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FACULDADE METROPOLITANA DE CAMAÇARI

SOCIOLOGIA

Camaçri / BA

2005.1

FACULDADE METROPOLITANA DE CAMAÇARI


Alcir Merky, Arquimedes Moreno,

Carlos Jean, Gerson Iran, João Leal, Fúlvio Carol.

CULTURA

Uma Visão Antropológica

Trabalho apresentado em cumprimento à


disciplina Sociologia, como requisito parcial à
avaliação do 8° Semestre do curso de
graduação em Engenharia Ambiental da
Faculdade Metropolitana de Camaçari –
Famec. Orientado pela Professora Iara Tude.

Camaçari / BA

2005.1
SUMÁRIO

Introdução

Cultura

Aspectos Culturais

Folkways, Mores e Leis

Estrutura da Cultura

Processos Culturais

Síntese

Referências Bibliográficas
Introdução

A Cultura em seu conceito antropológico baseia-se na sua ciência com termos

antropológicos como já foi citado e termos sociológicos. O termo cultura de (colere –

cultivar ou instruir; cultus – cultivo, instrução) podem ter outras conotações em diversas

áreas do saber humano como: agornomia, biologia, artes, literatura, historia, etc.

No final do século XVIII o termo germânico Kultur simbolizava os aspectos espirituais de

dada comunidade juntando este termo com Civilization (palavra francesa que naquela

época referia-se às realizações matérias) formou-se Culture. A síntese destes termos feita

no final do século XIX por Edward Tylor (1832-1917), era a primeira definição

formalizada de cultura, idéia que já vinha crescendo na mente humana. Tylor dizia ser um

complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes, ou qualquer outra

capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade.

Cultura

Este dilema que é a diversidade de modos comportamentais do homem em cada

comunidade em que vive, já é discutido desde os primórdios. Ao chegarmos na discussão

de cultura temos como já foi visto teve sua primeira definição proposta por Edward Tylor

(1871) que foi seguida por outras inúmeras como Ralfh Linton (1936), Franz Boas (1938),

Malinowski (1944), Kroeber e Kluckhohn (1952), Beals e Hoijer (1953), Felix M. Keesing

(1958), Leslie A. White (1959), G. M. Foster (1962) e Clifford Geertz (1973). Existem

essências da cultura que aparentam ter diferenças entre alguns destes antropólogos. Tylor,

Linton, Boas e Milinowski a consideram como idéias. Já Kroeber e Kluckhohn, Beals e

Hoijer dizem que a cultura são abstrações do comportamento. Keesing e Foster a definem

como comportamento aprendido. Leslie A. White diz que a cultura deve ser vista fora do
organismo humano, enfatizando que existe elementos materiais e não materiais da cultura.

No caso de Geertz a cultura é definida como um “mecanismo de controle” do

comportamento.

Todas estas definições sobre a cultura de um povo, no ponto de vista antropológico, tem

vários enfoques e divergências podendo ser analisada, a cultura, ao mesmo tempo por

linhas de pensamentos diferentes: idéias (conhecimentos e filosofia); crenças (religião e

superstição); valores (ideologia e moral); normas (costumes e leis); atitudes (preconceito e

respeito ao próximo); padrões de conduta (monogamia, tabu); abstração do comportamento

(símbolos e compromissos); instituições (famílias e sistemas econômicos); técnicas (artes e

habilidades) e artefatos (machado e pedra, telefone, cruz). Ao fazer uma análise sistemática

pode-se dizer que artefatos decorrem da técnica, mas a sua utilização é condicionada pela

abstração do comportamento. As instituições ordenam os padrões de conduta, que decorrem

de atitudes condicionadas em normas e baseadas em valores tanto pelas crenças quanto

pelas idéias.

Aspectos Culturais

Segundo White a cultura é constituída por acontecimentos e coisas que encontram-se no

espaço e no tempo, sendo classificadas como intra-orgânica: dentro do organismo humano

(conceitos, crenças, emoções, atitudes); interorgânica: dentro dos processos de interação

social entre os seres e extra-orgânica: dentro de objetos materiais (machados, fábricas,

ferrovias, etc) fora dos organismos humanos, mas dentro dos padrões de interação social. A

cultura em si consiste na sua essência em idéia, abstrações e comportamento, onde toda

cultura é considerada como configuração saudável para os indivíduos que a praticam e os

povos formulam juízos sobre aos modos de vida diferentes dos seus. Isso leva ao
relativismo cultural que não concorda com a idéia de normas e valores absolutos e defende

o pressuposto de que as avaliações devem ser sempre relativas à própria cultura onde

surgem. Já o etnocentrismo que é a supervalorização da própria cultura em detrimento das

demais, pode ser manifestado no comportamento agressivo, em atitudes de superioridade e

até de hostilidade.

Estrutura da Cultura

Para melhor análise dos conceitos de cultura, os antropólogos fragmentou a cultura

conceituando traços, complexos e padrões culturais:

Traço Cultural – è a menor unidade ou componente significativo da cultura, que pode ser

isolado no comportamento cultural.

Complexo Cultural – consiste no conjunto de traços associados, formando um todo

funcional; ou ainda, um grupo de características culturais interligadas, encontrado em uma

área cultural.

Padrão Cultural – é resultante do agrupamento de complexos culturais, definido como

sendo uma norma comportamental, estabelecida pelos membros de determinada cultura.

A padronização dos diferentes traços e complexos de uma cultura, com seus valores mais

ou menos consistentes em pensamentos e ações denomina como configuração cultural.

Estas configurações culturais podem se confundir em áreas culturais (territórios geográficos

onde as culturas se assemelham) e até mesmo ocorrer mudanças culturais ou subdivisões da

cultura (subculturas) diante destas configurações em áreas culturais.


Folkways, Mores e Leis

As normas de comportamento social segundo Summer são classificadas como folkways

(usos) e mores (costumes).

Folkways – São padrões não obrigatórios de comportamento social exterior que constituem

os modos coletivos de conduta, convencionais ou espontâneos, reconhecidos e aceitos pela

sociedade. Praticamente, regem a maior parte da nossa vida cotidiana, sem serem

deliberadamente impostos. Indicam o que é ou socialmente correto, não tem caráter

obrigatório.

Mores – São as normas moralmente sancionadas com vigor. Constituem comportamento

imperativo, tido como desejável pelo grupo, apesar de limitar e restringir a conduta. São

essenciais e importantes ao bem-estar da sociedade e aparecem como normas reguladoras

de toda a cultura. Apesar da obrigatoriedade e imposição, são considerados justos pelo

grupo que os compartilha.

Leis – São as regras de comportamento formuladas deliberadamente e impostas por uma

autoridade especial. São decretadas com a finalidade de suprir os costumes que começam a

desintegrar-se, a perder seu controle sobre os indivíduos.

A linha divisória entre folkways x more e entre more x lei é de difícil percepção em

algumas situações, tendo em vista que a ordem natural das coisas seja criação dos folkways

que vira more e se transforma em lei. Isso só vai acontecer se somente se, for à vontade da

sociedade.
Processos Culturais

As culturas mudam continuamente, assimilam novos traços ou abandonam os antigos,

através de diferentes formas. Crescimento, transmissão, difusão, estagnação, declínio, fusão

são aspectos aos quais as culturas estão sujeitas. O processo de mudança cultural pode se dá

por fatores internos – endógenos (descoberta e invenção) ou por fatores externos –

exógenos (difusão cultural). No caso de difusão cultural os elementos ou complexos

culturais se difundem de uma sociedade para outra.A aculturação é a fusão de duas culturas

diferentes que entretanto em contato contínuo originam mudanças nos padrões da cultura de

ambos os grupos.

A endoculturação é o processo de aprendizagem e educação em uma cultura desde a

infância. Além disso é o processo que estrutura o condicionamento da conduta, dando

estabilidade á cultura.

Cada indivíduo adquire as crenças, o comportamento, os modos de vida da sociedade a que

pertence. Ninguém aprende, todavia, toda a cultura, mas está condicionado a certos

aspectos particulares da transmissão de seu grupo.

As sociedades na permitem que seus membros ajam de forma diferenciada. Todos os atos,

comportamentos e atitudes de seus membros são controlados por ela.

Síntese

A sociedade e a cultura não são uma coisa só. A sociedade humana é constituída de

pessoas; a cultura é constituída de comportamentos de pessoas. Podemos dizer que a pessoa

pertence à sociedade, mas seria errôneo afirmar que a pessoa pertença a uma cultura; o

individuo manifesta a cultura.


A sociedade consiste em uma estrutura formada pelos grupos principais, ligados entre si,

considerados como uma unidade e participando todos de uma cultura comum.

As culturas atendem aos problemas da vida do individuo ou do grupo, e as sociedades

necessitam da cultura para sobreviverem. Ambas estão intimamente relacionadas: Não a

sociedade sem cultura assim como não há cultura sem sociedade.


Referências Bibliográficas

Lakatos, Eva Maria

Sociologia Geral / Eva Maria Lakatos, Marina de Andrade Marconi – 7. ed. rev. e

ampl. – São Paulo: Atlas, 1999.

Laraia, Roque de Barros

Cultura: um conceito antropológico / Roque de Barros Laraia. – 17.ed. – Rio de

Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

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