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DIREITO ADMINISTRATIVO

PONTO 1: Princípios administrativos


DIREITO A)Princípios Implícitos:
1) Princípio da Supremacia do interesse Público sobre o Privado;
ADMINISTRATIVO 2) Princípio da indisponibilidade do interesse público.
B) Princípios explícitos:
1) Princípio da Legalidade

1) PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS:

Para desempenhar a função administrativa o Poder Público segue a orientação de


princípios implícitos e princípios explícitos. Os últimos estão na CF e nas leis administrativas.

A) Princípios Implícitos:
1) Princípio da Supremacia do interesse Público sobre o Privado:
2) Princípio da indisponibilidade do interesse público:

B) Princípios explícitos:
Art. 37, caput1, CF:

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e
títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua
admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal,
o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
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Princípio da Legalidade
Princípio da Impessoalidade
Princípio da Moralidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Eficiência
Princípio do contraditório – art. 5º, LV2, CF.
Princípio da Razoável duração dos processos administrativos –art. 5º, LXXVIII3, CF.
Princípio da Probidade – art. 37, §4º4, CF.
Princípio da Legitimidade – art. 705, CF.
Princípio da Economicidade – art. 70, CF.

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e
XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre
os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio.

2 Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

3 Art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.

4 Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

5 Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
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C) Princípios explícitos nas Leis administrativas:


1) Lei 9784/99 – art. 2º6. Princípio da finalidade, Motivação.
2) Lei 8666/93, arts. 3º7 e 15, I8 – apresentam catálogo de princípios. Essa Lei foi
alterada no final de 2010, no art. 3º, preocupação com o meio ambiente,
desenvolvimento econômico nacional, novos critérios de desempate e o edital.
3) Lei 8429/92, art. 4º 9, catálogo de princípios. Princípios da legalidade,
impessoalidade, publicidade, moralidade. Não há o principio da eficiência.
4) Lei 8987/95 (Lei Geral dos Serviços Públicos), art. 6º10.
5) Lei 9637/98 (Lei das Organizações Sociais), art. 7º11 - princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e economicidade.
6) Lei 9790/99 (Lei das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Públicos -
OSCIP), art. 4º12 - princípios da legalidade, impessoalidade, economicidade,
eficiência.
7) Decreto 5450/05, art. 5º13 - Decreto da modalidade licitatória do pregão eletrônico.

6 Art. 2º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
7 Art. 3º - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais
vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

8 Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regulamento)


I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando
for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas.
9 Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

10 Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.

11Art. 7º - Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos
prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante
indicadores de qualidade e produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos
dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções.

12 Art. 4º - Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência.

13 Art. 5º - A licitação na modalidade de pregão é condicionada aos princípios básicos da legalidade, impessoalidade, moralidade,
igualdade, publicidade, eficiência, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo, bem
como aos princípios correlatos da razoabilidade, competitividade e proporcionalidade.
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A) Princípios Implícitos:

1) Princípio da Supremacia do interesse Público sobre o Privado (Poder):


Está ligado a um conjunto de poderes, os poderes administrativos, e que legitimam o
estado no desempenho da função administrativa a restringir e até suprimir direitos individuais
e coletivos para realizar o interesse público.
As cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, a possibilidade do estado de
intervir na ordem econômica, o exercício do poder de polícia e a desapropriação são institutos
que revelam a existência do princípio.
Observar que o art. 2º da Lei 9784/99 revela a existência do princípio do interesse
público, muito embora ele seja considerado implícito.
Exemplos de aplicação do princípio da supremacia:
1) CF, art. 1º14, art. 170, IV15 e art. 21916 e Lei 8884/94.
De um lado a CF respeita o trabalho humano, assim como o exercício da livre
iniciativa. E o resultado dessa tensão deve produzir justiça social.
O exercício da livre iniciativa pode sofrer contenções, pois a defesa da soberania, do
meio ambiente, do consumidor, do pleno emprego e da livre concorrência permite obstáculos
que decorrem da Lei e da Constituição.

A Lei 8884/94 estabelece o sistema brasileiro de defesa da livre concorrência


atribuindo ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) competência pra
impedir a venda cassada, o abuso do poder econômico e o ato de concentração de empresas.

14 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

15Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
IV - livre concorrência;

16 Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e
sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
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No âmbito do ordenamento jurídico brasileiro a existência de monopólio em


determinados setores da economia nacional é algo permitido? Não se trata de irregularidade.
Como é um só que vende pode vir a abusar do mercado, sendo essa conduta proibida, mas
não o monopólio.
Da mesma forma, o oligopólio (poucos vendem) também não é proibido. Mas quando
formam cartel, torna-se proibido.

2) Lei 8666/93, art. 58, I17, §1º, §2º18 e art. 65, §1º e §5º19.
Os contratos administrativos têm sempre duas características: o poder público é uma
das partes e a presença de cláusulas exorbitantes.
Essas cláusulas revelam um desequilíbrio intencional nas relações contratuais
administrativas, permitindo ao estado intervenções unilaterais em relação ao pactuado.
O poder público pode, unilateralmente, ampliar ou reduzir o objeto de um contrato
administrativo, sem a necessidade da prévia concordância do particular. Para isso, é preciso
respeitar os limites estabelecidos na Lei (Arts. 58, I, e 65, §1º).
Essa alteração unilateral desequilibra o contrato, é respaldada pela lei, mas impõe a
revisão dos valores (art. 58, §2º).
Os contratos de longo prazo, todo ano, tem reajuste, nas imprevisões as revisões.

2) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: (dever)


Está identificado com o dever permanente do estado de realizar o interesse público,
dele jamais podendo o estado dispor, salvo exceções previstas na lei ou na Constituição.

17 Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;

18Art. 58, §1º - As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
concordância do contratado.
§ 2º - Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o
equilíbrio contratual.

19 Art. 65, § 1º- O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem
nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 5º - Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando
ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para
mais ou para menos, conforme o caso.
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Exemplos:
1) CTN, art. 3º20 e art. 15621.
Cobrar tributo é ato vinculado, mas a Lei permite a remissão, ou seja, a partir de uma
lei o perdão da dívida toda e a extinção do crédito tributário.

2) Lei 8666/93, art. 17, I22 c/c com CC, arts. 98 ao 10323.

20 Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

21 Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de
ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
22 Das Alienações
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será
precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais,
e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado
o disposto nas alíneas f, h e i;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais
construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e
deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso
comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de
regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde
incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização
fundiária, atendidos os requisitos legais.
23Dos Bens Públicos
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos:


I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
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DIREITO ADMINISTRATIVO

Somente as pessoas jurídicas de direito público tem o patrimônio formado por bens
públicos. E, em regra, eles são inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis e não-oneráveis.

Nota-se que os bens públicos se dividem em três tipos:


- os bens de uso comum do povo (afetados – ex: praça, rua);
- os bens de uso especial (afetados – ex: museu);
- os bens dominiais ou dominicais (bens desafetados).

Para alienar bem imóvel público inalienável é preciso seguir um ritual:


1) Motivar o ato (demonstrar interesse público).
2) Avaliar o bem.
3) É preciso uma Lei específica autorizando a venda e desafetando o bem.
4) Licitar na modalidade concorrência.

Por fim, a soma do princípio da supremacia (poder) com o princípio da


indisponibilidade (dever) compõe a síntese do regime jurídico administrativo. Ou seja, o
Poder-dever do estado de realizar o interesse público.

B) Princípios explícitos:

1) Princípio da Legalidade:

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de
cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na
forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

É diferente a noção de legalidade que decorre da leitura do art. 5º, II24 da CF como
caput do art. 37, CF. No primeiro caso, é o princípio da legalidade aplicado aos administrados
e no segundo caso, a relação com a administração (art. 37).
Para o administrado, a inexistência da lei implica poder-fazer. De outro lado, para o
agente público no desempenho da função administrativa a inexistência da lei implica não poder
fazer. Ou seja, toda atuação administrativa está condicionada a existência de uma lei anterior.
Quando da lei decorre uma ordem nascem os atos vinculados. Mas se a lei permite a
autoridade escolha, segundo critério de conveniência ou oportunidade, nascem os atos
discricionários.
Os atos vinculados e os discricionários são os atos legais. Por sua vez, são arbitrários,
ilegais os atos administrativos que estão em desconformidade com a lei.

24 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

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