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04/01/2017

Schistosoma sp - Classificação

Esquistossomose FILO Platelmintos


CLASSE Trematoda
ORDEM Digenea
FAMÍLIA Schistosomatidae
GÊNERO Schistosoma
ESPÉCIE Schistosoma mansoni
Schistosoma haematobium
Schistosoma japonicum

Esquistossomose - Histórico Esquistossomose - Epidemiologia

•1900 A.C. - Hematúria do Egito; •Doença endêmica em 76 países da Ásia, África, América:

•1851- Theodor Bilharz descreve o parasito a partir do S. mansoni em 55 países


exame da veia mesentérica de um paciente no Cairo;
•Cerca de 220 milhões de infectados;
•1902 - Patrick Manson descreve ovos com espinho lateral
encontrados nas fezes de um paciente na Índia; •Brasil - doença importada com o tráfico de escravos;

•1904 - Pirajá da Silva descreve ovos com espinho lateral •3 a 4 milhões de infectados 25 milhões em risco;
encontrados nas fezes de paciente na Bahia;
•Endemia em expansão.
•1915 - Leiper estabelece o ciclo biológico.

Esquistossomose - Distribuição geográfica Esquistossomose - Distribuição geográfica

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Esquistossomose – Óbitos e sinonímia Esquistossomose

•Agente etiológico: trematódeo (classe) – Schistosoma mansoni;


•14.463 óbitos no Brasil entre 1980 e 2003; (macho ≈ 1,0 e fêmea 1,5 cm)

•Schisto = fenda + Soma = corpo;


•Em 2009 houve 496 óbitos no Brasil;

•Conhecida popularmente por xistossomose, xistosa,


xistose, doença dos caramujos, moléstia de Pirajá da Silva,
barriga d‘água.

Esquistossomose Esquistossomose – Ciclo biológico

•Hospedeiros Intermediários: moluscos aquáticos da família


Planorbidae.

Esquistossomose – Formas evolutivas Schistosoma mansoni

•Ovo contendo o miracídio: •Fêmea (veias mesentéricas) ± 400 ovos/dia (50%


chegam ao meio externo);

•Miracídio: •Ovo maduro água libera miracídio;

• Cercária (A) e esquistossômulo (B):

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Schistosoma mansoni Schistosoma mansoni

•Miracídio até 24 h caramujo (Biomphalaria) •Caramujo libera ~ 4.500 cercárias/dia;


Esporocisto I, II, III e IV;

•Cercária vive de 36 a 48 h

-Maior capacidade infectiva nas primeiras 8 h;

-Nada ativamente;

Schistosoma mansoni Schistosoma mansoni

•Perfuração das vênulas mesentéricas:


•Cercária Penetra pele (15 min) capilares sanguíneos -Reação inflamatória
ou linfáticos (2 ou 3 dias) coração pulmões fígado -Pressão dos ovos postos
desenvolve ♂ e ♀ migram acasalados para veias -Enzimas proteolíticas do miracídio
mesentéricas oviposição. - Adelgaçamento da parede do vaso (casal)

Schistosoma mansoni – Fibrose esquistossomótica Schistosoma mansoni – Fibrose esquistossomótica

•Ovos na mucosa → inflamação local de tipo granuloma;

•Macrófagos seguidos de eosinófilos, linfócitos e


plasmócitos cercam o ovo e digerem o embrião;

•Morto o embrião, ↓ granulócitos e ↑ fibroblastos


dispostos em camadas circulares concêntricas. Depósito
de fibras reticulares e colágeno;

•Formação de uma estrutura cicatricial fibrosa.

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Schistosoma mansoni – Fibrose esquistossomótica Schistosoma mansoni – Fibrose esquistossomótica

•Acúmulo de granulomas → mucosa intestinal fibrosada; •Fibrose esquistossomótica periportal (A).

•Os capilares mais próximos da superfície mucosa vão •O fígado apresenta-se, então, endurecido e irregular (B).
sendo substituídos por tecido fibroso;

•Vermes passam a ficar instalados mais próximos da


submucosa;

•Na submucosa os ovos são mais facilmente arrastados


pela corrente sanguínea do sistema porta em direção ao
fígado.

Esquistossomose – Classificação (Quadros clínicos) Esquistossomose – Classificação - Fase aguda

•Aguda ou Toxêmica: manifestação clínica entre 4 e 6 •Pré-postural: 4 a 6 semanas após o contato. Presença de
semanas após a penetração das cercárias. quadro gripal, prurido, dermatite cercariana (2 a 3 dias),
edema angioneurótico (angioedema).

•Transição ou intermediária: hepatoesplenomegalia


persistente após fase aguda ou não, podendo regredir
espontaneamente ou evoluir para fase crônica.

•Crônica: início com tempo indeterminado, possui várias


formas de apresentação.

Esquistossomose – Classificação - Fase aguda Esquistossomose – Classificação – Fase crônica

•Postural: febre de Katayama, diarreia, cólica, A ausência de febre é marcante!


desidratação leve, hepatomegalia dolorosa (100%),
esplenomegalia (60%). Resolução espontânea, variando de Formas:
dias a meses.
•Intestinal: acomete o intestino e o fígado.

•Hepatointestinal: fígado palpável.

•Hepatoesplênica: sem ou com hipertensão portal.

Icterícia é rara e sinal de mal prognóstico.

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Esquistossomose – Classificação – Fase crônica Esquistossomose – Classificação – Fase crônica

Forma intestinal: Forma hepatointestinal:

•Na maioria dos casos a infecção permanece silenciosa •Helmintos migrando para a submucosa e seus ovos
enquanto a carga parasitária for baixa; arrastados para o fígado → agravamento da patologia;

•Paciente pode levar até 10 anos para atingir o auge da •A sintomatologia pode seguir a mesma, mas o déficit
parasitemia; orgânico manifesta-se por ocasião de sobrecargas
fisiológicas;
•O paciente apresenta uma retocolite, com evacuações
frequentes acompanhadas de dor e ardor ao defecar. •Má digestão, flatulência e inapetência, podendo haver,
também, mal-estar, desânimo e emagrecimento.

•O fígado e sobretudo o baço aumentam de tamanho.

Esquistossomose – Classificação – Fase crônica Esquistossomose – Classificação – Fase crônica

Forma hepatoesplênica: Forma hepatoesplênica:

•Evolução lenta até que a fibrose hepática pré-capilar •Formam-se varizes esofagogástricas e há tendência a
comece a dificultar a circulação portal intra-hepática; hemorragias (hematêmeses);

•Surgem: •Há desnutrição e o quadro clínico se torna mais grave;


- hipertensão no periportal
- ↑ esplenomegalia •Em consequência das lesões hepáticas e esplênicas:
- Edemas e ascite hipoproteinemia, anemia, leucopenia, plaquetopenia e
- circulação colateral entre o sistema porta e o das veias deficiência da coagulação.
cavas;

Esquistossomose – Classificação – Fase crônica Esquistossomose – Classificação – Fase crônica

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Esquistossomose – Diagnóstico laboratorial Esquistossomose – Diagnóstico laboratorial

•Diagnóstico: Epidemiologia, EPF (Kato-Katz), biópsia.

•A biópsia retal ou hepática → não indicada para rotina,


útil em casos suspeitos na presença de EPF negativo.

•Exames complementares: Hemograma, RX tórax, ECG,


provas de função hepática, esofagoscopia, ultrasonografia,
provas imunológicas (ELISA...), PCR...
Pólipos no intestino grosso de paciente e biópsia indicando a
presença de ovos de S. mansoni.

Esquistossomose – Diagnóstico laboratorial Esquistossomose – Diagnóstico laboratorial

Biópsia retal •A ultrassonografia hepática é de auxílio no diagnóstico da


fibrose de Symmers (fibrose portal).

•A biópsia é usada como critério de cura em estudos


clínicos. (A) Ovos vivos. (B) Ovos mortos.

Esquistossomose – Tratamento Esquistossomose – Controle de cura

•Tratamento de escolha: praziquantel para maiores de 15 •EPF mensal (4 - 6 meses);


anos e para adultos.

•Oxamniquine é recomendado para menores de 15 anos. •Ausência de ovos pode ser devida:

•Ambos em dose única. -Fêmeas intoxicadas

-Deslocamento para longe da mucosa intestinal;

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Esquistossomose - Profilaxia

•Saneamento básico

•Educação sanitária
Fasciolose
•Tratamento dos doentes

•Áreas de lazer adequadas

•Combate ao molusco

Fasciola sp. - Classificação Fasciola - Epidemiologia

•Grande importância econômica. Principal doença


parasitária de ruminantes;

FILO Platelmintos •Encontrada principalmente na América Latina (Em alguns


CLASSE Trematoda países a prevalência é superior a 80 % no rebanho);
ORDEM Digenea
FAMÍLIA Fasciolidae
GÊNERO Fasciola •No Brasil, é encontrada nas regiões de maior criação de
ESPÉCIE Fasciola hepatica gado, como RS e MT. (Prevalência entre 6,3 – 27,2 % no
Fasciola gigantica rebanho);

Fasciola - Epidemiologia Fasciola – Epidemiologia

•Até 2004 - 7.071 casos da doença; •Brasil - descritos 57 casos da doença em seres humanos,
nos estados do PR (a grande maioria), SP, RJ, MG, MS, BA,
•51 países de todos os continentes; RS e SC.

•Maior número de casos, 3.627, no continente americano.

•Estima-se que possam existir até 17 milhões de pessoas


infectadas com Fasciola hepatica no mundo.

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Fasciola - Hospedeiros Fasciola – Ciclo biológico

•As formas adultas ocorrem no fígado e condutores


biliares do homem (raro), boi e carneiro (mais frequente).

•Os hospedeiros intermediários são moluscos gastrópodes


do gênero Lymnaea.

Fasciola – Formas evolutivas Fasciola – Sintomatologia

•Período de incubação → 6 - 9 semanas, com quadro


clínico polimorfo.

•Fase aguda → poucos sintomas, muito vagos, podendo se


passar quatro meses sem sintomas.

•Leucocitose e intensa eosinofilia; hemossedimentação


aumentada; por vezes, febre alta e aumento doloroso do
fígado.

•As fascíolas podem viver 9 a 13 anos (hospedeiro


humano).

Fasciola – Sintomatologia Fasciola – Patogenia

•Fase crônica → sugestivo de colecistite, angiocolite, Fase aguda (2 – 4 semanas após a infecção):
calculose ou outros quadros digestivos crônicos;
•Lesões hemorrágicas, necrose e fibrose;
•Sintomas frequentes: dor abdominal no hipocôndrio •Destruição do parênquima hepático pela ação mecânica;
direito, anorexia e dispepsia, evacuações pouco •Migração da larva e ação tóxica do parasita;
frequentes ou constipação intestinal; •Febres moderadas e prolongadas;
•Dor hepática irradiante;
•A febre é em geral baixa. Aparece icterícia quando se •Diarreia e náuseas;
instala uma colelitíase obstrutiva; •Hiperleucocitose e hipereosinofilia.

•Pode haver hepatosplenomegalia e emagrecimento;

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Fasciola – Patogenia Fasciola – Patogenia

Fase crônica:

•Fibrose e hipertrofia de ductos biliares por ação tóxica e


mecânica dos vermes adultos;

•Condenação das vísceras com lesão e/ou parasitas.

Fasciola – Diagnóstico Fasciola – Tratamento

•Exame parasitológico de fezes; •Triclabendazol: para tratamento do gado e humanos.


Melhores resultados que os fármacos utilizados
•Sorologia. anteriormente (biotinol, emetina, albendazol e
praziquantel).

↑ Custos;

↑ Resistência a drogas;

Presença de resíduos na carne e no leite;

•Pesquisas atuais: vacina.

Fasciola – Profilaxia

•Controle sanitário;

•Saneamento;

•Tratamento em massa de animais domésticos em regiões


endêmicas;

•Higiene dos alimentos.

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