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CENTRO UNIVERSITÁRIO

AUGUSTO MOTTA – UNISUAM

APOSTILA DE ELETRÔNICA I
VOL. I
ED. 1

Autor: Prof. Vinicius Coutinho de Oliveira


Mar/2021

APOSTILA DE ELT I – VOL. I – REV. 1 – UNISUAM (PROF. VINICIUS COUTINHO) Página 1 de 55


Como estudar por esta apostila:
 O material está organizado por aulas. Na verdade, os tópicos aqui apresentados
suplementam o conteúdo da respectiva aula e são tão ou mais importantes que a
própria.

 Cada tópico traz uma seção de fundamentação teórica resumida para complementar
ou relembrar o que foi tratado na aula. Nesta seção de fundamentação teórica, há
também a indicação das páginas ou capítulos de referência dos livros que compõem
a bibliografia básica da matéria. É recomendável que a/o aluna/o estude por pelo
menos um destes livros, seguindo estas páginas/capítulos de referência, como forma
de aprofundar os conhecimentos.

 Para cada tópico desta apostila há os respectivos exercícios. O ideal é que se resolva
o máximo possível de exercícios como forma de se preparar melhor para as provas.
Além disso, as atividades práticas supervisionadas serão baseadas em seleções de
exercícios deste conjunto.

 É disponibilizado, também, o solucionário desta apostila, através do qual as/os


alunas/os podem conferir suas respostas, bem como realizar o auto-estudo.

 Quaisquer dúvidas podem ser encaminhadas a mim, pessoalmente ou por e-mail:


vinicius.coutinho@souunisuam.com.br ou prof.vcoutinho@gmail.com.

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AULA 02

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Fundamentação teórica – Tipos e materiais semicondutores:
Condutores são materiais que permitem facilmente a passagem da corrente elétrica em
seu interior quando submetidos à diferença de potencial, pois tais materiais possuem
cargas elétricas livres. Já os isolantes são materiais que, em condições típicas, não
permitem a passagem de corrente elétrica em seu interior, pois não possuem cargas
elétricas livres. Os semicondutores são materiais que apresentam características
elétricas intermediárias entre os isolantes e os condutores, conforme a figura a seguir.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 1-11.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 118-124.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
2.
 Slides das aulas 01 e 02, bem como as referências lá indicadas.
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1. Com relação a materiais semicondutores, sejam as assertivas a seguir:


(I) O semicondutor em seu estado puro é denominado semicondutor intrínseco.
(II) O semicondutor que recebe impurezas é denominado semicondutor intrínseco.
(III) O semicondutor que recebe impurezas é denominado semicondutor extrínseco.
(IV) Semicondutores possuem elétrons livres na camada de valência.
(V) Os átomos de silício unem-se entre si por ligações covalentes.

Assinale a opção correta.


( a ) São verdadeiras as afirmativas I, III e IV.
( b ) São verdadeiras as afirmativas I, III e V.
( c ) São verdadeiras as afirmativas II e IV.
( d ) São verdadeiras as afirmativas II e V.
( e ) São verdadeiras as afirmativas II, IV e V.

2. Com relação a materiais semicondutores, sejam as assertivas a seguir:


(I) No semicondutor tipo N, átomos pentavalentes (doadores) são dopados ao cristal.
(II) No semicondutor tipo N, átomos pentavalentes (aceitadores) são dopados ao
cristal.
(III) No semicondutor tipo P, átomos trivalentes (aceitadores) são dopados ao cristal.
(IV) Elétrons são portadores majoritários no material tipo N.
(V) Lacunas são portadores majoritários no material tipo N.

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Assinale a opção correta.
( a ) São verdadeiras as afirmativas I, III e IV.
( b ) São verdadeiras as afirmativas I, III e V.
( c ) São verdadeiras as afirmativas II e IV.
( d ) São verdadeiras as afirmativas II e V.

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Fundamentação teórica – Equação de Shockley:
As características gerais de um diodo semicondutor podem ser definidas pela
equação de Shockley:
ID  IS (eVD /VT  1)
onde ID é a corrente de difusão (corrente direta); IS é a corrente de saturação reversa;
VD é a tensão de polarização direta aplicada ao diodo;  é um fator de idealidade, que é
função das condições de operação e construção física, variando entre 1 e 2, e; VT é a
tensão térmica. A tensão térmica é dada por
kTK
VT 
q
onde k = 1,38 × 10-23 J/K (constante de Boltzmann); TK é a temperatura absoluta em
kelvin = 273 + temperatura em °C; q = 1,6 × 10-19 C (magnitude da carga eletrônica).

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 11-14.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 93-95.
 Slides da aula 02, bem como as referências lá indicadas.
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3. Determine a tensão térmica de um diodo a uma temperatura de 25° C.

4. Determine a corrente de um diodo, empregando a equação de Shockley, para:


(a) IS = 1 A,  = 2, VD = 0,5 V e T = 25°C.
(b) IS = 6,9 × 10-16A,  = 1, VD = 0,7 V e T = 17°C.
(c) IS = 9,5 × 10-15A,  = 1, VD = 0,65 V e T = 28,5°C.
(d) IS = 9,5 × 10-15A,  = 1, VD = -1 V e T = 28,5°C.
(e) IS = 9,5 × 10-15A,  = 1, VD = -10 V e T = 28,5°C.

5. Sejam os parâmetros de um diodo os seguintes: IS = 10nA,  = 2 e T = 25°C. Trace o


gráfico da corrente deste diodo em função da tensão de polarização direta aplicada,
marcando os seguintes pontos: VD = -10 V; VD = -1 V; VD = -0,02 V; VD = 0; VD = 0,1 V; VD
= 0,3 V; VD = 0,5 V; VD = 0,6 V; VD = 0,7 V; VD = 0,75 V.

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Fundamentação teórica – Efeito da temperatura:
Foi discutido em sala da aula o efeito da temperatura sobre a corrente de saturação
reversa e, consequentemente, sobre as características do diodo semicondutor. De fato,
para cada 10°C de elevação na temperatura em um diodo de silício, a corrente reversa
dobra de valor, conforme ilustra a próxima figura (fonte: datasheet do diodo 1N4148).

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Efeito da temperatura na corrente de reversa (leakage current) do diodo 1N4148

Fixação de conteúdo – Efeito da temperatura:


Recomendo visitar as duas páginas web a seguir, que tratam deste tema de uma forma
que considero bem interessante. Certamente, irão lhe auxiliar na fixação do conteúdo
da matéria.
 Vídeo – experimento de laboratório (Efeito de temperatura em diodos). Link:
https://www.youtube.com/watch?v=s260rwl2tcs
 Um e-book online sobre células fotovoltaicas. Na seção 3.5, possui uma
subseção que trata da equação do diodo com gráficos interativos do efeito da
temperatura sobre a condutibilidade do semicondutor. Link:
https://www.pveducation.org/pvcdrom/pn-junctions/diode-equation

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 16-18.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, p. 93-95.
 Slides da aula 02, bem como as referências lá indicadas.
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6. Determine a corrente direta de um diodo, empregando a equação de Shockley, para:


(a) IS = 5 nA,  = 2, VD = 0,75 V e T = 15°C.
(b) IS = 10 nA,  = 2, VD = 0,75 V e T = 25°C.
(c) IS = 20 nA,  = 2, VD = 0,75 V e T = 35°C.
(d) IS = 5 nA,  = 2, VD = 0,7 V e T = 15°C.
(e) IS = 10 nA,  = 2, VD = 0,7 V e T = 25°C.
(f) IS = 20 nA,  = 2, VD = 0,7 V e T = 35°C.
(g) IS = 5 nA,  = 2, VD = 0,6 V e T = 15°C.
(h) IS = 10 nA,  = 2, VD = 0,6 V e T = 25°C.
(i) IS = 20 nA,  = 2, VD = 0,6 V e T = 35°C.
(j) IS = 5 nA,  = 2, VD = 0,5 V e T = 15°C.
(k) IS = 10 nA,  = 2, VD = 0,5 V e T = 25°C.
(l) IS = 20 nA,  = 2, VD = 0,5 V e T = 35°C.
(m) IS = 5 nA,  = 2, VD = 0,3 V e T = 15°C.
(n) IS = 10 nA,  = 2, VD = 0,3 V e T = 25°C.
(o) IS = 20 nA,  = 2, VD = 0,3 V e T = 35°C.

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7. Com base nos resultados obtidos no exercício anterior, plote, no mesmo gráfico, três
curvas de corrente distintas (uma para cada temperatura, isto é, 15°C, 25°C e 35°C),
em função dos valores de tensão de polarização direta que foram utilizados para os
cálculos, quais sejam: 0,3 V; 0,5 V; 0,6 V; 0,7 V, e; 0,75 V. Tenha o cuidado de marcar
estes pontos.

8. A condutibilidade do diodo aumenta ou diminui com a temperatura? Justifique sua


resposta com base no gráfico desenhado no exercício anterior.

9. Seja um equipamento eletrônico que possua centenas de componentes, dentre eles um


diodo, e que opere com ventilação forçada (ventoinha) para condicionamento de
temperatura. Suponha que este sistema de ventilação forçada apresente problemas;
sabe-se que isto afeta o comportamento dos semicondutores.

Figura 2.1
Indique, na Figura 2.1, qual das duas curvas melhor representa a característica i versus
v do referido diodo na situação de superaquecimento descrita acima, apresentando
uma breve justificativa.

AULA 03

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Fundamentação teórica – Estudo de diodos:
Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 18-26.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 89-90, 97-99, 103.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
3.
 Slides da aula 03, bem como as referências lá indicadas.
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10. Com relação ao diodo de junção, sejam as assertivas a seguir:

(I) O diodo conduz bem a corrente quando o potencial positivo da tensão aplicada
à junção é ligado ao material tipo P, e o negativo ao tipo N.

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(II) O diodo conduz bem a corrente quando o potencial positivo da tensão aplicada
à junção é ligado ao material tipo N, e o negativo ao tipo P.
(III) O diodo obsta a condução de corrente quando o potencial positivo da tensão
aplicada à junção é ligado ao material tipo P, e o negativo ao tipo N.
(IV) Anodo se refere ao terminal do diodo associado ao material tipo N da junção.
(V) Anodo se refere ao terminal do diodo associado ao material tipo P da junção.

Assinale a opção correta.


( a ) São verdadeiras as afirmativas I e IV.
( b ) São verdadeiras as afirmativas I e V.
( c ) São verdadeiras as afirmativas II, III e IV.
( d ) São verdadeiras as afirmativas II, III e V.

11. Sejam os circuitos ilustrados na Figura 3.1 (a) e (b). Considere que a fonte de
alimentação seja de 10 V, que o resistor que compõe a malha seja de 1 kΩ, e que se
trate de um diodo prático de silício.

Figura 3.1 (a) Figura 3.1 (b)

(a) Indique em qual dos circuitos o diodo está polarizado diretamente, e em qual dos
circuitos o diodo está polarizado inversamente.
(b) Determine a corrente de malha em ambos os circuitos.
(c) Determine o valor da queda de tensão sobre o diodo em ambos os circuitos.

12. Descreva, com suas próprias palavras, o modelo (circuito equivalente) ideal do diodo.
Além disso, comente sobre em que situações a adoção deste modelo é contraindicada.

13. Descreva, com suas próprias palavras, o modelo de bateria do diodo. Além disso,
comente sobre em que circunstâncias a adoção deste modelo é contraindicada.

14. Considere o gráfico da Figura 3.2, que traz duas curvas: a do diodo comercial (curva
azul) e a do diodo ideal (curva tracejada). Determine:
(a) a resistência DC do diodo comercial para uma corrente direta de 3 mA;
(b) a resistência DC do diodo comercial para uma corrente direta de 4 mA;
(c) a resistência DC do diodo ideal para uma corrente direta de 4 mA;
(d) a resistência DC do diodo comercial para uma tensão reversa de -10 V;
(e) a resistência DC do diodo comercial para uma tensão reversa de -30 V.

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Figura 3.2

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Fundamentação teórica – Diodo Zener:
O diodo Zener é um tipo especial de diodo, mais altamente dopado que o diodo PN
convencional, projetado para operar nas proximidades da região de ruptura, onde
grandes variações de corrente produzem pequenas variações de tensão. Isto o torna
aplicável a circuitos reguladores de tensão, por exemplo. O diodo Zener, quando
inversamente polarizado, fixa um valor de tensão entre os seus terminais.

As principais especificações do diodo Zener comercial são a sua potência máxima e a


sua tensão nominal de operação. Correlacionando tais grandezas, pode-se determinar
a corrente máxima que pode circular pelo componente sem provocar a queima do
mesmo: PZmáx = VZnom × IZmáx.

Além disso, como boa prática de projeto, costuma-se arbitrar que a corrente mínima
necessária ao componente para que este opere na região Zener seja IZmín = 10% × IZmáx.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 33-34, 82-88.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 104-106.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
5.
 Slides da aula 03, bem como as referências lá indicadas.
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15. O circuito regulador Zener da Figura 3.3 apresenta um problema com relação às
observações feitas na revisão teórica acima. Qual é esse problema? Prove,
numericamente, e proponha uma solução adequada.

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Figura 3.3

16. Determine os valores máximo e mínimo do resistor limitador de corrente RS no


circuito da Figura 3.4 para que o diodo Zener funcione adequadamente.

Figura 3.4

17. Determine o valor do resistor limitador de corrente RS no circuito da Figura 3.4 para
que a corrente através do diodo Zener seja:
(a) 70 % de IZmáx (tolerância estipulada pelo projetista);
(b) IZT = 25% de IZmáx (IZT é um parâmetro dos datasheets dos diodos Zener).

18. Determine o valor do resistor limitador de corrente RS no circuito da Figura 3.5 para
que a corrente através do diodo Zener seja 70 % de IZmáx (tolerância estipulada pelo
projetista). Dados do diodo Zener: PZmáx = 1,2 W. VZnom = 11 V.

Figura 3.5

19. Determine os valores máximo e mínimo do resistor limitador de corrente RS no


circuito regulador da Figura 3.6. Dados do diodo Zener: PZmáx = 1,5 W. VZnom = 16 V.

Figura 3.6

20. Analisando a curva característica do diodo Zener (vide slides da Aula 03), responda: o
que ocorre se a tensão aplicada ao Zener polarizado inversamente for muito menor do
que a tensão de especificação do componente, tanto em termos da condução de
corrente deste componente quanto em termos da regulação de tensão da carga? Ainda,
responda: como se comporta o diodo Zener quando polarizado diretamente?

21. Qual é a tensão na carga em cada um dos circuitos abaixo?

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Figura 3.7 (a) Figura 3.7 (b)

Figura 3.7 (c)

22. Seja o circuito da Figura 3.8. Esboce a forma de onda para o sinal de tensão na carga.

Figura 3.8

23. O rádio de um carro requer uma tensão de 9 V para funcionar e consome uma corrente
de 320 mA. Visto que a alimentação do carro se dá por bateria de 12 V, torna-se
necessário o emprego de um circuito regulador de tensão Zener. Projete o circuito
para abastecer este rádio corretamente, esboçando o circuito e determinando o valor
adequado do resistor limitador. OBS.: i. O componente base deste projeto é o diodo
Zener 1N960; pesquise na Internet ou no Google Drive seu datasheet, de onde deverá
obter as especificações necessárias à consecução do projeto. ii. Fica a seu critério
definir o valor de projeto para a corrente no Zener, contanto que seja intermediário à
IZmáx e IZmín.

24. [Adaptado de INEP\ENADE\2011] Uma das maiores e mais importantes aplicações


para o diodo Zener é servir como regulador de tensão, proporcionando tensões
estáveis para uso em fontes de alimentação, voltímetros e outros instrumentos. O
circuito da Figura 3.9 é implementado com o uso de diodos Zener, e a tensão aplicada
na entrada do circuito é senoidal, cujos valores máximos positivo e negativo variam
entre +20 V e 20 V. Após passar pelos diodos Zener, a tensão na saída foi limitada e
varia entre +9,1 V (positivo) até 5,1 V (negativo), conforme ilustrado na mesma
Figura 3.9.

Figura 3.9

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Em face do exposto, e admitindo-se que todos os diodos são ideais, responda,
assinalando a opção correta: qual dos circuitos com diodo Zener dentre os abaixo
apresentados deve ser inserido entre os pontos X e Y (no espaço marcado com o ponto
de interrogação na Figura 3.9)?

(A) (B)
(C)

(D) (E)

AULA 04

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Fundamentação teórica – Diodo emissor de luz (LED):
O LED emite luz visível ou invisível (infravermelha) quando energizado. É constituído
de uma junção PN. Lembre-se de que na junção PN diretamente polarizada (ou seja,
com uma tensão direta VF aplicada) ocorre a recombinação de lacunas e elétrons. Esta
recombinação exige que a energia do elétron livre seja transferida para outro estado.
Uma parcela dessa energia é liberada na forma de calor e outra, na forma de fótons,
sendo a última significativa nos LEDs a ponto de produzir radiação luminosa.

O símbolo e a identificação dos terminais são conforme a figura a seguir. Observe no


componente que o lado chanfrado identifica o catodo e que o terminal mais comprido
identifica o anodo.

Os LEDs podem produzir variadas cores, conforme o seu material construtivo (vide
tabela nos slides da Aula 04). O comprimento de onda de uma cor específica está
diretamente relacionado ao gap de energia do material, segundo a equação:

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hc
Eg 

onde Eg é o gap de energia (1 eV = 1,6x10-19 J), h é a constante de Planck (6,626 x 10-34


Js), c é a velocidade da luz (3 x 108 m/s) e  é o comprimento de onda.

Alguns exemplos de construção podem ser vistos nas figuras a seguir. Os materiais
semicondutores empregados na fabricação de LEDs coloridos são heteroestruturas,
isto é, combinações de materiais trivalentes como Al, Ga e In com pentavalentes como
N, P e As em geometria cristalina, em vez de silício dopado.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 6, 36-42.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
5.
 Slides da aula 04, bem como as referências lá indicadas.
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25. Se aplicarmos o valor do gap de energia de 1,43 eV para GaAs na equação acima, qual é
o valor de  obtido? Em que range do espectro de luz se localiza este comprimento de
onda (revise os slides da Aula 04)?

26. Utilizando as informações oferecidas pela Figura 4.1, determine a tensão direta VF
através do LED, se a intensidade luminosa relativa for de 1,5.

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Figura 4.1

27. Seja o circuito da Figura 4.2. Sejam as especificações do LED D1: VF (tensão direta) =
2,2 V; IF (corrente direta média) = 20 mA. Calcule o valor R para (a) V CC = 5 V; (b) VCC =
12 V.

Figura 4.2

28. Com relação a LEDs e fotodiodos, sejam as assertivas a seguir:

(I) Quando o fotodiodo é polarizado inversamente, a corrente que circula por ele é
diretamente proporcional à luz incidente.
(II) O LED só produz radiação luminosa quando polarizado inversamente.
(III) A fotoluminescência do LED se deve à absorção da energia de recombinação na
forma de fótons.
(IV) A fotoluminescência do LED se deve à liberação da energia de recombinação na
forma de fótons.
(V) Quanto maior for o gap de energia do material constituinte do LED, maior será
a tensão direta do LED e menor será o comprimento de onda irradiado por ele.

Assinale a opção correta.


( a ) São falsas as afirmativas I e III.
( b ) São falsas as afirmativas I e IV.
( c ) São falsas as afirmativas II e III.
( d ) São falsas as afirmativas II e IV.
( e ) São falsas as afirmativas II, IV e V.

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Fundamentação teórica – Fotodiodo:
O fotodiodo é outro tipo especial de diodo que opera na região de polarização inversa.
Nesta condição, quando a região de carga espacial é iluminada com radiação de
comprimento de onda adequada, ligações covalentes são quebradas, provocando fluxo
de portadores majoritários. Em outras palavras, o fotodiodo produz uma corrente
reversa a qual é diretamente proporcional à intensidade radiação luminosa incidente
sobre a junção. Tal característica faz com que o fotodiodo possua inúmeras aplicações,
tanto diárias quanto industriais.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 690-691.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 130-131.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
5.
 Como funcionam os foto-diodos (artigo). Instituto Newton C Braga, 2014. Disponível
em http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/4715-art1181.
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29. Seja a curva característica de um fotodiodo a mostrada na Figura 4.3(a). Determine a


queda de tensão através do resistor da Figura 4.3(b) para um fluxo incidente de 3.000
fc, V = 25 V e R = 100 kΩ.

Figura 4.3(a) Figura 4.3(b)

30. Considere, agora, que a curva i versus v do fotodiodo do circuito da Figura 4.3(b) seja a
mostrada abaixo, na Figura 4.3(c). A corrente reversa é expressa em microampères, a
tensão reversa em volts e a iluminância em lux. Seja VR = 3 V. Calcule a resistência DC
do fotodiodo para as iluminâncias de 0 lux (corrente escura) e 2500 lux.

Figura 4.3(c)

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31. Calcule a queda de tensão sobre a associação série resistor + fotodiodo no circuito da
Figura 4.3(b) para VR = 3 V, R = 100 k e iluminância incidente de 1500 lux sobre um
semicondutor descrito pela curva característica da Figura 4.3(c).

32. Alguns poucos países (sendo os Estados Unidos o principal deles, do ponto de vista da
economia) não adotam o Sistema Internacional de Unidades, mas sim o Sistema
Imperial, no qual a intensidade da luz é medida em velas, ou footcandles (fc). Por conta
disto, na literatura ou em especificações se verifica, certas vezes, a notação em fc e, em
outras, a notação em mW/cm2 ou W/cm2.

 Pesquise na Internet o datasheet do fotodiodo QSD2030F.


 Considere que seja empregado no circuito da Figura 4.3 (b) o referido modelo de
fotodiodo. Com base na sua folha de especificações, indique o valor de corrente que
percorrerá a malha quando a intensidade luminosa incidente sobre ele for de 400
fc, para uma tensão reversa aplicada sobre o componente de 5 V e à temperatura
ambiente. Utilize a relação de conversão aproximada: 1 fc = 0,001572 mW/cm2.

33. Pesquise (na Internet, na sua empresa, em sites de fabricantes, etc.) e liste, pelo menos,
três aplicações comerciais e/ou industriais de fotodiodos.

34. Um compact disc (CD) armazena informações digitais da seguinte maneira: os bits “0”
são gravados na superfície de alumínio do CD na forma de pequenas escavações (pits),
e onde não há tais escavações (lands) ficam registrados os bits “1”. Um laser aplica um
feixe luminoso sobre a superfície do disco. Quando este feixe incide sobre um land, ele
é refletido sobre um sensor, o qual é constituído de um fotodiodo. Quando o feixe
incide sobre um pit, ele não é refletido pelo disco. A Figura 4.4(a) representa este
esquema de funcionamento.

Figura 4.4(a)

Figura 4.4(b) Figura 4.4(c)

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Assuma que quando há reflexão do feixe de laser, a irradiação luminosa sobre o
fotodiodo seja de 3 mW/cm2, e considere a curva de corrente vs. irradiação luminosa
mostrada na Figura 4.4(b). Seja, ainda, o esquema de ligação do fotodiodo o mostrado
na Figura 4.4(c). Calcule o valor do resistor R de maneira que seja produzida entre
seus terminais uma tensão igual a 5 V para todo bit “1” gravado no CD.

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Fundamentação teórica – Teste de diodos:
Defeitos em diodos podem ser verificados com multímetros digitais, utilizando-se a
função de teste de diodo do multímetro (quando disponível), conforme a figura abaixo.
Se o diodo está “saudável”, na situação de polarização direta como a mostrada a seguir,
o display exibirá o valor da tensão direta sobre o mesmo (0,5 V a 0,7 V, tipicamente) e,
em polarização inversa, infinito (1 à esquerda no display).

Multímetros muito simples podem não ter a função de teste de diodo. Neste caso,
pode-se testar o componente utilizando ohmímetro na menor escala ou o provador de
continuidade. Consulte as referências abaixo ou manuais de multímetro para aprender
mais sobre o assunto.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 32-33.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
3.
 Teste de diodo retificador com multímetro digital (vídeo). Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=Oh-3hTjYd0E.
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Fundamentação teórica – Resistência AC (ou dinâmica) do diodo:
Podemos entender a resistência AC do diodo como a derivada da equação de Shockley
em um determinado ponto, ou o cálculo da resistência rd sobre uma faixa de valores (rd
= ΔVd/ΔId).

Tomemos como exemplo a curva a seguir. Vamos calcular rd para dois pontos: (a) Id =
25 mA (ou seja, a faixa de corrente em torno deste ponto), e; (b) Id = 2 mA.

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Seja Id = 25 mA. Fazendo Id =  5 mA, para ID = 30 mA a tangente interceptou o eixo x
em 0,8 V. Para ID = 20 mA a tangente interceptou o eixo x em 0,78 V. Vd = 0,80 – 0,78 =
0,02 V. Assim, rd = 0,02 V/10 mA = 2 Ω.

Seja, agora, Id = 2 mA. Fazendo Id =  2 mA, para ID = 4 mA a tangente interceptou o


eixo x em 0,76 V. Para ID = 0 a tangente interceptou o eixo x em 0,65 V. Vd = 0,76 –
0,65 = 0,11 V. Assim, rd = 0,11 V/4 mA = 27,5 Ω.

O cálculo de rd pode ser feito algebricamente através da simplificação rd = 26 mV/ID.


Este valor advém da equação de Shockley (Aula 02):
Relembrando a equação de Shockley: ID  IS (eVD /VT  1)
Resolvendo e simplificando a derivada desta equação (IS << ID) em função de VD:
𝑑𝐼𝐷 𝐼𝐷
=
𝑑𝑉𝐷 𝜂𝑉𝑇

Invertendo a relação acima para obter rd:


𝑑𝑉𝐷 𝜂𝑉𝑇
= 𝑟𝑑 =
𝑑𝐼𝐷 𝐼𝐷

Simplificando para η = 1 e VT na temperatura ambiente = 26 mV


26 𝑚𝑉
𝑟𝑑 =
𝐼𝐷

Tal simplificação permite que a resistência dinâmica possa ser encontrada com a
simples substituição do valor estático (valor quiescente) da corrente do diodo na
equação, não havendo necessidade de ter as características disponíveis ou de traçar
linhas tangentes.

Para valores menores de ID , faz-se  = 2. Neste caso, rd = 52 mV/ID. Também há


autores que indicam  = 2 para diodos de silício e  = 1 para diodos de germânio.

Para comparar a simplificação algébrica com o método gráfico, façamos ID = 25 mA.


Neste caso, rd = 26 mV/25 mA = 1,04 Ω. Este resultado é comparável aos 2 Ω obtidos
graficamente, ficando a diferença por conta das resistência de corpo e de contato do
dispositivo. Ainda, se considerarmos que o componente é de silício e adotarmos a
recomendação para estes casos de  = 2, rd = 52 mV/25 mA = 2,08 Ω.

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Seja agora ID = 2 mA. Como a corrente é baixa,  = 2 e rd = 52 mV/2 mA = 26 Ω. Este
resultado é comparável aos 27,5 Ω obtidos graficamente. Tenham em mente que a
relação {rd = 26 mV/ID } será útil mais à frente em nosso curso, quando abordarmos
modelagem de transístores.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 20-23.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 100-103.
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35. Sejam os questionamentos a seguir. Responda:


(a) Com base nos seus conhecimentos prévios sobre Eletricidade: o que ocorre com a
resistência de um resistor à medida que a tensão aplicada a ele aumenta?
(b) O que ocorre com a resistência de um diodo à medida que a tensão aplicada a ele
aumenta?
(c) Ambos os componentes (resistor e diodo) são ôhmicos? Justifique sua resposta.

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Fundamentação teórica – Configurações com diodo em série e em paralelo:
Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 53-62.
 Slides da aula 04, bem como as referências lá indicadas.
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36. Determine a corrente I para cada uma das configurações da Figura 4.5 considerando
que os diodos são de silício (modelo de bateria).

Figura 4.5 (a) Figura 4.5 (b)

Figura 4.5 (c)

37. Determine VO para o circuito da Figura 4.6, considerando que os diodos são de silício
(modelo de bateria).

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Figura 4.6

38. Considerando que são diodos de silício (modelo de bateria) na Figura 4.7, determine:
(a) a corrente I;
(b) a tensão VO (em relação ao terra);
(c) a tensão sobre o resistor.

Figura 4.7

39. Determine VD, VR e ID para a configuração do diodo de silício (modelo de bateria) em


série da Figura 4.8.

Figura 4.8

40. Determine VD, VR e ID para a configuração do diodo de silício (modelo de bateria) em


série da Figura 4.9.

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Figura 4.9

41. Determine VD, VR e ID para a configuração do diodo de silício (modelo de bateria) em


série da Figura 4.10.

Figura 4.10

42. Determine a corrente da malha, I, a tensão sobre D2, VD2, e a tensão sobre a carga R1, VO,
para o circuito da Figura 4.11, empregando o modelo ideal.

Figura 4.11

43. Empregando um simulador de circuitos de sua preferência*, construa o circuito da


Figura 4.11 e resolva (meça) os valores de tensão e corrente solicitados no Exercício
42. Compare os resultados teóricos obtidos no Exercício 42 com os do simulador.
*Sugestões: CircuitLab (https://www.circuitlab.com/editor/),
TINA-TI (instalador disponível na nossa pasta virtual)

44. Determine I1, ID1, ID2 e VO para o circuito da Figura 4.12, considerando que os diodos
são de silício e idênticos.

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Figura 4.12

45. Determine as correntes I1, ID1 e ID2 para o circuito da Figura 4.13, considerando que os
diodos são de silício (modelo de bateria).

Figura 4.13

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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos como portas lógicas simples:
Operações da álgebra booleana podem ser implementadas em circuitos eletrônicos
digitais por meio das chamadas portas lógicas. A seguir, verificaremos que portas
lógicas simples podem ser construídas apenas com diodos e resistores, associando-os
adequadamente. Trataremos aqui de duas operações lógicas: a operação OR (OU) e a
operação AND (E).

Na operação OR, o valor lógico que resulta da operação é verdadeiro (ou seja, igual a
“1”) se ao menos uma das variáveis de entrada é verdadeira, e é falso (ou seja, igual a
“0”) se, e somente se, todas as variáveis de entrada são falsas. A tabela-verdade da
operação OR com duas variáveis de entrada, A e B, e uma variável de saída, Y, é
mostrada na tabela abaixo.

A B A + B = Y (saída)
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Tabela-verdade da operação OR

Na operação AND, o valor lógico que resulta da operação só é verdadeiro quando todas
as variáveis de entrada são verdadeiras. Se pelo menos uma das variáveis de entrada é
falsa, o resultado da operação é falso. A tabela-verdade da operação AND com duas
variáveis de entrada, A e B, e uma variável de saída, Y, é mostrada na tabela a seguir.

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A B A  B = Y (saída)
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Tabela-verdade da operação AND

Em circuitos práticos, o valor lógico “1” significa um nível de tensão alto, e “0” um
nível de tensão baixo. Além disso, as portas lógicas OR e AND são representadas em
diagramas de circuito por símbolos específicos, mostrados nas figuras abaixo.

Símbolo elétrico da porta OR Símbolo elétrico da porta AND

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 62-63.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, p. 91.
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46. Seja o circuito da Figura 4.14, em que D1 e D2 diodos de silício. Seja o nível lógico “1” =̂
10 V  1 V. (a) Se aplicarmos 10 V à entrada “A” e mantivermos aterrada a entrada “B”,
qual será o valor de tensão/nível lógico na saída “Y”? (b) Se aplicarmos 10 V a ambas
as entradas simultaneamente, qual será o valor de tensão/nível lógico na saída “Y”? (c)
mantivermos ambas as entradas aterradas, qual será o valor de tensão/nível lógico na
saída “Y”? (d) Trata-se de uma porta AND ou de uma porta OR?.

Figura 4.14

47. Seja o circuito da Figura 4.14. Considere que o valor de tensão para nível lógico “1” na
saída “Y” do circuito seja o mesmo calculado no exercício anterior. (a) Qual será o
valor da corrente I que atravessa o resistor R1 quando a saída estiver em nível alto e
R1 = 1 k? (b) A escolha de um valor muito grande de R1 – por exemplo, na ordem de
M – implica em que vantagens? (dica: tem a ver com dissipação de potência).

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48. Seja o circuito da Figura 4.15, em que D1 e D2 diodos de silício. Seja o nível lógico “0” =̂
0 V  1 V. (a) Se aterrarmos a entrada “A”, aplicando 10 V à entrada “B”, qual será o
valor de tensão/nível lógico na saída “Y”? (b) Se aplicarmos 10 V a ambas as entradas
simultaneamente, qual será o valor de tensão/nível lógico na saída “Y”? (c) O circuito
se trata de uma porta AND ou de uma porta OR?

Figura 4.15

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Fundamentação teórica – Retificação de meia-onda:
Retificar um sinal de tensão significa transformar um sinal alternado, ou AC, (que
possui valor médio igual a zero) em um sinal contínuo, ou DC (que possui valor médio
diferente de zero). Uma das formas de se realizar a retificação de sinais em circuitos
eletrônicos é mediante o uso de diodos. Estudaremos, primeiramente, circuitos de
retificação de meia-onda a diodo para sinais senoidais de entrada.

 Retificação de meia-onda (entradas senoidais)

Circuito retificador de meia-onda

No semiciclo 1 do sinal de entrada, o diodo D está diretamente polarizado, logo o


mesmo se comporta como uma chave fechada. Assim, a carga R percebe o sinal de
entrada (figura acima). Durante o semiciclo 2, o diodo se encontra inversamente
polarizado, comportando-se como uma chave aberta e interrompendo a passagem de
corrente. Portanto, a tensão sobre a carga neste intervalo de tempo é nula. Visto que a
carga só desfruta de meio ciclo do sinal de entrada, chama-se este circuito de
retificador de meia onda.

O valor médio (valor DC, Vdc) do sinal percebido pela carga de um circuito retificador
de meia onda com entrada senoidal corresponde a 0,318 vezes o valor de pico V m do
sinal, ou
𝑉𝑑𝑐 = 0,318 × 𝑉𝑚

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Valor médio do sinal retificado

A equação anterior para cálculo de Vdc será fundamental para nossos projetos e
exercícios. A mesma pode ser demonstrada a partir da integral da função v() (que
representa o sinal de tensão retificado) no intervalo entre 0 e 2, conforme segue.

Um parâmetro importante no projeto de circuitos com diodo em geral, e de


retificadores em particular, é a tensão de pico inversa (TPI) do diodo, isto é, o valor
máximo da tensão que o dispositivo pode suportar quando polarizado inversamente.
Este valor é informado pelos fabricantes de componentes nos datasheets (folhas de
especificações), normalmente denotado por VRRM (maximum peak repetitive reverse
voltage, ou tensão inversa máxima repetitiva). Se a TPI for ultrapassada, o diodo pode
ser danificado.

Para determinar a TPI do diodo no circuito retificador de meia onda, podemos


considerar o desenho da figura a seguir. Este desenho corresponde à representação do
circuito da retificador de meia-onda durante o semiciclo negativo do sinal senoidal de
entrada. Conforme já visto, no semiciclo negativo o diodo D se comporta como uma
chave aberta; a corrente circulante I é nula, sendo, então, a queda de tensão sobre a
carga R nula, e toda a tensão de entrada recai sobre os terminais do diodo. O valor
máximo desta tensão será equivalente à tensão de pico do sinal de entrada, isto é, Vm.

TPI do diodo no circuito retificador de meia-onda

 TPI do diodo no retificador de meia-onda = Vm.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 64-66.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
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49. No circuito da Figura 4.16, seja a entrada uma forma de onda senoidal com frequência
de 60 Hz. Seja o diodo ideal.
(a) Esboce as formas de onda de entrada e saída, indicando os valores máximos de
tensão.
(b) Calcule a tensão sobre o diodo, vd , quando o mesmo estiver conduzindo.
(c) Calcule a tensão sobre o diodo, vd , quando o mesmo estiver cortado (= TPI –
tensão de pico inversa).
(d) Calcule a corrente máxima (corrente de pico direta) do diodo.

Figura 4.16

50. No circuito da Figura 4.16, seja a entrada uma forma de onda senoidal com frequência
de 60 Hz. Seja o diodo prático de silício.
(a) Esboce as formas de onda de entrada e saída, indicando os valores máximos de
tensão.
(b) Calcule a tensão sobre o diodo, vd , quando o mesmo estiver conduzindo.
(c) Calcule a tensão sobre o diodo, vd , quando o mesmo estiver cortado (= TPI –
tensão de pico inversa).
(d) Calcule a corrente máxima (corrente de pico direta) do diodo.

51. Seja o circuito da Figura 4.17. Considere que estejam sendo empregados diodos
práticos de silício.

Figura 4.17

(a) Dado Pmáx = 14 mW para cada diodo, determine a corrente máxima nominal de
cada diodo. Determine, também, Imáx para os diodos em paralelo.
(b) Determine, agora, a corrente Imáx em função dos valores dos resistores e do valor
máximo de tensão, Vm.

Figura 4.18

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(c) Com base no resultado obtido no item (b), responda: se houvesse um problema de
mau contato entre o terminal de um dos diodos e a placa onde o circuito tivesse
sido montado (solda fria; vide Figura 4.18), o que ocorreria? Justifique
sucintamente sua resposta.

52. Seja um circuito semelhante ao ilustrado na Figura 4.19, composto por um gerador de
tensão senoidal, uma carga resistiva e um diodo retificador da família 1N400x. Seja a
tensão eficaz produzida pelo gerador igual a 120 V. Sejam, também, as especificações
de tensão de pico inversa e de corrente direta dos diodos da família 1N400x as
mostradas na Figura 4.20.

Figura 4.19

Figura 4.20

(a) Determine o valor mínimo de R1 no circuito para que o diodo não se danifique por
sobrecorrente. Assuma, para este fim, que a resistência do diodo seja infinita na
condição de polarização inversa e nula na condição de polarização direta.
(b) Determine que modelo(s) da família 1N400x não poderia(m) ser empregado(s) em
razão de possíveis danos por tensão de pico inversa. Justifique, brevemente, sua
resposta.

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Fundamentação teórica – Transformadores:
De forma simplificada, podemos definir transformadores como dispositivos destinados
a abaixar (ou elevar) tensões elétricas. São constituídos de dois (ou mais)
enrolamentos acoplados magneticamente através do chamado núcleo do
transformador. Ao enrolamento de entrada, dá-se o nome de primário, e ao
enrolamento de saída, dá-se o nome de secundário. A relação entre espiras de um
transformador,, é assim expressa:
𝑁1
𝛼=
𝑁2

onde N1 é a quantidade de espiras do enrolamento primário e N2 a quantidade de


espiras do enrolamento secundário.

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Representação esquemática de um transformador
A relação entre espiras é conveniente porque ela se refere às tensões nos
enrolamentos. Pela lei de Faraday, a tensão U1 no enrolamento primário é U1 =  N1
(d/dt), onde (d/dt) expressa a variação do fluxo magnético. De modo análogo, a
tensão U2 no enrolamento secundário é U2 =  N2 (d/dt). Note que o mesmo fluxo 
está em ambas as equações. Isto é porque, para todos os efeitos, sempre será
considerado o transformador ideal, e no transformador ideal o acoplamento entre as
bobinas é perfeito, ou seja, todas as bobinas concatenam o mesmo fluxo. Em outras
palavras, não há dispersão de fluxo.

Além do mais, admite-se que o transformador ideal não apresenta perdas de qualquer
natureza, seja nos enrolamentos, seja no núcleo. Assim, podemos enunciar algumas
propriedades do transformador ideal.
Relação entre tensão e número de espiras:
𝑈1 𝑁1 (𝑑𝜙/𝑑𝑡) 𝑁1
=± =± = ±𝛼
𝑈2 𝑁2 (𝑑𝜙/𝑑𝑡) 𝑁2
Em outras palavras, a tensão no enrolamento é diretamente proporcional à quantidade
de espiras do mesmo. Ex.: seja um transformador cujo primário possua 1000 espiras e
o secundário possua 200 espiras. Se ao primário for aplicada uma tensão de 120 Vrms,
no secundário será percebida uma tensão de 24 Vrms. A equação acima será
fundamental para nossos projetos e exercícios.
Relação entre corrente e número de espiras:
Considerando que não há dispersão de fluxo (isto é, permeabilidade magnética do
núcleo infinita), nem perda de potência, podemos assumir que a potência de entrada
(primário), Pin, de um transformador ideal é igual à potência de saída (secundário), Pout.
Portanto, as correntes de primário e de secundário guardam uma relação que é o
inverso daquela para as tensões de primário e secundário:
𝐼2 𝑁
𝐼1
= ± 𝑁1 = ±𝛼
2

Em outras palavras, a corrente no enrolamento é inversamente proporcional à


quantidade de espiras do mesmo. Ex.: seja um transformador cujo primário possua
1000 espiras e o secundário possua 200 espiras. Se pelo primário passar uma corrente
eficaz de 200 mA, no secundário será percebida uma corrente eficaz de 1 A.

 Resolvam a lista “Eletrônica I_Lista de Exercícios Extra_Transformador.pdf”,


(arquivo no Google Drive, pasta “LISTAS DE EXERCÍCIOS_APOSTILA”). Acreditem
no professor!!!.

Referências
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 O'Malley, J. Análise de circuitos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
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53. Seja o circuito da Figura 4.21, em que ao primário do transformador é aplicada uma
tensão de 120 Vrms. A razão entre as espiras de primário e secundário é de 8:1.
Considere o diodo D ideal. (a) Calcule o valor de pico da tensão no primário. (b)
Calcule o valor máximo da tensão no secundário (denotada no diagrama por V m). (c)
Calcule o valor médio da tensão (Vdc) na carga. OBS.: valor de pico da tensão em
função do valor eficaz (rms): 𝑉𝑝 = √2 × 𝑉𝑟𝑚𝑠 .

Figura 4.21

AULA 05

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Fundamentação teórica – Retificação de onda completa com derivação central:
O objetivo da retificação de onda completa é obter, à saída do circuito, um valor DC
maior do que os (0,318  Vm) do sinal retificado de meia onda. Enquanto no retificador
de meia-onda resulta tensão nenhuma durante metade do ciclo, no retificador de onda
completa se aproveitam os dois semiciclos do sinal de entrada.

Na primeira forma de se realizar o retificador de onda completa que estudaremos se


usam dois diodos, e se requer um transformador com derivação central (center tap),
conforme é visto na figura abaixo.

Retificador de onda completa com derivação central

No semiciclo positivo, o diodo D1 está polarizado diretamente, estabelecendo o


caminho da condução de corrente. D2 está polarizado inversamente e bloqueia a
passagem de corrente. A corrente flui pelo resistor de carga R e retorna pela derivação
central do secundário do transformador. No semiciclo negativo isto se inverte, ou seja,
é o diodo D2 que se encontra polarizado diretamente e estabelece o caminho da
condução de corrente elétrica. Observe que a corrente elétrica “entra” no resistor de
carga R pelo mesmo terminal que na situação anterior, ou seja, não alterna o seu
sentido através da carga (diz-se que a corrente através da carga é uma corrente
contínua pulsante), retornando pela derivação central do transformador.

Por aproveitar ambos os semiciclos, o valor médio Vdc do sinal percebido pela carga de
um circuito retificador de onda completa com entrada senoidal corresponde ao dobro
do valor produzido pelo retificador de meia-onda, isto é

𝑉𝑑𝑐 = 2 × 0,318 × 𝑉𝑚 = 0,636 × 𝑉𝑚

A TPI do diodo no circuito retificador de onda completa com derivação central é o


dobro da tensão máxima induzida no secundário (TPI = 2  Vm). Para melhor
compreensão disto, consideremos o desenho da próxima figura. Note, por esta
ilustração, que no semiciclo positivo é induzida uma tensão positiva vs em ambas as
metades do enrolamento secundário. Aqui chamaremos de Vm o valor máximo de vs.

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TPI do diodo no retificador de onda completa com derivação central

Na metade do enrolamento à qual se encontra conectado D1, a corrente circula (pois D1


está polarizado diretamente, comportando-se como uma chave fechada). A tensão vo
sobre a carga R é igual à vs – portanto, possui valor máximo Vm.

Já na outra metade do enrolamento, à qual se encontra conectado D2, não há circulação


de corrente (pois D2 está polarizado inversamente: o maior potencial é aplicado ao
catodo e o menor ao anodo de D2). Percorrendo esta malha, vemos que as tensões vs e
vo se somam (associação de tensões em série); entre terra e catodo de D2 verifica-se vo,
e entre anodo de D2 e terra verifica-se vs. Como o valor de pico de ambas estas tensão é
Vm e estas recaem sobre os terminais de D2, que se comporta como uma chave de
aberta, é correto afirmar que a máxima tensão reversa à qual o diodo vai estar
submetido é 2  Vm. No semiciclo negativo, é D2 que vai conduzir e D1 que vai bloquear
a corrente e estar sujeito a esta TPI.

 TPI do diodo no retificador de onda completa com derivação central = 2Vm


(o dobro da TPI no retificador de meia-onda).

 A retificação de onda completa produz uma tensão DC maior para um mesmo


valor de tensão de pico (em comparação com a retificação de meia-onda).

 O transformador com derivação central necessita ter capacidade de tensão


duas vez maior.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 67-69.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 108-109.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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54. No circuito retificador de onda completa com transformador com derivação central da
Figura 5.1, represente o caminho da corrente: (a) no semiciclo positivo do sinal
senoidal de tensão de entrada; (b) no semiciclo negativo do sinal senoidal de tensão de
entrada.

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Figura 5.1

55. Seja o retificador de onda completa com transformador de derivação central mostrado
na Figura 5.2. Considere que a carga, R, necessite de um valor contínuo de tensão de 24
V para funcionar. Considere, também, que a corrente através da carga seja de 750 mA,
e que a fonte seja alimentada pela energia da concessionária (tensão eficaz de 120 V).

Figura 5.2

(a) Seja o transformador ideal. Quantas espiras ao todo deverá possuir o secundário
para um enrolamento primário de 1350 espiras? Demonstre seus cálculos.
(b) Seja a especificação de tensão de pico inversa (TPI) dos diodos da série 1N400x
mostrada na Figura 4.20, e sejam as assertivas a seguir.

I. D1 e D2 podem ser do modelo 1N4001.


II. D1 e D2 não podem ser do modelo 1N4001.
III. Para proteção do primário, pode ser usado um fusível de 150 mA.
IV. Para proteção do primário, pode ser usado um fusível de 200 mA.

Assinale a opção correta e apresente a sua justificativa.


(a) São verdadeiras as afirmativas I e III.
(b) São verdadeiras as afirmativas I e IV.
(c) São verdadeiras as afirmativas II e III.
(d) São verdadeiras as afirmativas II e IV.
(e) São falsas as afirmativas III e IV.

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Fundamentação teórica – Circuito retificador em ponte:
O circuito retificador em ponte também realiza retificação de onda completa. Embora
este circuito requeira quatro diodos, o transformador não é de derivação central e
produz tensão máxima de apenas Vm. A figura abaixo mostra este circuito.

Circuito retificador em ponte

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No semiciclo positivo, D1 e D3 estão polarizados diretamente (maior potencial aplicado
aos respectivos anodos), estabelecendo o caminho de condução da corrente através da
carga, ao passo que D2 e D4 estão polarizados inversamente (maior potencial aplicado
aos seus catodos), bloqueando a passagem da corrente. A figura a seguir retrata o
“circuito equivalente” em que os diodos D2 e D4, inversamente polarizados, são
substituídos por chaves abertas. No semiciclo negativo, D2 e D4 passam a estar
polarizados diretamente (e D1 e D3 se encontram polarizados inversamente). Repare
que a corrente continua “entrando” no resistor de carga pelo mesmo terminal que na
situação anterior (o terminal à direita no desenho), isto é, a corrente não alterna o seu
sentido através da carga.

Circuito retificador em ponte “equivalente” durante o semiciclo positivo

A TPI dos diodos em um circuito retificador em ponte é igual ao valor máximo da


tensão induzida no secundário, Vm. Perceba isto pelo desenho da figura acima: no
semiciclo positivo, o diodo D2, inversamente polarizado, está conectado às
extremidades do enrolamento secundário – à extremidade superior do enrolamento,
de maneira direta, e à extremidade inferior, através de D3 (que se comporta como uma
chave fechada) –, estando sujeito ao valor máximo de tensão que for apresentado no
secundário em qualquer circunstância. De forma semelhante, observa-se a TPI sobre
D4 e, no semiciclo negativo, sobre D1 e D3.

Retificação de onda completa com derivação central vs. com retificador em ponte:
Para baixos valores de tensão de secundário, o uso de retificador de onda completa
com transformador de derivação central é aceitável. Entretanto, para altos valores de
tensão de secundário, em geral, é necessário uso da ponte, por dois motivos
importantes:

 redução da capacidade máxima do transformador;


 redução da capacidade de TPI do diodo.

 TPI do diodo no retificador em ponte = Vm.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 66-68.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 109-110.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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56. Seja o circuito da Figura 5.3.


(a) Esboce a forma de onda de tensão na saída, vO.
(b) Determine a TPI exigida para cada diodo nesta configuração.
(c) Determine, também, a corrente máxima através de cada diodo.

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Figura 5.3

57. Consulte os valores máximos de alguns parâmetros elétricos dos diodos apresentados
na Figura 4.20, extraídos do datasheet dos componentes da série 1N400x (VRRM é a
nomenclatura equivalente à TPI – tensão de pico inversa, e IO à corrente direta), e
indique quais modelos desta série seriam indicados a ser utilizados no circuito do
exercício 56. Justifique, tecnicamente, sua escolha.

58. No circuito retificador em ponte da Figura 5.4, represente o caminho da corrente: (a)
no semiciclo positivo do sinal senoidal de tensão de entrada; (b) no semiciclo negativo
do sinal senoidal de tensão de entrada.

Figura 5.4

59. Com relação a retificadores com diodos, sejam as assertivas a seguir:

I. Uma vantagem do retificador com transformador de derivação central é que a


TPI sobre cada diodo é igual ao valor máximo da tensão Vm.
II. Uma vantagem do retificador com transformador de derivação central é que a
TPI sobre cada diodo é igual ao dobro do valor máximo da tensão, 2Vm.
III. Uma vantagem do retificador com transformador de derivação central é que só
se aproveita o semiciclo positivo do sinal de entrada.
IV. Uma desvantagem do retificador com transformador de derivação central é que
se faz necessário empregar quatro diodos em ponte.

Assinale a opção correta.


( a ) São falsas apenas as afirmativas I e III.
( b ) São falsas apenas as afirmativas I e IV.
( c ) São falsas apenas as afirmativas II e III.
( d ) São falsas apenas as afirmativas II e IV.
( e ) São falsas as todas afirmativas.

60. [Adaptado de CESGRANRIO\PETROBRAS\2011] Com o objetivo de reparar o


retificador da Figura 5.5(a), um técnico realizou, inicialmente, a medição das formas de
onda das tensões V1 e V2 usando um osciloscópio e duas ponteiras diferenciais isoladas.
As formas de onda medidas estão esboçadas na Figura 5.5(b).

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Figura 5.5(a)

Figura 5.5(b)

Assinale, a seguir, a resposta correta: com base nesses resultados, um possível defeito
desse circuito seria estarem os diodos:
(a) D1 e/ou D3 em aberto.
(b) D2 e/ou D3 em aberto.
(c) D2 e/ou D4 em aberto.
(d) D2 e/ou D4 em curto.
(e) D1 e/ou D4 em aberto.

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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos em circuitos ceifadores:

Circuito ceifador em paralelo

Circuitos ceifadores ou limitadores de tensão são circuitos que utilizam diodos para
“ceifar” uma porção do sinal de entrada sem distorcer o restante da forma de onda
aplicada. São empregados quando se precisa de proteção contra excesso de tensão. Os
ceifadores podem ser do tipo “em série” (diodo em série com a carga) ou “em
paralelo”, ao qual daremos ênfase nesta seção. Tomemos como exemplo de circuito
ceifador em paralelo o mostrado na figura acima. Considere que D seja um diodo
prático de silício. A partir do valor de tensão VS = 3,7 V (tensão de “ativação”), D passa
a se encontrar diretamente polarizado. Observe as formas de onda de entrada e de
saída deste circuito ceifador, mostradas na figura a seguir.

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(a) (b)
Formas de onda de entrada (a) e de saída (b) do circuito ceifador em paralelo

Quando a tensão de entrada Ve instantânea é menor que a tensão de ativação acima


indicada (despreze-se qualquer queda de tensão sobre R no circuito da figura), o diodo
permanece cortado (= uma chave aberta), e VS = Ve. Quando a tensão de entrada Ve
instantânea é maior que a tensão de ativação, o diodo conduz, e então VS é igual ao
valor da referida tensão de ativação. Assim sendo, para a forma de onda de entrada Ve
mostrada na figura (a) acima e o circuito anteriormente apresentado, a forma de onda
de saída VS é semelhante à mostrada na figura (b).

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 69-75.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 114-116.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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61. Seja o circuito da Figura 5.6. Considere que os diodos são práticos de silício e despreze
qualquer queda de tensão sobre o resistor R. (a) Em que faixa de valores instantâneos
de Ve o diodo D1 entra em condução (polarização direta)? (b) Em que faixa de valores
instantâneos de Ve o diodo D2 entra em condução? (c) Existe alguma faixa de valores
instantâneos de Ve na qual ambos os diodos estão cortados (= chaves abertas)? Se sim,
qual?

Figura 5.6

62. Seja o circuito da Figura 5.6. Considere que os diodos são práticos de silício e despreze
qualquer queda de tensão sobre o resistor R. (a) Qual é o valor da tensão de saída VS
quando D1 está em condução (polarização direta)? (b) Qual é o valor da tensão de
saída VS quando D2 está em condução (polarização direta)? (c) Esboce as formas de
onda de entrada e de saída deste circuito.

63. Para o sinal de entrada mostrado na Figura 5.7(a), esboce as formas de onda de saída
vO dos circuitos ceifadores das figuras 5.7(b) e 5.7(c).

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Figura 5.7(a) Figura 5.7(b) Figura 5.7(c)

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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos em circuitos grampeadores:
Circuitos grampeadores são circuitos que deslocam uma forma de onda para um nível
DC diferente, sem alterar a aparência do sinal aplicado. São empregados em circuitos
DC de alta tensão – por exemplo, nos circuitos de polarização das válvulas de potência
de fornos de micro-ondas, denominadas válvulas magnetron, as quais emitem a
radiação que aquece os alimentos. Circuitos grampeadores são constituídos de um
diodo e um capacitor (e um resistor de carga), conforme exemplificado na figura a
seguir.

Circuito grampeador

Vamos recorrer à próxima figura para compreender como funciona um circuito


grampeador. No primeiro semiciclo negativo, o diodo D (ideal) é polarizado
diretamente, permitindo o fluxo da corrente que carrega o capacitor C, inicialmente
descarregado, até o valor de pico do sinal de entrada Ve  neste caso, até 20 V. Assume-
se que o capacitor não descarrega através da carga do circuito, isto é, o elemento
retém entre seus terminais a tensão de 20 V.

Quando o sinal de entrada atinge, na sequência, o semiciclo positivo, o diodo D passa a


atuar como chave aberta (polarizado reversamente), e a tensão VS vista desde o
terminal de saída é Vs = (20 sen ωt + 20) V. Em outras palavras, o capacitor C, que
reteve o valor de pico do sinal de entrada, se comporta tal como uma fonte de tensão
contínua de 20 V, associada em série com o gerador de sinal alternado. O resultado é
um sinal deslocado para “cima”, de valor médio igual a 20 V (“grampeado” em 20 V).

Funcionamento do circuito grampeador com sinal de entrada senoidal

Enquanto o capacitor C não se descarregar, o diodo D permanecerá cortado – visto que


a tensão de catodo continuará em 20 V e a tensão de anodo nunca será maior do que
20 V –, e a forma de onda observada na saída continuará sendo o sinal deslocado para
“cima”, conforme esboçado na figura a seguir.

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Forma de onda de saída VS do circuito grampeador anteriormente apresentado

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 74-79.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 116-117.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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64. Para o sinal de entrada mostrado na Figura 5.8(a), esboce as formas de onda de saída
vO dos circuitos grampeadores das figuras 5.8(b) e 5.8(c).

Figura 5.8(a) Figura 5.8(b) Figura 5.8(c)

65. Projete um circuito grampeador para realizar a função indicada na Figura 5.9.

Figura 5.9

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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos em circuitos multiplicadores de
tensão:
Circuitos multiplicadores de tensão são circuitos eletrônicos utilizados para obter
valores elevados de tensões DC a partir de tensão AC. São empregados em fontes de
alimentação, inversores, geradores de tensões muito altas (MAT), eletrificadores, etc.
Para entender melhor o funcionamento, vejamos a figura a seguir, que apresenta o
dobrador de meia-onda.

Dobrador de meia-onda

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Sejam os capacitores C1 e C2 inicialmente descarregados e os diodos D1 e D2 ideais. No
primeiro semiciclo negativo do sinal de entrada Ve, D1 conduz (diretamente
polarizado), permitindo o fluxo da corrente que carrega C1 com o valor de pico da
tensão de entrada (Vp), enquanto D2 permanece cortado.

No semiciclo positivo que se segue, D1 é cortado, visto que a tensão de catodo (tensão
armazenada em C1) é Vp e a tensão de anodo nunca será maior do que Vp. Já D2 agora
atua como chave fechada (polarizado diretamente), conduzindo a corrente que carrega
C2. O valor máximo da tensão à qual C2 será submetido, e com a qual ele se carregará, é
2  Vp, pois ele será momentaneamente alimentado pelo gerador senoidal de entrada
associado em série com uma “fonte de tensão contínua” de Vp volts (que é o capacitor
C1 carregado; o raciocínio é análogo ao funcionamento do grampeador estudado na
seção anterior). Sendo a tensão de saída VS igual à tensão armazenada em C2, ou seja, 2
 Vp, obtém-se uma tensão DC cujo valor é o dobro do valor de pico do sinal alternado
de entrada – por esse motivo, a esse circuito se dá o nome de dobrador de tensão.

Após a carga completa de C2, ambos os diodos permanecem cortados, e a TPI sobre
cada diodo é 2  Vp. Eis a análise: embora D1 não “enxergue” VS (D2 é uma “chave
aberta”), D1 estará submetido à soma da tensão de entrada com a tensão armazenada
em C1 (Vp sen ωt + Vp), cujo valor máximo se verifica no semiciclo positivo (= 2  Vp).
No caso de D2, no instante em que Ve = 0, a tensão de catodo é a tensão armazenada em
C2 (= 2  Vp). No semiciclo negativo, a tensão de Ve se soma à tensão em C2. Logo, o
auge desta soma é [Vp + (2  Vp)] = (3  Vp). Todavia, no anodo de D2 se observa a
tensão Vp armazenada em C1, que possui polaridade oposta; em vista disso, a diferença
de potencial entre os terminais deste diodo é [(3  Vp) – Vp] = (2  Vp).

Existem também os dobradores de onda completa, cujo circuito básico e operação nos
semiciclos positivo e negativo são ilustrados na próxima figura. A TPI sobre cada diodo
também é (2  Vp).

Dobrador de onda completa

A tensão sobre o capacitor C2 na saída do dobrador de meia-onda é o dobro da tensão


de pico do sinal de entrada, ao passo que a tensão sobre o capacitor C2 na saída do
dobrador de onda completa é a tensão de pico do sinal de entrada, o que viabiliza a
utilização de capacitores menores em tamanho. Por outro lado, a carga (ou fonte) é
flutuante no dobrador de onda completa, enquanto que há um comum entre entrada e
saída no dobrador de meia-onda.

Cabe ainda destacar que um resistor de carga de baixo valor provoca descarga rápida
do capacitor e, consequentemente, variações para baixo na tensão de saída.

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Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 88-90.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, p. 117.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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66. Seja o circuito da Figura 5.10, que representa um circuito com diodos ideais. Qual é o
valor de pico da tensão de saída (vo)? E qual é o valor da TPI (tensão de pico inversa)
sobre cada diodo?

Figura 5.10

AULA 06

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Fundamentação teórica – Fontes de corrente contínua & filtro a capacitor:
Uma fonte de corrente contínua realiza a operação de conversão de uma tensão
elétrica AC de entrada (por exemplo, 120 Vrms) em uma tensão elétrica DC regulada, de
certo valor de interesse. Aqui estudaremos a fonte de corrente contínua linear básica,
que é constituída dos seguintes blocos, cada qual com as respectivas funções:

 Transformador: abaixa a tensão para um nível AC desejado.


 Retificador a diodo: realiza retificação de meia-onda ou onda completa.
 Filtro capacitivo: produz uma tensão DC não pulsante, mas também não regulada.
 Regulador: possui a propriedade de manter uma tensão fixada nos terminais de
uma carga, mesmo sob variações (por exemplo, da própria carga).

Blocos da fonte DC linear básica e as respectivas formas de onda produzidas

A figura anterior ilustra tais blocos e as formas de onda produzidas por cada um destes.
No nosso curso, já estudamos os transformadores e os retificadores a diodo.
Estudamos, também, o diodo Zener, que atua como regulador de tensão na região de
polarização inversa. Nesta aula, examinaremos o bloco de filtragem e a regulagem a
circuito integrado.

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Filtro a capacitor:
Já estudamos os retificadores, que são circuitos que transformam um sinal AC (que
possui valor médio igual à zero) em um sinal DC (que possui valor médio diferente de
zero). Os retificadores a diodo podem tanto aproveitar só um semiciclo do sinal
alternado de entrada (meia-onda) como os dois semiciclos (onda completa). Em
ambos os casos, o sinal produzido, embora seja contínuo (a corrente flui em apenas um
sentido), é pulsante, isto é, varia de 0 até o valor de pico Vm (figura a seguir). Todavia,
para um grande número de aplicações, a pulsação do sinal DC é inaceitável, e torna-se
necessário o uso de filtros para “suavizar” a saída DC da fonte.

Circuito retificador de onda completa e representação da corrente contínua pulsante sobre a


carga resistiva

Circuito retificador em ponte e representação do sinal DC “suavizado” (linha sólida) sobre a


carga resistiva

A forma mais comum de se realizar a filtragem é empregando-se um capacitor em


paralelo com a carga (figura acima). Nesta configuração, o capacitor se carrega com o
valor máximo de tensão produzido pela etapa retificadora (Vm). Durante a descida do
sinal pulsante (linha tracejada na figura), é a energia armazenada no capacitor que
passa a ser a responsável por alimentar a carga. À medida que o capacitor se
descarrega (através da carga), a tensão armazenada entre seus terminais diminui.
Quando ocorre a subida do sinal pulsante e a tensão do sinal pulsante é igual à tensão
remanescente sobre o capacitor, o mesmo volta a se carregar (até o valor Vm). A figura
abaixo também ilustra este comportamento.

Sinal de tensão sobre a carga em um retificador de ½ onda com filtro capacitivo. O capacitor
se descarrega ao longo do intervalo de tempo T2 através da carga, e se carrega até o valor
máximo Vm durante o intervalo de tempo T1

Uma analogia que pode ajudar a compreender o funcionamento do filtro capacitivo é


comparar o capacitor a uma caixa d’água residencial. Quando a água está sendo
fornecida regularmente (= tensão de entrada máxima) e a caixa d’água está cheia (=
capacitor plenamente carregado), o nível da caixa d´água (= tensão de saída) é máximo.
A água consumida pela residência (= consumo da carga) é reposta quase que
imediatamente pelo suprimento de água da companhia distribuidora, ficando a caixa
d´água sempre cheia.

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Quando ocorre de o fornecimento de água ser irregular, ou seja, a vazão da água
fornecida pela companhia diminuir ou até mesmo zerar (= descida do sinal pulsante), é
a água armazenada na caixa d’água (= energia armazenada no capacitor) que abastece
o domicílio. Enquanto o suprimento de água não for restabelecido (= até a subida do
sinal pulsante), a caixa d’água prossegue se esvaziando (= capacitor se descarrega
através da carga).

A “suavidade” do sinal DC entregue pelo filtro à carga é mensurada através do que se


chama de fator de ondulação (r):
𝑉𝑟 (𝑟𝑚𝑠)
𝑟= ( ) × 100%
𝑉𝑑𝑐
onde Vr(rms) é a tensão eficaz da componente de ondulação (ripple) e Vdc é a resultante
DC percebida pela carga (vide figura a seguir), ambas em V. Quanto menor é a variação
da componente de ondulação em comparação ao valor DC, “melhor” é a operação de
filtragem.

Tensões de ripple de pico a pico (Vr_p-p) e DC (VCC) à saída do filtro capacitivo

Tensão de ondulação (tensão de ripple):


O fator de ondulação é diretamente proporcional à corrente de carga, e inversamente
proporcional ao valor do capacitor. Podemos, novamente, lançar mão da analogia
entre um capacitor e uma caixa d’água. Quanto maior é o consumo de água do
domicílio (= demanda de corrente pela carga) – por exemplo, chuveiros e torneiras
abertas simultaneamente –, mais abruptamente a caixa d’água se esvazia. Do mesmo
modo, quanto maior for o volume da caixa d’água (= valor do capacitor), mais esta
demora a se esvaziar por completo.

Numericamente,*
2,4 × 𝐼𝑑𝑐
𝑉𝑟 (𝑟𝑚𝑠) =
𝐶
(*explicação detalhada em HYPERPHYSICS, 2016)

onde Idc é a corrente da carga em mA e C é o valor de capacitância em F. O


multiplicador 2,4 é válido para entradas alternadas da fonte com frequência de 60 Hz,
retificadas em onda completa.

 O fator de ondulação (ripple) é diretamente proporcional à corrente de carga.

 O fator de ondulação é inversamente proporcional ao valor do capacitor.

Tensão DC:
Quanto maior for o capacitor de filtro, mais próximo de Vm será o valor da tensão DC
de saída, Vdc. Por exemplo, observando as duas figuras anteriores, podemos interpretar
a inclinação da curva da tensão na carga durante o intervalo de tempo T2 como sendo
dependente do valor de C. Quanto maior for C, menor será esta inclinação, já que a taxa
de descarga deste capacitor será menor.

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Raciocinando de maneira similar, quanto maior for a corrente média solicitada pela
carga, menor será o valor da tensão DC da saída, visto que o maior consumo acelera o
processo de descarga do capacitor. Numericamente,
4,17 × 𝐼𝑑𝑐
𝑉𝑑𝑐 = 𝑉𝑚 − ( )
𝐶
em que Vdc e Vm são expressas em V, Idc em mA e C em F. O multiplicador 4,17 é
válido para entradas alternadas da fonte com frequência de 60 Hz, retificadas em onda
completa.

 Quanto maior for o capacitor de filtro, mais próximo o valor da tensão DC de


saída é do valor de pico Vm.

 Quanto maior a corrente média solicitada, menor é o valor da tensão DC da


saída.

Até aqui, vimos que valores de capacitância maiores propiciam menos ondulação e
maior tensão média na saída. Então, por que não usar capacitores de valores muito
grandes nos filtros? A razão é que, ao se aumentar o tamanho do capacitor, aumenta-se,
também, a corrente de pico drenada através dos diodos retificadores, e se esta
corrente for muito elevada, os diodos podem vir a ser danificados. Ou seja, quanto
menor for o tempo de carga T1, maior será o fluxo da corrente de carregamento
(figura abaixo).

Correntes iD através dos diodos para um capacitor de grande valor (abaixo, à direita) e outro
de menor valor (abaixo, à esquerda)

Podemos novamente recorrer à analogia entre capacitor e caixa d’água. Se tivermos


duas caixas d’água, por exemplo, uma com capacidade de 1.000 L e outra com
capacidade de 10.000 L, e o mesmo tempo T1 para enchê-las por completo, a vazão de
água (= corrente elétrica) necessária para encher a segunda caixa deverá ser muito
maior do que para a primeira.

A relação entre o tempo de carga T1 e a corrente de pico Ipico pode ser descrita pela
seguinte equação:

𝑇
𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜 = 𝐼𝑑𝑐 × ( )
𝑇1

 Quanto menor for o tempo de carga, maior será o fluxo da corrente de


carregamento do capacitor.

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Obs.: existe uma regra prática de projeto em que fica estabelecida uma relação de 1000
F por ampère de corrente DC de saída. Por exemplo, C = 1000 F costuma ser
suficiente para minimizar o ripple para uma fonte que fornece até 1 A. Um valor de C =
2200 F também pode ser aceitável, mas se C = 10000 F existe risco de queima dos
diodos caso estes não estejam adequadamente dimensionados. Caso você futuramente
precise de cálculos mais detalhados em seus projetos, consulte o apêndice desta
apostila, em que são apresentadas algumas equações que descrevem as relações entre
tempo de carga, corrente de pico e tensões máxima e mínima de ripple.

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 654-659.
 SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, Pp. 106-107, pp. 110-113.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 HyperPhysics. Development of Ripple Expressions. Georgia State University, 2016.
Disponível em http://hyperphysics.phy-
astr.gsu.edu/hbase/Electronic/rectct.html#c5.
 Slides da aula 06, bem como as referências lá indicadas.
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67. Um filtro a capacitor simples alimentado por um retificador de onda completa fornece
14,5 VDC com um fator de ondulação de 8,5%. Qual é a tensão (eficaz) de ondulação na
saída.

68. Um filtro a capacitor de 400 F tem com entrada uma tensão retificada de onda
completa (funcionando a partir de uma alimentação de 60 Hz) com 18 V de pico. Quais
são as tensões de ondulação e da tensão DC no capacitor para uma carga que drena
100 mA?

69. Um retificador de onda completa (funcionando a partir de uma alimentação de 60 Hz)


alimenta um filtro a capacitor (C = 100 F) que fornece 12 VDC quando conectado a
uma carga de 2,5 k. Calcule a tensão de ondulação na saída.

70. Calcule o fator de ondulação de um filtro capacitivo cujo capacitor é de 120 F e que
alimenta uma carga que drena 80 mA. O retificador de onda completa que o alimenta
opera a partir de uma rede de 60 Hz, fornecendo uma tensão retificada com valor de
pico de 25 V.

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Fundamentação teórica – Filtro RC:
Filtros constituídos pela associação de capacitores e resistores (filtros RC), conforme
mostrado nas figuras abaixo, podem ser empregados com o objetivo de se reduzir
ainda mais a ondulação na saída da fonte. No entanto, como veremos, há também uma
ligeira redução no valor da tensão DC a ser disponibilizada à carga.

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Visão de blocos do filtro RC. O sinal pulsante da saída do retificador é aplicado ao filtro
capacitivo (capacitor C1). Após este filtro, é incluída uma malha RC. A carga RL é ligada em
paralelo ao capacitor C2

Formas de onda antes e depois da malha RC. O sinal entregue pela malha RC à carga possui
uma tensão de ripple V’r bem menor do que a tensão de ripple Vr de um filtro capacitivo
simples. A tensão DC V’dc entregue pela malha RC à carga é ligeiramente menor do que a
tensão Vdc que seria entregue pelo filtro capacitivo simples

Modelagem DC do filtro RC:


O circuito equivalente DC da etapa RC + carga do circuito é mostrado na figura abaixo.
Para efeito de modelagem, substitui-se a tensão DC sobre o capacitor C1 por uma fonte
DC. C2 pode ser eliminado do desenho de circuito, pois se comporta como chave aberta
em regime de tensão contínua.

Circuito equivalente DC do filtro RC

A tensão DC sobre a carga (V’dc) pode ser calculada por intermédio da regra do divisor
de tensão: V’dc = [RL/(RL + R)] × Vdc.

Modelagem AC do filtro RC:


O circuito equivalente AC da etapa RC + carga do circuito é exibido na figura a seguir.
Para efeito de modelagem, substitui-se a tensão AC sobre o capacitor C1, Vr, por uma
fonte AC de mesmo valor.

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Circuito equivalente AC do filtro RC

Antes de determinar a tensão AC sobre a carga (V’r), cabe revisar alguns conceitos. Em
um circuito RC, a impedância Z do circuito é dada pela soma vetorial da resistência R
com a reatância capacitiva** XC:
𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋𝐶2

Aplicando-se a regra do divisor de tensão e a equação acima, e assumindo que XC << RL


(ou seja, a impedância equivalente da associação de C2 em paralelo com RL é
aproximadamente igual à XC), temos que o valor da tensão V’r sobre a carga é:
𝑋𝐶
𝑉𝑟′ = 𝑉𝑟 × ( )
𝑍

A frequência do sinal produzido pelo retificador de onda completa é o dobro da


frequência da alimentação (vide figura abaixo). Considerando que a frequência da
alimentação fornecida pela concessionária elétrica seja de 60 Hz, a frequência f à saída
do retificador é de 120 Hz.

Forma de onda das tensões na entrada (Vin) e na saída (VO) do retificador de onda completa.
Note que para cada 1 ciclo completo do sinal de entrada ocorrem 2 ciclos do sinal de saída

Sendo XC é dependente de f e de C, conforme relacionado na seguinte equação:


1
𝑋𝐶 =
2𝜋𝑓𝐶

Substitui-se f por 120 Hz na equação:


0,0013
𝑋𝐶 =
𝐶

onde XC é expressa em  e C é dado em farads (F). Para declaração mais conveniente


nas ordens de grandeza usuais, reescreve-se a equação acima de modo que XC seja
expressa em k e C seja dado em F:
1,3
𝑋𝐶 =
𝐶
_______________________________________________________________________________________________________________________________
** Reatância capacitiva: oposição oferecida pelo capacitor à passagem da corrente. É inversamente
proporcional à frequência do sinal.

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Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 659-661.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 Slides da aula 06, bem como as referências lá indicadas.
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71. Seja o circuito da Figura 6.1. (a) Calcule V’dc. (b) Calcule V’r. (c) Calcule o fator de
ondulação r sobre a carga. (d) A partir dos resultados obtidos nos itens anteriores,
compare a redução percentual dos sinais AC (ripple) e DC ao perpassarem o filtro RC
(ou seja, Vr e Vdc sofreram redução de quantos %, cada?).

Figura 6.1

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Fundamentação teórica – Regulagem com circuitos integrados:
Regulagem (ou regulação) de tensão é a propriedade que uma fonte de alimentação
possui de manter fixada a tensão nos terminais da carga, ainda que sob condições
variantes. O fator de regulação ou valor de regulação é dado por:
𝑉𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 − 𝑉𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎
𝑉. 𝑅. (%) = ( ) × 100%
𝑉𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎

Este fator exprime o quanto a tensão na saída da fonte varia entre quando a fonte está
sem carga (teste a vazio, ou de fonte aberta; Vsem carga) e quando a carga está conectada
(teste com carga; Vcarga plena). Fontes bem reguladas apresentam pouca diferença entre
Vsem carga e Vcarga plena.

No nosso curso, já vimos que diodos Zener podem fazer regulação de tensão.
Analisaremos, agora, o uso de circuitos integrados (CIs) reguladores de tensão, que
fazem parte da classe de CIs lineares. Reguladores integrados contêm tensão de
referência, circuito comparador, circuito de controle e proteção contra sobrecarga.

A operação de entrada destes CIs depende de uma tensão DC razoavelmente constante


(por exemplo, aquela provida por um filtro capacitivo). Na operação de saída é
fornecida uma tensão DC um pouco mais baixa do que a de entrada, porém regulada.
Classifica-se a regulação como de linha (tensão de saída regulada, para tensão de
entrada variante) e de carga (tensão de saída regulada, para cargas variantes).

Exemplo – regulagem com CIs da série 78xx:


Na figura a seguir, vê-se um exemplo de aplicação do CI de três terminais da série 78xx,
que fornece tensão positiva fixa regulada em sua saída. Para funcionamento adequado
do CI, a tensão de entrada deve atender a valores mínimos, informados pelo fabricante
do CI no datasheet. A tabela abaixo traz esta informação de VIN mínima para os CIs
modelos 7805 e 7812. Ao pino de entrada (pino 1) é conectado um capacitor CI de

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filtragem. O pino de common (pino 3 no desenho) é ligado ao terra. O fabricante
recomenda que no pino de saída (pino 2) seja conectado um capacitor C O para
melhorar a estabilidade e a resposta a transientes (consulte FAIRCHILD, 2014 para
mais detalhes e aplicações).

Exemplo de aplicação de CI da série 78xx

Número do CI Tensão positiva regulada VIN mínima


7805 +5 V 7,3 V
7812 +12 V 14,6 V
Dados dos CIs 7805 e 7812

Obs.: há CIs que fornecem tensão negativa fixa regulada em sua saída, p. ex., os da série
79xx.

Exemplo – regulagem com CI LM317:

Encapsulamento do CI LM317

A regulagem pode ser feita com CIs ajustáveis; por exemplo, o LM317, como o
mostrado acima, que fornece tensão de saída regulada em qualquer valor entre 1,2 V e
37 V. A figura a seguir ilustra a aplicação padrão deste CI. Variando-se o valor do
potenciômetro R2, altera-se a tensão de saída VO de acordo com a equação abaixo (dada
pelo fabricante do CI):
𝑅2
𝑉𝑜 = [1,25 × (1 + )] + (𝐼𝐴𝐷𝐽 × 𝑅2 )
𝑅1

onde a corrente do terminal de ajuste, IADJ, é menor do que 100 A (e pode ser
desprezada na maioria dos casos).

Aplicação padrão do CI LM317

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Exemplos de aplicações:
Seja o primeiro exemplo o da figura abaixo, no qual são adicionados à configuração
básica os capacitores Cin e CO. Cin serve para reduzir a sensibilidade à impedância de
linha, podendo ser implementado um capacitor de cerâmica de 100 nF ou de tântalo de
1 F. CO serve para melhorar a resposta a transientes e reduzir o efeito de oscilação
(ringing), podendo ser implementado um capacitor de tântalo de 1 F ou eletrolítico
de 25 F (valores de capacitância recomendados pelo fabricante).

Aplicação padrão do CI LM317 com capacitores adicionais

Num segundo exemplo de aplicação, o da figura a seguir, são adicionados o capacitor


CAdj e dois diodos. CAdj melhora a rejeição ao ripple. Os diodos servem de proteção
quando a tensão de saída for maior do que 25 V ou quando os valores de capacitância
forem elevados (CAdj > 10 F, CO > 25 F). D1 evita que CO descarregue através do CI em
caso de curto na entrada. D2 evita que CAdj descarregue através do CI em caso de curto
na saída. D1 e D2 evitam que CAdj descarregue através do CI em caso de curto na
entrada.

Regulador de tensão LM317 com diodos de proteção

Referências
 BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 666-670.
 MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
 Fairchild. LM78XX/LM78XXA 3-Terminal 1 A Positive Voltage Regulator (datasheet).
Fairchild Semiconductor Corporation, 2014.
 Slides da aula 06, bem como as referências lá indicadas.
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72. Um grupo de alunos resolve realizar um experimento com uma fonte de alimentação
adquirida no mercado popular da Rua Uruguaiana. A prática consiste em medir a
tensão de saída Vo fornecida por esta fonte quando há e quando não há um notebook
conectado à mesma, e notar a diferença. Depois de repetidas medições, chegou-se à
média dos valores: Vo (quando o aparelho está desconectado) = 13,1 V, e; Vo (quando o
aparelho está conectado) = 11,5 V.

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Com base no exposto acima:
(a) Calcule o fator de regulação de tensão, V.R., em %.
(b) Responda: qual é o valor de V.R. em uma fonte perfeitamente regulada?

73. Seja o circuito da aplicação padrão do CI LM317 (página 46), e sejam neste circuito R1
= 240  e R2 = 2,4 k. Determine a tensão regulada no circuito: (a) considerando o
efeito de IADJ; (b) desprezando o efeito de IADJ.

EXERCÍCIOS ADICIONAIS

74. Elabore o diagrama de uma fonte de tensão DC completa a partir dos blocos básicos
(slides da Aula 06), com base no que foi discutido no curso e atentando às premissas a
seguir:
 Bloco transformador :: entrada AC da concessionária (neutro, fase e terra),
primário protegido por fusível, chave liga-desliga. Transformador abaixador de
tensão.
 Bloco retificador :: onda completa com ponte de diodos.
 Bloco de filtragem :: capacitor eletrolítico.
 Bloco de regulagem :: CI 7812 (indicar pinagem no diagrama), capacitor conectado
ao pino OUT do CI (filtro de ruído de alta frequência).
 Saída :: terminais positivo e negativo (terra), onde será conectada a carga
(alimentada com +12 V). LED indicador de fonte ligada, com proteção por resistor
limitador de corrente.

75. Com relação a filtros capacitivos, sejam as assertivas a seguir:


(I) Aumentar o capacitor reduz o valor DC.
(II) Aumentar a corrente de carga reduz o valor DC.
(III) Aumentar o capacitor reduz o pico de corrente através dos diodos retificadores.
(IV) Aumentar a corrente de carga reduz o fator de ondulação.
(V) Aumentar a corrente de carga aumenta o fator de ondulação.

Assinale a opção correta.


( a ) São verdadeiras as afirmativas I, II e IV.
( b ) São verdadeiras as afirmativas I, III e IV.
( c ) São verdadeiras as afirmativas II e V.
( d ) São verdadeiras as afirmativas III e IV.
( e ) São verdadeiras as afirmativas III e V.

76. O forno de micro-ondas é um aparelho eletrodoméstico que aquece os alimentos


através de uma radiação eletromagnética. A radiação produzida aumenta a vibração
das moléculas de água dos alimentos e, desta forma, eles se aquecem de dentro para
fora. O principal componente destes aparelhos é uma válvula termiônica denominada
magnetron. O magnetron gera uma radiação de micro-ondas de elevada potência
(cerca de 900 W), na frequência de 2450 MHz.
Para emitir ondas, o magnetron requer duas coisas: (1) que o seu filamento, ligado ao
terminal catodo da válvula, seja aquecido, a partir de uma alimentação de cerca de 3 V,
para que elétrons sejam liberados, e; (2) que seja aplicada alta tensão DC entre os
terminais catodo e anodo (também chamado de placa) da válvula. A Figura A.1 mostra
o diagrama esquemático simplificado de uma fonte para fornecimento de alta tensão
ao magnetron.

APOSTILA DE ELT I – VOL. I – REV. 1 – UNISUAM (PROF. VINICIUS COUTINHO) Página 48 de 55


Figura A.1

A fonte de alta tensão acima ilustrada consiste de uma etapa elevadora de tensão
(secundário 1 do transformador) e um circuito grampeador. Seja de 1:14 a relação
entre espiras do primário e secundário 1. Considere, ainda, que o transformador e o
diodo sejam ideais.

(a) Com base no diagrama da Figura A.1 e nas demais informações fornecidas, calcule
as tensões eficaz e de pico produzidas no secundário 1.

(b) Assinale a opção correta, dentre as abaixo, acerca do funcionamento do circuito.


(I) No primeiro semiciclo (+), D1 conduz, e C1 é carregado com o valor eficaz
da tensão.
(II) No primeiro semiciclo (+), D1 conduz, e C1 é carregado com o valor de
pico positivo da tensão.
(III) No primeiro semiciclo (+), D1 conduz, e C1 não é carregado.
(IV) No primeiro semiciclo (+), D1 é cortado, e C1 não é carregado.
(V) No primeiro semiciclo (+), D1 é cortado, e C1 é carregado com o valor de
pico negativo da tensão.

(c) Suponha que o capacitor C1 tenha apresentado defeito de curto circuito. Esboce,
no gráfico a seguir, a forma de onda na saída da fonte (isto é, a tensão instantânea
vista pelo magnetron), atentando à necessidade de indicar o valor de pico no
gráfico.

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(d) Os circuitos grampeadores recebem este nome porque deslocam uma forma de
onda para um nível DC diferente, isto é, “grampeiam” a forma de onda num
determinado nível DC sem, contudo, alterar a aparência do sinal aplicado. O
elemento responsável por este deslocamento de tensão é o capacitor. Nestes
circuitos, o capacitor, uma vez carregado, conserva a carga e, consequentemente,
fixa um valor de tensão VC entre seus terminais.
Em face do exposto, é cabível modelar o capacitor num circuito grampeador como
uma fonte de tensão DC, a qual se sobrepõe à tensão Ve do gerador que alimenta o
circuito. Em conjunto, ambas as fontes originam o sinal de tensão Vs na saída: Vs =
V e + VC .
Considerando que o gerador do circuito da Figura A.1 seja o enrolamento
secundário 1, e que a forma de onda produzida por este gerador seja senoidal,
assinale, a seguir, a única opção que representa corretamente as parcelas do sinal
de tensão que será fornecido ao magnetron.
OPÇÃO Ve VC
(A) 1680 sen t (volts) 2375 sen t (volts)
(B) 2375 sen t (volts) 2375 (volts)
(C) 2375 sen t (volts) - 2375 (volts)
(D) 4750 sen t (volts) 2375 (volts)
(E) 4750 sen t (volts) - 2375 (volts)

77. Seja a fonte de alimentação esquematizada na Figura A2.

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Figura A.2

a. Assinale, dentre as afirmativas abaixo, aquela que for a correta.


(I) Se o capacitor de filtro apresentar defeito de circuito aberto, a tensão
sobre a carga será nula.
(II) Se o capacitor de filtro apresentar defeito de circuito aberto, a tensão
sobre a carga será um sinal um sinal alternado.
(III) Se o capacitor de filtro apresentar defeito de circuito aberto, a tensão
sobre a carga será um sinal contínuo constante.
(IV) Se o capacitor de filtro apresentar defeito de circuito aberto, a tensão
sobre a carga será um sinal retificado de onda completa.
(V) Se o capacitor de filtro apresentar defeito de circuito aberto, a tensão
sobre a carga será um sinal retificado de meia onda.

b. Assinale, dentre as afirmativas abaixo, aquela que for a correta.


(I) Se a trilha que conecta a ponte de diodos ao terra se romper, a tensão
sobre a carga será um sinal retificado de onda completa com polaridade
invertida.
(II) Se a trilha que conecta a ponte de diodos ao terra se romper, a tensão
sobre a carga será um sinal retificado de meia onda com polaridade
invertida.
(III) Se a trilha que conecta a ponte de diodos ao terra se romper, a tensão
sobre a carga será nula.
(IV) Se a trilha que conecta a ponte de diodos ao terra se romper, a tensão
sobre a carga será um sinal alternado.
(V) Se a trilha que conecta a ponte de diodos ao terra se romper, os diodos
irão se danificar por sobrecorrente.

c. Assinale, dentre as afirmativas abaixo, aquela que for a correta.


(I) A função do capacitor é regular a tensão sobre a carga, ou seja, manter
um valor DC perfeitamente constante.
(II) A função do capacitor é grampear a tensão sobre a carga, ou seja,
deslocar a tensão para determinado nível DC sem alterar a aparência do
sinal.
(III) A função do capacitor é duplicar a frequência do sinal contínuo pulsante.
(IV) A função do capacitor é retificar o sinal, ou seja, transformar um sinal de
valor médio zero em um sinal de valor médio diferente de zero.
(V) A função do capacitor é suavizar ao máximo a pulsação do sinal DC
produzido pela etapa retificadora.

78. Se uma das fases faltar na alimentação de um motor trifásico, sérios problemas de
funcionamento podem ocorrer, inclusive a queima dos enrolamentos. É, portanto, uma
preocupação das maiores para qualquer indústria ou outras instalações que possuam
tais tipos de motores a monitoração constante das fases da rede de energia que os
alimenta. Um circuito detector de falta de fase, como o mostrado na Figura A.3, serve
para acionar um dispositivo de proteção ou um alarme (ou ambos) quando ocorrer a
falta de uma das fases da alimentação da rede.

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A tensão no secundário de cada um dos transformadores T 1, T2 e T3 fornece um sinal
que mostra se cada fase correspondente está presente. Os secundários possuem
derivação central e a retificação do sinal é de onda completa. Considerando, agora,
somente a fase A, observa-se que o sinal de tensão retificado pelos diodos D2 e D3
passa por abaixamento adicional por meio de malha resistiva composta por R1, P1 e R4,
e é entregue à entrada do CI comparador LM339.

Figura A.3

(a) Esboce a forma de onda no ponto de medição M1 no caso de o capacitor C1 apresentar


defeito de circuito aberto.
(b) Esboce a forma de onda no ponto de medição M1 em caso de funcionamento normal do
circuito.

79. Você foi contratado como engenheiro e recebeu a tarefa de elaborar o projeto de uma
fonte de corrente contínua linear básica, atendendo às seguintes condições:
 Alimentação de entrada = 220 V (rms).
 Abaixamento de tensão por meio de transformador.
 Retificação de onda completa utilizando apenas dois diodos.
 Os diodos retificadores devem ser da família apresentada na Figura A.4.
 Carga resistiva.
 A carga não requer regulação de tensão, tampouco filtragem.
 A tensão de carga é de +72 V (dc).

(a) Determine a quantidade total de espiras no secundário do transformador para um


enrolamento primário com 2200 espiras. Para todos os efeitos, considere que o
transformador seja ideal. Além disso, elabore o diagrama de circuito da sua fonte,
incluindo a carga.

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(b) Seja a especificação de tensão de pico inversa (TPI) dos diodos da série 1N540x
mostrada na Figura A.4. Responda: quais destes modelos não podem ser empregados
no projeto em questão? É necessário justificar sua resposta.

Figura A.4

80. Seja uma placa de circuito eletrônico em que um determinado CI (circuito integrado)
requeira uma tensão contínua e igual a 15 V para perfeito funcionamento. Contudo, a
tensão de alimentação principal da placa é provida por uma fonte c.c. (V1) de 24 V,
como esquematizado na Figura A.5(a). Assim, é necessário implementar um circuito a
diodo Zener (D1) que regule a tensão fornecida ao referido CI. Os diodos disponíveis
para o projeto são os da série 1N4728A a 1N4748A, cujas principais especificações
elétricas, extraídas do datasheet, são vistas nas Figuras A.5(b) e A.5(c).

Figura A.5(a)

Figura A.5(b)

Figura A.5(c)

(a) Com base nas especificações acima apresentadas, indique a potência máxima do diodo
Zener e o modelo adequado à aplicação.

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(b) Calcule a corrente Zener máxima, IZmáx.
(c) Seja a corrente Zener estabelecida em projeto, IZ, igual a 30% de IZmáx, e seja a corrente
drenada pelo CI igual a 50 mA. Calcule o valor do resistor limitador R1 que resolve
estes valores.

81. Seja a fonte DC da Figura A.6 e sejam as assertivas a seguir:


I. No semiciclo positivo do sinal de entrada, a corrente direta atravessa o
diodo D2, o circuito da carga, e retorna pelo diodo D3.
II. No semiciclo positivo do sinal de entrada, a corrente direta atravessa o
diodo D2, o circuito da carga, e retorna pelo diodo D4.
III. A função do capacitor de 470 F é suavizar ao máximo a pulsação do sinal
DC produzido pela etapa retificadora.
IV. A função do capacitor de 470 F é regular a tensão sobre a carga, ou seja,
manter um valor DC perfeitamente constante.
V. A função do capacitor de 470 F é retificar o sinal, ou seja, transformar um
sinal de valor médio zero em um sinal de valor médio diferente de zero.

Assinale abaixo a opção correta.


(a) São verdadeiras as afirmativas I e III.
(b) São verdadeiras as afirmativas I e IV.
(c) São verdadeiras as afirmativas I e V.
(d) São verdadeiras as afirmativas II e III.
(e) São verdadeiras as afirmativas II e IV.

Figura A.6

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APÊNDICE
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Cálculo da corrente de pico Ipico no filtro a capacitor:
C1  (Vm  VCmín )
I pico 
t carga

onde C1 é o valor da capacitância do capacitor de filtragem, Vm é a tensão máxima aplicada


sobre o capacitor (igual à tensão máxima no secundário do transformador, caso se
considerem os diodos ideais), VCmín é a tensão mínima a ser armazenada no capacitor, e
tcarga é o tempo de carga do capacitor. Observe que, em caso de uso de CI regulador de
tensão, os valores mínimo e máximo de ripple (VCmín e Vm, respectivamente) devem
respeitar os valores de regulação de linha mínimo e máximo informados pelo fabricante
do CI.

Cálculo do tempo de carga tcarga do capacitor:


arc cos (VCmín / Vm )
t carga 
2πf
onde f é a frequência do sinal de tensão elétrica, em Hz.

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