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HIPNOSE CLÍNICA
(HIPNOTERAPIA)

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SOBRE A PROFESSORA

Ivo Reinehr é psicólogo há 10


anos, tem uma grande paixão pelo
conhecimento da mente humana e é
fascinado por ouvir a história de cada
paciente. “Pois é ouvindo as histórias de
cada indivíduo, que tanto o paciente,
quanto o psicólogo, tem a oportunidade
de evoluir”, nas palavras do professor
Ivo.

Formado em 2012 pelo Centro


Universitário de Brasília (CEUB), sempre
teve o sonho de atuar na área acadêmica
e hospitalar, porém, em seu estágio do 7° semestre de graduação, percebeu as
suas aptidões para área clínica. Ivo realizou o seu Mestrado em Psicologia Clínica
pelo Centro Universitário de Brasília e é especializado em Terapia e Hipnose
Ericksoniana pela Milton H. Erickson Foundation, Phoenix-AZ (EUA).

Nasceu em Brasília e construiu toda sua história na capital do país. Seu


principal objetivo é trazer humanidade para a psicologia, podemos dizer que o
prof° Ivo gosta de quebrar os padrões e formalidades impostas que, por muitas
vezes, pode atrapalhar e limitar o diálogo entre psicólogo e paciente, e foi ouvindo
diversas histórias que aprendeu com cada um deles.

Atualmente, trabalha em seu consultório particular, atua como professor


da ElloCursos Psicologia, faz supervisão clínica de profissionais da psicologia
e é palestrante. Gosta de distrair a mente ao andar de moto, curtir uma praia
e encontrar os amigos. Tem os seus valores pautados na ética profissional,
compromisso, responsabilidade em tudo que faz, ousadia e coragem para encarar
novos desafios.

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SUMÁRIO

1 Conceitos, mitos e os princípios básicos da hipnose


...............................................................................................................................................6
...............................................................................................................................................6
1.1 Introdução
...............................................................................................................................................7
1.2 Conceitos e Mitos
...............................................................................................................................................8
1.3 Bases Científicas da Hipinose
...............................................................................................................................................9
1.4 Princípios Básicos da Hipnose
.............................................................................................................................................10
1.5 Imaginação
.............................................................................................................................................10
1.6 Simbólico e Afetivo
.............................................................................................................................................11
1.7 Segurança do Hipnoterapeuta
.............................................................................................................................................12
1.8 Truísmos e os 5 Sentidos

.............................................................................................................................................14
2 A Hipnose e suas diversas atuações
.............................................................................................................................................14
2.1 Hipnose de Palco
.............................................................................................................................................14
2.2 Auto-hipnose
.............................................................................................................................................15
2.3 Clássica X Ericksoniana
.............................................................................................................................................16
2.4 Hipnose Não Verbal
.............................................................................................................................................17
2.5 Pseudo-hipnose
.............................................................................................................................................17
2.6 Competências do Hipnoterapeuta
.............................................................................................................................................18
2.7 Ética Na Hipnose
.............................................................................................................................................19
2.8 Atuação Conjunta

.............................................................................................................................................21
3 Compreendendo os fenômenos hipnóticos
.............................................................................................................................................21
3.1 Linguagem Hipnótica
.............................................................................................................................................22
3.2 Hipnose e Modo de Vida
.............................................................................................................................................22
3.3 Diamante Ericksoniano
.............................................................................................................................................23
3.4 Pré-Talk e Yes-Sets
.............................................................................................................................................24
3.5 Como saber se alguém está em transe?
.............................................................................................................................................25
3.6 Hipnose e Saúde
.............................................................................................................................................26
3.7 O Que Leva ao Estado Hipnótico
.............................................................................................................................................27
3.8 Fenômenos Hipnóticos
.............................................................................................................................................28
3.9 Âncoras
.............................................................................................................................................29
3.10 Aprofundamento

.............................................................................................................................................31
4 Aula Prática
.............................................................................................................................................31
4.1 Hipnose Clínica

.............................................................................................................................................32
Referências Bibliográficas

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Hipnose Clínica
(Hipnoterapia)

1 Conceitos, mitos e os princípios


básicos da hipnose
1.1 Introdução

A hipnose é uma técnica que remonta a tempos antigos e tem uma rica
história na psicologia e na medicina. Sua origem enquanto prática terapêutica
pode ser vista nas antigas tradições religiosas e xamânicas, onde os curandeiros
e sacerdotes utilizavam rituais e técnicas de transe para fins de cura e bem-estar.
O termo «hipnose» tem suas raízes na palavra grega hypnos, que significa
sono . Contudo, foi o médico austríaco Franz Anton Mesmer que ganhou destaque
no século XVIII por suas teorias e práticas que influenciaram o desenvolvimento
posterior da hipnose. Ele acreditava na existência de uma energia universal
chamada «magnetismo animal» que podia ser manipulada para curar doenças; No
século XIX, James Braid renomeou o mesmerismo como «hipnotismo» e contribuiu
significativamente para a compreensão científica da hipnose. Ele percebeu que
o transe não se assemelhava ao sono e começou a enfatizar a importância da
concentração e da atenção na indução do estado hipnótico.
A hipnose moderna, como é conhecida hoje, foi desenvolvida principalmente
por médicos e psicólogos no final do século XIX e início do século XX. Pessoas
como Hippolyte Bernheim, Sigmund Freud e Émile Coué desempenharam papéis
importantes no estudo e na aplicação para fins terapêuticos. Desde então, a
hipnose tem sido usada de diversas maneiras, tanto para fins clínicos quanto para
entretenimento. Na terapia, ela é aplicada como uma ferramenta auxiliar para
tratar problemas como fobias, ansiedade, distúrbios de sono, dores crônicas e
vários outros distúrbios psicológicos e físicos.
Apesar de sua ampla utilização e estudos científicos, a hipnose ainda é um
tema controverso em alguns círculos. Algumas pessoas ainda veem a hipnose
como algo misterioso e sobrenatural, associado a truques de palco e controle da

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mente. No entanto, é importante destacar que a hipnose é uma técnica terapêutica
reconhecida e respeitada, amplamente utilizada por profissionais de saúde e
psicólogos em todo o mundo.

1.2 Conceitos e Mitos

Alguns conceitos sobre a hipnose são imprescindíveis para entender a técnica


e referem-se às ideias e princípios fundamentais que explicam o funcionamento e
a natureza desse estado de consciência alterado. Existem, nessa lógica, 4 de maior
destaque.
O primeiro é o Transe Hipnótico, em que o indivíduo se encontra em um
estado de consciência alterado, caracterizado por relaxamento profundo e foco
aumentado, onde a pessoa se torna mais receptiva a sugestões.
O segundo, tal como o nome sugere é a Sugestão; resumidamente, é uma
comunicação verbal ou não verbal usada pelo hipnotista para direcionar a mente
do indivíduo em transe, com o objetivo de criar mudanças de comportamento ou
percepção.
O terceiro chama-se Estado Dissociativo, em que, durante a hipnose,
algumas pessoas podem experimentar uma sensação de distanciamento de suas
sensações físicas ou emoções, criando uma separação entre a mente consciente
e inconsciente.
Por fim, a Amnésia Pós-Hipnótica, em que existe a capacidade de esquecer
eventos ou sugestões ocorridos durante o transe hipnótico após o retorno ao
estado de vigília.
Em contrapartida, a hipnose terapêutica também carrega alguns estigmas
que dificultam o entendimento dessa técnica enquanto algo funcional e
aplicável. Os mitos que cercam a hipnose podem ser prejudiciais, criando medo,
ansiedade e expectativas irrealistas nas pessoas. É fundamental abordar essas
crenças infundadas com educação e divulgação precisa para que a hipnose seja
compreendida em sua verdadeira capacidade como uma ferramenta terapêutica
eficaz e segura.
Um mito comum é que o hipnotista pode tomar o controle completo da mente
da pessoa e fazer com que ela faça coisas contra sua vontade. Na realidade, a
hipnose não permite controle da mente e as pessoas não são forçadas a agir
contra seus princípios ou ética. Da mesma forma, hipnose não é sono e a pessoa
não está inconsciente durante o transe. Pelo contrário, o indivíduo permanece

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alerta e consciente, embora em um estado de relaxamento profundo.
Também existe a ideia de que se trata de um uso dos “poderes sobrenaturais”,
ainda que não confira habilidades sobrenaturais ou superpoderes. Ela é uma
técnica psicológica com base científica e não permite que a pessoa faça coisas
impossíveis ou fora da sua capacidade normal.
Por fim, embora algumas pessoas acreditem que a hipnose possa ajudar a
recuperar memórias esquecidas ou reprimidas, isso é controverso na comunidade
científica. Ela pode ajudar a pessoa a recordar eventos, mas também pode levar
a falsas memórias.
Logo, tem se que a hipnose é uma técnica psicológica utilizada para induzir
um estado de consciência alterado, no qual a pessoa se torna mais receptiva a
sugestões terapêuticas. Ela não envolve controle mental, não é sono e não confere
poderes sobrenaturais. A hipnose é uma ferramenta útil para a terapia e outros
fins terapêuticos, mas também requer abordagem ética e responsável.

1.3 Bases Científicas da Hipinose

A hipnose possui bases científicas fundamentadas em diversos estudos e


pesquisas que validam sua eficácia como técnica terapêutica. A neurociência, com
pesquisas lideradas por autores como David Spiegel e Irving Kirsch, tem revelado
que a hipnose pode provocar alterações na atividade cerebral, afetando áreas
relacionadas à percepção, memória e emoções, indicando seu potencial para
influenciar processos cognitivos e emocionais no cérebro.
Outro aspecto relevante é a sugestibilidade individual, uma vez que a hipnose
não produz resultados uniformes em todas as pessoas, e autores como Theodore
X. Barber e John Kihlstrom têm pesquisado sobre como indivíduos com alta
sugestibilidade geralmente respondem melhor à indução hipnótica, reforçando a
importância de considerar a individualidade de cada paciente.
A influência da hipnose no efeito placebo e nocebo também tem sido objeto
de estudo. Autores como Anne Harrington e Henry K. Beecher têm investigado
como a técnica pode afetar a percepção do paciente em relação à eficácia de
um tratamento, seja aumentando ou diminuindo seus efeitos terapêuticos, e essa
influência está relacionada às crenças e expectativas do indivíduo.
Outra base científica é a ampla variedade de aplicações clínicas da hipnose,
que demonstrou eficácia no tratamento de diversas condições médicas e
psicológicas. Estudos de autores como Michael Yapko têm mostrado resultados

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positivos na redução de dor crônica, tratamento de ansiedade, fobias, e no auxílio
para a cessação de hábitos indesejados, como o tabagismo.
Por fim, é importante ressaltar que a hipnose, embora tenha embasamento
científico, deve ser conduzida por profissionais devidamente treinados e
capacitados para garantir sua segurança e eficácia. Essa técnica oferece benefícios
significativos para a saúde mental e física dos pacientes, desde que utilizada de
maneira ética e responsável, dentro de um contexto clínico adequado e com
respeito à individualidade de cada pessoa.

1.4 Princípios Básicos da Hipnose

A hipnose envolve princípios básicos que são fundamentais para o processo.


A concentração e o foco são essenciais, onde o sujeito direciona toda a atenção
para um estímulo específico. A sugestionabilidade é outra característica-chave,
tornando o sujeito mais receptivo a sugestões do hipnotizador, que são formuladas
para alcançar objetivos específicos.
O relaxamento é fundamental, induzindo um estado profundo de tranquilidade
que facilita o acesso ao subconsciente. A hipnose induz um estado alterado de
consciência, onde o sujeito permanece alerta, mas a mente consciente fica passiva,
permitindo que a mente subconsciente se torne mais receptiva.
O rapport ou empatia é crucial, criando um ambiente de confiança e segurança.
A aceitação de papel é importante, pois o sujeito deve estar disposto a cooperar
ativamente no processo. A imaginação é uma ferramenta poderosa, utilizando
histórias e metáforas para criar mudanças terapêuticas.
Algumas abordagens utilizam técnicas de desassociação, desconectando o
sujeito da realidade externa para focar internamente. O acesso ao subconsciente
é o objetivo principal, onde crenças e emoções são abordadas. A crença e a
expectativa do sujeito também influenciam a experiência hipnótica.
Em resumo, a hipnose é uma técnica versátil e poderosa para terapia e
autoaperfeiçoamento. Os princípios básicos guiam o processo, mas a prática
requer responsabilidade e ética. O treinamento adequado é essencial para alcançar
resultados positivos e adaptar a abordagem às necessidades de cada indivíduo,
respeitando sua singularidade.

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1.5 Imaginação

A utilização da imaginação na hipnose também pode ajudar a fortalecer a


autoestima e a confiança do indivíduo. Ao visualizar-se superando desafios ou
alcançando metas, o sujeito pode reforçar suas crenças positivas e sua capacidade
de enfrentar situações difíceis. A imaginação criativa na hipnose também pode
ser empregada para ajudar no alívio de sintomas físicos, como a redução da
percepção de dor ou até mesmo o fortalecimento do sistema imunológico.
Além disso, a imaginação na hipnose é frequentemente utilizada para facilitar
a ressignificação de eventos passados. Através da recriação mental de situações
traumáticas, o indivíduo pode ser guiado para reinterpretar essas experiências
de forma mais saudável, permitindo a liberação de emoções reprimidas e a
construção de novas narrativas mais positivas.
Outra aplicação da imaginação na hipnose é o uso de «viagem mental»
ou «hipnoterapia regressiva». Nesses casos, o paciente é conduzido a reviver
experiências passadas, seja nesta vida ou em supostas vidas passadas, com o
intuito de explorar e resolver questões emocionais ou comportamentais que
possam estar influenciando o presente.
É fundamental que o hipnoterapeuta seja um guia habilidoso durante esse
processo, respeitando os limites do paciente e garantindo que as sugestões e
visualizações sejam benéficas e terapeuticamente úteis.
Em suma, a imaginação desempenha um papel essencial na hipnose terapêutica.
Ela permite que o indivíduo acesse sua mente subconsciente de forma mais
profunda, promovendo a transformação positiva de padrões comportamentais
e emocionais. A imaginação criativa na hipnose é uma ferramenta valiosa para
aprimorar a autoconsciência, enfrentar desafios pessoais, resolver traumas e
alcançar objetivos terapêuticos. Quando utilizada com responsabilidade e ética,
a imaginação na hipnose pode ser um recurso poderoso para promover o bem-
estar e o crescimento pessoal do indivíduo.

1.6 Simbólico e Afetivo

O simbólico e o afetivo desempenham um papel significativo na hipnose,


especialmente na terapia com abordagens mais psicodinâmicas. Na hipnose,
o simbólico refere-se ao uso de símbolos, metáforas e imagens para acessar o
inconsciente do indivíduo e trabalhar questões emocionais e psicológicas de uma

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forma mais profunda.
Por meio do uso de símbolos, o terapeuta pode ajudar o paciente a compreender
e expressar suas emoções e conflitos internos de maneira simbólica. Isso permite
que o indivíduo explore suas questões pessoais de uma forma mais abstrata e
metafórica, o que pode facilitar o acesso a conteúdos subconscientes que talvez
não seriam alcançados facilmente de outra forma.
Já o aspecto afetivo na hipnose diz respeito ao uso de emoções e sentimentos
na terapia. A hipnose pode ser uma ferramenta poderosa para acessar e trabalhar
com emoções reprimidas ou difíceis de serem expressas conscientemente. O
terapeuta pode direcionar o paciente para explorar suas emoções de maneira
mais profunda, permitindo que ele processe e libere sentimentos que podem estar
causando angústia ou bloqueios emocionais.
Além disso, o aspecto afetivo na hipnose também pode ser usado para
reforçar emoções positivas e fortalecedoras. O terapeuta pode direcionar o
paciente para acessar emoções de confiança, autoestima, segurança e amor
próprio, contribuindo para a promoção de um estado emocional mais saudável e
equilibrado.
É importante destacar que tanto o simbólico quanto o afetivo na hipnose
devem ser utilizados com sensibilidade e em conformidade com a ética terapêutica.
O objetivo é sempre promover o bem-estar emocional e psicológico do paciente,
respeitando suas necessidades individuais e limites. Quando aplicados com
responsabilidade, esses aspectos podem potencializar os resultados da terapia
hipnótica, auxiliando no processo de transformação e crescimento pessoal do
indivíduo.

1.7 Segurança do Hipnoterapeuta

A segurança do hipnoterapeuta é um aspecto fundamental durante a prática


da hipnose, garantindo não apenas o bem-estar do terapeuta, mas também a
qualidade e eficácia do processo terapêutico. É importante que o hipnoterapeuta
esteja adequadamente treinado e capacitado para conduzir a hipnose de forma
ética e profissional.
Segundo Alladin (2008), um dos principais elementos da segurança do
hipnoterapeuta está relacionado ao conhecimento e compreensão dos princípios
e técnicas da hipnose. É essencial que o terapeuta tenha uma sólida formação
em hipnoterapia, com uma compreensão abrangente dos processos mentais e

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emocionais envolvidos no estado hipnótico. Além disso, o terapeuta deve estar
ciente dos riscos e benefícios da hipnose e ser capaz de avaliar adequadamente a
adequação da técnica para cada paciente.
Outra condição importante é a criação de um ambiente seguro e acolhedor
para o paciente, conforme destacado por Heap (2006). O terapeuta deve
estabelecer uma relação de confiança com o paciente, garantindo que ele se sinta
à vontade e seguro durante o processo de hipnose. A empatia, compreensão e
respeito do terapeuta são fundamentais para criar um espaço terapêutico propício
à exploração do paciente.
Ainda em relação à segurança, é essencial que o hipnoterapeuta esteja
consciente dos limites éticos e legais da prática da hipnose. De acordo com Lynn
e Rhue (2019), o terapeuta deve atuar dentro dos padrões éticos estabelecidos
pelas organizações profissionais e leis vigentes, garantindo que o uso da hipnose
seja sempre para o benefício do paciente, evitando qualquer tipo de exploração
ou manipulação.
Em resumo, a segurança do profissional na hipnose envolve a aquisição de
conhecimento e habilidades sólidas na área, a criação de um ambiente terapêutico
seguro e confiável, e a atuação dentro de padrões éticos e legais. Com essas bases,
o terapeuta estará preparado para conduzir a hipnose de forma responsável e
eficaz, contribuindo para o bem-estar e crescimento pessoal dos pacientes.

1.8 Truísmos e os 5 Sentidos

Na hipnose, além dos princípios básicos mencionados anteriormente, os


truísmos e a utilização dos cinco sentidos são conceitos igualmente importantes,
especialmente durante a indução hipnótica e a aplicação de sugestões
terapêuticas. Os truísmos são afirmações óbvias ou verdades universais que são
aceitas pela maioria das pessoas sem questionamento, e são frequentemente
empregados para criar um ambiente propício de relaxamento e receptividade na
pessoa hipnotizada (Hartland, 1971). Por exemplo, o hipnoterapeuta pode utilizar
declarações como «todos sabem que é bom relaxar» ou «todos têm a capacidade
de imaginar coisas», facilitando a aceitação das sugestões terapêuticas.
Em relação aos cinco sentidos, eles desempenham um papel fundamental na
hipnose ao criar uma experiência vívida e imersiva para a pessoa hipnotizada.
O hipnoterapeuta pode utilizar sugestões que envolvam os cinco sentidos (visão,
audição, tato, olfato e paladar) para induzir estados alterados de consciência e

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promover mudanças terapêuticas (Kroger, 1977). Por exemplo, o terapeuta pode
guiar a pessoa a imaginar a sensação tátil de tocar uma superfície suave, ouvir sons
relaxantes, visualizar imagens positivas ou sentir o aroma de um lugar agradável.
Ao envolver os sentidos, a hipnose se torna mais realista e eficaz na indução de
respostas emocionais e comportamentais desejadas.
Além disso, a utilização dos truísmos e dos cinco sentidos na hipnose pode
aprimorar a imaginação e aumentar a receptividade às sugestões terapêuticas.
Ao criar um ambiente onde verdades inquestionáveis são estabelecidas e onde a
pessoa é convidada a experimentar sensações multisensoriais, o sujeito é conduzido
a um estado de maior abertura e aceitação das orientações do terapeuta. Isso
possibilita a exploração de questões profundas, ressignificação de experiências
passadas e promoção de mudanças positivas na cognição e no comportamento.
Em conjunto, esses mecanismos permitem que a hipnose se torne uma
ferramenta poderosa para a indução de estados alterados de consciência
e aprimoramento da imaginação e receptividade. Ao criar uma experiência
hipnótica mais rica e envolvente, essa abordagem terapêutica se torna altamente
eficaz em processos de autoexploração, autotransformação e cura emocional.
No entanto, é essencial que o hipnoterapeuta possua conhecimento, habilidade e
ética ao empregar esses recursos, garantindo uma experiência hipnótica positiva
e benéfica para o sujeito.

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2 A Hipnose e suas diversas


atuações
2.1 Hipnose de Palco

A hipnose de palco é uma forma de entretenimento em que um hipnotista utiliza


técnicas de hipnose para induzir um estado hipnótico em voluntários da audiência.
Nesse tipo de hipnose, o objetivo principal é proporcionar um espetáculo divertido e
fascinante para o público, explorando o poder da mente humana e criando situações
engraçadas ou impressionantes (Gorassini, 2006).
Durante o show, o hipnotista geralmente começa com uma breve explicação
sobre a hipnose e seus efeitos, a fim de dissipar alguns mitos e criar uma atmosfera
de curiosidade e participação (Kroger, 1977). Em seguida, ele seleciona voluntários
da plateia que estejam dispostos a serem hipnotizados. É importante destacar que
a hipnose de palco é baseada em voluntariado, e os participantes concordam em
se submeter ao processo.
O hipnotista então conduz uma série de induções hipnóticas para relaxar e focar
a mente dos voluntários, levando-os a um estado alterado de consciência. Com a
mente mais receptiva, o hipnotista pode sugerir que os participantes realizem certas
ações ou vivenciem experiências, como esquecer seus nomes, acreditar que são
celebridades ou agir como animais. Essas sugestões são acatadas pelos voluntários,
criando um espetáculo surpreendente para o público (Lynn et al., 2010).
É essencial ressaltar que a hipnose de palco não envolve controle mental
ou manipulação dos voluntários. Os participantes hipnotizados permanecem
conscientes do que estão fazendo e, embora estejam em um estado hipnótico, ainda
têm a capacidade de recusar sugestões que vão contra seus valores ou princípios
(Elkins et al., 2015).
Em suma, a hipnose de palco é uma forma divertida de demonstrar os fenômenos
hipnóticos em um ambiente de entretenimento. É importante que o hipnotista seja
um profissional ético e responsável, garantindo o bem-estar dos participantes e
proporcionando uma experiência positiva para todos os envolvidos.

2.2 Auto-hipnose

A prática da auto-hipnose envolve a indução de um estado de consciência


alterado pelo próprio indivíduo, sem a necessidade de um hipnotizador externo. Nesse

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estado, a pessoa se torna mais receptiva a sugestões terapêuticas, autossugestões
ou exploração da mente subconsciente. A auto-hipnose oferece a oportunidade
de acessar recursos internos, promovendo autodescobrimento, autorregulação
emocional e enfrentamento de desafios psicológicos.
Para realizar a auto-hipnose, é fundamental que o indivíduo esteja disposto
a concentrar-se e relaxar profundamente, estabelecendo um ambiente tranquilo
e seguro para a prática. A técnica geralmente envolve a repetição de sugestões
positivas e imagens mentais, que induzem um estado de relaxamento e concentração.
Essas sugestões podem estar relacionadas a objetivos específicos, como melhorar
o sono, aliviar o estresse ou superar medos e fobias.
A auto-hipnose é frequentemente usada como uma ferramenta complementar
em tratamentos terapêuticos, como a psicoterapia, para amplificar os efeitos positivos
das sessões com o terapeuta. Além disso, ela pode ser praticada diariamente como
autocuidado, promovendo o bem-estar emocional e a autodescoberta. No entanto,
é importante que as pessoas recebam orientação adequada sobre como praticar a
auto-hipnose de forma segura e ética.
Ao praticar a auto-hipnose, é essencial lembrar que cada pessoa pode responder
de maneira diferente e que os resultados podem variar. Além disso, a auto-hipnose
não substitui tratamentos médicos ou terapêuticos profissionais quando necessário.
Por isso, é recomendado que os indivíduos interessados em utilizar a auto-hipnose
como parte de seu processo de auto exploração e autotransformação busquem o
acompanhamento de um profissional qualificado para obter orientações adequadas
e personalizadas.
Em resumo, a auto-hipnose é uma técnica que permite que o indivíduo
induza a si mesmo a um estado de consciência alterado, explorando e acessando
recursos internos para promover autodescobrimento, autorregulação emocional e
enfrentamento de desafios psicológicos. É uma ferramenta valiosa quando usada de
forma segura e responsável, podendo ser uma complementação aos tratamentos
terapêuticos e uma prática diária de autocuidado para promover o bem-estar
emocional e a autodescoberta.

2.3 Clássica X Ericksoniana

A hipnose clássica e a hipnose ericksoniana são duas abordagens distintas dentro


da prática hipnótica, cada uma com suas características e métodos específicos.
A hipnose clássica, também conhecida como hipnose tradicional, é baseada em

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uma abordagem mais diretiva e autoritária, em que o hipnoterapeuta assume um
papel mais ativo e controlador na indução do transe hipnótico. Nessa abordagem,
o terapeuta pode utilizar sugestões diretas e comandos para induzir o estado de
transe e trabalhar com o subconsciente do indivíduo. A hipnose clássica tem raízes
históricas no trabalho de Mesmer e Charcot, e é caracterizada por um processo mais
estruturado e padronizado (Lynn & Kirsch, 2006).
Por outro lado, a hipnose ericksoniana, também conhecida como hipnose
moderna ou hipnose conversacional, foi desenvolvida pelo psiquiatra e terapeuta
Milton H. Erickson. Essa abordagem é mais flexível e utiliza técnicas indiretas, metáforas
e histórias para induzir o estado de transe e trabalhar com o subconsciente do
indivíduo. Erickson acreditava na importância de adaptar a abordagem de acordo
com as características e necessidades do cliente, criando uma experiência hipnótica
mais personalizada (Erickson, Rossi & Rossi, 1976).
As diferenças fundamentais entre a hipnose clássica e a hipnose ericksoniana
estão na forma de abordagem e na relação terapeuta-cliente durante o processo
hipnótico. Enquanto a hipnose clássica é mais direta e instrutiva, a hipnose
ericksoniana é mais sutil e utiliza uma linguagem mais simbólica e metafórica para
acessar o subconsciente do indivíduo.

2.4 Hipnose Não Verbal

A hipnose não verbal é uma abordagem da hipnoterapia que se concentra na


comunicação não verbal para induzir e aprofundar o estado de transe hipnótico.
Nessa modalidade, o hipnoterapeuta utiliza principalmente gestos, expressões
faciais, toques suaves e outras formas de comunicação não verbal para criar um
ambiente propício para a hipnose.
Diferente das técnicas de hipnose tradicionais, que frequentemente envolvem
sugestões verbais diretas, a hipnose não verbal enfatiza a conexão entre o
terapeuta e o cliente, utilizando a linguagem corporal para estabelecer rapport e
confiança. Essa abordagem pode ser especialmente útil para clientes que possam
ter dificuldades com a comunicação verbal ou para situações em que o silêncio e a
calma são fundamentais.
Um exemplo comum de hipnose não verbal é o uso de técnicas de relaxamento,
em que o terapeuta utiliza toques suaves e movimentos lentos para ajudar o cliente
a se sentir mais relaxado e receptivo à hipnose. Outro exemplo é o uso de olhares e
expressões faciais para transmitir sugestões hipnóticas de forma não verbal.

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A hipnose não verbal pode ser uma abordagem poderosa para acessar o
subconsciente e trabalhar com questões emocionais e comportamentais. No
entanto, é importante que o terapeuta seja treinado e experiente na utilização
adequada dessas técnicas, pois a comunicação não verbal pode ser muito sutil e
requer habilidades específicas para ser eficaz.
Em resumo, a hipnose não verbal é uma modalidade da hipnoterapia que utiliza
principalmente a comunicação não verbal, como gestos, toques e expressões faciais,
para induzir e aprofundar o estado de transe hipnótico, criando uma experiência
terapêutica mais sensível e empática.

2.5 Pseudo-hipnose

A pseudo-hipnose refere-se a um fenômeno em que uma pessoa finge ou


simula estar em transe hipnótico sem realmente entrar em um estado alterado
de consciência. É uma forma de teatro ou encenação que pode ocorrer tanto em
apresentações de hipnose de palco quanto em situações sociais informais.
Na hipnose de palco, o hipnotista pode usar técnicas de sugestão e manipulação
para criar a ilusão de que os participantes estão hipnotizados, quando na verdade
eles estão apenas seguindo as sugestões do hipnotista por vontade própria ou por
diversão. Nesse contexto, a pseudo-hipnose é usada para entretenimento e diversão
do público, sem necessariamente envolver um estado hipnótico genuíno.
Em situações sociais informais, algumas pessoas podem fingir estar hipnotizadas
por várias razões, como obter atenção, experimentar a sensação de estar hipnotizado
ou mesmo por pressão social. Essa forma de pseudo-hipnose pode ocorrer sem a
presença de um hipnotista profissional e geralmente não tem o mesmo propósito
terapêutico ou de entretenimento como a hipnose de palco.
A pseudo-hipnose pode ser um fenômeno interessante, mas é importante notar
que ela difere da hipnose genuína, que envolve um estado alterado de consciência
e uma resposta subjetiva a sugestões terapêuticas. Enquanto a hipnose genuína
pode ser uma ferramenta útil para a terapia e o tratamento de diversas condições,
a pseudo-hipnose é mais uma representação teatral ou brincadeira e não possui os
mesmos efeitos terapêuticos.

2.6 Competências do Hipnoterapeuta

As competências de um hipnoterapeuta são fundamentais para o exercício ético


e efetivo dessa prática terapêutica. Primeiramente, é essencial que o hipnoterapeuta

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tenha um conhecimento sólido em hipnose, compreendendo suas técnicas, teorias
e aplicações terapêuticas. Isso envolve uma formação adequada e contínua
atualização sobre os avanços na área (Lynn & Rhue, 2019).
Além disso, o hipnoterapeuta deve ser habilidoso em comunicação e empatia,
pois a relação terapêutica baseada na confiança é um fator crucial para o sucesso
da hipnoterapia. A capacidade de ouvir e entender as necessidades individuais do
cliente é essencial para adaptar a abordagem hipnótica de acordo com cada caso.
Um bom hipnoterapeuta também precisa possuir conhecimentos em
psicologia e técnicas terapêuticas, já que a hipnose frequentemente se integra a
outras abordagens psicoterapêuticas. A compreensão dos princípios psicológicos
subjacentes ao uso da hipnose ajuda a aplicá-la de forma mais eficaz e segura.
Outro aspecto importante das competências de um hipnoterapeuta é
o compromisso com os padrões éticos e profissionais. Isso inclui garantir a
confidencialidade dos clientes, respeitar seus valores e limites, e atuar sempre dentro
dos princípios éticos da prática terapêutica.
Por fim, um hipnoterapeuta deve ser um profissional comprometido com o
aperfeiçoamento contínuo. Isso envolve a busca constante por atualizações na área,
participação em cursos, workshops e supervisões clínicas, para que esteja sempre
preparado para oferecer um tratamento de qualidade aos seus clientes.

2.7 Ética Na Hipnose

A ética na hipnose é um aspecto fundamental para garantir a segurança e o


bem-estar dos clientes e o profissionalismo do hipnoterapeuta. Como em qualquer
prática terapêutica, a ética na hipnose envolve princípios e normas que orientam o
comportamento do terapeuta e estabelecem limites claros em relação ao uso da
técnica.
Um dos princípios éticos mais importantes na hipnose é o princípio do
consentimento informado. Isso significa que o cliente deve ser adequadamente
informado sobre o que é a hipnose, como funciona o processo, quais são os
objetivos terapêuticos e quais os possíveis riscos envolvidos. O terapeuta deve obter
o consentimento explícito do cliente antes de iniciar qualquer sessão de hipnoterapia.
A confidencialidade é outro aspecto essencial da ética na hipnose. O hipnoterapeuta
deve garantir que todas as informações compartilhadas pelo cliente durante as
sessões sejam mantidas em sigilo, protegendo a privacidade do indivíduo.
Além disso, o hipnoterapeuta deve respeitar os limites e valores do cliente. Isso

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significa não impor sugestões ou práticas que vão contra a vontade do cliente, e
também estar ciente de suas próprias limitações como terapeuta e encaminhar o
cliente para profissionais de outras áreas quando necessário. A responsabilidade
profissional também faz parte da ética na hipnose. O terapeuta deve ser competente
e habilidoso em suas práticas, buscar o aperfeiçoamento contínuo e agir sempre
com integridade e respeito.
Por fim, o hipnoterapeuta deve estar ciente dos aspectos legais relacionados à
prática da hipnose em sua região, garantindo que esteja atuando dentro das normas
e regulamentações pertinentes. A observância desses princípios éticos é essencial
para que a hipnose seja uma ferramenta terapêutica segura e eficaz, contribuindo
para o bem-estar e a saúde emocional dos clientes.

2.8 Atuação Conjunta

A ação conjunta na hipnose refere-se à colaboração ativa entre o hipnoterapeuta


e o cliente durante o processo hipnótico. Ao contrário de alguns mitos que retratam
a hipnose como um estado em que o cliente é controlado ou manipulado pelo
terapeuta, a abordagem moderna da hipnose enfatiza a importância da parceria e
do trabalho conjunto entre ambos.
Nessa dinâmica, o hipnoterapeuta atua como um facilitador, guiando o cliente
para um estado de relaxamento profundo e focalização da mente. O cliente,
por sua vez, desempenha um papel ativo, permitindo-se entrar nesse estado de
concentração intensa, tornando-se mais receptivo às sugestões terapêuticas.
A ação conjunta envolve uma comunicação eficaz entre o hipnoterapeuta e o
cliente. O terapeuta utiliza linguagem sugestiva e técnicas específicas para induzir
o estado hipnótico e conduzir o processo terapêutico, enquanto o cliente coopera
e participa ativamente ao seguir as instruções e permitir-se explorar sua mente e
emoções.
Essa parceria é essencial para alcançar os objetivos terapêuticos da hipnose. A
colaboração e confiança mútua permitem que o cliente se sinta seguro e confortável
durante o processo, o que facilita a exploração de questões emocionais, a
identificação de padrões de pensamento e comportamento, bem como a promoção
de mudanças positivas.
A ação conjunta na hipnose também enfatiza o respeito às necessidades e desejos
do cliente. O terapeuta deve estar sensível aos limites e preferências individuais do
cliente, garantindo que as sugestões sejam adequadas e relevantes para a pessoa

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em questão. Essa abordagem colaborativa na hipnose é uma poderosa ferramenta
terapêutica que permite ao cliente se tornar mais consciente de si mesmo, superar
obstáculos emocionais e comportamentais e desenvolver novas perspectivas para
alcançar mudanças positivas em sua vida.

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3 Compreendendo os fe-
nômenos hipnóticos

3.1 Linguagem Hipnótica

A linguagem hipnótica é uma forma especializada de comunicação utilizada


pelos hipnoterapeutas para induzir e conduzir um estado de transe hipnótico no
cliente. Essa linguagem é caracterizada por ser sugestiva, metafórica e altamente
persuasiva, com o objetivo de influenciar o subconsciente do indivíduo de forma
positiva para promover mudanças terapêuticas.
Da mesma forma, ela envolve o uso cuidadoso de palavras e frases que
são projetadas para evocar imagens vívidas e emoções no cliente. Ao fazer uso
de metáforas e analogias, o terapeuta pode acessar o inconsciente do cliente de
maneira não ameaçadora, permitindo que ele abra espaço para a exploração de
questões profundas e sensíveis.
Além disso, a linguagem hipnótica também faz uso de comandos indiretos,
que são sugestões disfarçadas ou incorporadas em histórias ou instruções. Esses
comandos indiretos ajudam a contornar a resistência consciente do cliente e acessar
diretamente o subconsciente, onde as mudanças reais podem ocorrer.
A utilização adequada da linguagem hipnótica requer uma combinação de
habilidades linguísticas, empatia e intuição do hipnoterapeuta. É importante adaptar
a linguagem às necessidades e características individuais do cliente para obter os
melhores resultados terapêuticos.
As técnicas de linguagem hipnótica também podem variar de acordo com o
objetivo da sessão de hipnoterapia. Por exemplo, para lidar com problemas de
ansiedade, o terapeuta pode usar palavras que promovam calma, relaxamento
e segurança. Já em questões de autoestima, pode-se empregar linguagem que
fortaleça a autoconfiança e a autoimagem positiva.
É fundamental que o hipnoterapeuta seja treinado e experiente em linguagem
hipnótica para garantir que suas sugestões sejam eficazes e apropriadas para cada
cliente individual. O uso habilidoso da linguagem hipnótica pode ampliar a capacidade
de acesso ao subconsciente e facilitar mudanças profundas e duradouras.

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3.2 Hipnose e Modo de Vida

A hipnose é uma prática terapêutica amplamente utilizada em diversas áreas


para promover bem-estar físico e mental. Ela pode ser aplicada em diferentes
aspectos da vida, como autoaperfeiçoamento, gerenciamento do estresse e
ansiedade, controle de hábitos indesejados, melhora do sono, controle da dor,
melhora do desempenho esportivo, gestão de emoções e traumas, apoio à saúde
mental, relaxamento e autocuidado.
A hipnose tem se mostrado eficaz no desenvolvimento pessoal, ajudando as
pessoas a aumentarem a autoconfiança e motivação (Hammond, 2010). Além disso,
técnicas hipnóticas podem ser utilizadas para lidar com situações estressantes e
reduzir a ansiedade cotidiana (Kirsch & Lynn, 1999).
Na área de saúde, a hipnose é frequentemente aplicada para auxiliar no
tratamento de vícios, como o tabagismo, e para superar comportamentos
alimentares compulsivos (Lynn & Rhue, 2017). Também tem se mostrado útil para
induzir um estado de relaxamento profundo que favorece uma melhor qualidade
do sono.
Outra aplicação da hipnose é no controle da dor, seja no tratamento de
dores crônicas ou para alívio durante procedimentos médicos e pós-operatórios
(Hammond, 2010). No contexto esportivo, a hipnose pode ser utilizada para melhorar
o desempenho, aumentar a motivação e a resistência mental dos atletas, além de
auxiliar na visualização de metas e resultados positivos (Kirsch & Lynn, 1999).
Além disso, a hipnose é reconhecida por seu papel na gestão de emoções
intensas e traumas, permitindo às pessoas enfrentarem experiências passadas e
desenvolverem resiliência emocional (Lynn & Rhue, 2017).
A hipnose também pode ser utilizada como complemento ao tratamento de
transtornos mentais, como depressão, ansiedade e fobias, proporcionando uma
abordagem terapêutica abrangente e eficaz (Hammond, 2010).
Por fim, a hipnose pode ser uma ferramenta valiosa de autocuidado, promovendo
momentos de relaxamento, autoconexão e autorreflexão, o que contribui para a
melhoria do bem-estar geral (Kirsch & Lynn, 1999).

3.3 Diamante Ericksoniano

O Diamante Ericksoniano é uma estrutura teórica desenvolvida com base nos


padrões de comunicação e nas técnicas terapêuticas do renomado psicoterapeuta

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Milton H. Erickson. Ele foi criado para descrever e entender os padrões de linguagem
e comunicação utilizados por Erickson em suas sessões terapêuticas.
Essa estrutura é conhecida como «diamante» devido à sua forma gráfica, na
qual se assemelha a um diamante com quatro lados. Os quatro lados do diamante
representam diferentes aspectos da comunicação utilizada por Erickson:
Linguagem Direta: Erickson utilizava uma linguagem clara, direta e simples em
suas comunicações, buscando tornar suas sugestões terapêuticas mais efetivas e
facilmente compreendidas pelo paciente.
Linguagem Indireta: Além da comunicação direta, Erickson também recorria
à linguagem indireta, utilizando histórias, metáforas e analogias para transmitir
sugestões terapêuticas de forma mais sutil e indireta, permitindo que o paciente as
assimilasse de maneira mais profunda e inconsciente.
Utilização da Resistência: Erickson acreditava que a resistência do paciente
poderia ser transformada em uma ferramenta terapêutica. Ele utilizava as
resistências apresentadas pelo paciente como uma forma de entender suas
necessidades e crenças, permitindo assim adaptar as técnicas terapêuticas de
forma mais personalizada.
Aceitação Incondicional: O último lado do diamante representa a aceitação
incondicional por parte do terapeuta em relação ao paciente. Erickson acreditava
que essa aceitação genuína e empática era essencial para estabelecer uma relação
terapêutica positiva e eficaz.
O Diamante Ericksoniano é uma abordagem terapêutica que busca ser flexível
e adaptável às necessidades individuais de cada paciente. Essa estrutura teórica é
amplamente utilizada por terapeutas ericksonianos e tem se mostrado eficaz na
facilitação da mudança terapêutica e no acesso ao potencial de recursos internos
do paciente.

3.4 Pré-Talk e Yes-Sets

O pré-talk e os yes-sets são técnicas essenciais na hipnose, especialmente


na abordagem ericksoniana, desenvolvida pelo famoso hipnoterapeuta Milton H.
Erickson.
O pré-talk é uma etapa fundamental antes do início da indução hipnótica.
Nessa fase, o hipnoterapeuta estabelece uma comunicação efetiva com o paciente,
explicando o que é a hipnose, como funciona o processo e o que pode ser alcançado
através dela. O objetivo é esclarecer mitos e crenças equivocadas sobre a hipnose,

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reduzir a ansiedade e criar uma atmosfera de confiança e conforto para o paciente.
Além disso, o pré-talk também serve para ajustar as expectativas do paciente em
relação à terapia, promovendo uma maior adesão e engajamento no processo.
Os yes-sets, por sua vez, são técnicas linguísticas sutis e persuasivas utilizadas
durante o pré-talk e ao longo da sessão de hipnose. O hipnoterapeuta faz
perguntas ou declarações que induzem o paciente a responder com um «sim» ou
com concordância. Essas respostas positivas criam um padrão de concordância na
mente do paciente, aumentando sua receptividade às sugestões terapêuticas.
A abordagem ericksoniana enfatiza o respeito à individualidade do paciente e
a utilização de sua própria linguagem e experiências pessoais. O hipnoterapeuta
adapta as sugestões e metáforas de acordo com as características únicas do
paciente, facilitando assim um processo terapêutico mais eficaz.
O uso do pré-talk e dos yes-sets permite ao hipnoterapeuta estabelecer uma
relação terapêutica sólida e empática com o paciente, criando uma base para
o trabalho hipnótico que será desenvolvido. Essas técnicas também auxiliam
no estabelecimento de uma comunicação eficaz durante o transe hipnótico,
potencializando os resultados terapêuticos e promovendo mudanças positivas na
vida do paciente.

3.5 Como saber se alguém está em transe?

Determinar se alguém está em transe hipnótico pode ser um desafio, pois não
há um indicador físico ou comportamental único que indique o estado de transe. O
transe hipnótico é um estado subjetivo e individual, e as experiências podem variar
de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem entrar em transe mais facilmente
do que outras, e os sinais de transe podem ser sutis e variados.
Uma das principais características do transe hipnótico é o profundo relaxamento
que a pessoa experimenta. Durante o transe, a pessoa tende a entrar em um estado de
relaxamento físico e mental, com uma respiração mais lenta e profunda, diminuição
da tensão muscular e uma expressão facial calma. No entanto, é importante notar
que algumas pessoas podem permanecer alertas e com uma postura mais ereta
durante o transe, o que não significa que não estejam em transe.
Outra indicação de transe é a alta concentração e foco da pessoa na voz do
hipnoterapeuta e nas sugestões que estão sendo dadas. Durante o transe, a pessoa
pode parecer absorta em seus pensamentos e menos ciente do ambiente ao redor.
Ela está altamente receptiva a sugestões e pode responder positivamente a elas,

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incluindo mudanças na percepção sensorial, como redução da sensação de dor ou
a capacidade de visualizar imagens e cenas específicas.
Além disso, algumas pessoas podem exibir movimentos corporais sutis durante
o transe, como movimentos oculares rápidos ou pequenos ajustes posturais. No
entanto, esses sinais podem variar dependendo do indivíduo, e nem todos apresentam
essas características.
É importante lembrar que a hipnose é uma ferramenta terapêutica que requer
habilidade e sensibilidade por parte do hipnoterapeuta. O profissional deve estar
atento a esses sinais e ajustar sua abordagem conforme necessário para garantir
uma experiência segura e terapeuticamente eficaz para o paciente. Além disso, o
relato da experiência do paciente ao final da sessão é essencial para entender a
profundidade do transe e sua resposta às sugestões hipnóticas.

3.6 Hipnose e Saúde

A hipnose tem uma relação significativa com a saúde, sendo amplamente utilizada
como uma ferramenta terapêutica em diversos contextos médicos e psicológicos.
Ela pode auxiliar no tratamento de várias condições de saúde, contribuindo para o
alívio de sintomas, a promoção do bem-estar e o aumento da qualidade de vida dos
pacientes.
Em relação à saúde mental, a hipnose tem se mostrado eficaz no tratamento
de transtornos como ansiedade, depressão, fobias e traumas. Através da indução
do transe, é possível acessar o subconsciente do paciente e trabalhar questões
emocionais e psicológicas profundas, buscando ressignificar experiências
traumáticas e promover mudanças de comportamento e pensamento.
Além disso, a hipnose é frequentemente utilizada para o controle da dor e para
o tratamento de problemas relacionados ao estresse e ao sono. Ela pode ser uma
alternativa complementar para o alívio de dores crônicas, auxiliando na redução da
percepção da dor e no aumento da tolerância. Também pode ser empregada para
melhorar a qualidade do sono e combater a insônia.
Na área da saúde física, a hipnose tem sido utilizada para auxiliar em
tratamentos médicos, como a preparação para cirurgias, a redução do desconforto
em procedimentos médicos invasivos e o fortalecimento do sistema imunológico.
Além disso, a hipnose também pode ser aplicada no tratamento de doenças
dermatológicas e na promoção de hábitos saudáveis, como a cessação do
tabagismo e a perda de peso.

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Contudo, é importante destacar que a hipnose não é uma cura em si mesma,
mas uma abordagem terapêutica que pode complementar outros tratamentos
médicos e psicológicos. O sucesso da hipnoterapia depende da habilidade do
hipnoterapeuta em adaptar suas técnicas às necessidades individuais de cada
paciente e da disponibilidade do paciente em participar ativamente do processo
terapêutico.
A hipnose é uma prática segura e reconhecida como terapia complementar por
várias instituições de saúde, como a Associação Americana de Psicologia (APA) e a
Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, é essencial que a hipnoterapia
seja conduzida por profissionais qualificados e éticos, garantindo a segurança e
eficácia do tratamento.

3.7 O Que Leva ao Estado Hipnótico

O estado hipnótico é uma condição de consciência alterada que pode ser


induzida através de várias técnicas, com o objetivo de acessar o subconsciente do
indivíduo e facilitar mudanças terapêuticas. Existem diversos fatores que podem
levar ao estado hipnótico, sendo que cada pessoa pode responder de forma
diferente a essas influências.
Um dos principais fatores que levam ao estado hipnótico é a sugestibilidade
do indivíduo. Pessoas com maior capacidade de concentração, imaginação vívida
e abertura à experiência tendem a ser mais suscetíveis à hipnose (Lynn, Rhue,
& Weekes, 1990). Além disso, a capacidade de absorver e seguir sugestões do
hipnoterapeuta é essencial para entrar em transe.
A expectativa e crença do indivíduo em relação à hipnose também são
determinantes para o sucesso da indução hipnótica. Aqueles que acreditam no poder
da hipnose e estão motivados para mudanças terapêuticas têm mais probabilidade
de entrar em transe (Nash & Barnier, 2008). A confiança no hipnoterapeuta e no
processo de hipnoterapia também é um fator relevante.
Outro fator que pode levar ao estado hipnótico é o relaxamento profundo.
Através de técnicas de relaxamento, como a respiração controlada e o relaxamento
progressivo dos músculos, é possível induzir um estado de relaxamento que facilita
a entrada no transe hipnótico (Green, Green, & Walters, 1970).
A utilização de linguagem hipnótica e técnicas específicas de indução também
são fundamentais para levar ao estado hipnótico. O hipnoterapeuta pode utilizar
metáforas, sugestões indiretas e técnicas de ancoragem para guiar o paciente em

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direção ao transe (Spiegel & Spiegel, 2004).
Além desses fatores, é importante considerar que o estado hipnótico é uma
experiência subjetiva e individual. Cada pessoa pode vivenciar o transe de maneira
única, e a profundidade do transe pode variar de acordo com o indivíduo e o contexto
terapêutico (Kirsch, Silva, Carone, Johnston, & Simon, 1990).
Em suma, o estado hipnótico é alcançado por meio de sugestibilidade,
expectativas, relaxamento e a utilização de técnicas específicas pelo hipnoterapeuta.
É um processo que envolve a participação ativa do paciente e a criação de um
ambiente terapêutico seguro e confiável (Wickramasekera, 2011).

3.8 Fenômenos Hipnóticos

A hipnose é um estado de consciência alterado no qual as pessoas se tornam


mais receptivas a sugestões terapêuticas e podem experimentar uma série de
mudanças cognitivas, sensoriais e fisiológicas. Durante o transe hipnótico, ocorrem
diversos fenômenos psicológicos e fisiológicos distintos. Os fenômenos cognitivos
incluem a capacidade de focalizar a atenção intensamente em um estímulo
específico, a dissociação da realidade, alterações na memória e a experiência de
estar «fora do corpo». Essas mudanças na percepção e processos mentais são
exploradas terapeuticamente para auxiliar no tratamento de diversos problemas de
saúde mental, como fobias, ansiedade e traumas.
Além dos fenômenos cognitivos, a hipnose também pode desencadear mudanças
sensoriais, como alucinações visuais, auditivas, táteis, gustativas e olfativas. Algumas
pessoas podem experimentar sensações que não estão presentes fisicamente,
como ver imagens vívidas ou ouvir sons que não estão realmente presentes
no ambiente. Essas experiências podem ser úteis na reestruturação cognitiva e
emocional em processos terapêuticos. A resposta à hipnose também pode levar a
respostas fisiológicas, como a redução da frequência cardíaca, da pressão arterial
e da atividade metabólica. Além disso, a hipnose pode aumentar a produção de
substâncias químicas relacionadas ao bem-estar, como endorfinas, o que pode
contribuir para a redução da dor e o alívio do estresse.
Vale ressaltar que a experiência hipnótica é altamente individual e pode variar
de pessoa para pessoa. A suscetibilidade à hipnose está relacionada a fatores como
personalidade, crenças, motivação e habilidade do hipnotizador. Algumas pessoas
podem ser mais facilmente hipnotizadas e experimentar uma variedade maior de
fenômenos, enquanto outras podem ser menos suscetíveis e ter experiências mais

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sutis.
As técnicas e sugestões utilizadas para induzir esses fenômenos variam
conforme a abordagem hipnoterapêutica adotada, como a hipnose clássica, a
hipnose ericksoniana ou a hipnose neurolinguística. Cada abordagem tem suas
particularidades, mas todas exploram a sugestionabilidade do indivíduo para
alcançar objetivos terapêuticos específicos.
A compreensão dos fenômenos hipnóticos é essencial para o trabalho do
hipnoterapeuta, pois permite que ele adapte sua abordagem às necessidades do
cliente e utilize a hipnose de forma segura e eficaz. Contudo, é fundamental que
o profissional seja devidamente capacitado e atue de acordo com os princípios
éticos para garantir a segurança e o bem-estar do paciente durante o processo
terapêutico.

3.9 Âncoras

As âncoras na hipnose são recursos poderosos que permitem ao hipnoterapeuta


acessar estados mentais, emoções e recursos internos do cliente de forma rápida
e eficaz. Essas âncoras podem ser criadas tanto de maneira consciente, como por
meio de sugestões verbais ou estímulos visuais, auditivos e táteis, como de forma
inconsciente, quando o cliente faz associações espontâneas entre determinados
estímulos e estados emocionais.
Em sua aplicação terapêutica, as âncoras são utilizadas para evocar estados
desejados, como confiança, relaxamento, motivação ou qualquer outro estado
emocional positivo que seja relevante para o processo de cura e mudança.
Por exemplo, um hipnoterapeuta pode criar uma âncora para um estado de
calma e tranquilidade, associando uma determinada palavra ou gesto com esse
estado. Quando o cliente se deparar com uma situação estressante no futuro, o
hipnoterapeuta pode evocar essa âncora para ajudá-lo a recuperar o estado de
calma e lidar melhor com a situação.
Além disso, as âncoras também podem ser usadas para trabalhar com
memórias e experiências passadas. O hipnoterapeuta pode criar uma âncora para
um momento específico de superação ou realização na vida do cliente, e usar
essa âncora para ajudá-lo a resgatar recursos e aprendizados positivos daquela
experiência e aplicá-los em situações presentes.
É importante ressaltar que a criação e utilização das âncoras requer habilidade
e sensibilidade por parte do hipnoterapeuta. É fundamental que o terapeuta esteja

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atento às reações e respostas do cliente durante a sessão para ajustar a aplicação
das âncoras conforme as necessidades e preferências individuais.

3.10 Aprofundamento

A hipnose é uma área de estudo em constante evolução, e há várias direções


promissoras para pesquisas futuras. A neurociência da hipnose é uma das áreas mais
relevantes, com o avanço das tecnologias de imagem cerebral, como a ressonância
magnética funcional (fMRI) e a eletroencefalografia (EEG), possibilitando investigar
os processos neurofisiológicos envolvidos no estado hipnótico. Com esses recursos,
os pesquisadores podem aprofundar a compreensão de como a hipnose afeta
diferentes regiões do cérebro e influencia os sistemas de processamento cognitivo
e emocional.
Outra área de interesse é a aplicação da hipnose no tratamento da dor. Estudos
têm mostrado resultados promissores como uma terapia complementar para dor
crônica e aguda. Pesquisas futuras podem se concentrar em elucidar os mecanismos
pelos quais a hipnose alivia a dor, permitindo o desenvolvimento de intervenções
mais eficazes para pacientes com condições dolorosas.
Além disso, a hipnose tem sido aplicada em várias condições de saúde mental,
como ansiedade, depressão, fobias e transtornos de estresse pós-traumático.
Estudos futuros podem investigar como a hipnose atua como uma ferramenta
terapêutica para esses transtornos, identificar os pacientes que podem se beneficiar
mais dessa abordagem e estabelecer protocolos de tratamento específicos.
A hipnose também pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar o
aprendizado e o desempenho acadêmico. Pesquisas futuras podem explorar como
a hipnose pode ser aplicada na educação, melhorando a concentração, a memória
e a assimilação de informações.
Além disso, a auto-hipnose é uma técnica em que o indivíduo aprende a entrar
em estado de transe por si mesmo, sem a ajuda de um hipnoterapeuta. Pesquisas
futuras podem investigar a eficácia da auto-hipnose em diferentes contextos
terapêuticos, bem como os fatores que podem influenciar a capacidade das pessoas
de praticá-la com sucesso.
Por fim, à medida que a hipnose é cada vez mais utilizada em diversos campos,
é importante estabelecer diretrizes éticas claras para sua aplicação. Estudos futuros
podem abordar questões relacionadas ao consentimento informado, práticas
responsáveis, proteção do cliente e prevenção de abusos.

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Essas são apenas algumas das áreas em que os estudos da hipnose podem ser
aprofundados. A pesquisa contínua nesse campo é fundamental para aprimorar
a compreensão dos mecanismos da hipnose, expandir seu potencial terapêutico
e promover sua utilização responsável e ética em diferentes contextos clínicos e
aplicados. Com esforços contínuos de investigação, a hipnose pode continuar a
contribuir significativamente para o campo da saúde mental, bem-estar e qualidade
de vida.

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4 Aula Prática

4.1 Hipnose Clínica

Uma aula prática de hipnose clínica pode ser uma experiência enriquecedora
tanto para os estudantes quanto para os pacientes envolvidos. Essas aulas
costumam ser realizadas em um ambiente tranquilo e seguro, onde os alunos têm
a oportunidade de observar e participar de sessões hipnóticas supervisionadas por
um instrutor experiente.
Durante a aula, os alunos aprendem técnicas de indução hipnótica, como a
fixação de olhos, relaxamento progressivo ou indução rápida, e como aplicá-las de
maneira ética e eficaz. O instrutor também ensina sobre a importância do rapport,
que é a conexão empática com o paciente, criando um ambiente de confiança e
cooperação para a hipnose.
Os alunos podem ter a oportunidade de praticar a hipnose uns com os outros,
assumindo os papéis de terapeuta e paciente, para desenvolver suas habilidades
e ganhar confiança na condução das sessões. Durante esse processo, o instrutor
pode fornecer feedback e orientação para aprimorar as técnicas utilizadas pelos
estudantes.
Outro aspecto importante de uma aula prática de hipnose clínica é a discussão
de casos e estudos de casos reais. Os alunos podem analisar como a hipnose foi
aplicada para tratar diferentes condições de saúde mental, superar fobias, melhorar
o desempenho acadêmico e esportivo, entre outros objetivos terapêuticos.
Além disso, o uso de recursos audiovisuais, como vídeos de sessões de hipnose
ou gravações de áudio, pode enriquecer a experiência educacional, permitindo que
os alunos observem exemplos reais de hipnose clínica em prática. A aula prática de
hipnose clínica também pode abordar questões éticas e legais relacionadas ao uso
da hipnose, garantindo que os estudantes estejam cientes de suas responsabilidades
e limitações como futuros hipnoterapeutas.
Essas aulas práticas têm o objetivo de capacitar os alunos a aplicar a hipnose
de forma segura, ética e eficaz em suas futuras práticas clínicas, proporcionando-
lhes uma experiência imersiva e valiosa no mundo da hipnoterapia.

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