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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE LETRAS

JOÃO VICTOR TEIXEIRA DA SILVA

RESUMO DA OBRA: REALIZAÇÕES DO SUJEITO GRAMATICAL EM


NARRATIVAS ORAIS DE FALANTES DA COMUNIDADE DE TAQUANDEUA

Bragança-PA
2022
REALIZAÇÕES DO SUJEITO GRAMATICAL EM NARRATIVAS ORAIS DE
FALANTES DA COMUNIDADE DE TAQUANDEUA

Discente: João Victor Teixeira da Silva


Docente: Janúbia Lucas Miranda Guimarães

A autora Janúbia Lucas Miranda Guimarães inicia seu artigo “Realizações Do Sujeito
Gramatical Em Narrativas Orais De Falantes Da Comunidade De Taquandeua”, comentando
sobre alguns aspectos da língua, dentre eles é citado sobre várias estratégias que são usadas
pelos falantes a fim de reafirmar o que se objetivou falar. Estes processos mencionados, vêm
servindo como sustentação para os estudiosos da área da Sociolinguística, assim como os
linguistas no geral. Pois a língua está sempre mudando e se transformando, o que leva a
fomentar discussões, pesquisas e estudos sobre essas alterações na língua. Além disso, a autora
também fala sobre o “sujeito gramatical”, onde o mesmo é responsável por uma grande parte
das indagações e dúvidas na língua portuguesa. O sujeito gramatical, segundo a autora, é um
elemento muito misterioso, pois não pode ser definido pela gramática, visto que, como dito
antes, a língua está em constante mudança e com isso este “sujeito gramatical” também está
mudando a todo momento. Portanto, este elemento por possuir uma extrema complexidade,
dificilmente pode ser definido em somente um conceito, o que acaba por movimentar bastante
os ramos da pesquisa e estudos relacionados. A pesquisa apresentada no artigo da autora se
propõe justamente a mostrar as alterações e as realizações deste sujeito na fala, tal pesquisa
estando presente no campo da sintaxe e tendo auxilio direto dos fundamentos da
sociolinguística, foi realizada na comunidade de Taquandeua, interior da cidade de Bragança,
situada no nordeste paraense. A pesquisadora além de utilizar suas anotações e pesquisas para
o artigo, também utilizou de outros escritores para auxiliar seu trabalho, dentre esses autores é
importante destacar, Evanildo Bechara, Edna Ribeiro Marques Amorim, Celso Cunha, Lindley
Cintra e etc. A autora utiliza esses pesquisadores de forma a mostrar cada conceito desenvolvido
por eles, entretanto, ela não apenas cita e discute sobre estes conceitos, mas sim compara as
semelhanças e diferenças de cada um deles. É notório a utilização dessa estratégia da autora
onde, ao mesmo tempo que mostra as discussões e ideias de Bechara, incrementa pontos que
podem tanto acrescentar como contrapor totalmente os conceitos de outros autores, como o
Cunha ou Cintra. Além dos autores citados a pouco, dentro do texto são utilizados, de forma
recorrente, mais dois autores, sendo eles José Carlos de Azevedo e Ataliba Castilho. No artigo,
a pesquisadora buscou explicar, além das visões e conceitos de Bechara, Cunha e Cintra, as
concepções desses outros dois autores, onde explicou que para Azevedo o sujeito não precisa
ser necessariamente o agente principal da oração, ou seja, ele pode estar em segundo plano. Já
sobre as ideias de Castilho, primeiramente é apresentada o sujeito como estando presente nos
elementos estruturais, na concordância e na regência das palavras. De acordo com o autor está
perspectiva é dividida em três, a primeira apresentando que, para o sujeito ser caracterizado
perante uma perspectiva sintática, ele deve apresentar elementos determinados, como ser
expresso por um sintagma nominal, estar antes do verbo, indicar concordância com o verbo e
poder ser substituído por um pronome. Já sua segunda perspectiva apresenta noções de
propriedades discursivas, que está diretamente relacionada ao discurso, onde é relacionado o
elemento, que seria o fornecedor da informação, e o que se diz sobre o elemento em questão.
Por fim sua terceira perspectiva demonstra as propriedades semânticas do sujeito, ele divide
essa perspectiva em quatro partes, sendo elas agentividade do sujeito, animacidade e não
animacidade do sujeito, referencialidade e não referencialidade e etc. A agentividade seria
justamente o sujeito como o agente principal da oração, logo ele é responsável pela ação na
sentença, já a animacidade é uma concepção voltada para o uso dos pronomes de primeira a
terceira pessoa e seus impactos no texto. A referencialidade basicamente é aquela que destaca
um referente dentro de vários componentes que poderiam assumir o papel do sintagma nominal-
sujeito, dentre outros. Portanto é evidente que a autora teve como base para seu artigo, diversos
autores e títulos neste campo da sintaxe e sociolinguística, que além de auxiliarem em seu texto,
foram importantes também para a formação de sua pesquisa de campo, visto que, diversas
concepções apresentadas anteriormente no texto podem ser observadas na pratica, logo, outro
assunto de grande valor que a autora trata em seu texto são os procedimentos metodológicos da
pesquisa realizada em Taquandeua. Sua investigação teve como objetivo principal, desenvolver
um estudo linguístico voltada para a observação do sujeito no português, tal estudo teve início
por meio de estudos bibliográficos voltado justamente para os conhecimentos, já citados acima,
sobre as concepções de sujeito. Foram selecionados os informantes, membros que auxiliaram
na pesquisa de campo, a fim de produzir textos orais para a observação e estudo do tema, logo
após a coleta dos materiais, que constituía basicamente conversas e narrativas de moradores
previamente selecionados, foi feito uma análise em cima dos textos orais de cada um e logo
após isso uma seleção e transcrição do mesmo. No total foram selecionados 10 informantes, 5
do sexo masculino e 5 do sexo feminino, de cada informante foi coletada 10 narrativas orais,
que tinham como tema o cotidiano, tragédias familiares, elementos sobrenaturais e etc. Após a
transcrição, a autora organizou os resultados em gráficos e tabelas, com o intuito de expor com
maior clareza os resultados adquiridos na pesquisa. Em sua catalogação e levantamento de
dados, foram utilizados materiais como gravadores, notebook, caderno para anotações, caneta,
lápis, máquina fotográfica e outros. A pesquisa teve duração aproximada de 1 ano, dentro desse
tempo, foram usados quatro meses para a realização dos estudos, um mês para recolhimento
dos dados, dois para análise e transcrição dos textos orais e cinco meses para a elaboração do
projeto e seus resultados. As tabelas, citadas anteriormente, foram construídas baseadas no uso
do sujeito, ou seja, cada transcrição foi devidamente catalogada e dividida em tabelas como,
concordância com o sujeito de primeira pessoa do singular, concordância com o sujeito de
primeira pessoa do plural, concordâncias não contempladas, formas verbais foneticamente
reduzidas, entre outros. Além disso, cada tabela tem por sequência sua devida explicação e
exemplos, além de também ser interligada com concepções de escritores e pesquisadores da
área. A autora ainda fala em seu artigo, após a pesquisa e as tabelas, que, o que mais chama a
sua atenção é a capacidade dos falantes de se adaptar para as diferentes situações da linguagem,
sendo tanto para produzir ou para interpretar, além de também mostrar que, casos com esse de
alteração da língua, dificilmente pode ser encontrado expostos em manuais de língua
portuguesa. Portanto tal riqueza presente na língua, pode apenas ser apreciada na
espontaneidade da fala, visto que, como dito, raramente é citada em livros de gramática e
linguística no geral. Por fim a autora apresenta os resultados sobre sua pesquisa, onde afirma
que, o sujeito gramatical se manifestou de muitas formas na estrutura sintática da fala, uma vez
que foram encontradas muitas manifestações que já foram contempladas e não contempladas
pela linguística. Entretanto, está última definição foi a que apresentou maior presença e maior
peso nos resultados, com isso a autora resolveu sintetiza-los da seguinte forma, ocorrências
relacionadas a concordância, onde foi explorada a concordância com formas foneticamente
reduzidas, ocorrências do sujeito por expressão denotadora de pluralidade, ocorrências de
sujeito se manifestando através do pronome oblíquo e por fim ocorrência de substituição da
pessoa do sujeito por motivos de questões pragmáticas. Desse modo é possível observar sobre
a comunidade de Taquandeua que, o português falado nesta comunidade reúne diversas
manifestações do sujeito e apesar de não constarem nos manuais de gramática, fazem parte da
língua em sua face mais viva e natural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUIMARÃES, Janúbia Lucas. “REALIZAÇÕES DO SUJEITO GRAMATICAL


EM NARRATIVAS ORAIS DE FALANTES DA COMUNIDADE DE TAQUANDEUA”, in:
“Lingua(gens) e saber(es) na Amazônia traduzindo singular(idades)”, 2020.

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