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TRABALHO TEÓRICO I
Análise do capítulo “Escrever é diferente de falar”
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta a análise do capítulo “Escrever é diferente de falar”. Trata-se
do capítulo um do livro “Por uma vida melhor”, destinado aos estudantes da modalidade
EJA (Educação de Jovens e Adultos) na disciplina de língua portuguesa. A análise
contempla aspectos linguísticos como a concepção de linguagem utilizada pelo material
didático, os tipos de variações linguísticas nele presentes, bem como os tipos de
registros que podem ser observados no texto. A análise foi feita mediante critérios
previamente estabelecidos e voltados para uma observação direta do conteúdo do
texto, com o objetivo de identificar a presença ou ausência de elementos que os
estudantes realizadores da análise julgam imprescindíveis para um material didático de
qualidade dentro do contexto mencionado. Para a realização de tal análise, utilizou-se
como fundamentação teórica textos de autores como Marcos Bagno, João Wanderley
Geraldi e Luiz Carlos Villalta, previamente estudados durante o desenvolvimento da
disciplina de Estudos Linguísticos I.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Inicialmente, retomar-se-á a noção de que a linguagem está presente nos contextos de
comunicação e que ela pode se expressar por vários meios, como através de palavras
escritas, imagens, sons e símbolos. Em um contexto de ensino e aprendizagem, a
concepção de linguagem utilizada pode ser tanto um fator facilitador de ensino como
um complicador. O material didático sobre o qual esse artigo se trata é um instrumento
de alfabetização de adultos e para efetuar uma análise produtiva do capítulo em
questão, precisa-se, inicialmente, compreender-se a linguagem utilizada pelo material
didático e se a mesma é adequada ao contexto. Para isso, utilizou-se como parâmetro
três tipos de concepção de linguagem, nomeados por Geraldi, respectivamente, da
seguinte maneira: a linguagem como expressão do pensamento; a linguagem como
instrumento de comunicação e a linguagem como forma de interação. No conceito de
linguagem como expressão do pensamento contemplam-se os estudos tradicionais.
Trata-se de uma visão da linguagem que se liga ao pensamento. Através dessa
concepção pode-se concluir que aquele que não se expressa através da linguagem,
não pensa. Em contrapartida, o conceito de linguagem como instrumento de
comunicação vê a linguagem sob uma perspectiva de transmissão de mensagens,
sendo a linguagem um instrumento para a transmissão dessas de um interlocutor a um
receptor. Tal concepção de linguagem leva em consideração a presença de dois fatores
(interlocutor e receptor), mas, considera que a interação através da linguagem acontece
em uma única via. Em contrapartida, considerando a comunicação como um fenômeno
que ocorre através da linguagem utilizada em duas vias, tem-se a concepção de
linguagem como forma de interação. Em tal concepção, considera-se tanto que um
interlocutor utiliza da linguagem para interagir com um receptor, quanto o contrário.
Após a observação direcionada ao conceito de linguagem, observou-se os diferentes
tipos de variação linguística presentes no texto. Levando em consideração que em um
contexto escolar há uma grande heterogeneidade linguística e que, principalmente no
que se diz respeito a alfabetização de adultos, que já possuem uma prévia bagagem
cultural considerável, é muito importante que o material didático contemple, de alguma
forma, diferentes manifestações da língua. Sendo a língua um sistema dinâmico, cujos
elementos (sintaxe, vocabulário, morfologia e pronúncia) sofrem alterações de acordo
com as regiões geográficas onde são utilizadas, bem como de acordo com
características gerais de seus falantes como idade ou classe social e também diante do
grau de formalidade do contexto comunicativo, é muito comum presenciar-se a
manifestação de diferentes variedades da língua. Essas variedades são denominadas
variações linguísticas e podem ser regionais (vinculadas ao contexto geográfico em que
são utilizadas), étnicas (quando vinculadas à procedência genética de um determinado
povo), sociais (quando vinculadas à diferentes grupos ou classes sociais), dentre
outras. Por fim, foi feita uma observação relacionada ao registro (formal ou informal)
utilizado no texto.
OBJETIVO GERAL
Identificar aspectos linguísticos como concepção de linguagem, variação linguística e
registro presentes no capítulo “Escrever é diferente de falar” a fim de realizar uma
análise qualitativa de seu conteúdo.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para tal análise foi a elaboração de critérios qualitativos que
seriam parâmetros de análise de cada parte do texto. Esses critérios foram divididos em
cinco principais métodos para a análise do capítulo: “Escrever é diferente de falar”, que
encontra-se em um livro destinado a alunos da variante de ensino EJA. O primeiro
parâmetro consiste no uso de uma linguagem clara e objetiva, que é de suma
importância em um material didático. As ideias devem ser bem claras e objetivas
visando a facilidade de compreensão do aluno e perguntas propostas não devem deixar
de trazer consigo uma certa dificuldade. O segundo critério se resume à progressão de
ideias, o material deve apresentar seu conteúdo de forma a evitar circularidade nas
ideias, assim o aluno teria dificuldade para entender o que lhe é proposto, logo, o texto
necessita de cronologia e uma ligação bem-feita das informações que apresenta. O
terceiro método é a exemplificação, é preciso bons exemplos para que o aluno possa
compreender melhor e de forma mais clara o que é proposto a ele, por isso o material
deve utilizar vários métodos de exemplificação, como quadros informativos por
exemplo. O quarto critério é o incentivo à reflexão sobre o conteúdo abordado. É
indispensável que o texto faça o aluno refletir sobre o que foi apresentado, facilitando-
se a memorização por meio desta interação e incitação. O último parâmetro é o
conteúdo explorado de forma balanceada. Por tratar-se de um livro para a modalidade
EJA de ensino, o texto precisa fazer um misto entre ideias mais simples e um conteúdo
profundo. Afim de ter uma boa compreensão, entretanto, não deixar de trazer assuntos
mais complexos para o material.
ANÁLISE
A seguir, apresentar-se-á alguns elementos do texto e será feita uma demonstração
das análises feitas pela dupla que possui a autoria desse trabalho. Essas análises
foram baseadas nos critérios anteriormente mencionados. Inicialmente, sob o primeiro
critério, analisou-se o seguinte trecho:
“Há ainda mais um detalhe que vale a pena lembrar. A norma culta
existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, ou seja,
quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais,
porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos
ser formais, utilizando a norma culta. Algo semelhante ocorre quando
falamos: conversar com uma autoridade exige uma fala formal,
enquanto é natural conversarmos com as pessoas de nossa família de
maneira espontânea, informal. Assim, os aspectos que vamos estudar
sobre a norma culta podem ser postos em prática tanto oralmente
como por escrito” (p.12).
Esse trecho discorre sobre o uso da norma culta e popular da língua portuguesa. A
conclusão tirada na análise é que, como o trecho exemplifica, o texto expõe suas ideias
através de uma linguagem de fácil compreensão. Não utiliza termos técnicos
desnecessariamente e faz ligações de suas ideias com situações que facilitam o
entendimento. Além disso, não se percebe excesso de informações, o que também
poderia prejudicar o entendimento do texto. Pode-se, portanto, concluir que, conforme o
exemplo anterior, o texto obedece ao critério número um da análise qualitativa. Partindo
para o segundo critério, seguem trechos de exemplificação:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RAMOS, Heloísa. (Org.) Por uma vida melhor: Educação de Jovens e Adultos: segundo
seguimento do ensino fundamental, vol. 2. São Paulo: Global: Ação Educativa, 2009.
(Coleção Viver e Aprender).