCNICA
Anthony Robbins, um dos maiores coaches da Programação Neurolinguística - PNL,
ensina em seu livro “Poder sem Limites” que podemos recriar mentalmente
determinada experiência, utilizando nossos cinco sentidos – visão, audição, tato,
paladar e olfato.

Essa técnica de mentalização já é utilizada em outros esportes de alto desempenho,


especialmente nos individuais, como o tênis e a fórmula 1, e ela é essencial para o
aprendizado e melhor performance dos atletas, porque toda ação do nosso corpo se
inicia no cérebro.

Sabe quando você arrisca um ataque diferente e fica se perguntando, “eu não sabia
que eu tinha essa bola. Por que não tentei isso antes?”. Ou já lhe falaram “você

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acerta todas as diagonais curtas no treino, mas na hora do jogo não as usa. Parece que
esquece que tem esse ataque!”.

Isso acontece porque, por mais que tenhamos determinada habilidade, se o nosso
cérebro não a vê como opção nos milésimos de segundos que temos para a tomada de
decisão, ela nunca será utilizada.

Nossa recomendação é que você pratique mentalmente as técnicas que aprenderá


nesse ebook, da forma como vamos explicar. Assim, quando estiver em quadra a sua
capacidade de assimilar o aprendizado será muito maior, pois para o seu cérebro não
será algo desconhecido.

Primeiramente, vamos fazer o exercício de mentalização com uma experiência


agradável que você teve recentemente.

Sente-se em uma cadeira, em um lugar silencioso. Feche


os olhos e respire lentamente, prestando o máximo de
atenção na sua respiração enquanto o ar entra e sai dos
seus pulmões.

Comece a observar cada músculo do seu corpo a partir


dos seus pés. Conforme o ar é expirado, relaxe o músculo
mentalizado, como se ele estivesse sendo “desativado”.
Siga com esse exercício, subindo para os outros músculos
do seu corpo: as pernas, os glúteos, o abdômen, os
ombros, os braços, o rosto, a testa, etc., soltando toda a
musculatura.

Enquanto isso, foque apenas na sua respiração e ignore


qualquer outro pensamento que possa surgir.

Quando estiver se sentindo totalmente relaxado, busque


uma memória recente e agradável em sua mente. Pode ser
um momento em família, uma vitória no esporte, a
alegria de uma boa notícia, etc.

Mantenha os olhos fechados e o corpo relaxado.

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As instruções que seguem foram tiradas do livro de Anthony Robbins, no capítulo


“Dominando sua mente: como dirigir seu cérebro”, e você deverá segui-las
mentalmente.

“Agora, entre dentro dessa experiência. Veja o que viu


com seus próprios olhos, os eventos, as imagens, cores,
brilhos, e assim por diante. Ouça o que ouviu: as vozes,
sons, e assim por diante. Sinta o que sentiu: emoções, a
temperatura, e assim por diante. Experimente como
era.”

Você vai notar, é como reviver aquela experiência. As emoções e sensações são vivas!
Quanto mais relaxado e focado nos detalhes dessa memória, mais real parecerá.

Essa técnica é tão poderosa que especialistas em métodos terapêuticos a utilizam no


tratamento de traumas, ajudando os pacientes a reanalisarem situações difíceis que
enfrentaram com o intuito de dar àquela experiência um significado mais adequado
à realidade e que lhes cause menos sofrimento.

No esporte, os princípios dessa técnica já eram utilizados por Ayrton Senna. Trechos
do livro “Ayrton Senna Herói de um Novo Tempo” contam como seu preparador físico,
Nuno Cobra, já introduzia técnicas de programação mental em seu treinamento,
algo inédito no esporte brasileiro na década de 1980.

O livro descreve a técnica nos seguintes termos:

“Trata-se da formação de uma espécie de tela mental na


qual a pessoa projeta visualmente o conteúdo das suas
imaginações. Faz isto com um propósito definido. Estar
perfeitamente concentrada para uma disputa
esportiva, digamos. A ideia é que o pensamento tem
força e procede a realização. Quer dizer, se antes de
realizar algo, você o imagina ativamente, está dando
um passo concreto para realmente conseguir fazê-lo.”

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Em outro trecho, o autor, Edvaldo Pereira Lima, relata:

“Senna passa a visualizar mentalmente todas as suas


corridas, antes de realizá-las. É como se corresse na
imaginação um Grande Prêmio inteiro antes de sequer
sentar no carro para a largada verdadeira. Na
visualização, ele programa mentalmente o seu
desempenho. Com isto, prepara a mente e o corpo para
estarem prontos para o nível de performance que deseja
alcançar.”

O desempenho de Ayrton Senna, como todos sabem, era impecável. Um verdadeiro


atleta, nos aspectos físico e mental. Mesmo tendo falecido há mais de 26 anos, é até
hoje o maior vencedor do Grande Prêmio de Mônaco, um marco impressionante.

Esperamos, em breve, fazer um ebook para tratar minuciosamente da preparação


mental para as competições de futevôlei, mas nesse pequeno resumo queremos
propor uma introdução da técnica de mentalização a vocês.

A cada aprendizado teórico que você ler aqui, pedimos que faça o exercício da forma
como explicamos. Após atingir o relaxamento do seu corpo, focando o pensamento
só na sua respiração e desativando toda a musculatura, se coloque em quadra.

Sinta os seus pés na areia. Olhe ao redor, repare se tem


pessoas à sua volta, se há música, se está sol, se está
calor, sinta o sol na sua pele, o cheiro do protetor solar,
tente lembrar de cada detalhe dessa ocasião. A partir daí,
se coloque em jogo mentalizando a nova técnica, seja de
um fundamento, de um posicionamento de defesa ou de
ataque.

Fazendo isso, você apresentará essa opção ao seu cérebro, criando memórias que
serão utilizadas a seu favor. Com a prática da mentalização em altos níveis de
concentração, o seu aprendizado será muito mais rápido, assim como a sua evolução
no futevôlei.

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B) CONSOLIDAÇÃO DO APRENDIZADO
Você consegue descrever tudo, exatamente tudo, o que você faz enquanto dirige?

Além da sua respiração, você mentaliza o percurso que irá fazer, alterna os
movimentos dos pés entre o acelerador, a embreagem e o breque, muda a marcha,
controla a velocidade de acordo com os veículos da frente, olha para os lados e para
trás para não colidir e não atropelar os pedestres, olha o GPS, escolhe a música que
quer escutar, lembra a letra, canta. Se estiver com outras pessoas no carro, conversa
sobre assuntos aleatórios, discute e dá risada, sem falhar em nenhuma dessas
tarefas.

Apesar de ser algo tão complexo, se você for como a maioria das pessoas, é possível
que em um dia agitado chegue em casa depois do trabalho sem ao menos se dar conta
de que dirigiu até lá. Mas, como isso é possível?

Porque se tornou algo automático. O nosso cérebro é tão impressionante que


assimila aquilo que fazemos repetidamente e, se aprendermos do jeito certo, faremos
cada vez melhor.

Assim ocorre com o aprendizado no futevôlei. Agora, pense. Como seria se na


primeira aula de direção o instrutor te pedisse para fazer uma baliza enquanto
realiza todas as tarefas que citamos?

Por isso, fica aqui o alerta. Queremos fortemente que vocês aproveitem ao máximo o
conteúdo que estamos passando. Então, não adianta você ler o ebook inteiro uma
vez, jogá-lo na lixeira e ir para a quadra achando que se tornou outra pessoa.

Recomendamos que você escolha uma ou duas técnicas por vez para assimilar,
criando o seguinte hábito.

Separe alguns minutos antes do seu treino e leia o


capítulo referente à técnica que escolheu. Faça o
exercício de mentalização que ensinamos e foque em
consolidar esse aprendizado durante aquele treino.
Para as outras técnicas que ainda não sabe,
simplesmente aceite que chegará o momento de
incorporá-las ao seu repertório também.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA MINDSET NO FUTEVÔLEI

Esvazie a cabeça com relação ao resto. Uma boa parte do seu treino já está
acontecendo de forma automática, como dirigir.

Durante o treino ou jogos que fará neste dia, tente se lembrar a todo momento da
nova técnica que está aprendendo. Você deverá seguir essas instruções até notar que
essa técnica também se tornou automática. Então, poderá escolher a próxima e
assim por diante.

Tem pessoas que jogam futevôlei há anos e não evoluem. Com a parte técnica
estagnada, alguns até pioram se deixarem de cuidar do físico. Outros, começam a
praticar e em questão de meses parecem que jogam há anos.

Tudo é uma questão de método e foco.


Estude, mentalize e pratique que o resultado virá!

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

O seu parceiro faz uma recepção meia boca. A bola fica longe da rede, muitas vezes
baixa ou para trás, fazendo com que você tenha que usar o pé, fundamento que no
nível iniciante não tem muita precisão. Você sabe que a boa levantada tem que ser
alta e bem perto da rede, sai correndo atrás da recepção mal feita e, buscando a
perfeição, erra.

Então, ele olha para você e fala:

“Pô, só os caras tão atacando.


Você não acerta uma levantada!”.

A maioria dos iniciantes aceita a bronca e se exige mais precisão na próxima


levantada. Porém, o receio de errar é tão grande que na próxima bola erra
novamente. Aí o jogo desanda. Os erros começam a aumentar, a dupla se desentende,
o parceiro deixa de se esforçar nos próximos lances e a partida acaba sendo um
desastre.

Se identificou?
Onde está o erro na cena descrita?

Na mentalidade de jogo.

O que leva um jogador a cobrar o outro neste exemplo é a falta de consciência sobre a
sua responsabilidade em cada lance. Afinal, o esporte em dupla depende da
colaboração recíproca para as coisas darem certo.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

A primeira bola deve ser sempre alta e para frente, seja na recepção do saque ou na
defesa, e a regra a ser seguida é “quem executa bem a primeira bola, recebe uma boa
levantada. Quem a executa mal, deve reconhecer o esforço do parceiro em salvar o lance,
se contentando em devolver a bola para a quadra adversária”.

Isso diminui as probabilidades de erro, porque os jogadores param de tentar fazer o


que é mais difícil. Se a primeira bola veio “quebrada”, não tente colocar o seu
parceiro na pinta para atacar. Apenas coloque a bola para cima, sem direcioná-la,
para que o seu parceiro se aproxime e a passe para o outro lado.

Devidamente conscientes de que esse é o preço de não ter conseguido trabalhar bem
a bola, a dupla deve focar em se posicionar corretamente para defender os
adversários, recuperar a posse de bola e, dessa vez, conseguir atacar bem e fazer o
ponto.

"Pense que um erro pode custar um ponto e


a perda da sua autoconfiança na partida."

Na categoria iniciante ganha quem errar menos. Quando falarmos dos principais
fundamentos mais adiante você descobrirá que quando começamos a praticar o
futevôlei queremos fazer sempre o mais difícil, complicando ainda mais o jogo, e que
no nível iniciante, quanto mais simples jogarmos, melhor o resultado.

Quantas vezes passamos a bola de graça porque não estava em condições de ser
atacada e ela nem volta porque a dupla adversária erra algum fundamento básico?

Por isso, antes de se preocupar em executar um bom ataque para provocar o erro dos
adversários, é importante focar em ter segurança ao jogar com a sua dupla,
reduzindo a perda de pontos com seus próprios erros.

Uma simples mudança de mentalidade pode transformar o seu jogo.

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É possível perceber o nível do jogador de futevôlei logo pela recepção do saque.

· Nos níveis profissional e avançado: praticamente não se erra a


recepção e a bola é direcionada sempre para o mesmo lugar da
quadra;

· No nível intermediário: apesar de alguns erros esporádicos, há


mais regularidade e os pequenos deslizes podem ser consertados;

· No nível iniciante: só Deus sabe para onde a bola vai. O parceiro


fica em posição de alerta, preparado para correr para qualquer
lugar!!

Brincadeiras à parte, no nível iniciante costumamos ver muitos pontos de saque,


porque, como a maioria já tem alguma experiência com o futebol, mesmo que seja
das peladas na rua, os praticantes têm uma boa batida com o pé e conseguem forçá-
lo.

Por outro lado, ainda não têm a prática, nem consciência, na recepção. Com isso, o
jogo acaba ficando travado, com pouca continuidade.

Aliás, fica aqui uma observação de algo que muitos iniciantes não percebem. Nos
níveis mais elevados de jogo o saque não é uma vantagem. Pelo contrário, a recepção

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passa a ser um fundamento básico e a desvantagem é da dupla que sacou, que sofrerá
o ataque dos adversários.

A vantagem é sempre de quem está com a bola, pois poderá atacar.


Consequentemente, o objetivo da dupla que está sem a bola é apenas um, defender
para recuperá-la e, assim, poder atacar e fazer o ponto.

Dito isso, vamos esclarecer qual é o erro crucial dos jogadores iniciantes ao executar
a recepção: tentar passar a bola para o parceiro.

Existem várias técnicas de recepção, e uma não exclui a outra, mas se existe um
ensinamento básico e unânime sobre esse fundamento é:

“NUNCA PROCURAR O PARCEIRO EM QUADRA”

Ao cruzar a bola de um lado para o outro da quadra criamos duas dificuldades: a


primeira é ter precisão suficiente para acertar o lugar exato onde o parceiro está. A
segunda é que, se jogamos a bola para o lado a deixamos longe da rede para o parceiro
levantar, e assim acabamos recebendo uma bola ruim para atacar.

Mas, então, o que devo fazer?

Vamos te ensinar a ter uma mentalidade que aumentará significativamente a sua


margem de acerto e acabará de uma vez com esse vício de procurar o parceiro em
quadra.

Imagine a quadra dividida ao meio, como se fossem as linhas da quadra de tênis.

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Agora, pense que, para atacar, a bola deverá ser trabalhada em apenas metade da
quadra. Ou seja, a recepção tem que ser sempre alta e para frente, respeitando a linha
imaginária, como mostramos na imagem abaixo.

Ao invés de direcionar a bola para o parceiro, ele é que deverá caminhar em direção à
rede para fazer a levantada. A partir de agora, repare nessa dinâmica nos jogos
profissionais. Assim que o jogador percebe que o saque foi no parceiro, ele já se
desloca em direção à rede porque sabe que é para lá que a bola será direcionada.

Fazendo isso, você não se exigirá a precisão de acertar a bola onde o seu parceiro está
e também não exigirá a precisão do seu parceiro de acertar a levantada próxima à
rede estando longe dela. Isso tornará o jogo mais fácil e diminuirá
significativamente os erros da sua dupla.

Note no comparativo abaixo que nunca devemos manter uma postura passiva
durante o jogo, nem mesmo quando estamos sem a bola. No caso da recepção, se o
levantador criar o hábito de andar em direção à rede, antes mesmo de saber para
onde a bola irá, acabará condicionando o seu parceiro a lançar a bola para frente.

Por isso é importante que a dupla detenha esse conhecimento e esteja entrosada para
aplicá-lo.

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Outra dica importante para acertar a recepção é treinar a sua velocidade de reação. É
muito importante que você comece a se posicionar na trajetória da bola quando ela
ainda estiver na quadra adversária.

Algumas pessoas não se atentam para esse detalhe e deixam para entrar na frente da
bola quando ela já está quase chegando. Com isso, não têm tempo de se posicionar
corretamente e firmar a base para executar uma boa recepção.

Não é só uma questão de agilidade no deslocamento, mas sim de se esforçar para


perceber a direção da bola o quanto antes e se mover na mesma direção. Quanto
antes você se deslocar, mais tempo terá para firmar a base e realizar o fundamento, e
isso faz toda a diferença!

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Em resumo, a qualidade da recepção não é só uma questão de habilidade. Falamos


aqui de dois conceitos que te ajudarão a ter mais regularidade nesse fundamento.
Consequentemente, realizar uma boa recepção o ajudará a atacar em condições
melhores.

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Outro erro comum do jogador iniciante é querer ter muita precisão na levantada,
colocando a bola exatamente onde o parceiro está.

Na levantada, o foco deve ser colocar a bola para cima. O jogador que fez a recepção e
irá atacar é que deve se aproximar do levantador e “entrar na bola” para realizar o
ataque.

Para que essa dinâmica aconteça naturalmente durante o jogo, é importante que a
dupla se habitue a se movimentar em conjunto dentro de quadra, tendo como
referência a posição da bola.

É comum a utilização de cintos de tração nos treinos de nível iniciante e


intermediário para criar essa mentalidade. Com os jogadores “amarrados” um ao
outro, eles são obrigados a se deslocar conjuntamente, sempre atrás da bola.

A finalidade é desenvolver a cooperação mútua da dupla. O ideal é que, toda vez que
um jogador chegar à bola o seu parceiro já esteja ao seu lado, bastando que ela seja
colocada para cima, sem a precisão de acertá-la onde o outro jogador está. Isso
evitará as correrias desnecessárias e, consequentemente, os erros.

Aplicando esse conceito para a levantada, concluímos que, se o jogador que fez a
recepção direcionou a bola para o lado direito da rede, ele atacará próximo ao lado
direito da rede, onde está o levantador.

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Da mesma forma, se a projetou no meio da rede, atacará próximo ao meio da rede, e a


mesma coisa acontecerá se a recepção for direcionada para o lado esquerdo.

O mesmo raciocínio deve ser mantido quando a primeira bola, seja na recepção ou na
defesa, “espirra” para trás ou para os lados. Muitos jogadores se matam para chegar
à bola e ainda querem jogá-la na rede, tentando acertar a levantada perfeita.

A cada 10, acertam 1.

Quando precisamos salvar uma recepção quebrada ou uma defesa mal feita, devemos
dar um toque leve na bola, apenas para jogá-la para cima, sem direcioná-la. O
parceiro é que deverá se aproximar para simplesmente devolvê-la para o outro lado
da quadra.

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Grave isso!
Ao tentar colocar o seu parceiro na pinta, levantando
com perfeição uma bola que foi mal recepcionada, você
atrai para si a responsabilidade pelo erro do outro.
Afinal, se você não acertar e a sua dupla perder o
ponto, o erro será fruto da sua decisão equivocada, por
ter assumido um risco desnecessário.

A sua obrigação como levantador é colocar a bola para cima. Assim, quando o
parceiro te entregar uma primeira bola boa, ele receberá uma boa levantada para
atacar. Caso contrário, você colocará a bola para o alto para que ele a devolva para a
quadra adversária. Falaremos mais sobre “trocar bola”, no capítulo a respeito da
mentalidade de jogo no nível intermediário.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

Muitas vezes, mais importante do que a potência do ataque é saber encontrar


espaços vazios dentro da quadra para tirar o adversário da zona de conforto.

Como já falamos anteriormente, no nível iniciante a regularidade de acerto ainda


não é tão grande, por isso, fazer o oponente se movimentar para executar a defesa
pode ser mais eficiente do que atacar uma bola forte em cima dele.

No começo, esse é um desafio e tanto, porque enquanto ainda não temos a habilidade
de olhar a quadra adversária durante o ataque, nossa referência de espaço ocorre por
dedução e o nosso cérebro a relaciona inconscientemente com o corpo do adversário,
que é o único objeto ocupando o outro lado da quadra.

Você já deve ter recebido o alerta:

“tira a bola do peito dele!”


“você está atacando em cima do cara!”

Então, no início é importante se esforçar para criar essa mentalidade, utilizando, em


especial, as extremidades no fundo e meio fundo da quadra, pois, assim, além de
fazer os adversários se movimentarem para defender, eles ficarão mais longe da
rede.

Dessa forma, terão mais dificuldade de trabalhar a bola para colocá-la próxima à
rede, o que diminui as chances de realizarem um bom ataque.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

Mas, atenção!
Você deve apenas fazer com que os adversários se desloquem para realizar a
defesa, e não tentar acertar a linha, nos limites da quadra. Caso contrário, assumirá
um risco desnecessário.

No nível iniciante o mais importante é construir um


estilo de jogo seguro. Nosso objetivo é ajudá-lo a extrair
o máximo do seu potencial, eliminando os erros
desnecessários que, como já falamos, representam
pontos dos adversários.

Não existe nada pior do que acabar uma partida com a sensação de que você perdeu o
jogo para si mesmo. Ou seja, que a outra dupla não era melhor e só ganhou porque
você e seu parceiro erraram demais!

Por isso, repetimos, no nível iniciante ganha quem errar menos e não quem
conseguir dar “shark attack”, não quem fizer a diagonal curta perfeita ou souber
pingar de ombro...

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

É preciso entender o jogo no seu contexto, de forma inteligente. Não adianta a dupla
fazer boas defesas em um rally e ganhar o ponto se no lance seguinte esse ponto for
perdido porque você errou uma bola que seria extraordinária, mas que você ainda
não tem segurança para executar e acabou errando.

Essas tentativas você deve deixar para o treino, para as peladas e se tiver muito à
frente no placar, mas não quando precisa manter a assertividade para vencer a
partida.

Outro fator importante para executar um bom ataque é estar sempre andando em
direção à bola para se aproximar do levantador. Conforme explicamos no capítulo
sobre a levantada, seu parceiro vai apenas jogar a bola para cima e você é que deverá
“entrar” debaixo dela para executar o ataque.

Sem precisar “sair correndo” para atacar, será muito mais fácil acertar o tempo de
bola durante o salto.

Por fim, falando ainda sobre a colaboração recíproca que deve existir entre a dupla,
queremos destacar uma situação de jogo específica, quando o jogador vai atacar logo
após defender uma bola próxima à rede, seja um pingo ou uma diagonal curta.

A maioria das pessoas, após realizar a defesa próxima à rede, fica parada esperando a
levantada, deixando para o parceiro um espaço muito pequeno para projetar a bola.

Como a bola precisa ser levantada entre o jogador e a rede, e o atacante já está muito
próximo dela, se ele ficar parado após a defesa do pingo a levantada terá que ser
muito precisa, aumentando as chances de erro.

O que recomendamos neste caso é que, após realizar a defesa próxima à rede, o
jogador que irá atacar dê dois passos para trás. Esse costuma ser um hábito apenas de
quem pretende pegar impulso para dar o shark attack, mas também pode ser muito
útil para os ataques de cabeça, pelo motivo que citamos.

Além de diminuir a margem de erros na levantada, possibilita ao atacante executar


um bom ataque um maior número de vezes, já que a bola levantada para trás da linha
em que está posicionado acaba sendo passada “de graça” e, dessa forma, ele pegará a
bola sempre de frente.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

Vale repetir. Os jogadores nunca devem manter uma postura passiva durante o jogo,
independentemente de estarem com a bola. A movimentação correta em quadra é
um dos principais fatores que contribuem para o entrosamento da dupla.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

Para finalizar a parte A do ebook vamos falar de algo que parece óbvio, mas que é
ignorado por praticantes que estão começando.

Assim como no futebol tem gente que só valoriza o gol, no futevôlei tem pessoas que
simplesmente não enxergam o resto da jogada além do ataque, e ignoram tudo o que
contribuiu para que o lance resultasse no ponto.

Hoje em dia, com a sofisticação do futebol ficou mais fácil de enxergar e valorizar
cada desarme realizado pelo zagueiro, cada lançamento feito pelo volante, cada
cruzamento preciso dos laterais, mas no futevôlei poucos têm a visão completa do
jogo.

Esquecem que a cada ponto ganho a sua dupla irá sacar. Considerando que é
justamente esse o objetivo do jogo, fazer pontos, a conclusão é de que, a cada saque,
você precisará defender a dupla adversária para recuperar a posse de bola, poder
atacar e fazer o próximo ponto.

Ou seja, o jogo começa pela defesa e, assim como ocorre na recepção, a qualidade da
bola defendida será determinante para a qualidade da levantada e,
consequentemente, do ataque.

"SÓ ATACA QUEM DEFENDE"

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE

A defesa deve ser a maior preocupação no aprendizado do jogador iniciante, por três
principais motivos:

1- Saber defender o leva a se sentir no controle da partida e


mais confiante para atacar, aumentando a sua assertividade;

2- Posicionando-se corretamente para executar a defesa, você


diminui o desgaste físico durante a partida, o que é primordial em
um esporte de alta intensidade como o futevôlei e pode ser o
diferencial para a vitória;

3- Ao perceber que a bola não cai, a dupla adversária começará


a forçar mais o ataque e a arriscar mais. Com isso, aumentará a
sua probabilidade de erros e, como já falamos, cada erro do
adversário vale um ponto, assim como o seu melhor acerto no
ataque!

A boa defesa deve seguir o mesmo raciocínio da recepção, nunca buscando acertar a
bola onde o parceiro está. A primeira bola deve ser sempre alta e em direção à rede.

Por isso, se a sua defesa não está boa, não adianta exigir uma boa levantada do seu
parceiro!

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

Até aqui, falamos de diversas técnicas que classificamos como nível iniciante, mas
sobre as quais muitos jogadores que não se consideram mais iniciantes também não
têm consciência.

Por isso, se você pulou a primeira parte, recomendamos dar uma passada por lá, só
para relembrar algumas coisas...

O que separa a categoria iniciante da intermediária não é apenas a qualidade dos


fundamentos. Alguns iniciantes têm uma peitada ou uma chapa de pé tão boas ou até
melhores do que alguns intermediários, mas no confronto dentro de quadra ainda
estão muito abaixo.

A diferença entre eles está na compreensão do jogo, no entendimento de que estamos


o tempo todo construindo o resultado da partida e que a colaboração mútua entre a
dupla só ocorre se ambos tiverem o mesmo nível de consciência.

A partir do conhecimento, é possível utilizar estratégias que facilitem o seu jogo e,


ao mesmo tempo, gerem mais dificuldades para os adversários.

Isso mesmo! No início, a meta é não deixar a bola cair, mas depois que os
fundamentos básicos estão bem estruturados e que já temos consciência das questões
abordadas na primeira parte do ebook, aprendemos que o futevôlei é um jogo de
muita inteligência.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

Vamos te mostrar nos próximos capítulos que com algumas estratégias de saque você
pode induzir o adversário a atacar em determinada posição da rede, facilitando a sua
marcação na defesa; que você pode diminuir a probabilidade do adversário utilizar
seus melhores ataques durante uma partida; que você tem recursos para driblar a
marcação da defesa adversária; que você pode facilitar a sua defesa se entender quais
são as probabilidades de ataque, etc.

A partir do nível intermediário, o jogo de futevôlei se assemelha ao jogo de xadrez.


Para cada tomada de decisão precisamos prever suas possíveis consequências, de
acordo com o perfil de cada adversário.

Se a sua estratégia for melhor planejada e melhor


executada, você conduzirá a partida.
Consequentemente, jogará mais confiante, o que é
essencial para a vitória no futevôlei.

Você já deve ter passado por essa situação desagradável...

"O jogo começa e o adversário mata a bola com um pingo


pra trás. No próximo lance você fica atento para defender
o pingo pra trás, na hora “H”, ele mata no fundo. Então,
você pede para o seu parceiro cobrir o fundo, e na bola
seguinte o adversário mata na diagonal curta.

No próximo ataque ele pode fazer o que quiser. Perdido e


totalmente sem confiança, você já não tem agilidade na
reação e praticamente não sai do lugar enquanto vê a bola
cair".

Esperamos que, com as dicas que vamos passar, você aprenda mecanismos para
contornar essa situação e consiga começar a ter o controle da partida.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

Alguns jogadores acham que o mais importante do saque é que ele seja forte, para
dificultar a recepção do adversário. Porém, com a evolução do nível de jogo o saque
passa a ser utilizado estrategicamente, inclusive para induzir o adversário a atacar
em determinada posição da rede e assim facilitar a marcação.

Saber de onde o adversário vai atacar ajuda na elaboração da estratégia de defesa,


pois dá ao menos um pouco de previsibilidade ao jogo. Bem melhor do que sacar sem
ter a mínima ideia do que está por vir, afinal, o jogo é muito rápido e algumas
decisões precisam ser tomadas em milésimos de segundos.

Nesse ebook vamos tratar de três tipos de saque: o saque balanceado, o saque de meio
e o saque de ponta.

SAQUE BALANCEADO
Você já deve ter se perguntado por que alguns jogadores profissionais não executam
o saque com força.

Eles o evitam porque o saque forte pode facilitar a vida do adversário que tem
regularidade na recepção. Basta se posicionar e travar o tronco que a bola explode
instantaneamente, ganhando altura sem qualquer esforço físico, o que deixará o
adversário em vantagem em um jogo pegado.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

Uma boa opção pode ser o saque balanceado. Esse tipo de saque é direcionado para
cima, fazendo com que a bola ganhe altura e, após perder a força, comece a cair, sem
peso, em direção ao fundo da quadra, bem próximo à linha de fundo.

O adversário a receberá no fundo e terá que se esforçar para trazê-la para perto da
rede e assim conseguir executar um bom ataque. Esse saque também é muito
eficiente contra jogadores de nível iniciante e intermediário, porque se o adversário
não tiver um bom fundamento de peito ou de ombro, a primeira bola ficará no meio
da quadra e ele atacará de longe da rede.

Mesmo que ele acerte uma ou outra, se não tiver regularidade na recepção, a bola
pode ficar baixa, obrigando o seu parceiro a levantar com o pé ou a salvar uma bola
ruim, aumentando as chances de erro.

Outro fator relevante é que o adversário receberá a bola no fundo e, após fazer muita
força para lançá-la para perto da rede, terá que percorrer toda a extensão da sua
quadra para atacar. Em uma quadra com a areia muito “pesada”, a repetição desse
saque pode gerar um grande desgaste físico para o adversário, reduzindo a qualidade
dos seus fundamentos em geral.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

SAQUE DE MEIO
Quando o saque é executado no meio dos dois jogadores, o receptor é obrigado a se
deslocar até o meio da quadra, reduzindo consideravelmente o espaço que ele terá
para atacar.

Note na imagem abaixo que a área da quadra que fica para o lado oposto ao do
levantador (marcada em vermelho) é praticamente inutilizada, pois o atacante
correrá em linha reta em direção à rede e, caso a bola seja levantada além dessa linha,
ele ficará desequilibrado e sem força para atacar.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

Isso significa que, via de regra, o saque de meio leva o adversário a atacar do meio da
rede. E destacamos que essa é a regra, mas há exceções, recursos que podem ser
utilizados para driblar essa tentativa de “manipulação”, mas só os atletas de nível
mais avançado saberão fazê-lo. Abordaremos esse assunto no último capítulo.

Essa estratégia de saque pode ser utilizada diante de um adversário que ataca muito
bem "de ponta", por exemplo, se ele tiver uma boa paralela ou uma boa diagonal
curta. Se for esse o caso, o saque de meio vai evitar seus melhores ataques, pois ele
vai atacar sempre do meio da rede.

Por outro lado, pode ser arriscada se o seu adversário tiver versatilidade nas
variações de ataque, pois se ele estiver com o corpo de frente para a rede, posicionado
de meio, terá praticamente todas as opções de ataque.

Vale a pena testar e sentir a reação do adversário, porque a versatilidade nas


variações de ataque não é uma característica comum em jogadores de nível
intermediário. Talvez você descubra que mesmo estando nessas condições o seu
adversário executa sempre os mesmos dois ataques, por falta de confiança em tentar
as possíveis variações.

Se for o caso, o saque de meio restringirá ainda mais as suas opções e se ele tentar
fazer algo que não sabe, executando um ataque que não é o seu forte, correrá um
risco maior de errar.

SAQUE DE PONTA
Dificilmente o adversário receberá a bola próximo à linha lateral da quadra e
direcionará a recepção para frente. Geralmente, ou a bola é direcionada para o meio
da rede, ou ele procura o parceiro em quadra, o que é errado, como já falamos.

Com isso, duas hipóteses podem acontecer. Ou ele fica esperando o parceiro levantar
de onde está e ataca da ponta da rede, ou ele caminha em direção ao parceiro para se
aproximar, ficando com o corpo virado para a diagonal da quadra adversária.

A reação do adversário será descoberta com um ou dois saques de ponta e você


deverá estar atento a esse “feedback” para definir qual será a estratégia de defesa.

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O fato é que, quando o jogador anda da lateral da quadra em direção ao meio da rede,
ele fica com o corpo virado para a diagonal e, nessa situação, é muito mais provável
que ele ataque para o lado da quadra para o qual está virado.

As opções de ataques mais incisivos na paralela ficam reduzidas e isso é decisivo para
a estratégia de defesa, já que um dos jogadores pode entrar no pingo e o outro
cobrirá um possível lobby.

Explicaremos melhor no próximo capítulo, quando falarmos sobre estratégias de


defesa.

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Quando falamos em estratégias de defesa, precisamos pensar em probabilidades.

Um erro comum de quem está começando no futevôlei é querer adivinhar onde o


adversário vai atacar, correndo para algum lugar da quadra como o goleiro que
tenta acertar o canto para defender um pênalti.

Porém, são tantas opções de ataque que o risco de errar é muito grande, sem falar
quando o atacante tem uma boa visão de jogo e consegue mudar o ataque vendo a
movimentação antecipada do adversário.

Na verdade, o raciocínio deve ser o inverso. Como é impossível marcar a quadra


inteira para chegar em todas as bolas que o adversário pode executar, deixamos
de marcar a que ele provavelmente NÃO vai executar, nos posicionando de acordo
com as probabilidades verificadas.

Isso porque, de acordo com o posicionamento do corpo junto à rede, algumas bolas
se tornam muito difíceis de serem executadas e outras até impossíveis!

Após essa leitura preliminar, que com o tempo acontece de forma automática, nos
posicionamos de modo a conseguir chegar em duas ou três bolas que ele
provavelmente irá escolher.

Feito isso, teremos milésimos de segundos para tentar realizar a leitura corporal. Ou
seja, identificar nos movimentos dos braços, tronco e, principalmente, pescoço,
o que o adversário vai fazer.

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Mas, antes de falar das probabilidades, vamos tratar de uma diferenciação muito
importante sobre a realização da defesa: a postura de defesa e o posicionamento de
defesa.

POSTURA DE DEFESA
Há algumas situações em que devemos manter a base do corpo de lado e outras em
que devemos manter as pernas paralelas, como na imagem abaixo.

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Quando cada jogador da dupla defender o seu lado da quadra, a base do corpo deve
estar sempre de lado, com um pé na frente e outro atrás, pois o deslocamento maior
ocorrerá nesse sentido, para frente e para trás.

Precisamos estar preparados para dar a maior explosão muscular possível para
alcançar tanto a bola curta quanto a longa, e com as pernas paralelas a velocidade de
reação nessa direção fica mais lenta.

Por outro lado, caso a dupla opte por fazer uma marcação com movimentação pré-
definida, quando um jogador entra nas bolas curtas e o outro defende o fundo, as
pernas deverão estar paralelas, pois, nessa hipótese o deslocamento não será frontal,
e sim lateral.

Quando um jogador fica responsável por defender as duas extremidades laterais da


quadra, cobrindo toda a frente ou todo o fundo, manter a base do corpo de lado pode
ser muito prejudicial, pois se a bola for atacada para o lado da perna que está na
frente ele será surpreendido no que chamamos de “contra-pé”.

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Dito isso, vamos partir para a explicação do posicionamento, que será determinante
quando a defesa for realizada com a base do corpo de lado.

POSICIONAMENTO DE DEFESA
Na marcação da paralela direita, o jogador destro deve se posicionar um pouco mais
perto do centro da quadra, virado para a linha lateral. O seu corpo marcará a linha
onde está posicionado, pois se a bola vier nessa direção ele poderá usar os
fundamentos de recepção, peito, ombro, cabeça, etc., para realizar a defesa.

Caso o ataque seja executado rente à linha lateral, bastará dar um passo para o lado
que seu corpo já está virado (a paralela), usando o seu "lado bom", o direito por ser
destro, para realizar os fundamentos defesa.

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O mesmo raciocínio serve para o jogador da esquerda, caso seja canhoto. utilizando o
corpo para executar a defesa das bolas atacadas mais para dentro da quadra e a
perna esquerda para as bolas rentes à linha lateral.

Se o defensor que joga do lado direito for canhoto, ele pode (apenas se não se sentir
confiante em defender com a perna direita) se posicionar bem próximo à linha
lateral, “escondendo a perna direita”, que não é a melhor. Nesse caso, defenderá as
bolas rentes à lateral com o próprio corpo, ficando virado para o meio da quadra para
executar a defesa com a perna esquerda.

O mesmo raciocínio serve para o jogador da esquerda, caso seja destro, utilizando a
perna direita para defender os ataques voltados mais para dentro da quadra e o
corpo para a defesa das bolas atacadas rente à linha lateral.

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Quando o atacante não é o adversário que está de frente para o defensor, mas sim o
que está “cruzado”, o posicionamento é outro. Embora possa haver diferentes
estratégias, na nossa opinião o defensor deve ficar sempre com o corpo virado para o
adversário e, consequentemente, para a bola.

Significa que, independentemente de ser destro ou canhoto, quando o ataque for


cruzado o jogador da direita deverá defender o meio da quadra com a perna esquerda
e o jogador da direita, com a perna direita.

Entendemos assim, pois, caso contrário, o defensor ficaria de costas para o lance ou
teria que se posicionar com as pernas paralelas, ao invés de manter a base de lado, o
que não recomendamos.

Além disso, em algumas situações, os dois defensores ficariam de costas um para o


outro, o que dificultaria a visão do jogo e prejudicaria o entrosamento da dupla.

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Por fim, ambos ocupariam o mesmo lugar da quadra, deixando muita área
descoberta. Vamos ilustrar essa situação com o primeiro exemplo acima.

Suponhamos que o adversário do lado esquerdo está atacando. O defensor do lado


direito é destro e se posiciona mais para dentro da quadra, protegendo a linha
paralela com a perna direita.

Se o defensor do lado esquerdo, que está defendendo um possível ataque cruzado,


quisesse marcar o meio da quadra com o corpo, deixando a perna esquerda para
realizar a defesa em deslocamento por ser canhoto, os dois defensores ocupariam
praticamente o mesmo local da quadra e ficariam de costas um para o outro.

Veja a ilustração na imagem abaixo.

Além dos motivos que já falamos, na imagem acima, o defensor do lado esquerdo
ficaria muito distante da extremidade da quadra, dificultando a defesa de uma
possível diagonal longa.

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Na imagem abaixo ilustramos o posicionamento que entendemos correto na mesma


situação dada como exemplo, partindo da premissa de que, independentemente de
ser destro ou canhoto, quando o ataque for cruzado o jogador da direita deverá
defender o meio da quadra com a perna esquerda e o jogador da direita, com a perna
direita.

É importante que você comece a observar, repetidamente, os lances que assiste de


jogos profissionais. Os jogadores se locomovem rapidamente conforme a dinâmica
do jogo e ao notar a mudança das probabilidades de ataque, alternam a base
instantaneamente, ora virando o corpo para a linha lateral, ora para o meio.

Aqui vai mais um exemplo. Vamos supor que o jogador da direita saque cruzado e
que o adversário, ao fazer a recepção, jogue a bola bem alta e próxima à rede,
deixando o parceiro em boas condições de atacar de segunda da ponta da rede.

O defensor que sacou agora está de frente para o adversário que, possivelmente,
atacará de segunda, estando posicionado na ponta da rede. Então, ele ficará com o
corpo virado para a paralela (situação 1).

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Caso o ataque não seja realizado de segunda e a bola seja levantada, esse mesmo
defensor terá que virar a base do seu corpo imediatamente para o centro da quadra,
para ficar de frente para o atacante, que atacará a terceira bola (situação 2).

Acredite, não é tão difícil quanto parece. No exemplo acima seria instintivo alternar
a base do corpo da paralela para o meio da quadra, se não, você ficaria de costas para
o lance.

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Basta começar a observar os jogos que assistir e praticar. Você vai entender porque
alguns defensores parecem estar em todos os lugares da quadra, chegando nas bolas
curtas e longas com tanta facilidade!

Se tiver ficado alguma dúvida até aqui, releia, reflita, veja as imagens novamente,
mas não passe para a análise das probabilidades sem esse entendimento. A postura e
o posicionamento são os conceitos mais importantes para a eficiência da sua defesa.

Aprendido esse importante conceito, vamos falar sobre a análise das probabilidades
nas duas principais situações de ataque: o ataque de ponta e o ataque de meio.

PROBABILIDADES NA DEFESA DO ATAQUE DE PONTA


Quando o jogador está na ponta da rede, a bola mais difícil de ser executada com
agressividade é a diagonal longa.

Isso porque essa é a maior distância entre o atacante e o alvo, ou seja, o canto oposto
no fundo da quadra adversária. Poucos jogadores têm força no pescoço para executar
bem essa bola em linha reta.

Diante disso, a defesa pode ser realizada de duas formas.

ESTRATÉGIA 1

Marcação com movimentação pré-definida

O defensor “cruzado”, sabendo que a diagonal longa é a bola


mais difícil de ser atacada, entra no pingo e o seu parceiro
defende o fundo da quadra.

Se o atacante tentar a diagonal longa, geralmente, a bola


chegará ao alvo sem muita força (pela distância percorrida), e
o defensor que marcou o fundo deverá estar atento para cobrir
o que entrou no pingo em um possível lobby.

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ESTRATÉGIA 2

Cada jogador marca o seu lado da quadra

O defensor “cruzado”, sabendo que a diagonal longa é a bola


mais difícil de ser atacada, apenas se adianta um pouco, se
posicionando mais ou menos um passo à frente do meio da
quadra.

Nesse caso, o defensor “cruzado” deverá estar com a base do


corpo de lado, e atento para voltar e alcançar um possível
lobby.

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PROBABILIDADES NA DEFESA DO ATAQUE DE MEIO


Quando falamos sobre o saque rente à linha lateral no capítulo anterior,
visualizamos a possibilidade de induzir o adversário a se deslocar da linha lateral da
quadra para o meio da rede, ficando com o corpo todo virado para a diagonal, ou seja,
praticamente de lado.

Nessa situação, a bola mais difícil de ser executada com agressividade é a paralela, já
que, o jogador teria que virar muito o pescoço. Além disso, para atacá-la com força
em direção ao chão teria que saltar muito além da altura da rede, o que poucos
conseguem fazer.

Essas circunstâncias, somadas à necessidade de sincronizar o movimento durante o


salto, tornam o ataque paralelo para baixo muito difícil nessa posição.

Geralmente, quando o atacante anda até o meio da rede e fica com o corpo de lado, é
mais provável que ele ataque as bolas diagonais, para o lado que está virado. Na

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paralela, a sua opção mais provável acaba sendo o pingo para trás.

Diante disso, a defesa pode ser executada de duas formas.

ESTRATÉGIA 1
Marcação com movimentação pré-definida

O defensor que está de frente para o atacante, sabendo que o


ataque na paralela é o mais improvável, entra no pingo e o seu
parceiro defende o fundo da quadra. Se o atacante tentar
atacar na paralela, geralmente a bola fará a trajetória de uma
parábola, como um lobby, e o jogador que defendeu o fundo
terá tempo suficiente para fazer a cobertura.

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ESTRATÉGIA 2

Cada jogador marca o seu lado da quadra

O defensor que está de frente para o atacante, sabendo que o


ataque na paralela é o mais improvável, apenas se adianta um
pouco, se posicionando mais ou menos um passo à frente do
meio da quadra para defender um possível pingo.

Nesse caso, o defensor que está de frente para o atacante


deverá estar com a base do corpo de lado e atento para voltar e
alcançar um possível lobby.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

Quando o adversário está posicionado no meio da rede, mas com o corpo de frente, as
probabilidades mudam, pois, nesse caso, ele tem todas as opções de ataque.

Por isso, recomendamos que, nessa situação, cada jogador marque o seu lado da
quadra, focando na orientação que passamos sobre a postura de defesa para obter
mais agilidade e, consequentemente, otimizar a sua eficiência.

Como já falamos anteriormente, embora pareça ilógico deixar o adversário nessas


condições, poucos jogadores têm tanta versatilidade nas variações de ataque para
aproveitá-las. Para esses jogadores, ter muitas opções de ataque pode até ser pior,
porque a indecisão pode prejudicar a execução do fundamento e porque ele
certamente irá errar se tentar fazer algo que não sabe.

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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO

A partir do nível intermediário o jogo deve ser estudado. O conhecimento e a


inteligência dos jogadores passam a ser decisivos para a vitória. Aqueles que
se recusam a enxergar isso e não buscam evoluir nesse aspecto ficam estagnados,
embora muitas vezes tenham anos de prática no esporte.

A mudança de mentalidade não acontece de uma hora para outra. Assim como tudo
na vida, é preciso ficar se relembrando constantemente do novo conceito aprendido,
até que ele se torne automático, como falamos no capítulo sobre técnicas de mindset.

Há muitas coisas que poderíamos abordar aqui, mas como estamos trazendo neste
primeiro ebook um apanhado geral sobre as técnicas de níveis iniciante e
intermediário, e o conteúdo já está ficando muito extenso, escolhemos quatro das
principais mentalidades de nível intermediário que mudarão o seu rendimento em
quadra.

1) ESCOLHER A MELHOR BOLA PARA MATAR


Nesse nível, deve-se privilegiar a defesa, pois te coloca no controle da partida. Além
disso, dizemos que depois de uma grande defesa sempre vem um bom ataque, porque
eleva o seu nível de confiança, o que é primordial no futevôlei.

Outro bom motivo para priorizar a defesa é que isso lhe permite escolher a melhor
bola para matar.

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Muitos jogadores pensam que toda bola tem que resultar em ponto e não enxergam o
lance como um todo, em seu contexto. Pensando dessa forma, querem forçar bolas
que não estão com altura e proximidade ideal da rede para serem atacadas e acabam
errando.

Por isso, um dos grandes aprendizados que devemos ter no


futevôlei é saber “trocar bola”. Significa passar “de graça”
quando a bola não está em boas condições de ser atacada,
pensando sempre que se a sua dupla estiver bem
posicionada, basta defender o adversário e recuperar a
posse de bola para trabalhar bem a jogada e, aí sim, matar o
ponto.

Outra dica importante ao devolver a bola de graça é jogá-la no fundo da quadra


adversária. Como será uma bola de fácil recepção, se você a coloca perto da rede,
acaba facilitando a vida dos adversários, que só precisarão jogá-la para cima para
ficar em boas condições de atacar.

Jogando a bola no fundo, você deixa os adversários longe da rede, aumenta as


chances de erro deles e, de quebra, os desgasta mais fisicamente. Isso pode ser
determinante para o resultado final do jogo.

2) DECISÕES ERRADAS PERDEM O JOGO


Você certamente conhece alguns jogadores que dão os terríveis “chiliques” com o
parceiro. Porém, principalmente nos níveis iniciante e intermediário, a discussão e a
pressão com cobranças excessivas costumam ter o efeito inverso do que se
espera. Se o seu parceiro errou uma bola, brigar com ele só aumentará o receio de
errar a próxima.

Mas, então, devo me conformar que ele vai errar o jogo todo?
Claro que não.

O futevôlei é um esporte de precisão, todo mundo erra. A questão é que na maioria


das vezes os erros de fundamento têm dois motivos, falta de confiança ou de
concentração, e essas duas falhas devem ser contornadas com motivação.

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Certa vez, estava jogando com um aluno iniciante e ele estava aprendendo a levantar
de ombro. Conseguia levantar algumas bolas muito boas, mas ainda errava muito.

Quando foi jogar comigo, com o receio de errar, ele não conseguia colocar uma bola
perto da rede. Ou a bola espirrava para trás, ou para os lados, e quanto mais ele
tentava, mais errava.

Logo percebi que o problema não estava no fundamento, mas sim em seu
psicológico. Pedi tempo e lhe passei a seguinte orientação:

“na próxima bola de ombro, quero que você solte totalmente


o movimento, fazendo a bola passar para o outro lado da
quadra. Esqueça de mim, esqueça da rede, não tente colocar
a bola em nenhum lugar específico. É só passar para o outro
lado da quadra. Apenas faça o fundamento de forma solta e
você vai destravar a sua levantada. Faça quantas vezes for
necessário e quando se sentir confiante novamente, aí sim
você levantará a bola para mim.”

Dito e feito. Depois de duas bolas ele retomou a confiança e soltou o movimento, na
terceira ele acertou a levantada.

Diferentemente, o que pode - e deve - ser cobrado entre a dupla é não tomar decisões
erradas. Essas são racionais, não dependem necessariamente do estado de espírito do
jogador, se está confiante ou empolgado, e uma boa conversa entre a dupla pode
corrigir o problema.

Uma vez combinada a estratégia do jogo, ela deve ser seguida.

É exatamente o que acontece no exemplo que demos no item 1, sobre saber “trocar
bola” e escolher a melhor condição para matar o ponto. Uma levantada longe da rede
não perde o ponto, mas se o jogador que a recebeu tentar forçar essa bola para baixo e
errar, ele tem total responsabilidade pelo erro. Afinal, não dava para matar aquela
bola e sua decisão foi equivocada.

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3) LER O JOGO NO SEU CONTEXTO


Quando falamos das probabilidades de defesa deixamos bem claro que não é possível
adivinhar o que o adversário vai fazer, e é justamente essa a graça do jogo, certo?

Isso significa que ao se adiantar na defesa quando o atacante andar até o meio da rede
e ficar com o corpo de lado, pode ser que ele acerte uma boa paralela ou um lobby
rápido com a parte de trás da cabeça. Ou seja, aquela porcentagem menor pode
acontecer.

Então, a estratégia falhou?


Melhor mudar?

Calma, você precisa olhar o jogo no seu contexto.

Quantas bolas ele acertou ali?


E quantas você defendeu?

Lembre-se, se você defendeu três e ele derrubou uma, você está em vantagem! Se
mantiver essa vantagem até o final, a matemática não falha, vencerá o jogo!

E aquela que caiu?


Foi mérito do adversário e ponto final.

Algumas pessoas não conseguem ver o jogo dessa forma e a cada bola que cai querem
mudar a estratégia. Além de dificultar o entrosamento da dupla, que fica com a
cabeça cheia de tantos pensamentos e não consegue ter foco para executar os
fundamentos, a defesa acaba não dando certo.

Outro bom exemplo é o saque balanceado. Como falamos, em uma quadra pesada e
após algumas repetições esse tipo de saque pode gerar um desgaste físico para o
adversário, diminuindo a sua assertividade.

Essa pode ser uma boa estratégia contra um adversário que não tem tanto preparo
físico, mas, obviamente, você não vai enxergar o resultado nas primeiras bolas. Esse
desgaste ocorrerá durante o jogo e você deverá ter paciência para esperar isso
acontecer.

Portanto, é importante estar atento ao que está acontecendo no decorrer do jogo,


como, por exemplo:

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· quais são os dois melhores ataques do adversário, para


definir a estratégia do saque, visando evitá-los;

· se ele consegue executar os ataques que você entende


menos prováveis e se está acertando essas bolas mais do que
errando;

· qual dos dois adversários se encaixou melhor na


estratégia que você e o seu parceiro têm mais confiança,
para decidir em quem fazer o jogo.

Se você estiver em um torneio, assistir aos jogos das duplas adversárias já te dará
muitas informações. Caso você nunca tenha visto a outra dupla jogar, os primeiros
pontos da partida servirão para fazer essa leitura.

Por mais que você perca três ou quatro pontos para isso, uma vez encaixada a
estratégia, o resto do jogo fluirá melhor se a sua dupla estiver jogando consciente. A
recuperação no placar é só uma questão de tempo.

4) NÃO DEIXAR O ADVERSÁRIO CONFORTÁVEL


Todo mundo sabe que é mais fácil jogar bem quando se está ganhando. Quando
estamos à frente no placar o jogo fica mais confortável e, dependendo da diferença
de pontos, até nos arriscamos a executar defesas e ataques mais difíceis, pois um erro
não prejudicará o resultado da partida.

Pois bem, esse é o estado que você deve evitar para o seu adversário!

Há várias formas de fazer isso, dependendo do contexto de cada jogo, mas aqui
vamos comentar uma em especial, apenas a título de exemplo.

No nível intermediário muitos já estão dando o famoso “shark attack”. Aliás, o que
vemos por aí é que tem muita gente que mal consegue fazer a recepção do saque e fica
se dedicando a aprender o shark. Enfim....

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O que queremos destacar é que, se por um lado é um ataque potente, por outro, o
shark attack deixa a dupla adversária vulnerável na defesa em um possível contra-
ataque.

Em 99% das vezes, quem deu o shark estará descoberto na bola de segunda. Isso
porque o shark attack exige muita explosão muscular e o atacante estará caído após
executá-lo. Então, é comum que o jogador não consiga chegar bem para defender o
contra-ataque, principalmente quando o ataque vem de segunda.   

Por isso, quando o shark é bem defendido, matar a bola de segunda nas costas de
quem atacou (ou seja, no fundo da quadra) tirará o adversário da zona de conforto,
jogando para ele a responsabilidade do risco.

Após dois ou três pontos nas costas, ele saberá que


quando não matar a bola, perderá um ponto.  Como o
futevôlei é um esporte que depende muito do fator
psicológico, isso pode mudar o jogo. A preocupação pode
levá-lo a errar o shark, assim como a necessidade de
mudar a sua estratégia no meio da partida. 

O nosso cérebro funciona assim. Quando algo não dá certo, ficamos com receio de
continuar produzindo aquele resultado que não desejamos. Inconscientemente
ficamos rodando atrás de uma forma de obter o resultado positivo e essa inquietação
afeta a nossa concentração e desempenho.

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Até aqui apresentamos várias dicas sobre mentalidade de jogo, estratégias de defesa
e de condução do jogo adversário. Mas, lembre-se, todas essas técnicas trabalham
com as probabilidades de reação e acertos da outra dupla.

Para toda estratégia existe uma contra-estratégia e por isso precisamos estar
atentos durante o jogo para observar como o adversário está reagindo e se o que
pretendemos está realmente dando certo.

Vamos dar alguns exemplos de contra-estratégia aqui, para que você aprenda a ter a
percepção na hora da partida e também para que não se torne refém da estratégia
adversária.

No caso do saque de meio, falamos que o receptor é obrigado a se deslocar até o meio
da quadra, reduzindo consideravelmente o espaço que ele terá para atacar, pois, caso
a bola seja levantada além da linha do atacante ele chegará desequilibrado e sem
força, sendo obrigado a passar a bola “de graça”.

Porém, percebendo a intenção do adversário de evitar o seu ataque de ponta, você


pode combinar com o seu parceiro e fazer o seguinte. Ao receber a bola no meio da
quadra, você fará a recepção normalmente, alta e para frente. No entanto, antes de
correr em linha reta para atacar, dará dois ou três passos laterais, se posicionando
rente à linha lateral.

Agora sim, correrá em linha reta e chegará à ponta da rede para atacar “de ponta”,
sem estar desequilibrado e bem posicionado.

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Note que isso precisa estar previamente combinado com o parceiro, porque, como já
falamos, via de regra, a levantada apenas coloca a bola para cima, sem procurar o
parceiro em quadra. Nesse caso, a levantada terá que ser mais “esticada”, visando a
ponta da rede.

Além de desbloquear o seu melhor ataque que o adversário tentou evitar, a contra-
estratégia tende a deixar a outra dupla perdida, tentando encontrar a solução para o
problema que você criou, gerando o desconforto do qual falamos no capítulo
anterior.

O mesmo acontece com relação ao saque perto da linha lateral. Talvez o adversário
esteja tentando fazer com que você fique com o corpo virado de lado para a rede,
dificultando os ataques na paralela.

Da mesma forma, após fazer a recepção, alta e em direção ao centro da quadra, basta
dar dois ou três passos laterais para o meio antes de correr e você entrará com o
corpo reto para atacar, no meio da rede, a posição que lhe dá mais opções de ataque.

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As estratégias de saque também são muito utilizadas quando se está “carregando”


um jogador mais fraco. Dependendo do saque executado, o adversário de nível mais
alto pode reduzir suas possibilidades de ataque no parceiro que está sendo
carregado. Por isso é importante perceber e reagir adequadamente para não acabar
sendo conduzido pela estratégia adversária.

Outro fundamento de ataque que pode driblar a estratégia da marcação adversária é


o chamado “pingo paraguaio”.

Ao perceber que um dos jogadores da dupla adversária está marcando o pingo e o


outro o fundo da quadra, fazendo essa movimentação de forma "combinada" antes
mesmo da definição do ataque, o atacante salta como se fosse executar a "porrada",
mas só empurra a bola no meio dos dois adversários (mais próximo às costas do
adversário que correu para a rede).

Quando isso ocorre, o defensor que entrou no pingo já terá passado da bola e o que
marcou o fundo, além de estar distante, acaba se confundindo com a
movimentação do parceiro.

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Aí você pode se perguntar...

Mas, então, não adianta fazer estratégia??

E nós te responderemos com outra pergunta.

Se no xadrez todos sabem como dar o xeque-mate,


porque o mesmo jogador ora ganha, ora perde?

A vitória depende de uma série de fatores, como a escolha da estratégia correta, a


aplicação correta das estratégias de jogo de acordo com o perfil do adversário e,
claro, a regularidade nos fundamentos.

Muitos jogadores acham que estão em um dia ruim, que não cai nenhuma bola.
Dizem que tudo dá certo para a dupla adversária e que para eles tudo dá errado.

Na verdade, por falta de conhecimento de conceitos importantes, podem estar sendo


manipulados pela estratégia adversária durante toda a partida sem perceber.

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Outros têm algum conhecimento, mas só conseguem ler a estratégia adversária


depois de perderem muitos pontos, quando já é difícil correr atrás do placar.

Enfim, não conseguiríamos esgotar aqui todas as variáveis de um esporte tão


dinâmico e complexo, nem todas as estratégias possíveis, principalmente porque o
futevôlei está em constante evolução e a cada dia surgem novos fundamentos e novas
técnicas. Mas cremos que conseguimos abrir os olhos de muitos praticantes sobre a
riqueza de detalhes que fazem do futevôlei um esporte tão apaixonante.

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Temos certeza de que nessas 61 páginas sobre técnicas e estratégias de futevôlei
você já adquiriu mais conhecimento que a maioria dos praticantes, e que se
elas forem bem aproveitadas em conjunto com as técnicas de mindset, você
conseguirá acelerar significativamente a sua evolução no esporte.

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