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CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
MÓDULO I
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mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO E CONCEITO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
1.1 HISTÓRIA
1.2 COMO SURGIU A CAMISINHA
2 IMPORTÂNCIA DOS VÍRUS NA DISSEMINAÇÃO DESSAS DOENÇAS
2.1 IMUNOLOGIA
2.2 COMO UTILIZAR A CAMISINHA
3 VÍRUS HERPES
3.1 HISTÓRICO DO HERPES
3.2 CLASSIFICAÇÃO
3.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
3.3.1 Primoinfecção
3.3.2 Herpes recidivante
3.3.3 Gengivoestomatite herpética primária
3.3.4 Herpes genital
3.3.5 Herpes oral
3.3.6 Herpes labial
3.3.7 Herpes simples neonatal
3.3.8 Ceratoconjuntivite herpética
3.3.9 Panarício herpético
3.3.10 Doença neurológica
3.3.11 Herpes simples em imunodeprimidos
3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
3.4.1 Isolamento do vírus
3.4.2 Diagnóstico sorológico
3.4.3 Diagnóstico molecular
3.4.4 Diagnóstico diferencial
3.5 EPIDEMIOLOGIA
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4. CITOMEGALOVÍRUS
4.1 HISTÓRICO DO CITOMEGALOVÍRUS
4.2 CLASSIFICAÇÃO
4.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
4.3.1 Infecção em imunocompetentes
4.3.2 Infecção em imunoincompetentes
3.4.3 Infecção congênita
3.4.4 Infecção perinatal
4.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
4.4.1 Histopatologia
4.4.2 Sorologia
4.4.2.1 Teste de elisa
4.4.2.2 Diagnóstico diferencial
4.4.2.3 Antigenemia
4.4.3 Guthrie card
4.4.4 Microscopia eletrônica
4.4.5 Biologia Molecular
4.4.5.1 PCR
4.4.5.2 Captura híbrida
4.6 EPIDEMIOLOGIA
4.7 SÍNDROME DE BLUEBERRY MUFFIN BABY
MÓDULO II
5 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)
5.1 HISTÓRICO DA AIDS
5.2 CLASSIFICAÇÃO
5.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
5.3.1 Infecção aguda
5.3.2 Infecção assintomática
5.3.3 Sintomática inicial
5.3.4 Sintomática intermediária e sintomática tardia
5.3.5 Infecção avançada
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5.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
5.5 EPIDEMIOLOGIA
6 VÍRUS T-LINFOTRÓPICO HUMANO (HTLV)
6.1 HISTÓRICO DO HTLV
6.2 CLASSIFICAÇÃO
6.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
6.3.1 Leucemia de célula t do adulto (LTA)
6.3.2 Paraparesia espástica tropical mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH)
6.3.3 Leucemia atípica de células T pilosas
6.3.4 Outras doenças associadas ao HTLV-1
6.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
6.4.1 Ensaios sorológicos
6.4.2 Detecção dos antígenos virais
6.4.3 Ensaios de Biologia Molecular
6.5 EPIDEMIOLOGIA
6.6 DIFERENÇA ENTRE PETÉQUIA, EQUIMOSE, PÚRPURA E HEMATOMA
MÓDULO III
7 VÍRUS DAS HEPATITES
7.1 INTRODUÇÃO
7.2 HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO
8 VÍRUS DA HEPATITE B (HBV)
8.1HISTÓRICO DAS HEPATITES
8.2 CLASSIFICAÇÃO
8.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
8.3.1 Hepatite aguda pelo HBV
8.3.2 Hepatite crônica pelo HBV
8.3.3 Hepatite fulminante
8.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
8.4.1Exames laboratoriais inespecíficos
8.4.2 Exames laboratoriais específicos
8.4.3 Exames adicionais
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8.5 EPIDEMIOLOGIA
9 VÍRUS DA HEPATITE C (HCV)
9.1 HISTÓRICO
9.2 CLASSIFICAÇÃO
9.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
9.3.1 Manifestações extra-hepáticas
9.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
9.4.1Exames laboratoriais inespecíficos
9.4.2Exames laboratoriais específicos
9.4.2.1 Diagnóstico sorológico
9.4.2.2 Diagnóstico molecular
9.5 EPIDEMIOLOGIA
9.6 SÍNDROME DE SJÖGREN
9.6.1 Diagnóstico da Síndrome de Sjögren
10 VÍRUS DA HEPATITE D (HDV)
10.1 HISTÓRICO
10.2 CLASSIFICAÇÃO
10.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
10.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
10.5 EPIDEMIOLOGIA
MÓDULO IV
11 VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO (HPV)
11.1HISTÓRICO E APRESENTAÇÃO
11.2 CLASSIFICAÇÃO
11.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
11.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
11.4.1 Citopatologia
11.4.2 Microscopia eletrônica
11.4.3 Histopatologia
11.4.4 Colposcopia
11.4.5 Genitoscopia
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11.4.6 Imuno-histoquímica
11.4.7 Biologia molecular
11.5 EPIDEMIOLOGIA
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Olá!
Obrigada por você adquirir o nosso material!
Ao realizar o nosso curso você estará adquirindo um excelente guia para
suas consultas. Um ótimo auxílio para o seu estudo e aprendizado. O curso é
composto de material atualizado. Observe nas Referências Bibliográficas ao final do
curso. Além disso, foram utilizados trabalhos de grandes autores. Muitos destes são
“autores de referência” nos assuntos aqui abordados. Na obra, cada infecção será
abordada desde a sua descoberta. Em muitos casos seguirá inclusive uma foto do
pesquisador que contribuiu para a sua descoberta. Outro ponto de destaque em
nosso curso é que logo no início do programa você encontrará um pequeno
dicionário. No qual estão presentes alguns termos de utilização comum no mundo da
Virologia. Mas que são raros entre outras populações. Enfim, espero que goste e
aproveite o material. Boa sorte! E mãos à obra.
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MÓDULO I
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compreendida pela população geral. O profissional de saúde tem o dever de
espalhar o seu conhecimento perante a população.
1.1 HISTÓRIA
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Há muito tempo essas doenças são vistas como um grave problema de
saúde pública. Pois, afetam muitas pessoas. Os sinais e sintomas são de difícil
identificação e o acesso ao tratamento correto também.
Atualmente, as DSTs são infecções graves que movimentam e preocupam
os diferentes órgãos da Saúde Pública. No mundo, cerca de 333 milhões de novos
casos de DSTs acontecem a cada ano, o que representa a segunda maior causa de
perda de vida saudável entre as mulheres de 15 a 49 anos. As DSTs estão entre as
cinco principais causas de procura pelos serviços de saúde.
A contaminação por essas DSTs pode acontecer de vários modos. Seja de
maneira direta ou indireta. O modo direto é o mais divulgado. É aquele que acontece
por meio de relações sexuais. Nesse caso, porém, há necessidade de o parceiro ou
a parceira ser portador da doença.
A forma indireta é como o próprio nome diz: é aquela que acontece pelo
contato indireto com o agente. Devido ao compartilhamento de objetos pessoais mal
higienizados ou pela manipulação de objetos contaminados, como lâminas e seringas.
A FIGURA 2 mostra com simplicidade duas formas de disseminação de DSTs.
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de se espalhar na população. Além de causar sérios problemas de saúde. O que
aponta para o alerta de que, se for feito sexo sem camisinha, o serviço de saúde
deve ser consultado. É necessário o aconselhamento com um profissional de saúde
periodicamente.
Estas doenças devem ser diagnosticadas e tratadas a tempo. Em caso
diferente podem evoluir para complicações graves. No corpo humano, doenças
deste tipo podem ocasionar sérios problemas de saúde. Como comprometimento do
aparelho reprodutor, infertilidade, doenças neonatais, câncer e até mesmo levar à
morte do indivíduo.
O tratamento deve ser de modo rápido e correto. Com o auxílio do
profissional de saúde apropriado. O que deve incluir aconselhamento para que a
doença não volte a acontecer, para a necessidade de visitas de acompanhamento e
para a possibilidade de contaminação das pessoas envolvidas no relacionamento. E
deve ser feito o direcionamento para utilização da prática de sexo seguro.
Os principais agentes causadores de doenças sexualmente transmissíveis
são os vírus, as bactérias, os protozoários e os fungos. Observe os exemplos destes
agentes e suas doenças na FIGURA 3.
Treponema
Vírus herpes simplex – pallidum - sífilis Trichomonas vaginallis
herpes genital - tricomoníase
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QUADRO 1 - VÍRUS CAUSADORES DE DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
VÍRUS SIGLA DOENÇA
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torno de 300 mil de herpes, 100 mil casos de sífilis e 800 mil casos de gonorreia. Na
ocasião, os índices de HPV, reconhecido como agente etiológico do câncer de colo
uterino ficavam abaixo apenas das infecções por Chlamydia sp e Trichomonas sp.
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou a prevalência de
aproximadamente 536 milhões de casos de herpes genital no mundo. Com maior
número de casos no sexo feminino.
Recentemente, a OMS e o Programa de HIV/AIDS das Nações Unidas
(UNAIDS) demonstraram a existência de 33,4 milhões de pessoas no mundo
infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). No Brasil, o estudo mostrou
730 mil pessoas infectadas.
É importante, porém, que a população esteja ciente de que é possível se
prevenir dessas doenças praticando sexo seguro; com a utilização do preservativo
em todas as relações sexuais.
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Na Antiguidade, as mulheres colocavam na vagina produtos capazes de
bloquear ou matar os espermatozoides. Para isso, faziam uso de fezes de crocodilo,
as quais possuem o pH alcalino dos espermicidas atuais.
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morte, devido à relação, Procris introduziu uma bexiga de cabra na vagina. De tal
modo que os pequenos monstros ficavam presos na bexiga. Assim, Minos retomou o
poder de ter filhos.
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FIGURA 6 - SÍMBOLO ATUALMENTE UTILIZADO NAS CAMPANHAS
CONTRA AS DSTS
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Existem casos de transmissão de DSTs virais da mãe para o bebê. Nestes,
a infecção do bebê pode acontecer ainda no período da gravidez ou até mesmo
durante o parto. Estas infecções podem também ocasionar a interrupção
espontânea da gravidez. Quando atingem o feto durante seu desenvolvimento,
podem causar lesões. Podem causar o nascimento de crianças com problemas de
grave má-formação.
Há infecção de DSTs virais no período intraparto ou até mesmo durante o
aleitamento materno. São infecções que podem atingir o recém-nascido, causando
doenças em diversos órgãos. Em algumas destas, o desenvolvimento da doença
pode ocorrer já na idade adulta. O HTLV-1 é um destes exemplos.
Outras DSTs virais podem também ser transmitidas por transfusão de sangue
contaminado ou compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de
drogas injetáveis; como ocorre com o vírus da hepatite B e até mesmo com o HTLV.
Há DSTs virais que se não forem tratadas e/ou acompanhadas podem levar
o indivíduo ao desenvolvimento de câncer. É o caso do HPV, considerado fator
importante no desenvolvimento de câncer de colo uterino.
Sendo assim, observa-se que a ausência de diagnóstico e de tratamento, no
momento adequado, são fatores que podem contribuir para a evolução de formas
graves dessas doenças e até mesmo morte dos indivíduos acometidos.
Diante do exposto, torna-se comprovado que o acesso sem restrição das
pessoas ao diagnóstico precoce e tratamento adequado de todas as DSTs é
fundamental. O que confirma a necessidade de informação aos indivíduos por meio
do estudo proposto.
2.1 IMUNOLOGIA
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produzidos pelo organismo de uma pessoa em resposta a um dado agente
infeccioso;
em geral, nas infecções primárias o primeiro anticorpo a ser produzido é
da classe IgM, que em seguida é acompanhado pela produção de anticorpos
da classe IgG.
Porém, os anticorpos IgM ficam presentes no organismo das pessoas por
um curto período de tempo, e normalmente desaparecem após três a seis meses da
infecção. Enquanto isso, os anticorpos da classe IgG permanecem presentes por
longo período. Em muitos casos para o resto da vida.
Sendo assim, a presença de anticorpos IgM é indicativa de infecção aguda
ou recente. Enquanto a presença apenas de IgG, é indicativo de infecção passada.
Observe a FIGURA 7, a seguir, para melhor compreender a síntese de anticorpos
IgG e IgM em infecções.
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esses anticorpos IgM, (mais tardios) são denominados residuais e
podem ser detectados, geralmente, em valores baixos, até 18 a 24 meses
após a infecção;
a presença desses anticorpos IgM, no mesmo momento dos anticorpos
IgG, por vezes, dificulta a interpretação do tempo de infecção;
em alguns casos de reinfecção ou de reativação de processos
infecciosos, os anticorpos IgM também podem ser detectados, bem como
em reações cruzadas;
nos últimos tempos, foi desenvolvido um ensaio imunoenzimático que
possui a capacidade de diferenciar uma infecção recente de uma infecção
passada, com a presença de IgM residual;
essa diferenciação dessas infecções é feita pela utilização de testes que
avaliam a capacidade de ligação dos anticorpos IgG;
essa capacidade de ligação, denominada AVIDEZ, é diretamente
proporcional ao tempo de infecção (veja na FIGURA 8).
Além disso, existem casos em que quadros infecciosos com até três a quatro
meses de evolução, há presença de IgG de baixa avidez. Enquanto, em outras
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infecções com mais de quatro meses de evolução, os anticorpos IgG apresentam
alta avidez.
Porém, em algumas situações os anticorpos IgG podem apresentar avidez
intermediária. São os casos em que a definição segura do tempo de infecção torna-
se dificultada.
Desta forma, o teste de avidez para anticorpos IgG é de enorme valor,
especialmente nos caso de pacientes grávidas que possuem anticorpos das classes
IgM e IgG, simultaneamente, no exame pré-natal para as doenças infecciosas que
acometem o feto.
Em pacientes grávidas, a determinação do tempo de infecção possui grande
valor. Pois, pode definir se há necessidade de tratamento. Nos casos em que a
infecção ocorre durante a gravidez. Além de oferecer tranquilidade para o médico e
para a gestante, nos casos em que a infecção ocorreu antes da gravidez.
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FIGURA 9 - OS DIVERSOS FORMATOS DE CAMISINHA DISPONÍVEIS NO
MERCADO ATUALMENTE
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após o uso, retire a camisinha. Dê um nó na extremidade aberta e jogue-
a no lixo. Não jogue no vaso sanitário, pois irá entupi-lo;
camisinha é descartável, deve ser usada somente uma vez.
IMPORTANTE!!! Caso a camisinha se rompa ou saia durante a relação,
despreze e coloque uma nova.
3 VÍRUS HERPES
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FIGURA 10 - HIPÓCRATES E HERÓDOTO
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FIGURA 11 - MICROGRAFIA ELETRÔNICA DO HERPESVÍRUS TIPO 2
3.2 CLASSIFICAÇÃO
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QUADRO 2 - APRESENTAÇÃO DOS HERPESVÍRUS QUE CAUSAM DOENÇA EM
SERES HUMANOS
CLASSIFICAÇÃO DOS HERPESVÍRUS HUMANOS (HHV)
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ácido nucleico é do tipo DNA, linear de fita dupla. Entre o envelope e o capsídeo, há
um tegumento que contém enzimas codificadas pelo vírus. Observe o esquema de
um herpesvírus na FIGURA 12.
Envelope
Tegumento
Capsideo
Ácido nucleico
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vesículas, o vírus replica no seu local de entrada. O vírion e/ou o nucleocapsídeo
são transportados por via nervosa e ficam escondidos, de modo latente. No período
de latência, o vírus não é transmissível. Mas em alguns casos, as partículas virais
começam a replicar. Os sintomas não aparecem, mas a transmissão pode
acontecer.
A infecção surge pelo aparecimento das lesões vesiculosas. Depois de
alguns dias, estas se transformam em pequenas úlceras que surgem após ardência,
prurido e dor. A FIGURA 13 apresenta algumas lesões típicas da manifestação
clínica de infecção pelos herpesvírus 1 e 2.
A B
Em A, lesões vesículosas. Em B, lesões após o rompimento das vesículas.
FONTE: Disponíveis em: <http://toqueginecologico.blogspot.com.br/2011/07/herpes-genital.html>.
Acesso em: 18 ago. 2012.
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3.3.1 Primoinfecção
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3.3.3 Gengivoestomatite herpética primária
Em geral são infecções causadas pelo HSV 2. Mas também acontecem pelo
HSV 1. É normal que nas infecções primárias aconteça formação de vesículas que
persistem por até três semanas. Com excreção de grande quantidade de vírus.
Podem acontecer febre, disúria, linfadenopatia inguinal e mal-estar.
É importante que todos saibam que na presença de infecção ativa há maior
probabilidade de transmitir o vírus.
Nos homens, é comum a formação de vesículas na glande ou corpo do
pênis. Além das nádegas, períneo ou coxas. Enquanto as complicações podem ser
retenção urinária, neuralgia e até meningoencefalite. Lesões anais e perianais estão
mais associadas a homossexuais masculinos.
Em mulheres, as lesões frequentemente envolvem a vulva, períneo, vagina,
nádegas, linfadenopatia e disúria com envolvimento da cérvice. As complicações
são em geral meningite asséptica e retenção urinária. Muitas vezes, as lesões
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cervicais do tipo cervicite herpética, frequentes na primoinfecção, acontecem em
associação a corrimento genital aquoso.
Na FIGURA 14, estão representadas algumas infecções pelos herpesvírus
dos tipos HSV 1 e HSV 2. Observe que são todas visualmente semelhantes.
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3.3.5 Herpes oral
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3.3.7 Herpes simples neonatal
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Está associada à conjuntivite unilateral ou bilateral. A recorrência geralmente
é apenas em um olho. Há casos em que após a regressão, podem surgir as
recidivas. Estas determinam ulcerações profundas, que eventualmente evoluem
para cegueira. As lesões desaparecem em aproximadamente um mês.
É uma infecção recidivante pelo vírus herpes. Atinge os dedos das mãos e pés.
Na primoinfecção, o quadro inicial é de vesículas que coalescem. O que
pode levar a formação de uma única bolha, com adenopatia e, eventualmente, febre.
Após a cura da primoinfecção, ocorrem recidivas locais.
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3.3.11 Herpes simples em imunodeprimidos
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3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
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3.4.1 Isolamento do vírus
A B
Em A, coloração de Tzank, que mostra a presença de degeneração balonizante, efeito citopático dos
herpesvírus: Em B, imunofluorescência com demonstração de antígenos de HSV.
FONTE: Disponíveis em:
<http://www.medicalservices.com.br/representanteonline/pdf/Segredos%20em%20PED%20Doencas
%20Infecciosas.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2012. PEREIRA, SRFG et al. An Immunofluorescence test
for diagnosis of ophtalmic herpes in a mouse corneal model, 2007.
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O líquido das vesículas pode também ser visualizado por imunofluorescência
para detecção de antígenos específicos do HSV. Diretamente ou após inoculação em
cultura de células. Nesse caso, utiliza-se a imunofluorescência direta. A qual é
utilizada para confirmação e sorotipagem do HSV proveniente de isolamento do vírus
em cultura de células. Observe a imagem da imunofluorescência na FIGURA 15B.
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A realização da sorologia no diagnóstico dos herpesvírus é de enorme
importância. Sendo fundamental no caso de mulheres que possuem intenção de
engravidar, no tratamento de pessoas que apresentam úlceras genitais recorrentes,
mas que apresentam diagnóstico negativo em cultura, em estudos epidemiológicos
(para observação da presença de anticorpos nas populações), no monitoramento
dos níveis de anticorpos específicos (de pessoas que trabalham em laboratórios de
diagnóstico ou de pesquisa). Além do enorme valor para a identificação de sorotipo
em infecções primárias.
Sendo assim, essas técnicas sorológicas, por oferecer detecção de
anticorpos, garantem vantagens adicionais no diagnóstico. Especialmente por
apresentar alta sensibilidade e rapidez na detecção desses vírus. O que é de
importância fundamental nos casos graves e sistêmicos da infecção.
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3.4.4 Diagnóstico diferencial
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3.5 EPIDEMIOLOGIA
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tendência atual dos relacionamentos de mulheres jovens com homens mais velhos,
população cuja prevalência do herpesvírus é maior.
Outros estudos mostram que há maior probabilidade de transmissão de
herpesvírus do homem para a mulher, quando se compara com a transmissão da
mulher para o homem.
Nos países em desenvolvimento, a soroconversão para o HSV 1 ocorre na
primeira infância. Já nos países desenvolvidos, essa soroconversão acontece na
adolescência. Quanto aos dados do HSV 2, os fatores determinantes da
soroconversão estão relacionados ao início precoce da vida sexual, à quantidade de
parceiros e à promiscuidade.
Em relação à idade, nos EUA foi realizado um estudo que demonstrou que
aproximadamente 45 milhões de americanos com mais de 12 anos são soropositivos
para o HSV 2.
Grande número das infecções neonatais ocorre de mães que não possuem
histórico de doença prévia e não fazem acompanhamento médico pré-natal. O que
aumenta o número de casos de neonatos com infecção primária, ativa ou subclínica
no periparto – devido à liberação do vírus através do canal do parto.
Pesquisas apontam atualmente que uma infecção prévia pelo HSV 1 atua
como fator de proteção. Talvez, devido à imunidade cruzada.
O estudo da epidemiologia e o impacto das doenças sexualmente
transmissíveis nas populações poderão impulsionar o interesse governamental, e a
distribuição de recursos. De modo que proporcionem mudanças de comportamento
entre os indivíduos.
4. CITOMEGALOVÍRUS
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em cerca de 1% de todos os recém-nascidos, nos quais 10% são sintomáticos ao
nascimento. São vírus também reconhecidos como HCMV, citomegalovírus humano
ou herpesvírus humano do tipo 5 (HHV-5).
A B
Em A, foto de Hugo Ribbert, primeiro cientista a observar células citomegálicas. Em B, célula
citomegálica com núcleo excêntrico (seta), circundado por halo claro e apresentando inclusão nuclear.
FONTE: Disponíveis em: <http://appserv5.phheidelberg.de/onlinelex/index.php?id=722>.
Acesso em: 1 Ago. 2012. E Rev. Saúde, 2011.
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4.2 CLASSIFICAÇÃO
CAPSÍDEO ICOSAEDRICO
DNA VIRAL
TEGUMENTO
MEMBRANA
GLICOPROTEÍNA
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4.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
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chamados anticorpos de Paul Bunnel, característicos da infecção por EBV. Sendo
assim, há de se suspeitar de infecção por HCMV nos casos em que o indivíduo
apresenta quadro de mononucleose heterofilo negativa. Além dos quadros de
hepatite que apresentam negatividade para os vírus A, B e C. Outros sintomas
são febre durante mais de dez dias, mal-estar, mialgia, fadiga e dor de cabeça.
Alguns pacientes apresentam hepatoesplenomegalia e exantema. As
complicações são raras.
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infecção recorrente a probabilidade é muito menor. Em uma taxa abaixo de 1%.
Enquanto devido à infecção primária chega a 39% em grupos sociais mais elevados.
Os anticorpos maternos reduzem as possibilidades de infecção, mas não evitam a
transmissão para o feto e a probabilidade de sequelas.
Menos de 10% dos recém-nascidos infectados desenvolvem sintomas de
doença no período neonatal. Porém, o índice de mortalidade entre aqueles afetados
de modo grave pode atingir 30%.
Clinicamente, icterícia e hepatoesplenomegalia são os sinais mais
frequentes. Sinais não específicos como microcefalia, hipotonia, convulsões,
espasticidade e hemiparesia também são observados.
As sequelas mais frequentes são surdez neurossensorial, alterações
oculares do tipo coriorretinite, estrabismo, retinite pigmentar e atrofia óptica.
Laboratorialmente, os exames de imagem podem mostrar calcificações
cerebrais, dilatação ventricular ou anomalias da substância branca. Pode ocorrer
elevação de transaminases, trombocitopenia, hiperbilirrubinemia e anemia
hemolítica.
Porém, em cerca de 90% dos casos, os recém-nascidos permanecem
assintomáticos no período neonatal. Um risco de 10% a 15% das manifestações
tardias da doença persiste. Nos três primeiros anos de vida podem surgir algumas
manifestações. Surdez, corio retinite, atraso no desenvolvimento psicomotor,
convulsões e atrofia do nervo óptico são os achados mais frequentes.
A infecção pode ser transmitida também após o parto. Pela amamentação
ou até mesmo pela saliva. Nos três primeiros meses de gravidez a infecção é
potencialmente teratogênica.
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infecção. Se esta ocorreu durante o trabalho de parto ou no aleitamento a excreção
prolongada do vírus pode ocorrer, semelhante ao que ocorre na infecção congênita.
O conhecimento da frequência das infecções perinatais é de grande
importância. Pois, crianças infectadas são importante fonte de contaminação para
outras crianças e mulheres soronegativas.
A soropositividade materna é a principal fonte de infecção perinatal. Por
meio do aleitamento, secreções cervicais, saliva e/ou urina. Mas a infecção por
transfusão sanguínea também acontece.
As manifestações clínicas mais frequentes são pneumonia e hepatite.
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molecular. Observe no QUADRO 3 um pequeno resumo dos testes de laboratório
utilizados no diagnóstico do CMV na prática clínica.
4.4.1 Histopatologia
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sensíveis. Observe na FIGURA 18 as imagens de lâminas de tecidos com
características típicas de infecção por citomegalovírus.
A B
Em A, imagem de citomegalia. Em B, imagem de corpúsculo de inclusão do tipo olho de coruja.
FONTE: Disponível em: <http://anatpat.unicamp.br/lamresp17.html>. Acesso em: 1 ago. 2012.
4.4.2 Sorologia
AN02FREV001/REV 4.0
50
aparecem logo no início da fase aguda. Enquanto os da classe IgG, uma semana
mais tarde.
É válido ressaltar que a resposta imunológica contra o HCMV envolve a
síntese de anticorpos da classe IgM, algumas semanas após a infecção. Em
seguida, ocorre a síntese de anticorpos da classe IgG. Entretanto, em geral, os
níveis de IgM anti-HCMV aumentam por algumas semanas. E, a sua redução
acontece lentamente no decorrer de quatro a seis meses. Pesquisadores admitem
ainda a possibilidade da permanência de IgM na circulação durante anos.
O grande valor clínico dos testes sorológicos ocorre em pessoas doadoras
de sangue e órgãos e na avaliação pré-transplante de possíveis receptores. Pois
em caso de positividade há indicação do Ministério da Saúde para o descarte
desse material.
Porém, a utilização dos métodos sorológicos admite algumas limitações de
interesse. Pacientes imunossuprimidos podem apresentar infecção grave. Em
acordo com o grau de imunossupressão, podem resultar em diagnósticos falso-
negativos. Em muitos casos, há necessidade de acompanhamento com repetição
periódica. Devido à impossibilidade de detecção precoce para definição diagnóstica.
Os testes sorológicos utilizados para pesquisa de infecção por HCMV são a
antigenemia (imunofluorescência indireta ou imunoperoxidase), ELISA e
radioimunoensaio.
O teste de ELISA é o mais utilizado na grande maioria dos laboratórios de
análises clínicas. Sendo realizado para determinação dos níveis de anticorpos
específicos IgM e IgG. Anticorpos que indicam a presença de infecção aguda e
crônica, respectivamente.
Além destes, embora o teste de avidez esteja em uso no diagnóstico de
numerosas doenças infecciosas, atualmente, a sua maior aplicação é no diagnóstico
da toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose, principalmente em gestantes.
AN02FREV001/REV 4.0
51
4.4.2.1 Teste de elisa
AN02FREV001/REV 4.0
52
QUADRO 4 - RESULTADOS CONFLITANTES NO DIAGNÓSTICO DO HCMV
PELO TESTE DE ELISA
IgG negativo – em geral, indica que a imunidade não foi adquirida; mas não exclui uma
infecção aguda, a menos que o teste de IgM também seja negativo.
IgM positivo – em geral, indica infecção recente ou infecção secundária, por reativação
do vírus latente ou reinfecção.
IgM negativo – não indica que uma infecção aguda deve ser descartada; podemos estar
diante de uma infecção em estágio inicial, quando o paciente ainda não foi
capaz de sintetizar IgM específica para o HCMV, ou, ainda, quando o
paciente se apresenta imunocomprometido.
O que nos permite concluir que a coleta de amostras de soro em duas fases
da infecção é de grande importância. Observe no QUADRO 4 os exemplos de
resultados pouco conclusivos no ELISA para citomegalovírus.
Em resumo, é sempre bom lembrar que o diagnóstico eficiente de infecção
para HCMV em apenas uma amostra de soro pode ser realizado. Mas, neste caso,
há necessidade do conhecimento da história prévia do paciente. Pois os níveis
gerais de exposição da população ao citomegalovírus são bastante altos. Um
resultado de maior confiança é dado quando o diagnóstico é realizado com amostras
pareadas de soro do paciente. Uma coleta na fase aguda de doença e outra em fase
convalescente. Para melhor entender, a primeira coleta deve ocorrer na fase inicial
dos sintomas, ou primeiro dia. Enquanto a segunda deve acontecer duas semanas
após, ou em até no máximo quatro semanas.
AN02FREV001/REV 4.0
53
4.4.2.2 Diagnóstico diferencial
AN02FREV001/REV 4.0
54
haver o desenvolvimento de sintomas mais visíveis, como hepatite leve ou mesmo
febre prolongada.
No caso de pessoas com imunodeficiência em consequência da AIDS, a
correlação da doença com a quantificação da carga viral no sangue facilita o
diagnóstico.
Em grávidas estes testes devem ser realizados no primeiro trimestre de
gravidez, devido à possibilidade de comprometimento do feto. As formas mais
graves destas doenças no recém-nascido ocorrem no período inicial da gravidez.
Aumentando o risco de abortos espontâneos, morte fetal, prematuridade, retardo no
crescimento fetal e baixo peso.
A orientação e triagem antes e durante a gravidez desempenham um
importante papel na prevenção de infecções por transmissão vertical. A infecção
primária de mulheres grávidas pode levar a sérias consequências. Estas
representam perigo de alto grau devido ao curso clínico suave da doença.
O diagnóstico da infecção congênita em geral é feito pela detecção de
virúria, presença de vírus na urina, nas três primeiras semanas de vida. A técnica de
PCR é uma forma eficiente para demonstrar a presença do DNA viral no sangue.
Porém, o “Guthrie card”, também conhecido como Teste do Pezinho, é o método
mais utilizado. A sorologia torna-se eficiente para acompanhamento de infecção
congênita inaparente.
Os recém-nascidos também devem ser testados para os organismos
TORCH específicos. Nestes casos, a indicação deve ser baseada na história clínica
da gestante. A infecção congênita pelo HCMV deve ser diferenciada destas doenças
infecciosas que podem causar doença em grávidas. Além de causar defeitos
congênitos em seus recém-nascidos. Há recomendações específicas de uso. Apesar
do conhecimento da existência de complicações mais tardias da doença. Em geral,
as crianças sobrevivem com tratamento específico. Mas, existem casos em que o
resultado pode ser fatal.
AN02FREV001/REV 4.0
55
anticorpos do tipo IgM indica uma infecção aguda. Um diagnóstico de positivo para
anticorpos IgG, sem a presença de anticorpos IgM, é um sinal de infecção passada.
AN02FREV001/REV 4.0
56
propriedades na partícula viral completa. Por isso, a detecção destes antígenos é
importante no processo infeccioso.
Vários são os antígenos recombinantes utilizados no teste de avidez dos
anticorpos IgG e IgM para o HCMV. O QUADRO 5 apresenta uma relação destes
antígenos com os respectivos locais de apresentação. Observe que estão presentes
em diferentes estruturas do HCMV.
Em seguida será apresentado um quadro relacionando estes antígenos com
o processo infeccioso. O que justifica a melhor interpretação dos diagnósticos pela
detecção destes antígenos recombinantes e seus respectivos anticorpos.
AN02FREV001/REV 4.0
57
QUADRO 6 - CORRELAÇÃO ENTRE OS ANTÍGENOS RECOMBINANTES E O
TIPO DE INFECÇÃO
PERÍODO QUE SURGE ANTICORPO ENCONTRADO
Produzido em cada infecção anti- p150 (pp150/UL32)
Após infecção primária anti-IE, anti-CM2 e anti-p65
Infecção primária anti-IE, anti-CM2 e anti-p65, anti-p150
na ausência de anti-gB1 e anti-gB2
Infecção passada anti-gB1 e anti-gB2 e p150
na ausência de resposta para IgM
Após infecção primária anti-gB1 e anti-gB2
Reativações do tipo IgG anti –p150 , gB1, gB2, CM2, p65 e/ou IE1
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
4.4.2.3 Antigenemia
AN02FREV001/REV 4.0
58
FIGURA 19 - ESQUEMA DA LOCALIZAÇÃO DAS PROTEÍNAS DO CMV
AN02FREV001/REV 4.0
59
FIGURA 20 - LÂMINAS COM DIAGNÓSTICO PARA CMV.
A B
O diagnóstico do HCMV com a utilização de métodos de imunofluorescência e imunoperoxidase,
respectivamente em A e B.
FONTE: Disponíveis em: <http://www.millipore.com/catalogue/item/3247x#>; e
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/429>. Acesso em: 16 ago. 2012.
AN02FREV001/REV 4.0
60
FIGURA 21 - FOTO DE ROBERT GUTHRIE E CARTÃO PARA REALIZAÇÃO DO
TESTE DO PEZINHO
A B
FONTE: Disponíveis em: <http://labmed.ascpjournals.org/content/40/12/748.full>; e
<http://www.medicalautomation.org/2011/02/getting-more-out-of-guthrie-cards>. Acesso em: 28 out.
2012.
AN02FREV001/REV 4.0
61
Atualmente, uma versão ampliada do Teste do Pezinho possibilita a
identificação de mais de 30 doenças antes da manifestação dos sintomas. Mas o
recurso é ainda considerado sofisticado e caro. Portanto, ainda não se encontra
disponível na rede pública de saúde.
De qualquer forma, essa versão ampliada foi subdividida. Sendo assim,
sua utilização ocorre de modo variável. E, quanto maior o número de doenças
que puderem ser detectadas, mais caro o exame se tornará.
É um teste essencial para o desenvolvimento da saúde do bebê. O exame
convencional é obrigatório e gratuito. Lembre-se de que a saúde é direito de
todos.
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62
4.4.5 Biologia Molecular
4.4.5.1 PCR
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63
recém-nascidos com possível infecção congênita, em pacientes transplantados,
imunossuprimidos e em indivíduos com AIDS.
A metodologia da PCR é uma técnica sensível e específica para o
diagnóstico da presença do HCMV nos líquidos e tecidos. Além da via sexual, o
HCMV pode ser transmitido de outras maneiras. Como a via respiratória, placentária,
leite materno, produtos sanguíneos e transplante de órgãos. Há indicação nos casos
onde a sorologia e métodos de isolamento do vírus são inconclusivos ou não podem
ser realizados.
Na avaliação qualitativa não há distinção entre infecção aguda ou
reinfecção, de uma forma latente. A utilização de métodos quantitativos permite a
avaliação e monitoramento da resposta terapêutica.
A captura hibrida para o CMV permite a detecção do DNA viral por meio da
hibridização molecular e leitura por quimioluminescência. O método exibe grande
sensibilidade. Além de também apresentar resultado do tipo quantitativo ou
qualitativo. A técnica é de indicação especial para grávidas e imunocomprometidos,
pacientes que necessitam de monitoramento terapêutico.
Atualmente, o ensaio está bem conhecido no mercado de análises clínicas. É
um método simples, rápido e não apresenta o risco de contaminação observado na
PCR. A leitura por quimiluminescência permite a utilização quantitativa do método.
O uso de modo quantitativo é de grande aceitação. Há indicação especial
para os casos de seguimento de pacientes transplantados. Na intenção de detectar
replicação do CMV antes do surgimento dos sintomas. Porém, ainda não existe uma
opinião acertada quanto ao nível de carga viral que se pode considerar uma pessoa
em risco para apresentação de sintomas de CMV. Há indicação também no
acompanhamento de pacientes imunossuprimidos para o controle da terapia a ser
aplicada. Entretanto, pesquisas ainda estão sendo feitas na intenção de relacionar a
carga viral do HCMV e a doença.
AN02FREV001/REV 4.0
64
4.6 EPIDEMIOLOGIA
AN02FREV001/REV 4.0
65
vida do indivíduo. Mas a queda das defesas do organismo, seja por fatores
exógenos ou até mesmo endógenos, acarretam na replicação do vírus.
Os casos de infecção secundária em imunosuprimidos muitas vezes
acontecem devido à reinfecção por vírus exógenos.
Em cerca de 1% a 2% das mulheres grávidas a infecção primária se
desenvolve durante a gestação. São os casos em que há maiores danos para o feto.
Pois, observa-se que estes são contaminados em 30% a 50% das vezes. Enquanto
os casos de reativação nas mães ocorrem em 5% a 15% das gestações e a
transmissão para o feto acontece em cerca de 10%.
Sendo assim, observa-se que, no total, a infecção congênita por
citomegalovírus ocorre em 1% dos fetos. E, apenas entre 5% e 10% destes
desenvolvem alguma sintomatologia clínica. Destacando-se as lesões oculares,
cerebrais, e hepatoesplênicas nos diferentes graus de severidade (forma aguda e
subaguda). As infecções neonatais podem ocorrer durante o parto pela
contaminação no trajeto vaginal ou por meio do aleitamento materno.
AN02FREV001/REV 4.0
66
FIGURA 23 - IMAGEM REPRESENTATIVA DE RECÉM-NASCIDOS COM A
SÍNDROME DE BLUEBERRY MUFFIN
A B
C D
FONTE: Disponíveis em:<http://dermatologys10.cdlib.org/142/case_reports/blueberry/mehta.html>; e
http://lessons4medicos.blogspot.com.br/2009/05/grey-baby-syndrome-blue-baby-syndrome.html.
Acesso em: 31 ago. 2012.
AN02FREV001/REV 4.0
67
Raramente surgem novas lesões após o nascimento. O exantema cutâneo
geralmente involui e desaparece completamente em poucas semanas. Quando as
lesões não desaparecem ou evoluem, a suspeita é de distúrbio neoplásico.
No exame físico e laboratorial apresentam hepatoesplenomegalia,
hiperbilirrubinemia direta, alto título de IgM específica para citomegalovírus,
urocultura positiva para citomegalovírus e trombocitopenia.
O diagnóstico pode também ser realizado pela histopatologia. A qual
demonstra a presença de eritropoiese extramedular dérmica. Isto é, reativação da
eritropoiese em locais onde ocorria no período embrionário ou fetal. Devido à
necessidade de reconstituição dos elementos sanguíneos.
Entre os exames laboratoriais, o diagnóstico TORCH é requerido. Entre os
sintomas encontrados nas infecções congênitas para o HCMV estão às lesões do
tipo blueberry baby.
FIM DO MÓDULO I
AN02FREV001/REV 4.0
68
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
Aluno:
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CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
MÓDULO II
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO II
AN02FREV001/REV 4.0
71
20 e 30 anos de idade. Ocasionando grande aumento de pesquisas em torno do
assunto.
Em 1983, o HIV 1, vírus da imunodeficiência humana, foi identificado como o
agente causador da doença. Em seguida, no ano de 1986, os cientistas identificaram
o HIV 2, um segundo agente causador da imunodeficiência.
No ano de 1987, o dia 1º de dezembro de cada ano, foi eleito pela
Organização das Nações Unidas (ONU) o “Dia Mundial de Luta contra a AIDS”. Em
1991, o laço vermelho transformou-se em símbolo da luta contra a doença. O que
veio para reforçar a necessidade de pesquisas e ações de combate à doença. Além
da solidariedade aos que convivem com o HIV/AIDS. Em 1996, foi criada a Joint
United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), que é o Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre HIV e AIDS, um comitê gerenciado pela ONU e pela OMS.
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o agente etiológico da acquired
immunodeficiency syndrome (AIDS), ou, em português, síndrome da
imunodeficiência adquirida (SIDA).
5.2 CLASSIFICAÇÃO
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72
FIGURA 24 - MICROGRAFIA ELETRÔNICA DO HIV
AN02FREV001/REV 4.0
73
FIGURA 25: ILUSTRAÇÃO REPRESENTATIVA DA ESTRUTURA DO HIV.
gp120
MEMBRANA
gp41 LIPIDICA
CAPSIDEO
MATRIZ
TRANSCRIPTASE
REVERSA
AN02FREV001/REV 4.0
74
vertical – que ocorre da mãe para o filho na gestação, parto ou
aleitamento.
Além dessas, pode ocorrer também a transmissão ocupacional. A que
acontece como acidente de trabalho entre profissionais da área da saúde. Como nos
casos de ferimentos com instrumentos perfuro cortantes ou da exposição de
mucosas com sangue contaminado.
Após a transmissão, a infecção pelo HIV pode ser dividida em estágios
clínicos. Reconhecendo assim a infecção aguda, assintomática ou latência clínica,
sintomática inicial, sintomática intermediária, sintomática tardia e infecção avançada.
A manifestação clínica da AIDS nesses diferentes estágios da infecção pelo
HIV está descrita a seguir. Entretanto, pesquisas atuais mostram que, após o uso da
terapia antirretroviral, as fases sintomáticas não estão muito bem delineadas.
AN02FREV001/REV 4.0
75
Após a infecção aguda, ocorre a estabilização da viremia em níveis variados,
set points. Estes são definidos pela velocidade de replicação e quantidade de vírus,
viral clearance. Muitas vezes o set point é utilizado como fator prognóstico da
doença. Da mesma forma que a queda na contagem de células TCD4. Pesquisas
mostram que o maior o número de sintomas observado durante a infecção aguda foi
associado aos casos de maior carga viral inicial.
AN02FREV001/REV 4.0
76
PPD Recomendação anual é comum, para observar necessidade
de quimioprofilaxia para tuberculose.
PAPANICOLAU Avaliação de doença cervical, devido à alta incidência atual;
há rápida progressão da doença em pessoas HIV +.
PERFIL IMUNOLÓGICO A interpretação desse resultado auxilia na indicação de
terapia antirretroviral
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
AN02FREV001/REV 4.0
77
Podem surgir também as chamadas doenças oportunistas. Em geral, estas
doenças são de origem infecciosa. Mas, a causa pode ser bacteriana, viral, fúngica e
até mesmo neoplásica.
AN02FREV001/REV 4.0
78
FIGURA 26 - APRESENTAÇÃO DO SARCOMA DE KAPOSI
AN02FREV001/REV 4.0
79
Enquanto em crianças, ou menores de 13 anos, a evidência é dada pelo
diagnóstico de pelo menos duas doenças indicativas de AIDS de caráter leve e/ou
diagnóstico de pelo menos uma doença indicativa de AIDS de caráter moderado
ou grave e/ou contagem de linfócitos TCD 4+ menor do que a esperada para a
idade atual.
Em laboratório, a detecção da infecção pelo HIV possui três significados
importantes:
identificação de indivíduos que apresentam infecção;
identificação de indivíduos portadores do vírus;
confirmação de diagnóstico de AIDS.
Em laboratórios de rotina clínica, o diagnóstico das infecções pelo HIV se
baseia na detecção de anticorpos contra o vírus. Pois, estas técnicas de detecção,
além de apresentar bons resultados, são de baixo custo. Sendo assim, são eleitas
como método de escolha para uma triagem inicial. Porém, detectam a resposta do
hospedeiro contra o vírus, mas, não detectam o vírus diretamente. Desta forma, são
incapazes de identificar pessoas infectadas recentemente, devido ao que se chama
de janela imunológica.
Com o objetivo de realizar a detecção de anticorpos antiHIV para o
diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV, é exigido em portaria do Ministério da
Saúde o cumprimento de três etapas, conforme o QUADRO 8.
AN02FREV001/REV 4.0
80
Há exigência de que todos os conjuntos de diagnóstico utilizados
apresentem o registro do Ministério da Saúde.
Além disso, nos serviços de saúde que utilizam testes rápidos para o
diagnóstico da infecção pelo HIV. É obrigatório que na etapa um sejam realizados
dois testes (teste 1 e teste 2) em paralelo. O resultado deverá ser de acordo com o
apresentado a seguir:
a) amostra negativa para HIV – amostras negativas nos dois testes rápidos;
b) amostra positiva para HIV – amostras positivas nos dois testes rápidos.
Nos casos de resultados discordantes nestes dois primeiros ensaios rápidos,
a amostra deverá ser submetida a um terceiro teste rápido (teste 3). Com a seguinte
liberação de resultados:
a) amostra positiva para HIV – quando o terceiro teste apresentar resultado
positivo;
b) amostra negativa para HIV – quando o terceiro teste apresentar resultado
negativo. Mas, com recomendações. Coleta de uma segunda amostra, 30
dias após a emissão do resultado da primeira. Com a repetição de toda a
sequência de procedimentos.
Observe na FIGURA 27, o esquema a ser seguido nos casos de utilização
de testes rápidos para o HIV, segundo o Ministério da Saúde.
AN02FREV001/REV 4.0
81
FIGURA 27 - ESQUEMA DE UTILIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS NO
DIAGNÓSTICO DO HIV
ETAPA I
TESTE 1 + TESTE 2
ETAPA II
AMOSTRA AMOSTRA
NEGATIVA TESTE 3 POSITIVA
PARA PARA
HIV HIV
RESULTADO RESULTADO
NEGATIVO POSITIVO
AMOSTRA AMOSTRA
NEGATIVA POSITIVA
PARA PARA
HIV HIV
5.4.1 Hemofilia
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82
FIGURA 28 - SÍMBOLO DA HEMOFILIA
AN02FREV001/REV 4.0
83
No caso dos hemofílicos, atualmente o tratamento da hemofilia é feito pela
reposição desse fator ausente. Os hemocentros distribuem gratuitamente essa
medicação que é fornecida pelo Ministério da Saúde.
Agora, voltemos a tratar sobre o HIV.
5.5 EPIDEMIOLOGIA
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84
idade acima de 18 anos, nos estudos realizados em dez municípios brasileiros, entre
2008 e 2009, as maiores taxas de prevalência foram encontradas em homens que
fazem sexo com homens (10,5%). Entre usuários de drogas injetáveis (5,9%). Entre
As mulheres profissionais do sexo (4,9%).
Porém, se observa tendência de aumento na prevalência da infecção pelo HIV
nos jovens. Uma pesquisa realizada em jovens de 17 a 20 anos de idade, do Exército,
mostrou que a prevalência passou de 0,09%, em 2002, para 0,12%, em 2007.
A questão da transmissão vertical é um fator que passa por análises
frequentes. Pesquisas mostram que, até o ano de 1999, era uma das principais
vias de transmissão em menores de 13 anos de idade. Uma questão de grande
valor na análise da epidemia entre as mulheres. A qual pode estar envolvida na
alteração de outro fator: o aumento do número de casos associados à exposição
heterossexual. Um fato observado principalmente a partir de 1991. O qual foi
acompanhado de uma proporção cada vez maior de mulheres. Um fenômeno,
denominado "feminização" da epidemia.
O início da utilização de terapia antirretroviral de alta potência associada às
ações de prevenção e controle da infecção, além de outras doenças sexualmente
transmissíveis, tem impulsionado modificações no padrão da epidemia de AIDS.
O Brasil apresenta uma das políticas de luta contra a AIDS mais modernas
do mundo. Merecendo destaque a organização social para a formulação destas
políticas, o acesso às drogas utilizadas na terapia, a mobilização da comunidade
internacional e o movimento de reforma sanitária.
Tem sido observado que, apesar da luta em busca da cura da AIDS – além
do esforço em direção à vacinação aliado ao emprego de antivirais potentes com
capacidade para combater a replicação do vírus e diminuir os efeitos por ele
causados, de modo a prolongar a vida dos milhares de portadores –, não devemos
deixar a prevenção de lado.
Enfim, há de se concluir que a AIDS está diretamente relacionada ao
comportamento sexual de risco, uma união entre muitos parceiros e nenhuma
proteção. O que é diferente da relação com a orientação sexual, que se acreditava
no início da epidemia, na década de 1980.
AN02FREV001/REV 4.0
85
A AIDS é uma epidemia mundial. E, portanto, uma pandemia. Deve ser
encarada com muita cautela na vida e na saúde de uma pessoa portadora do vírus.
Sendo assim, sua prevenção é de grande valor social e moral.
O vírus linfotrópico das células T humanas tipo 1 (HTLV-1) foi pela primeira
vez descrito no ano de 1980. Em células T de paciente que apresentava linfoma
cutâneo. É um vírus que está relacionado a doenças neurológicas e leucemia.
Nos dias atuais, sabe-se que mundialmente existem mais de 10 milhões de
pessoas infectadas por esse vírus. No Brasil, a infecção é considerada endêmica.
Apesar do baixo índice de prevalência na população geral.
AN02FREV001/REV 4.0
86
de anticorpos anti-HTLV-1 em soro e líquido cefalorraquidiano (LCR) de pacientes
acometidos pela infecção na Martinica, Jamaica e Colômbia. Em 1986, outros
pesquisadores descreveram casos de PET relacionados a altas taxas de anticorpos
específicos para o HTLV-1.
Finalmente, em 1989, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu
de modo oficial que a paraparesia espástica tropical e a mielopatia associada ao
HTLV representavam a mesma doença.
6.2 CLASSIFICAÇÃO
Envelope
Transcriptase reversa
RNA viral
integrase
Capsideo (p24) protease
Matriz (p19)
AN02FREV001/REV 4.0
87
Os HTLVs estão classificados na família Retroviridae, subfamília
Orthoretrovirinae, gênero Deltaretrovirus. Atualmente, são quatro os tipos virais
reconhecidos. O HTLV-1, associado à paraparesia espástica tropical (PET) e o
HTLV-2, associado à leucemia de células T pilosas. Enquanto o HTLV-3 é
semelhante ao vírus linfotrópico de células T de símios tipo 3, STLV-3. E o HTLV-4
que não possui um correspondente entre os símios.
O HTLV-1 apresenta três subtipos geograficamente distribuídos.
Cosmopolita, Melanésia e Zaire.
AN02FREV001/REV 4.0
88
6.3.1 Leucemia de célula t do adulto (LTA)
AN02FREV001/REV 4.0
89
aproximadamente 24 meses. Em qualquer momento da doença pode ocorrer à
transição para a forma aguda.
Na FIGURA 30 estão representadas algumas das manifestações clínicas da
LTA na pele.
B
Em A, eritrodermia. Em B, pápulas.
FONTE: BITTENCOURT, A. L.; FARRE, L. Leucemia/linfoma de células T do adulto – Artigo de
revisão, 2008, p.83-84.
AN02FREV001/REV 4.0
90
6.3.2 Paraparesia espástica tropical mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH)
AN02FREV001/REV 4.0
91
6.3.4 Outras doenças associadas ao HTLV-1
AN02FREV001/REV 4.0
92
por detergentes. Porém, em muitos casos possuem também proteínas da célula
hospedeira, o que pode levar a reações falso-positivas.
O lisado viral pode também ser obtido com peptídeos sintetizados em
laboratório. Além de proteínas recombinantes, sintetizadas em organismos
geneticamente modificados pela adição de um fragmento de DNA do HTLV-1/2.
Nos casos em que o teste de ELISA apresentar positividade para o HTLV, a
confirmação deve ser realizada pela utilização do teste de western blot. O qual é
empregado também para diferenciar a infecção entre HTLV-1 e HTLV-2. A
confirmação de positividade por esses testes é dada pela presença de anticorpos
para p24, proteína de cápside. Além da presença de um dos produtos do gene env,
gp46 ou gp61.
Em alguns países, o teste de triagem é a aglutinação em partículas de látex
e a confirmação é por imunofluorescência indireta.
O teste de aglutinação em partículas de látex ou gelatina é um procedimento
fácil e de rápida execução. Não necessita de equipamentos. E, portanto, pode ser
amplamente utilizado em estudos epidemiológicos. Nestes, o importante é observar
a ocorrência de resultados falso-positivos e falso-negativos. Os quais ocorrem por
limitação da própria técnica ou pelo fenômeno prozona.
Fenômeno prozona é uma reação indeterminada. Neste caso, o fenômeno
acontece devido à presença excessiva de anticorpos. O que leva a um bloqueio de
todos os sítios antigênicos. Em consequência disso, o processo de formação da
rede de partículas é inibido e a reação é dita indeterminada. Para melhor resultado
neste ensaio, é recomendável a diluição inicial da amostra – o que irá prevenir a
concentração de anticorpos.
O teste de imunofluorescência se baseia na visualização da interação
antígeno anticorpo, por meio de fluorescência. Um ensaio de baixo custo, alta
sensibilidade e especificidade. Sua desvantagem reside na necessidade do
microscópio apropriado para sua realização.
No ensaio de imunofluorescência, a ausência de fluorescência em todas as
células caracteriza a amostra como negativa. Enquanto a presença de fluorescência
em 25% a 30% das células indica positividade. Porém, um resultado diferente dos
descritos anteriormente – muitas vezes com fluorescência em todas as células –
AN02FREV001/REV 4.0
93
indica amostra indeterminada. Há necessidade de repetição do teste ou confirmação
por western blot.
6.5 EPIDEMIOLOGIA
AN02FREV001/REV 4.0
94
soroprevalência pode atingir até 20% desta população. Observe na FIGURA 31 o
panorama da endemia pelo HTLV no mundo.
AN02FREV001/REV 4.0
95
Outros estudos mostram que a prevalência da infecção é maior nos locais
em que há maior concentração de homossexuais e bissexuais, prostitutas, pacientes
com AIDS e homens com hemofilia.
Estudos mais atuais mostram que o vírus tem uma tendência a
agrupamento, em diferentes áreas geográficas do mundo. Há variação da
prevalência de acordo com a região geográfica.
Desse modo, observa-se que, no Oriente Médio, a soroprevalência dessas
infecções é de cerca de 3% no nordeste do Irã. No Novo Mundo, a maioria dos
casos positivos ocorre em descendentes africanos, imigrantes japoneses e índios
nativos. No Caribe, a alta incidência ocorre entre a população negra de
descendência africana. Os casos de HTLV-1 relatados nos Estados Unidos ocorrem
em áreas endêmicas isoladas ou foram encontrados entre os usuários de drogas.
Por outro lado, em diversos países das Américas Central e do Sul, o vírus é
considerado endêmico. O Brasil também é um país endêmico para a infecção por
HTLV-1, sendo Salvador, na Bahia, a cidade com maior prevalência.
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96
FIGURA 32 - REPRESENTAÇÃO DE PETÉQUIA, EQUIMOSE,
PÚRPURA E HEMATOMA
A B
C D
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97
hematoma – hemorragia em tecido, macroscopicamente visível
(FIGURA D).
FIM DO MÓDULO II
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
Aluno:
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CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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100
MÓDULO III
7.1 INTRODUÇÃO
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101
7.2 HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO
AN02FREV001/REV 4.0
102
número de casos de hepatites pós-transfusão sem diagnóstico. Atualmente, estes
casos recebem a denominação genérica de hepatite não A-E. Contudo, por meio
destas pesquisas, novos vírus já foram identificados. Em alguns casos, com alta
prevalência, como o vírus da hepatite G (HGV) e o torque teno vírus (TTV). Os
quais alcançam 90% dos casos. Mas, até o momento, não se comprova a relação
destes com doenças do fígado. De qualquer forma, em nosso curso abordaremos
apenas as hepatites B, C e D. Pois, são estas que comprovadamente apresentam
relação com DSTs.
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103
8.1 HISTÓRICO DAS HEPATITES
AN02FREV001/REV 4.0
104
FIGURA 34 - FOTOGRAFIA DE BARUCH BLUMBERG, PRIMEIRO CIENTISTA A
DEMONSTRAR A RELAÇÃO ENTRE O ANTÍGENO AUSTRÁLIA E O HBV
8.2 CLASSIFICAÇÃO
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105
A FIGURA 35 apresenta uma ilustração do vírus da hepatite B, destacando
suas principais proteínas. São essas proteínas virais que marcam o estágio da
infecção no hospedeiro. Portanto, devem ser vistas com bastante atenção.
DNA polimerase
Antígeno do
core (HBcAg) Antígeno de
superfície (HBsAg)
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106
8.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
AN02FREV001/REV 4.0
107
como um marcador da presença do genoma viral. A fase de convalescença ocorre
no período entre 2 e 12 semanas após a infecção. Fase em que haverá redução dos
níveis de anticorpos do tipo IgM anti HBc, permanência de anticorpos do tipo IgG
antiHBc e desaparecimento do HBs Ag. A cura da doença aguda se dá pela
soroconversão do HBsAg para anti HBs. O que confere imunidade ao indivíduo.
Além de normalizar as enzimas hepáticas.
Observe na FIGURA 36, o gráfico demonstrativo das alterações sorológicas
que ocorrem quando o indivíduo se encontra na fase aguda da infecção. Na figura,
estão representados os momentos de aparecimento de cada um dos antígenos,
marcadores da infecção pelo HBV. Preste atenção nos detalhes. Veja que a figura
mostra o momento de maior concentração de cada um destes antígenos.
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108
ictérico, que pode ser de 1 a 21 meses de duração. É nessa fase que a urina fica
escura. O fígado geralmente torna-se aumentado e mais sensível.
A doença aguda pode evoluir para hepatite fulminante em 1% a 2% dos
casos sintomáticos. Quando ocorre na presença de febre alta, dor abdominal, e em
alguns casos convulsão, coma e alteração renal. Condição fatal em cerca de 8% dos
casos. Um processo já observado, mas que ainda merece atenção por parte dos
pesquisadores do assunto.
Indivíduos adultos infectados, em cerca de 90% dos casos, não desenvolvem
sintomas. Porém, os 10% restantes podem desenvolver hepatite crônica com
evolução para cirrose e hepatocarcinoma. Um pequeno número poderá desenvolver
hepatite fulminante e seguir para o óbito. Entre as crianças, entretanto, devido ao
sistema imune imaturo, em cerca de 90% dos casos, há evolução para a condição de
portadores crônicos da doença. A evolução para a cura em adultos ocorre em cerca
de 90% dos casos. Em cerca de 70% dos casos, a infecção é subclínica.
Veja nos quadros a seguir um resumo dos marcadores sorológicos de
infecção pelo HBV.
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109
QUADRO 11 - MARCADORES DE FASE FINAL DA HEPATITE AGUDA PELO HBV
MARCADORES DA FASE FINAL DA HEPATITE AGUDA PELO HBV
HBsAg* REAGENTE ou NÃO REAGENTE
Anti HBc IgM** REAGENTE ou NÃO REAGENTE
Anti HBc total REAGENTE
Anti HBs REAGENTE ou NÃO REAGENTE
HBeAg NÃO REAGENTE
Anti HBe REAGENTE
*HBsAg – primeiro marcador que surge na infecção aguda pelo HBV - surge em torno de quatro
semanas pós exposição; declina e se torna não detectável até a 24ª semana;
**anti HBc IgM – marcador de infecção recente pelo HBV - encontrado até 32 semanas pós-
infecção; porém, pode se apresentar na fase crônica nos casos de nova infecção aguda.
FONTE: Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ABCDE_diagnostico_hepatites_virais.pdf 2009>.
Acesso em: 18 ago. 2012.
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110
8.3.2 Hepatite crônica pelo HBV
A B
C D
Em A, avanço de septos fibrosos, com infiltrado inflamatório para os pseudolóbulos. Em B, processo
inflamatório intenso em septos fibrosos. Em C, necrose de hepatócito. Em D, hepatócitos em vidro
fosco, característico (não patognomônico) de hepatite B crônica.
FONTE: Disponível em: <http://anatpat.unicamp.br/lamfig4.html>. Acesso em: 17 ago. 2012.
AN02FREV001/REV 4.0
111
Nos casos em que a pessoa tem a infecção de forma crônica, mas não
apresenta manifestações clínicas, a replicação viral é baixa ou ausente. Não
apresenta evidência de alterações graves à histologia hepática. Essa pessoa é
considerada um portador assintomático. Nessas situações, em geral, a evolução
tende a ser benigna. Porém, essas pessoas são capazes de transmitir o HBV.
Possuem importância epidemiológica na perpetuação da infecção.
Em acordo com o surgimento das proteínas virais o desenvolvimento da
infecção crônica pelo HBV pode-se distinguir em três fases. Visualize essas
alterações com a ajuda da FIGURA 38 para melhor entendimento. Observe que, em
cada fase, essas proteínas surgem como marcadores da doença.
AN02FREV001/REV 4.0
112
Diminuição da replicação viral – desaparecimento do HBeAg;
aparecimento de anti HBe (por intensificação de resposta imunológica);
lesões hepáticas graves e alto risco de cirrose.
Inativação de replicação viral – síntese contínua de anti HBsAg; alto
risco de desenvolvimento de hepatocarcinoma e possível reativação da
infecção e restabelecimento da infecciosidade.
A infecção crônica do HBV pode ainda se manifestar na população de três
maneiras diferentes: infecção crônica persistente, infecção crônica ativa ou na forma
de cirrose hepática. Veja a diferença entre estas três a seguir.
hepatite crônica persistente – o paciente em geral é assintomático, o
exame clínico é normal ou com hepatomegalia discreta. Elevação de
transaminases em até quatro vezes os valores referência. Os outros testes
hepáticos são normais. A histologia mostra a presença de infiltrado
inflamatório de grau moderado (veja FIGURA 37A). Em geral, possuem bom
prognóstico, mas pode evoluir para a forma crônica ativa com persistência
de replicação viral.
hepatite crônica ativa – caracterizada por enfraquecimento e icterícia,
hepatomegalia moderada, fosfatase alcalina e gamaglutamiltranspeptidase
(GGT) normais ou pouco elevadas, esplenomegalia, infiltrado inflamatório
intenso com predominância de células mononucleadas.
cirrose – é doença progressiva. Há formação excessiva de tecido
conjuntivo e alto risco de evolução para hepatocarcinoma.
Agora, observe no quadro a seguir, um pequeno resumo do comportamento
dos marcadores do HBV em casos de hepatite crônica.
AN02FREV001/REV 4.0
113
HBeAg* REAGENTE
Anti HBe REAGENTE ou NÃO
REAGENTE
HBeAg* - em pacientes infectados por cepas com mutação pré
core - não produtoras do HBeAg - esse marcador se encontra
não reagente. Há recomendação de testes de biologia
molecular para avaliação de carga viral.
FONTE: Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ABCDE_diagnostico_hepatites_virais.pdf 2009>.
Acesso em: 18 ago. 2012.
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114
8.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
São testes que detectam diversas alterações no fígado, mas que não
apresentam a etiologia da doença. Em resumo, são testes que mostram uma
modificação de funcionamento ou morfologia, sem apresentar a causa. Após a
observação e análise do resultado destes, o indivíduo é encaminhado para a
comprovação de quadros de hepatite viral. Neste momento é que serão solicitados
os testes específicos das hepatites virais, denominados testes sorológicos.
Os exames laboratoriais inespecíficos incluem as dosagens dos diversos
marcadores bioquímicos. É por meio destes testes que o fígado será avaliado. São
exames que permitem a avaliação do funcionamento do fígado. São eles que
denunciam a presença de lesão no fígado, comprovam a existência de complicações
associadas ao processo de cirrose, bem como são capazes de identificar o estágio
desse processo.
Enfim, estes exames são de grande auxílio na investigação da etiologia da
doença hepática. Sendo assim, vários são os testes utilizados para este fim. No
QUADRO 14 estão alguns destes marcadores bioquímicos, e sua utilidade no
diagnóstico de hepatite.
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115
QUADRO 14 - MARCADORES BIOQUÍMICOS E UTILIZAÇÃO NO DIAGNÓSTICO
ENZIMA FINALIDADE
AMINOTRANSFERASES AST* Avaliar lesão hepática
(Transaminases) ALT* *
BILIRRUBINAS
GAMAGLUTAMILTRANSFERASE
PROTROMBINA Avaliar função de síntese do fígado
PROTEÍNAS SÉRICAS
ALFA-FETOPROTEÍNA Avalia complicações e estágio de cirrose
AST* - Aspartato aminotransferase; ALT* *- Alanina aminotransferase;
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
AN02FREV001/REV 4.0
116
Entretanto, é necessário cautela na hora de compreender o significado
desses exames sorológicos. A tarefa não é fácil e é motivo de confusão entre os
portadores, e, também, entre os profissionais da saúde que não estão acostumados
a lidar com a hepatite B. Em seguida, estão relacionados os marcadores do HBV,
bem como suas funções. Observe:
HBsAg – antígeno de superfície do HBV
Primeiro marcador que surge após a infecção. Por volta do 30º a 45º dias.
Na hepatite aguda pode permanecer detectável por até 120 dias. Entretanto, alcança
níveis indetectáveis em até 24 semanas. Sua persistência além de seis meses
caracteriza infecção crônica. É utilizado na triagem da hepatite B.
Há mutações que podem alterar a conformação do HBsAg e, em
consequência, inibir a sua detecção pelos testes imunoenzimáticos usuais. Sendo
assim, nos casos em que a sorologia para o HBsAg se apresentar negativa, um
indicativo de infecção oculta, é recomendável avaliar a carga viral do HBV, com o
auxílio da biologia molecular.
Anti-HBc IgG – anticorpos do tipo IgG contra o antígeno do núcleo do HBV
Marcador que indica contato prévio com o vírus. Vai permanecer detectável
por toda a vida nos indivíduos que tiveram a infecção.
Anti-HBc total – marcador de triagem para a hepatite B
Detecta e comprova a presença de anticorpo do tipo IgG bem como do
anticorpo do tipo IgM. É utilizado na triagem da hepatite B.
Por isso quando o resultado de anti-HBc total é reagente é importante a
definição do resultado. Para verificar se é devido aos altos títulos de IgG que garante
imunidade por infecção passada ou imunidade por resposta vacinal. Ou pelos altos
títulos de IgM, que indica fase aguda de doença.
Anti-HBc IgM – anticorpos do tipo IgM contra o antígeno do núcleo do HBV
Marcador de infecção recente encontrado no soro até 32 semanas após a
infecção; portanto, confirma o diagnóstico de hepatite B aguda. Pode, em alguns
casos, estar presente na fase crônica.
Anti-HBs – anticorpos contra o antígeno de superfície do HBV
É o único marcador que dá indicação de imunidade ao vírus. É indicativo de
cura. Sua presença no soro ocorre logo após o desaparecimento do HBsAg. Surge
de modo isolado em indivíduos que foram vacinados.
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117
HBeAg – antígeno “e” do HBV
É indicativo de replicação viral; de alta infectividade. Na fase aguda surge
após o aparecimento do HBsAg e pode permanecer por até dez semanas; em
doença crônica, o HBeAg presente indica replicação viral e, portanto, atividade da
doença.
Anti-HBe – anticorpo contra o antígeno “e” do HBV
Surge após o desaparecimento do HBeAg. Indica o fim da fase de replicação
viral. Seu surgimento é marcador de bom prognóstico na hepatite aguda pelo HBV.
A soroconversão de HBeAg para anti-HBe indica alta probabilidade de
resolução da infecção nos casos agudos. Na hepatite crônica, a presença do anti-HBe
indica ausência de replicação viral, e, portanto, menor atividade da doença.
O QUADRO 15 apresenta a interpretação dos testes sorológicos para
hepatite B, com a utilização dos marcadores encontrados no soro de indivíduos
infectados. Observe que, após a leitura, fica simples de chegar a um diagnóstico
satisfatório. Compare com o que está descrito no texto.
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118
8.4.3 Exames adicionais
8.5 EPIDEMIOLOGIA
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119
Sabe-se que o HBV provoca hepatite aguda em um terço da população
atingida, e 1/1000 infectados pode contrair a doença na forma fulminante. Enquanto
em 10% dos casos a doença torna-se crônica, especialmente nos homens.
Pesquisadores associam a persistência e sobrevivência do HBV na
população a fatores como: estabilidade do vírus, variadas formas de transmissão e,
principalmente, a existência de portadores crônicos.
Em países industrializados, as duas principais vias de transmissão do HBV
são o contato com sangue infectado e as relações sexuais desprotegidas. Enquanto,
nos países em desenvolvimento, a transmissão vertical também é uma forma
importante de contaminação. O que se comprova pelo fato de que as infecções
materno-infantil, vertical e horizontal, nos primeiros anos de vida, ocorrem em
regiões de alta endemicidade como África, China e sudeste asiático. Já em regiões
de baixa endemicidade, como Europa, EUA e Austrália, a contaminação ocorre na
vida adulta.
Quanto ao Brasil, é interessante saber que, estudos realizados no final da
década de 80 e início dos anos 90 sugeriram uma tendência crescente da infecção
pelo HBV em direção à região Sul/Norte, e, descreveram três padrões de
distribuição:
alta endemicidade – região Amazônica, alguns locais do Espírito Santo e
oeste de Santa Catarina;
endemicidade intermediária – regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste;
baixa endemicidade – região Sul.
Entretanto, após a introdução da política de vacinação contra o HBV – iniciada
em 1989, no estado do Amazonas –, houve grande alteração desse padrão. Há
regiões do estado do Amazonas em que o percentual de portadores do HBV passou
de 15,3 %, em 1988, para 3,7%, em 1998. O que fez essa região passar a ocupar a
classificação de baixa ou moderada endemicidade, permanecendo na categoria de
alta endemicidade apenas a região sudeste do Pará.
O surpreendente ocorre na região Sul, onde o estado de Santa Catarina
passou para a classificação de prevalência moderada. Enquanto o oeste do Paraná
permanece como região de alta endemicidade. Porém, esses padrões distintos, de
classificação em uma mesma região, também ocorreram nas regiões Sudeste e
AN02FREV001/REV 4.0
120
Centro-Oeste. Sendo válido salientar que a região Nordeste, como um todo, está em
situação de baixa endemicidade.
É válido ressaltar que essas modificações da infecção pelo HBV em
números foram observadas mundialmente. Pesquisas mostram que, de 1990 a
2005, a prevalência de infecção crônica por HBV diminuiu na maioria das regiões.
O que foi evidenciado em regiões da África, América Central, Sudeste da Ásia e
da Europa Central.
O fato mais importante a se observar é que, apesar desta diminuição da
prevalência, o número absoluto mundial de pessoas que apresentam positividade
para o HBsAg aumentou de 223 milhões, em 1990, para 240 milhões, em 2005.
Quanto à idade específica de prevalência, observou-se alguma variação
por região geográfica. No qual o declínio mais forte foi visto em crianças do
Sudeste Asiático.
Há um consenso entre diversos pesquisadores para a existência de grupos
na população nos quais a prevalência de infecção é maior do que no restante da
população. Referem que entre estes estão os indivíduos que apresentam hábitos
considerados de alto risco, como os profissionais da saúde, usuários de drogas
injetáveis que compartilham seringas e pessoas que se submetem à hemodiálise.
Além de homens que fazem sexo com outros homens e profissionais do sexo.
Estudiosos concluem que os declínios na prevalência de infecção pelo HBV
podem estar relacionados à imunização expandida.
AN02FREV001/REV 4.0
121
A hepatite C é uma doença de evolução lenta. Entretanto, possui elevado
índice de cronicidade. Além de ser potencialmente fatal. Sendo, portanto,
considerada a maior causa de óbitos entre os diferentes tipos de hepatite.
O HCV é causa importante de hepatite crônica, cirrose e carcinoma
hepatocelular. O carcinoma hepatocelular é uma das principais doenças malignas
atualmente, considerado o quinto tumor maligno mais frequente em todo o mundo. É
o responsável por aproximadamente dois terços das mortes por câncer. Estudos
atuais apontam para a existência de 170 milhões de pessoas cronicamente
infectadas pelo vírus.
Veja na FIGURA 39 a imagem do HCV em microscopia eletrônica.
AN02FREV001/REV 4.0
122
9.1 HISTÓRICO
9.2 CLASSIFICAÇÃO
AN02FREV001/REV 4.0
123
FIGURA 40 - ILUSTRAÇÃO DO VÍRUS DA HEPATITE C E SUAS PROTEÍNAS
PROTEINAS DO ENVELOPE
RNA VIRAL
PROTEINAS DO
AN02FREV001/REV 4.0
124
apresenta com sintomas inespecíficos, característicos de infecção por outros
agentes virais. O que acaba por favorecer a sua evolução para a forma crônica.
A sintomatologia aguda da doença ocorre em menos de 20% dos infectados.
Estes, geralmente, apresentam dor, prostração, anorexia, náuseas ou vômitos. Cujo
tempo médio de duração é de 2 a 12 semanas. Precedendo os sintomas
característicos de hepatite, tais como acolia fecal e colúria. Em torno de 25% dos
casos de indivíduos sintomáticos evidenciam icterícia. Em aproximadamente 25% a
50% dos acometidos a remissão ocorre de maneira espontânea.
Apesar de rara, a forma fulminante da hepatite C pode ser vista em 1% dos
indivíduos que apresentam a infecção aguda. Entretanto, estes casos são mais
comuns em imunodeprimidos. Sendo principalmente detectados quando há
coinfecção por outros agentes virais, como o HAV e/ou o HBV.
A evolução para a forma crônica da doença pode acontecer em uma média
de 70% dos acometimentos. Mas, varia entre 60% e 85% dos casos. Em geral, após
um período de seis meses de infecção. Estes casos são caracterizados pela
elevação das enzimas hepáticas. Além da inflamação e dos sinais de lesão hepática
que se apresentam na histopatologia.
Comprova-se, então, que a infecção pelo HCV apresenta algumas
similaridades à infecção pelo HBV. Pode tornar-se crônica. Além de ser possível
evoluir para cirrose hepática, ou até mesmo progredir para outras complicações
como carcinoma hepatocelular.
Porém, o padrão da infecção crônica e a progressão de lesão hepática
podem ser influenciados por fatores diretamente ligados ao hospedeiro. Observa-se
que a maior probabilidade de evolução para a cura ocorre em indivíduos de raça
branca, mais jovens, do sexo feminino. Sendo com frequência visto também entre
pacientes que demonstraram sintomatologia na fase aguda da doença.
Normalmente entre o terceiro e quarto mês após o início do quadro sintomático.
O quadro de cirrose decorre da evolução de 20% a 30% dos casos de
doença crônica. Em torno de 5% a 10% destes apresentam hepatocarcinoma. Um
quadro que pode resultar no óbito de até 10% dos acometidos. Entretanto, a
evolução para cirrose está associada a determinados fatores. Entre estes podemos
citar o tempo de duração da infecção, uso abusivo de álcool, idade do paciente, sexo
masculino e coinfecção com HIV. Assim como a baixa contagem de CD4. Da mesma
AN02FREV001/REV 4.0
125
forma que outras alterações relacionadas ao metabolismo, como diabetes e até
mesmo obesidade também estão sendo indicadas como cofatores para modificação
da fibrinogênese hepática.
DOENÇA AGUDA
80% DOENÇA
20% CURA CRÔNICA
40%
PROGRESSÃO 60% SEM
DA DOENÇA PROGRESSÃO
(CIRROSE) DA DOENÇA
AN02FREV001/REV 4.0
126
Sendo assim, o fator mais importante da hepatite C reside nos casos de
doença crônica. Observe a evolução da doença na FIGURA 41. Veja que a forma
crônica ocorre em cerca de 70% a 80% dos indivíduos infectados. Enquanto apenas
uma pequena parte, 20% a 30%, evoluem para a cura de maneira espontânea.
AN02FREV001/REV 4.0
127
Enfim, cientistas observam que a infecção pelo vírus da hepatite C se apresenta
como doença sistêmica. Igualmente ao que ocorre com as outras hepatites de
etiologia viral. Entretanto, nas infecções pelo vírus da hepatite C há maior frequência
de manifestações extra-hepáticas do que nos outros casos de hepatites virais.
AN02FREV001/REV 4.0
128
acompanhamento da hepatite C são aqueles que detectam os níveis de
aminotransferases, principalmente a ALT.
Pois, em indivíduos portadores de hepatite C aguda os níveis de ALT
costumam se apresentar entre 400-800U/L. Quando os níveis normais são vistos
abaixo de 100U/L. Com diferenças observadas entre os valores para o sexo
feminino e masculino. Em geral, esses valores são de até 31U/L (mulheres) e de
37U/L (homens).
Porém, em um período de 45 a 60 dias, os níveis normais retornam. Mas,
nos casos de hepatite aguda prolongada a elevação persiste por até nove meses.
Observe essa alteração na FIGURA 42.
O gráfico compara as alterações das ALT com o início dos sintomas de hepatite, surgimento do RNA
viral e do anti HCV.
AN02FREV001/REV 4.0
129
FONTE: SARACENI, C. P. Vigilância das hepatites virais: a experiência de Vargem Grande Paulista.
1997-1999. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública). São Paulo: Faculdade de Saúde Pública,
2001.
AN02FREV001/REV 4.0
130
Hoje, os mais normalmente utilizados são os do tipo enzyme linked immunosorbent
assay (ELISA) de terceira geração. Os quais apresentam algumas vantagens, como
custo relativamente baixo, confiabilidade elevada e rapidez no processamento, além
da facilidade de automação. Entretanto, o resultado do teste não direciona se a
infecção é ativa ou se já foi resolvida. Sendo assim, apenas confirma exposição
anterior ao vírus.
Outro fator de especial atenção nos testes de ELISA é a possibilidade de
resultados falso-positivos. Pois, o teste de ELISA apresenta alta sensibilidade.
Devido a isto, é necessário que sejam utilizados os chamados testes
complementares ou confirmatórios. Entre estes, destaca-se o uso do ensaio
denominado recombinant immunoblot assay (RIBA). Com apenas um resultado
positivo apresentado pelo RIBA, confirma-se reatividade específica do anti-HCV.
De modo contrário ao que ocorre com as outras hepatites virais, a
comprovação de anticorpos do tipo IgM não diferencia as formas aguda e crônica.
Pois, estes podem surgir tardiamente, persistir na infecção crônica ou até mesmo
nem aparecer.
Estudos realizados em bancos de sangue apontam para um novo teste do
tipo enzyme immunoassay (EIA), com sensibilidade elevada que detecta o antígeno
do HCV no plasma ou no soro de pacientes. A introdução deste novo teste irá
possibilitar a detecção do antígeno do HCV logo após a infecção, ainda nas
primeiras duas semanas. De maneira similar ao que já ocorre com os testes de
Biologia Molecular. Os quais estão descritos a seguir.
AN02FREV001/REV 4.0
131
Na hepatite C, os testes de Biologia Molecular são indicados principalmente
no diagnóstico inicial da infecção, nos casos de diagnóstico de infecção vertical, no
diagnóstico de acidente ocupacional, além do diagnóstico de imunossuprimidos,
monitoramento de terapia e caracterização do genótipo do HCV.
Na dependência de sua finalidade, os testes moleculares podem ser
utilizados de modo qualitativo ou quantitativo.
Nos casos em que os testes qualitativos são utilizados, o resultado apenas
indica a presença (ou não) do ácido nucleico do HCV (RNA). Sendo assim, o
diagnóstico será positivo para a presença do RNA viral ou negativo no caso de
ausência.
A comprovação da presença do RNA do HCV pode ser determinada duas
semanas após a infecção. Entretanto, essa possibilidade diminui após o surgimento
dos anticorpos. De tal maneira que em até 15% das infecções agudas a detecção
torna-se dificultada. A PCR do tipo qualitativa é o método de eleição para este tipo
de diagnóstico.
O modo qualitativo da PCR também pode ser empregado para avaliar a
resposta final de certos tipos de tratamento antiviral. Nestes casos, quando o paciente
apresentar um resultado negativo será considerado respondedor ao tratamento.
A utilização de testes moleculares de modo quantitativo servirá para apontar
a carga viral. Estes testes são utilizados em algumas formas de tratamento. Quando
há necessidade de realizar a avaliação de uma resposta viral precoce na 12ª
semana. Esta resposta é reconhecida como negativação, ou redução do ácido
nucleico do vírus, em relação ao nível anterior ao tratamento. Para este fim, deve-se
sempre realizar o mesmo método para o acompanhamento de cada paciente. Pois,
em alguns casos, os resultados podem variar de um ensaio para outro.
Os testes moleculares podem ainda ser utilizados na definição do genótipo
viral. Esta informação será de grande valor na determinação do esquema
terapêutico mais indicado para cada caso. Portanto, todos os indivíduos que se
apresentarem para tratamento devem ser submetidos a estes testes.
Além disso, os testes de genotipagem servem também para avaliar a rota de
transmissão. Principalmente nos casos em que as infecções nosocomiais são
possíveis.
AN02FREV001/REV 4.0
132
9.5 EPIDEMIOLOGIA
AN02FREV001/REV 4.0
133
FIGURA 43 - REPRESENTAÇÃO DA PREVALÊNCIA MUNDIAL
DO VÍRUS DA HEPATITE C
DESCONHEC
IDO
AN02FREV001/REV 4.0
134
estudos que apontem a comprovação da verdadeira prevalência da infecção pelo
HCV. Na literatura observa-se que as pesquisas relacionadas à hepatite C que se
realizam no Brasil são direcionadas a determinadas populações ou áreas
geográficas. O que nos remete à necessidade de estudos mais abrangentes em
torno do assunto.
Recentemente, pesquisas foram realizadas em doadores de sangue em
diferentes regiões do Brasil. Os resultados destas indicam a prevalência de anti-HCV
nas diversas regiões de maneira distinta, semelhante ao que ocorre em todo o
mundo. As maiores prevalências de indivíduos doadores de sangue portadores do
anti-HCV foram detectadas nas regiões Norte, Nordeste e Sul, nas quais se verificou
a existência de 0,62%, 0,55% e 0,46%, respectivamente. Enquanto na região
Centro-Oeste foi observado o índice mais baixo de prevalência, 0,28%.
Sendo assim, diante dos resultados apontados, comprova-se apenas que o
número de indivíduos infectados é impreciso. Dados reais que informem a
verdadeira prevalência no Brasil não existem. No entanto, presume-se que a
prevalência do HCV no Brasil está acima das estimativas atuais. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) apresenta uma estimativa de 2,5% a 4,9% para a
população brasileira.
Outras pesquisas apontam ainda que indivíduos que apresentam infecção
pelo vírus da hepatite C possuem risco elevado de infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana. Devido à similaridade de transmissão entre as duas
infecções. Entretanto, acredita-se que haja maior facilidade de transmissão
sanguínea pelo HCV entre os usuários de drogas injetáveis do que pelo HIV. Há
estimativas de que em torno de 0,3% da população que se expõe a agulhas
contaminadas pelo HIV também apresentarão a infecção. Enquanto entre os
indivíduos que se expõem a agulha contaminada pelo HCV, 2% a 8% irão se
apresentar infectados.
Enfim, observa-se que o fato de a infecção pelo HCV apresentar evolução
lenta – além do fato de ser uma doença potencialmente fatal – torna a infecção pelo
HCV a hepatite que apresenta maior causa de óbitos entre todos os tipos.
AN02FREV001/REV 4.0
135
9.6 SÍNDROME DE SJÖGREN
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136
Entretanto, os sintomas orais e oculares são os de maior relevância no
diagnóstico. Pois, são estes que sempre se apresentam.
Na maioria dos casos, observa-se xeroftalmia, ou ceratoconjuntivite seca ou
perda de lubrificação ocular. Uma patologia geralmente reconhecida nos portadores
por uma sensação de areia nos olhos. Em casos de maior severidade pode levar ao
surgimento de crosta ao redor do olho.
Além disso, evidencia-se também xerostomia. Representada por secura em
lábios, faringe e língua. As quais ocasionam dificuldade de mastigação e da fala.
Veja na figura algumas das alterações clínicas observadas em pacientes
acometidos pela síndrome.
C D
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137
9.6.1 Diagnóstico da Síndrome de Sjögren
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138
FIGURA 45 - IMAGEM DO VÍRUS DA HEPATITE D
EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA
FONTE: FONSECA, JCF. Hepatite D Artigo de revisão. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical. n. 35(2). p. 181-190, 2002.
10.1 HISTÓRICO
O vírus da hepatite D foi descrito pela primeira vez por Mário Rizzeto e
colaboradores no ano de 1977 (observe a foto de Mario Rizzeto na FIGURA 46). Na
ocasião, o vírus foi observado nas células hepáticas de um paciente que apresentava
infecção crônica pelo vírus da hepatite B. Sendo assim, o HDV foi detectado nos
hepatócitos como um antígeno nuclear. Da mesma forma que se percebe a existência
do HBcAg. De tal maneira que foi inicialmente associado ao HBV. Apenas depois de
algum tempo passou a ser reconhecido como antígeno Delta.
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139
FIGURA 46 - FOTO DE MARIO RIZZETO, PRIMEIRO PESQUISADOR A RELATAR
A EXISTÊNCIA DO HDV
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140
10.2 CLASSIFICAÇÃO
Nos dias atuais, o HDV é visto como um vírus defectivo, correspondente aos
viroides. A partícula do HDV não possui envelope próprio. É um vírus que para
sobrevivência e propagação tira proveito do DNA e do envelope do vírus da hepatite
B. O AgHD (antígeno da hepatite Delta), proteína específica do HDV, está presente
na porção interna do envelope do HBV. Não se observa a existência de capsídeo,
apenas do AgHD. Sabe-se, porém, que o vírus possui ácido nucleico do tipo RNA,
circular de fita simples.
O HDV é considerado um dos menores vírus já conhecidos. Sua partícula
possui em torno de 36nm. É um vírus que ainda não apresenta uma família definida.
Entretanto, está classificado no gênero Deltavirus. Veja na FIGURA 47 a ilustração
do vírus da hepatite Delta e suas proteínas, observe que conforme foi mencionado
anteriormente, não existe capsídeo.
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141
10.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
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142
fadiga e náuseas permanecem. Enquanto isso, as fezes tornam-se claras. A urina
torna-se escura e os níveis de bilirrubina no sangue sobem.
Nos indivíduos que evoluem para doença crônica, a sintomatologia ocorre
com menos intensidade do que na forma aguda da doença. Os casos de cirrose
podem surgir em 60% a 70% dos indivíduos. O que pode ocorrer em um período
entre cinco e dez anos. Porém, existem casos em que pode surgir em 24 meses
após a infecção.
A forma fulminante da hepatite D é pouco comum. Entretanto, é mais normal
do que acontece com os outros tipos de hepatite viral. Tornando-se evidente por
meio da dificuldade de concentração, sonolência, mudanças de personalidade,
encefalopatia hepática, distúrbios do sono, confusão e comportamentos anormais
que, por fim, levam o paciente ao estado de coma.
Contrariamente ao que ocorre com o vírus da hepatite B, o HDV não
apresenta manifestações extra-hepáticas.
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143
QUADRO 16 - MARCADORES DE INFECÇÃO PELO HDV
Anti-HD total Ótimo para triagem da hepatite D - detecta tanto o anti–HD IgM quanto o
anti–HD IgG
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144
da sorologia. A FIGURA 48 apresenta o perfil sorológico de indivíduos acometidos
pelo HDV nas duas situações, coinfecção e superinfecção. Compare-os.
COINFECÇÃO SUPERINFECÇÃO
ICTERÍCIA
sintomas SINTOMAS
ALT elevada
HDV RNA
HDV RNA
HBsAg
HBsAg
Exposição
ao HDV
8 10 12 semanas Exposição 1 3 6 semanas
ao HDV
Anti-HBs
Anti-HDV IgM
Anti-HDV IgM
Anti-HDV total
Anti HDV total
FONTE: Adaptado de: OLIVEIRA, K. R. V. et al. Coinfeção HBV/HDV. Gaz. méd. Bahia. v. 76, 2006.
AN02FREV001/REV 4.0
145
A identificação do HDAg (antígeno da hepatite Delta) em tecido por meio de
ensaios, como imunoperoxidase ou imunofluorescência, representa o melhor método
de diagnóstico das diferentes formas da infecção pelo vírus da hepatite Delta.
Entretanto, o HDAg pode também ser identificado com o auxílio da sorologia.
Quando poderá ser identificado em um período ainda precoce da infecção primária.
Além de ser de utilidade na confirmação de casos de coinfecção ou superinfecção.
Por meio da detecção de anticorpos do tipo IgM anti-HD ou IgG anti-HD.
É sempre bom estar atento também para o fato de que o vírus da hepatite
Delta necessita do vírus da hepatite B para propagação.
Sendo assim, vamos voltar só um pouco para ver o significado de alguns
marcadores de infecção pelo vírus da hepatite B. Aqueles que podem auxiliar na
busca da infecção pelo HDV.
Veja adiante os marcadores do HBV também utilizados na pesquisa do HDV.
Reflita sobre eles. Observe, no QUADRO 17, os marcadores do HBV que se
mostram importantes na triagem e acompanhamento da infecção pelo HDV.
Nos casos em que há suspeita de infecção pelo HDV, deve-se realizar a
triagem do agente da hepatite D. Este é sempre o passo inicial. De tal maneira, que
o primeiro procedimento a ser feito é a pesquisa dos marcadores HBsAg, anti-HBc
total e anti-HDV total. Lembre-se de que o HBsAg e o anti-HBc total são os
marcadores a ser solicitados sempre que há suspeita de infecção pelo HBV.
Observe a importância de cada um na infecção.
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146
Em caso de infecção pelos vírus da hepatite B e da hepatite D, os marcadores
do HBV em associação com o anti-HDV IgM, o anti-HDV IgG e o anti-HDV total irão se
mostrar presentes ou ausentes. O que irá apontar se o caso representa superinfecção
ou coinfecção.
Observe a seguir como estes resultados irão se apresentar em cada tipo de
infecção. Inicialmente, serão apresentados os resultados para os casos de
coinfecção pelos vírus da hepatite B e hepatite Delta. Em seguida, observe a
diferença dos resultados para o caso da superinfecção. Veja também que infecções
recentes e passadas apresentam resultados diferentes.
LEMBRETE
COINFECÇÃO Ocorrência de infecção simultânea pelo HBV e HDV.
SUPERINFECÇÃO Ocorrência de infecção pelo HDV em indivíduo portador do
HBV.
Agora, veja nos quadros a diferença dos resultados para cada uma das
infecções. Inicialmente, estão representados os resultados da sorologia para os
casos de coinfecção pelos vírus da hepatite B e hepatite Delta. Logo a seguir, você
poderá fazer a comparação.
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147
QUADRO 19 - RESULTADO DA SOROLOGIA
APÓS COINFECÇÃO POR HBV E HDV
MARCADOR RESULTADO ESPERADO
HBsAg NEGATIVO
Anti HBs POSITIVO
Anti HBc total POSITIVO
Anti HBc IgM NEGATIVO
Anti HDV total POSITIVO
Anti HDV IgM NEGATIVO
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
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QUADRO 21 - RESULTADO DA SOROLOGIA APÓS
SUPERINFECÇÃO POR HBV E HDV
MARCADOR RESULTADO ESPERADO
HBsAg POSITIVO
Anti- HBc total POSITIVO
Anti-HBc IgM NEGATIVO
Anti-HDV total POSITIVO
Anit-HDV IgM NEGATIVO
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
10.5 EPIDEMIOLOGIA
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149
Enquanto isso, observa-se também a existência de outros locais, como o
leste asiático, onde a hepatite Delta é pouco comum. Apesar de se demonstrar a
presença do HDV em até 20% dos indivíduos que apresentam hepatite aguda em
alguns casos de positividade para o HBsAg, na Índia e na China.
O Brasil exibe áreas que apresentam baixa endemicidade, como as
regiões Sudeste e Sul. Mas, também exibe outros locais, como a região
Amazônica e oeste de Santa Catarina, nos quais a infecção pelo vírus da hepatite
Delta apresenta alta endemicidade.
Veja na FIGURA 49 a demonstração das áreas em que o HDV está presente
em todo o mundo em diferentes proporções. Observe que, no Brasil, as diferentes
regiões apresentam prevalências distintas.
AN02FREV001/REV 4.0
150
Outras pesquisas apontam que a infecção pelo vírus Delta apresenta-se de
modo menos frequente que o vírus da hepatite B entre profissionais do sexo e
homens que fazem sexo com homens.
Observa-se também que a hepatite D é uma doença comum em todas as
faixas etárias. Entretanto, sabe-se da existência de locais, como a Amazônia, onde
há maior prevalência de crianças e jovens. Enquanto em outros locais, como a Itália,
o maior número de casos acontece em indivíduos entre 30 e 50 anos de idade.
Enfim, observa-se em consenso que o vírus da hepatite Delta representa
importância em saúde pública nos locais em que o vírus da hepatite B se apresenta
de modo endêmico.
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151
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
152
CURSO DE
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
153
MÓDULO IV
11.1HISTÓRICO E APRESENTAÇÃO
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154
FIGURA 50 - HIPÓCRATES E SEU JURAMENTO
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155
Entretanto, o reconhecimento da origem viral para as verrugas não genitais
ocorreu em 1949, após estudos com microscopia eletrônica. Evidências que foram
confirmadas apenas na segunda metade do século XX.
11.2 CLASSIFICAÇÃO
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156
À medida que novos tipos de HPV foram descobertos, passaram a receber
números sequenciais. O que nos leva ao conhecimento atual de tipos, como HPV-6,
HPV-16 e HPV-52. Veja no QUADRO 22, a seguir, alguns dos tipos mais frequentes
em infecções da região genital, ou seja, aqueles que podem surgir nas DSTs.
BENIGNAS DA PELE 1, 2, 3, 4, 10
BENIGNAS DA MUCOSA ANOGENITAL 6, 11, 40, 42, 43, 44, 53, 56, 66, 68
MALIGNAS DA MUCOSA ANOGENITAL 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 58
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157
amadurecimento sexual. Consequentemente, é nesse grupo em que há maior troca
de parceiros sexuais. Um fator que proporciona aumento no contato com o vírus e
amplia as chances de disseminação da infecção.
Observe no QUADRO 23, a prevalência de infecção pelo HPV no estado de
Santa Catarina. Veja a faixa etária de maior acometimento.
FONTE: DST – Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis n. 20(2). p. 73-79, 2008.
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158
grego e significa tumor redondo e acuminado. Portanto, condiloma acuminado é um
tumor arredondado e pontudo.
As lesões invisíveis afetam principalmente o colo do útero, vagina, vulva,
ânus e pênis. São estas lesões que podem levar ao desenvolvimento de cânceres
na área genital. Merecendo destacar aqui, o câncer de colo uterino; a terceira causa
de mortes por câncer em mulheres sexualmente ativas.
No Brasil, a infecção pelo HPV é a segunda maior causa de mortes por
câncer em mulheres.
Observe na FIGURA 52 que o câncer de colo uterino ocorre devagar até
alcançar um estágio mais avançado. Estudos mostram que a passagem de uma fase
para a outra é de aproximadamente dez anos. É por isso que ele pode ser prevenido
com o exame de papanicolau. Daí ocorre a importância de o exame preventivo ou
exame ginecológico com a coleta de material para o exame de papanicolau
anualmente.
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159
Na área genital, o HPV pode também surgir na forma de tumores grandes.
Os chamados tumores de Buschke–Lowenstein ou condiloma gigante, também
considerados uma doença sexualmente transmissível. Inicialmente, esses tumores
foram descritos por Buschke, em 1896, e, mais tarde, por Lowenstein, em 1925.
São tumores principalmente associados aos HPVs dos tipos 6 e 11. Observe
na FIGURA 53 a representação de imagens de condilomas gigantes do tipo
Buschke–Lowenstein em diferentes regiões anatômicas.
REGIAO PERINEAL
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160
Os tumores de Buschke–Lowenstein representam uma forma rara do
condiloma acuminado anogenital. São mais frequentes em homens e mais raros nas
mulheres. Porém, são mais comuns durante a gravidez.
Observe nas FIGURAS 54 e 55 alguns exemplos de verrugas na área genital
masculina e feminina, respectivamente.
http://www.oocities.org/br/maycon.silveira/paginas/
AN02FREV001/REV 4.0
161
Veja que as lesões visíveis surgem principalmente na glande, prepúcio e
meato uretral no homem. Enquanto na mulher são mais comuns na vulva, períneo,
vagina e colo do útero. Porém, em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não
necessariamente relacionado com o coito anal.
Os tumores de Buschke–Lowenstein aparecem em diversas localizações
anatômicas, sendo mais frequentes no pênis e na região perianal. Porém, já foram
descritos na região anorretal do homem e nas regiões vulvar e anogenital de
mulheres. Em locais mais raros, como a bexiga, também já foram mencionados.
Esses tumores surgem da união de múltiplos condilomas acuminados. Além
de também serem induzidos pela infecção por papilomavírus humanos.
Fatores como higiene precária e promiscuidade contribuem para sua
apresentação. Possuem índices de recorrência em torno de 60%. Apesar da baixa
frequência dos HPVs tipos 16 e 18, pode haver evolução para carcinogênese.
AN02FREV001/REV 4.0
162
QUADRO 24 - MÉTODOS UTILIZADOS NO DIAGNÓSTICO DO HPV
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DO HPV
Citopatologia
INDIRETOS Colposcopia
Histopatologia
Microscopia eletrônica
Imunoistoquimica
DIRETOS Biologia molecular Captura hibrida
Reação da polimerase em cadeia
Microarranjo
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
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163
Molecular o diagnóstico é dado pela captura híbrida ou pela PCR, métodos que
demonstram a presença do HPV pela detecção do ácido nucleico viral.
É válido ressaltar a utilização dos métodos de Biologia Molecular. Pois
nestes, geralmente, o HPV pode ser tipificado. A tipificação do HPV é um
diagnóstico que pode, em muitos casos, direcionar o médico quanto a melhor
medida terapêutica a ser adotada. Pois, sabe-se que a evolução carcinogênica
dessas infecções tem relação direta com o tipo viral presente na lesão.
11.4.1 Citopatologia
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164
FIGURA 57 - FOTO DE PAPANICOLAU E ESFREGAÇO CELULAR COM
ALTERAÇÕES CARACTERÍSTICAS
A B
Em A, Papanicolau, médico descobridor do teste. Em B, esfregaço de células coradas pelo método,
com alterações características da infecção pelo HPV.
FONTE: Disponível em: <http://medbiography.blogspot.com.br/2006/07/george-n-papanicolau-ouor-
papanicolaou.html>; e <http://anatpat.unicamp.br/lamgin2.html>. Acesso em: 18 ago. 2012.
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165
11.4.2 Microscopia eletrônica
11.4.3 Histopatologia
AN02FREV001/REV 4.0
166
FIGURA 58 - ESQUEMA DA EVOLUÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO
As células
malignas podem
11.4.4 Colposcopia
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167
caracterizam a presença de proteínas virais. Enquanto o uso do azul de toluidina,
seguido pelo ácido acético, leva ao aparecimento de áreas azuladas.
Nos casos da existência de lesões em qualquer grau, o próprio médico pode
realizar uma biópsia. O material é então enviado para o exame histopatológico e/ou
teste de Biologia Molecular.
A colposcopia é um método de diagnóstico indispensável em infecções pelo
HPV no colo uterino, vulva (vulvoscopia), vagina (vaginoscopia) e pênis (peniscopia).
É considerado de grande utilidade para avaliar localização, extensão e mapeamento
das regiões suspeitas de infecção. Entretanto, não serve como rastreamento, mas
sim, como um método auxiliar em mulheres que apresentam exame citopatológico
com anormalidades. Além de também ser indicado para realização e
acompanhamento do tratamento.
11.4.5 Genitoscopia
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168
mundo. É sabido haver grande relação entre as infecções pelo HPV e os cânceres
anogenitais.
11.4.6 Imuno-histoquímica
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169
11.5 EPIDEMIOLOGIA
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170
acuminado e surge principalmente na população masculina. Porém, sua incidência
na população é de 0,1%.
O câncer de colo do útero é o segundo mais frequente na população
feminina no Brasil e o terceiro em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, a
implantação de programas de rastreamento precoce ocasionou uma redução acima
de 50% no número desses cânceres. Porém, este ainda persiste como um
importante problema de saúde pública no mundo, com 80% dos casos identificados
nos países em desenvolvimento.
No Brasil, há positividade para o HPV em 53,8% das pacientes no estado de
Santa Catarina. Na região Norte do país, um estudo em 444 pacientes demonstrou a
prevalência do HPV em 16,4%.
Em adolescentes, um estudo apontou a incidência do papilomavírus em 27%
das participantes.
Dados mundiais indicam que 20% dos indivíduos sadios estão infectados
pelo HPV. Mas, quando a infecção está situada no colo uterino, a grande maioria
das pacientes é assintomática.
Diversos fatores estão associados a essas doenças, especialmente as
baixas condições socioeconômicas e culturais e a prática sexual desprotegida. Além
do início precoce da atividade sexual. São todos elementos que favorecem a
contaminação por estas doenças.
Estudos mostram que, entre 30% e 37% das adolescentes, são expostas ao
HPV ainda no primeiro ano após a iniciação sexual. O que comprova que a
população adolescente é o principal alvo das doenças transmitidas pelo sexo.
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171
GLOSSÁRIO
Acuminado: Pontudo.
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172
Carga viral: É o indicativo da quantidade de vírus no plasma; um preditor da taxa de
progressão da infecção.
Cut off: Índice que determina o limite para dizer se um exame é positivo ou negativo.
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173
Defectivo: Que falta alguma coisa.
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174
Eritema: Cor avermelhada da pele que ocorre em consequência de vasodilatação
capilar.
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175
Guthrie Card: Cartão para diagnóstico de infecção congênita em manchas de
sangue do recém-nascido em papel filtro.
Infecção ativa: Infecção primária ou não, com ou sem sintomas, caracterizada por
replicação viral.
AN02FREV001/REV 4.0
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Infecção primária: Infecção de indivíduos não previamente infectados, que
apresentam sorologia (IgG) negativa para o vírus em questão, que desenvolve
soroconversão ou sintomatologia.
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177
Mielite transversa: Síndrome caracterizada por processo inflamatório que pode
afetar diversos segmentos da medula espinhal.
Período perinatal: Período que se inicia na idade gestacional na qual o feto atinge o
peso de 1000g (em aproximadamente 28 semanas de gestação), até o final
completo do sétimo dia de vida.
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178
Portador: Indivíduo que apresenta o agente causador de uma doença infecciosa em
seu organismo e pode ser o transmissor desta, mesmo sem estar doente.
Pródromo: Sinal ou grupo de sintomas que pode indicar o início de uma doença
antes do aparecimento dos sintomas específicos.
Pseudo: Falso.
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179
Sintomas subjetivos: Percebidos apenas pelo paciente.
Tumor séssil: Preso à porção principal do corpo de um ser vivo ou haste de suporte.
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180
Vírion defectivo: Vírus incompleto; aquele que o genoma não possui um ou mais
genes específicos, devido a mutação ou deleção. São vírus incapazes de completar
o ciclo replicativo na célula.
Viroide: Ácido nucleico de baixo peso molecular, com grande resistência ao calor,
radiação ultravioleta e radiação ionizante. Composto exclusivamente de um
fragmento de RNA circular de cadeia simples, com algumas regiões de cadeia dupla.
Virusoide (ou RNA satélite): Semelhantes aos viroides; segmentos de ácido nucleico
de baixo peso molecular que apresentam grande resistência ao calor e a radiações
ultravioletas e ionizantes; depende de um vírus auxiliar para a sua replicação.
Virusoides replicam na célula hospedeira, através de uma polimerase de RNA
dependente de RNA.
Vírus satélite: Unidade subviral que parasita outros vírus; para propagação necessita
do auxílio de outro vírus.
AN02FREV001/REV 4.0
181
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AN02FREV001/REV 4.0
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