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APOSTILA DE ELETRÔNICA I
VOL. I
ED. 1
Cada tópico traz uma seção de fundamentação teórica resumida para complementar
ou relembrar o que foi tratado na aula. Nesta seção de fundamentação teórica, há
também a indicação das páginas ou capítulos de referência dos livros que compõem
a bibliografia básica da matéria. É recomendável que a/o aluna/o estude por pelo
menos um destes livros, seguindo estas páginas/capítulos de referência, como forma
de aprofundar os conhecimentos.
Para cada tópico desta apostila há os respectivos exercícios. O ideal é que se resolva
o máximo possível de exercícios como forma de se preparar melhor para as provas.
Além disso, as atividades práticas supervisionadas serão baseadas em seleções de
exercícios deste conjunto.
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Fundamentação teórica – Tipos e materiais semicondutores:
Condutores são materiais que permitem facilmente a passagem da corrente elétrica em
seu interior quando submetidos à diferença de potencial, pois tais materiais possuem
cargas elétricas livres. Já os isolantes são materiais que, em condições típicas, não
permitem a passagem de corrente elétrica em seu interior, pois não possuem cargas
elétricas livres. Os semicondutores são materiais que apresentam características
elétricas intermediárias entre os isolantes e os condutores, conforme a figura a seguir.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 1-11.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 118-124.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
2.
Slides das aulas 01 e 02, bem como as referências lá indicadas.
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Fundamentação teórica – Equação de Shockley:
As características gerais de um diodo semicondutor podem ser definidas pela
equação de Shockley:
ID IS (eVD /VT 1)
onde ID é a corrente de difusão (corrente direta); IS é a corrente de saturação reversa;
VD é a tensão de polarização direta aplicada ao diodo; é um fator de idealidade, que é
função das condições de operação e construção física, variando entre 1 e 2, e; VT é a
tensão térmica. A tensão térmica é dada por
kTK
VT
q
onde k = 1,38 × 10-23 J/K (constante de Boltzmann); TK é a temperatura absoluta em
kelvin = 273 + temperatura em °C; q = 1,6 × 10-19 C (magnitude da carga eletrônica).
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 11-14.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 93-95.
Slides da aula 02, bem como as referências lá indicadas.
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Fundamentação teórica – Efeito da temperatura:
Foi discutido em sala da aula o efeito da temperatura sobre a corrente de saturação
reversa e, consequentemente, sobre as características do diodo semicondutor. De fato,
para cada 10°C de elevação na temperatura em um diodo de silício, a corrente reversa
dobra de valor, conforme ilustra a próxima figura (fonte: datasheet do diodo 1N4148).
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 16-18.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, p. 93-95.
Slides da aula 02, bem como as referências lá indicadas.
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Figura 2.1
Indique, na Figura 2.1, qual das duas curvas melhor representa a característica i versus
v do referido diodo na situação de superaquecimento descrita acima, apresentando
uma breve justificativa.
AULA 03
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Fundamentação teórica – Estudo de diodos:
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 18-26.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 89-90, 97-99, 103.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
3.
Slides da aula 03, bem como as referências lá indicadas.
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(I) O diodo conduz bem a corrente quando o potencial positivo da tensão aplicada
à junção é ligado ao material tipo P, e o negativo ao tipo N.
11. Sejam os circuitos ilustrados na Figura 3.1 (a) e (b). Considere que a fonte de
alimentação seja de 10 V, que o resistor que compõe a malha seja de 1 kΩ, e que se
trate de um diodo prático de silício.
(a) Indique em qual dos circuitos o diodo está polarizado diretamente, e em qual dos
circuitos o diodo está polarizado inversamente.
(b) Determine a corrente de malha em ambos os circuitos.
(c) Determine o valor da queda de tensão sobre o diodo em ambos os circuitos.
12. Descreva, com suas próprias palavras, o modelo (circuito equivalente) ideal do diodo.
Além disso, comente sobre em que situações a adoção deste modelo é contraindicada.
13. Descreva, com suas próprias palavras, o modelo de bateria do diodo. Além disso,
comente sobre em que circunstâncias a adoção deste modelo é contraindicada.
14. Considere o gráfico da Figura 3.2, que traz duas curvas: a do diodo comercial (curva
azul) e a do diodo ideal (curva tracejada). Determine:
(a) a resistência DC do diodo comercial para uma corrente direta de 3 mA;
(b) a resistência DC do diodo comercial para uma corrente direta de 4 mA;
(c) a resistência DC do diodo ideal para uma corrente direta de 4 mA;
(d) a resistência DC do diodo comercial para uma tensão reversa de -10 V;
(e) a resistência DC do diodo comercial para uma tensão reversa de -30 V.
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Fundamentação teórica – Diodo Zener:
O diodo Zener é um tipo especial de diodo, mais altamente dopado que o diodo PN
convencional, projetado para operar nas proximidades da região de ruptura, onde
grandes variações de corrente produzem pequenas variações de tensão. Isto o torna
aplicável a circuitos reguladores de tensão, por exemplo. O diodo Zener, quando
inversamente polarizado, fixa um valor de tensão entre os seus terminais.
Além disso, como boa prática de projeto, costuma-se arbitrar que a corrente mínima
necessária ao componente para que este opere na região Zener seja IZmín = 10% × IZmáx.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 33-34, 82-88.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 104-106.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
5.
Slides da aula 03, bem como as referências lá indicadas.
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15. O circuito regulador Zener da Figura 3.3 apresenta um problema com relação às
observações feitas na revisão teórica acima. Qual é esse problema? Prove,
numericamente, e proponha uma solução adequada.
Figura 3.4
17. Determine o valor do resistor limitador de corrente RS no circuito da Figura 3.4 para
que a corrente através do diodo Zener seja:
(a) 70 % de IZmáx (tolerância estipulada pelo projetista);
(b) IZT = 25% de IZmáx (IZT é um parâmetro dos datasheets dos diodos Zener).
18. Determine o valor do resistor limitador de corrente RS no circuito da Figura 3.5 para
que a corrente através do diodo Zener seja 70 % de IZmáx (tolerância estipulada pelo
projetista). Dados do diodo Zener: PZmáx = 1,2 W. VZnom = 11 V.
Figura 3.5
Figura 3.6
20. Analisando a curva característica do diodo Zener (vide slides da Aula 03), responda: o
que ocorre se a tensão aplicada ao Zener polarizado inversamente for muito menor do
que a tensão de especificação do componente, tanto em termos da condução de
corrente deste componente quanto em termos da regulação de tensão da carga? Ainda,
responda: como se comporta o diodo Zener quando polarizado diretamente?
22. Seja o circuito da Figura 3.8. Esboce a forma de onda para o sinal de tensão na carga.
Figura 3.8
23. O rádio de um carro requer uma tensão de 9 V para funcionar e consome uma corrente
de 320 mA. Visto que a alimentação do carro se dá por bateria de 12 V, torna-se
necessário o emprego de um circuito regulador de tensão Zener. Projete o circuito
para abastecer este rádio corretamente, esboçando o circuito e determinando o valor
adequado do resistor limitador. OBS.: i. O componente base deste projeto é o diodo
Zener 1N960; pesquise na Internet ou no Google Drive seu datasheet, de onde deverá
obter as especificações necessárias à consecução do projeto. ii. Fica a seu critério
definir o valor de projeto para a corrente no Zener, contanto que seja intermediário à
IZmáx e IZmín.
Figura 3.9
(A) (B)
(C)
(D) (E)
AULA 04
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Fundamentação teórica – Diodo emissor de luz (LED):
O LED emite luz visível ou invisível (infravermelha) quando energizado. É constituído
de uma junção PN. Lembre-se de que na junção PN diretamente polarizada (ou seja,
com uma tensão direta VF aplicada) ocorre a recombinação de lacunas e elétrons. Esta
recombinação exige que a energia do elétron livre seja transferida para outro estado.
Uma parcela dessa energia é liberada na forma de calor e outra, na forma de fótons,
sendo a última significativa nos LEDs a ponto de produzir radiação luminosa.
Os LEDs podem produzir variadas cores, conforme o seu material construtivo (vide
tabela nos slides da Aula 04). O comprimento de onda de uma cor específica está
diretamente relacionado ao gap de energia do material, segundo a equação:
Alguns exemplos de construção podem ser vistos nas figuras a seguir. Os materiais
semicondutores empregados na fabricação de LEDs coloridos são heteroestruturas,
isto é, combinações de materiais trivalentes como Al, Ga e In com pentavalentes como
N, P e As em geometria cristalina, em vez de silício dopado.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 6, 36-42.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
5.
Slides da aula 04, bem como as referências lá indicadas.
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25. Se aplicarmos o valor do gap de energia de 1,43 eV para GaAs na equação acima, qual é
o valor de obtido? Em que range do espectro de luz se localiza este comprimento de
onda (revise os slides da Aula 04)?
26. Utilizando as informações oferecidas pela Figura 4.1, determine a tensão direta VF
através do LED, se a intensidade luminosa relativa for de 1,5.
27. Seja o circuito da Figura 4.2. Sejam as especificações do LED D1: VF (tensão direta) =
2,2 V; IF (corrente direta média) = 20 mA. Calcule o valor R para (a) V CC = 5 V; (b) VCC =
12 V.
Figura 4.2
(I) Quando o fotodiodo é polarizado inversamente, a corrente que circula por ele é
diretamente proporcional à luz incidente.
(II) O LED só produz radiação luminosa quando polarizado inversamente.
(III) A fotoluminescência do LED se deve à absorção da energia de recombinação na
forma de fótons.
(IV) A fotoluminescência do LED se deve à liberação da energia de recombinação na
forma de fótons.
(V) Quanto maior for o gap de energia do material constituinte do LED, maior será
a tensão direta do LED e menor será o comprimento de onda irradiado por ele.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 690-691.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 130-131.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
5.
Como funcionam os foto-diodos (artigo). Instituto Newton C Braga, 2014. Disponível
em http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/4715-art1181.
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30. Considere, agora, que a curva i versus v do fotodiodo do circuito da Figura 4.3(b) seja a
mostrada abaixo, na Figura 4.3(c). A corrente reversa é expressa em microampères, a
tensão reversa em volts e a iluminância em lux. Seja VR = 3 V. Calcule a resistência DC
do fotodiodo para as iluminâncias de 0 lux (corrente escura) e 2500 lux.
Figura 4.3(c)
32. Alguns poucos países (sendo os Estados Unidos o principal deles, do ponto de vista da
economia) não adotam o Sistema Internacional de Unidades, mas sim o Sistema
Imperial, no qual a intensidade da luz é medida em velas, ou footcandles (fc). Por conta
disto, na literatura ou em especificações se verifica, certas vezes, a notação em fc e, em
outras, a notação em mW/cm2 ou W/cm2.
33. Pesquise (na Internet, na sua empresa, em sites de fabricantes, etc.) e liste, pelo menos,
três aplicações comerciais e/ou industriais de fotodiodos.
34. Um compact disc (CD) armazena informações digitais da seguinte maneira: os bits “0”
são gravados na superfície de alumínio do CD na forma de pequenas escavações (pits),
e onde não há tais escavações (lands) ficam registrados os bits “1”. Um laser aplica um
feixe luminoso sobre a superfície do disco. Quando este feixe incide sobre um land, ele
é refletido sobre um sensor, o qual é constituído de um fotodiodo. Quando o feixe
incide sobre um pit, ele não é refletido pelo disco. A Figura 4.4(a) representa este
esquema de funcionamento.
Figura 4.4(a)
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Fundamentação teórica – Teste de diodos:
Defeitos em diodos podem ser verificados com multímetros digitais, utilizando-se a
função de teste de diodo do multímetro (quando disponível), conforme a figura abaixo.
Se o diodo está “saudável”, na situação de polarização direta como a mostrada a seguir,
o display exibirá o valor da tensão direta sobre o mesmo (0,5 V a 0,7 V, tipicamente) e,
em polarização inversa, infinito (1 à esquerda no display).
Multímetros muito simples podem não ter a função de teste de diodo. Neste caso,
pode-se testar o componente utilizando ohmímetro na menor escala ou o provador de
continuidade. Consulte as referências abaixo ou manuais de multímetro para aprender
mais sobre o assunto.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 32-33.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
3.
Teste de diodo retificador com multímetro digital (vídeo). Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=Oh-3hTjYd0E.
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Fundamentação teórica – Resistência AC (ou dinâmica) do diodo:
Podemos entender a resistência AC do diodo como a derivada da equação de Shockley
em um determinado ponto, ou o cálculo da resistência rd sobre uma faixa de valores (rd
= ΔVd/ΔId).
Tomemos como exemplo a curva a seguir. Vamos calcular rd para dois pontos: (a) Id =
25 mA (ou seja, a faixa de corrente em torno deste ponto), e; (b) Id = 2 mA.
Tal simplificação permite que a resistência dinâmica possa ser encontrada com a
simples substituição do valor estático (valor quiescente) da corrente do diodo na
equação, não havendo necessidade de ter as características disponíveis ou de traçar
linhas tangentes.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 20-23.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 100-103.
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Fundamentação teórica – Configurações com diodo em série e em paralelo:
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 53-62.
Slides da aula 04, bem como as referências lá indicadas.
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36. Determine a corrente I para cada uma das configurações da Figura 4.5 considerando
que os diodos são de silício (modelo de bateria).
37. Determine VO para o circuito da Figura 4.6, considerando que os diodos são de silício
(modelo de bateria).
38. Considerando que são diodos de silício (modelo de bateria) na Figura 4.7, determine:
(a) a corrente I;
(b) a tensão VO (em relação ao terra);
(c) a tensão sobre o resistor.
Figura 4.7
Figura 4.8
Figura 4.10
42. Determine a corrente da malha, I, a tensão sobre D2, VD2, e a tensão sobre a carga R1, VO,
para o circuito da Figura 4.11, empregando o modelo ideal.
Figura 4.11
44. Determine I1, ID1, ID2 e VO para o circuito da Figura 4.12, considerando que os diodos
são de silício e idênticos.
45. Determine as correntes I1, ID1 e ID2 para o circuito da Figura 4.13, considerando que os
diodos são de silício (modelo de bateria).
Figura 4.13
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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos como portas lógicas simples:
Operações da álgebra booleana podem ser implementadas em circuitos eletrônicos
digitais por meio das chamadas portas lógicas. A seguir, verificaremos que portas
lógicas simples podem ser construídas apenas com diodos e resistores, associando-os
adequadamente. Trataremos aqui de duas operações lógicas: a operação OR (OU) e a
operação AND (E).
Na operação OR, o valor lógico que resulta da operação é verdadeiro (ou seja, igual a
“1”) se ao menos uma das variáveis de entrada é verdadeira, e é falso (ou seja, igual a
“0”) se, e somente se, todas as variáveis de entrada são falsas. A tabela-verdade da
operação OR com duas variáveis de entrada, A e B, e uma variável de saída, Y, é
mostrada na tabela abaixo.
A B A + B = Y (saída)
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Tabela-verdade da operação OR
Na operação AND, o valor lógico que resulta da operação só é verdadeiro quando todas
as variáveis de entrada são verdadeiras. Se pelo menos uma das variáveis de entrada é
falsa, o resultado da operação é falso. A tabela-verdade da operação AND com duas
variáveis de entrada, A e B, e uma variável de saída, Y, é mostrada na tabela a seguir.
Em circuitos práticos, o valor lógico “1” significa um nível de tensão alto, e “0” um
nível de tensão baixo. Além disso, as portas lógicas OR e AND são representadas em
diagramas de circuito por símbolos específicos, mostrados nas figuras abaixo.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 62-63.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, p. 91.
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46. Seja o circuito da Figura 4.14, em que D1 e D2 diodos de silício. Seja o nível lógico “1” =̂
10 V 1 V. (a) Se aplicarmos 10 V à entrada “A” e mantivermos aterrada a entrada “B”,
qual será o valor de tensão/nível lógico na saída “Y”? (b) Se aplicarmos 10 V a ambas
as entradas simultaneamente, qual será o valor de tensão/nível lógico na saída “Y”? (c)
mantivermos ambas as entradas aterradas, qual será o valor de tensão/nível lógico na
saída “Y”? (d) Trata-se de uma porta AND ou de uma porta OR?.
Figura 4.14
47. Seja o circuito da Figura 4.14. Considere que o valor de tensão para nível lógico “1” na
saída “Y” do circuito seja o mesmo calculado no exercício anterior. (a) Qual será o
valor da corrente I que atravessa o resistor R1 quando a saída estiver em nível alto e
R1 = 1 k? (b) A escolha de um valor muito grande de R1 – por exemplo, na ordem de
M – implica em que vantagens? (dica: tem a ver com dissipação de potência).
Figura 4.15
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Fundamentação teórica – Retificação de meia-onda:
Retificar um sinal de tensão significa transformar um sinal alternado, ou AC, (que
possui valor médio igual a zero) em um sinal contínuo, ou DC (que possui valor médio
diferente de zero). Uma das formas de se realizar a retificação de sinais em circuitos
eletrônicos é mediante o uso de diodos. Estudaremos, primeiramente, circuitos de
retificação de meia-onda a diodo para sinais senoidais de entrada.
O valor médio (valor DC, Vdc) do sinal percebido pela carga de um circuito retificador
de meia onda com entrada senoidal corresponde a 0,318 vezes o valor de pico V m do
sinal, ou
𝑉𝑑𝑐 = 0,318 × 𝑉𝑚
A equação anterior para cálculo de Vdc será fundamental para nossos projetos e
exercícios. A mesma pode ser demonstrada a partir da integral da função v() (que
representa o sinal de tensão retificado) no intervalo entre 0 e 2, conforme segue.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 64-66.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
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Figura 4.16
50. No circuito da Figura 4.16, seja a entrada uma forma de onda senoidal com frequência
de 60 Hz. Seja o diodo prático de silício.
(a) Esboce as formas de onda de entrada e saída, indicando os valores máximos de
tensão.
(b) Calcule a tensão sobre o diodo, vd , quando o mesmo estiver conduzindo.
(c) Calcule a tensão sobre o diodo, vd , quando o mesmo estiver cortado (= TPI –
tensão de pico inversa).
(d) Calcule a corrente máxima (corrente de pico direta) do diodo.
51. Seja o circuito da Figura 4.17. Considere que estejam sendo empregados diodos
práticos de silício.
Figura 4.17
(a) Dado Pmáx = 14 mW para cada diodo, determine a corrente máxima nominal de
cada diodo. Determine, também, Imáx para os diodos em paralelo.
(b) Determine, agora, a corrente Imáx em função dos valores dos resistores e do valor
máximo de tensão, Vm.
Figura 4.18
52. Seja um circuito semelhante ao ilustrado na Figura 4.19, composto por um gerador de
tensão senoidal, uma carga resistiva e um diodo retificador da família 1N400x. Seja a
tensão eficaz produzida pelo gerador igual a 120 V. Sejam, também, as especificações
de tensão de pico inversa e de corrente direta dos diodos da família 1N400x as
mostradas na Figura 4.20.
Figura 4.19
Figura 4.20
(a) Determine o valor mínimo de R1 no circuito para que o diodo não se danifique por
sobrecorrente. Assuma, para este fim, que a resistência do diodo seja infinita na
condição de polarização inversa e nula na condição de polarização direta.
(b) Determine que modelo(s) da família 1N400x não poderia(m) ser empregado(s) em
razão de possíveis danos por tensão de pico inversa. Justifique, brevemente, sua
resposta.
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Fundamentação teórica – Transformadores:
De forma simplificada, podemos definir transformadores como dispositivos destinados
a abaixar (ou elevar) tensões elétricas. São constituídos de dois (ou mais)
enrolamentos acoplados magneticamente através do chamado núcleo do
transformador. Ao enrolamento de entrada, dá-se o nome de primário, e ao
enrolamento de saída, dá-se o nome de secundário. A relação entre espiras de um
transformador,, é assim expressa:
𝑁1
𝛼=
𝑁2
Além do mais, admite-se que o transformador ideal não apresenta perdas de qualquer
natureza, seja nos enrolamentos, seja no núcleo. Assim, podemos enunciar algumas
propriedades do transformador ideal.
Relação entre tensão e número de espiras:
𝑈1 𝑁1 (𝑑𝜙/𝑑𝑡) 𝑁1
=± =± = ±𝛼
𝑈2 𝑁2 (𝑑𝜙/𝑑𝑡) 𝑁2
Em outras palavras, a tensão no enrolamento é diretamente proporcional à quantidade
de espiras do mesmo. Ex.: seja um transformador cujo primário possua 1000 espiras e
o secundário possua 200 espiras. Se ao primário for aplicada uma tensão de 120 Vrms,
no secundário será percebida uma tensão de 24 Vrms. A equação acima será
fundamental para nossos projetos e exercícios.
Relação entre corrente e número de espiras:
Considerando que não há dispersão de fluxo (isto é, permeabilidade magnética do
núcleo infinita), nem perda de potência, podemos assumir que a potência de entrada
(primário), Pin, de um transformador ideal é igual à potência de saída (secundário), Pout.
Portanto, as correntes de primário e de secundário guardam uma relação que é o
inverso daquela para as tensões de primário e secundário:
𝐼2 𝑁
𝐼1
= ± 𝑁1 = ±𝛼
2
Referências
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
O'Malley, J. Análise de circuitos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
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Figura 4.21
AULA 05
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Fundamentação teórica – Retificação de onda completa com derivação central:
O objetivo da retificação de onda completa é obter, à saída do circuito, um valor DC
maior do que os (0,318 Vm) do sinal retificado de meia onda. Enquanto no retificador
de meia-onda resulta tensão nenhuma durante metade do ciclo, no retificador de onda
completa se aproveitam os dois semiciclos do sinal de entrada.
Por aproveitar ambos os semiciclos, o valor médio Vdc do sinal percebido pela carga de
um circuito retificador de onda completa com entrada senoidal corresponde ao dobro
do valor produzido pelo retificador de meia-onda, isto é
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 67-69.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 108-109.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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54. No circuito retificador de onda completa com transformador com derivação central da
Figura 5.1, represente o caminho da corrente: (a) no semiciclo positivo do sinal
senoidal de tensão de entrada; (b) no semiciclo negativo do sinal senoidal de tensão de
entrada.
55. Seja o retificador de onda completa com transformador de derivação central mostrado
na Figura 5.2. Considere que a carga, R, necessite de um valor contínuo de tensão de 24
V para funcionar. Considere, também, que a corrente através da carga seja de 750 mA,
e que a fonte seja alimentada pela energia da concessionária (tensão eficaz de 120 V).
Figura 5.2
(a) Seja o transformador ideal. Quantas espiras ao todo deverá possuir o secundário
para um enrolamento primário de 1350 espiras? Demonstre seus cálculos.
(b) Seja a especificação de tensão de pico inversa (TPI) dos diodos da série 1N400x
mostrada na Figura 4.20, e sejam as assertivas a seguir.
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Fundamentação teórica – Circuito retificador em ponte:
O circuito retificador em ponte também realiza retificação de onda completa. Embora
este circuito requeira quatro diodos, o transformador não é de derivação central e
produz tensão máxima de apenas Vm. A figura abaixo mostra este circuito.
Retificação de onda completa com derivação central vs. com retificador em ponte:
Para baixos valores de tensão de secundário, o uso de retificador de onda completa
com transformador de derivação central é aceitável. Entretanto, para altos valores de
tensão de secundário, em geral, é necessário uso da ponte, por dois motivos
importantes:
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 66-68.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 109-110.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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57. Consulte os valores máximos de alguns parâmetros elétricos dos diodos apresentados
na Figura 4.20, extraídos do datasheet dos componentes da série 1N400x (VRRM é a
nomenclatura equivalente à TPI – tensão de pico inversa, e IO à corrente direta), e
indique quais modelos desta série seriam indicados a ser utilizados no circuito do
exercício 56. Justifique, tecnicamente, sua escolha.
58. No circuito retificador em ponte da Figura 5.4, represente o caminho da corrente: (a)
no semiciclo positivo do sinal senoidal de tensão de entrada; (b) no semiciclo negativo
do sinal senoidal de tensão de entrada.
Figura 5.4
Figura 5.5(b)
Assinale, a seguir, a resposta correta: com base nesses resultados, um possível defeito
desse circuito seria estarem os diodos:
(a) D1 e/ou D3 em aberto.
(b) D2 e/ou D3 em aberto.
(c) D2 e/ou D4 em aberto.
(d) D2 e/ou D4 em curto.
(e) D1 e/ou D4 em aberto.
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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos em circuitos ceifadores:
Circuitos ceifadores ou limitadores de tensão são circuitos que utilizam diodos para
“ceifar” uma porção do sinal de entrada sem distorcer o restante da forma de onda
aplicada. São empregados quando se precisa de proteção contra excesso de tensão. Os
ceifadores podem ser do tipo “em série” (diodo em série com a carga) ou “em
paralelo”, ao qual daremos ênfase nesta seção. Tomemos como exemplo de circuito
ceifador em paralelo o mostrado na figura acima. Considere que D seja um diodo
prático de silício. A partir do valor de tensão VS = 3,7 V (tensão de “ativação”), D passa
a se encontrar diretamente polarizado. Observe as formas de onda de entrada e de
saída deste circuito ceifador, mostradas na figura a seguir.
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 69-75.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 114-116.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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61. Seja o circuito da Figura 5.6. Considere que os diodos são práticos de silício e despreze
qualquer queda de tensão sobre o resistor R. (a) Em que faixa de valores instantâneos
de Ve o diodo D1 entra em condução (polarização direta)? (b) Em que faixa de valores
instantâneos de Ve o diodo D2 entra em condução? (c) Existe alguma faixa de valores
instantâneos de Ve na qual ambos os diodos estão cortados (= chaves abertas)? Se sim,
qual?
Figura 5.6
62. Seja o circuito da Figura 5.6. Considere que os diodos são práticos de silício e despreze
qualquer queda de tensão sobre o resistor R. (a) Qual é o valor da tensão de saída VS
quando D1 está em condução (polarização direta)? (b) Qual é o valor da tensão de
saída VS quando D2 está em condução (polarização direta)? (c) Esboce as formas de
onda de entrada e de saída deste circuito.
63. Para o sinal de entrada mostrado na Figura 5.7(a), esboce as formas de onda de saída
vO dos circuitos ceifadores das figuras 5.7(b) e 5.7(c).
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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos em circuitos grampeadores:
Circuitos grampeadores são circuitos que deslocam uma forma de onda para um nível
DC diferente, sem alterar a aparência do sinal aplicado. São empregados em circuitos
DC de alta tensão – por exemplo, nos circuitos de polarização das válvulas de potência
de fornos de micro-ondas, denominadas válvulas magnetron, as quais emitem a
radiação que aquece os alimentos. Circuitos grampeadores são constituídos de um
diodo e um capacitor (e um resistor de carga), conforme exemplificado na figura a
seguir.
Circuito grampeador
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 74-79.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, pp. 116-117.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
Slides da aula 05, bem como as referências lá indicadas.
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64. Para o sinal de entrada mostrado na Figura 5.8(a), esboce as formas de onda de saída
vO dos circuitos grampeadores das figuras 5.8(b) e 5.8(c).
65. Projete um circuito grampeador para realizar a função indicada na Figura 5.9.
Figura 5.9
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Fundamentação teórica – Aplicação de diodos em circuitos multiplicadores de
tensão:
Circuitos multiplicadores de tensão são circuitos eletrônicos utilizados para obter
valores elevados de tensões DC a partir de tensão AC. São empregados em fontes de
alimentação, inversores, geradores de tensões muito altas (MAT), eletrificadores, etc.
Para entender melhor o funcionamento, vejamos a figura a seguir, que apresenta o
dobrador de meia-onda.
Dobrador de meia-onda
No semiciclo positivo que se segue, D1 é cortado, visto que a tensão de catodo (tensão
armazenada em C1) é Vp e a tensão de anodo nunca será maior do que Vp. Já D2 agora
atua como chave fechada (polarizado diretamente), conduzindo a corrente que carrega
C2. O valor máximo da tensão à qual C2 será submetido, e com a qual ele se carregará, é
2 Vp, pois ele será momentaneamente alimentado pelo gerador senoidal de entrada
associado em série com uma “fonte de tensão contínua” de Vp volts (que é o capacitor
C1 carregado; o raciocínio é análogo ao funcionamento do grampeador estudado na
seção anterior). Sendo a tensão de saída VS igual à tensão armazenada em C2, ou seja, 2
Vp, obtém-se uma tensão DC cujo valor é o dobro do valor de pico do sinal alternado
de entrada – por esse motivo, a esse circuito se dá o nome de dobrador de tensão.
Após a carga completa de C2, ambos os diodos permanecem cortados, e a TPI sobre
cada diodo é 2 Vp. Eis a análise: embora D1 não “enxergue” VS (D2 é uma “chave
aberta”), D1 estará submetido à soma da tensão de entrada com a tensão armazenada
em C1 (Vp sen ωt + Vp), cujo valor máximo se verifica no semiciclo positivo (= 2 Vp).
No caso de D2, no instante em que Ve = 0, a tensão de catodo é a tensão armazenada em
C2 (= 2 Vp). No semiciclo negativo, a tensão de Ve se soma à tensão em C2. Logo, o
auge desta soma é [Vp + (2 Vp)] = (3 Vp). Todavia, no anodo de D2 se observa a
tensão Vp armazenada em C1, que possui polaridade oposta; em vista disso, a diferença
de potencial entre os terminais deste diodo é [(3 Vp) – Vp] = (2 Vp).
Existem também os dobradores de onda completa, cujo circuito básico e operação nos
semiciclos positivo e negativo são ilustrados na próxima figura. A TPI sobre cada diodo
também é (2 Vp).
Cabe ainda destacar que um resistor de carga de baixo valor provoca descarga rápida
do capacitor e, consequentemente, variações para baixo na tensão de saída.
66. Seja o circuito da Figura 5.10, que representa um circuito com diodos ideais. Qual é o
valor de pico da tensão de saída (vo)? E qual é o valor da TPI (tensão de pico inversa)
sobre cada diodo?
Figura 5.10
AULA 06
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Fundamentação teórica – Fontes de corrente contínua & filtro a capacitor:
Uma fonte de corrente contínua realiza a operação de conversão de uma tensão
elétrica AC de entrada (por exemplo, 120 Vrms) em uma tensão elétrica DC regulada, de
certo valor de interesse. Aqui estudaremos a fonte de corrente contínua linear básica,
que é constituída dos seguintes blocos, cada qual com as respectivas funções:
A figura anterior ilustra tais blocos e as formas de onda produzidas por cada um destes.
No nosso curso, já estudamos os transformadores e os retificadores a diodo.
Estudamos, também, o diodo Zener, que atua como regulador de tensão na região de
polarização inversa. Nesta aula, examinaremos o bloco de filtragem e a regulagem a
circuito integrado.
Sinal de tensão sobre a carga em um retificador de ½ onda com filtro capacitivo. O capacitor
se descarrega ao longo do intervalo de tempo T2 através da carga, e se carrega até o valor
máximo Vm durante o intervalo de tempo T1
Numericamente,*
2,4 × 𝐼𝑑𝑐
𝑉𝑟 (𝑟𝑚𝑠) =
𝐶
(*explicação detalhada em HYPERPHYSICS, 2016)
Tensão DC:
Quanto maior for o capacitor de filtro, mais próximo de Vm será o valor da tensão DC
de saída, Vdc. Por exemplo, observando as duas figuras anteriores, podemos interpretar
a inclinação da curva da tensão na carga durante o intervalo de tempo T2 como sendo
dependente do valor de C. Quanto maior for C, menor será esta inclinação, já que a taxa
de descarga deste capacitor será menor.
Até aqui, vimos que valores de capacitância maiores propiciam menos ondulação e
maior tensão média na saída. Então, por que não usar capacitores de valores muito
grandes nos filtros? A razão é que, ao se aumentar o tamanho do capacitor, aumenta-se,
também, a corrente de pico drenada através dos diodos retificadores, e se esta
corrente for muito elevada, os diodos podem vir a ser danificados. Ou seja, quanto
menor for o tempo de carga T1, maior será o fluxo da corrente de carregamento
(figura abaixo).
Correntes iD através dos diodos para um capacitor de grande valor (abaixo, à direita) e outro
de menor valor (abaixo, à esquerda)
A relação entre o tempo de carga T1 e a corrente de pico Ipico pode ser descrita pela
seguinte equação:
𝑇
𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜 = 𝐼𝑑𝑐 × ( )
𝑇1
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 654-659.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. 5ª ed. São Paulo: Pearson,
2011, Pp. 106-107, pp. 110-113.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
HyperPhysics. Development of Ripple Expressions. Georgia State University, 2016.
Disponível em http://hyperphysics.phy-
astr.gsu.edu/hbase/Electronic/rectct.html#c5.
Slides da aula 06, bem como as referências lá indicadas.
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67. Um filtro a capacitor simples alimentado por um retificador de onda completa fornece
14,5 VDC com um fator de ondulação de 8,5%. Qual é a tensão (eficaz) de ondulação na
saída.
68. Um filtro a capacitor de 400 F tem com entrada uma tensão retificada de onda
completa (funcionando a partir de uma alimentação de 60 Hz) com 18 V de pico. Quais
são as tensões de ondulação e da tensão DC no capacitor para uma carga que drena
100 mA?
70. Calcule o fator de ondulação de um filtro capacitivo cujo capacitor é de 120 F e que
alimenta uma carga que drena 80 mA. O retificador de onda completa que o alimenta
opera a partir de uma rede de 60 Hz, fornecendo uma tensão retificada com valor de
pico de 25 V.
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Fundamentação teórica – Filtro RC:
Filtros constituídos pela associação de capacitores e resistores (filtros RC), conforme
mostrado nas figuras abaixo, podem ser empregados com o objetivo de se reduzir
ainda mais a ondulação na saída da fonte. No entanto, como veremos, há também uma
ligeira redução no valor da tensão DC a ser disponibilizada à carga.
Formas de onda antes e depois da malha RC. O sinal entregue pela malha RC à carga possui
uma tensão de ripple V’r bem menor do que a tensão de ripple Vr de um filtro capacitivo
simples. A tensão DC V’dc entregue pela malha RC à carga é ligeiramente menor do que a
tensão Vdc que seria entregue pelo filtro capacitivo simples
A tensão DC sobre a carga (V’dc) pode ser calculada por intermédio da regra do divisor
de tensão: V’dc = [RL/(RL + R)] × Vdc.
Antes de determinar a tensão AC sobre a carga (V’r), cabe revisar alguns conceitos. Em
um circuito RC, a impedância Z do circuito é dada pela soma vetorial da resistência R
com a reatância capacitiva** XC:
𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋𝐶2
Forma de onda das tensões na entrada (Vin) e na saída (VO) do retificador de onda completa.
Note que para cada 1 ciclo completo do sinal de entrada ocorrem 2 ciclos do sinal de saída
71. Seja o circuito da Figura 6.1. (a) Calcule V’dc. (b) Calcule V’r. (c) Calcule o fator de
ondulação r sobre a carga. (d) A partir dos resultados obtidos nos itens anteriores,
compare a redução percentual dos sinais AC (ripple) e DC ao perpassarem o filtro RC
(ou seja, Vr e Vdc sofreram redução de quantos %, cada?).
Figura 6.1
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Fundamentação teórica – Regulagem com circuitos integrados:
Regulagem (ou regulação) de tensão é a propriedade que uma fonte de alimentação
possui de manter fixada a tensão nos terminais da carga, ainda que sob condições
variantes. O fator de regulação ou valor de regulação é dado por:
𝑉𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 − 𝑉𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎
𝑉. 𝑅. (%) = ( ) × 100%
𝑉𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎
Este fator exprime o quanto a tensão na saída da fonte varia entre quando a fonte está
sem carga (teste a vazio, ou de fonte aberta; Vsem carga) e quando a carga está conectada
(teste com carga; Vcarga plena). Fontes bem reguladas apresentam pouca diferença entre
Vsem carga e Vcarga plena.
No nosso curso, já vimos que diodos Zener podem fazer regulação de tensão.
Analisaremos, agora, o uso de circuitos integrados (CIs) reguladores de tensão, que
fazem parte da classe de CIs lineares. Reguladores integrados contêm tensão de
referência, circuito comparador, circuito de controle e proteção contra sobrecarga.
Obs.: há CIs que fornecem tensão negativa fixa regulada em sua saída, p. ex., os da série
79xx.
Encapsulamento do CI LM317
A regulagem pode ser feita com CIs ajustáveis; por exemplo, o LM317, como o
mostrado acima, que fornece tensão de saída regulada em qualquer valor entre 1,2 V e
37 V. A figura a seguir ilustra a aplicação padrão deste CI. Variando-se o valor do
potenciômetro R2, altera-se a tensão de saída VO de acordo com a equação abaixo (dada
pelo fabricante do CI):
𝑅2
𝑉𝑜 = [1,25 × (1 + )] + (𝐼𝐴𝐷𝐽 × 𝑅2 )
𝑅1
onde a corrente do terminal de ajuste, IADJ, é menor do que 100 A (e pode ser
desprezada na maioria dos casos).
Referências
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 11ª ed. São
Paulo: Pearson, 2013, pp. 666-670.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 2010. v. 1, cap.
4.
Fairchild. LM78XX/LM78XXA 3-Terminal 1 A Positive Voltage Regulator (datasheet).
Fairchild Semiconductor Corporation, 2014.
Slides da aula 06, bem como as referências lá indicadas.
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72. Um grupo de alunos resolve realizar um experimento com uma fonte de alimentação
adquirida no mercado popular da Rua Uruguaiana. A prática consiste em medir a
tensão de saída Vo fornecida por esta fonte quando há e quando não há um notebook
conectado à mesma, e notar a diferença. Depois de repetidas medições, chegou-se à
média dos valores: Vo (quando o aparelho está desconectado) = 13,1 V, e; Vo (quando o
aparelho está conectado) = 11,5 V.
73. Seja o circuito da aplicação padrão do CI LM317 (página 46), e sejam neste circuito R1
= 240 e R2 = 2,4 k. Determine a tensão regulada no circuito: (a) considerando o
efeito de IADJ; (b) desprezando o efeito de IADJ.
EXERCÍCIOS ADICIONAIS
74. Elabore o diagrama de uma fonte de tensão DC completa a partir dos blocos básicos
(slides da Aula 06), com base no que foi discutido no curso e atentando às premissas a
seguir:
Bloco transformador :: entrada AC da concessionária (neutro, fase e terra),
primário protegido por fusível, chave liga-desliga. Transformador abaixador de
tensão.
Bloco retificador :: onda completa com ponte de diodos.
Bloco de filtragem :: capacitor eletrolítico.
Bloco de regulagem :: CI 7812 (indicar pinagem no diagrama), capacitor conectado
ao pino OUT do CI (filtro de ruído de alta frequência).
Saída :: terminais positivo e negativo (terra), onde será conectada a carga
(alimentada com +12 V). LED indicador de fonte ligada, com proteção por resistor
limitador de corrente.
A fonte de alta tensão acima ilustrada consiste de uma etapa elevadora de tensão
(secundário 1 do transformador) e um circuito grampeador. Seja de 1:14 a relação
entre espiras do primário e secundário 1. Considere, ainda, que o transformador e o
diodo sejam ideais.
(a) Com base no diagrama da Figura A.1 e nas demais informações fornecidas, calcule
as tensões eficaz e de pico produzidas no secundário 1.
(c) Suponha que o capacitor C1 tenha apresentado defeito de curto circuito. Esboce,
no gráfico a seguir, a forma de onda na saída da fonte (isto é, a tensão instantânea
vista pelo magnetron), atentando à necessidade de indicar o valor de pico no
gráfico.
78. Se uma das fases faltar na alimentação de um motor trifásico, sérios problemas de
funcionamento podem ocorrer, inclusive a queima dos enrolamentos. É, portanto, uma
preocupação das maiores para qualquer indústria ou outras instalações que possuam
tais tipos de motores a monitoração constante das fases da rede de energia que os
alimenta. Um circuito detector de falta de fase, como o mostrado na Figura A.3, serve
para acionar um dispositivo de proteção ou um alarme (ou ambos) quando ocorrer a
falta de uma das fases da alimentação da rede.
Figura A.3
79. Você foi contratado como engenheiro e recebeu a tarefa de elaborar o projeto de uma
fonte de corrente contínua linear básica, atendendo às seguintes condições:
Alimentação de entrada = 220 V (rms).
Abaixamento de tensão por meio de transformador.
Retificação de onda completa utilizando apenas dois diodos.
Os diodos retificadores devem ser da família apresentada na Figura A.4.
Carga resistiva.
A carga não requer regulação de tensão, tampouco filtragem.
A tensão de carga é de +72 V (dc).
Figura A.4
80. Seja uma placa de circuito eletrônico em que um determinado CI (circuito integrado)
requeira uma tensão contínua e igual a 15 V para perfeito funcionamento. Contudo, a
tensão de alimentação principal da placa é provida por uma fonte c.c. (V1) de 24 V,
como esquematizado na Figura A.5(a). Assim, é necessário implementar um circuito a
diodo Zener (D1) que regule a tensão fornecida ao referido CI. Os diodos disponíveis
para o projeto são os da série 1N4728A a 1N4748A, cujas principais especificações
elétricas, extraídas do datasheet, são vistas nas Figuras A.5(b) e A.5(c).
Figura A.5(a)
Figura A.5(b)
Figura A.5(c)
(a) Com base nas especificações acima apresentadas, indique a potência máxima do diodo
Zener e o modelo adequado à aplicação.
Figura A.6