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UFMG/FALE

Disciplina: Fundamentos de Sintaxe (2020/2º sem. – não presencial)


Turma: NB30
Professor: Aroldo Leal de Andrade
Alun@: Isabelly Teodoro Gomes Fonseca
Nota:______

PERINI, Mário Alberto. A Gramática Gerativa. Introdução ao estudo da sintaxe


portuguesa. 2. ed. Belo Horizonte: Vigília, 1985, p. 19-24.

Mario Alberto Perini, graduado na área de Letras da Universidade Federal de Minas


Gerais e professor voluntário da mesma, atua no campo da Teoria e Análise
Linguística, se concentra no estudo da Sintaxe, Ensino de português e Gramática de
construções. Desenvolveu, na secção 2. Gramáticas, do seu livro “A Gramática
Gerativa: Introdução ao estudo da sintaxe portuguesa” o conceito de Gramática e a
diferença entre Linguística e Gramática Normativa, Gramáticas particulares e a
teoria linguística geral. Logo, o linguista possibilita a compreensão da definição
desses termos, suas distinções e a maneira como é aplicada na língua.

O texto de Perini inicia-se conceituando Gramática, o professor emprega o estudo


como “um tipo de livro onde se encontram regras do que se deve e do que não se
deve dizer”, ou seja, estabelece o que pode ou não ser usada na língua padrão
escrita ou falada, sendo essa, a gramática tradicional, que prescreve determinadas
funções que podem ser ditas. Por outro lado, parte dos linguistas acreditam que ditar
regras sobre como uma sociedade deve falar ou escrever, não é interessante, o
importante para os estudiosos é estudar as ferramentas linguísticas dos falantes.
Perini mostra ser crítico a gramática tradicional, no entanto, admite que ela precisa
ser estudada para que os alunos não sejam privados de conhecerem outras
variedades da língua.

Se seus emissores pronunciam frases como: “A gente vai na festa” ao invés de “Nós
vamos a festa” ou “Os menino é chato” não indo de acordo com a concordância
verbal, o linguista estudará a fala da mesma maneira, uma vez que ele não está aqui
para determinar o que é “incorreto” ou “correto” e sim analisar as variedades
dialetais. Já que a língua não é a mesma para todos, ela muda de acordo com a
região, condição econômica, faixa etária, dentre outros fatores que não permitem
uma visão homogênea da mesma. Porém, a locução que não pode ser
compreensível para os falantes, logo é descartada por eles e não será objeto de
estudo para os linguistas, como: *A festa vamos nós ou *É chato menino os.

Para Perini a gramática possui três finalidades, sendo a primeira: precisa fornecer
uma série de regras que distingam as sentenças da língua que pertencem das que
não pertencem à língua. Em segundo lugar, é necessário que a gramática
proporcione uma análise para cada frase da língua, por exemplo: “Os meninos são
chatos.” Os meninos = Sintagma Nominal; são = verbo; chatos = adjetivo; são
chatos = objeto direto. E por último, a gramatica deve fornecer uma interpretação
semântica. Isto é, qual o agente da ação? Qual a qualidade dada a um determinado
substantivo? O nome da pessoa é do sexo masculino ou feminino? Dentre outros
questionamentos.

Ao longo do texto, o linguista cita com frequência o fato que a gramática normativa
legisla, impõe a empregabilidade da língua padrão para aqueles habituado a língua
coloquial. Ao contrário da visão do linguista, que se preocupa em “observar os fatos
e a construir teorias que os descrevem e expliquem”, para ele a língua coloquial é
tão importante quanto a padrão, - não diminui a importância da primeira língua ser
aquela falada pela massa e a outra por um grupo elitista, sendo ele considerado
mais prestigiado socialmente por falar de acordo com as imposições da norma
padrão, já que, não é o dever da linguística.

Na última sub secção 1.3. Gramáticas particulares e a teoria linguística geral, o


autor, volta com a questão sobre a gramática ser um produto do trabalho do
linguista. Perini diz que cada língua tem suas próprias teorias, cada uma delas
contém características particulares. Sendo assim, artigos, adjetivo, objeto direto
depois do verbo, não é a mesma regra para todas as línguas, mostrando que essas
características estão presentes na língua portuguesa, não de todas as línguas. É
importante salientar que algumas possuem semelhanças, mas há exceção. No
inglês, o adjetivo vem antes do substantivo e a maioria dos nomes não têm gênero.
Como, a palavra fast, pode ser alto e alta. Comprovando o que foi dito
anteriormente, a língua possui parte de traços particulares ou partilha de outras
línguas menos parecida.

Sendo assim, é necessário que o linguista analise aspectos da língua que não serão
comuns ao português, porém, o autor em seu texto nomeia “universais da
linguagem” traços comuns que podem existir a todas as línguas. Segundo o
linguista, as universais não são incluídas na gramática e sim na “gramática geral”, no
qual, o esqueleto gramatical básico presente em todas as línguas humanas, as
universais estão na fase inicial dos seus estudos.

Diante disso, o capitulo apesar de ser breve ele contém informações necessárias
sobre a gramatica normativa e a crítica de um determinado grupo sobre ela, além,
das singularidades de cada língua. No entanto, por mais que Mario Alberto Perini
tenha dado necessárias considerações, o tema foi abordado de maneira prolixa,
fazendo com que o texto tenha sido passado, de forma, estendida. A ideia central do
texto foi apresentada já em suas primeiras páginas, tornando dispensável partes que
não compunham o desenvolvimento da tese, mas sim repetiu a ideia central.
Todavia, a leitura é fundamental para compreender conceitos básicos da Gramática.

Referências Bibliográficas

PERINI, Mário Alberto. A Gramática Gerativa. Introdução ao estudo da sintaxe


portuguesa. 2. ed. Belo Horizonte: Vigília, 1985, p. 19-24.

Mario Alberto Perini. Curriculo Lattes, 10 de out. de 2019. Disponível em:


http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783514E2. Acesso em:
01 março de 2021.

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