Este resumo descreve os principais pontos do segundo capítulo do livro "A pesquisa sociolinguística" de Fernando Tarallo. O capítulo discute a teoria, método e objeto da sociolinguística, focando no vernáculo como material de estudo. Também apresenta métodos para coleta de dados como entrevistas e narrativas, além de abordar a seleção de informantes e organização dos dados coletados.
Este resumo descreve os principais pontos do segundo capítulo do livro "A pesquisa sociolinguística" de Fernando Tarallo. O capítulo discute a teoria, método e objeto da sociolinguística, focando no vernáculo como material de estudo. Também apresenta métodos para coleta de dados como entrevistas e narrativas, além de abordar a seleção de informantes e organização dos dados coletados.
Este resumo descreve os principais pontos do segundo capítulo do livro "A pesquisa sociolinguística" de Fernando Tarallo. O capítulo discute a teoria, método e objeto da sociolinguística, focando no vernáculo como material de estudo. Também apresenta métodos para coleta de dados como entrevistas e narrativas, além de abordar a seleção de informantes e organização dos dados coletados.
Welington Martins Santos - 11811LET029 - Turma 84 PM
Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Instituto de Letras e Linguística - ILEEL Talita de Cássia Marine - Sociolinguística
Resumo
Este resumo visa salientar os pontos essenciais e mais importantes do texto de
Fernando Tarallo, mais especificamente o segundo capítulo, o fato sociolinguístico, de seu livro "A pesquisa sociolinguística". O capítulo é dividido em múltiplos subtítulos temáticos, geralmente iniciando e/ou finalizando o subtítulo com algum questionamento que logo pretende-se ser resolvido, além de trazer exemplos e possíveis caminhos a trilhar auxiliando na compreensão do leitor do texto.Tarallo tornou-se doutor pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos e foi professor do Departamento de Linguística da Universidade de Campinas (Unicamp), um dos nomes importantes não só para sociolinguística, mas para linguística brasileira e veio a falecer em 1992. Como já supracitado o capítulo em foco é "O fato sociolinguístico", o primeiro subtítulo deste capítulo que vai iniciar a problemática sugerida pelo pesquisador é "Teoria, método e objeto" no qual ele questiona acerca da relação destes elementos, se estes elementos possuem uma relação coesa, ordenada, e lógica entre si, etc; afirma-se que, como toda ciência, a sociolinguística tem uma teoria própria, um objeto de estudo específico e consequentemente um método que lhe é característico. O pesquisador ainda assegura que o modelo teórico- metodológico da sociolinguística parte do objeto, que neste caso o objeto é o fato linguístico, o ponto de partida. É a partir do objeto estudados que teremos acervo para realizarmos confirmações e/ou rejeições sobre hipóteses linguísticas antigas, como também é foz para levantamento e lançamento de novas hipóteses. O segundo subtítulo vai tratar-se do vernáculo ou, em outras palavras, da língua falada. O vernáculo é evocado na enunciação, na expressão de fatos, ideias, pensamentos, etc., sem a preocupação em como estão sendo enunciados, é quando menos se evidencia o modo como estamos falando, mas sobre o que falamos, independentemente do local e com quem. Este vernáculo vai ser o material básico sobre o qual a análise sociolinguística vai trabalhar e estudar. A seguir é evidenciado que a análise sociolinguística exige uma enorme quantidade dados, ou seja, é um ciência que apoia-se em dados quantitativos para suas análises, porém Tarallo aponta um paradoxo, a sociolinguística busca estudar o vernáculo, a língua em situações "naturais", mas como coletar estes dados sem que o pesquisador interfira na naturalidade da comunicação, pois o sociolinguista sentirá a necessidade de controlar tópicos de conversa a fim de evidenciar a variável linguística em que esteja interessado. É impossível que a interferência do pesquisador não modifique o vernáculo do informante, todavia o bom pesquisador sociolinguístico irá minimizar o efeito negativo causado pela sua presença sua e do gravador na naturalidade da situação da coleta de dados, ele irá servir-se de métodos para alcançar seu objeto. Alguns destes métodos são trazidos à tona no subtítulo "O método de entrevista sociolinguística: a coleta de narrativas de experiência pessoal". É reforçado que o pesquisador buscará uma grande quantidade de material, de preferência de boa qualidade sonora, e também as situações naturais de comunicação. Um dos métodos para forçar a neutralização é de apresentar-se como aprendiz- interessado na comunidade de falantes, em suas problemáticas e especificidades; evitar, a qualquer preço, a palavra língua, para evitar que o entrevistado volte sua atenção para sua fala, tornando-a monitorada e não mais natural; e por fim, por meio de um questionário-guia de entrevista, módulos, o pesquisador irá conseguir homogeneizar e comparar os dados dos falantes e controlar os tópicos da conversa, mas principalmente fomentar no falante narrativas na qual estará envolvido emocionalmente de modo que com o relato seja focalizado no que diz, ao invés de como diz. Cada comunidade é diversa e multifacetada e cabe ao pesquisador adaptar os módulos a cada grupo de falantes. No próximo subtítulo, a narrativa, Tarallo evidencia novamente como as narrativas são um tesouro para os sociolinguistas, pois coloca os falantes em um estado no qual ele desvencilhar-se da forma e foca no conteúdo. O autor vai trazer ainda a estrutura narrativa proposta por Labov, na qual é dividida em seis partes: Resumo, orientação, complicação da ação, resolução da ação, avaliação e coda; cada uma dessas subpartes são compostas por unidades mínimas de narração, as orações narrativas. Vale salientar que determinadas subpartes não podem alteradas como, por exemplo, a complicação e resolução da ação; já na avaliação e na orientação as orações narrativas podem ser alteradas, as ordens de ordenação são menos rígidas; por fim, o resumo e a coda são comum serem a ordem das orações mais fixa. O autor enfatiza a importância sobre o bom recebimento da narrativa que está sendo contada e no final apresenta o diagrama que resume os componentes da narrativa segundo o modelo laboviano. Em "A comunidade e a seleção de informantes" iremos ter vários conselhos de como neutralizar a sua presença na hora de entrevistar, independentemente da comunidade escolhida, alguns conselhos são: deixar claro que a gravação realizada pode ser excluída a pedido do entrevistado; buscar acomodar seu comportamento e linguagem próximo da comunidade ou grupo a ser entrevistado; ser introduzido na comunidade de falantes por terceiros, entre outros conselhos. No próximo tópico o autor irá exemplificar e explicar o modo como podemos organizar estes dados coletados, no caso irá tratar-se de células sociais, na qual os dados serão identificados a partir dos critérios definidos pelo pesquisador, como por exemplo: raça, gênero, classe social, faixa etária, nível de escolaridade, etc., estes dados devem ser heterogêneos e abundantes a fim de enriquecer a pesquisa realizada, como trata-se de uma ciência que apoia-se em dados quantitativos quanto mais dado coletado melhor poderá ser o estudo. Por fim, o autor salienta que até mesmo os dados não-naturais, ou seja, um dado que foge da variação que é buscada, não devem ser descartados, a partir deste teremos um outro modo de aproveitamento e com outros objetivos. Um exemplo de aproveitamento de um dado não-natural é que podemos estabelecer uma hierarquia estilística do desempenho do informante como formal e informal, casual e cuidadoso, etc. É possível ainda ampliar o escopo estilístico por meio de testes, que deverá ser informado ao entrevistado que irá ser realizado, deste modo teremos dados naturais, não-naturais e os dados do teste, este último com reforço no monitoramento da fala, levando a refletir sobre questões de linguagem padrão e não-padrão, estigmatizada e de prestígio.