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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA
Porque no mundo em que vivemos, Hoje, uma boa parte dos profissionais
infelizmente, tudo gira em torno do sequer tem um patrocínio fixo. A
retorno financeiro. maioria, além de dar aulas durante toda a
semana para sobreviver do esporte, vive
Você já parou para pensar por que um correndo atrás de auxílio para viagem e
jogador de futebol chega a ganhar mais inscrições dos torneios.
de 10 vezes o que ganha um médico? Se
olharmos para a importância das Detalhe, estamos falando dos melhores
atividades de ambos os profissionais, há atletas da modalidade no Brasil e no
algo que justifique essa discrepância? mundo!
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA
INTRODUÇÃO
O futevôlei é considerado um esporte novo e até hoje a
maior fonte de conhecimento são as escolinhas. Porém,
nem todas as cidades já têm arenas de futevôlei e a
diferença no nível de ensino ainda é muito grande de um
lugar para o outro.
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SUMÁRIO
JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA MINDSET NO FUTEVÔLEI
Resolvemos falar de algumas técnicas de mindset logo no começo do ebook para que
você já esteja atento a essas importantes ferramentas durante toda a leitura. Em
termos simples, mindset é a configuração da mente, a forma como ela está
programada para funcionar de acordo com a criação que tivemos e com as nossas
experiências de vida.
Isso pode ocorrer de forma inconsciente e automática, como por exemplo, o filho
que "herda" os hábitos do pai, ou de forma consciente, quando você escolhe
determinada habilidade de outra pessoa e a observa para aprendê-la.
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destaca na mesma atividade, eles passam a conhecer mais sobre a história dessas
pessoas, a sua rotina, os seus treinamentos, a sua formação, a sua mentalidade, etc.,
pois aplicando a mesma fórmula certamente terão um resultado igual ou parecido.
Essa análise não serve apenas para entender quais ações os levarão ao sucesso, mas
também para descobrir e evitar o que não deu certo dentre as tentativas que essas
referências realizaram, acelerando, assim, a sua evolução e evitando frustrações.
Por isso é importante aprender a observar e perceber cada detalhe do modelo a ser
seguido. Simultaneamente, precisamos nos autoanalisar para fazer as correções
necessárias.
Feita essa pequena introdução, recomendamos duas técnicas para que vocês possam
absorver com mais facilidade o conteúdo teórico que vamos passar, o adotando como
parâmetro a ser modelado. Elas certamente otimizarãoos seus treinos, acelerando a
sua evolução no futevôlei.
A) MENTALIZAÇÃO DA TÉCNICA
Anthony Robbins, um dos maiores coaches da Programação Neurolinguística - PNL,
ensina em seu livro “Poder sem Limites” que podemos recriar mentalmente
determinada experiência, utilizando nossos cinco sentidos – visão, audição, tato,
paladar e olfato.
Sabe quando você arrisca um ataque diferente e fica se perguntando, “eu não sabia
que eu tinha essa bola. Por que não tentei isso antes?”. Ou já lhe falaram “você
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acerta todas as diagonais curtas no treino, mas na hora do jogo não as usa. Parece que
esquece que tem esse ataque!”.
Isso acontece porque, por mais que tenhamos determinada habilidade, se o nosso
cérebro não a vê como opção nos milésimos de segundos que temos para a tomada de
decisão, ela nunca será utilizada.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA MINDSET NO FUTEVÔLEI
Você vai notar, é como reviver aquela experiência. As emoções e sensações são vivas!
Quanto mais relaxado e focado nos detalhes dessa memória, mais real parecerá.
No esporte, os princípios dessa técnica já eram utilizados por Ayrton Senna. Trechos
do livro “Ayrton Senna Herói de um Novo Tempo” contam como seu preparador físico,
Nuno Cobra, já introduzia técnicas de programação mental em seu treinamento,
algo inédito no esporte brasileiro na década de 1980.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA MINDSET NO FUTEVÔLEI
A cada aprendizado teórico que você ler aqui, pedimos que faça o exercício da forma
como explicamos. Após atingir o relaxamento do seu corpo, focando o pensamento
só na sua respiração e desativando toda a musculatura, se coloque em quadra.
Fazendo isso, você apresentará essa opção ao seu cérebro, criando memórias que
serão utilizadas a seu favor. Com a prática da mentalização em altos níveis de
concentração, o seu aprendizado será muito mais rápido, assim como a sua evolução
no futevôlei.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA MINDSET NO FUTEVÔLEI
B) CONSOLIDAÇÃO DO APRENDIZADO
Você consegue descrever tudo, exatamente tudo, o que você faz enquanto dirige?
Além da sua respiração, você mentaliza o percurso que irá fazer, alterna os
movimentos dos pés entre o acelerador, a embreagem e o breque, muda a marcha,
controla a velocidade de acordo com os veículos da frente, olha para os lados e para
trás para não colidir e não atropelar os pedestres, olha o GPS, escolhe a música que
quer escutar, lembra a letra, canta. Se estiver com outras pessoas no carro, conversa
sobre assuntos aleatórios, discute e dá risada, sem falhar em nenhuma dessas
tarefas.
Apesar de ser algo tão complexo, se você for como a maioria das pessoas, é possível
que em um dia agitado chegue em casa depois do trabalho sem ao menos se dar conta
de que dirigiu até lá. Mas, como isso é possível?
Por isso, fica aqui o alerta. Queremos fortemente que vocês aproveitem ao máximo o
conteúdo que estamos passando. Então, não adianta você ler o ebook inteiro uma
vez, jogá-lo na lixeira e ir para a quadra achando que se tornou outra pessoa.
Recomendamos que você escolha uma ou duas técnicas por vez para assimilar,
criando o seguinte hábito.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA MINDSET NO FUTEVÔLEI
Esvazie a cabeça com relação ao resto. Uma boa parte do seu treino já está
acontecendo de forma automática, como dirigir.
Durante o treino ou jogos que fará neste dia, tente se lembrar a todo momento da
nova técnica que está aprendendo. Você deverá seguir essas instruções até notar que
essa técnica também se tornou automática. Então, poderá escolher a próxima e
assim por diante.
Tem pessoas que jogam futevôlei há anos e não evoluem. Com a parte técnica
estagnada, alguns até pioram se deixarem de cuidar do físico. Outros, começam a
praticar e em questão de meses parecem que jogam há anos.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
O seu parceiro faz uma recepção meia boca. A bola fica longe da rede, muitas vezes
baixa ou para trás, fazendo com que você tenha que usar o pé, fundamento que no
nível iniciante não tem muita precisão. Você sabe que a boa levantada tem que ser
alta e bem perto da rede, sai correndo atrás da recepção mal feita e, buscando a
perfeição, erra.
Se identificou?
Onde está o erro na cena descrita?
Na mentalidade de jogo.
O que leva um jogador a cobrar o outro neste exemplo é a falta de consciência sobre a
sua responsabilidade em cada lance. Afinal, o esporte em dupla depende da
colaboração recíproca para as coisas darem certo.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
A primeira bola deve ser sempre alta e para frente, seja na recepção do saque ou na
defesa, e a regra a ser seguida é “quem executa bem a primeira bola, recebe uma boa
levantada. Quem a executa mal, deve reconhecer o esforço do parceiro em salvar o lance,
se contentando em devolver a bola para a quadra adversária”.
Devidamente conscientes de que esse é o preço de não ter conseguido trabalhar bem
a bola, a dupla deve focar em se posicionar corretamente para defender os
adversários, recuperar a posse de bola e, dessa vez, conseguir atacar bem e fazer o
ponto.
Na categoria iniciante ganha quem errar menos. Quando falarmos dos principais
fundamentos mais adiante você descobrirá que quando começamos a praticar o
futevôlei queremos fazer sempre o mais difícil, complicando ainda mais o jogo, e que
no nível iniciante, quanto mais simples jogarmos, melhor o resultado.
Quantas vezes passamos a bola de graça porque não estava em condições de ser
atacada e ela nem volta porque a dupla adversária erra algum fundamento básico?
Por isso, antes de se preocupar em executar um bom ataque para provocar o erro dos
adversários, é importante focar em ter segurança ao jogar com a sua dupla,
reduzindo a perda de pontos com seus próprios erros.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Por outro lado, ainda não têm a prática, nem consciência, na recepção. Com isso, o
jogo acaba ficando travado, com pouca continuidade.
Aliás, fica aqui uma observação de algo que muitos iniciantes não percebem. Nos
níveis mais elevados de jogo o saque não é uma vantagem. Pelo contrário, a recepção
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
passa a ser um fundamento básico e a desvantagem é da dupla que sacou, que sofrerá
o ataque dos adversários.
Dito isso, vamos esclarecer qual é o erro crucial dos jogadores iniciantes ao executar
a recepção: tentar passar a bola para o parceiro.
Existem várias técnicas de recepção, e uma não exclui a outra, mas se existe um
ensinamento básico e unânime sobre esse fundamento é:
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Agora, pense que, para atacar, a bola deverá ser trabalhada em apenas metade da
quadra. Ou seja, a recepção tem que ser sempre alta e para frente, respeitando a linha
imaginária, como mostramos na imagem abaixo.
Ao invés de direcionar a bola para o parceiro, ele é que deverá caminhar em direção à
rede para fazer a levantada. A partir de agora, repare nessa dinâmica nos jogos
profissionais. Assim que o jogador percebe que o saque foi no parceiro, ele já se
desloca em direção à rede porque sabe que é para lá que a bola será direcionada.
Fazendo isso, você não se exigirá a precisão de acertar a bola onde o seu parceiro está
e também não exigirá a precisão do seu parceiro de acertar a levantada próxima à
rede estando longe dela. Isso tornará o jogo mais fácil e diminuirá
significativamente os erros da sua dupla.
Note no comparativo abaixo que nunca devemos manter uma postura passiva
durante o jogo, nem mesmo quando estamos sem a bola. No caso da recepção, se o
levantador criar o hábito de andar em direção à rede, antes mesmo de saber para
onde a bola irá, acabará condicionando o seu parceiro a lançar a bola para frente.
Por isso é importante que a dupla detenha esse conhecimento e esteja entrosada para
aplicá-lo.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Outra dica importante para acertar a recepção é treinar a sua velocidade de reação. É
muito importante que você comece a se posicionar na trajetória da bola quando ela
ainda estiver na quadra adversária.
Algumas pessoas não se atentam para esse detalhe e deixam para entrar na frente da
bola quando ela já está quase chegando. Com isso, não têm tempo de se posicionar
corretamente e firmar a base para executar uma boa recepção.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Outro erro comum do jogador iniciante é querer ter muita precisão na levantada,
colocando a bola exatamente onde o parceiro está.
Na levantada, o foco deve ser colocar a bola para cima. O jogador que fez a recepção e
irá atacar é que deve se aproximar do levantador e “entrar na bola” para realizar o
ataque.
Para que essa dinâmica aconteça naturalmente durante o jogo, é importante que a
dupla se habitue a se movimentar em conjunto dentro de quadra, tendo como
referência a posição da bola.
A finalidade é desenvolver a cooperação mútua da dupla. O ideal é que, toda vez que
um jogador chegar à bola o seu parceiro já esteja ao seu lado, bastando que ela seja
colocada para cima, sem a precisão de acertá-la onde o outro jogador está. Isso
evitará as correrias desnecessárias e, consequentemente, os erros.
Aplicando esse conceito para a levantada, concluímos que, se o jogador que fez a
recepção direcionou a bola para o lado direito da rede, ele atacará próximo ao lado
direito da rede, onde está o levantador.
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O mesmo raciocínio deve ser mantido quando a primeira bola, seja na recepção ou na
defesa, “espirra” para trás ou para os lados. Muitos jogadores se matam para chegar
à bola e ainda querem jogá-la na rede, tentando acertar a levantada perfeita.
Quando precisamos salvar uma recepção quebrada ou uma defesa mal feita, devemos
dar um toque leve na bola, apenas para jogá-la para cima, sem direcioná-la. O
parceiro é que deverá se aproximar para simplesmente devolvê-la para o outro lado
da quadra.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Grave isso!
Ao tentar colocar o seu parceiro na pinta, levantando
com perfeição uma bola que foi mal recepcionada, você
atrai para si a responsabilidade pelo erro do outro.
Afinal, se você não acertar e a sua dupla perder o
ponto, o erro será fruto da sua decisão equivocada, por
ter assumido um risco desnecessário.
A sua obrigação como levantador é colocar a bola para cima. Assim, quando o
parceiro te entregar uma primeira bola boa, ele receberá uma boa levantada para
atacar. Caso contrário, você colocará a bola para o alto para que ele a devolva para a
quadra adversária. Falaremos mais sobre “trocar bola”, no capítulo a respeito da
mentalidade de jogo no nível intermediário.
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No começo, esse é um desafio e tanto, porque enquanto ainda não temos a habilidade
de olhar a quadra adversária durante o ataque, nossa referência de espaço ocorre por
dedução e o nosso cérebro a relaciona inconscientemente com o corpo do adversário,
que é o único objeto ocupando o outro lado da quadra.
Dessa forma, terão mais dificuldade de trabalhar a bola para colocá-la próxima à
rede, o que diminui as chances de realizarem um bom ataque.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Mas, atenção!
Você deve apenas fazer com que os adversários se desloquem para realizar a
defesa, e não tentar acertar a linha, nos limites da quadra. Caso contrário, assumirá
um risco desnecessário.
Não existe nada pior do que acabar uma partida com a sensação de que você perdeu o
jogo para si mesmo. Ou seja, que a outra dupla não era melhor e só ganhou porque
você e seu parceiro erraram demais!
Por isso, repetimos, no nível iniciante ganha quem errar menos e não quem
conseguir dar “shark attack”, não quem fizer a diagonal curta perfeita ou souber
pingar de ombro...
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
É preciso entender o jogo no seu contexto, de forma inteligente. Não adianta a dupla
fazer boas defesas em um rally e ganhar o ponto se no lance seguinte esse ponto for
perdido porque você errou uma bola que seria extraordinária, mas que você ainda
não tem segurança para executar e acabou errando.
Essas tentativas você deve deixar para o treino, para as peladas e se tiver muito à
frente no placar, mas não quando precisa manter a assertividade para vencer a
partida.
Outro fator importante para executar um bom ataque é estar sempre andando em
direção à bola para se aproximar do levantador. Conforme explicamos no capítulo
sobre a levantada, seu parceiro vai apenas jogar a bola para cima e você é que deverá
“entrar” debaixo dela para executar o ataque.
Sem precisar “sair correndo” para atacar, será muito mais fácil acertar o tempo de
bola durante o salto.
Por fim, falando ainda sobre a colaboração recíproca que deve existir entre a dupla,
queremos destacar uma situação de jogo específica, quando o jogador vai atacar logo
após defender uma bola próxima à rede, seja um pingo ou uma diagonal curta.
A maioria das pessoas, após realizar a defesa próxima à rede, fica parada esperando a
levantada, deixando para o parceiro um espaço muito pequeno para projetar a bola.
Como a bola precisa ser levantada entre o jogador e a rede, e o atacante já está muito
próximo dela, se ele ficar parado após a defesa do pingo a levantada terá que ser
muito precisa, aumentando as chances de erro.
O que recomendamos neste caso é que, após realizar a defesa próxima à rede, o
jogador que irá atacar dê dois passos para trás. Esse costuma ser um hábito apenas de
quem pretende pegar impulso para dar o shark attack, mas também pode ser muito
útil para os ataques de cabeça, pelo motivo que citamos.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Vale repetir. Os jogadores nunca devem manter uma postura passiva durante o jogo,
independentemente de estarem com a bola. A movimentação correta em quadra é
um dos principais fatores que contribuem para o entrosamento da dupla.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
Para finalizar a parte A do ebook vamos falar de algo que parece óbvio, mas que é
ignorado por praticantes que estão começando.
Assim como no futebol tem gente que só valoriza o gol, no futevôlei tem pessoas que
simplesmente não enxergam o resto da jogada além do ataque, e ignoram tudo o que
contribuiu para que o lance resultasse no ponto.
Hoje em dia, com a sofisticação do futebol ficou mais fácil de enxergar e valorizar
cada desarme realizado pelo zagueiro, cada lançamento feito pelo volante, cada
cruzamento preciso dos laterais, mas no futevôlei poucos têm a visão completa do
jogo.
Esquecem que a cada ponto ganho a sua dupla irá sacar. Considerando que é
justamente esse o objetivo do jogo, fazer pontos, a conclusão é de que, a cada saque,
você precisará defender a dupla adversária para recuperar a posse de bola, poder
atacar e fazer o próximo ponto.
Ou seja, o jogo começa pela defesa e, assim como ocorre na recepção, a qualidade da
bola defendida será determinante para a qualidade da levantada e,
consequentemente, do ataque.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE A: NÍVEL INICIANTE
A defesa deve ser a maior preocupação no aprendizado do jogador iniciante, por três
principais motivos:
A boa defesa deve seguir o mesmo raciocínio da recepção, nunca buscando acertar a
bola onde o parceiro está. A primeira bola deve ser sempre alta e em direção à rede.
Por isso, se a sua defesa não está boa, não adianta exigir uma boa levantada do seu
parceiro!
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Até aqui, falamos de diversas técnicas que classificamos como nível iniciante, mas
sobre as quais muitos jogadores que não se consideram mais iniciantes também não
têm consciência.
Por isso, se você pulou a primeira parte, recomendamos dar uma passada por lá, só
para relembrar algumas coisas...
Isso mesmo! No início, a meta é não deixar a bola cair, mas depois que os
fundamentos básicos estão bem estruturados e que já temos consciência das questões
abordadas na primeira parte do ebook, aprendemos que o futevôlei é um jogo de
muita inteligência.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Vamos te mostrar nos próximos capítulos que com algumas estratégias de saque você
pode induzir o adversário a atacar em determinada posição da rede, facilitando a sua
marcação na defesa; que você pode diminuir a probabilidade do adversário utilizar
seus melhores ataques durante uma partida; que você tem recursos para driblar a
marcação da defesa adversária; que você pode facilitar a sua defesa se entender quais
são as probabilidades de ataque, etc.
Esperamos que, com as dicas que vamos passar, você aprenda mecanismos para
contornar essa situação e consiga começar a ter o controle da partida.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Alguns jogadores acham que o mais importante do saque é que ele seja forte, para
dificultar a recepção do adversário. Porém, com a evolução do nível de jogo o saque
passa a ser utilizado estrategicamente, inclusive para induzir o adversário a atacar
em determinada posição da rede e assim facilitar a marcação.
Nesse ebook vamos tratar de três tipos de saque: o saque balanceado, o saque de meio
e o saque de ponta.
SAQUE BALANCEADO
Você já deve ter se perguntado por que alguns jogadores profissionais não executam
o saque com força.
Eles o evitam porque o saque forte pode facilitar a vida do adversário que tem
regularidade na recepção. Basta se posicionar e travar o tronco que a bola explode
instantaneamente, ganhando altura sem qualquer esforço físico, o que deixará o
adversário em vantagem em um jogo pegado.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Uma boa opção pode ser o saque balanceado. Esse tipo de saque é direcionado para
cima, fazendo com que a bola ganhe altura e, após perder a força, comece a cair, sem
peso, em direção ao fundo da quadra, bem próximo à linha de fundo.
O adversário a receberá no fundo e terá que se esforçar para trazê-la para perto da
rede e assim conseguir executar um bom ataque. Esse saque também é muito
eficiente contra jogadores de nível iniciante e intermediário, porque se o adversário
não tiver um bom fundamento de peito ou de ombro, a primeira bola ficará no meio
da quadra e ele atacará de longe da rede.
Mesmo que ele acerte uma ou outra, se não tiver regularidade na recepção, a bola
pode ficar baixa, obrigando o seu parceiro a levantar com o pé ou a salvar uma bola
ruim, aumentando as chances de erro.
Outro fator relevante é que o adversário receberá a bola no fundo e, após fazer muita
força para lançá-la para perto da rede, terá que percorrer toda a extensão da sua
quadra para atacar. Em uma quadra com a areia muito “pesada”, a repetição desse
saque pode gerar um grande desgaste físico para o adversário, reduzindo a qualidade
dos seus fundamentos em geral.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
SAQUE DE MEIO
Quando o saque é executado no meio dos dois jogadores, o receptor é obrigado a se
deslocar até o meio da quadra, reduzindo consideravelmente o espaço que ele terá
para atacar.
Note na imagem abaixo que a área da quadra que fica para o lado oposto ao do
levantador (marcada em vermelho) é praticamente inutilizada, pois o atacante
correrá em linha reta em direção à rede e, caso a bola seja levantada além dessa linha,
ele ficará desequilibrado e sem força para atacar.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Isso significa que, via de regra, o saque de meio leva o adversário a atacar do meio da
rede. E destacamos que essa é a regra, mas há exceções, recursos que podem ser
utilizados para driblar essa tentativa de “manipulação”, mas só os atletas de nível
mais avançado saberão fazê-lo. Abordaremos esse assunto no último capítulo.
Essa estratégia de saque pode ser utilizada diante de um adversário que ataca muito
bem "de ponta", por exemplo, se ele tiver uma boa paralela ou uma boa diagonal
curta. Se for esse o caso, o saque de meio vai evitar seus melhores ataques, pois ele
vai atacar sempre do meio da rede.
Por outro lado, pode ser arriscada se o seu adversário tiver versatilidade nas
variações de ataque, pois se ele estiver com o corpo de frente para a rede, posicionado
de meio, terá praticamente todas as opções de ataque.
Se for o caso, o saque de meio restringirá ainda mais as suas opções e se ele tentar
fazer algo que não sabe, executando um ataque que não é o seu forte, correrá um
risco maior de errar.
SAQUE DE PONTA
Dificilmente o adversário receberá a bola próximo à linha lateral da quadra e
direcionará a recepção para frente. Geralmente, ou a bola é direcionada para o meio
da rede, ou ele procura o parceiro em quadra, o que é errado, como já falamos.
Com isso, duas hipóteses podem acontecer. Ou ele fica esperando o parceiro levantar
de onde está e ataca da ponta da rede, ou ele caminha em direção ao parceiro para se
aproximar, ficando com o corpo virado para a diagonal da quadra adversária.
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O fato é que, quando o jogador anda da lateral da quadra em direção ao meio da rede,
ele fica com o corpo virado para a diagonal e, nessa situação, é muito mais provável
que ele ataque para o lado da quadra para o qual está virado.
As opções de ataques mais incisivos na paralela ficam reduzidas e isso é decisivo para
a estratégia de defesa, já que um dos jogadores pode entrar no pingo e o outro
cobrirá um possível lobby.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Porém, são tantas opções de ataque que o risco de errar é muito grande, sem falar
quando o atacante tem uma boa visão de jogo e consegue mudar o ataque vendo a
movimentação antecipada do adversário.
Isso porque, de acordo com o posicionamento do corpo junto à rede, algumas bolas
se tornam muito difíceis de serem executadas e outras até impossíveis!
Após essa leitura preliminar, que com o tempo acontece de forma automática, nos
posicionamos de modo a conseguir chegar em duas ou três bolas que ele
provavelmente irá escolher.
Feito isso, teremos milésimos de segundos para tentar realizar a leitura corporal. Ou
seja, identificar nos movimentos dos braços, tronco e, principalmente, pescoço,
o que o adversário vai fazer.
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Mas, antes de falar das probabilidades, vamos tratar de uma diferenciação muito
importante sobre a realização da defesa: a postura de defesa e o posicionamento de
defesa.
POSTURA DE DEFESA
Há algumas situações em que devemos manter a base do corpo de lado e outras em
que devemos manter as pernas paralelas, como na imagem abaixo.
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JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA PARTE B: NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Quando cada jogador da dupla defender o seu lado da quadra, a base do corpo deve
estar sempre de lado, com um pé na frente e outro atrás, pois o deslocamento maior
ocorrerá nesse sentido, para frente e para trás.
Precisamos estar preparados para dar a maior explosão muscular possível para
alcançar tanto a bola curta quanto a longa, e com as pernas paralelas a velocidade de
reação nessa direção fica mais lenta.
Por outro lado, caso a dupla opte por fazer uma marcação com movimentação pré-
definida, quando um jogador entra nas bolas curtas e o outro defende o fundo, as
pernas deverão estar paralelas, pois, nessa hipótese o deslocamento não será frontal,
e sim lateral.
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Dito isso, vamos partir para a explicação do posicionamento, que será determinante
quando a defesa for realizada com a base do corpo de lado.
POSICIONAMENTO DE DEFESA
Na marcação da paralela direita, o jogador destro deve se posicionar um pouco mais
perto do centro da quadra, virado para a linha lateral. O seu corpo marcará a linha
onde está posicionado, pois se a bola vier nessa direção ele poderá usar os
fundamentos de recepção, peito, ombro, cabeça, etc., para realizar a defesa.
Caso o ataque seja executado rente à linha lateral, bastará dar um passo para o lado
que seu corpo já está virado (a paralela), usando o seu "lado bom", o direito por ser
destro, para realizar os fundamentos defesa.
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O mesmo raciocínio serve para o jogador da esquerda, caso seja canhoto. utilizando o
corpo para executar a defesa das bolas atacadas mais para dentro da quadra e a
perna esquerda para as bolas rentes à linha lateral.
Se o defensor que joga do lado direito for canhoto, ele pode (apenas se não se sentir
confiante em defender com a perna direita) se posicionar bem próximo à linha
lateral, “escondendo a perna direita”, que não é a melhor. Nesse caso, defenderá as
bolas rentes à lateral com o próprio corpo, ficando virado para o meio da quadra para
executar a defesa com a perna esquerda.
O mesmo raciocínio serve para o jogador da esquerda, caso seja destro, utilizando a
perna direita para defender os ataques voltados mais para dentro da quadra e o
corpo para a defesa das bolas atacadas rente à linha lateral.
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Quando o atacante não é o adversário que está de frente para o defensor, mas sim o
que está “cruzado”, o posicionamento é outro. Embora possa haver diferentes
estratégias, na nossa opinião o defensor deve ficar sempre com o corpo virado para o
adversário e, consequentemente, para a bola.
Entendemos assim, pois, caso contrário, o defensor ficaria de costas para o lance ou
teria que se posicionar com as pernas paralelas, ao invés de manter a base de lado, o
que não recomendamos.
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Por fim, ambos ocupariam o mesmo lugar da quadra, deixando muita área
descoberta. Vamos ilustrar essa situação com o primeiro exemplo acima.
Além dos motivos que já falamos, na imagem acima, o defensor do lado esquerdo
ficaria muito distante da extremidade da quadra, dificultando a defesa de uma
possível diagonal longa.
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Aqui vai mais um exemplo. Vamos supor que o jogador da direita saque cruzado e
que o adversário, ao fazer a recepção, jogue a bola bem alta e próxima à rede,
deixando o parceiro em boas condições de atacar de segunda da ponta da rede.
O defensor que sacou agora está de frente para o adversário que, possivelmente,
atacará de segunda, estando posicionado na ponta da rede. Então, ele ficará com o
corpo virado para a paralela (situação 1).
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Caso o ataque não seja realizado de segunda e a bola seja levantada, esse mesmo
defensor terá que virar a base do seu corpo imediatamente para o centro da quadra,
para ficar de frente para o atacante, que atacará a terceira bola (situação 2).
Acredite, não é tão difícil quanto parece. No exemplo acima seria instintivo alternar
a base do corpo da paralela para o meio da quadra, se não, você ficaria de costas para
o lance.
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Basta começar a observar os jogos que assistir e praticar. Você vai entender porque
alguns defensores parecem estar em todos os lugares da quadra, chegando nas bolas
curtas e longas com tanta facilidade!
Se tiver ficado alguma dúvida até aqui, releia, reflita, veja as imagens novamente,
mas não passe para a análise das probabilidades sem esse entendimento. A postura e
o posicionamento são os conceitos mais importantes para a eficiência da sua defesa.
Aprendido esse importante conceito, vamos falar sobre a análise das probabilidades
nas duas principais situações de ataque: o ataque de ponta e o ataque de meio.
Isso porque essa é a maior distância entre o atacante e o alvo, ou seja, o canto oposto
no fundo da quadra adversária. Poucos jogadores têm força no pescoço para executar
bem essa bola em linha reta.
ESTRATÉGIA 1
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ESTRATÉGIA 2
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Nessa situação, a bola mais difícil de ser executada com agressividade é a paralela, já
que, o jogador teria que virar muito o pescoço. Além disso, para atacá-la com força
em direção ao chão teria que saltar muito além da altura da rede, o que poucos
conseguem fazer.
Geralmente, quando o atacante anda até o meio da rede e fica com o corpo de lado, é
mais provável que ele ataque as bolas diagonais, para o lado que está virado. Na
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paralela, a sua opção mais provável acaba sendo o pingo para trás.
ESTRATÉGIA 1
Marcação com movimentação pré-definida
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ESTRATÉGIA 2
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Quando o adversário está posicionado no meio da rede, mas com o corpo de frente, as
probabilidades mudam, pois, nesse caso, ele tem todas as opções de ataque.
Por isso, recomendamos que, nessa situação, cada jogador marque o seu lado da
quadra, focando na orientação que passamos sobre a postura de defesa para obter
mais agilidade e, consequentemente, otimizar a sua eficiência.
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A mudança de mentalidade não acontece de uma hora para outra. Assim como tudo
na vida, é preciso ficar se relembrando constantemente do novo conceito aprendido,
até que ele se torne automático, como falamos no capítulo sobre técnicas de mindset.
Há muitas coisas que poderíamos abordar aqui, mas como estamos trazendo neste
primeiro ebook um apanhado geral sobre as técnicas de níveis iniciante e
intermediário, e o conteúdo já está ficando muito extenso, escolhemos quatro das
principais mentalidades de nível intermediário que mudarão o seu rendimento em
quadra.
Outro bom motivo para priorizar a defesa é que isso lhe permite escolher a melhor
bola para matar.
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Muitos jogadores pensam que toda bola tem que resultar em ponto e não enxergam o
lance como um todo, em seu contexto. Pensando dessa forma, querem forçar bolas
que não estão com altura e proximidade ideal da rede para serem atacadas e acabam
errando.
Mas, então, devo me conformar que ele vai errar o jogo todo?
Claro que não.
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Certa vez, estava jogando com um aluno iniciante e ele estava aprendendo a levantar
de ombro. Conseguia levantar algumas bolas muito boas, mas ainda errava muito.
Quando foi jogar comigo, com o receio de errar, ele não conseguia colocar uma bola
perto da rede. Ou a bola espirrava para trás, ou para os lados, e quanto mais ele
tentava, mais errava.
Logo percebi que o problema não estava no fundamento, mas sim em seu
psicológico. Pedi tempo e lhe passei a seguinte orientação:
Dito e feito. Depois de duas bolas ele retomou a confiança e soltou o movimento, na
terceira ele acertou a levantada.
Diferentemente, o que pode - e deve - ser cobrado entre a dupla é não tomar decisões
erradas. Essas são racionais, não dependem necessariamente do estado de espírito do
jogador, se está confiante ou empolgado, e uma boa conversa entre a dupla pode
corrigir o problema.
É exatamente o que acontece no exemplo que demos no item 1, sobre saber “trocar
bola” e escolher a melhor condição para matar o ponto. Uma levantada longe da rede
não perde o ponto, mas se o jogador que a recebeu tentar forçar essa bola para baixo e
errar, ele tem total responsabilidade pelo erro. Afinal, não dava para matar aquela
bola e sua decisão foi equivocada.
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Isso significa que ao se adiantar na defesa quando o atacante andar até o meio da rede
e ficar com o corpo de lado, pode ser que ele acerte uma boa paralela ou um lobby
rápido com a parte de trás da cabeça. Ou seja, aquela porcentagem menor pode
acontecer.
Lembre-se, se você defendeu três e ele derrubou uma, você está em vantagem! Se
mantiver essa vantagem até o final, a matemática não falha, vencerá o jogo!
Algumas pessoas não conseguem ver o jogo dessa forma e a cada bola que cai querem
mudar a estratégia. Além de dificultar o entrosamento da dupla, que fica com a
cabeça cheia de tantos pensamentos e não consegue ter foco para executar os
fundamentos, a defesa acaba não dando certo.
Outro bom exemplo é o saque balanceado. Como falamos, em uma quadra pesada e
após algumas repetições esse tipo de saque pode gerar um desgaste físico para o
adversário, diminuindo a sua assertividade.
Essa pode ser uma boa estratégia contra um adversário que não tem tanto preparo
físico, mas, obviamente, você não vai enxergar o resultado nas primeiras bolas. Esse
desgaste ocorrerá durante o jogo e você deverá ter paciência para esperar isso
acontecer.
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Se você estiver em um torneio, assistir aos jogos das duplas adversárias já te dará
muitas informações. Caso você nunca tenha visto a outra dupla jogar, os primeiros
pontos da partida servirão para fazer essa leitura.
Por mais que você perca três ou quatro pontos para isso, uma vez encaixada a
estratégia, o resto do jogo fluirá melhor se a sua dupla estiver jogando consciente. A
recuperação no placar é só uma questão de tempo.
Pois bem, esse é o estado que você deve evitar para o seu adversário!
Há várias formas de fazer isso, dependendo do contexto de cada jogo, mas aqui
vamos comentar uma em especial, apenas a título de exemplo.
No nível intermediário muitos já estão dando o famoso “shark attack”. Aliás, o que
vemos por aí é que tem muita gente que mal consegue fazer a recepção do saque e fica
se dedicando a aprender o shark. Enfim....
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O que queremos destacar é que, se por um lado é um ataque potente, por outro, o
shark attack deixa a dupla adversária vulnerável na defesa em um possível contra-
ataque.
Em 99% das vezes, quem deu o shark estará descoberto na bola de segunda. Isso
porque o shark attack exige muita explosão muscular e o atacante estará caído após
executá-lo. Então, é comum que o jogador não consiga chegar bem para defender o
contra-ataque, principalmente quando o ataque vem de segunda.
Por isso, quando o shark é bem defendido, matar a bola de segunda nas costas de
quem atacou (ou seja, no fundo da quadra) tirará o adversário da zona de conforto,
jogando para ele a responsabilidade do risco.
O nosso cérebro funciona assim. Quando algo não dá certo, ficamos com receio de
continuar produzindo aquele resultado que não desejamos. Inconscientemente
ficamos rodando atrás de uma forma de obter o resultado positivo e essa inquietação
afeta a nossa concentração e desempenho.
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Até aqui apresentamos várias dicas sobre mentalidade de jogo, estratégias de defesa
e de condução do jogo adversário. Mas, lembre-se, todas essas técnicas trabalham
com as probabilidades de reação e acertos da outra dupla.
Para toda estratégia existe uma contra-estratégia e por isso precisamos estar
atentos durante o jogo para observar como o adversário está reagindo e se o que
pretendemos está realmente dando certo.
Vamos dar alguns exemplos de contra-estratégia aqui, para que você aprenda a ter a
percepção na hora da partida e também para que não se torne refém da estratégia
adversária.
No caso do saque de meio, falamos que o receptor é obrigado a se deslocar até o meio
da quadra, reduzindo consideravelmente o espaço que ele terá para atacar, pois, caso
a bola seja levantada além da linha do atacante ele chegará desequilibrado e sem
força, sendo obrigado a passar a bola “de graça”.
Agora sim, correrá em linha reta e chegará à ponta da rede para atacar “de ponta”,
sem estar desequilibrado e bem posicionado.
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Note que isso precisa estar previamente combinado com o parceiro, porque, como já
falamos, via de regra, a levantada apenas coloca a bola para cima, sem procurar o
parceiro em quadra. Nesse caso, a levantada terá que ser mais “esticada”, visando a
ponta da rede.
Além de desbloquear o seu melhor ataque que o adversário tentou evitar, a contra-
estratégia tende a deixar a outra dupla perdida, tentando encontrar a solução para o
problema que você criou, gerando o desconforto do qual falamos no capítulo
anterior.
O mesmo acontece com relação ao saque perto da linha lateral. Talvez o adversário
esteja tentando fazer com que você fique com o corpo virado de lado para a rede,
dificultando os ataques na paralela.
Da mesma forma, após fazer a recepção, alta e em direção ao centro da quadra, basta
dar dois ou três passos laterais para o meio antes de correr e você entrará com o
corpo reto para atacar, no meio da rede, a posição que lhe dá mais opções de ataque.
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Quando isso ocorre, o defensor que entrou no pingo já terá passado da bola e o que
marcou o fundo, além de estar distante, acaba se confundindo com a
movimentação do parceiro.
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Muitos jogadores acham que estão em um dia ruim, que não cai nenhuma bola.
Dizem que tudo dá certo para a dupla adversária e que para eles tudo dá errado.
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