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Sobre Menéndez Pidal, Mattos e Silva (2008) afirma que este autor também
rejeita as leis fonéticas e assume a ideia da existência de “tendências coletivas”, à
semelhança de R. Martin. E. Sapir, segundo a autora, considerou a mudança linguística
um impulso, que designou de deriva, mas que não se relaciona com a cultura. Conforme
diz Mattos e Silva (2008), para Sapir a língua é um molde que se encaixa em qualquer
cultura e pensamento coletivo. Sapir desenvolve o conceito de uma identidade
linguística ideal, considerando não só o indivíduo, mas a norma social. Em seu estudo
sobre o item lexical do inglês whom, o autor percebe a existência de forças
determinantes do seu desaparecimento, em decorrência de um instinto rítmico que dá
preferência aos vocábulos when e who em algumas construções frasais similares, que
requisitam menor esforço, como descreveu Jespersen. Assim, a autora afirma que estes
seriam sintomas de maiores tendências que operam na língua e explica que essa visão é
de natureza teleológica e, portanto, recebeu críticas, como a de Lightfoot.
Sobre Coseriu, a autora explica que a teoria sobre a mudança deste autor atesta a
existência de circunstâncias, modalidades e finalidades que operacionalizariam a
mudança e descreve seus tipos. Segundo Mattos e Silva (2008), Coseriu foi o único a
perguntar-se “por que as línguas mudam?”, ou seja, as condições gerais e particulares da
mudança em determinado tempo. De acordo com Coseriu, toda língua é suficiente em
relação ao mundo cultural em que corresponde, por conta disto nenhum fato linguístico
teria motivação cultural. A autora encerra a descrição sobre Coseriu afirmando que foi
sua aluna em um curso promovido no Rio de Janeiro sobre a história da linguística e
tece elogios a respeito da sua competência como linguista.
Sobre R. Lass, Mattos e Silva (2008) diz que o autor defende a estratégia
múltipla, que diz que uma situação linguística qualquer pode mudar em várias direções.
Ou seja, o que vai acontecer não é totalmente previsível, porque podo ocorrer também a
chamada estratégia nula, na qual não ocorre nenhuma mudança. Assim, a conclusão da
autora aponta as razões que a motivaram a escrever o livro e não restringe uma ou outra
abordagem teórica como superior a nenhuma outra.