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Diretor editorial
Frei Antônio Moser
Editores
Aline dos Santos Carneiro · ·
José Maria da Silva
Lldio Peretti
Marilac Loraine Oleniki
Secretário executivo
João Batista Kreuch
Moscovici, Serge .
Psicologia das minorias ativas / Serge Moscovici ; tradução do Grupo de Leitura ._
"Ideologia, Comunicação e Representações Sociais" ; responsável Pedrinho A. Guareschi.
Petrópolis, RJ : Vozes, 2011. - (Coleção Psicologia Social)
Título do original fraricês: Psychologie des minorités actives
Bibliografia
ISBN 978-85-326-4194-6
1. Conformismo 2. Influência (Psicologia) . . m Série.
3. Luta de classes 4. Mudariça social I. Guareschi, Pedrinho A. II. Título. ·
CDD-302
11-07391
1. Processos psicossociais : Psicologia social
302
SUMÁRIO
@ · Po r qu e e co mo um ind iví du o ou
ta de um gru po e dos (lid ere s, pe ritos etc.) que o re-
tos de vis
presentam?
As proposições que seguem co
nstituem as hipóteses funda-
s qu ais no s ap oia mo s pa ra res po nd er a estas perguntas.
m en ~ na
~~~- :
cia l em um grupo es tá
11 proposição: A influência so
ercida de m od o
desigualmente repartida e é ex
unilateral.·
de
21 proposição: A influência social tem a função
manter e reforçar o controle social.
o deli-
Supõe-se qu~ "~s indivíduos só podem cumprir uma açã con-
a de
berada, ~u 2,.onstitwr um grupo, mediante alguma form
autores
trole soCial" (HÁRE, 1965: 23). Deve-se postular (e muitosos indiví-
ofazem) que, para que exista tal controle, é preciso que
mesmos
d~o~ ~o ssu ~ os mesmos valores, as mesmas normas, os ram Su-
~tenos ~e Jlllzo e que todos os aceitem e a eles se refi ·
amda, que O ambien · , ,
poe-se te e unico e semelhante para todos
E al, ivíduos ~
o:1s~ contexto homogêneo, é fácil imaginar que os ind
grau d~ !~s ~abem o que se ~sp,era del~s eaçõ que a significação, o
- a ~ ~u de erro atribUido a suas es, a suas er -
mfne ~:.
~! ~e :: seus JUIZos, não pode interpretar-se de várias
etivos, a
eXistênciaºct~;do se pa,ssa P8:fª a realização destes obj
lo pelos
membros do gru;~~:~:set~~~!!~:~a ~orno u~ obstácu
belecer as fronteiras do grupo para ex ~a r ~s ~~renç as, a esta-
que recu-
sarn aceitar a mudança Mas não h, .urr os mdividuos
Com6 se supõe .que tais. 'controlado!~~~taorodle sem controladores .
· . ._ . etentores de uma sa-
17
bedoria superior e um nobre. d~sintere~se, não é estranho
exerçam O poder para seu propno proveito. Que
A influência que visa persuadir os outros a aceitar O P
vista que convém aos controladores, também tem a maioronto de
bilidade de êxito. Nao · que parafrasear a Secord eProba
- fiz mais B -
man, mas é melhor ceder-lhes a palavra: ack-
Os controles normativos aparecem na zona de comportam
onde os membros tornam-se dependentes do grupo Para e~to
fação de suas necessidades. As atitudes e os campo~satis-
necessáiios à sat~fação d~ ~~ssoas mais poderosas do entos
A
20
, . expJ.íea os efeitos da
e a dependêne1a u-
Poder-se-ia dizer tarnbem qu_ da vez que se observa uma md
iniluência. Admite-se Bl:1ª, açao ca dante que utiliza o manual e
dança de opinião ou de ~~zo.i :~ade de congruência, _com? a
Hollander aprende qu_e a co . o licam uma aceitação da mfluen-
conformidade de moVlll!en~o:, ~fe7: 57). Os franceses dizem cher-
cia que revela a depen~e~cia ( . . dizem "procurem a depen-
chez la femme1, e os p~co!~gos soc1ru~emos as coisas mais de
dência e tudo se explicara . Ma~ e~. .
erto: os detalhes são sempre s1gnificat1vos. . . "
P Pode-se de fato observar, que, quando. falamos
• - deàs"rmnonas
vezes do,
não fazemos referência ao numero (as mmonas saot,o a mniorta)
ponto de vista demográfico_, tã.0 _importantes
d ,quan
r cu.
gica da domina- '
1. Expressão francesa que conota um ato que se supõe ser de origem Passional.
21
r agente d~ inf!uência ~BACK
as de ~ gr am
& DA VIS, 1~?5
~o bre a ob
;_HOCI-fBA
ediencia (1965) cu¾~19&1).
As expe rten~
nte ilu stra ça o de ste aspe cto da reahd ~tlielll
mais impressiona
o m en or incentivo econô ~de. EPUba~
camente no tó
para executar
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oe S, a l~ a s pe ssoa s foram 1;!~
oU _lllorai
de um ex pe nm en es Pedi SUadicJas a
tador que lh
obedec er às or de ns
o~ , ~p ~s ta m en te do loro so s, a ~Para Pro.
vocar choques elétric m re lação alQUma Ot d~.
ai s na o tin ha
nhecidas e co
ta
m
do r
as
lhe
qu
s pe dis se pa r~ ag ir em ª~
nome da ciên de <rue 0
experimen Je nte. Prisi on eiro na Ied eia era Uina
justificativa aparen te m en te su fiC
ca so , pe la co mpetência do cie e_da~utoa.
dade, represen . t:a da , ne ste ntfot..
. do pe1a 1eQ.Jti. n)jdade da ~ 1 4 , _e
excessivamente impress10na m ente o outro. ci-
um ho m em to rtu ra ce ga
entífica,
pe riê n~ ~ m ~n os se ns ac ionalistas mostraram . .
Outras ex ed ec en do a in dividuos d lndi-
viduos de status so e1 al in fe no r ob
social superio
du as com pe
r,
ten_
in
tes
di
.
ví
1:,
du
co
os
nv
in
~r
co
g~
m pe te nt es
n~~ d~stes estudos é tão
significativos, em minha opini
~r:.·
se submetendo ae·~ ~
ão
ende nte qu e te na m S1 do m aI S
nf irm ar , ele s tiv es se m de nunciado o caráter errô~se,
em vez de co é mais importante que O<lire~
a, se gu nd o a qu al a fo rç a
da máxim o co m um . Em outras palavras: os
po lític a e no se ns
to, adotada em ia se, em lugar de tentar mos-
ria m tid o m ai or re levâ nc
estudos te ado as circunstâncias-
tivessem lig
trar que a máxima era exata, s em que não se aplicavam.
, po r ou tro la do - àq ue la
tão estranhas qu er o ch am ar a atenção sobre
de va lor , m as
Não tonnulo um juízo
oncebida.
a existência de urna ideia prec
também foi objeto de pesquis
as
cia in st ru m en ta l
A de pe nd
em profundidade
indivíduo conf
ên
lit
.
an
En
do
qu
-s e
an
co
to
m
a
o
de
sis
pe
te
nd
m
ên
a
cia institucional mostra o
social, esta outra forma de
o de certa "necessidade
G
m ais lig ad a à sa tisfa çã 1
dependência está ui se apresentam são práticas:
". As pe rg un ta s qu e aq
dos demais em a reje ita? Em quais situa-
e in flu ên cia e qu
Quem se submet à
ad otar as atitudes de outro,
tens ific a a ne ce ss id ad e de
ções se in Em re su m o: precisamos saber
ên cia m ais fá cil?
tornando a influ pe ndente; como nos tomamos
co nfor m ist a e qu em é in de
quem é ndentes.
os indepe
conformistas e como nos tornam
nsidera-se se m pre co m o ve rdade estabelecida que, em um
Co ram muito mais devido à mu-
pessoa s qu e se desv iam er
grupo, as de acordo entre elas e com as
pe ssoa s qu e es tão
dança do que as
22
~ CSWo ~ r ~~ ~ên-
d grupo(FESTINGERetal., 1$ ). ·asdedependêne1a:
normas o duzemaduassubcategon I
~ -rv'l'k./'
b _ - / ,
. àm~uça sere .
e1a -- k_;JL, D.u.R_V .J,(_,,, -
A • • ~ se observ nas situa~oes em
- , -
mar-se do
menor grau.~
qu:!~~:
de afiliação, de autoestima etc.'. s:ntam estas necessidades em
.
s:~=-:~o menos capacitados para re-
sistir à pressao soe1al e sentem~se
mais inclinados
. a seguir
a dosa maJ.o-
ria e os líderes, esperando assim serem aceitos e am . .
Os estudos empíricos confirmaram estas previsões. ~m,parti-
cular, dois estudos evidenciar~ o !ª_to
de qu~, ~anto maior e~ ne-
cessidade de aprovação de um mdividuo, mruor e seu conforrru.smo
(MOELLE'R & APPLEZWEIG, 1951; STRICKLAND & <?~OWNE,
1962). Por sua vez, Dittes (1959) demonstrou que os suJeltos que
eram encorajados a acreditar que eram aceitos por um grupo,
sentiam-se atraídos por ele e que, quanto mais fraca era sua au-
toestima, mais possibilidades tinham de submeter-se às pres-
sões do grupo. Muitos _outros estudos mostraram o papel da an-
siedade (MEUNIER & RULE, . 1967; SMITH & RICHARDS, 1967;
·MILLMAN, 1968). A importância da necessidade de filiação tam-
b , oi objeto de estudo (HARDY, 1957).
Em suma, certos individuos estão destinados à submissão,
outros à independência, e outros, enfim, à oposição .
. Até ce .............o, estas experiências sao supe uas. Todas elas
tendem a mostrar que certos traços de personalidade geram, seja
a dependência, seja a independência, de acordo com urna neces-
sidade profundamente vivida: a necessidade dos demais. Na reali-
dade,, e apesar do grande número de estudos existentes ' não é
poss1vel compreender com clareza o mecanismo que regula esta
necessidade; ~do o que se fez até aqui foi inventariar uma grande
vanedade de situações nas quais este mecanismo entra em jogo.
23
b) Adependência de informação correspond ,
têm os indivíduos de buscar a exati~ão objetiva ~:
tend~nCia
bre os fenómenos, de procurar a validação de seu8
~eus JUizosQue
desta n1aneira, adaptar-se ao ambiente . Quando creJUl garnento so-
. ti' · ern nao.. Pocste'
alcançar este obJe vo por s1 mesmos, veem- se ob .
rer a outros individuas·tpar ngados a rec er
a julgar e para Validar seu
, l da adaptação indiVid s Pr
.mevi ave , os hú or-
, ºPri
zos. A passagem
ld"ª ~daptaçã -
social, da dependência direta do ambie,. nte à depeUan enc1a o
aminh infl
opar~ a uencia . As circ uns "
tan a~ra vés
dos outros, abre o e ~as- e
elas são numerosas - , ~as ~aJ.s este apoio social
to
se_ llldis-
pensável, foram tambem obJeto de estudos eXper' rna-
tais . Po-
der-se-i~ mencionar, entre outras, a incerteza refere ~e~ fian_
ça que se pode ter nos seus sentidos e nas suasnce
ªC~n
G ;~acictactes
(HOCHBAUM, 1954; DI VESTA , 1959; ROSENBER 1 3
vidas sobre a sua inteligência, a falta de fé em seu' Pró
ª~
): ~ú-
(ALLEN & LEVINE, 1968).? grau de autonomia,
ou de i;o Jllízo
terona-
mia , é diretamente proporcional ao fato de possuir, ou de crer ,que
se possuem estas qualidades.
A partir destes estudos foram elaborados os retrato
s da o-
Pers
t a sub me ter-se, e da per son alid ade
~alidade dependente, pos adis
r:
mdependente, que recusa submeter-se. Escreve Steine
rito co _
Foi dito que os confonnistas se caracterizam por seu espí flexív:l
e
vencional, responsável, cooperativo, paciente, sincero
se no
na vida social. A autoavaliação destas pessoas punha a ênfa de
ncia
sentimento maternal, na afiliação, na humildade e na ausê ta-
estri
sintomas psiquiátricos. Estas interpretações concordam
as quais
mente com as averiguações de Di Vesta e_fox, segundo
dócil e ,
o indivíduo que se conforma é moderado, introspectivo,
istas se
solícito com os demais. Segundo Vaughan, os conform ran-
segu
classificam em rúvel inferior no plano da inteligêncíé., da
e da im-
ça, da resistência nervosa, da extroversão, do realismo
portância da teoria (1960: 233).
fazem
No extremo oposto, situam-se as características que
er à in-
com que os indivíduos sejam menos suscetíveis de ced
fluência:
Estes indivíduos possuem um grau elevado de cert
eza em relaç~o
a sua própria percepção· sentem-se mais competpertentes ou mrus
l'\Q mio ()C riAmAi~ 01 ] bem
se consideram encentes a
· ia·, consi-
contra o juízo da maior
estão de acordo coabm ele~ÍÍerença de si mesmos, c~mo fon-
po que quem s e a .
ais nfim quase nao veem
der::i:açã~ carentes de !t:a:~~~f:ç:0 de 'seus próprios ob-
testagens no conforrni~~o
van • essene1ais P(H~LLANDER, 1967: 558).
. tivos pessoaIS
Diminuição da resistência,
da tendência à autonomia
Aumento do conformismo