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P S IC OL OG IA DAS
R E L A Ç Õ E S IN T E R P E S S O A IS
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Dad o s I n t e rn ac i o n ai s d e C at alo g aç ão na P ubli c aç ão (CI P )
(C âm ara Brasi le i ra d o Liv ro , SP, Brasi l)
B ibliografia.
ISBN 85.326.2596-7
01.2861 CDD-158.2
PSICOLOGIA DAS
RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
VIVÊNCIAS PA R A O T R ABALHO EM GR UPO
EDITORA
VOZES
P etrópolis
2001
Po r ta nto, essa ha bilid a de pos s ibilita:
S me lhor a no r e conhe cime nto das e moçõe s pr ópr ia s e
d o outro;
S e xpe riência dir e ta da r e lação e moção- pe ns ame n-
to- compor tame n to;
S m a io r pr o ba bilid a d e de sucesso no e nfr e nta me nto de
s ituaçõe s comple xas ;
Sanális e e compr e e ns ão mais acur adas dos r e la c io na
me ntos ;
v'' me lhor a na auto- e s tima e na autoconfia nça ;
S a juda a outras pess oas na s olução de pr oble mas inte r
pess oais.
2. H abi li d ad e s so c i ai s de c o m unic aç ão
A c omunic a ção é u m me c anis mo e s s e ncial da vid a e da
e volução, a come çar pe la me ns age m dos genes que in fo r
m a m , através das pr opr ie dade s fís ico- químicas das molécu-
ídb, aiLeraçoes nas s uas e s truturas '5. Na s ocie dade , a c o m u n i
cação é r e s pons áve l p e la fo r m a ção de extensas re de s de tr o
ca s ocial que m a n t ê m e a lte r a m a c ultur a e, cons e qüe nte
me nte , a r e a lida de social. T e mos u m núme r o r azoave lme nte
cres cente de te orias s obre c omunic a ção e muita s dis ciplinas
cie ntíficas se o c upa m dessa te mátic a . Es tamos inte re s s ados ,
a qui, n a c omunic a ção como um proce s s o me dia dor do c onta
to e ntre as pess oas e n ão vamos nos de te r e m conce itos como
me ns age m, código, me io, r uído e outr os .
As ha bilida de s de c omunic a ção inte r pe s s oal pode m ser
clas s ificadas co mo ve rbais e não ve rbais . Essa clas s ificação é
a r bitr ár ia , u m a ve z que ambas e s tão s e mpr e pre s e nte s nos
contatos face a face. A co munic a ção ve rbal é mais cons cie n
te , e xplícita e r a cional, de pe nde ndo, e ntr e outr os fatore s , do
d o m ín io da lín g u a e das nor mas sociais de seu us o.
A c omunic a ção n ão ve rbal c omple me nta , ilus tr a, r e gula,
s ubs titui e a lg uma s vezes se opõe à ve rbal. Gr a nde parte da
de codificação das me ns age ns ocorre no pla no não ve rbal mais
d o que ve rbal. Pos turas , gestos, exjgressões faciais e m o vi
me ntos do cor po a dquir e m dife re nte s s ignificados e m função
d o conte xto ve r bal e s ituacional e m que ocor re m. Por e x e m
p lo , bate mos n a te s ta qua ndo nos e s que ce mos de a lg um a c oi
sa, e ncolhe mos os ombr os pa r a manife s tar indife r e nça e as
s im por diante . Um a pe ss oa com boa c ompe tência s ocial c on
se gue a r ticular de mane ir a coe re nte os s ignificados da c o m u
nic a ção não ve r bal aos d a c omunic a ção ve rbal. Há, a t u a l
me nte , u m a ampLa lite r atur a da qua l o le itor inte r e s s ado e m
m a io r de ta lha me nto pode r á se vale r s.
Alguma s das pr incipais ha bilida de s de c omunic a ção, que
fa ze m parte de s s a classe ge ral, tais c o mo iniciar e e nce rrar
4 . Ve r : Smith. J.M. e Szathma r y , E. [ 1997). Linguage m e vida.. Em: M.P . Mur phy c
Z.A.J. O ’Ne il (Or gs .), “O que é v id a ?”: 50 anos depois, especulações sobre o fiitu ro da
B iologia. São Paulo: UNESP/Cambr idge .
5- Ve r, por e x e mplo: De l Pretce, Z.A.P. c Del Prctte, A. (19 99 ). Ps icologia das hab ili
dades sociais: Terapia e educação. Pe trópolis : Vcz.cs. Nes ta obra, h á um c apítulo es
pe cialme nte de dicado aos compone nte s n ão ve rbais , com muitas re fe rências sobre
o as s unto.
conve r s ação, fa ze r e r e s po nde r pe r g unta s , g r a tific a r e eJo-
giar, dar e re ce be r fe edb ack, se rão analis a das a s e guir.
A. Saint- Exupéry
6 . Ver: lla r gic , O., Saunde r s , C. c Dicks on, D. (1 9 8 1 / 1 9 9 4 ). Social skills in in te qicr-
sonai communication. London: Ne w York: Routle dge (3'1 cd.J
u i^u r s o e mante r a ate nçao a o ouvinte ; dj esclarecedoras, de
ampliação o u comple me ntação da pr ópria verbalização; e) con-
fr ontador as , vis ando a ponta r contr adiçõe s e m u m a e xpos i
ção. As pe r guntas avaliativas p o d e m a inda var iar confor me a
e xpe ctativa de m a io r ou me nor e labor ação da re s pos ta re
que r ida, r e s pe ctivame nte : a) a nális e , síntese, interpretação,,
avaliação ou e xe mplificação de a lg um aspecto7 ou b) ape nas a
r e pr odução ou r e pe tição de um c onte údo já dis poníve l a um
o u a todos os inte r locutor e s .
A ha bilida de de r e s ponde r pe rguntas de pe nde da decodi-
ficação de s ua for ma, c onte údo e função. Adic iona lme nte , o
re ce ptor precisa ide ntific ar , e m seu re pe rtório, a d is p o nib ili
da de da resposta e de cidir se: a) r e s ponde ao que foi e x plici
ta me nte pe r gunta do; b) r e s ponde ao que foi implic ita me nte
colocado (no caso de funçõe s mais s utis como a dc confr onto
e pr ovocação); c) ig no r a a pe r gunta, como um todo o u parte
de la , e m função das avaliaçõe s ante riore s ; d) expres sa a p r ó
pr ia dific uldade e m re s ponde r. Ao la do da respos ta dir e ta e
abe r ta, muitas outr as pos s ibilidade s se abr e m tais como: o s i
lê nc io, a recusa e m re s ponde r , a re pos ta não pe r tine nte , o
h u m o r como for ma de fugir à pe r gunta , a de volução, a e vas i
va, o des vio do as s unto e ntre outras , A alte r nativa cons ide r a
da mais compe te nte de pe nde r á dos obje tivos , da le itur a do
conte xto e das de ma nda s pre s e nte s .
G ra tifica r e e logia r
Santo Agostinho
8. Argyle, or iginalme nte , coloca essa habilida de , junta m e nte com a s e ns ibilidade
pcrccptivn, a se re nidade c as de mais habilidade s bás icas de inte ração s ocial como
compone nte s da compe tência social. Ver: Argyle, M. [ 19 67/1994). Psicologia d d
c<jmpor(or>tiçiun interpersonal. Madr id: Alianza Univcr s idad.
A7
P e d ir e d a r fe e d b a ck nas relações s ocia is
9 . A propos ta dc uma te or ia dos sistemas c r e lativame nte antiga e mbora ganhe , nos
dias atuais , um r e novado interesse. Um aulo r cons ide rado clássico na propos ta da
abor dage m sistémica é: Bcrtalanfy, I» von (1950). An oudine of general system theory.
Britis h Journal o f Pkilos ophy c f Sckncc, 1, 134- 165. Uma aplicação dessa te oria à
Ps icologia do De s e nvolvime nto pode ser e x e mplificada com Br onfe nbr e nne r, U.
(1 9 8 9 ), Ecological sys tems the ory. yVinals o f C hildren D evelopment, 6, 185- 246.
Habilidade s Sociais (T HS), o fe edb ack è cons ide rado como
ha bilida de alvo a ser a pr e ndida pe los pa r ticipante s e como
pr oc e dime nto de tr e ina me nto, a ser ut iliza d o tanto pe lo faci-
litador como pe los me mbr os do grupo e ntr e sí.
Enqua nto pr oce dime nto de e ns ino- apre ndizage m, o fe e d
b ack pe r mite que a pe s s oa sob tr e ina me nto pe rce ba c omo se
compor ta e como esse compor ta me nto afe ta seu inte r lo c u
tor. Messes casos, é im po r ta nte cons ide r ar o impa cto do fe e d
back pos itivo na m a nute nção e a pe r fe içoa me nto dos as pe c
tos de s e jáve is do de s e mpe nho. Defende- se que o fe edb ack
ne gativo, e mbor a mais fr e qüe nte e m nos s a cultur a , de ve ria
ser s ubs tituído pe lo pos itivo porque :
a) e vita r e s s e ntime ntos e reações de fe ns ivas , comume n-
tc as s ociadas ao fe ed b ack ne gativo;
b) dis põe a pessoa a ouvir com mais a te nção as obs e rva
çõe s fe itas pe lo inte r loc utor , a m p lia n d o s e u c onhe c ime n
to s obre o pr ópr io de s e mpe nho e / o u os re s ultados de le
de corre nte s ;
c) m o tiva a pe s s oa a inve s tir no a pe r fe içoame nto dos as
pe ctos valor izados ;
d) a um e n ta a pr oba bilida de dos de s e mpe nhos va lo r iza
dos voltar e m a ocorre r.
O videofeedb ack é u m a var iante que pe r mite a obs e rvação
dir e ta do de s e mpe nho através de filmage ns . Esse recurso
te m as vantage ns da ve r acidade e d a pos s ibilidade de obs e r
vação do de s e mpe nho quantas vezes se achar conve nie nte .
Ele é us ado e m várias atividade s , mas no e s porte ve m s e ndo
mais e xplorado, pe r m itindo ao atle ta e s tuda r de talhe s de seu
de s e mpe nho. Algumas atividade s inte r a tivas como falar e m
públic o, coor de nar gr upos e r e alizar a te ndime ntos (c ir ur g i
as, e ntre vis tas de dive rs os tipos , ve ndas e tc.) pode m, t a m
bém, se be ne ficiar do videofeedb ack.
A ha bilida de de prove r feedb ack s upõe , como re quis itos ,
as de ouvir e pr e s tar ate nção ao c ompor ta me nto do outro.
Alé m dis s o, alguns compone nte s func io na is e for mais carac
te r izam a c ompe tê nc ia nessa ha bilida de , tais como:
a ) raiar dir e tame nte a pessoa â q ua l se dá o feed b ack, cha-
mando- a pe lo nome , ma nte ndo contato vis ual e us a ndo
to m de voz c almo, por ém audíve l;
b) apres entá- lo o m a is im e dia ta m e nte pos s ível à e mis s ão
do c ompo r ta me nto;
c) des cre ve r o de s e mpe nho obs e rvado ao invés de a va
liá- lo;
d) referir- se ao compor tame nto e mitido no mo me nto sem
atribuí- lo c omo caracte rís tica da pe s s oa;
e) pr ima r pe la pa r c imônia .
A dific ulda de e m da r e receber fe ed b ack pode aconte ce r
de vido a vários fatore s , inclus ive a aus ência de uma pr átic a
c ultur a l. Uma das maior e s dific ulda de s e m re ce be r fe ed b ack
e s tá r e lacionada ao excesso de de fe ns ividade que , por s e u
tur no , revela me do da pe r da de auto- e s tima e s tatus a d q u ir i
dos. O feedb ack n ão de ve , no e nta nto, ser ut iliza do co mo re
curs o punitivo ne m co mo c omunic a ção unilate r al. Entr e as
dific ulda de s par a apr e s e ntar fe ed b ack e s tão a inca pa cida de
de compr e e nde r as ne ce s s idade s do outr o, a fa lha e m obs e r
var e / o u des crever o c ompor ta me nto e a pre te ns ão d o us o do
fe ed b ack como for ma de e xercício de pode r.
Arquim ed es
7fl
soai ou da e xplicitaçao a o od jc uvo uu e n t u m iu .
çíio não ve rbal, nesse cas o, c de gr ande a juda . A s a uda ção
com a m ão voltada pa r a o inte r locutor , o inc lina r o corpo, o
sorriso etc. pode m fa cilitar o proce s s o inic ia l de conve rs ação.
(,)uando já existe um conhe cime nto pr évio e ntr e as pess oas ,
um leve toque no br aço com um a e xpre s s ão do tipo E então?
pode m ser s uficie ntes pa r a dar início a um diálogo.
Entre as habilidade s de iniciar conve r s ação destacam- se
as de aproximar- s e da pe s s oa ou gr upo no mome nto mais
apr o pr ia do, apresentar- se, obs e rvar, ouvir o outr o, dis c r imi
nar seus interesses, faze r pe r guntas abe rtas e fe chadas , pa r a
frasear, de mons tr ar sens o de humor , pe dir e expressar o p in i
ão, expres sar s e ntime ntos pos itivos , faze r pe didos ou p r o
postas, apre s e ntar fe edb ack pos itivo e e logiar . Outras h a b ili
dade s impor tante s s ão as de apr e s e ntar e r e agir [à] in fo r m a
ção livr e 10, que facilitam e x plor ar conte údos de auto- revela-
ção. Dia nte da p e r g unt a V ocê m ora a qui?, ao invés de re s
ponde r s im ou não, a pe s s oa pode ofe re ce r info r m a ção livr e
do tipo Sim , mas aind a conhe ço poucas pessoas e quase ne m
saio de cas a. Isso pos s ibilita o inte r loc utor e xplor ar esse a s
pe cto pa r a novas pe r gunta s , d a nd o pr os s e guime nto à c o n
ve rs ação. Não s ão pouc as as pe s s oas que a pr e s e nta m d ifi
c uld a de de fa lar de si me s mas . Alguma s a c r e dita m (fals a
me nte ) que isso é vanta jos o e acabam por criar n m a bar r e ir a
com as de mais . Outr as , infe lizme nte , n ão apr e nde r a m a se
c o munic a r livre e abe r tame nte .
Par a muita s pessoas, e nce rrar a conve rs ação é u m a ta r e
fa tão difíc il que fr e qüe nte me nte a de ix am a cargo do inte r lo
cutor. Isso pode caus ar vários pr oble mas e s ituações cons
tr ange doras qua ndo o outr o ta mbé m apr e s e nta essa dific ul
dade ou n ão te m interes se cm e nce rrar o e ncontr o. Us ua l
me nte , as pessoas ofe re ce m s inais ve rbais e não verbais in d i
cativos de s ua ne ce s s idade de e nce rrar um a inte r ação e s air
Confúcio
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