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DIREITO CIVIL
O novo Código Civil evolui muito com relação a responsabilidade, porém não o
suficiente, sendo incompleto, pois há uma carência em vários assuntos, fazendo buscar regras
no CDC, entre outros.
Porém, é importante ressaltar que o CC trouxe na parte geral a teoria geral do ato
ilícito (art. 186 a 1881, CC). Depois entre o art. 927 até o art. 943 têm-se regras sobre
responsabilidade civil em si. A partir do art. 944 é analisada a indenização.
Nesses pressupostos não contemplam mais o ato ilícito, não sendo mais o elemento chave.
A idéia da responsabilidade civil atual é o dano injusto o elemento.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
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A) CONDUTA:
É o pressuposto que desencadeia a ocorrência do dever de indenizar.
Também se deve levar em conta a omissão que gera a responsabilização. Porém, não
é qualquer conduta omissiva que gera a responsabilidade civil. Trata-se de uma omissão
qualificada/especial, a qual a parte tinha o dever de agir e não agiu. A parte assumiu a posição
de garantidora e não garantiu a conduta.
Ex: empregador que não disponibilizou os instrumentos de proteção ao trabalho, bem como o
salva-vidas que deveria salvar de um afogamento e não salvou.
Ex2: No CDC, tem-se afirmação de que o fornecedor não será responsabilizado em caso do
fato do produto quando provar que não colocou o produto no mercado, uma causa de
exclusão.
Para a ocorrência do dever de indenização temos que ter uma conduta (ação ou
omissão) que venha a desencadear esse prejuízo causado na esfera jurídica da vitima.
De regra, a conduta é própria, cada um responde por suas ações e omissões. Porém,
existem situações contempladas no nosso ordenamento jurídico a presença de
responsabilidade por conduta de terceiro, conduta alheira.
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Obs: Tínhamos uma Súmula do STF, 3413 que não é mais utilizada, uma vez que não é mais
caso de presunção de culpa. Pois a responsabilidade é independente de culpa.
- os pais somente são responsáveis pelos filhos incapazes. Caso o filho seja capaz,
mas vive sob a economia dos pais, a responsabilidade é do filho e não atribuída aos pais.
No nosso sistema, se os pais tiverem que indenizar um dano causado por um filho
menor não poderão ter direito de regresso contra o filho (nem antes e nem depois de
completar 18 anos), pois falha foi dos pais no dever de vigilância – art. 934, CC.
3 Súmula 341, STF: É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto.
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Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem
pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
A responsabilidade dos pais não está vinculada a guarda do menor, apesar do inciso
I, art. 932, ter a redação “em sua companhia”. Está vinculada ao poder familiar ativo,
independentemente de quem estiver a guarda do filho.
Nota-se o art. 928 do CC traz uma regra que se aplica aos pais com relação ao filho
menor. Há uma responsabilidade subsidiária do menor de forma econômica.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Caso de responsabilidade pela custódia, quando menor causa dano a terceiro dentro
da escola, a responsabilidade será solidária dos pais e da escola (decisões do STJ).
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Nota-se que geralmente a tutela e curatela são atos de colaboração com o judiciário,
vinculação familiar ou fraterna, que fazem aceitar atuar como tutor ou curador. Nesse
contexto, é muito rígida essa responsabilização objetiva, sendo, na prática, a jurisprudência
mais tolerante quanto essa responsabilidade.
- Responsabilidade in eligendo:
A responsabilidade in eligendo é a responsabilidade pela escolha.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes
competir, ou em razão dele.
Ex: quando o empregador escolhe o seu empregado ele assume o risco da escolha.
Essa responsabilidade diz respeito aos deveres de vigilância ligados a boa-fé objetiva.
É uma responsabilidade objetiva típica de risco empresarial, do empregador.
De regra, para que haja direito de regresso deve haver previsão no contrato, além de
dolo na conduta.
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Ex: contrata alguém para consertar telha na minha casa, cai uma telha e atinge um vizinho, eu
indenizo o vizinho, depois entro com ação de regresso contra o prestador de serviço.
B) DANO:
É o prejuízo causado a esfera jurídica da vítima (patrimonial ou extrapatrimonial).
Nosso sistema há três formas de dano: material, moral e estético. Para alguns autores
são só duas formas de dano: material e patrimonial, ficando o dano estético dentro do dano
moral.
O dano deverá ser sempre concreto, não sendo aceito dano hipotético.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz
reduzir, eqüitativamente, a indenização.
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Portanto, se o Juiz perceber que não há uma grande intensidade de culpa pode
reduzir o valor da indenização, mesmo que não cubra o prejuízo. A idéia de compartilhamento
de riscos e infortúnios.
Outra discussão foi quanto ao tipo de responsabilidade referido no art. 944, CC.
Primeiro, preponderou ser possível só nos casos de responsabilidade subjetiva. Após, definiu-
se que esse artigo aplica-se tanto a casos de responsabilidade subjetiva quanto objetiva.
Obs: há uma discussão sobre o art. 944, CC quanto ao direito do trabalho, dizendo alguns
autores que não há aplicação deste artigo na responsabilidade civil acidentária do trabalhador,
podendo ser aplicado só nas relações entre iguais e não entre desiguais.
Nas relações de consumo esse artigo é afastado devido ao art. 6º, VI5, do CDC, no
qual o consumidor tem direito a integral reparação.
4Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação.
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O entendimento atual é que o dano moral representa algum tipo de prejuízo aos
direitos de personalidades e seus atributos que decorrem. Um mero desconforto, dissabores ou
frustrações das relações negociais não geram dano moral. Deve ser relativo aos direitos da
pessoa.
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C) Dano estético:
O dano que se consubstancia como uma ofensa a harmonia corporal/estética da
vítima.
Por exemplo: em função do dano estético pode submeter que vítima se submeta a
nova cirurgia ou há situações em que não há como ser revertido o dano estético só restando
uma indenização de caráter indenizatório.
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