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Sumário
HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO ......................................................................................... 1
1. Questão Social ............................................................................................................................. 1
2. Liberalismo Econômico .............................................................................................................. 3
3. Intervencionismo Estatal ............................................................................................................. 3
HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL ................................................................... 6
TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO ............................................................................. 10
Denominação .................................................................................................................................... 11
Definição – correntes: ....................................................................................................................... 11
Natureza Jurídica ............................................................................................................................... 11
Direito Público ............................................................................................................................. 11
Direito Misto ................................................................................................................................ 14
Direito Unitário ........................................................................................................................... 14
Direito Social................................................................................................................................ 15
Público – Privado: teorias ............................................................................................................. 15
1. Dos Interesses: pensa no interesse precipuamente tutelado. Assim, se o interesse tutelado é
público, tem-se Direito Público; se é privado, tem-se Direito Privado. Se adotada essa teoria, o
Direito do Trabalho é considerado inserido no Direito Público. ................................................... 15
2. Da Natureza das Relações: quando a relação entre o particular e o Estado é de igualdade,
fala-se em Direito Privado; se a relação é de subordinação, fala-se em direito público. Pensando
no Direito do Trabalho, o Estado não participa da relação empregado-empregador. Ambos são
submetidos ao Estado, mas numa relação de igualdade. Por esta teoria, o Direito do Trabalho
seria ramos do Direito Privado. ..................................................................................................... 15
3. Da Natureza dos Sujeitos: presença ou não do Estado. Quando há a presença do Estado na
relação fala-se em Público; caso contrário Privado. Se pensar no contratualismo, tem-se
empregado-empregador. Estado não participa dessa relação jurídica (D. Privado). ..................... 15
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO........................................................................................... 16
Panorama Geral das Fontes: Estado, Autonomia dos Particulares e Costumes ............................... 16
Aprofundando o Estudo .................................................................................................................... 17
ESPÉCIES NORMATIVAS:.................................................................................................................... 23
Conteúdos do contrato de trabalho:..................................................................................................... 23
Conteúdo Institucional: ............................................................................................................. 24
1. Lei Estatal (qualquer tipo: constitucional ou infra) ................................................................... 24
2. Acordo Coletivo ......................................................................................................................... 24
3. Convenção Coletiva ................................................................................................................... 24
4. Laudo Arbitral ............................................................................................................................ 24
5. Sentença Normativa .................................................................................................................. 24
Conteúdo Particular: puramente contratual, expresso no contrato individual. ....................... 24
FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS COLETIVOS............................................................................. 24
Autodefesa: ............................................................................................................................... 24
Auto composição:...................................................................................................................... 24
Heterocomposição: ................................................................................................................... 24
PRINCÍPIOS ............................................................................................................................................ 26
Princípio Protetor ou da Proteção ............................................................................................ 26
03 Regras: .......................................................................................................................................... 26
DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR ............................................................... 26
1ª exceção: Flexibilização: art. 7º, VI, XIII, XIV. ........................................................................... 29
2ª exceção: Leis Proibitivas do Estado ....................................................................................... 34
DA CONDIÇÃO Contratual MAIS BENÉFICA ..................................................................... 34
Primeiramente: mudança pela Lei Estatal: ................................................................................. 35
Em relação à mudança por normas coletivas: ........................................................................... 35
Súmula nº 277 do TST .................................................................................................................. 36
Já o conteúdo puramente contratual é regido pelo art. 468, CLT: ................................................ 36
IN DÚBIO PRO OPERÁRIO .......................................................................................................... 37
Princípio da Primazia da Realidade (sobre a forma) ................................................................. 37
3. Princípio da Irrenunciabilidade ou da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas ...................... 38
- Impedir: ...................................................................................................................................... 39
- Desvirtuar: .................................................................................................................................. 39
- Fraudar:...................................................................................................................................... 40
RENÚNCIA: ................................................................................................................................. 40
TRANSAÇÃO: ............................................................................................................................. 40
REGULAMENTO DE EMPRESA ....................................................................................................... 43
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS .................................................................................................... 44
TRABALHADORES .................................................................................................................................. 45
AUTÔNOMOS .................................................................................................................................... 45
→ Propriamente Ditos (Direito Civil)............................................................................................. 45
→Empreiteiros (Direito Civil) ........................................................................................................ 45
SUBORDINADOS ................................................................................................................................ 45
→ Eventual (Direito Civil) .............................................................................................................. 45
→ Empregado (CLT)....................................................................................................................... 45
→ Avulso (Por equiparação de direitos = CLT) .............................................................................. 45
→ Temporário (Lei Especial 6.019/74 – intermediação de mão de obra) .................................... 45
Exceções não regidas pela CLT: ......................................................................................................... 45
Características do EMPREGADO:........................................................................................................... 45
Subordinação .................................................................................................................................... 45
Habitualidade .................................................................................................................................... 46
Onerosidade ...................................................................................................................................... 49
Pessoalidade...................................................................................................................................... 50
TRABALHADOR EVENTUAL .......................................................................................................... 50
Características: .................................................................................................................................. 51
Teorias: .............................................................................................................................................. 51
TRABALHADOR AVULSO ............................................................................................................... 52
Características: .................................................................................................................................. 52
TRABALHADOR TEMPORÁRIO ...................................................................................................... 53
Características: .................................................................................................................................. 53
Requisitos: ......................................................................................................................................... 53
TERCEIRIZAÇÃO ............................................................................................................................... 54
Súmula nº 331 do TST ....................................................................................................................... 55
O projeto de lei 4.330/2004 vai de encontro ao disposto na súmula acima, com algumas
alterações. ......................................................................................................................................... 57
RESPONSABILIDADE DO TOMADOR DE SERVIÇOS na intermediação e na terceirização. ....... 58
SUBCONTRATAÇÃO ............................................................................................................................... 59
EMPREGADOR ....................................................................................................................................... 61
Desdobramento do poder de direção em três formas: .................................................................... 62
- Poder de Organização: ............................................................................................................... 62
- Poder de Controle/Fiscalização: ................................................................................................ 62
- Poder Disciplinar: ....................................................................................................................... 63
GRUPO ECONÔMICO: ........................................................................................................................ 67
CONTRATO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO ........................................................................... 72
Teoria Contratualista......................................................................................................................... 72
Teoria Anticontratualista .................................................................................................................. 73
Identifica-se 2 subdivisões na Anticontratualista: ...................................................................... 73
Nulidades....................................................................................................................................... 74
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO ....................................................................... 76
Contrato de experiência: ...................................................................................................... 76
Serviço de natureza transitória: ........................................................................................... 77
Atividade do empregador é de natureza transitória:.......................................................... 78
Para todos os contratos por prazo determinado acima - Dissolução do contrato: .......................... 79
ESTABILIDADE PROVISÓRIA ................................................................................................................... 80
Estabilidade Provisória Da Gestante → Súmula 244, III, TST: ................................................... 81
Acidente de trabalho - Súmula nº 378 do TST........................................................................... 82
SUSPENSÃO ........................................................................................................................................... 84
Contratos sucessivos: ............................................................................................................ 85
Contrato de Aprendizagem .................................................................................................. 89
Diferenciação: contrato de estágio ............................................................................................... 91
Alterações Objetivas ............................................................................................................................. 91
Alterações unilaterais → exceções ao Art. 468, CLT. ........................................................................ 92
1) Sob Controle Sindical: ........................................................................................................ 92
2) Sob Controle Administrativo: ............................................................................................ 93
3) Sob controle judicial: .......................................................................................................... 94
4) Extinção de cargo: ............................................................................................................... 94
5) Readaptação: ........................................................................................................................ 94
6) Exercício de função de confiança: ........................................................................................ 95
Transferência ........................................................................................................................................ 96
JORNADA DE TRABALHO ........................................................................................................... 106
TEMPO DE ESPERA E TEMPO DE RESERVA (2012) .......................................................................... 110
CRÍTICA: .................................................................................................................................... 111
SOBREAVISO ART 244 CLT ............................................................................................................... 112
PRONTIDÃO (ferroviário) Art. 244 CLT ............................................................................................ 115
PERÍODOS DE DESCANSO:.......................................................................................................... 125
Dois intervalos obrigatórios (inter e intrajornada): ........................................................................ 125
Descanso semanal remunerado: .......................................................................................................... 128
Férias .................................................................................................................................................. 133
HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO
SURGIMENTO/FINALIDADE
1. Questão Social
Revolução Industrial
Ainda, como forma de aumentar a produção, foram criadas as esteiras de Taylor para a
divisão do trabalho e especialização. No Taylorismo, o trabalhador só faz uma etapa da
produção, de modo que, ao mesmo tempo em que é especialista naquilo, na verdade não é
especialista em nada, pois aquilo não é nada perto do resultado final. O trabalhador fazia
aquele mesmo movimento o dia todo, e, com o tempo, podia fazê-lo cada vez mais rápido. A
ideia era produzir mais em menos tempo. Conclusão: forma de trabalho/produção
desenvolvida da Rev. Industrial que torna o trabalhador ainda mais dependente, pois, além de
não poder concorrer com a máquina, ele não se qualifica em nada. Isso porque quando perde
os meios, as etapas da produção, não tem mais o controle da produção, sabendo apenas um
pedaço restrito. Hoje, esta forma de divisão e especialização do trabalho é, dentro do contexto
dos direitos humanos, é combatida, pois não leva a nenhum tipo de qualificação do
trabalhador, apenas movimentos repetitivos, reforçando a ideia de dependência do
trabalhador.
1
Fordismo.
- Dimensão Axiológica: reação humanista, que pode ter vários fatores, variando
conforme a visão do historiador, isto é, de acordo com a perspectiva como se relata os fatos.
Surge a divergência doutrinária: em que sentido se fala em reação humanista? O próprio
movimento operário é uma razão que configura a reação humanista, pois trouxe o direito do
trabalho como conquista. Houve uma luta muito grande por conta do movimento operário,
não sendo o direito do trabalho um mero compromisso livre e espontâneo do Estado. Tem-se,
também, o próprio Estado comprometido (interesse do Estado) em razão do empobrecimento
da sociedade, buscando melhor desenvolvimento do capitalismo, que também envolve a
questão do trabalho. Conclusão: várias frentes são estudadas, mas não se pode entender reação
humanista como uma bondade do Estado. Observar os interesses econômicos e políticos
envolvidos, bem como a pressão social.
2
2. Liberalismo Econômico
Paralelo com os valores relacionados a cada momento histórico dos direitos humanos:
LIBERDADE e IGUALDADE FORMAIS, e não materiais, isto é, não se fala em liberdade e
igualdade de fato/real, mas sim de liberdade e igualdade perante a lei/ficta. Todos são iguais
perante a lei. Mas, na verdade, não são.
Desse modo, o contrato de trabalho é livre como forma de exercício da liberdade sem
intervenção estatal nas relações particulares. Ocorre que, quando se fala em liberdade e
igualdade entre as partes para pactuar, não se tem uma liberdade propriamente dita do
trabalhador, pois, por um lado, o industrial detém os meios de produção, mas o trabalhador
não tem nenhum controle sobre as etapas ou sobre o resultado, se submetendo a condições
desumanas de trabalho para sobreviver. Na verdade, neste contexto, a liberdade e a igualdade
não considerou a desigualdade social, pois esses lemas faziam frente a um problema anterior à
questão social gerada pela Rev. Industrial.
3. Intervencionismo Estatal
Ex. o direito à saúde está previsto pela CF, mas precisa de fato ser exercido, não bastar
constar no texto constitucional. O Estado terá que prover o acesso à saúde. Prestação positiva
do Estado para realização do direito à saúde.
2ª GGM.
A partir de 1948, o Estado Social vai exigir essa realização dos direitos, retirando a
ideia do ideal, de constituição programática, passada, a primeira forma de constitucionalismo.
República (1889).
Movimento Operário
Primeiras Leis
Vários. Um deles é o movimento operário forte que deverá ser barrado. Outro, são as
outras correntes que não interessavam ao desenvolvimento do capitalismo, pois para o
desenvolvimento industrial a regulamentação do trabalho é essencial. O próprio Estado
percebe a importância da regulamentação trabalhista para o seu desenvolvimento.
Políticas Trabalhistas
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Foi adotada no Brasil a estrutura corporativista de sindicato, isto é, uma estrutura
de sindicado atrelada ao Estado. Também chamado de “sindicalismo de estado”, uma
manifesta contradição: ou é sindicalismo, ou é de Estado, pois o sindicato não defende o
Estado, mas interesses próprios que podem não coincidir com os interesses do Estado. Direito
coletivo do trabalho tem sua essência no Modelo Italiano de corporativismo “Carta del
lavoro”.
- Unicidade Sindical: permite um único sindicato por base territorial para cada
categoria profissional ou econômica, impedindo a concorrência entre sindicatos. A base
territorial mínima é de um município. Assim, se o sindicato é atuando, ótimo; mas, se não, o
trabalhador não tem escolha, será somente aquele sindicato para a defesa de seus interesses.
Observar que a liberdade sindical não é completa, pois, se existe liberdade sindical, em
tese, o Estado não pode intervir na forma de gestão do sindicato.
O trabalhador pode optar pela filiação ao sindicato, e, mesmo que não se filia, tem
direitos, de modo que tudo que é conquistado pela categoria, vale para todos os membros da
categoria, filiados e não filiados. O sindicato atua em nome da categoria e não somente dos
filiados. A defesa da categoria e a assistência jurídica é para todos, independentemente de
filiação. Quando filiado, além da contribuição obrigatória, o trabalhador paga uma quantia a
mais.
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Todo o exposto é contrário à ideia de sindicato, e permanece até a CF/88, na qual é
adotado o princípio da liberdade sindical em direito coletivo trabalhista. História sindical
brasileira é muito recente.
Art. 9º: Greve (como direito, e não como instrumento antissocial popular tal qual na CF/37)
Hoje, não há mais reconhecimento sindical pelo Estado, mas sim a liberdade sindical.
Até que se torne órgão do Poder Judiciário em 1946, a Justiça do Trabalho nasce de
forma administrativa e conciliatória. Em 1906, foram criadas as Comissões Mistas de
Conciliação e Arbitragem, que são órgãos estatais vinculados ao executivo, mas sem poder de
impor da solução de conflito, apenas para harmonizar os conflitos trabalhistas. Tratam de
conflitos coletivos. Foi uma forma que o Estado adotou para evitar luta de classes. Em 1932,
foram criadas Juntas de Conciliação e Julgamento, até CF/88, também como órgãos
administrativos, não judiciais. Tratam de conflitos individuais. Compostas por 3 juízes: um
concursado e outros 2 classistas indicados pelos sindicatos para garantir sentença próxima à
realidade. Evoluíram para Conselhos Regionais e Nacionais. Quando se transformam em
órgãos do P. Judiciário, as Juntas de Conciliação e Julgamento continuam com essa
denominação para 1ª instancia, e os Conselhos Regionais se transformam em Tribunais
Regionais e os Conselhos Nacionais se transforma em Tribunal Superior do Trabalho. Essa
estrutura é aproveitada de tal modo que as expressões continuam: reclamante, reclamado,
reclamação trabalhista etc.
A estrutura inicial dos órgãos favorece o controle do exercício dos direitos trabalhistas
pelo Estado e o não cumprimento da legislação trabalhista. Hoje: importância do Judiciário
para atender as demandas dos trabalhadores. Deve ser ativo, atuante.
CLT – 1943
Amadurecimento da legislação trabalhista produzida durante as políticas trabalhistas,
mediante decretos do P. Executivo, as CF tratando de direitos sociais a partir de 1934. Na
exposição de motivos da CLT: trata-se de um amadurecimento de uma legislação que
começou em 1930. É mais do que uma compilação, pois não foi uma simples junção de tudo
que existe. É uma consolidação de um pensamento trabalhista.
Disciplina direito individual, direito coletivo e direito processual, no mesmo texto, o
que demonstra a falta de estrutura. Não é um código, não tem linha de desenvolvimento.
A previdência social foi separada do direito trabalhista.
9
1964 – Política Econômica
Momento de quebra, modelos controladores dos movimentos sociais.
A política econômica traz um pensamento de que em prol da economia é preciso em
sacrifício social. Os trabalhadores precisam ceder. Primeiro e mais e importante, portanto, é o
direito econômico, e vem antes dos direitos sociais. A ideia é que se a economia se
desenvolve e prospera, todos prosperam com ela. Se o trabalhador fica rico, todos os
trabalhadores também. Teoricamente, não há diferença de interesses, mas uma harmonia
plena. Mas, obviamente, não era essa a realidade social.
Tal discurso representa uma quebra do amadurecimento de direitos sociais,
constitucionalismo social, inclusive sob influência mundial que vinha ganhando espaço.
Ex lei que surgiu como forma de proteção da relação de emprego:
- Estabilidade Jurídica: não permite despedida arbitrária pela estabilidade decenal, isto
é, após 10 anos trabalhados, o empregador tinha que entrar na justiça do trabalho provando
uma falta grave ou um motivo de força maior para despedir o empregado. Então, por
resolução judicial, havia a resolução do contrato, através de sentença que desconstituíra o
trabalho. Estabilidade como forma de proteção jurídica.
- Econômica: permite despedir mediante indenização, ou seja, permite a despedida
arbitrária. Só não pode ser discriminatória. Surgiu com a Lei do FGTS (na época, lei 5107/66;
hoje, 8036/90).
No surgimento, o empregado podia optar por uma das duas formas de proteção no
contrato de trabalho. A partir de 88, a estabilidade decenal foi substituída no ordenamento,
restando, portanto, a econômica.
Contexto histórico: transição do Estado liberal para Estado Social. Lembrar que no Brasil
houve a escravidão, e, então, não houve aquela transição das formas de trabalho tal como no
contexto mundial, de modo que o proletariado industrial se deu na sequência da escravidão,
sem aquela evolução do trabalho.
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Denominação
Legislação industrial: leis para enfrentar os problemas das indústrias, mas não
é direito do trabalho. Surge no Estado Liberal. No Brasil, a primeira legislação
surgiu no Direito Civil.
D. Operário
D. Corporativo
D. Social: pois o direito do trabalho nasce com uma finalidade específica, da
justiça social, vem para resolver uma questão social. Essa característica vem
estampada em todos os documentos, como no Tratado de Versalhes e nas
constituições, sendo bem evidente o Estado do Bem-Estar Social. Daí esse
cunho de D. Social. Nesse contexto, o d. do trabalho é um direito social. O
direito Social não é propriamente uma evolução sólida, mas uma aproximação
da sua finalidade.
D. do Trabalho
Definição – correntes:
Natureza Jurídica
Importante: são 5 correntes, das quais todos os argumentos são válidos. P ex: os
argumentos do direito privado não negam os do Direito Público. Daí a dificuldade de
definição da natureza jurídica.
Direito Público
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Pública: quando um servidor público ingressa na Adm., se submete a um
estatuto (pronto, da Adm. Pública) que tem o interesse público para zelar.
Direito Privado
Argumentos:
- Origem: nasceu no Direito Civil, sendo um desdobramento do Direito Civil -
PRIVADO. É o mais frágil dos documentos. É fundamentada na primeira
forma de regulamentação do trabalho, no CC/16, pelo Contrato de Locação de
Serviços, sendo um precedente histórico do contrato de trabalho.
Crítica: não é verdade que o Direito de Trabalho nasceu no Direito Civil e que
é um desdobramento do Direito Civil. O que se tem no CC/16 (Ideologia
Liberal) são leis trabalhistas, alguma legislação do trabalho, mas não um
Direito do Trabalho. O fato de regulamentar o trabalho não significa que esteja
falando de Direito do Trabalho. O que se tem é o trabalhador regulamentado
pelo Direito Civil, mas não é o Direito do Trabalho que está no Direito Civil.
As primeiras que surgem são as leis de proteção ao trabalho, mas ainda num
contexto de Estado Liberal dentro do D. Civil. É Direito Civil, e não D.
Trabalho.
-Contrato: melhor argumento da corrente. Entende que, para haver relação de
emprego, deve haver um contrato de trabalho, entre particulares,
caracterizando o ramo do direito privado. A essência do contrato entre
particulares é que traz o caráter de direito privado. Teoria Contratualista.
Ênfase ao contrato:pressupõe-se a existência do contrato de trabalho. Tal
Teoria fundamenta que existe um acordo de vontades ou consentimento
(qualquer contrato, tácito ou expresso – verbal ou escrito) entre empregado e
empregador, do qual nasce a relação de emprego.
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Além disso: Pressuposto: existência do contrato. E, sendo contrato, nenhum
dos argumentos do direito público faz sentido. A partir do contrato é que se
fala em interesse público, pois, se não houver um contrato que gera a relação
de emprego, não há que se falar em direitos trabalhistas de caráter indisponível.
Tudo isso vai importar a partir do momento em que há contrato, pois traz toda
a carga de que o direito público depende.
Desse modo, não nega a existência de interesse público, reafirmando os
argumentos do direito público. O foco das correntes é a ênfase que cada uma
dá. Quem classifica como Direito Público dá prevalência ao interesse tutelado;
quem classifica como Direito Privado, dá prevalência à existência do contrato,
considerando que é a partir do contrato que se tem toda a proteção de tutela do
interesse público.
Por outro lado, a Teoria Anticontratualista nega existência do contrato. Afirma
que o que existe é uma relação de emprego que interessa socialmente, porque
dependendo da forma como é exercida, pode causar um dano social. A relação
trabalhista não vem pelo acordo de vontades em realizar o trabalho, mas sim
pela só existência do trabalho, tendo em vista que o trabalho é uma
necessidade, não um consentimento. Considera que não existe a opção de
trabalhar ou não. O trabalho é uma necessidade social, pois estrutura toda a
sociedade (inclusão social), além da necessidade de cunho individual.
Direito Misto
Direito Unitário
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Portanto: no contexto do Liberalismo: defesa dos direitos individuais, civis e
políticos, contrato é signo da liberdade. Direito individualista, característica do
direito privado. Inclusive, as regulamentações do trabalho que surgem nesse
período possuem características contratuais de liberdades individuais etc.
Conclusão: no Estado Liberal, o direito assume a característica de Direito
Privado.
Já no contexto do Estado Social, todo o direito tende/é voltado para o público.
P ex: Direito Civil no CC/16 – estado liberal – cunho individualista.
Direito Civil no CC/02 – estado social – cunho social.
Conclusão: apesar de ser direito privado, hoje, o direito civil não tem um
caráter individualista, mas sim uma finalidade social. Ex: função social da
propriedade; do contrato.
Esse raciocínio vale para todos os ramos do direito.
Importante: hoje, há uma tendência para o Direito Público, pois todos os
ramos do direito são voltados a atender os aspectos sociais, a finalidade
social, o interesse social. Estamos num contexto de Estado Social. Trata-se
da discussão mais atual do direito, sem essa dicotomia.
Direito Social
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Autonomia dos Particulares (SEM participação do Estado)
→ Individual: contrato, dentro dos limites impostos pelo
D. Estado.
→Coletiva: acordo coletivo do trabalho e Convenção
coletiva.
Costumes
Aprofundando o Estudo
Art. 468, CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta
ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.
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prazo indeterminado e só perde vigência de revogada por lei posterior que trate da mesma
matéria ou que a revogue expressamente.
Após decorrido do prazo de vigência, a norma coletiva, necessariamente, perderá a
vigência. Não será revogada. Acabado o prazo de vigência, ela desaparece. Quando encerra o
prazo de vigência, não há mais o benefício.
Quando a norma coletiva perde vigência, PODE ser substituída por outra, que é o que
normalmente acontece, para vigorar após o vencimento da primeira. Esta nova PODE criar
um conteúdo novo, completamente diferente da anterior, PODE REPETIR o anterior, ou pode
apresentar qualquer outro benefício. Na maioria das vezes, repete o conteúdo maior e os
trabalhadores continuam auferindo o benefício. Mas, se não vier uma nova norma coletiva, a
categoria não pode perder a conquista feita pela negociação coletiva. Desse modo, o conteúdo
que era institucional passa a ser puramente contratual, ou seja, o benefício daquela norma
coletiva se incorpora, em definitivo, ao contrato individual de trabalho.
Concluindo: os direitos da norma coletiva se incorporam ao contrato individual de
trabalho? Em regra, não. Se vier umasequência de normas coletivas, pode haver substituição
de direitos. Mas se não vier, se incorpora ao contrato, passando a ser conteúdo meramente
contratual.
Para a negociação de acordos e convenção coletivas, o sindicato levará em conta o
interesse da categoria, e vai sempre visar a melhorar as condições da categoria, e não do ponto
de vista individual. A incorporação vem com essa ideia de um caminho sem volta, a menos
que a negociação coletiva seja seguidamente substituída por outra. A intenção é sempre a de
preservar as conquistas sociais. Se já avançou até determinado ponto, não pode permitir um
retrocesso/que as conquistas sejam perdidas. Princípio do não retrocesso social.
Diferenciação: Direito Assegurado X Direito Adquirido: o direito assegurado por
norma coletiva, se não existir nova negociação, se incorpora ao contrato, continuando,
portanto, a ser direito assegurado. Para adquirir o direito assegurado, o trabalhador tem que
trabalhar. Ex.: direito assegurado à assistência médica. Esse direito somente será adquirido se
o trabalhador trabalhar, se não, apesar de assegurado, não será adquirido. Ex.: para adquirir o
direito assegurado ao 13º salário, o trabalhador precisa trabalhar de janeiro a dezembro,
período para a aquisição do direito. Ex.: salário assegurado de X, mas o trabalhador precisa
trabalhar um mês para adquirir. Direito adquirido SEMPRE será preservado.
Essas normas coletivas incorporadas ao contrato individual de trabalho não valem para
aqueles que começaram a trabalhar depois da incorporação, mas somente para aqueles que já
trabalhavam quando a norma coletiva era vigente e foi incorporada.
A lei estatal nova incide sobre os contratos em curso, se aplicando imediatamente,
para melhor ou para pior, do ponto de vista do trabalhador, pois do ponto de vista do interesse
público, será sempre melhor. O Estado não irá criar uma lei que não atenda ao interesse
público. A lei nova será sempre melhor, do ponto de vista do Estatal – interesse público. Ex.:
lei nova muda o período de férias: hoje é de 30 dias, mas uma lei nova impõe 20 dias. Quem
já completou o período aquisitivo de 01 ano trabalhado na vigência da lei anterior, terá 30
dias. Quem ainda não completou o período aquisitivo, quando completar, terá 30 dias, pois
este trabalhador tinha uma expectativa de direito (direito assegurado), mas não um direito
adquirido. O direito ainda não adquirido é porque a pessoa não preencheu os requisitos
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necessários à sua aquisição. Inclusive, se a lei nova entra em vigência em 11 meses e 29 dias
trabalhados, incidirá a lei nova de 20 dias.
Fundamentação legal:
CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
Desse artigo, pode-se entender que a norma coletiva é parte do ordenamento jurídico
trabalhista, tem a mesma forca hierárquica, podendo, inclusive, prevalecer sobre uma
disposição constitucional quando mais benéfica. Não se afasta a CF, pois esta acolhe a norma
coletiva e dá a mesma força a ela.
APROFUNDANDO O ASSUNTO...
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Da negociação coletiva, pode resultar: acordo ou convenção coletiva.
Por outro lado, se há RECUSA por uma das partes à negociação (pressupõe a
tentativa de negociação), aplica-se o previsto no art. 616, CLT: MEDIAÇÃO.
Mas, pode ocorrer, ainda, da parte INSISTIR NA RECUSA, ou, simplesmente não
aparecer na mediação ou comparecer apenas para informar que não tem interesse em uma
negociação coletiva. Inclusive, pode ocorrer uma tentativa de negociação, independente de
mediação, mas as partes não conseguiram chegar a um ponto comum para realizar o acordo
ou a convenção. Nessas hipóteses citadas, diz-se que a negociação coletiva restou
FRUSTRADA.
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não há direitos indisponíveis. Tudo bem para conflitos coletivos, pois não envolvem atos de
disposição de direitos, e a própria CF autoriza expressamente.
Obs.: a palavra dissídio é utilizada tanto para coletivo como para individual. É correto
dizer: dissídio individual ou ação individual ou reclamação trabalhista, são sinônimos. No
âmbito coletivo, dissídio coletivo ou ação coletiva.
Obs.: a expressão “de comum acordo” foi acrescentada recentemente para atender à
crítica de que se faziam a esse Poder Normativo da J. Trabalho.
Lembrar também que, quando não vem uma nova norma coletiva na sequência, o
conteúdo se incorpora ao mercado de trabalho. Nesse caso, somente aqueles que já estão
contratados terão o benefício incorporado, de modo que os que depois se vincularem não
22
desfrutarão do benefício. Por isso, a incorporação do benefício ao contrato individual de
trabalho é a solução que menos atende aos interesses coletivos da categoria, pois não
traz conquistas à categoria e não faz avançar a categoria profissional.
Obs.: cada parte ocupa um polo dependendo de quem iniciou o dissídio, não
apresentando posição processual específica para o trabalhador e para o empregador. Depende
de quem irá provocá-lo.
ESPÉCIES NORMATIVAS:
Quadros-resumo:
23
Conteúdo Institucional:
2. Acordo Coletivo
3. Convenção Coletiva
4. Laudo Arbitral
5. Sentença Normativa
Autodefesa:
direta, pela imposição da solução do conflito pelo mais forte, o que gera violência. Por
isso, é proibida, e, em regra, não pode ser utilizada, apenas nos casos excepcionais
como a legítima defesa criminal. Ex.: greve, que significa a paralisação da atividade
pelos empregados, prevista nos art. 9º, CF (é um direito!) e Lei 7783/89
(regulamentação – iniciativa privada). Nesse caso, o trabalhador fica mais forte porque
existe uma categoria paralisando a atividade do empregador.
Auto composição:
direta, porém amigável, de comum acordo. Ex.: autonomia coletiva dos particulares
que gera o acordo ou a convenção ou os dois.
Heterocomposição:
24
Importante: o descumprimento de qualquer direito previsto em uma espécie normativa
que gera uma lesão será apreciado em processo de CONHECIMENTO. Tratam-se de
espécies normativas e não de títulos executivos.
FONTES
Estado: Legislativo
Executivo
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo
em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.
Os contratos de trabalho podem ser escritos, verbais ou tácitos. Assim, para iniciar uma
relação de emprego, o consentimento pode ser tácito. Inclusive, as cláusulas da
contratação também podem ser tácitas, ou pode haver um contrato escrito e outras
cláusulas podem surgir, verbais ou tácitas. O fato de haver um contrato escrito não impede
o surgimento de outras cláusulas no decorrer desta relação de emprego.
Ex.: verba de gratificação, que é uma liberalidade do empregador, pois nenhuma lei estatal
prevê (mas nada impede que seja previsto em outra espécie normativa). Se essa
gratificação não tiver um caráter habitual, será chamada de prêmio (critério subjetivo, ex.:
no exercício da atividade, empregador inventou, descobriu algo); já a habitual (objetiva), é
chamada de ajustada, e tem natureza salarial. Art. 457, §1º, CLT. Como caracteriza essa
habitualidade de forma a caracterizar salário do empregado? Pode se dar de forma tácita,
por critério de tempo (ex. trimestral) ou de produção (sempre que produzir 100 peças,
receberá R$X a mais). Podem ser ajustados verbalmente, expressa no contrato ou tácita,
quando o empregador, p ex, paga uma gratificação aos empregados por liberalidade e,
depois de 3 meses a repete. Nessa repetição, criou uma gratificação ajustada, de modo
que, após + 3 meses terá que repeti-la, pois não é mais mera liberalidade. Criou uma
gratificação trimestral ajustada. Assim, o costume (uso reiterado) vai gerar uma cláusula
tácita (convicção de obrigatoriedade). Identificação da força normativa com cláusula
contratual, sendo uma possibilidade em razão da cláusula tácita. Se não existisse essa
possibilidade, entraria como costume pura e simplesmente. O costume vai quase sempre
se confundir com o surgimento de cláusula tácita. Pode-se entender o costume como uma
vivência empresarial, que independe do contratual individual, sendo próprio da atividade,
25
da categoria, da região etc. Portanto, tem-se uma prática reiterada com convicção de
obrigatoriedade que é fonte do direito. Por fim, é claro que essas cláusulas podem vir
escritas, mas a tácita é que demonstra o costume como habitualidade. Ex.: 13º salário
nasceu como gratificação ajustada natalina, ou seja, sempre que houver Natal. Hoje, não é
mais, pois foi regulamentada passando a ser obrigatória.
PRINCÍPIOS
Retratam a estrutura do direito do trabalho. Não são específicos, mas sim da própria
estrutura.
Mundialmente, é o princípio maior do direito do trabalho, tendo em vista que este nasceu
com uma finalidade específica no Tratado de Versalhes. Assim, já nasce propenso a resolver
uma desigualdade social, e esse é seu compromisso. O princípio da proteção retrata
exatamente essa finalidade do direito do trabalho de realizar uma igualdade social, haja vista
que existe uma desigualdade social. Não se trata de desigualdade contratual, pois esta é
consequência da social (principal). A desigualdade social é um fato social identificado em
1919. Em razão da desigualdade social, vem o papel do Estado de realizar a igualdade e faz
isso com essa proteção trabalhista.
03 Regras:
Na verdade, para responder, a regra trata vai verificar se há hierarquia entre as fontes
ou entre as várias disposições normativas.
26
a) Aplicação Dos Critérios Do Direito Comum
-Lei Especial prevalece sobre a Lei Geral: tendo uma lei geral e uma
especial, aplica-se a especial, mesmo não sendo a mais favorável, pois não é
este o critério adotado. É irrelevante se é mais ou menos favorável ao
trabalhador. Ex:Art. 4º, CLT - Considera-se como de serviço efetivo o período
em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
Assim, o trabalhador pode ficar à disposição do empregador no local de
trabalho adequado ao exercício da atividade. No capítulo dos ferroviários,
tem-se o art. 244, § 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas
dependências da estrada (local de trabalho), aguardando ordens. A escala de
prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para
todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
Assim, quando está na estrada, o ferroviário pode estar à disposição ou de na
escala de prontidão. Nesse último caso, não está à disposição para o
cumprimento de ordens, está na escala apenas para uma emergência.Para o
ferroviário, aplica-se a lei especial que é menos benéfica do que a regra geral,
porque pela regra geral você está à disposição do empregador no seu local de
trabalho e recebe a hora integral, e não na razão de 2/3. Portanto: a lei especial
do ferroviário vai prevalecer sobre a lei geral mesmo não sendo a mais
benéfica.
Com esses critérios, acabou o conflito, pois se chega a uma só lei aplicável ao
caso concreto. Conclusão: tinha um conflito aparente de normas estatais, pois
com os critérios é possível resolve-lo.
Mas, Com a vinda da norma coletiva, esses critérios não são suficientes, então
foi criado outro critério:
- Será aplicado quando houver conflito entre qualquer norma coletiva e uma lei
estatal: acordo/convenção/laudo arbitral/sentença normativa X lei estatal.
Norma coletiva contra lei estatal.Lei estatal pode ser especial, constitucional,
infraconstitucional.
Ex.: adicional de hora extra é de 50% segundo a lei; norma coletiva prevê
100%. Assim para a hora extra, será aplicada a norma coletiva.
Fundamentos Legais:
- Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social
A expressão do caput “além de outros que visem à melhoria da condição social” quer dizer
que, além dos direitos elencados no artigo, podem existir outros, desde que visem à melhoria
da condição social. Esses outros direitos são elencados nas normas coletivas, reconhecidas
pela CF/88. Portanto, a CF/88 acolhe os outros direitos previstos nas NORMAS
COLETIVAS, desde que atendam ao comando do caput para realizar o princípio da melhoria
da condição social, sendo ACOLHIDAS com o MESMO NÍVEL CONSTITUCIONAL,
COM A MESMA HIERARQUIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL quando traduzirem a
melhoria da condição social. Assim, não se afasta a aplicação da CF, pois a norma coletiva
mais benéfica tem força constitucional, segundo a própria CF autoriza. Concluindo: os
direitos do art. 7º serão aplicados, mas não descartam outros desde que sejam mais favoráveis
e, havendo, serão aplicados.
Traz uma garantia: irredutibilidade salarial. Mas, na sequência, faz uma redução da garantia,
que é a possibilidade de negociar a irredutibilidade. A flexibilização é uma redução de
garantia. O disposto quer dizer que por acordo ou convenção, pode reduzir o salário.
Importante: somente em negociação ou acordo coletivo, pois imprescindível a atuação do
sindicato da categoria, e nunca particularmente entre o empregado e empregador. Nem
mesmo a pedido do empregado para manter-se no emprego, ou seja, não há hipótese para
redução do salário entre ambos. Impossível redução salário diretamente ou indiretamente, por
redução de jornada. É claro que aquele que vai começar a trabalhar em uma jornada menor
receberá menos proporcionalmente, pois o problema aqui é a ALTERAÇÃO contratual
daquele que já está contratado para reduzir o salário.
Se, p ex, o empregador demite o empregado e pouco tempo depois o recontrata com menor
jornada e/ou menor salário, ainda que o empregado esteja de acordo, haverá fraude, pois
sempre que mascarar a realidade caracteriza fraude. Entender que, de fato, há uma
continuidade do contrato, só criaram uma forma de mascarar a realidade. Mas, se o
empregado realmente sai da empresa para ser autônomo, mas, tempo depois pede o emprego
de volta, não houve uma continuidade do primeiro contrato, pois mudou a situação de fato e o
empregado começará novo contrato. A jurisprudência entende que o tempo mínimo razoável
entre a demissão e a recontratação é de 6 meses, caso contrário há presunção de fraude.
Assim, quando recontrata em curto espaço de tempo, inferior a 6 meses, há presunção relativa
de continuidade, devendo o empregador afastar a presunção. O MP e o Ministério do
Trabalho fiscalizam o cumprimento dos direitos trabalhistas.
29
Se o empregado desejar fazer um curso a noite e combina com o empregador que sairá mais
cedo (trabalhará menos horas por dia daquilo previsto na jornada), não havendo redução
salarial, está tudo regular, não há problema. Reduzir a jornada sem o prejuízo do salário não
tem problema.
Mas, por que um sindicato profissional concordará com essa flexibilização? Porque
necessariamente será concedido outro direito mais benéfico à categoria. É claro, pois, tendo
em vista que o sindicato representa os interesses dos trabalhadores, não consentiria com
norma coletiva que prejudicasse esses trabalhadores.
Pode ocorrer, p ex, redução salarial por um curto período de crise, mas com uma outra
cláusula de estabilidade ou benefício posteriores, podendo inclusive aumentar o salário
futuramente. Observar: sempre haverá uma contrapartida dessa redução.
Lembrar que o comando do caput do art. 7º se sobrepõe a todos os incisos. Assim, reduzir
salário em prol da melhoria da condição social, respeita o comando ao art., de modo que no
conjunto, deve trazer uma melhoria.
Assim, a flexibilização é exceção pois entre a lei estatal que prevê irredutibilidade e a
norma coletiva que reduz, será aplicada a coletiva, menos favorável. Mas, é menos
favorável se pensar na cláusula de redução de salário, já se pensar no conjunto da
disposição normativa que vai trazer melhoria da condição social, então será a mais
favorável. No fundo, é e não é exceção: se pensar exclusivamente na cláusula será
exceção, mas no conjunto sempre deve apresentar uma melhoria da condição social. No
fim, ao mesmo tempo, a flexibilização acaba sendo uma exceção e uma confirmação ao
princípio da norma mais favorável, dependendo da forma como é analisada.
Por fim, traduzindo o conceito do princípio norma mais favorável, existindo mais de
uma disposição normativa vigente aplicável ao caso concreto, aplica a mais favorável ao
trabalhador.
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais (GARANTIA: limite da jornada a bem da saúde do trabalhador), facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho (flexibilização).
Uma outra forma de compensação que também atende o interesse do empregado e não
prejudica a sua saúde é a compensação esporádica. Ex.: ponte de feriado, pois o empregado já
não trabalha nos sábados e o feriado será na quinta. Assim, faz um acordo de compensação
para sexta feira e depois aquelas horas serão distribuídas não necessariamente dentro da
mesma semana, podendo ser no mesmo mês. É uma situação esporádica, algo eventual que
também não prejudicará a saúde do trabalhador. Não há grande sacrifício à saúde do
trabalhador, ao contrário, teve um feriado prolongado, um descanso maior. Conclusão: Deve
ser feita a seguinte análise: prejudica ou não a saúde do trabalhador? E não se o empregado
gosta ou não gosta, ou se é bom ou não para ele, individualmente considerado. O legislador
acha prejudicial trabalhador além de 8hrs e 44hrs, por isso colocou este limite. Assim, aquilo
que não prejudica a saúde, não é propriamente uma flexibilização.
Assim, tem-se
Compensação:
→ esporádica
A forma de compensação semanal foi sendo alterada ao longo dos tempos pelo
legislador, tendo em vista a prática empresarial. Hoje esse prazo se estendeu para até 01 ano, e
passou a se chamar banco de horas, pois não é mais aquela ideia de ganhar o 6º dia, mas é um
banco de horas que atende ao interesse da produção, de modo que, quando necessita de maior
produção, empregador exige maior duração da jornada, mas não irá pagar por essa
prorrogação, irá conceder uma folga compensatória no prazo de até 01 ano para fornecer o
descanso.
Percebe-se que já não atende mais à saúde do empregador, pois o descanso não é
imediato para a recuperação da saúde. Desde que perdeu esse caráter de recuperação da saúde
com a ampliação do prazo, passamos a perceber que na verdade atendia ao interesse da
produção e não do empregado necessariamente, e como é exclusivamente interesse da
produção e /sem preocupação/traz prejuízo à saúde do trabalhador, fala-se em
FLEXIBILIZAÇÃO. Aqui, somente por acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho.
Nunca será feita entre empregado e empregador (contrato individual). Toda medida de
flexibilização é feita por negociação coletiva, pois é uma redução de garantia constitucional e
a exigência quanto à forma é a negociação coletiva.
Súmula 85, V, TST: As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime
compensatório na modalidade “banco de horas”, que somente pode ser instituído por
negociação coletiva. (Banco de horas só com acordo coletivo).
Ao invés do banco de horas, pode ser feito o pagamento das horas extras/prorrogação
de jornada, mas não é considerada uma forma de flexibilização ou redução de garantia. Não é
considerado inconstitucional. Limite: 10 horas por dia.
§ 2o poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma
das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez
horas diárias.
O artigo supracitado é a regra geral, mas outras formas de compensação podem ser
estipuladas em negociações coletivas.
32
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva.
Quando o inciso fala em turno ininterrupto, quer dizer que a atividade do empregador
é ininterrupta, e não do ponto de vista do trabalho do empregado. Pode ser toda a atividade do
empregador ou um único setor ou máquina. Desse modo, é obrigado a montar turnos, de
modo que, terminado o turno, outro turno assuma imediatamente.
O.J. 360 – SDI – 1: Turno ininterrupto de revezamento. Dois turnos. Horário diurno e
noturno. Caracterização. (DJ 14.03.2008)
Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas
atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que
compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à
alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se
desenvolva de forma ininterrupta.
Havendo uma lei proibitiva, ela prevalece, sendo ou não mais favorável, podendo,
portanto, ser uma lei proibitiva menos favorável, e, por isso, pode traduzir uma exceção ao
princípio da norma mais favorável ao trabalhador. Ex.: quando houve no pais o congelamento
de preços e salários, era uma lei proibitiva do aumento de salário para conter a inflação, o que
significou a proibição de norma coletiva de aumentar os salários e trazer reajustes salariais. Se
a norma coletiva disciplinasse dessa forma, não surtiria efeitos. Essa lei proibitiva prevalece
porque há o interesse público do Estado que se entende maior do que o direito público
tutelado pelo direito do trabalho.Entende-se que, atendendo a esse interesse do Estado,
traduz, também, uma melhoria da condição social. Essa é a interpretação que deve ser
dada.
Art. 623. Será nula de pleno direito disposição de Convenção ou Acordo que, direta ou
indiretamente, contrarie proibição ou norma disciplinadora da política econômico-financeira
do Governo ou concernente à política salarial vigente, não produzindo quaisquer efeitos
perante autoridades e repartições públicas, inclusive para fins de revisão de preços e tarifas de
mercadorias e serviços.
34
Lembrar que o Princípio da Norma mais Favorável só trata do conteúdo institucional e
trata da hierarquia entre as várias disposições normativas institucionais.
É possível alterar o conteúdo estabelecido pela Lei Estatal? É possível, pois pode vir uma lei
estatal nova que revogará a anterior. Pode mudar para melhor ou para pior, do ponto de vista
do trabalhador. Mas, do ponto de vista do interesse tutelado (interesse público) sempre muda
para melhorar, pois a alteração pela lei nova é sempre para uma condição mais benéfica, sem
precisar analisar caso a caso: é benéfica para o interesse público, pois, do contrário, o
legislador não teria criado. Se criou, é porque mudou o interesse público, de modo que a lei
nova atende melhor a esse interesse e, portanto, ela que será aplicada.
Inclusive, a lei nova nos contratos sucessivos tem aplicação imediata. Trata-se da
eficácia da lei no tempo: a lei nova posterior tem aplicação imediata (presente e futuro) aos
contratos em curso, o que altera o contrato, na sua vigência. Na vigência da lei anterior, se o
empregado adquiriu um direito, esse direito adquirido deve ser preservado.
Ex.: proteção da relação de emprego. Antes: proteção jurídica, que era o regime da
estabilidade decenal, regido pela CLT, e o regime da proteção econômica, trazendo uma
indenização, disciplinada pela Lei do FGTS. As duas formas de proteção conviveram de 1967
a 1988, e o empregado podia fazer a opção. A partir de 88, o art. 7º, I (proteção da relação de
emprega contra despedida arbitrária ou sem justa causa nos termos de L.C que preverá
indenização compensatória) e o art. 10, I, (até que venha a L.C de que trata o art. 7º, I, a
proteção se fará pela Lei do FGTS) ADCT, eliminaram a proteção jurídica da proteção de
emprego, não a recepcionando, adotando, portanto, a Lei do FGTS. Assim, quem estava no
regime da estabilidade, mas não havia completado os 10 anos, passou ao regime do FGTS,
com aplicação imediata da lei aos contratos em curso, para melhor ou para pior do ponto de
vista do trabalhador. Quem estava com o regime da estabilidade há 10 anos ou mais e já
adquirido o direito na vigência da lei, este continuou no regime da estabilidade, tendo seu
direito adquirido respeitado.
Conclusão: é possível lei nova posterior mudar o conteúdo para pior, do ponto de vista
do trabalhador, só será respeitado o direito adquirido. Trata-se da possibilidade de alteração
de conteúdo e a única restrição que vai existir é quanto ao direito adquirido.
35
Mas, se vier por laudo arbitral ou por sentença normativa, deverão ser observadas as
condições anteriormente negociadas/estipuladas. Assim, tem-se uma disposição normativa
que já acabou a vigência; na sequência, vem uma nova norma que tem que observar o
conteúdo da anterior, respeitando as condições anteriormente estipuladas, o que se chama
ULTRATIVIDADE DA NORMA COLETIVA. Tal conceito significa uma norma que não
está mais vigente gerando efeitos, isto é, disposição normativa que já perdeu vigência
continua gerando efeitos.
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.
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Diz-se em ausência de prejuízo ao trabalhador, pois o legislador não acredita no
consentimento do empregado, por ser viciado pelo medo da perda do emprego, estando
numa condição mais fragilizada do ponto de vista social. HÁ UMA PRESUNÇÃO
relativa DO LEGISLADOR DE QUE O CONSENTIMENTO DO EMPREGADO NÃO
É LIVRE, que as cláusulas são impostas pelo empregador.
Portanto, só haverá alteração do conteúdo puramente contratual para uma
condição contratual mais benéfica, que também traduz o princípio da inalterabilidade
lesiva (só o puramente contratual – art. 468, CLT) e condição mais benéfica (mais
amplo).
Ex.: trabalhador com todas as características de uma relação de emprego. Mas, para
não aplicar o direito do trabalho, foi feito um contrato de prestação de serviços como
trabalhador autônomo. Ele recolhe para a Prev. Social como autônomo e assim se identifica
no crachá. Ocorre que, de fato, não é autônomo, perceptível pela forma de realização do
trabalho, demonstrando que é empregado, apesar de formalmente ser autônomo.
CLT - Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.
CLT - Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de
proteção ao trabalho (lei estatal), aos contratos coletivos (acordo e convenção coletiva)
que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes (laudo arbitral e
sentença normativa).
- Impedir:
forma mais simples de renúncia. Quando o empregado dispõe de um direito, está deixando de
aplicar aquela disposição normativa, ou seja, impedindo a aplicação de uma determinada
disposição normativa. Ex.: empregado não quer férias=dispõe desse direito junto ao
empregador. Não pode fazer isso, pois está previsto no conteúdo institucional e a tentativa de
impedir a aplicação desse conteúdo será considerada nula. Assim, esse ato de disposição do
direito de férias não será reconhecido, pois tenta impedir a proteção do interesse
público.Interpretação pró interesse público para proteção da tutela social. Lembrar
sempre da finalidade do direito do trabalho, pois o legislador reconhece que há uma
desigualdade social pela exploração social do trabalho, trazendo o D. Trabalho para
equilibrar a relação de trabalho e proteção do interesse público. A Justiça do Trabalho é
PRÓ-SOCIAL, dado o direito tutelado.
- Desvirtuar:
ex.: intervalos intrajornadas, conforme o número de horas que o empregado trabalha. Quem
trabalha mais de 4 a 6 horas tem 15 minutos; quem trabalha mais de 6, tem de 1 a 2 horas de
intervalo. Dado que o Intervalo é no meio da jornada, não podendo ser nem no começo e nem
no final da jornada, tal regra NÃO pode ser desvirtuada, ainda que a pedido do empregado,
pois a proteção não é do interesse individual dele, mas sim do interesse coletivo. Assim,
39
mesmo se o empregado pedir para entrar mais tarde compensando pelo tempo de intervalo, ou
seja, o intervalo será dado, o empregador não pode concordar com isso, pois o intervalo deve
ser no meio da jornada, nunca no começo. Esse deslocamento do intervalo é desvirtuar a
regra, e não impedi-la, mas será nulo do mesmo jeito, pois desvirtuá-la implica em
impedimento e é cumprida da forma errada, não cumprindo a finalidade que é a saúde do
trabalhador, pelo descanso.
- Fraudar:
qualquer forma de mascarar a realidade. Ex.: autônomo no contrato firmado. Mas no contrato
realidade tem todas as características fáticas de empregado, de modo que o contrato escrito de
prestação de serviços mascara a realidade. Essa tentativa de fraudar a legislação trabalhista é
nula e não será reconhecida, independente de benefícios individuais, mesmo com a
concordância do empregado.
Obs.:
RENÚNCIA:
TRANSAÇÃO:
RENÚNCIA
41
pedido de empregado, a favor do empregado etc., pois fere o interesse público, não
cabendo prova em contrário.
- Se a renúncia é do puramente contratual, há uma presunção relativa decoação e
prejuízo do empregado (art. 468, CLT), cabendo prova em contrário para
demonstrar que não houve prejuízo. Em toda manifestação de vontade do
empregado, há uma presunção relativa de coação, pelo desequilíbrio da condição
social. Cabe ao empregador afastar essa presunção, comprovando que houve algum
benefício nesse ato de manifestação de vontade.
A coação no D. Civil gera anulabilidade e não nulidade; já no Direito do Trabalho,
gera NULIDADE, pois não existe anulabilidade nesse ramo do Direito, pois se trata de
interesse público.
Momentos da Renúncia
Antecipada: antes da vigência do contrato. A rigor não existe, pois não pode ser do
conteúdo puramente contratual tendo em vista que o contrato sequer começou. Nesse
sentido, não tem como falar da renúncia de um conteúdo que não está vigente. Desse
modo, a única renúncia antecipada que seria possível é a do conteúdo institucional,
vez que presente antes da vigência do contrato. Porém, sabendo que essa renúncia do
conteúdo institucional (conteúdo mínimo) não é possível, pode-se dizer que, a rigor,
não há renúncia antecipada.
Há apenas um exemplo histórico de renúncia de direito do conteúdo institucional
antecipada. Conteúdo institucional não pode ser renunciado pois fere o mínimo, salvo
se a própria lei autorizar, prevendo que, naquele caso específico, não haverá afetação
do interesse público. Ex.: opção pelo FGTS que existiu de 1967 até 1988, em que o
empregado renunciava a estabilidade decenal. Essa renúncia tinha que ser feita antes
do contrato, manifestando seu interesse pelo regime do FGTS.
Vigente: durante o contrato, na vigência do contrato. Somente do conteúdo puramente
contratual, trazendo uma presunção relativa de coação. Empregador precisa provar
que não houve prejuízo.
Após a dissolução do contrato, ou seja, com o término no contrato. Somente do
conteúdo puramente contratual, mas sem a presunção relativa da coação, pois a
coação só faz sentido durante a prestação de serviços, sendo que o medo é a perda do
emprego, pois o empregado depende do trabalho para a sua subsistência. Nesse caso, o
empregado deverá provar que houve o prejuízo como consequência da alteração do
contrato.
Conclusão: em regra, não haverá renúncia ao conteúdo institucional, salvo se a própria lei
autorizar. Ex atual:
Súmula 276, TST: O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de
dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo
comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.
Aviso prévio: denúncia de contrato por prazo indeterminado. Como é feito por prazo
indeterminado, para por fim, deve ser feito esse ato de denúncia. Se é o empregado, deve
comunicar o empregador com antecedência mínima de 30 dias e vice-versa. Trata-se de uma
obrigação recíproca, para quem quiser por fim ao contrato. O empregado deve avisá-lo com
antecedência para que outro o substitua, e o empregador para que arrume novo emprego. Se o
empregado, no período do aviso prévio dado pelo empregador, conseguir outro emprego,
poderá renunciar ao restante do prazo do aviso, que é RENÚNCIA DE CONTEUDO
INSTITUCIONAL, se comprovadamente o empregado demonstrar que tem outro emprego.
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Aqui a renúncia é possível, pois o aviso prévio cumpriu a sua finalidade, isto é, a
intenção é que o empregado arrume outro emprego, e ele conseguiu.
REGULAMENTO DE EMPRESA
43
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
O que a junção desses dois interesses opostos significa: segundo José Afonso Da Silva,
significa que o capitalismo terá de humanizar-se. A CF adota a propriedade privado, o
contrato, ou seja, todas as figuras próprias do direito privado, que traduzem esse sistema, mas
não é a qualquer preço, não é um capitalismo selvagem. Não está permitindo a exploração do
homem pelo homem no D. Trabalho. Direitos sociais como instrumento para reduzir as
desigualdades.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Quer dizer que é não é possível fazer prevalecer a economia com sacrifício social. Assim,
a ordem econômica, fundada no valor social do trabalho e da livre iniciativa. Conotação do
Estado Social, que resguarda alguns direitos sociais que o Estado deve realizar,
principalmente a justiça social e a busca do pleno emprego (não é qualquer emprego, mas sim
um emprego digno, com a valorização social do trabalho e que realize a justiça social). Não se
trata de um ideal a ser realizado pelo Estado, mas algo a ser realizado. É de responsabilidade
do Estado.
Os direitos sociais aparecem como direitos humanos e individuais no início da CF, antes
de se falar de ordem econômica. E, ao final, a ordem econômica vem atrelada à realização dos
direitos sociais.
44
TRABALHADORES
AUTÔNOMOS
SUBORDINADOS
→ Empregado (CLT)
Dentro da categoria empregado, existem exceções que não serão regidas pela CLT: servidor
público estatutário, empregado rural (Lei 5889/73), empregado doméstico (Lei 5.859/72).
Portanto, nem todo empregado está regido pela CLT, e tem trabalhador que não é empregado
(avulso), mas que será regido pela CLT.
Características do EMPREGADO:
Subordinação
Lembrar que a subordinação está ligada à ideia de tempo à disposição, (art.4º, CLT).
Assim, subordinado não é, necessariamente, o trabalhador que tem controle de horário, sendo
este apenas um indício da subordinação. Mas, não é definitivo, pois tem empregado que está
excluído do controle de horário, e autônomo com horário. Portanto, o que realmente identifica
a subordinação é o ESTAR À DISPOSIÇÃO.
Já o trabalhador autônomo, ele próprio dirige sua atividade, sob os riscos quanto
ao resultado. Mas, ele deve executar a atividade conforme o estipulado com o tomador.
Assim, este tomador pode especificar o tipo de trabalho, a qualidade do serviço, podendo
delimitar o horário que vai trabalhar, p ex, dona da casa diz ao pintor “venha no período
da manhã porque não há ninguém na casa à tarde”, ou numa escola “não venha no período da
tarde e aos sábados”, ou “o único dia/horário possível para a realização do trabalhado é de
sábado das 13:00 às 15:00 horas”, ou “ o prazo máximo para término é o dia tal”, ou “quero a
pintura com a tinta de marca tal”. Pode especificar o horário do autônomo e delimitar
prazo para realização do serviço. No exemplo, se o autônomo entregar a pintura, vai receber
o valor, mas, se não entregar, não vai receber, porque não importa o tempo que ele está à
disposição, pois não foi contratado para ficar à disposição. Foi contratado para o serviço,
interessa o serviço e o risco quanto ao resultado desse serviço é do autônomo. Para o
tomador de serviço é irrelevante se o autônomo demorou 4 horas ou 4 dias para fazer o
serviço, o importante é a realização do serviço/entrega do trabalho contratado dentro da
qualidade e das especificações (aqui se encontra o limite para a entrega do trabalho) que
foram feitas. Para o trabalho autônomo, não importa o tempo à disposição, mas o resultado.
É contratado para realizar determinada atividade.
Habitualidade
46
Tem ligação com duas outras características:
Ex. habitualidade: trabalho 1x semana, toda semana, será habitual, pois se trata de uma
repetição em intervalos uniformes que indicam a periodicidade semanal.
Ex.: 1x mês é habitual, todo mês, é habitual, porque é todo mês, ainda que seja
somente uma vez/mês = intervalo uniformes de 1 mês gerando uma periodicidade mensal, o
que indica uma habitualidade.
Não existe um limite para este intervalo, em tese não há um limite. Na prática,
conforme o intervalo fica maior, a previsibilidade reduz. Assim, pensar que 1x ano traz
previsibilidade de repetição, na prática dificilmente existirá. Será um caso raríssimo a
identificação de previsibilidade de um ano. O que pode existir é uma mera coincidência, p ex,
uma pessoa que é contratada 2 anos seguidos para ser papai Noel em uma loja.
47
DEPENDE de como o serviço é realizado. Se o contratado é a entrega da roupa
lavada e passada, será autônomo, pouco importa o tempo à disposição, mas sim a entrega do
serviço. Não houve condução de atividade, não sendo subordinado. Ainda que seja habitual,
não será empregado nem eventual porque não é subordinado, é autônomo. Se foi contratada
para fazer a faxina da casa e em 1hora acabou e foi embora, não interessa o tempo que
demorou para executar a atividade, desde que a entregue conforme convencionado. Já A
expressão “tem que ficar tantas horas” sempre se refere ao subordinado, pois há preocupação
com o tempo à disposição. Autônomo não tem que ficar X horas, tem que realizar o serviço.
Ainda, se o tomador pretende dirigir a atividade, já não será mais autônomo, p ex, “aproveita
que você está aqui e serve um cafezinho”.
Portanto, a subordinação:
Ex: >> EVENTUAL tomador de serviços que não dependa de um serviço de faxina,
mas teve uma determinada situação em que fez uma viagem longa, acumulando muita roupa
e, no retorno, resolve contratar o trabalhador para fazer o que tem que fazer na casa.
Entretanto, não quer simplesmente contratar o serviço, mas alguém que fique determinado
número de horas à disposição para auxiliá-lo na realização de várias tarefas decorrentes dessa
viagem longa, dessa situação ESPORÁDICA do tomador. Então, contrata um trabalhador
subordinado, pois quer dirigir a atividade. Não há habitualidade.
Ex: >> EVENTUAL tomador deu uma festa, e sua casa ficou toda bagunçada e suja.
Em razão desta festa, contrata alguém para auxiliar na limpeza e na arrumação, sendo um
trabalho dirigido, para realizar trabalho subordinado em razão da festa (situação esporádica
que gerou uma necessidade esporádica do tomador de serviços). Não há habitualidade.
O empregado doméstico: é empregado regido pelo D. do Trabalho, mas não pela CLT.
É regido pela Lei 5.859/72. Vai além da habitualidade:
Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de natureza
contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas,
aplica-se o disposto nesta lei.
48
O TST vem entendendo que habitualidade é diferente de continuidade, pois natureza
contínua é mais que habitual. Então, para a caracterização do empregado doméstico, não basta
a habitualidade, deve haver uma continuidade que o TST entende presente, pelo menos,
quando há trabalho 3x semana. Assim, 3x/semana caracteriza continuidade e, então, o vínculo
de emprego de empregado doméstico.
O garçom não pode ser contratado como autônomo, pois é contratado para ficar à
disposição por determinado número de horas, cumprindo ordens, o que é da essência do
trabalho dele. Sendo subordinado, o garçom pode ser eventual (para necessidade esporádica)
ou empregado (necessidade permanente do Buffet, p ex), vai depender da necessidade do
tomador de serviços.
Onerosidade
Como, em regra, a onerosidade existe, e, por isso, é presumida, para afastá-la é preciso
caracterizar o serviço voluntário, através de um termo de adesão ao serviço voluntário na
forma ESCRITA.
Serviço voluntário é regido pela Lei 9.608/98. Prestado por PF para uma entidade
pública ou privada sem finalidade lucrativa; é serviço não remunerado, mas que pode ter
ressarcimento de despesas, desde que previamente autorizadas pela entidade. Assim, o
trabalho não é remunerado, o que não significa que o voluntário tenha que arcar com as
despesas no exercício desse serviço.
Pessoalidade
Ex.: falta o empregado que é caixa e o empregador substitui por outro. Este outro
estará trabalhando dentro do contrato dele, e não no contrato daquele que faltou. Cada um faz
o seu trabalho. O que faltou vai ou não justificar a sua falta e este que vem substituir o
empregado na função de caixa, está cumprindo o contrato em nome dele, e não em nome
do empregado que faltou. Não é possível um cumprir o contrato em nome do outro.
Nessas situações, normalmente, surgem os contratos na forma tácita.
Ex.: caseiro, para cumprir o serviço, leva mais uma pessoa da família para ajudá-lo ou
manda esse alguém para fazer o trabalho por ele. Essa pessoa que está realizando o trabalho
não está cumprindo o contrato em nome do caseiro contratado formalmente, pois constitui
outro vínculo de emprego, outro trabalho, se presentes as outras características. Vai nascer
outro vínculo de emprego de forma tácita.
TRABALHADOR EVENTUAL
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Regulamentado/regido pelo Direito Civil. Contrato de Prestação de Serviços, não
apresentando, portanto, o conteúdo institucional mínimo. – Protegida em relação ao contrato
de trabalho.
Características:
Subordinação;
Sem habitualidade;
Necessidade esporádica do tomador de serviços, do ponto de vista do tomador de
serviços. O trabalhador eventual trabalha para várias fontes;
Curta duração do trabalho.
Pode ter ou não pessoalidade.
Importante: se indicar previsibilidade, já existirá habitualidade. Deve ser analisado o período
trabalhado para descobrir se há uma média, uma periodicidade. Havendo, será empregado.
Teorias:
Ex: trabalhador eventual é contratado para trabalhar em uma festa da cidade que vai durar 10
dias. Não configura habitualidade diária neste caso, porque é um trabalho de curta duração
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para uma necessidade esporádica vinculada a um evento (teoria do evento). É um evento
único que traduz a necessidade esporádica.
Não há limite mínimo nem máximo, prazo fixado, pois seria uma análise muito formal,
incompatível com o D. Trabalho, e não uma análise do contrato realidade.
Ex: garçom como trabalhador eventual para um particular que resolve fazer uma festa na casa
dele.
Ex: chapa: ajudante de um motorista; este que vai a uma cidade fazer carga/descarga de
mercadorias, mas, sem ninguém para ajudá-lo, pois normalmente não faz entregas ali.
Ajudante subordinado para ele dirigir a atividade em nome do empregador. Não há
previsibilidade de entrega naquela cidade.
TRABALHADOR AVULSO
Características:
Recrutamento feito pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (trabalhador avulso portuário)
ou pelo Sindicato (trabalhador avulso não portuário);
2 tipos trabalhador avulso: portuário e os demais (trabalhador avulso não temporário).
Assim, tendo órgão gestor ou sindicato é avulso.
O Órgão Gestor de Mão de Obra é criado nos portos com a finalidade de administrar a
mão de obra. Nos portos, existem 2 tipos de trabalhadores: avulsos e empregados. Os dois
terão a mão de obra administrada pelo órgão gestor.
Não há pessoalidade no recrutamento.
Necessidade esporádica para tomadores diferentes.
Se não houvesse essa peculiaridade no recrutamento pelo órgão gestor ou sindicato,
seria trabalhador eventual.
Grande vantagem: Equiparação de direitos em relação ao empregado, inclusive o
salário mínimo;
Subordinado, sem habitualidade, sem pessoalidade, oneroso.
O que muda em relação ao eventual é a natureza da contratação;
O vínculo do trabalhador é com o órgão gestor ou com o sindicato.
Lei12.815/13 – Lei dos Portos.
Obs.: contrato de trabalho pressupõe relação de emprego. Assim, o que não é relação de
emprego não chama de contrato de trabalho. Em todos terá vínculo contratual, só não será de
emprego.
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TRABALHADOR TEMPORÁRIO
Características:
Contrato Intermediário de mão de obra, pois a contratação é feita por uma empresa
interposta, não podendo o tomador contratar o trabalhador diretamente.
A empresa interposta realiza a intermediação de mão de obra.
Contratação através da intermediação de mão de obra.
O tomador faz um contrato escrito, necessariamente, com a empresa de trabalho
temporário e esta, por sua, vez, também faz um contrato escrito com o trabalhador
temporário.
Lei 6.019/74.
Trabalhador Temporário
Requisitos:
Recordando:
Trabalhador temporário: forma de intermediação de mão de obra, regida pela lei 6.019/74.
Nessa modalidade, um tomador de serviços contrata o trabalhador temporário por uma
empresa interposta que é a empresa de trabalho temporário. O contato é feito diretamente com
empresa de trabalho temporário, e esta fará o contrato com o trabalhador, totalizando 2
contratos escritos. Outros requisitos: limite de prazo de 3 meses, salvo autorização prévia da
53
superintendência regional do trabalho, e um dos motivos: substituição provisória de mão de
obra permanente do trabalhador OU aumento extraordinário da demanda do tomador (ex:
finais de ano).
TERCEIRIZAÇÃO
Contrata Empregados
Tanto aqui como na intermediação de mão de obra, não há vínculo contratual entre o
tomador e o empregado.
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Qualquer um presta o serviço. Para a tomadora de serviços, não importa que vai prestar o
serviço.
Não há subordinação direta, pois, a tomadora NÃO é a empregadora, não irá dar
ordens ao empregado. O empregador é a prestadora, e esta dará ordens, dirigirá a
atividade.
Terceirização - Além disso, a súmula prevê que essa contratação deve se referir a uma
atividade-meio, nunca em relação a uma atividade fim do tomador de serviços, porque se
contrata uma prestadora de serviços, e se o tomador já faz aquele serviço, não faz sentido
contratá-la para fazer o que ele mesmo faz. Se o tomador contrata uma prestadora de serviços
para realizar algo que ele já faz, na verdade não está contratando um serviço, mas estará
contratando empregados por uma empresa interposta, o que é ilegal (intermediação é ilegal,
salvo no caso de temporário).
A súmula quer dizer que a terceirização é válida, desde que não caracterize uma
intermediação de mão de obra.
Ideia da terceirização: ex: fábrica de tecidos com o objeto social fabricação e venda de
tecidos. Sendo este o objeto, a fábrica não pode realizar a terceirização em relação ao objeto
social (atividade-fim), qual seja, a fabricação e a venda de tecidos. Todo o resto é considerado
atividade acessória/atividade-meio. Portanto, o que não consta da finalidade social da
tomadora de serviços, pode ser objeto de terceirização pela súmula, pois atividade fim, é
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da tomadora. Típicos da terceirização: limpeza e vigilância, pois em regra, não fazem parte
da finalidade social da empresa tomadora.
Ex.: montadoras de veículos – objeto social: montagem de automóveis. Assim, quando se
retira a fabricação de veículo do objeto social, tudo o que diz respeito à fabricação pode
ser terceirizado. Assim, pode terceirizar o motor, o pneu, etc., tendo prestadores de
serviços para todos os componentes do carro, para que depois haja a montagem.
Percebe-se, portanto, um ARTIFÍCIO: BASTA QUE A TOMADORA LIMITE O
CONTRATO SOCIAL, PARA QUE POSSA TERCEIRIZAR. A ANÁLISE QUE SE
FAZ É FORMAL/RASA, SENDO OUTRA CRÍTICA À TERCEIRIZAÇÃO. Assim,
observando o objeto social, que a atividade não está descrita é acessória, pode terceirizar, não
evidenciando uma análise sólida da realidade para identificar o artifício usado. Desse modo, o
tomador tem o cuidado de não colocar no objeto social aquilo que pretende terceirizar,
restringindo o objeto social. O ideal é que a análise fosse profunda, da seguinte forma: a
fábrica de automóveis consegue montar os veículos sem o motor, o pneu? Não, portanto a
fabricação de tais produtos não é atividade acessória. A montagem é atividade que não existe
sozinha. Não há um núcleo que possa ser separado do resto.
Inclusive, a limpeza e a vigilância podem ser atividade principal da empresa, mas certamente,
a atividade-fim não poderia ser realizada sem a limpeza ou sem vigilância, o que as tornam de
extrema importância para o tomador, pois a atividade principal não funciona sem estas outras.
Pensar num banco: a atividade principal não é a segurança, mas esta é fundamental para o
funcionamento. Ou, num hospital em relação à limpeza.
Pensar que essa divisão: atividade-meio/atividade-fim é uma ficção, é falsa, pois se
aprofundar a análise, percebe a importância de todas essas as atividades para o
desenvolvimento do objeto social da tomadora. Essa análise considerando somente o
objeto social é rasa e superficial, mas a esta análise que tem sido aceita.
O projeto de lei acaba com a restrição da terceirização para a atividade-fim, pois qualquer
atividade desenvolvida pela tomadora poderá ser terceirizada. Toda a crítica que se faz é
para não ter terceirização nem a atividade, e o projeto ainda amplia a terceirização, ao
contrário do que está sendo falado. Está na contramão do direito do trabalho. Nesse formato, a
terceirização se aproxima da intermediação da mão de obra, até agora afastada, inclusive pela
súmula, e se assim ocorrer, será mais uma hipótese de intermediação de mão de obra, mas,
pior, sem prazo, sem nenhuma outra contrapartida. Não trará benefício nenhum em termos de
proteção social, pelo contrário, falta de proteção.
Essa forma de terceirização vem na contramão de todo o direito do trabalho.
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços
especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a
subordinação direta.
O projeto de lei 4.330/2004 vai de encontro ao disposto na súmula acima, com algumas
alterações.
Apesar da Súmula 331/TST, a Terceirização sempre foi criticada pela doutrina e pelos juristas
em geral, porque há uma precarização da mão de obra/prejuízo em termos de proteção
social, tanto na terceirização como no trabalhador temporário. Pelo menos, o trabalho
temporário é de curta duração. Assim, sempre que possível será descaracterizada a
terceirização e o trabalho temporário/intermediação, por ser o ideal em termos de proteção
social, que o trabalhador seja contratado diretamente.
Ainda, há uma virtude no trabalho temporário, pois vai prestar serviços ao tomador e vai, pelo
menos, ter a oportunidade de mostrar o seu trabalho. Eventualmente, terminada a demanda
temporária, pode ser contratado como empregado, não pela mesma demanda (temporária),
mas para outra. Portanto, apesar de se entender como forma de precarização, é provisório e,
ao final, pode ser contratado.
Na terceirização a precarização é um pouco pior, pois não é provisória, não tem um prazo
determinado e não apresenta outro benefício qualquer. O ideal seria que fosse contratado
diretamente pela tomadora de serviços, ou, não sendo, que ao menos existisse uma
responsabilidade solidária entre a empresa tomadora e a empresa prestadora. Portando, a
súmula 331/TST está na contramão do que pensam os juristas e a doutrina do D. Trabalho.
São contra, seja porque não há uma responsabilidade solidária, seja porque não há
reconhecimento de vínculo do empregado com o tomador.
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RESPONSABILIDADE DO TOMADOR DE SERVIÇOS na intermediação e na
terceirização.
Formas:
- Subsidiária: mínimo que vai existir, pois o tomador de serviços responde, no mínimo,
subsidiariamente. Apesar de não existir um vínculo contratual, a responsabilidade decorre de
O empregado entrará com ação judicial contra as duas. A sentença (título executivo
judicial) irá condenar a empresa prestadora/temporário que é a responsável direta e,
subsidiariamente, o tomador de serviços. Na execução, a expropriação de bens se dará
primeiro na prestadora/intermediária (responsável direto) e depois do tomador de serviços.
Demonstra um benefício de ordem do tomador de serviços.
58
Por outro lado, A responsabilidade da prestadora/intermediária é em razão do contrato
do trabalho firmado.
Quando se trata da adm. pública, há uma diferença, pois a culpa não é presumida, mas,
sim, comprovada, pois tem os procedimentos de contratação são regidos por lei, p ex
licitação. Se ela seguiu todas as exigências legais para a contratação, não agiu com culpa.
Cumpriu os requisitos, não tem culpa. A única forma de envolver na adm. na responsabilidade
subsidiária por culpa é provar que ela não cumpriu os procedimentos legais.
Quando o tomador é adm. pública, aplica-se o art. 37, CF: a adm. pública não pode contratar
sem concurso público. Assim, mesmo estando irregular a terceirização, não há como formar
vínculo de emprego com a adm. diretamente pela ausência do concurso. Continuará a
responder pela responsabilidade subsidiária que teria de qualquer forma, mas não como
empregadora, pois não houve concurso.
SUBCONTRATAÇÃO
Dono da obra
59
↓ (Direito Civil)
Empreiteiro (principal)
↓ (Direito Civil)
Subempreiteiro (empregador)
Empregado
Este artigo se aplica a toda subcontratação que existir. Se houver uma cadeia de
subcontratação, TODOS irão responder de forma solidária.
MAS e o dono da obra? Não está englobado no art. 455, portanto, não é responsabilidade
solidária. Teria uma responsabilidade subsidiária decorrente de culpa quando não fiscaliza o
cumprimento das obrigações trabalhistas? Pensar que não é uma pessoa que está lucrando
com a atividade, mas sim uma PF que pretende construir a própria casa. Nesse caso,
prevalece uma O.J do TST que afirma que o dono da obra não responde de forma
solidária, nem subsidiária, SALVO o dono da obra for construtora ou incorporadora,
porque há uma atividade lucrativa (se beneficia do trabalho para ter o lucro) de pessoa
que é do ramo da construção civil, tendo o dever de fiscalizar o cumprimento da
obrigação trabalhista.
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Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação
regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia
das obrigações previstas neste artigo.
EMPREGADO: Considerações finais: uma PJ pode ser empregada? Não! Pois, sendo
pessoal a prestação de serviços, fala-se em pessoa física. A única forma de relação de
emprego é com PF, pela pessoalidade. A prática de contratação na qualidade de PJ não é
acolhida pelo D. Trabalho, pois o empregador quer contratar empregado, mas não nos moldes
da CLT para não ter a proteção trabalhista. Nesse caso, pede para que a pessoa constitua uma
PJ e, então, contrata essa PJ, no mesmo modelo de uma terceirização. Porém, não é
propriamente uma terceirização, porque na verdade aqui há a contratação de um trabalhador,
com pessoalidade, subordinação direta, habitualidade e onerosidade (= EMPREGADO), não
obstante a PJ constituída. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA REALIDADE SOBRE A
FORMA, pois essa contratação que mascara a realidade não será aceita, conforme o art. 9º,
CLT. Há uma forma de contratação de uma PJ, mas, de fato, há a contratação da PF, neste
formato de PJ. Essa forma será desconsiderada, para considerar o que de fato existe: a relação
de emprego. Portanto, essa forma de contratação não existe, pois, se presentes as
características da relação de emprego, haverá relação de emprego. IMPORTANTE: essa
situação está além da terceirização, pois é um só.
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física (PESSOALIDADE) que prestar serviços
de natureza não eventual (HABITUALIDADE) a empregador, sob a dependência
(SUBORDINACAO JURÍDICA) deste e mediante salário (ONEROSIDADE).
PENSAR QUE foi a dependência econômica foi afastada de forma definitiva no pensamento
atual do D. Trabalho, mas foi na verdade o que gerou toda a construção do direito do
Trabalho.
EMPREGADOR
- Poder de Organização:
Está relacionado à própria estrutura empresarial, ou seja, como o empregado assume os riscos,
especialmente no cumprimento da sua finalidade, deve se organizar, isto é, ele que vai
organizar a sua atividade, criar os cargos, as respectivas funções. É livre para o empregador,
não havendo uma lei definindo, pois é decorrência do poder de organização. Vai estruturar
sua empresa conforme a finalidade que pretende atingir, respeitando o conteúdo institucional.
Ex.: elaboração do regulamento de empesa, que é unilateral e de natureza privada (não
depende de anuência/homologação do Estado) justamente por se trata do poder de
organização do empregador, de modo que não precisa consulta os empegados para criar o
regulamento de empresa.
- Poder de Controle/Fiscalização:
62
Núcleo do poder de direção. O empregador que vai, dento do contrato de trabalho, dirigir a
atividade, o trabalho a ser exercido pelo empregado. Mais especificamente, irá dar as ordens
para o cumprimento das atividades, pois o empregado fica à disposição para o cumprimento
de ordens. O empregador, ao dar as ordens e conduzir a atividade, vai assumir os riscos.
Sempre relacionar isso ao poder de direção: tem poder de direção (dirigir a atividade), porque
assume os riscos. Fundamental que o empregador acompanhe o desenvolvimento da
atividade, p ex, o controle de jornada: deu o horário, o funcionário deve ir embora; o
cumprimento da jornada; deve usar equipamento de segurança etc.
- Poder Disciplinar:
Falta Leve: cabe advertência. Ex: não cumprimento de ordens por comportamento
culposo por negligencia ou imprudência; atrasos; faltas injustificadas;
Falta Grave: permite despedida por justa causa (art. 482, CLT: elenco taxativo de
faltas).Grave por natureza(desvio de dinheiro = DESÍDIA num único ato) ou por
repetição(= desídia por repetição no comportamento culposo: não cumprimento de ordens
por comportamento culposo por negligencia ou imprudência repetidamente, atrasos reiterados,
faltas injustificadas reiteradas etc.). Ex.: motorista conduz o veículo com imprudência ou
negligencia expondo a própria vida e de outras pessoas em risco, não deve esperar repetir para
despedir por justa causa. A primeira vez que expõe a risco já pode despedir por justa causa
por falta grave por natureza (PODER-DEVER). Desídia caracterizada num único ato.
O Empregador pode perdoar o empregado que cometeu uma falta e não aplicar a
punição? PODE, se for algo relacionado à sua finalidade que é risco do empregador =
interesse da produção, interesse do empregador. Mas, aquilo que é de interesse público
NÃO PODE, pois não cabe ao empregador perdoar, porque, na verdade, o cumprimento
desta obrigação deve ser feito pelo próprio empregador. Já no exercício do poder de
direção, ele TERÁ que exercer o poder disciplinar, aplicando uma advertência. E, se o
empregado prosseguir na falta, suspensão disciplinar; mas, se este realmente não vai
cumprir a legislação trabalhista, e o empregador não pode permitir que ele trabalhe,
tem que tirá-lo do local de trabalho, e poderá despedi-lo por justa causa, pois não está
cumprindo as ordens do empregador. Essa é Ideia do controle e fiscalização: dirige, dá
as ordens, fiscaliza o cumprimento. Quer perdoar, pode; só não deixa o empregado
trabalhar sem equipamento.
Se o empregador desculpou, é porque para ele não há falta, e, se não há falta, não vai se
tornar grave. A falta perdoada não conta para fins de repetição. Para caracterizá-la, o
empregador tem que exercer o poder disciplinar.
Cada empregador tem uma classificação para aquilo que é leve, moderado ou do que é
grave. Alguns empregadores são mais rigorosos, e uma mera repetição pode caracterizar
suspensão disciplinar. Isso é verificado no tratamento dele com os empregados e se está
agindo dentro do poder de direção que lhe compete. Comparação, portanto, do empregador
63
com os demais empregados, e não com outro empregador. Tudo faz parte do exercício do
poder de direção, assumindo os riscos da atividade.
Ex. de exercício de poder de direção: art. 157 e 158, CLT, tratam da saúde e segurança
do trabalhador. Faltam dos deveres do empregado e do empregador.
Concluindo: o empregador vai fazer cumprir = poder disciplinar = não é uma opção,
faculdade ou poder de direção pura e simplesmente, mas terá que determinar o cumprimento
com o exercício do poder disciplinar, aplicando o que for necessário.
Fala em “ato faltoso”, pois não é necessariamente grave, depende da falta que está sendo
cometida.
O controle de jornada, o respeito aos períodos de descanso, zelar pelo cumprimento dos
intervalos, nada disso é obrigação do empregado, não importa se é o empregado que deixou
de cumprir o intervalo como foi determinado. O empregador é que tem que zelar para que isso
aconteça. Não cabe os seguintes argumentos ao empregador “eu falei para ele ir embora e não
trabalhar além do horário, ele é que não quis cumprir”ou “eu forneci o EPI, mas ele que não
quis usar”, ou seja, falou, mas não exerceu o poder disciplinar. Em outras palavras, não
exerceu o poder de direção da forma que tem que ser exercida. A omissão no poder de direção
só será admitida quando envolver estritamente interesse da produção, porque, afinal de contas,
64
é o empregador que assume o risco mesmo. Fora isso, o exercício do poder disciplinar é
fundamental.
- “Posso instalar uma câmera de vigilância no ambiente de trabalho? ”Se for para
controlar o empregado/controlar a produção, NÃO. Mas, você pode instalá-la para a
segurança do ambiente, do local do estabelecimento do empregador, do seu patrimônio,
mas não pode instalar de forma a direcionar ao empregado, para controlar o que ele faz
durante a jornada de trabalho.Se tivesse um jeito de instalá-la a fim de preservar somente a
segurança o trabalhador, sem controlar o trabalho dele, até poderia, o problema é excluir essa
hipótese, ou seja, provar que não houve controle da produção. Não pode ter algo direcionado
e controlando o empregado em todos os seus atos o tempo todo. Quando se fala no controle
dentro do poder de direção, não significa um controle de todos os atos quando o empregado
trabalha. O Controle-Fiscalização tem um limite, que é a dignidade do trabalhador.Assim,
para fins de controle da produção, para atender a interesses da produção, é
desproporcional violar a própria dignidade do trabalhador, controlando o que ele faz o
tempo todo. O empregador deve criar uma forma de fiscalização sem que invada a
intimidade do trabalhador, e sem que exponha a dignidade de tal modo. Também não
pode o empregador vigiar o empregado por uma câmera por suspeitar que está roubando,
desviando dinheiro etc. se o empregado for pego furtando, pode ser despedido por falta grave,
mas não pode o empregador instalar uma câmara de vigilância para fiscalizar o trabalhador.
Por outro lado, se a câmera for instalada com a finalidade da segurança do local e é
de conhecimento dos empregados, não estando direcionada a eles, se registrou alguma
falta do empregado, a prova não será ilícita, porque tinham conhecimento da existência
da câmera e esta não foi instalada com a intenção de vigiá-los. A câmera de vigilância que,
por acaso, filma um funcionário furtando um produto no estabelecimento comercial, pode ser
utilizada como prova, desde que o empregado já tinha conhecimento prévio da que estava
sendo filmado. Portanto, a câmera dirigida fere a dignidade do trabalhador, inclusive, para
fiscalizar a utilização de EPI. Somente em casos extremos, quando há sacrifício de um direito
fundamental para preservar outro, pode-se instalar câmera de vigilância se não houver outra
forma de fiscalização, algo muito específico. Mas, sempre lembrar que a regra é: não pode
colocar câmera voltada para o trabalhador nem mesmo para a segurança dele, pois existem
outros meios de zelar pela segurança sem atingir a dignidade dele.Concluindo: se houver um
outro dispositivo, que fiscalize a segurança do empregado o tempo todo, sem controlá-lo,
será válido, p ex, um dispositivo que atesta se o equipamento de segurança está sendo
usado ou não. O que não é possível é uma fiscalização que permita o controle também da
produção.
65
Argumento: sendo o trabalho humano, envolve a pessoa na sua dignidade no exercício
desse trabalho. Quando controla o trabalho, precisa tomar cuidado para não ferir a dignidade
em não controlar o que a própria pessoa está fazendo. Tal vigilância extrapola o poder de
direção, é um exagero. Nunca esquecer que, no exercício do trabalho, envolve uma atividade
humana, envolvendo uma pessoa na sua dignidade, de modo que não se destaca da pessoa.
Obs. 2: isso é ainda pior na terceirização, pois o empregador está longe do ambiente de
trabalho, havendo menor fiscalização e acarretando mais acidentes de trabalho.
66
Obs.: código de trabalho de Portugal é recente, de 2009, já abrange essas discussões: p ex, art.
20: o empregador não pode utilizar meios de vigilância à distância no local de trabalho
mediante o emprego de equipamento tecnológico com a finalidade de controlar o desempenho
profissional do trabalhador. Tal prática retira a condição humana do trabalhador. Art. 21: o
trabalhador goza do direito de reserva e confidencialidade relativamente ao conteúdo das
mensagens de natureza pessoal e acesso às informações de caráter não profissional que envie
ou receba através de correio eletrônico.
GRUPO ECONÔMICO:
DEFINIÇÃO: § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra
atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente
responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
∕ ↓ \ Com unidade
Subordinadas de direção
PJ B PJ C PJ D
↓ ↓ ↓
67
Entre as subordinadas, não há tal responsabilidade, pois há uma relação de
coordenação entre elas, e não uma relação de subordinação. Para que se estabeleça a
responsabilidade solidária deve haver uma relação de subordinação, sendo que aquele
que controla também responde pelo cumprimento obrigações trabalhistas, pois
TAMBÉM SE BENEFICIA DO TRABALHO.
Ex: Grupo Pão de Açúcar, Grupo Globo: PJ responsável pelo jornalismo etc.
68
Obs.: nas duas hipóteses apresentadas, há a responsabilidade solidária, o que difere são
os fundamentos: na 1ª: por ser controlador do grupo; na 2ª: por ser empregador.
Obs.: um contrato pode ser iniciado de forma tácita, inclusive em relação às outras
PJs, mas não pode terminar de forma tácita, pelo princípio da continuidade das relações
trabalhistas.
Alterações Subjetivas
Efeitos:
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade.
70
Súmula 06/TST: X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT
refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que,
comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.
- A tem patrimônio, mas B não tem; então, A faz uma alienação para que B assuma os
contratos, livrando-se das obrigações. Assim, os contratos assumidos por B ficarão
desprotegidos por B não possuir patrimônio suficientepara responder pelas dívidas NO
MOMENTO DA ALIENAÇÃO = FRAUDE no ponto de vista trabalhista (não haverá
anulação da transação comercial). Sucessão não irá se operar nos termos do art. 448, CLT.
Assim, se a alienação se deu em fraude, porque quem assumiu os contratos não tinha
patrimônio suficiente para responder pelas obrigações trabalhistas, é possível trazer o
empresário A para responder por elas também, em RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
com B, pela aplicação do art. 9º, CLT. Em outras palavras, haverá o envolvimento do
sucedido em uma responsabilidade solidária com o sucessor. Percebe-se uma tentativa de
fraude que tentou mascarar a realidade para fazer uma transferência das dívidas, e a ideia era
de não assumir os compromissos e obrigações. Objetivo do art. 9º: trazer aquilo que se tentou
afastar pela fraude, ou seja, a responsabilidade de A. nesse caso, a sucessão de empresas não
se operará por inteiro. SUCESSOR E SUCEDIDO RESPONDEM EM
SOLIDARIEDADE.
Lembrar que, em regra, quando não há a fraude acima, o sucessor assume as obrigações
sozinho, pelo fenômeno da SUCESSÃO.
Obs.: tudo aquilo que foi pago referente a verba rescisória, não será devolvido, devendo o
empregador assumir os riscos.
Na elaboração da CLT, tínhamos juristas das duas teorias expostas a seguir. Então, o
art. 442, ao redigir se contrato de trabalho ou relação de emprego, acabou trazendo uma
mistura das duas teorias, e há possibilidade de se entender pelas duas.
Teoria Contratualista
Teoria Anticontratualista
Lembrar que a Contratualista não afasta do interesse público, mas a ênfase é dada à
relação contratual, como premissa. Contrato → D Trabalho → Interesse Público.
Evidente que a teoria anticontratualista reforça muito mais a proteção social do que a
contratualista.
Nulidades
No que diz respeito à capacidade e forma, quando há irregularidade, o contrato é nulo. Mas
há um problema: o trabalho já foi prestado/já houve prestação de serviços, e não há como
devolver o trabalho ao empregado. Então, não há como restituir as partes à situação anterior,
como ocorre no D. Civil. Também, não há como transformar o trabalho em
dinheiro/indenização, pois o trabalho é uma atividade humana, envolve a condição humana.
Desse modo, a realização do trabalho implica no reconhecimento de direitos trabalhistas
para a proteção do interesse público, e não simplesmente ao pagamento de indenização.
Assim, para capacidade e forma, quando há uma nulidade no contrato, adotamos a
74
Teoria da Irretroatividade das Nulidades, isto é, o contrato é nulo, mas vai gerar
TODOS os efeitosaté que a nulidade seja reconhecida. Em outras palavras, é nulo, mas
com efeito de ato anulável, pois vai gerar efeitos pela impossibilidade de restituir as
partes à condição anterior, até o momento em que a nulidade é reconhecida.
Portanto: argumentos → não há como restituir as partes à condição anterior, porque não há
como devolver o trabalho ao empregado e nem como pagar um preço pura e simplesmente.
Também, para que não haja enriquecimento ilícito de quem se beneficiou com o trabalho. Por
estes argumentos, foi adotada a teoria da Irretroatividade das nulidades: nulo, com efeito de
ato anulável.
TST entendeu que devem ser reconhecidos somente os salários do período, referente ao
número de horas que aquele servidor realizou, e os depósitos do FGTS. Ou seja, garante
menos ao servidor público do que ao empregador citado acima quando há nulidade na forma.
Prevalece os interesses da Adm. Pública em detrimento do interesse público. Crítica: favorece
quem deu causa à nulidade. Art. 20, II, Lei 8.036/90.
Assim, pela Teoria Contratualista hoje aceita, fala-se em acordo de vontades que é o contrato
de trabalho. Assim, há um consentimento tácito ou expresso que deve reger a relação de
empregado, e daí decorre a incidência dos direitos trabalhistas. Quando o trabalhador começa
a realizar o trabalho, já indica o consentimento tácito; já a manifestação tácita pelo
empregador ocorre quando este observa o empregado realizando o trabalho e não se opõe. Um
contrato pode ser iniciado de forma tácita ou pode nele incidir novas cláusulas tacitamente.
SEMPRE lembrar que não há possibilidade de realização do trabalho em nome de outro
75
funcionário. Quem presta serviços, presta em nome próprio, pela pessoalidade, não cabendo
exceções.
c) de contrato de experiência.
Assim, hipóteses:
Contrato de experiência:
76
contrato de experiência. Aproveita o tempo anterior, ou seja, é como se o empregado
nunca tivesse sido contratado por prazo determinado.
Se um estagiário é contratado para fazer as mesmas funções que executava antes, não
há razão para a realização de um contrato de experiência, pois ausente a finalidade.
Mesmo caso para o trabalhador contratado em contrato temporário. Se o empregador
tiver interesse em contratá-lo como empregado para fazer a mesma tarefa, não há
razão para um contrato de experiência; mas, se para função diferente, caberá contrato
de experiência.
Por fim, contrato de experiência deve ser sempre EXPRESSO, pois deve constar o
termo final
Obs.: pode ser feita uma aproximação com o trabalhador eventual, pois neste há uma
necessidade esporádica do tomador, em subordinação, sem habitualidade. Aqui
também há uma necessidade esporádica do empregado, em subordinação, sem
habitualidade. Mas, no eventual, tem um evento específico relacionado à atividade,
determinando curta duração. O que diferencia isso do empregado contratado por
prazo determinado no serviço de natureza transitória é o TEMPO de curta duração no
eventual. Se isso se prolongar d+, já passa a ser hipótese de contrato de trabalho por
prazo determinado, o que muda tudo, pois eventual é regido pelo D. Civil, e o
empregado pela CLT, com todos os direitos (+ garantidos), tratamento jurídico
diferente. Portanto, o empregado em serviço de natureza transitória, no limite, vai se
aproximar do trabalhador eventual nas hipóteses em que este é contratado por um
período maior. Depende do caso concreto, mas um Limite razoável pode ser de um
mês.
Ex.: sobrou mercadorias, e para aproveitá-las, o empregador cria uma atividade dentro
da empresa que normalmente não desenvolve. Para essa atividade transitória,
também pode fazer contrato de trabalho de natureza transitória, devendo tomar
cuidado para que esse empregado não realize a atividade permanente do empresário,
pois ficará caracterizado o contrato por prazo indeterminado.
Motivos:
Retomando....
Hipóteses: as três acima abordadas, previstas na CLT – art. 443, §1º e §2º. Prazo: art. 445,
CLT. Prorrogação: art. 451, CLT.
Há uma outra hipótese prevista na Lei 9.601/98. Tal lei permite a realização de contrato de
trabalho por prazo determinado independentemente das hipóteses do 443, §2º, portanto não
precisa ser serviço transitório, atividade transitória ou contrato de experiência, desde que seja
autorizado por NORMA/CONTRATO COLETIVA (acordo ou convenção coletiva), e
desde que represente um aumento no número de empregados. A finalidade social aqui é
evidente: permitir a realização de contratos precários, porque a forma de contratação por
prazo determinado é uma forma de precarização, mas a ideia é permitir é permitir novos
postos de trabalhos. Importante aqui é que não pode haver substituição de mão de obra, ou
seja, se o empregador despedir empregados previamente contratados por prazo indeterminado
e, em seu lugar, contratar outros por prazo determinado, não será válida a contratação nos
termos desta lei. Deve manter o quadro de funcionários e ampliá-lo. Trata-se, portanto, de
uma hipótese de flexibilização, pois permite uma redução de garantia (permite contratação por
prazo determinado mesmo não havendo motivo específico para isso), mas com uma vantagem
social que é o aumento no número de empregados, além da exigência da forma: acordo ou
convenção coletiva de trabalho para indicar que houve autorização da categoria, sendo que
alguma forma vai favorecer o interesse coletivo. Ex.: categoria passando por um momento de
desemprego, podendo ser interessante tal contratação. Não se vê prejuízo nessa flexibilização,
pois é conduzida pelo sindicato da categoria. A lei também prevê o que deve constar na norma
coletiva, p ex, número de empregados que será autorizada a contratação, quais os benefícios
conferidos, qual a multa para uma rescisão antecipada, devendo existir uma multa além
daquela que é prevista na CLT, depósito mensal, redução da alíquota no FGTS etc.,portanto, a
lei afasta o art. 443, §2º e afasta o art. 451, não se aplicam = não tem limite de prorrogação e
não precisa obedecer a hipóteses da CLT. Prazo de 2anos: pode prorrogar quantas vezes
quiser, dentro do prazo de 2 anos.
ESTABILIDADE PROVISÓRIA
80
Lembrar que não há mais aquela estabilidade definitiva decenal, que foi substituída.
Existem algumas figuram com garantia provisória da relação de emprego, que são as
figuras da estabilidade provisória. 2 delas interessam agora:
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
81
Em 2012, mudou-se o entendimento para dizer que a extinção também não é possível
dentro de um contrato por prazo determinado no caso de gravidez no curso do contrato
de trabalho determinado. Assim, se uma empregada ficar grávida na vigência do contrato de
experiência, p ex, vai ser transformar em um contrato indeterminado, como forma de proteção
da relação de emprego, até 5 meses após o parto. Nesse caso, o contrato de experiência que
era de 90 dias não vai terminar naturalmente, SALVO FALTA GRAVE, pois se a gestante
cometer falta grave pode ser despedida por justa causa. Só não pode ser despedida por simples
vontade do empregador, mas por falta grave dela sim. A proteção aqui é contra despedida
arbitrária ou sem justa causa, o que engloba a extinção dos contratos por prazo determinado.
Observar: serviço de natureza transitória vai ser concluído, de modo que a gestante
deverá ser readaptada para outra função quando o contrato for transformado. Entretanto,
quando for a atividade do empregador de natureza transitória, não há o que fazer. Pensar que
a estabilidade da gestante/proteção à maternidade é mais importante do ponto de vista
social do que um eventual prejuízo do empregador ou da produção. Poderá ser
despedida a qualquer momento somente se cometer falta grave (ex.: trabalho péssimo
por desvio de conduta, falta de comprometimento), pois a estabilidade impede a extinção
e a rescisão antecipada. O prosseguimento do contrato é fundamental para a proteção
da maternidade. Até 5 meses após o parto não pode ser despedida a não ser por falta
grave.
Obs.: empregador não pode exigir exame de gravidez para contratar. Deixar de contrata
uma mulher por ela estar grávida é discriminatório, pois a gravidez não pode ser
empecilho para a contratação. A mulher é contratada por ser apta a desenvolver
determinado trabalho, e não por estar grávida ou não. É claro que se estiver grávida,
mas não tiver qualificação para ocupar o cargo em aberto, não será contrata em razão
disso, mas não por estar grávida. Atentar-se às discriminações veladas, mascaradas nos
critérios do empregador. A prova da discriminação cabe ao empregado. Mas, se a
gravidez está clara na mulher, há uma presunção de foi discriminatória a demissão,
cabendo prova contrária ao empregador.
Lei 8.213/91 – Lei de Benefícios da Previdência. Art. 118. O segurado que sofreu acidente
do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu
contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente. (observar: D Trabalhista previsto
em uma Lei Previdenciária).
Havendo um acidente, pode ser que o empregado volte a trabalhar logo no dia
seguinte, ou fique só alguns dias afastado. Se ficar afastado por mais de 30 dias, a partir
do 31º dia, ele entra em benefício previdenciário. Em outras palavras, até 30 dias, o
empregador paga o salário normalmente, pois o empregado está afastado de modo
justificado em razão do acidente; a partir disso, passa a ter direito ao benefício
previdenciário na condição de segurado, que é o auxílio doença-acidentário (equivalente
ao salário dele). Na vigência desse auxílio previdenciário, o empregador não paga mais o
salário ao empregado afastado. A partir do momento que recebe tal benefício, ainda que
seja por um dia, no retorno do benefício previdenciário (empregado volta a exercer o
trabalho normalmente), terá 12 meses de estabilidade.
83
Pode acontecer do empregador não comunica o acidente, omitindo para não aumentar
o índice deacidentes de trabalho (recolhe uma taxa por isso) e também para não gerar uma
estabilidade provisória (não entrar no benefício de trabalho). Se o empregado não for afastado
porque o empregador for omisso, terá direito ao auxílio e à estabilidade do mesmo jeito.
Pode ser, também, que a doença se manifeste depois do término do contrato, inclusive
depois do prazo prescricional. Fará jus ao direito à estabilidade.
SUSPENSÃO
84
Obs.: o dispositivo acima trata do contrato de experiência, mas aplica-se a todos os contratos
determinados.
Contratos sucessivos:
Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis)
meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da
execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos.
Assim, encerrou o contrato, pode passar um tempo, e é feito um novo contrato para
fazer exatamente o que se fazia no primeiro, então fica descaracterizado o motivo a ser
concluído, se transformando em contrato indeterminado. Na verdade, o segundo se transforma
em contrato indeterminado, em continuidade do primeiro. Então, devendo ser respeitadas as
cláusulas anteriormente estabelecidas (art. 468), p ex, não pode ter redução salarial, alteração
contratual em prejuízo. Tem-se, portanto, um contrato indeterminado em continuidade, salvo
se efetivamente naquele primeiro teve a conclusão do serviço, o fim da atividade, e
coincidentemente, surgiu um novo serviço de natureza transitória. P ex, o serviço de
natureza transitória foi concluído e o contrato encerrado, passado um tempo, o empregador
precisou de um outro serviço também de natureza transitória, não caracterizando a
continuidade. Daí sim será um 2º contrato de trabalho por prazo determinado, pois, apesar de
vir em continuidade, não é fraude. Assim, em curto espaço de tempo – 6 meses, há uma
presunção relativa de fraude (cabe prova em contrário pelo empregador) na
recontratação do empregado, pois indica uma continuidade do contrato anterior, e
indica que o primeiro não era por prazo determinado. Mas, Pode ser provado que o
primeiro contrato teve uma atividade que realmente foi encerrado, até mesmo para um
novo contrato de experiência para outra função. Se for mais de 6 meses, não há mais tal
presunção que favorece o empregado.
Extinção: término normal/é o que se espera do contrato determinado. Espera que ele
se esgote, pelo final do contrato de experiência, pela conclusão do serviço, pelo encerramento
da atividade etc.,mas, pode acontecer o encerramento antes desse esgotamento do contrato
pela Rescisão antecipada.
85
→ Vontade do Empregado (pedido de demissão) ou por vontade
do empregador (demissão sem justa causa);
Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade,
a remuneração a que teria direito até o termo do contrato. (Contrato por prazo determinado)
Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte
variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da
indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos
por prazo indeterminado. (Contrato por prazo indeterminado)
Paralelo com o Art. 477 (para contratos trabalho prazo indeterminado) - É assegurado a
todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e
quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direto de haver do
empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na
mesma empresa.
Este último artigo diz: no caso de rescisão do contrato de trabalho sem justa causa pelo
empregador, deve pagar uma indenização ao empregado de 1 mês de remuneração por ano de
contrato. Esta era a regulamentação que existia junto com a estabilidade decenal em contrato
indeterminado. Depois de 88, aplica-se apenas a indenização pelo FGTS, de modo que não se
aplica mais a indenização prevista no 477. Os dois tratam da mesma indenização, é que antes
o empregado podia optar pelo 477 ou pelo FGTS (atualmente). O art. 477 caput não é mais
aplicado.
O art. 479 prevê uma indenização, mas a lei do FGTS vem disciplinar essa matéria, e,
como aplica-se esta lei, não deve mais aplicar o 479. Só que a Lei do FGTS diz: nos casos de
rescisão antecipada do contrato de trabalho por prazo determinado, aplica-se a indenização
prevista nesta lei sem prejuízo do disposto no art. 479. Então, qual a forma de proteção
da relação de emprego pela CF? Lei 8.036/90, que faz referência ao art. 479, então,
continua sendo aplicado.
Portanto, não se aplica mais o art. 477, mas aplica-se o 479, CLT, por previsão
expressa na lei supracitada.
Quando a Lei do FGTS manda aplicar a indenização acima, sem prejuízo do 479,
quer dizer que é para pagar uma única indenização: A MAIOR.
Para descobrir qual a maior dentre as duas, primeiro calcula-se o FGTS de forma
integral. Deposita-se integral o FGTS, sempre. Se essa indenização for = ou superior à
do 479, já está paga a indenização, não precisa pagar mais nada, é só a do FGTS. Sendo
essa porcentagem inferior à indenização do 479 (metade do que faltava para o término
do contrato), deverá o empregador complementar: deposita integral o FGTS, calculando
se isso equivale ao 479. Se faltar um pouco para chegar ao 479, essa
DIFERENÇA/COMPLEMENTAÇÃO será paga junto com as outras verbas rescisórias
no termo de rescisão (termo padrão).
Não pode fazer o inverso: pagar integral o 479 e complementar com o depósito do
FGTS, pois este deve sempre ser depositado integralmente.
Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos
por prazo indeterminado.
Não precisa colocar a cláusula no contrato para ter a rescisão antecipada. Tendo a
cláusula e havendo o exercício do direito previsto na cláusula (rescisão antecipada), devem
ser seguidas as regras do contrato indeterminado para a dissolução. Importante: esse artigo
não muda a natureza do contrato, continua sendo determinado.Segue as regras do
indeterminado.
Quais as regras:
Assim, tem aviso prévio no contrato determinado? Não, nem na extinção (não há
porque, pois termina naturalmente), nem na rescisão antecipada, salvo nas hipóteses do
481, porque está seguindo as regras do indeterminado.
Aviso prévio: até um ano de trabalho = 30 dias (mínimo). Após um ano acrescenta
3 dias por ano de trabalho, até chegar a 90 dias, sendo proporcional ao tempo de
trabalho.
88
Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse
fato lhe resultarem.
Contrato de Aprendizagem
Nos locais em que não há ensino médio, será admitido por exceção o contrato de
aprendizagem, sem que frequente o ensino médio, excepcionalmente.
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Único contrato de trabalho que NÃO PERMITE DESPEDIDA ARBITRÁRIA, não
existe rescisão antecipada por vontade do empregador no contrato de aprendizagem.
§ 2o Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo
hora.
§ 3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos,
exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.)
§ 7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do
disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à
escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.
§ 2o Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às hipóteses de
extinção do contrato mencionadas neste artigo.
Alterações Objetivas
Regra geral: Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração
das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente desta garantia.
Além disso, importante: quando se fala em “prejuízo” no Art. 468, não se trata apenas de
prejuízo financeiro, mas sim prejuízo profissional, p ex, alterar cargo do empregado: em
regra, com consentimento e ausência de prejuízo, isto é, não pode implicar na mudança para
um cargo que não esteja dentro da qualificação profissional do empregado, ou
91
hierarquicamente inferior, dentro daquela estrutura empresarial, podendo ter várias outras
formas de prejuízo.
Ex.: art. 71, §3º, CLT: Redução de Intervalo → o empregado terá um intervalo
intrajornada conforme o nº de horas que ele trabalha: se ele trabalha até 4 horas, não
há intervalo obrigatório (o que não quer dizer que o trabalhador vai trabalhar de forma
ininterrupta, pois trata-se de uma atividade humana, que envolve a condição humana);
+ de 4 até 6 horas, há um intervalo obrigatório de 15 minutos; + 6 horas, intervalo de 1
a 2 horas. Neste tópico, o que interessa é o intervalo de 1 hora. Esse intervalo pode ser
reduzido, dependendo de uma autorização do órgão local do Ministério do Trabalho
que é a Superintendência Regional do Trabalho. Havendo tal autorização, a redução
será feita. A Superintendência vai autorizar PREVIAMENTE se respeitados 2
requisitos: desde que exista no local um refeitório devidamente organizado e que
estes empregados não estejam sujeitos a prorrogação de jornada. São exigências
obvias, pois este intervalo é para descanso e refeição; se for reduzir o intervalo para
menos de 1 hora, esse empregado não terá tempo de tomar sua refeição fora do
ambiente de trabalho. Então, o empregador tem que oferecer ao empregado um
refeitório onde possa tomar suas refeições. Refeitório organizado = que atenda à
necessidade dos empregados que serão submetidos à redução do seu intervalo de
refeição. E sem prorrogação de jornada porque, se esse empregado vai descansar
menos, não pode exigir dele, da saúde dele, que ele trabalhe além da jornada. Então,
vai descansar menos no intervalo, mas terá que trabalhar no limite da sua jornada, sem
prorrogação. Uma vez autorizada a redução de intervalo, o empregador vai
simplesmente reduzir. Aquele empregado que fazia 1hora, 1 hora e meia, vai passar a
cumprir o intervalo que a Superintendência autorizou, pois não vai perguntar aos
funcionários se eles querem/aceitam ou não. Não vai perguntar porque já está
autorizado pelo conteúdo institucional. Portanto, é uma alteração unilateral, realizada
sem consulta, sem preenchimentos dos requisitos do Art. 468, porque a própria lei
estatal (conteúdo institucional) está autorizando porque NÃO HÁ PREJUÍZO, mas
sim MELHORIA.
art. 71, §3º, CLT: § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá
ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o
Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento
atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e
quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a
horas suplementares.
Obs.: pensar que o intervalo não é computado na jornada, portanto, quanto maior o
intervalo, mais difícil para ele concluir a jornada.
NÂO HÀ PREJUIZO: Pensar Que, quanto menor o intervalo intrajornada, maior será
o intervalo interjornada (entre os dias), pois amplia o descanso, sendo até mais
benéfico ao empregado, que poderá assumir outras atividades de cultura, lazer,
intelectuais etc. A ampliação seria ruim.
A redução tratada aqui é para MENOS DE 1 HORA, normalmente para meia
hora. Já se referir ao intervalo de 1 a 2 e quiser reduzir/aumentar, se dará pelo
conteúdo puramente contratual, devendo respeitar o art. 468, com consentimento
ao empregado. De 1 a 2 horas é estipulado contratualmente.
93
Aprofundando: essa redução do intervalo poderia ser feita também por norma
coletiva (acordo ou convenção)? Primeiro, deve-se pensar que para fazer por
norma coletiva, tem que ser para a melhoria, para melhor. Pensar que aqui, a
redução é benéfica, pois o trabalhador cumprirá a jornada mais cedo. Então, por
esse requisito, sim poderia. ENTRETANTO, a lei estatal prevê uma FORMA
ESPECÍFICA, que é a autorização da Superintendência Regional, ou seja, deve
ser respeitada sob pena de não ter validade essa cláusula. Portanto, não pode por
norma coletiva (não pode ser feita pelo sindicato), tem que ter autorização pela
Superintendência.
Só será autorizada uma vez preenchidos os requisitos. Se, ao longo do tempo, os
requisitos não forem respeitados, a autorização perderá sua validade. Conclusão:
autorização válida enquanto preenchidos os requisitos.
4) Extinção de cargo:
5) Readaptação:
Retorno ao cargo efetivo = nunca deixou, portanto, não há alteração contratual. Acontecerá
isso na hipótese do Art. 450, CLT.
Hipótese em que o empregado vai exercer provisoriamente uma função de confiança. Ou seja,
é chamado a ocupar, não um novo cargo, mas sim uma função de confiança provisoriamente,
isto é, voltará ao seu cargo efetivo deixando a função de confiança.
Portanto, nem a ida (empregado vai exercer a função de confiança), nem a volta (volta a
ocupar a função originária) implica em alteração contratual, pois não deixa o seu cargo
efetivo, vai exercer apenas provisoriamente uma função de confiança. Não abandonou o
cargo, só mudou a função.
São duas coisas distintas: uma coisa é ser chamado a exercer a função de confiança
provisoriamente, outra é o empregado ser promovido para um novo cargo, que é melhor, não
haverá como retornar, sob pena de ferir o art.468, CLT. Verificar o motivo do exercício
daquela função para saber se é somente provisória ou se é mudança de cargo.
95
Transferência
A necessidade deve ser aferida como uma mudança significativa do tempo para chegar
ao local de trabalho.
Importante observar que o caput inicia NEGANDO a transferência, de modo que todas
as circunstancias que a autorizam, a prova será do EMPREGADOR. Então, quando o
empregador diz que vai transferir porque o empregado concordou, terá que provar tal fato,
porque a regra é a proibição da transferência sem a anuência. Na transferência do empregado,
96
a abusividade é presumida. Quem tem que afastar a abusividade é sempre o empregador,
ou provando a anuência do empregado, ou provando que está diante de uma das
hipóteses de transferência unilateral.
Se o empregador fizer a prova da anuência e que isso não acarretou prejuízo, ele
já se desincumbiu do ônus da prova. O que o empregador tem que fazer para afastar
esse vício de consentimento é provar que não há prejuízo para o empregado. Além da
anuência, pela presunção do vício de consentimento do empregado, deve provar o
benefício que vem das próprias condições da transferência.
Transferência Unilateral
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§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que
trabalhar o empregado.
Esta foi uma definição do legislador. Importante lembrar que estudamos que, entre as
alterações unilaterais, existe a extinção de cargo. Esta permite a alteração de cargo de forma
unilateral. Trata-se da mesma situação daqui, só que lá não há uma previsão legal, uma regra,
de modo que, havendo uma extinção de cargo, pela doutrina, é possível mudar o cargo do
empregado, porque ou o empregador muda o cargo ou o empregado será despedido. Essa
construção doutrinária foi feita com base na disposição deste §2º.
Havendo necessidade de serviço, pode transferir, mas, neste caso, o empregador deve
pagar ao empregado um adicional de transferência, em sendo a transferência PROVISÓRIA.
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1ª: havendo SÓ A NECESSIDADE DE SERVIÇO, independente das outras
condições, pode transferir DESDE QUE pague adicional de transferência quando provisória.
Cria uma possibilidade de transferência unilateral. Somente necessidade de serviço, não
havendo cargo de confiança, nem condição contratual: o empregador precisa transferir.
Representa a 4ª hipótese de transferência unilateral. Adicional só cabe nessa hipótese,
nas outras anteriores não caberia.
OBS: não tem um tempo para caracterizar quando é provisório ou definitiva. Deve ser
analisado o MOTIVO da transferência. Provisório não é uma viagem pura e
simplesmente, trata-se de mudança de domicílio, pensando na permanência do
empregado.
Despesas:
99
O empregador deve arcar com as despesas decorrentes da transferência.
Mesma coisa do art. 468: se o empregador realizar uma alteração de contrato e essa
alteração implicar em um aumento de despesas, a despesa é por conta do empregador, pois o
468 não permite prejuízo financeiro. Igual aqui: para não ter prejuízo financeiro.
Despesa inclui a mudança em si, o custo que o empregador não tinha antes. Se tiver
um aumento no custo de vida, o empregador tem que pagar essa diferença. Se é uma
transferência provisória e ele vai manter a residência no local originário + a nova residência,
deve ter essa despesa paga. Pensar que deve haver um acréscimo nas despesas com essa
transferência. Portanto, inclui todas as despesas relacionadas diretamente à transferência,
desde que não seja uma despesa que ele teria independente da transferência, não é toda
despesa que ele teria lá no local.
Suspensão
2 tipos/espécies:
100
-Suspensão REMUNERADA ou PARCIAL: também chamada de INTERRUPÇÃO.
Ex mais comum: férias: o empregado não trabalha e há TODOS os efeitos do contrato de
trabalho.
O empregado não trabalhou, mas recebeu salário = interrupção. Não trabalhou e NÃO
recebeu salário = suspensão.
-Quanto à duração: pode ser de um dia, férias de 30 dias, pode ser uma greve sem
tempo certo.
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
101
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de
sangue devidamente comprovada.
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
lei respectiva.
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
Depois haverá hipóteses em legislações específicas, p ex, vamos ver que em férias, para
fins de contagem de período aquisitivo, tem algumas outras ausências que serão consideradas
justificadas, que vão além do 473. Para fins de descanso semanal remunerado, também tem
hipóteses específicas que vão considerar a ausência justificada e não vai prejudicar a
remuneração do descanso semanal. Para este, o empregado deve ter frequência na semana. Se
ele faltar ou se atrasar qualquer dia da semana injustificadamente, perde a remuneração do
descanso semanal.
Além da fonte estatal, a norma coletiva pode ampliar, melhorar, trazendo melhoria da
condição social, podendo ampliar as hipóteses de suspensão do 473, acordo coletivo,
convenção coletiva, laudo arbitral e sentença normativa podem fazer isso sempre para a
melhoria, respeitando o que a lei já disciplinou e ampliar as hipóteses de ausência justificada.
Ademais, o próprio contrato individual pode fazer isso, o empregador pode criar
hipóteses. O empregador pode regulamentar isso em cada um dos contratos ou no
regulamento de empresa, o que entra de qualquer forma no conteúdo puramente contratual,
criando hipóteses além das previstas na lei estatal.
Por fim, há a forma tácita: a possibilidade de criar uma hipótese de suspensão por
omissão do empregador. Quando o empregado falta ao serviço, sendo esta falta injustificada,
isto é, não autorizada por nenhuma das fontes, o empregador desconta aquele dia que ele
faltou. Se ele NÃO DESCONTAR, presume-se que houve perdão do empregador, tendo um
perdão TÁCITO do empregador QUANTO ÀQUELA FALTA, POR ELE NÃO
DESCONTAR. Tem-se uma falta que pelas fontes era considerada injustificada, mas PELO
COMPORTAMENTO do empregador, passou a ser considerada JUSTIFICADA. Acaba
criando mais uma hipótese no conteúdo puramente contratual por omissão do empregador.
Clausula tácita decorrente do comportamento omissivo do empregador de não descontar
o dia. Poderia, além de descontar, aplicar uma advertência, afinal de contas, há um
descumprimento do contrato pelo empregado. Não precisa chegar a isso, precisa pelo
menos descontar o dia.
102
Ex: empregado falta para levar o filho ao médico. Isso não é falta justificada, não há
nada na lei falando isso. Mas, o empregado falta por isso, e o empregador considerando uma
situação importante para o empregado, perdoa a falta, não descontando o dia, mas propõe um
desconto nas férias (tirará apenas 29 dias). Aqui, o empregador errou 2x: 1º: se não
descontou, já perdoou. Perdoando, esquece essa falta, não poderá gerar efeito algum; 2º:
mesmo que fosse uma falta injustificada, sem perdão do empregador, NÃO PODE fazer essa
compensação, pois é proibido descontar das férias do empregado as faltas do empregado. Está
expresso isso no art. 130, §1º: § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do
empregado ao serviço.
Portanto, perdão tácito = cláusula tácita válida SOMENTE para aquela situação, não
valendo para situações futuras. Quando o empregador autoriza a falta injustificada também é
um ato que caracteriza o perdão.
Obs.: a falta injustificada pode ser uma hipótese de banco de horas (somente por
negociação coletiva), pois o empregado pode compensar as horas nos dias seguintes. Quem
define o dia da compensação é o empregador. Lembrar: Banco de horas leva em consideração
sempre o interesse da produção e o próprio poder de direção. Cuidado: se o empregado
compensar primeiro para prorrogar depois e ocorrer o término do contrato por qualquer
motivo, não tem como descontar depois as horas do empregado, sendo a inversão uma
liberalidade do empregador. Por isso, normalmente ele primeiro tem a prorrogação para
depois dar o descanso. Se ele quer inverter, é um risco do empregador. Sempre quem
determina a prorrogação é o empregador. Se, p ex, o empregado chegar a atrasado, o
empregador pode aceitar que ele prorrogue para compensar.
-Quanto aos efeitos: para cada suspensão/afastamento do empregado, pode ter uma
possibilidade quanto aos efeitos. Assim, abaixo tem algumas hipóteses de suspensão para
estudarmos os efeitos. Servem para mostrar a diferença de efeitos para os casos de suspensão.
GREVE:
103
A greve é uma paralisação coletiva PACÍFICA, caracterizada pela lei como uma
hipótese de SUSPENSÃO sem pagamento de salário. Mas, isso não quer dizer que o
empregado ficará sem receber, pois seria uma forma de frustrar o movimento grevista estando
o salário relacionado à sobrevivência do trabalhador. Se o emprega não receber salário porque
exerceu o D. Fundamental de greve, será punido pelo exercício de um direito fundamental.
Por isso que a lei, apesar de falar em suspensão, também fala da necessidade de uma
negociação coletiva para a definição dos efeitos dos dias parados, decorrentes da greve.
Portanto, não haverá o pagamento automático de salário, mas vai ser definido o pagamento
entre outros efeitos, em negociação coletiva. Os efeitos serão necessariamente definidos
por negociação coletiva. Assim, o que vem definida como suspensão, após a negociação,
será hipótese de INTERRUPÇÃO. Se não conseguirem resolver por negociação coletiva,
será decidido judicialmente. Lembrando que valerá também ao setor público.
Obs.: o movimento grevista – autodefesa - vem como solução de conflito quando NÃO
há outra forma de solução do conflito. Se a situação já está sendo objeto de negociação
coletiva ou dissídio ou já está solucionado por outra via e ocorrer greve, será abusiva. Vem
como última forma de solução de conflito, considerando que as outras vias se tornaram
inviáveis.
AULA 1 07/08/14
JORNADA DE TRABALHO
Períodos de descanso
Trabalho Noturno
Equiparação Salarial
DISSOLUÇÃO DE CONTRATO
Aviso Prévio
Justa Causa
F.G.T.S
104
Estabilidade Provisória
105
DIREITO COLETIVO
JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho tem limite (diário, semanal...) para saber se o limite está sendo
cumprido, devo medir o tempo que o empregado está realizando esse trabalho.
JORNADA DE TRABALHO
Tempo efetivamente Trabalhado - Tempo que o empregado está realizando uma tarefa, ou
seja, está executando a ordem do empregador. Este critério foi afastado pela legislação
trabalhista.
Por isso fazemos a divisão entre autônomos e subordinados. O dir. do trab. Só rege os
subordinados com exceção do eventual (que é subordinado, mas regido pelo direito civil)
Quando falamos de subordinação, jurídica ou dependência jurídica (art. 3º) significa que o
empregado já estáà disposição do empregador para o cumprimento de ordens.
Se o empregado estáà disposição do empregador, já posso dizer que ele está subordinado as
ordens do empregador, portanto este tempo tem que ser computado como tempo efetivo de
serviço.
106
CLT Art. 4º - Considera-se como tempo de serviço efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição
especial expressamente consignada.
Então junto com a subordinação temos outra característica que é o poder de direção do
empregador.
Dever Direção – Deve cuidar da segurança e saúde do trabalhador (cumprimento das regras
trabalhistas)
Exemplo: O empregado foi ao local de trabalho e ficou na sua mesa e não fez nada o dia
inteiro, e passou o mês assim, ele será remunerado integralmente, pois se estava à
disposição do trabalhador aguardando ordens, já é tempo de serviço efetivo. Não há
diferença entre o aguardar e cumprir.
Quem deve fazer com que o empregado cumpra as ordens é o empregador (poder de
organização para dar as ordens, o poder de controle e fiscalização para verificar se as
ordens estão sendo cumpridas, e em último caso o poder disciplinar) que são todas as
decorrências do poder de direção.
Neste caso considera-se tempo de serviço efetivo, como o tempo que o empregado está no
local de trabalho aguardando ou cumprindo ordens e eventualmente o tempo de
deslocamento no ambiente de trabalho.
107
Art. 238. Será computado como de trabalho efetivo todo o tempo, em que o empregado
estiver à disposição da estrada.
§ 3º No caso das turmas de conservação da via permanente, o tempo efetivo do trabalho será
contado desde a hora da saída da casa da turma até a hora em que cessar o serviço em
qualquer ponto compreendido centro dos limites da respectiva turma. Quando o empregado
trabalhar fora dos limites da sua turma, ser-lhe-á também computado como de trabalho efetivo
o tempo gasto no percurso da volta a esses limites.
Art. 294 - O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local do trabalho e vice-
versa será computado para o efeito de pagamento do salário.
Estes deslocamentos são exigidos pelo próprio local de trabalho, portanto deverá ser
considerado. Essa dificuldade é do empregador, não do empregado. São trajetos dentro do
ambiente de trabalho e esse deslocamento deve ser computado. Esses artigos são
exemplificativos, pois a Súmula ratifica esse entendimento.
§ 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por
qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando,
tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador
fornecer a condução.
Obs.: Para o direito previdenciário este trajeto sempre será tempo de trabalho. Se o
segurado sofre um acidente indo/voltando para o trabalho este é um acidente de trabalho. Para
o Dir. do Trabalho, em regra, não é computado.
Essa situação foi criada em base da súmula 90, mas esta a princípio se referia ao meio rural.
Pois era comum neste meio.
108
Perguntas: E no caso de haver a condução do empregador e o local ser de difícil acesso, mas o
empregado vai por seus próprios meios, será computado? Não! Deverá atender os dois
requisitos simultaneamente para que seja computado. Por exemplo o empregador oferece
transporte do centro da cidade até a zona afastada (na qual não há transporte). Somente será
computado como tempo de trabalho quando entrar neste local de difícil acesso.
O empregador que oferecer transporte, não conta como tempo in itinere, somente ocorrerá
quando houver simultaneamente o local de difícil acesso.
Pergunta: Temos um empregador que oferece transporte e está em um local de difícil acesso,
haveria a possibilidade de ser computado tempo de trabalho para um trabalhador e para outro
não. Como isso ocorre?
Neste caso um usará o transporte fornecido e o outro irá por outros meios.
TST Enunciado nº 90
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local
de trabalho de difícil acesso ou não servido por transporte regular público, e para o seu
retorno, é computável na jornada de trabalho
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os
do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in itinere".
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere".
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da
empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte
público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o tempo
que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o
adicional respectivo. (Hora extra)
Incisos II e III Somente a insuficiência pode ser computada, por exemplo, entro as 8h, mas só
tem ônibus as 9h. Neste caso a insuficiência gera incompatibilidade de horário, ou no caso de
sair do trabalho as 19h e transporte até as 18h. Como se vê, a incompatibilidade pode ser
apenas em um período.
IV – Como já explicado, somente começa a computar o trajeto na parte do trajeto que não for
servida.
Veja o limite de atuação da norma coletiva, que não pode afrontar disposição Estatal, vem
para a melhoria da condição social.
TEMPO DE ESPERA
Veja que neste caso o motorista não participa, ele tem que esperar, ele não é responsável. Pois
se for responsável é tempo efetivo de jornada, e será hora extra.
110
TEMPO DE RESERVA
CRÍTICA:
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à
disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada.
Não há uma tendência neste caso, somente uma discussão. Devemos levar em consideração
não só a questão social do ponto de vista do trabalho, para proteção do trabalho (pois essa já
seria uma premissa para a segunda tese), mas pelo risco. Acidentes de transito, comprovados
por dados, que coloca em risco o trabalhador e todos.
111
AULA 2 13/08/14
Temos outras figuras, em que o empregado também fica à disposição do empregador, mas não
nos termos do art. 4º ou 58§2º. Fica à disposição de forma relativa: Figuras de sobreaviso e
prontidão, DISCIPLINADAS PARA O EMPREGADO FERROVIÁRIO.
Empregado ferroviário que permanecer em sua casa, aguardando o chamado para o serviço.
2º esta disposição legal é de um tempo no qual não existia outra forma de chamar o
empregado, se não por um interfone fixo, instalado na casa do empregado.
Como não existe uma disposição legal para os outros empregados é possível essa aplicação,
desde que seja uma situação semelhante e não haja uma regulação específica.
Durante o período de sobreaviso recebe o valor de 1/3 do valor da hora integral.Pois ele não
estáà disposição do empregador nos termos do art4 e do art. 58§2º.Ele não está no local
de trabalho ou no trajeto do local de trabalho, ele está em sua casa em seu momento de lazer,
descanso. Veja que apesar de estar descansando, ele se sabe que está em escala de sobreaviso,
e pode ser chamado a qualquer momento.
Está em momento de descanso e está em escala de sobreaviso recebe 1/3 do valor da hora
integral.
Exemplo:
Neste caso, se os dois ficarem em casa (não foram chamados ao trabalho) receberam o valor
de 1/3 da hora de trabalho durante o período em que estão CONVOCADOS para o
sobreaviso.
8 horas no dia 23/08/2014 e 8 horas no dia 24/08/2014 – Totalizando 16 horas
Dessas 16 horas cada um receberá 1/3 do valor hora.
16 horas * 100 reais = 1600 reais (esse é o valor integral). Contudo, se não trabalharem, ou
seja, somente foram escalados o que causa uma limitação, receberam 1/3 do valor que é R$
533,33.
Suponhamos que João no dia 23/08/14, as 13 horas recebe um chamado de seu empregador
para trabalhar.
Das 8 horas as 13 horas receberá 1/3 do valor integral.
Das 13 horas as 17 horas receberá o valor integral no mínimo.
Por que no mínimo o valor integral? – Pois se tiver cumprido a jornada de trabalho receberá
como hora extra.
Também incide adicional noturno, insalubridade....
Veja que o sobreaviso não tem adicional durante as horas de sobreaviso.
O limite de sobreaviso é de 24 horas, não podendo ser maior que este período.
DEVE respeitar os intervalos de descanso obrigatório (inter e intrajornada) e os
intervalos p/ descanso semanal remunerado:
Intervalos obrigatórios de descanso:
Intervalo entrejornadas, art. 6611 horas entre uma jornada e outra ()
113
Intervalo intrajornada, art.71, § 1º -1 h ou 15 min (depende da jornada
diária)
Intervalos p/ descanso semanal remunerado
Descanso semanal remunerado obrigatório de 24h consecutivas (descanso semanal).
O que acontece quando não houve cláusula de sobreaviso no início contrato de trabalho?
(Alteração de contrato)
-Art. 468 CLT – Mútuo consentimento + Ausência de prejuízo. Tem prejuízo evidente.
Pode haver uma redução de jornada (s/ redução de salário, pois este só ocorre na negociação
coletiva), e nestas horas em razão da redução pode-se considerar.
Neste caso o máximo que irá acontecer, será pleitear o pagamento da hora (se ela não foi
paga). É evidente a gravidade da despedida arbitrária que anula toda a proteção.
Uso do celular:
O uso deste celular caracteriza o sobreaviso? Claro que não. O fato de poder ser localizado
não é relevante, este fato não caracteriza o sobreaviso. Se não fui convocado, não sou
obrigado a atender aochamado de emergência.
Obs.: Concluímos, que neste caso, pode haver o chamado sem a convocação (sobreaviso).
114
PRONTIDÃO (ferroviário) Art. 244 CLT
Se estiver na estrada, não para o cumprimento das ordens ordinárias, mas pronto para eventual
chamado – PRONTIDÃO. Está no local de trabalho, mas aguardando o chamado.
Qual a situação análoga? Empregado que está no local de trabalho, aguardando ou cumprindo
ordens.
Regra mais favorável ao trabalhador aplico entre normas coletivas ou entre norma coletiva
e Lei estatal, nunca entre leis estatais. Entre leis estatais aplico os critérios do direito comum,
lei especial prevalece sobre a geral.
115
3º Hora de serviço efetivo. Recebe hora integral, mesmo sendo, a distância, devido a
subordinação.
O não cumprimento dessa obrigação, faz com que o empregador assuma a responsabilidade e
as consequências de não utilizar o poder de direção (extrapolar jornada, intervalo). O
problema maior está na sumula 338 TST.
- É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de
trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de
frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser
elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos
como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser
do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
Em uma ação trabalhista em que o empregado alega XX horas extras, qual o fato constitutivo
do direito dele?
Quem faz prova de fato constitutivo Autor ou réu? –Art. 818 da CLT “A prova das alegações
incumbe à parte que as fizer”
Para fazer prova pode utilizar inclusive a prova documental, em regra, este documento fica
em poder do empregador, quando não há disposição deste documento, pede que ele seja
apresentado (neste caso o empregador deve trazer). Se não trouxer o doc. Omissão
injustificada. “Presumem-se verdadeiros os fatos alegados”. Então se o empregador não
116
apresentar o documento, o empregado já se desincumbiu dos ônus da prova por uma
presunção que lhe favorece. (Presunção relativa).
Art. 62 - NÃO SÃO abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:(Capitulo da duração
do trabalho)
Ex: Vendedor que vai direto para o local das vendas, empregado faz seu cronograma, pois
não há como fazer um cronograma prévio, e volta para sua casa após o expediente.
Carteiro – monta seu cronograma, obviamente sem seu controle de horário, mas ao fim é
obrigado a retornar e fazer seu relatório. Neste caso é uma situação intermediária, o
empregador tem o controle do início e o término da jornada, mas não tem como montar um
cronograma fiscal de cada carteiro, portanto incompatível a fiscalização durante a jornada.
Essa é uma situação, na qual há uma tendência para não se aplicar o art. 62§1. Elemento
da confiança. Pois tem o início e término da jornada o que já permite o controle
Não! Deve haver controle por parte do empregador, não caracterizando o art. 62§1.
Este inciso é uma condição especial e toda condição especial deve ser anotada na carteira de
trabalho “empregado que exerce atividade externa, incompatível com controle de horário nos
termos do art. 62§1”
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados
mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário
efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).
117
II – Se refere a cargos de confiança – Indica que o empregado exerce parcela do poder de
direção.
O encargo de direção é o último na hierarquia, acima dele somente o empregador que não está
no local. O inciso se refere a “os diretores e chefes de departamento ou filial”. O empregado
responsável pela filial.
Tem uma disposição dos bancários que deixa claro essa distinção:
A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida pelo art. 224,
§ 2º(cargo de confiança), da CLT. Quanto ao gerente-geral de agência bancária,
presume-se o exercício de ENCARGO DE GESTÃO (último da hierarquia), aplicando-
se-lhe o art. 62 da CLT. ***Ler súmula 102 TST para entender melhor.
- Para este acordo de prorrogação existe uma forma a ser respeitada, que é o acordo escrito –
não pode ser simplesmente verbal. Outra forma possível é o contrato coletivo de trabalho que
é o acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho (acordo firmado entre a entidade
sindical dos trabalhadores e uma determinada empresa e a convenção é um acordo celebrado
entre dois sindicatos).
- Existe um limite temporal, que é de duas horas. E, estas horas trabalhadas em prorrogação
de jornada serão pagas com um adicional de no mínimo 50%, nos termos da CF, art. 7º, inciso
XVI. Qualquer trabalho em prorrogação de jornada gera um pagamento com acréscimo de no
mínimo 50%. Assim, todas as disposições da CLT que tratam de um adicional inferior não
foram recepcionadas (Exemplo: art. 59, §1º, que fala de um adicional de 20%).
118
- Quando há o acordo de prorrogação, o empregador PODE EXIGIR O TRABALHO EM
PRORROGAÇÃO DE JORNADA. Esse acordo, que pode ser somente uma cláusula, gera
uma obrigação contratual. Saliente-se que este acordo de prorrogação não é para mudar o
efeito do trabalho em prorrogação de jornada. Explica-se: tendo ou não acordo/cláusula, se o
empregado ficar além da jornada ele receberá as horas extras com um acréscimo de 50%.
- O que ocorre é que sem o acordo/cláusula não há exigibilidade, ou seja, o empregador não
pode exigir que o empregado trabalhe em prorrogação de jornada.
- Assim, pelo acordo de prorrogação, o empregado poderá trabalhar 10h por dia, durante todos
os dias, durante todo o contrato de trabalho. Pergunta: Não há uma inconstitucionalidade
nisso? Corrente mais aceita: não há inconstitucionalidade, ou melhor, existe recepção porque
o inciso XVI fala em remuneração do trabalho extraordinário. Quem defende que o art. 59 não
foi recepcionado, argumenta no sentido de que o inciso XVI fala em remuneração do serviço
extraordinário, em que pese o art. 59 falar em serviço ordinário. Ou seja, não poderia existir
prorrogação habitual.
- Problema: normalmente as horas extras não são regulares, ou seja, o empregado não trabalha
o mesmo número de horas todos os meses, estão tenho que apurar a média dos últimos 12
meses. Portanto, é um mês por ano, considerando a média dos últimos doze meses.
- Importante: não é para se apurar média do valor, que é sempre o último valor, o atual. A
média que se apura é a média das horas, que só serão devidas quando o empregado vem
trabalhando habitualmente em prorrogação de jornada (pelo menos um ano).
- Importante: a partir de um ano, a fração de seis meses deve ser considerada outro ano.
Exemplo: 1 ano e 6 meses = 2 meses de indenização. 1 ano e 5 meses = 1 mês de indenização.
O Direito do Trabalho não considera fração!
119
- Importante: a supressão pode ser total ou parcial. Em vez de exigir todas as horas extras, o
empregador deixa de exigir algumas. Vai pagar indenização do mesmo jeito.
- Força maior (art. 501 da CLT): reforça-se que não pode ter omissão do empregador no
exercício do poder de direção. Se houve omissão do empregador não ficará caracterizado o
motivo de força maior. Ex: destelhamento em razão de chuva muito forte faz com que a água
comece a entrar no maquinário. Para evitar maiores prejuízos, o empregador exige a
prorrogação de jornada para tentar salvar os equipamentos industriais. No caso, o empregador
não deu causa alguma ao resultado, não dava para evitar o acontecimento. Não houve
omissão.
- Para serviços inadiáveis o limite é de 12 horas de trabalho total (4h do serviço inadiável).
- Súmula 85 TST: em sua primeira redação, a compensação de horas poderia ser por acordo
coletivo, individual ou por convenção coletiva. Naquela época o TST estava imaginando
aquela compensação em sua origem, que beneficiava os empregados. Assim, quando o TST
adotou este entendimento todos os empregadores adotaram o regime da compensação.
- O TST começa, em razão do banco de horas, perceber que esse acordo individual é muito
simples de ser realizado, portanto, o empregador vai realizar o banco de horas com acordo
individual, prorrogação de jornada de trabalho do empregado sem ter que pagar por estas
horas.
Não pode ter a compensação habitual? Pode! Na verdade, o que ocorreu foi a
descaracterização da compensação por acordo individual.
121
Um que atende o interesse do empregado. Este regime pode ser feio por acordo individual,
coletivo ou por convenção coletiva (em benefício do trabalhador).
- Quando que atende o interesse do empregador? Quando se trata de banco de horas, porque o
banco de horas é habitual e fora da semana. Pode ser habitual se for dentro da semana, e pode
ser fora da semana se for esporádico. Habitual e fora da semana é prejudicial à saúde do
trabalhador.
- Voltando para a súmula: inciso 4º - o que não excede a jornada semanal é válido, mesmo
sendo habitual. Ou seja, o que não passa da semana é válido.
- Em outras palavras a súmula diz: tudo que atende o interesse da produção, como o banco de
horas, tem que ser por negociação coletiva. O que atende o interesse do empregado pode ser
por acordo individual. O que atende o interesse do empregado? O que não é habitual ou o que
é habitual, mas com a compensação dentro da semana.
- A jornada 12 por 36, é válida? Do ponto de vista constitucional é válida. Pode fazer
compensação.
122
AULA 5 (gui) 21/08/2014.
Precisa a CLT autorizar uma jornada de tempo parcial? Não, pois a CF autoriza um limite de
44 horas, portanto todo limite inferior é válido. A CLT trouxe esta disposição porque quem
estiver em regime parcial terá a duração de suas férias reduzida.
Quando se acrescentou o art. 58-A, acrescentou-se também, na CLT, o art. 130-A (duração
das férias). Para quem trabalha em regime de tempo integral, consistente esse na jornada
superior a 25 horas semanais (mais do que 25 até 44 – Art. 130-A – regime em tempo
integral),
Como os empregados em regime parcial terão uma duração inferior de suas férias, não
poderão trabalhar em prorrogação de jornada. Assim, não se pode contratar por um regime de
tempo parcial para depois prorrogar a jornada e dar um período de férias inferior (art. 59, §4
da CTL).
Uma questão que o artigo trata é a adoção deste regime por quem está em regime de tempo
integral. Assim, se um empregado está em regime de tempo integral eu posso passá-lo para o
regime de tempo parcial, ou seja, eu posso reduzir a jornada do empregado? Atenção: quem já
está em regime parcial recebe menos. Mas o empregado que está em jornada integral e
posteriormente é submetido a uma jornada parcial caracteriza uma forma indireta de redução
salarial (que é proibido), salvo negociação coletiva. (Vide art. 58-A parágrafos e CF, art. 7º,
VI).
Importante: a CF faz uma ressalva no caso de turno de revezamento autorizando uma jornada
de 8 horas (Art. 7º, XIV) por meio de negociação coletiva. Assim, tenho jornada de 8 horas
para turno fixo e para turno de revezamento.
Súmula nº 360 do TST: vai dizer que os intervalos concedidos ao empregado não
descaracterizam o turno, pois não é o trabalho que ininterrupto, mas a atividade do
empregador. Portanto o empregado terá intervalo. No turno de revezamento de 6 horas o
intervalo é de 15 minutos, não descaracterizando o turno.
123
Súmula nº423 do TST: fala dos efeitos quanto à adoção do instrumento de negociação
coletiva. Quando há o instrumento de negociação coletiva ampliando a jornada para 8 horas, o
limite passa a ser 8 horas, portando, o que passar de 8 horas vai ser considerado hora extra.
Assim, a 7ª e 8ª hora não consideradas em prorrogação de jornada, pois eu mudei o limite (de
6 para 8 horas).
Trabalho Noturno (art. 7º, IX e XXXIII da CF): a CLT vai fazer do trabalho noturno
urbano.
O horário noturno do trabalhador urbano vai das 22h até às 5h da manhã do dia seguinte.
Porém, existe a possibilidade de o empregado começar a trabalhar antes das 22h e ingressar
no horário considerado noturno (horário misto). Até às 22h não tem proteção e após às 22h
tem proteção do horário noturno. Mas pode acontecer o contrário: o empregado começa no
horário noturno e prossegue no horário diurno. Neste caso, considera-se todo horário como
noturno (noturno em prorrogação). Atenção: não é prorrogação de jornada, não é hora extra. É
em prorrogado do noturno. Ex: se o empregado trabalhar das 4h às 10h da manhã - horário
noturno.
- Hora reduzida: a hora noturna tem 52 minutos e 30 segundos (em 7 horas relógio o
empregado trabalha 8 horas)
- Adicional de 20% sobre a hora que é reduzida (52min. 30seg.). Assim, a cada 52 min e 30
segs. eu trabalho o equivalente a uma hora, e recebo, por esta hora de 52 e 30, por esta hora +
20%.
Trabalhador Rural: só tem o horário diferenciado: na lavoura das 21h às 5h, na pecuária das
20h às 4h. O adicional é diferente: 25%, e não tem hora reduzida.
Pagamento das horas extras (súmula 264 do TST). Valor da hora + o adicional devido, que
é de no mínimo 50%.
Essa hora extra não entra no conceito de salário. Pois o salário é uma contraprestação do
serviço prestado durante a jornada normal. Porém, o TST entendeu que o empregado recebe
habitualmente horas extras, ou seja, trabalha habitualmente em prorrogação de jornada, isto
acaba tendo a mesma natureza jurídica do salário. Assim, o que inicialmente não tem o
mesmo conceito de salário, passa a ter a mesma natureza jurídica. Portanto, tudo o que eu
calculo sobre salário, eu devo calcular sobre o valor das horas extras habituais. Devo, então,
124
pegar o salário do empregado e acrescentar as horas extras habituais (média dessas horas),
tendo assim, a base de cálculo para as outras verbas trabalhistas (Súmula 376 do TST).
Existem duas verbas que consideramos a média das horas extras ainda que eventuais: férias e
FGTS (Art. 142, 5º e súmula 63, respectivamente).
PERÍODOS DE DESCANSO:
Dos artigos 67 a 70 a CLT fala do descanso semanal remunerado que será objeto de outra
aula.
Mais de 6 horas:
1) REDUÇÃOArt. 71§3 CLT: Estipula que o mínimo é de uma hora, contudo este tempo
pode ser reduzido, com AUTORIZAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA regional do
trabalho que será dada pelo órgão local do Ministério do Trabalho. Essa autorização só
será concedida se houver as seguintes CONDIÇÕES: um refeitório organizado e o
empregado não seja submetido a prorrogação de jornada. A autorização fica
125
vinculada as condições, faltando uma das condições a autorização perde sua validade.
Deverá ser paga a hora de intervalo neste caso
Essa redução poderia ser feita por norma coletiva? Qual limite da norma coletiva?
SOMENTE para melhorar (Princípio da melhoria da condição social). Salvo nas
hipóteses de flexibilização, que são específicas.
Reduzir intervalo é bom ou ruim? -Bom, pois intervalo não é computado na jornada e
também concluindo mais cedo a jornada o intervalo interjornada será maior (> período de
lazer).
A norma coletiva que é feita por sindicato não substitui a autorização da SIRT. Sendo
uma melhoria porque não é possível somente pela norma coletiva como normalmente
acontece?
Súmula 437§2. Pois a Lei estipulou uma forma, que é a autorização. Não atendida a
forma o ato jurídico não é inválido.
Se o empregado precisar entrar mais tarde ou sair mais cedo, ele pode, para não descontar,
usar isto como o intervalo intrajornada (veja que o interesse é do empregado)?
Não, pois isto estará desvirtuando o instituto, vez que o intervalo não é no começo nem
no fim da jornada, é mais ou menos no meio. Mesmo o empregado querendo, isto é
interesse público e não pessoal. Não adianta fazer acordo afastando esse direito pois está
previsto no CONTEÚDO INSTITUCIONAL (irrenunciáveis, indisponíveis).
ART 71§ 4 Consequência pela não concessão. “Pagamento pelas horas do intervalo não
concedido com acréscimo de no mínimo 50%”. O mesmo adicional da hora extra, mas com
o fundamento diferente. É a não concessão. O empregado, não fez o intervalo, trabalhou 8
horas direto, não houve prorrogação neste caso.
Na petição inicial não deve haver soma destas horas, pois são pedidos diferentes com
fundamentos diferentes.
126
Se o empregador CONCEDER PARCIALMENTE O INTERVALO? O empregado
terá direito à INTEGRALIDADE das horas, Art. 9. Já desvirtuado o instituto tem o
direito ao intervalo inteiro. Se trabalhou no intervalo deverá haver a concessão do
intervalo+ hora extra.
**O legislador disciplinou um valor para reparar o prejuízo, neste caso a natureza é
indenizatória. Mas quando o empregador descumpre HABITUALMENTEo intervalo,
estas horas acabam fazendo parte da prestação de serviço, ou seja, TEM A MESMA
NATUREZA JURÍDICA DO SALÁRIO (contraprestação). Inicialmente não seria uma
contraprestação (somente indenização), contudo a habitualidade do descumprimento da lei
transforma a natureza jurídica. Sendo salarial irá repercutir no pagamento de todas as
verbas. Súmula 437, III.
Calculo de verbas:
(salário + média horas extras habituais + média das horas do intervalo não concedido) =
base de cálculo para as demais verbas (descanso semanal + 13º, férias)
1º Entendimento do TST (enunciado 88), descumprimento da Lei que pode acarretar multa
administrativa
Pagamento da hora com acréscimo de 50%, por analogia ao artigo 54. Contudo não
fala de pagamento da integralidade nem da natureza jurídica salarial
Não pode prejudicar o trabalhador. Os concedidos por liberalidade (aqueles além dos
obrigatórios) DEVEM SER COMPUTADOS NA JORNADA (Súmula 118 do tst). De
forma expressa ou tácita.
Não é o fato de ser digitador, ás vezes não fica 90 min digitando ou o contrário, pode não ser
digitador mas ficar digitando por 90 min; qualquer trabalho que trabalhe e realize digitação
por 90 min. Gera o intervalo que é computado na jornada.
127
A finalidade do intervalo é evitar a lesão, não é tempo livre. O empregador pode instituir a
realização de fisioterapia neste período.
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: ”, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
aos Domingos;
Essa preferência aos domingos sempre foi disciplinada desta forma, desde a constituição de
1934 que foi a primeira a tratar de direitos sociais (constituição do constitucionalismo social)
deste então temos está previsão, assim como nas leis infraconstitucionais sempre foi dessa
forma.
Além dessa lei 605- 49 dec 27.048 que regula essa lei nós temos este assunto disciplinado na
CLT do Art. 67 ao 70,mas uma regulamentação mais detalhada é feita por essa legislação
fora da clt assim como a sumula 146.
Temos que de segunda a sábado são dias iguais, ninguém ganha mais se trabalhar o sexto dia
se ele coincidir no sábado.
As atividades autorizadas estão neste decreto, aqui já tem as atividades que nós sabemos que
terão que trabalhar, que funcionam aos domingos exemplo: Hotel, restaurante, etc. e claro
128
estão autorizadas a funcionar, nestes dias (domingos e feriados)
E nós temos a lei 10.101/ 2000 que também vai regulamentar mais uma atividade, O comercio
O comercio foi autorizado nesta lei que trata de participação nos lucros das empresas, lá no
final dela foi tratado do descanso semanal. A autorização para o trabalho do comercio em
domingos e feriados, a verdade para os domingos já é autorizado e para os feriados depende
de contrato coletivo, mais um reforço da negociação coletiva.
O descanso é semanal, não pode ser fora da semana!!! Posso juntar todos os descansos e dar
uma folga de 5, 6 dias no final do mês? Não!!
A folga tem que ser dentro da semana mesmo que o empregado tenha, em decorrência da
indisponibilidade e irrenunciabilidade dos direitos dispostos no conteúdo institucional.
Diferente é a situação para o trabalho realizado em feriado, neste caso o empregador pode
escolher:
1- ou ele concede uma folga compensatória, aí não tem que ser dentro da semana, não
tem um limite, para ele conceder essa folga, ele terá que conceder um dia.
2- ou o pagamento em dobro! Uma coisa ou outra! O empregador escolhe o dia (poder
de organizador do empregador), define se vai dar a folga ou pagar.
O pagamento em dobro não é opção para o descanso semanal, CUIDADO com isso. No
descanso semanal tem que conceder a folga. Por que no descanso semanal tem um prejuízo a
saúde, se você paga o sétimo dia você está contribuindo prejudicando a saúde.
O feriado o legislador disciplina dessa forma, por que é um dia normal, não há prejuízo a
saúde, por isso que existe a previsão de no feriado se pagar o dobro.
Se ele não concedeu a folga não tem mais o que fazer, não tem mais como conceder, o
cumprimento dessa obrigação de fazer não é mais possível! Seria possível se o empregado
dentro do da semana, ingressasse com uma ação pleiteando a condenação do empregador
numa obrigação de fazer (conceder a folga no sétimo dia) obvio que nenhum empregado vai
entrar com essa ação. Se o empregador não deu a folga e o empregado não requereu a
129
obrigação de fazer, poderá requerer por analogia a disposição do feriado PAGAMENTO EM
DOBRO.
Mas não porque essa seja uma opção do empregador, isso porque ele (empregador)
descumpriu a lei, já tendo descumprido a lei não tendo outra alternativa você pede a aplicação
da disposição do feriado.
A lei quando disciplinou o pagamento em dobro para feriado, ela não especificou se é o
pagamento do dia ou do trabalho em dobro.
Quando se fala em pagamento em dobro, existe duas formas de você interpretar isso, o
pagamento em dobro do dia (uma vez, pela folga, que o empregado trabalhou e mais uma pelo
trabalho, valor do dia em dobro).
Agora eu posso entender a remuneração em dobro, aqui é do trabalho, esse trabalho que eu
realizei em um dia que seria de folga, eu recebo pelo trabalho em dobro e mais uma vez pela
folga que eu já teria direito. A questão é saber se o trabalho será remunerado em dobro ou de
forma simples (como em qualquer dia), como não especifica pode-se interpretar como a
remuneração do trabalho em dobro.
Temos a súmula 146 TST “ O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado
deve ser pago em dobro, sem prejuízo ada remuneração, relativa ao repouso semanal”
Outra alternativa (punição) é uma reparação pelo dano social, por que o descumprimento
reiterado de normas trabalhistas em geral fere o interesse público e gera um prejuízo a
sociedade, então por isso dano a saúde pública e aos outros empregadores que cumprem a
legislação. Mas neste caso não reverte ao empregado.
Obs. Não pode fazer coincidir o descanso semanal com feriado, porque o empregador estaria
aproveitando do descanso do empregado.
Até aqui estamos falando do descanso, mas esse descanso semanal é remunerado e a
remuneração do descanso semanal depende de frequência integral na semana, se o empregado
tiver um atraso injustificado, ou uma ausência.
O DESCANSO NÃO PERDE NUNCA, pode faltar a semana inteira, perde somente a
remuneração, que exige o cumprimento do horário.
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
A lei faz expressa referência desse artigo, além dessas hipóteses, o empregador pode perdoar
a falta ou o atraso, se ele perdoar ainda que tacitamente, esqueçam! Não haverá prejuízo nem
naquele dia nem no DSR pois foi perdoada
131
Decreto 27.048
§ 1º A doença será comprovada mediante atestado passado por médico da empresa ou por ela
designado e pago.
(Não os problemas ordinários do dia a dia, atrasos normais pois não estou falando de
nenhuma situação diferente, é claro que o transporte público não é um transporte de
excelência que passa rigorosamente no mesmo horário)
132
Férias
Nós temos duas visões sobre as férias, uma diz que é uma obrigação de fazer e outro de não
fazer.
É entendido que as férias não é uma obrigação de não fazer, pois é o poder dever de direção
do empregador, ele é obrigado a fazer, cumprir o descanso, de conceder as férias, para tanto
existe duas formas.
Temos uma remuneração especifica nas férias, o empregado recebe sua remuneração mais
1/3, então não é sua remuneração normal, é uma remuneração maior, aqui é importante
compreender o seguinte, não pode simplesmente pagar as férias, pois existe uma obrigação
relacionada ao descanso, a folga e a obrigação de fazer, que não é substituída pela
remuneração, não pode substituir nem por pedido do empregado, pois o direito é indisponível,
irrenunciável (direito do conteúdo institucional), então terá que conceder essa folga.
O que existe aqui é a possibilidade que a lei traz é a conversação em parte da duração das
férias em dinheiro, mas não o período inteiro, existe a figura do abono pecuniário que permite
a conversão de 1/3 das férias em dinheiro, essa conversão tem esse limite.
Aqui a natureza jurídica é de interrupção do trabalho ou do contrato, como já estudamos no
semestre passado aliás, é o típico exemplo de interrupção (não trabalha e recebi)
OBS. No abono pecuniário é o empregado que decide se quer receber.
Classificação (não é propriamente uma característica, mas uma divisão para facilitar)
1- Férias individual
2- Férias coletiva (quem define é o empregador)
Então nós temos doze meses de período aquisitivo, e os próximos doze que serão concessivos,
dentro desse período concessivo (adquirido o direito) o empregador tem doze meses para
conceder as férias, quem define a melhor época é o empregador sozinho, aí ele define se será
individual ou coletivo.
EX: Se um empregado foi admitido não completou os doze meses e tem férias coletivas, ele
133
terá férias com todos, quando ele voltar começa o novo período aquisitivo, nesse caso muda a
data de referência, não será mais a data de admissão, será a data da primeira férias.
Nesse caso, o empregado foi favorecido, por isso o empregador muitas vezes tem data para
admitir empregados, começa um novo período aquisitivo, pois se não o intervalo para a
próxima férias, seria muito grande.
(Os artigos sobre esse tema foramtratados na aula em que a professora fez a comparação entre
a CLT e a Convenção) Artigos 139 CLT e seguintes.
1-Férias vencidas - quer dizer que o empregado já completou o período aquisitivo. Não
significa que o empregador já deixou passar o período concessivo, o termo “vencido” é
porque o empregado já completou os doze meses.
2- Férias proporcionais -são aquelas referentes aos períodos aquisitivos incompletos, isso só
vai acontecer no final do contato.
Nas férias Vencidas, como nós temos o direito adquirido, o empregado não perde nunca mais,
já as férias proporcionais nós temos uma regra mais especifica que falaremos mais adiante.
Quanto a duração, vai depender da assiduidade do empregado no período aquisitivo
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias, na seguinte proporção
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco)
vezes
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três)
faltas
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de
serviço.
134
Art. 130-A. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze
meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte
proporção:
I - dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até
vinte e cinco horas
II - dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e
duas horas
III - quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte
horas
IV - doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas, até quinze
horas;
V - dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas, até dez horas;
VI - oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas.
Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais
de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias
reduzido à metade.
Art. 131, As férias serão sempre gozodas ao decurso das doze meses seguintes à data em
que às mesmas tiver o empregado feito jus, sendo vedado a acumulação de períodos de férias.
Art. 131 As férias serão sempre gozadas ao decurso dos doze meses seguintes à data em
que às mesmas tiver o empregado feito jus.
Parágrafo único. O Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, mediante requerimento
de entidade sindical representativa, poderá permitir a acumulação de, no máximo, três
períodos de férias, tendo em vista peculiaridades regionais ou profissionais justificativas dessa
medida.
§ 1º O Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, mediante requerimento de entidade
sindical representativa, poderá permitir a acumulação de, no máximo, três períodos de férias,
tendo em vista peculiaridades regionais ou profissionais justificativas dessa medida.
§ 2º Nas mesmas condições e atendidos os mesmos requisitos do parágrafo anterior,
caberá ao dirigente do órgão ao qual pertençam empregados não sindicalizáveis formular a
solicitação ao Ministro do Trabalho e Previdência Social.
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a
ausência do empregado:
OBS: A partir de seis faltas o empregado começa a ter os dias referentes as suas férias
reduzidos
EX.O empregado tem uma falta injustificada, e o empregador paga essa falta, esse dia não
poderá ser compensado nas férias pois essa falta foi perdoada.
Se ele conceder fora do período concessivo o empregado tem sua remuneração em dobro, não
descanso (o descanso continua o mesmo número)
Não adianta começar a conceder as férias dentro do período concessivo, tem que ser as férias
inteira, dentro desse período concessivo, se não for dessa forma o período que ficar fora
deverá ser remunerado em dobro.
Nas férias individuais pelo menos um dos períodos tem que ter 10 dias (mínimo 10 dias), e
nas coletivas terá que ter pelo menos dois períodos com 10 dias cada.
FÉRIAS
136
Não importa se estou falando do afastamento que ele deixa de receber a remuneração ou
mesmo da interrupção, situação em que não recebe seus vencimentos.
Nestas duas hipóteses o que interessa saber é se continuo a contagem do período aquisitivo ou
não. A regra geral é continuar.
Ex: o empregado está faltando a 12 dias de forma injustificada, eu continuo a contagem? SIM,
CONTINUA. A REGRA GERAL É CONTINUAR A CONTAGEM DO PERÍODO
AQUISITIVO.
Ele estando afastado por falta justificada, injustificada, doença, acidente, seja o que for, deve-
se considerar a contagem como regra geral.
1. Empregado afastado pela Previdência Social por MAIS de 6 meses, por acidente ou por
doença.
Art. 133CLT- Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
Nos casos de acidente ou doença, o empregado recebe ($) normalmente nos 15 primeiros dias
(hipótese de interrupção). A partir do 16º dia considera-se suspensão e ele passa a receber o
benefício previdenciário, mas não na condição de empregado e sim de segurado, recebendo
o auxílio doença (qualquer doença) ou auxílio doença acidentário.
137
Então os 6 meses de afastamento devem ser contados à partir do 16º dia. E este afastamento
deve ser dentro do mesmo período aquisitivo (12 meses), mesmo que sejam períodos
descontínuos.
Caso o afastamento seja MAIOR que 6 meses, ele perde a contagem do período aquisitivo
incompleto.
Início do prazo 1º Dia de afastamento pela Previdência Social
16º dia
Interrupção Suspensão
Exemplo feito por André:
Início da Suspensão
Início do período Aquisitivo
1º Dia de afastamento pela Previdência Social
Início da Interrupção
01/04/2015
01/01/2015 15/03/2015
16º dia
1) Hipótese: Passando seis meses consecutivos terá perdido o período aquisitivo incompleto.
Reiniciando o prazo da contagem na data na volta do empregado ao trabalho.
Voltou por exemplo dia 05/12/2015 (7 meses e 5 dias) a partir desta data, se iniciará o novo
período aquisitivo.
2) Hipótese: Ficou afastado até dia 01/09/2015 (5 meses), trabalhando novamente até dia
01/09/2015, quando novamente teve início a Interrupção, e o empregado somente voltou ao
trabalho dia 25/12/2015.
Neste caso a nova suspensãoteve início dia 16/09/2015, e no dia 17/10/2015 completou
mais um mês e ele perdeu o período aquisitivo. Neste caso somo os 5 meses + 1 mês,
perdendo o direito, iniciando-se o novo período na sua volta, ou seja, o dia 25/12/2015.
****Obs.: Perguntei para a prof. se contamos novamente o prazo interrupção, no caso de
haver mais de uma, ela conformou que sim.
Exemplos Prof.:
Como os afastamentos não estão dentro do mesmo período aquisitivo, embora sejam
contínuos, deve-se considerar todo o período para fins de contagem, sem prejuízo
nenhum, uma vez que cada um deles não ultrapassa o limite de 6 meses.
Período aquisitivo
Trabalhou por 3 meses Afastamento - 7 meses
Embora o período incompleto de 3 meses trabalhados não seja computado para contagem do
período aquisitivo de férias, caso ele tenha férias vencidas estas serão direito adquirido.
2. LICENÇA REMUNERADA:
Art. 133CLT- Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta)
dias;
139
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude
de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;
Nestes casos temos o prejuízo da folga (pois esta não é programada), além de não
receber a remuneração de férias.
Porém se ele se afastou e, portanto, perdeu o período aquisitivo em algumas das hipóteses
acima, a data de seu retorno ao trabalho passará a ser a data de referência para contagem dos
próximos períodos aquisitivos.
Art. 133 CLT- Não terá direito a férias o empregado que, no curso do
período aquisitivo:
Para o empregado afastado pelo serviço militar obrigatório, não conto o tempo de
afastamento, porém contarei o período incompleto anterior.
FÉRIAS VENCIDAS:
- Tem SEMPRE direito às férias vencidas (direito adquirido).
FÉRIAS PROPORCIONAIS
- As férias proporcionais, em regra, recebe. Só perde em caso de demissão por justa
causa.
141
§ 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as
diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por cento)
do salário percebido pelo empregado.
O pagamento do salário pode ser em dinheiro ou utilidade. Nem toda utilidade caracteriza
salário, mas quando a utilidade de caracterizar salário, o empregado a recebe também a
utilidade nas férias (nas férias ele recebe salário, mas se ele tem salário utilidade ele irá
receber TAMBÉM o salário utilidade.)
Se possível concede-se a própria utilidade durante as férias (habitação), porém se não for
possível ela deve ser convertida em dinheiro (por exemplo alimentação que recebe no
refeitório).
Salário;
Gorjeta;
Média dos demais adicionais, ainda que eventuais, do período aquisitivo; (ad
noturno, de insalubridade, de periculosidade)
+ 1/3 constitucional
142
Atentar-se à diferença entre 1/3 de abono pecuniário e 1/3 constitucional. Pode-se ter
os dois. O constitucional é obrigatório e o abono é opcional. Os dois surgiram com a
mesma finalidade social
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver
direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes.
(Instituída pois em tese o trabalhador só recebe para seus gastos habituais, não para gastos
extraordinários durante as férias)
Como ele recebe? Ex “tem 30 dias fez a opção pelo abono dez dias”
–Recebe de remuneração das férias + 1/3 + ***10 dias de abono (não recebe um terço)
***O abono ele recebe 10 dias como abono + 10 dias trabalhados (só não incide 1/3)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
Art. 145 CLT- O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido
no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.
Art. 459 CLT- § 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser
efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Ex: O empregado trabalhou em agosto e irá receber no 5º dia útil de setembro. Contudo
setembro é o mês de férias do trabalhador (neste caso tem que receber com dois dias úteis de
antecedência).
Então ele recebe setembro antes de agosto, não recebeu o mês trabalhado, mas já irá receber
as férias pela antecipação.
143
No 5º dia útil de outubro não recebe nada, pois já recebeu o de setembro em agosto.
Obs.: A antecipação é das férias e do abono, os dias trabalhados não (estes só serão
recebidos no 5º dia útil do mês subsequente)
AULA09(augusto)
04/09/14
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Vimos na última aula que a convenção já foi ratificada, ou seja, já ingressou no nosso
ordenamento jurídico, mas nós temos um capítulo da CLT que trata das férias.
– Seria o caso de aplicar o princípio da norma mais favorável ao trabalhador???
144
Do ponto de vista formal, a Convenção 132 da OIT está no ordenamento jurídico
brasileiro e deve ser respeitada.
Portanto, não se trata da aplicação o Princípio da Norma mais favorável, pois estamos diante
de duas disposições normativas do Estado = Legislação Produzida na CLT e a Convenção
(que foi ratificada como lei estatal).
Como a promulgação da Convenção da OIT é posterior à CLT, ela deveria revogar a CLT
(ela tem força hierárquica para isso)
CLT é decreto lei (equivale à medida provisória), a convenção ingressou com status de lei
ordinária (pois ainda não tínhamos a disposição constitucional que a traria com força de
emenda constitucional). Lei ordinária já seria o suficiente para revogar a M.P.
Então não se utiliza o princípio da norma mais favorável e, mas o Critério da Norma Mais
Favorável, devido a uma proibição criada pela própria OIT.
Acumulação: Traz o fracionamento da norma (p/ o princípio da norma entre norma estatal e
coletiva fazemos esse fracionamento)
Observação:
145
empregador cederam (interesse público), o que não acontece no caso em discussão, pois não
há uma norma coletiva.
Se a convenção se aplica aos empregados, então devemos comparar com a legislação que trata
dos empregados.
Art. 2º §2 - Exclui algumas pessoas desta aplicação, assim como a CLT em seu art. 7º
(domestico, rural e serv. Pub. Estatutário), então só posso compará-la à CLT.
COMPARAÇÕES:
Convenção: Artigo 3§ 1. - Toda pessoa a quem se aplique a presente Convenção terá direito
a férias anuais remuneradas de duração mínima determinada.
§3. - A duração das férias não deverá em caso algum ser inferior a 3 (três) semanas de
trabalho, por 1 (um) ano de serviço. (Na CLT 30 dias por ano de serviço-
regra geral)
CLT: Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias,
sem prejuízo da remuneração. Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência
do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta)
dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
Convenção: Art. 4 §1. –Toda pessoa que tenha completado, no curso de 1 (um) ano
determinado, um período de serviço de duração inferior ao período necessário à obtenção de
direito à totalidade das férias prescritas no Artigo terceiro acima terá direito, nesse ano, a
férias de DURAÇÃO PROPORCIONALMENTEreduzidas.
CLT Art. 130 – Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho,
o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
146
III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas)
faltas.
Possibilidade da duração proporcional das férias, a CLT também faz esta proporcionalidade
em seu artigo 130, podendo ser aplicada normalmente.
Convenção: Artigo 5 - 1. - Um período mínimo de serviço poderá ser exigido para a obtenção
de direito a um período de férias remuneradas anuais. 2. - Cabe à autoridade competente e ao
órgão apropriado do país interessado fixar a duração mínima de tal período de serviço, que
não poderá em caso algum ultrapassar 6 (seis) meses.
CONVENÇÃO: Art. 5§1. - Um período mínimo de serviço poderá ser exigido para a
obtenção de direito a um período de férias remuneradas anuais. §2. - Cabe à autoridade
competente e ao órgão apropriado do país interessado fixar a duração mínima de tal período
de serviço, que não poderá em caso algum ultrapassar 6 (seis) meses.
CONVENÇÃO: Art. 5§4 -... as faltas ao trabalho por motivos independentes da vontade
individual da pessoa empregada interessada tais como faltas devidas a doenças, a acidente, ou
a licença para gestantes, NÃO PODERÃO ser computadas como parte das férias
remuneradas anuais mínimas previstas no parágrafo 3 do Artigo 3 da presente Convenção
CLT: Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a
ausência do empregado: I -durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de
maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-maternidade
custeado pela Previdência Social; III - por motivo de acidente do trabalho ou
enfermidadeatestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do
inciso IV do art. 133;
Dispõem ambos artigos que essas “faltas justificadas” serão contadas no tempo de serviço,
ou seja, o período aquisitivo continua a ser contado.
Pela CLT, em regra, conta-se o período aquisitivo, porém CLT é mais ampla, pois essas faltas
não interferem de jeito nenhum.
147
ATENÇÃO------ ela irá falar depois
15:45
Convenção: Art. 6§1. - Os dias feriados oficiais ou costumeiros, quer se situem ou não
dentro do período de férias anuais, não serão computados como parte do período de férias
anuais remuneradas previsto no parágrafo 3 do Artigo 3 acima. (Os feriados não devem ser
computados nas férias)
A CLT conta os dias corridos e se houver feriado durante as férias, o empregado perde o
descanso do feriado.
CLT também prevê neste sentido. Não há diferenças. A CLT não permite também. (Iguais)
INDAGAÇÃO
Vimos no Art. 133§4 da CLT “se o empregado ficar mais de 6 meses pela previdência em
razão de doença ou acidente perde o direito as férias e quando ele volta começa novo período
aquisitivo” está tratando de uma outra questão, não está falando de fazer coincidir, só esta
dizendo que perde a contagem do período aquisitivo.
Convenção: Art. 7§1 fala sobre a remuneração nas férias / Artigo 142 da CLT.
Convenção: Art. 7§1. – “Qualquer pessoa que entre em gozo de período de férias previsto na
presente Convenção deveráreceber, em relação ao período global, pelo menos a sua
remuneração média ou normal” (ATÉ AQUI COINCIDE COM A CLT ART 142)
(incluindo-se a quantia equivalente a qualquer parte dessa remuneração em espécie, e que não
seja de natureza permanente, ou seja concedida quer o indivíduo esteja em gozo de férias ou
não), calculada de acordo com a forma a ser determinada pela autoridade competente ou
órgão responsável de cada país.
A CLT vai além e manda computar adicionaiseventuais do período aquisitivo. Artigo 142
da CLT.
A CONVENÇÃO estipula somente remuneração normal ou média.
Pela jurisprudência também temos da natureza jurídica salarial dos intervalos não
concedidos, que também entram na base de cálculo.
148
Lembrando que tanto os adicionais como os intervalos não concedidos não necessitam ocorrer
na data das férias.
Convenção: Art. 7§2 As quantias devidas em decorrência do parágrafo 1 acima deverão ser
pagas à pessoa em questão antes do período de férias, salvo estipulação em contrário contida
em ACORDO que vincule a referida pessoa e seu empregador.
CLT: Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido
no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.
A convenção permite renúncia por acordo do pagamento antecipado, portanto é pior. A CLT é
mais rígida e coíbe arbitrariedade do empregador, sendo bem mais favorável.
CLT: art. 134 §1º e art. 139 §1º Diz que é possível o fracionamento das férias em dois
períodos:
Férias individuais um dos períodos deve ter ao menos dez dias.
Férias coletivas os dois períodos pelo menos dez dias.
CONVENÇÃO – Admite o fracionamento, mas uma das frações deve ter pelo menos duas
semanas de trabalho ininterruptas. +- o critério da CLT, contudo convenção PERMITE
RENÚNCIA.
149
CLT: Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12
(doze) mesessubsequentes à data em que o empregado tiver adquiridoodireito. Prazo de 1
ano após adquirido
Convenção: Artigo 9 - 2. - Qualquer parte do período de férias anuais que exceder o mínimo
previsto poderá ser postergada com o CONSENTIMENTO da pessoa empregada em
questão, por um período limitado além daquele fixado no parágrafo 1 deste Artigo.
Convenção: Artigo10 - 1. - A ocasião em que as férias serão gozadas será determinada pelo
empregador, após consultaà pessoa empregada interessada em questão ou seus
representantes, a menos que seja fixada por regulamento, acordo coletivo, sentença arbitral ou
qualquer outra maneira conforme à prática nacional.
2. - Para fixar a ocasião do período de gozo das férias serão levadas em conta as
necessidades do trabalho e as possibilidades de repouso e diversão ao alcance da pessoa
empregada.
CLT: Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do
empregador. Desde de que respeitado o período concessivo.
A convenção prevê CONSULTA AO EMPREGADO, então deve ser aplicada, por ser mais
favorável. Também prevê “serão LEVADAS EM CONTA as necessidades do trabalho e as
possibilidades de repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada” – neste caso deve
atender tanto a produção e o trabalhador
Convenção: Artigo 11 - Toda pessoa empregada que tenha completado o período mínimo
de serviço que pode ser exigido de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 5 da presente
Convenção* deverá ter direito em caso de cessação da relação empregatícia, ou a um período
de férias remuneradas proporcional à duração do período de serviço pelo qual ela não gozou
ainda tais férias, ou a uma indenização compensatória, ou a um crédito de férias equivalente.
150
CLT: artigos 146 e 147 (aula anterior). “Só tem direito em duas situações: Despedida sem
justa causa e no termino normal de contrato a prazo” e quando tem mais de um ano de
contrato em regra tem direito as férias proporcionais, em regra, só perde na despedida por
justa causa.
Pela convenção da OIT a partir de 6 meses após completado o período aquisitivo. Que
período aquisitivo?
Jurisprudência:
Qualquer hipótese confere o direito, INCLUSIVE a por justa causa, contudo somente
podemos falar em direito adquirido, após completado o período aquisitivo mínimo de 6
meses.
Apenas questiona-se se o abono pecuniário da CLT não seria uma forma de renúncia do gozo
das férias (apenas para reflexão)
CLT: Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele.
Mesmas disposições. O empregado está afastado, contudo o contrato está vigente, tem
compromisso com seu empregador. Claro que pode exercer quantos trabalhos quiser desde
que haja compatibilidade de horário.
152
REMUNERACAO
Este artigo indica dois elementos que compõem a remuneração do empregado. O salário e a
gorjeta.
O que não entra nesta definição terá natureza jurídica indenizatória: prêmio, participação nos
lucros, diária para viagem, ajuda de custo (serão abordados posteriormente).
R: Pois as demais verbas trabalhistas serão calculadas simplesmente sobre o salário base, ou
sobre toda a remuneração do empregado. O que tiver natureza indenizatória está fora do
cálculo. (Ex: estarão fora do cálculo de décimo terceiro, FGTS, etc.)
Também não importa, do ponto de vista trabalhista, se ela é espontânea ou obrigatória, porém
do ponto de vista do consumidor e importantíssimo, pois ele quem pagará a gorjeta.
153
Mas, do ponto de vista trabalhista, se for direta ou indireta, obrigatória ou espontânea, é
gorjeta e compõe a remuneração do empregado.
Destes dois elementos, o elemento obrigatório é o salário. Todo empregado recebe, pelo
menos, o salário. Salário é contraprestação direta, mínima e obrigatória.
Apesar da redação do artigo 457, por dois motivos entende-se ser contraprestação em
decorrência do contrato e não do serviço.
Primeiro: o empregado recebe salário mesmo quando não trabalha, em algumas hipóteses.
Naquelas situações de interrupção (férias, ausência justificada, doença, acidente - até 15 dias).
Tem situações em que o empregado está afastado, não trabalha e recebe normalmente. Então,
não é decorrente diretamente do serviço. Na verdade, é decorrente do contrato, sendo mais
uma obrigação contratual.
Segundo: Esta contraprestação não é exatamente proporcional. Ele não recebe exatamente o
quanto trabalhou, pois o empregador ainda tem lucro.
3. Critério misto - por tarefa: duração + resultado. Acontece quando tem mais de uma
modalidade de salário. Ex: Fixa-se salário mais comissão, mais percentagem, mais
gratificação ajustada.
154
Quando a estipulação de salário não é por duração, não significa que não há limite de horário.
O limite de horário é para todos. Tempo de serviço é o tempo em que o empregado está à
disposição do empregador, dentro de um limite.
Uma coisa é o tempo à disposição e outra é o critério para estipulação do salário. Este critério
não afasta o tempo à disposição.
Quem recebe por produção, considera-se o critério do tempo efetivamente trabalhado? Não.
Continua computando pelo número de horas, podendo, inclusive, ter hora extra. Hora extra
calculada pelo critério de produção. Tem hora extra porque extrapolou a jornada. São as
mesmas regras para as três situações.
O salário mínimo será observado em qualquer situação. Se ele receber exclusivamente por
produção e não produzir nada, ele receberá o salário mínimo que é uma proteção do artigo
7º inciso IV da CF.
1. Princípio da irredutibilidade salarial- art. 7º, VI da CF: Não pode reduzir salário,
nem direta nem indiretamente. Entre empregado e empregador nunca, em hipótese
alguma.
Quando se fala indiretamente, fala-se dos critérios. Ex: Se for o critério de duração.
Reduzindo a duração, estará reduzindo o salário indiretamente.
Não pode reduzir direta ou indiretamente o salário, mesmo que o empregado concorde com a
redução, pois faz parte do conteúdo institucional / irrenunciável.
Então, por acordo entre empregado e empregador, nunca. Mas por CCT ou ACT pode.
Nesta hipótese de flexibilização pode haver redução de salário, mas no conjunto deve haver
155
melhoria da condição social, até porque o caput do artigo 7º da CF prevê a necessidade de
melhoria da condição social.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
A CLT dispõe sobre a possiblidade de redução de salário entre empregado e empregador por
motivo de força maior. Esta disposição não foi recepcionada, pois a CF/88 só permite por
negociação coletiva, e a CLT, que é legislação infraconstitucional, deve seguir a CF.
Se não posso alterar o contrato em prejuízo, não posso fazer também com o salário. Contudo,
aqui não se fala sobre o valor do salário, este valor é protegido pelo princípio da
irredutibilidade salarial. Aqui se fala sobre a forma e modo de pagamento.
O empregador tem até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido para pagar o salário,
pelo conteúdo institucional (a lei estipula este prazo).
Se o empregador ajustou com o empregado, de forma tácita ou expressa, e vem pagando todo
dia trinta, do próprio mês de trabalho, e depois quer pagar no quinto dia útil do mês
subsequente ao vencido, não pode.
O contrário é possível. Se ele vem pagando no quinto dia útil do mês subsequente ao vencido,
pode passar a pagar no dia 30 do próprio mês.
Entre salário dinheiro e salário utilidade: se quiser trocar um pelo outro pode.
Geralmente o dinheiro é melhor que utilidade, pois com este você escolhe a utilidade que quer
comprar. Porém, é necessário analisar o caso concreto.
Ex: se o empregador deixou de pagar o salário do empregado, seu salário pode ser penhorado
para pagar o de seu empregado, pois ambos têm a mesma natureza. Relativizando o princípio.
Acontece, geralmente, em caso de trabalho doméstico, em que o empregador é pessoa física.
b) desconto previsto em lei estatal ou norma coletiva: ex: desconto para o imposto de
renda, contribuição sindical, prevista no artigo 8º da Constituição Federal
157
Também servem como exemplo as contribuições criadas por norma coletiva, como a
contribuição assistencial e a confederativa. Se criadas por norma coletiva podem ser
descontadas, sob a ótica da intangibilidade salarial.
Tem algumas situações em que o empregador concede alguns benefícios ao empregado, como
assistência médica em grupo, odontológica, plano de previdência privada. Quando o
empregador concede estes benefícios, ele não paga integralmente, quem paga é o empregado.
Então é feito o desconto em folha, pois o empregador tem um plano coletivo que acaba saindo
mais barato que um plano individual. Porém, o empregado podia entrar com reclamação
trabalhista alegando ferir a intangibilidade salarial, por este desconto não estar previsto no art.
462 da CLT.
Então veio a súmula 342 do TST para explicar que não fere a intangibilidade salarial:
158
O TST não faz interpretação literal do 462, mas sim por sua finalidade social. O legislador
buscou proibir descontos de dívidas não relacionadas ao contrato de trabalho, mas neste caso
o desconto é de um benefício acertado no contrato de trabalho.
A súmula diz: “(...) com a autorização prévia e por escrito do empregado”. Não se deve
fazer interpretação literal, pois se o benefício se reverter em favor do empregado e de sua
família, não fere a intangibilidade salarial.
Precisa ver se ele sabe que está havendo desconto em razão desse plano de saúde.
O salário utilidade deve ser tratado como o salário dinheiro. Então, no 13º salário, ele tem
que receber o equivalente, o recolhimento do FGTS tem que considerar o salário utilidade.
Para todos os efeitos, não há diferença entre salario dinheiro e salario utilidade.
Pelo menos 30% do salário tem que ser em dinheiro, não pode pagar tudo em utilidade.
159
A CLT no art. 82 fala sobre salário mínimo, porém mesmo não sendo salário mínimo,
considera-se 30%. seja qual for o salário.
O carro fornecido ao empregado, para uso, pode ser salario utilidade ou mera utilidade.
O carro fornecido ao vendedor para realizar as vendas, é mera utilidade, pois é ferramenta de
trabalho.
O empregado que trabalha internamente, mas tem um carro à sua disposição para utilizar nos
finais de semana, nas férias, nas horas de lazer, será salário utilidade.
Se utiliza o carro, principalmente, para as vendas e às vezes para o lazer, será mera utilidade.
Usa para lazer, mas, eventualmente, usa para o trabalho, será salario utilidade.
Se não há prevalência, o judiciário reconhece a natureza mista - 50% salário utilidade, 50%
mera utilidade.
A mesma coisa vale para o vestuário. Ele aparece no art. 458 da CLT como salario utilidade e
como mera utilidade. Depende da finalidade com que é fornecido.
Regras de pagamento
O pagamento pode ser efetuado em dinheiro ou em utilidade, mas nem toda utilidade
caracteriza salário, desta forma podemos ter:
Para saber se é uma coisa ou outra temos que analisar o ponto de vista conceitual – desta
forma eu analiso o conceito – para ser salário tem que ser CONTRAPRESTAÇÃO.
A situação diversa, no qual a utilidade é usada para o exercício do próprio trabalho (em razão
do trabalho), neste caso é mera utilidade, deste modo não tendo esta função de ferramenta,
de instrumento de trabalho só pode ser contraprestação.
Ex. Vestuário Art. 458 CLT,CAPUT– Várias possibilidades de salário utilidade. Entre elas
temos o vestuário, contudo logo no §2 diz que não será considerado salário utilidade o
vestuário. Ou seja, deve ser observada aFINALIDADE:
161
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os
efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a
empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em
caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
§ 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não
podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-
mínimo (arts. 81 e 82).
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as
seguintes utilidades concedidas pelo empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados
no local de trabalho, para a prestação do serviço
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os
valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso
servido ou não por transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante
seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais
VI – previdência privada;
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura
§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender
aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por
cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual.
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela
correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-
habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais
de uma família.
Obs. Do inciso 2 em diante são utilidades oferecidas a título de contra a prestação, mas foram
descaracterizadas como salário, para estimular o empregador disponibiliza-las, o legislador
retirou a natureza jurídica de salário para atingir um fim social.
O empregador, por exemplo, queria pagar um curso para o empregado, este valor
caracterizava salário, pois não é instrumento de trabalho nem ferramenta, é contraprestação,
deste modo tinha natureza jurídica salarial, devendo ser pago também esse valor no 13º, no
FGTS... dessa forma deixava de conceder um benefício relevante.
Devemos separar as hipóteses do inciso 1 (não é salário por conceito –o que está lá não é
conceitualmente) e no inciso 2 não é por exclusão legislativa.
162
A alimentação é exemplo de salário utilidade, pois tem finalidade de contraprestação,
todavia há um problema, pois ela pode ser caracterizada de duas formas:
1 – Quando é um ajuste contratual, liberalidade, considera-se contraprestação, portanto parte
do salário.
2- Quando o empregador faz parte de benefícios de ordem fiscal, ele é obrigado a fornecer a
alimentação, neste caso não caracteriza contraprestação, não é salário.
MODALIDADES DE SALÁRIO
(8:00)
Abono – antecipação salarial, muito comum em situação de negociação coletiva, deve constar
na folha de pagamento (que é salário) para ser identificado, portando na folha de pagamento
deve constar – (Exemplo salario R$ 700, 00 e Abono R$ 370,00)
Comissão / porcentagem – Verba salarial vinculada à venda pode ser um percentual sobre as
vendas. É autorizado o salário todo ser baseado em comissão e porcentagem, ou também
combinar com um valor fixo, obviamente que quando baseado somente em comissão o salário
mínimo está garantido mesmo que o empregado não tenha produzido para tanto.
O direito a comissão ou porcentagem nasce com a venda autorizada, essa regra é definida
pelo empregador (poder de direção) – autorizada a venda o empregado não perde mais o
valor, mesmo que o comprador desista da compra.
O empregador fez sua parte, o risco da desistência do comprador quem assume é o
empregador. O empregador pode pagar baseado no parcelamento feito pelo empregado,
assim como adiantar todo o valor, independentemente do recebimento desse valor.
163
2- Habitual – é a gratificação ajustada, habitual a partir de um critério objetivo que pode
ser caracterizado:
A gratificação pode surgir tacitamente, tem que se identificar o critério, se é o tempo será
reconhecido a partir do segundo pagamento, para que se identifique a periodicidade, se é
trimestral, semestral, etc.
Se identificou uma gratificação de forma tácita o empregado deve pagar, senão existirá
redução salarial, também ocorre pela produção quando o empregado sempre que atinge
determinada produção ele recebe um agrado.
Exemplo; o empregado que produzir X produtos irá receber 100 reais, no próximo mês terá
que produzir + 50 para receber 120 reais, e assim sucessivamente. Importante lembrar que o
empregador não pode dificultar, diminuir a gratificação.
Questão -
Se há um produto em que o trabalhador recebe 5% de gratificação por venda, e em
determinado momento esse produto vira uma febre e tem um aumento exorbitante de 500%
nas vendas, se o empregador diminuir a gratificação em 3%, ainda sim o empregado no dia a
dia irá receber um valor superior do que anteriormente, todavia não é possível pois essa
prática é considerada como redução salarial. É claro que se o aumento da produção tornar
incabível no caso concreto, existir a impossibilidade de o empregador manter o acordo, pode
existir a redução salarial desde que devidamente organizada pelo sindicato.
Existe uma verba trabalhista que nasceu como gratificação ajustada, o 13 º salário que hoje
tem natureza salarial.
164
A verba de participação nos lucros, é uma gratificação ajustada pois está voltada a condição
de um resultado (critério objetivo) mas não terá natureza jurídica salarial, pois a CF tirou essa
natureza, apesar de conceitualmente ser uma gratificação ajustada.
1. Prêmio:
165
A gratificação ou prêmio tem critério subjetivo (pessoal), em contraposição à gratificação
ajustada, que possui critério objetivo.
O prêmio é pontual, subjetivo, não é para todos os empregados e não pode ser analisado como
algo que se repita no tempo, nem como um ajuste em razão do trabalho habitual.
Se no exercício do trabalho, o empregado cria algo genial, que acaba revolucionando a forma
de trabalho e o empregador resolve dar uma gratificação ao empregado. É situação pontual,
pessoal. Não é mera contraprestação do exercício normal cotidiano. Contudo, o prêmio é
verba trabalhista; não é um presente, pois está vinculado à relação de emprego.
Em tese a participação nos lucros seria gratificação ajustada (salário), pois sempre que se
alcançar determinado lucro haveria participação, contudo, o legislador retirou o caráter
salarial desta verba.
Toda despesa realizada pelo empregado fora de viagem, mas em razão do trabalho, será
reembolsada pelo empregador por ajuda de custo.
166
Nas situações de viagem, nós podemos ter as duas coisas, a diária para viagem ou a ajuda de
custo.
O valor pode ou não ser antecipado, tanto na diária como na ajuda de custo. Normalmente as
duas são antecipadas, mas isso é irrelevante para caracterizar um ou outro.
A diária para viagem está mais sujeita à fraude que a ajuda de custo, justamente por não ter
esta exata vinculação com o valor da despesa. Por este motivo, o legislador criou uma
presunção de fraude para a diária que ele não criou para ajuda de custo:
O legislador pensando que o empregador pode querer fraudar um reajuste salarial sobre a
forma de diária, pensou que se o valor for muito alto, 50% acima do salário, deve ser fraude.
167
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para
todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente
pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas
que receber.
A verdadeira diária para viagem não tem natureza jurídica salarial, e sim indenizatória, para
ressarcimento de despesas.
Portanto, é importante que o empregador arquive todas as notas em ambos os casos. Na diária,
em especifico, como o reembolso não é no valor exato do gasto, guardar recibos é importante
para provar que houve viagem e não o valor gasto.
168
Se o empregado for advogado, não precisa de notas, apenas a ata de audiência que prova que
ele esteve em audiência em outra localidade, portanto houve viagem a trabalho. Ou qualquer
outro documento que prove que houve a viagem. Se o empregado alega fraude, ele já se
desincumbiu do ônus de provar, por esta presunção que lhe favorece.
Se o empregado pleitear reconhecimento de caráter salarial daquilo que na verdade foi diária
para viagem, alegando ter excedido os 50% do salário, deve-se, na defesa, alegar estar o
reclamante litigando de má-fé.
Se exceder 50% do valor do salário do empregado, presume-se ter havido fraude sobre o valor
inteiro e não apenas aquilo que excedeu 50%, de acordo com a súmula 101 do TST:
OBS: A gorjeta compõe a remuneração do empregado, mas não serve de base de cálculo para
os adicionais noturno, de hora extra, descanso semanal remunerado e aviso prévio. Portanto,
deve ser calculado sobre a remuneração do empregado, considerando a gorjeta, as férias,
FGTS e décimo terceiro salário (que, na verdade, é décima terceira remuneração). Tudo isto
conforme a súmula 354 do TST:
169
ADICIONAIS
O artigo 7º da CF em seu inciso XXIII determina que, são direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:“adicional de
remuneração para as atividades penosas (adicional de penosidade), insalubres (adicional de
insalubridade) ou perigosas (adicional de periculosidade), na forma da lei; ”. Esta última
disposição “na forma da lei” é interpretada no sentido de que o direito previsto e ainda não
disciplinado por lei infraconstitucional não será exercido.
E isto é o que acontece com o adicional de penosidade, que não é exercido em razão da falta
de regulamentação.
Em relação à base de cálculo destes adicionais, temos disciplinado pela CLT que a base de
cálculo da insalubridade é o salário mínimo enquanto que para a periculosidade é o salário
de empregado. Quando foi recepcionado pela cf/88 surgiu a seguinte discussão: o artigo 7º,
inciso IV, da CF, dispõe que o salário mínimo não pode servir de indexador para outras
verbas “o salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”. E esta
170
proibição foi prevista para permitir o aumento do salário mínimo sem que implique em um
aumento de tudo o que estiver vinculado a ele, causando, com isto, grande impacto na
economia. Não bastasse isto, o inciso XXIII do artigo 7º faz referência a ‘adicional de
remuneração’. Portanto, tendo a vedação de ter como base de cálculo o salário mínimo (inciso
IV) e a indicação de se obter a remuneração (inciso XXIII), a doutrina protestou por uma base
de cálculo unificada, isto é, com base na remuneração do empregado. Contudo, a
jurisprudência apesar de ter aceitado tal entendimento doutrinário, entendeu que não fere a CF
ter como indexador da base de cálculo o salário mínimo, ainda que expressamente proibido.
Tal entendimento prevaleceu até o surgimento da Súmula Vinculante nº4, que saliento a
vedação constitucional de ser usado como base de cálculo o salário mínimo: “Salvos os casos
previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de
cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado nem ser substituído por decisão
judicial”. Ainda que a súmula se refira ao servidor público estatutário, esta vedação foi
ampliada aos empregados.
A Súmula nº 228 do TST, que dispõe que “O percentual do adicional de insalubridade incide
sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas no
Enunciado nº 17” foi suspendido pelo STF, em razão da súmula vinculante nº4.
Diante de toda a discussão acerca da base de cálculo, surgiram outras interpretações: houve a
que defendia que perante a ausência de base de cálculo não haveria mais o adicional de
insalubridade (não foi aceita); a que defendia considerar, até a edição da súmula vinculante
nº4, o último valor do salário mínimo, atualizando-o conforme a inflação (não aceita); a que
defendeu o retorno ao entendimento de ter o salário mínimo como base de cálculo, que, ao
final, foi o entendimento aceito (novamente). Portanto, a base de cálculo da insalubridade não
é sobre a remuneração, continuou sendo sobre o salário mínimo, havendo uma variação de
10%, 20% ou 30%; permanecendo sobre o salário do empregado, no adicional de
periculosidade, que será de 30%, não havendo variação, pois uma atividade é ou não perigosa.
A CLT disciplina ainda que se o empregado trabalhar em uma atividade insalubre e perigosa
deve optar pelo adicional que mais lhe for benéfico. Todavia, se optar pelo menos benéfico
haverá presunção de vício de consentimento, assim, ele deverá receber o maior adicional.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL
Legislações: CLT, artigo 461; incisos XXX e XXXI do artigo 7º da CF; súmula nº6.
171
O artigo 461 da CLT “Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao
mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de
sexo, nacionalidade ou idade”. Empregador diferente não caracteriza a equiparação salarial;
mesmo grupo econômico, em que há empresa principal e subordinada, existe uma
solidariedade entre elas, contudo, trata-se de solidariedade passiva, razão pela qual também
não haverá equiparação salarial porque os empregadores são diferentes. Entretanto, se o
empregado presta serviços a mais de uma empresa do grupo, dentro de uma mesma jornada de
trabalho, é possível a equiparação salarial, porquanto será um contrato só e um único
empregador, havendo uma solidariedade ativa, que decorre da figura de empregador único,
descrita na súmula 129 do TST (“A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo
grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de
mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”). Em relação à intermediação de
mão de obra (trabalho temporário) e nas situações de terceirização, entre os empregados da
prestadora e os do tomador do serviço (temporários) não haverá equiparação nos termos do
artigo 461 da CLT, contudo, a lei nº 6019/74 proíbe a discriminação salarial entre tais
trabalhadores, por isso, há uma equiparação decorrente desta lei e não do instituto jurídico da
equiparação salarial contida no artigo 461 da CLT. Aplica-se por analogia a lei 6019/74 aos
trabalhadores terceirizados.
172
princípio da primazia da realidade sobre a forma (TST, súmula nº 6,inciso “III - A
equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma
função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a
mesma denominação”).
Em relação ao critério do “trabalho de mesmo valor”: este disciplinado no artigo 461, §1º:
“Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de
serviço não for superior a 2 (dois) anos”, também com a mesma quantidade e qualidade. Em
relação ao trabalho preferencialmente intelectual também é possível aferir trabalho de igual
valor, tendo, nestes casos, a prevalência de produção técnica sobre produtividade, tendo um
critério objetivo para tal aferição.
1) A primeira está no próprio parágrafo primeiro do artigo 461, que é a diferença de tempo de
serviço na função superior a 2 anos. Na verdade, o artigo fala diferença de tempo de serviço,
não fala na função, mas a súmula 6 do TST acaba esclarecendo que essa diferença de tempo
deve ser na função. Então imagine um empregado que está há 10 anos trabalhando para o
empregador. Há 9 anos ele trabalha como auxiliar e agora foi promovido para técnico (9 anos
173
como auxiliar e 1 como técnico), aí é contratado novo empregado como técnico também. Esse
novo empregado pode pedir equiparação salarial? Pode. Por quê? Porque entre esse novo
empregado e o antigo há uma diferença de tempo na função de apenas um ano, não é superior
a 2 anos.
Olha, aquele que tem uma experiência maior na função merece um salário maior, é possível
discriminar nessa situação porque ele deve ter uma experiência melhor, a produtividade e a
perfeição técnica são superiores por essa diferença de tempo. Não cabe prova em contrário,
é uma presunção absoluta de que o trabalho não é de igual valor.
Parágrafo primeiro: “trabalho de igual valor é aquele exercido com a mesma perfeição
técnica e a mesma produtividade entre empregados que não tenham a diferença de tempo
superior a 2 anos”.
O legislador está dizendo por quê? Porque se tiver essa diferença não é mais trabalho de igual
valor. O que está há mais tempo tem o trabalho melhor, e ponto. O empregador pode não
diferenciar. Ele tem que pagar a mais para quem está há mais tempo? Não, ele pode pagar o
mesmo salário se quiser. Agora, se ele quiser pagar a mais para quem está há mais tempo ele
pode, porque não vai haver equiparação salarial nessa situação. Por ser uma presunção
absoluta, de que o trabalho não é de igual valor, havendo essa diferença está afastada a
equiparação salarial. O inciso da súmula 6 do TST nesse caso é o II: “II - Para efeito de
equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e
não no emprego”. É que o artigo não fala de forma literal, e usa-se sempre a súmula 6 (nesse
caso o artigo 461, parágrafo primeiro e o inciso II da súmula 6).
Na verdade, é o órgão local do Ministério do Trabalho que homologa, e pela nossa estrutura
atual é a SRT. Mas o que a SRT vai homologar? Vai homologar a forma, não o conteúdo.
O conteúdo é do empregador: “quais são os cargos, quais são os respectivos salários, como
vai ser esse critério”, isso tudo é do empregador. A SRT não pode questionar o mérito, ela
174
pode olhar essa forma que está aqui: se tem a descrição dos cargos, da promoção. Se tiver isso
tem que ser homologado, senão cabe mandado de segurança.
Por que aqui não temos equiparação salarial? Quando ele cria um critério de promoção
(imagine que seja antiguidade), o empregado é contratado como “auxiliar 1”, e pelo critério
da antiguidade um ano depois ele é promovido para “auxiliar 2”. Os auxiliares 1 e 2 realizam
o mesmo conjunto de tarefas, fazem a mesma coisa, com uma diferença de salário.
É injusto que eles estejam fazendo a mesma coisa e recebam de forma diferente? Não,
não é injusto, porque o auxiliar 1 terá a mesma possibilidade que o auxiliar 2 teve, todos terão
as mesmas oportunidades, porque o critério está no Plano de Cargos e Salários. Todos têm
direito a esse plano, então não há um tratamento desigual, a equiparação salarial visa afastar o
tratamento desigual. O Plano de Cargos e Salários ele, claro, vai existir uma diferença, mas
uma diferença de salário que é para todos, que vai gerar oportunidade para todos. Se o
tratamento é igual não tem problema, está afastada a equiparação salarial.
Tem que ser homologado pela questão da forma, para analisar se são obedecidos os critérios
(essa exigência está no inciso I da súmula 6). Não sendo homologado não afasta a
equiparação salarial, isso é tranquilo. Mas é válido? O Plano de Cargos e Salários é um
exemplo de Regulamento de Empresa, que como estudado é elaborado pelo empregador,
unilateral, não depende para sua validade da participação dos empregados e é de natureza
privada, porque não tem participação do Estado (com exceção deste, que exige homologação).
Em regra, o Regulamento de Empresa não tem homologação pelo Judiciário nem pela SRT,
então cuidado, o único Regulamento de Empresa que exige homologação é o Plano de
Cargos e Salários!
Imaginamos então um Plano de Cargos e Salários que não tenha passado por essa
homologação. Eu posso exigir uma promoção? Tem um plano escrito que não foi submetido à
homologação, eu já trabalho como auxiliar 1 há mais de um ano e lá está escrito que depois de
um ano eu tenho que ser promovida. Posso pedir a promoção para auxiliar? Posso!!!!.
Como faço para alterar o Regulamento de Empresa? Só altera para melhor, porque ele não
entra no conteúdo institucional. “Ah, lá onde eu trabalho tem Regulamento de Empresa,
está no conteúdo institucional ou no puramente contratual? ”, está no puramente contratual. O
empregador pode mudar o Regulamento? Pode como muda qualquer cláusula: com mútuo
consentimento e ausência de prejuízo. Na alteração de um Regulamento de Empresa,
portanto (nos contratos vigentes), o empregado pode renunciar ao anterior para ter o novo,
isso é possível pelo 468.
175
Vimos que o Princípio da Irrenunciabilidade se refere ao conteúdo institucional, e não ao
puramente contratual, e se o regulamento de empresa está no puramente contratual, sua
alteração (inclusive o Plano de Cargos e salários) segue a lógica do conteúdo contratual.
Quando muda o Regulamento pode-se renunciar a um em favor de outro, porque o conteúdo
puramente contratual não é irrenunciável. O único entrave que temos é o 468: pode
renunciar, mas não com prejuízo, e a renúncia gera uma alteração contratual. Então é
esse cuidado que temos que ter: na alteração, alterar para melhor; renunciar a um regulamento
desde que o outro seja melhor. A súmula 51 fala exatamente isso: “A opção do empregado por
um regulamento implica na renúncia do outro”. Por que essa renúncia é válida? Porque não é
do conteúdo institucional, o regulamento tem natureza jurídica de cláusula contratual. Essa
súmula será importante agora de novo, é um tema que estudamos lá atrás, mas precisaremos
voltar nele, lembrar os princípios que estudamos lá no início: da Irrenunciabilidade, da
InalterabilidadeLesiva. A súmula 51 envolve esses dois princípios.
Mas o da Inalterabilidade Lesiva sim, pelo 468 da CLT “Art. 468 – Nos contratos
individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. ”
ATENÇÃO: Não sendo homologado é válido como cláusula contratual, mas se eu tiver
um Regulamento de Empresa não homologadoo empregado pode pedir a equiparação salarial
(porque ele não afasta)oupedir a promoção segundo o Plano de Cargos e Salários, ele tem as
duas possibilidades.
Se o Plano é homologado ele não pode pedir equiparação, só pode pedir o cumprimento do
Plano, é o máximo que ele consegue.
Quando ele não é homologado não afasta a equiparação, então o empregado tem 2
possiblidades: pode pedir a equiparação salarial com outro empregado que exerça a mesma
função ou pedir o cumprimento do plano de cargos e salários, o que em um caso concreto
vocês terão que analisar o que é mais vantajoso para o empregado, ou o que é até mais fácil
em termos de prova. Porque se for o plano de cargos e salários, se for uma situação verbal
(imagine que o empregado é contratado e o empregador fala para ele “olha, você está sendo
contratado como auxiliar 1 e ganhando um salário um pouco abaixo do mercado, mas não se
preocupe porque daqui um ano você será promovido a auxiliar 2 e o seu salário ficará acima
do valor de mercado”, aí ele aceita o emprego com essa condição, essa cláusula verbal), posso
depois pleitear o cumprimento da cláusula? Claro. Terá dificuldade em provar a cláusula, pois
é verbal, mas ela tem a mesma validade de uma cláusula escrita. Então no plano de cargos e
salários não homologado, seja ele escrito ou verbal como o exemplo, ele tem valor.
Não vai afastar a equiparação salarial, mas tem seu valor de cláusula. O plano de cargos e
salários tem prazo para ser homologado? Não. A não homologação do plano do ponto de vista
jurídico só não afasta a equiparação, do ponto de vista do contrato do empregado não altera
176
nada, porque poderia ser verbal. Como é cláusula contratual e as cláusulas tácitas verbais e
escritas tem o mesmo valor, seja qual for a forma ele é válido.
A segunda situação que falamos foi a substituição. Se há substituição não é mais questão de
equiparação salarial, mas ela gera direito ao salário do substituído. Se o empregador não pagar
o mesmo salário do substituído deve-se alegar na petição inicial “substituição de caráter não
EVENTUAL” (e não o 461), exigência da súmula 159, que deverá ser comprovada para ter
direito ao salário do substituído (mas só durante a substituição, depois ele volta ao seu
cargo/salário, não havendo prejuízo).
A terceira situação é a do quadro de carreira, se ele não é cumprido pode-se entrar com
uma ação indicando na petição a existência do plano de cargos e salários e pedir o
cumprimento. Uma última questão para a equiparação é: quando você ingressa com um
pedido de equiparação não é importante que o empregado e o paradigma ainda estejam
exercendo a mesma função, o necessário é que em algum momento eles tenham exercido
(simultaneamente), mesmo sendo no passado. Pode ser que o paradigma tenha sido demitido,
promovido, não importa. No momento do ajuizamento a situação pode ser diferente, o
importante é conseguir resgatar essa situação, indicar que isso ocorreu (disposição da súmula
6, IV).
13º SALÁRIO
O 13º salário é mais uma remuneração que o empregado recebe. Apesar do nome, o certo é
13ª remuneração, não salário. Porque se esse empregado recebe gorjeta ele deve recebê-la
também no 13º, o cálculo é sobre a remuneração e não sobre o salário.
Nesse caso considera-se a remuneração do mês anterior, que é o que se tem. Ex: se o
adiantamento é feito em fevereiro, usa-se a remuneração de janeiro; se feito em março, usa a
de fevereiro. Normalmente a 1ª parcela é paga no último dia de novembro. O legislador dá
essa possibilidade (pagar entre fevereiro e novembro) porque se o empregador quiser
177
distribuir o pagamento (pagar alguns empregados em fevereiro, outros em março) ele pode,
mas normalmente é vantajoso deixar mesmo para o último dia.
Quando a remuneração é variável (geralmente com base na produção, que costuma ser
maior em dezembro, exemplo do comércio) tem que refazer o cálculo, pois para pagar até 10
de janeiro tem que usar também a remuneração de dezembro (média de janeiro a dezembro), e
geralmente há reajustes após dia 20/12. O empregado pode optar por receber a 1ª parcela
(somente ela) do 13º junto com as férias, e essa opção é feita em janeiro. Se ele não optar,
quem o faz é o empregador, que paga a parcela entre fevereiro e novembro. O empregador
(pelo poder de direção) é obrigado a perguntar, no mês de janeiro, se o empregado deseja que
o adiantamento seja feito com as férias, o empregado não tem que “adivinhar” que pode fazer
isso. A 2ª parcela é igual para todos, até dia 20/12.
13º proporcional
O empregado recebe o 13º inteiro se ele trabalhou os 12 meses daquele ano comercial. Se ele
foi admitido, por exemplo, no meio do ano, ou for demitido, recebe 13º proporcional ao
número de meses que ele trabalhou (“1/12” - um doze avos- por mês de trabalho, incluindo
aviso prévio) isso se não for despedido por justa causa.
Se for despedido por justa causa ele perde o direito ao 13º proporcional daquele ano,
mas não perde férias por causa da OIT.
O 13º é a única verba trabalhista que permite compensação com verba de qualquer natureza,
justamente para o empregador poder antecipar sem medo de ter prejuízo.
178
Dissolução de contrato
Portanto quando o empregado optava pela forma econômica, renunciava a forma jurídica.
A proteção da relação de emprego ainda é regida provisoriamente pela lei do FGTS, que não é
mais a lei 5.107/66, mas sim a Lei 8036/90 que revogou expressamente a anterior,
disciplinando o novo regime do FGTS, já que agora já não existe mais a figura da opção. A
CLT não foi recepcionada nessa matéria.
Quando há despedida por arbitraria ou sem motivo há que se pagar indenização, mesmo se
tratando de despedidas diferentes a consequência será a mesma, qual seja, o pagamento da
indenização.
Arbitrária não quer dizer discriminatória, se ficar comprovado que o motivo é discriminatório
o empregado tem direito a reintegração, então, não há necessidade de motivar, mas se
comprovar que o motivo era discriminatório; e em algumas situações a discriminação é
presumida, se o empregado tem alguma fragilidade, vírus HIV por exemplo, a despedida
desse empregado já se presume como sendo discriminatória, vai além da arbitragem. Desse
modo, nesses casos cabe ao empregador afastar a presunção demonstrando o motivo da
despedida.
Abrangência
179
A quem se aplica a lei 8036/90?
Estão excluídos dessa lei os autônomos e os eventuais; o servidor público regido por estatuto
próprio. Os excluídos do direito do trabalho são os excluídos da lei do FGTS.
Diretor não empregado, a lei do FGTS permite de forma facultativa que esse diretor ingresse
com a lei do FGTS.
A lei estabelece que deve ser calculado sobre a remuneração, incluída as parcelas do
art.457(salário gorjeta) e 458(salário utilidade) da CLT. Tudo o que é salario deve se
considerar na base de calculo
Está excluído da base de cálculodo FGTS, premio, participação nos lucros, diária para a
viagem e ajuda de custo, as quatro verbas indenizatórias. Conforme já estudado sobre verbas
indenizatórias não se calcula, porque não compõe a remuneração do empregado.
Mas também deve se calcular o FGTS sobre o 13º salario, que corresponde a uma
remuneração.
Deve-se acrescentar nesse cálculo verbas de natureza jurídica salarial, mais média das horas
extras (aqui não precisa habitualidade), essa média é mensal, isto é, feita a cada mês quando
do recolhimento do FGTS.
Entra nesse cálculo a média dos intervalos não concedidos. (O valor dessas horas tem
natureza jurídica salarial conforme entendimento do TST).
Assim deve ser calculado 8% sobre todos os valores acima expostos. Mas não se desconta do
empregado para recolher, é um valor a mais.
Esse valor é depositado em uma conta vinculada, o FGTS é pago por contas individuais e lá
são feitos esses depósitos mensais. Esses depósitos vão compor o montante; o montante é
composto de depósitos mensais (os 13 depósitos), juros e correção monetária. Quem
administra a conta é a Caixa Econômica Federal. A indenização é calculada sobre o montante.
O FGTS é uma forma de proteção da relação econômica de emprego que é feita na forma de
uma indenização. Essa indenização é calculada sobre esse montante.
180
- Despedida indireta;
- Culpa reciproca;
- Força maior.
Uma das formas de dissolução é a rescisão. A rescisão é uma forma provocada, ou por
vontade (do empregado/empregador) ou por comportamento faltoso (do
empregado/empregador).
Nas hipóteses de despedida sem justa causa e despedida indireta o empregador para uma
indenização de 40% do valor do montante, valor esse que deve ser depositado na conta
vinculada e não entregue diretamente ao empregado.
AULA 07 05/11
... quando ele é despedido, naquelas quatro hipóteses (despedida por justa causa, despedida
indireta, culpa recíproca e força maior), nestas quatro situações há também o depósito de uma
indenização. Então além de todo o montante, tem mais a indenização, de mais 40% ou mais
20% além destes valores já depositados.
O art. 20 da Lei 8.036 traz todas as hipóteses de saque. A gente vai então comentar agora.
Acho que eu já falei para vocês que a Lei 8.036 nós usamos basicamente os artigos 15 ao 20.
O inciso I... eu vou falar inciso I e II porque nós temos o saque total e o saque parcial. A
primeira modalidade que nós vamos estudar é a modalidade do saque parcial. O inciso I fala
do saque parcial, que é o saque do último contrato, apenas. Então “parcial” não é porque é só
uma parte do montante, não é isso. Chama “parcial” porque é só esta última parte deste
contrato que terminou. Então nas 4 hipóteses que estão elencadas no inciso I ele vai poder
fazer o saque de tudo o que foi depositado por este último empregador, tanto os depósitos
mensais como também este valor da indenização. Então 100% do montante mais 20 ou mais
40%, conforme o caso.
181
Quando eu falo em último contrato, estou me referindo a algumas situações... Quando o
empregado é despedido por justa causa ou quando ele pede demissão, ele não faz o saque do
FGTS, não é hipótese de saque. Fica lá depositado. Imagina que ele pediu demissão no
primeiro emprego dele. Aí ele vai para um segundo emprego. Neste segundo emprego ele é
despedido sem justa causa. Aí permite o saque, mas deste segundo contrato. O primeiro, que
ele pediu demissão, continua lá. Não é hipótese de saque total.
O inciso II do art. 20 trata de três situações de saque. Também hipóteses de saque parcial,
as três situações.
Nesta hipótese o legislador imagina que possa existir um vínculo pessoal, e o empregado pode
não querer prosseguir na atividade com uma outra pessoa. Então ele não pede demissão, ele
considera dissolvido o contrato. É uma faculdade concedida ao empregado. É importante que
ele não peça a demissão.
Resposta: não. Para esta situação ele não precisa do reconhecimento judicial. A rescisão
indireta precisa, que é a falta grave do empregador, aí pede reconhecimento. É uma hipótese
do inciso I. Culpa recíproca, força maior e despedida indireta são três situações que dependem
do reconhecimento judicial, para que ele tenha efetivamente a dissolução por um destes
motivos.
182
A terceira situação do inciso II é a de contrato nulo do servidor público por ausência de
concurso público. Nós sabemos que o servidor público ou é contratado para cargo público, e
aí é regido pelo estatuto da Administração Pública, ou ele é contratado para emprego público,
e aí é regido pela CLT e pela legislação trabalhista. Nas duas hipóteses – estatutário e celetista
– há um concurso público. O que interessa para a gente é o emprego público: ele vai lá, vai ser
admitido por concurso para o exercício de emprego público. Se ele não prestar concurso é
contrato nulo, porque ele não observou a forma exigida pelo art. 37 da CF. Este contrato nulo,
apesar da nulidade, nós sabemos que, pela teoria das nulidades, existe a teoria da
irretroatividade das nulidades. Nós estudamos isso no semestre passado, estão lembrados?
(Naaao)
Teoria da Irretroatividade das Nulidades quando a gente fala em nulidade nós estamos
falando dos três elementos do negócio jurídico: capacidade, forma e licitude do objeto.
Quando há uma irregularidade quanto à capacidade ou forma, que é o exemplo que estamos
trazendo aqui – uma irregularidade quanto à forma porque não observou o concurso público –
nós aplicamos a teoria da irretroatividade. Há uma nulidade, o contrato é nulo, mas ele gera
efeitos até o momento em que a nulidade é reconhecida. Então: ato nulo com efeito de ato
anulável, porque eu não tenho como devolver o trabalho, eu não temo como retomar a
situação anterior, e por isso que é um contrato nulo, mas que gera todos os efeitos – em geral,
todos. Em se tratando de Administração Pública, quando o empregador é a Administração,
também nós aplicamos a teoria da irretroatividade, com uma pequena diferença: NÃO GERA
TODOS OS EFEITOS. Só gera direito ao salário do período e ao recolhimento do FGTS. Na
verdade, isso é a Sum. 363 do TST. Na redação original da Súmula, ela conferia direito
apenas ao salário. Só que a Lei 8.036 mudou, e fez acrescentar também o direito aos depósitos
do FGTS. Então a Sum. 363 teve que mudar a redação.
Vejam que nestas três hipóteses do inciso II não tem indenização. É hipótese de saque
parcial, que é de todo o montante do último contrato, só que não tem indenização.
Incisos III e IV vão falar do falecimento do empregado, (na verdade o inciso II fala da
aposentadoria e o IV do falecimento) que é hipótese de dissolução imediata porque existe a
pessoalidade – ninguém pode continuar em nome do empregado. Coisa que não acontece com
o empregador, porque para este não tem pessoalidade. Com o falecimento do empregado, há
uma hipótese de SAQUE TOTAL. Se este empregado indicou dependentes na Previdência
Social, estes dependentes comprovando esta situação conseguem fazer o saque do FGTS
independente de autorização judicial. Comprovando a condição de dependente declarado
junto à Previdência Social ele já faz o saque total, de todos os contratos de trabalho que
estejam eventualmente depositados na Caixa Econômica. Se não tem dependentes
reconhecidos junto à Previdência vai depender de uma autorização judicial.
A aposentadoria também permite o saque total... do inciso III em diante, em regra são
hipóteses do saque total do FGTS. Saque de todos os contratos, não só do último.
183
parcelas, tudo referente ao sistema financeiro de habitação. Isso tudo porque nós vimos na
última aula que o FGTS do ponto de vista trabalhista é uma forma da proteção do emprego,
mas ele é mais do que isso, porque os valores do FGTS são utilizados para a construção de
casas populares, infraestrutura, etc. Então é um dinheiro que já está relacionado com o sistema
de habitação. Quando a lei autoriza o saque para o sistema financeiro na verdade não está
saindo o dinheiro, não está nem movimentando o dinheiro, ele já está vinculado ao sistema
financeiro de habitação. Então são três hipóteses que não estão ligadas à questão trabalhista.
São hipóteses de saque total em que o empregado não tem qualquer prejuízo. Veja que
estamos falando de saque na vigência do contrato. Se o empregado for despedido sem justa
causa tem que ser feito o cálculo da indenização: 40% sobre o montante. Se ele retirou este
montante, ele vai ter prejuízo? Neste cálculo não, porque mesmo ele retirando o valor fica
constando o valor que ele retirou para fins de cálculo. Ele não tem mais o montante lá, porque
ele já utilizou para a aquisição da casa própria, mas para fins de cálculo continua o valor.
Depois nós vamos ter uma outra hipótese não necessariamente trabalhista. Se o trabalhador
ficar mais de três anos de forma ininterrupta fora do regime do FGTS ele também pode fazer
o saque total. Veja: porque ele fica fora do regime do FGTS? Porque ele deixou de ser
empregado e resolveu ser trabalhador autônomo, que não é regido pelo FGTS; ou eventual,
que também será excluído. Ou ele resolveu prestar um concurso pra servidor público
estatutário, que também é excluído. Não é nem empregado, nem temporário, nem avulso.
Agora uma hipótese do trabalhador avulso. Se ele ficar sem trabalho por um período igual
ou superior a 90 dias, ele faz o saque total do FGTS. Para ele comprovar esta situação ele
precisa de uma declaração. Se ele for avulso portuário: do órgão gestor de mão-de-obra. Se
for um trabalhador avulso não portuário: sindicato que vai dar a declaração. Lembrando que
trabalhador avulso é aquele que vai sendo encaminhado pela ordem para a realização do
trabalho.
Até aqui nós já vimos todas as hipóteses trabalhistas. Fora estas hipóteses, tem as situações de
doença. São três situações contempladas na lei: neoplasia maligna (câncer) do empregado ou
de qualquer de seus dependentes; portadores de HIV e doença em estágio terminal (estas duas
últimas foram acrescentadas depois). Nestes casos pode-se fazer o saque total, sem prejuízo
no contrato de trabalho. Esta é uma interpretação não-literal, ou seja, finalista, portanto se
184
surgir uma situação que não está contemplada nestas três hipóteses, pode-se conseguir o saque
por uma interpretação extensiva e finalista.
Uma outra hipótese: quando o empregado completa 70 anos ele pode fazer o saque total ou ir
fazendo o saque mensalmente, se ainda estiver trabalhando, conforme for sendo depositado.
Quando há um desastre natural (tem que ser reconhecido pelo município – situação de
calamidade pública). Quando é reconhecido pelo poder público já há a indicação da
porcentagem que será liberada para o saque do FGTS.
E tem ainda as hipóteses de aplicação do FGTS, que também depende de medidas do governo.
Em determinados momentos o governo autoriza a aplicação dos valores do FGTS, então
autoriza o saque para esta aplicação, sempre dentro de um limite.
Ela deixou claro que estas hipóteses não-trabalhistas não caem na prova, é só por curiosidade.
Também disse que não vai pedir os incisos, apenas as diferenças entre saque parcial e total.
Incisos III e IV
185
- Falecimento do empregado saque total para dependentes indicados pelo
empregado. Se não tem dependentes, vai depender de autorização judicial.
- Aposentadoria saque total
Incisos V, VI
- Aquisição de imóvel próprio pelo Sistema Financeiro de Habitação. O trabalhador
não tem prejuízo, pois para fins de cálculo o valor continua em conta, em caso de dispensa
imotivada.
Inciso VII
- Trabalhador avulso, se fica afastado sem trabalho por um período equivalente a 90
dias, ele faz o saque total do FGTS. Declaração do sindicato ou portuário.
Aula 08______________________________________________________14/11/14
Estabilidade Provisória
Existem duas disposições legais que regulam a estabilidade provisória e ambas estão vigentes,
pois cada uma regula um tipo de empregado.
A) Art. 10, II, “a”, ADCT: Empregado eleito para cargo de direção (Vice-
presidente).
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
- Proteção contra despedida arbitrária e sem justa causa. Despedida apenas por cometimento
de falta grave (Justa Causa).
- Período da proteção: desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu
mandato. (antes, durante e depois da representação).
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a
partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. (ex-Súmula nº 339 - Res. 39/1994, DJ
22.12.1994 - e ex-OJ nº 25 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996)
Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer
despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar,
técnico, econômico ou financeiro.
- Proteção por despedida arbitrária apenas (sem motivo). Possível a despedida sem justa
causa!
Ex1: Motivo técnico: Aquisição de novas máquinas que substituam o trabalho exercido pelos
dos empregados.
Ex2: Motivo de ordem econômica: Mudança na economia no país gerando a extinção do setor
de trabalho dos empregados.
Ex4: Motivo disciplinar: não é por falta grave que seria caso de justa causa.
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
Período de estabilidade: Desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Se o pedido principal for de dinheiro, deve-se pedir a litigância de má-fé, pois se desvirtua o
instituto.
Estabilidade impede a despedida e a extinção (não pode haver o término normal do contrato).
Estende-se ao suplente.
a) Resolução Judicial: Exige uma ação judicial para a dissolução do contrato. Nos outros
casos de estabilidade provisória, se houver o cometimento de uma falta grave, o empregado
pode ser despedido por justa causa. No caso do dirigente sindical, havendo falta grave, o
189
empregador deve ajuizar uma ação judicial em que se deve pleitear a resolução do contrato de
trabalho (S.379, TST).
b) O art. 522, CLT fere o Princípio da Liberdade Sindical protegido pela CF?
Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo
de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros,
eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral.
S. 379, I, TST: Exige a necessidade da comunicação, porém afastou o prazo previsto pela
CLT, entendendo-se que deve ser comunicado no prazo de vigência do contrato.
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de
doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Precisa haver o afastamento do empregado pela previdência para que haja a estabilidade.
Exige-se a prova da percepção do benefício previdenciário. Prova definitiva.
191
A súmula 378 Também se aplica aos contratos por prazo determinado, impedindo que se
extinga o contrato.
Justa Causa
Conceito: “ Todo ato doloso ou culposamente grave que faça desaparecer a confiança e a
boa-fé que deve entre elas existir, tornando assim impossível o prosseguimento da relação. ” –
Evaristo de Moraes Filho
O que vale aqui é a quebra do elemento confiança, pois este é um elemento do contrato de
trabalho. A falta grave pode ser até existir e ser perdoada, não é ela que torna impossível a
relação. No entanto, havendo quebra do elemento confiança, será impossível a manutenção do
contrato de trabalho.
Configuração da falta grave – Quebra de confiança. (Houve ou não quebra deste elemento?)
1.2 Critério Objetivo: A gravidade da falta será avaliada independente das condições
pessoais do empregado. Ex.: não importa se sempre foi um empregador brilhante,
se desviou dinheiro, a falta é grave. Não se analisa os motivos, como problemas
pessoais graves e por isso desviou dinheiro. Esse é o entendimento Jurisprudencial
majoritário, mas nada impede que o juiz analise.
1.3 Critério qualitativo ou quantitativo: A falta será grave por natureza ou é grave por
repetição.
Ex. Desvio de dinheiro é falta grave, só precisa acontecer uma vez, já uma falta
leve se tornará grave pela repetição
Ex. Atraso injustificado é falta leve, mesmo que o empregado atrase por um ano,
se o empregador nunca falou nada, teoricamente, nunca houve falta alguma e,
portanto, não poderá despedi-lo por justa causa após esse ano.
192
A punição poderá iniciar-se a qualquer tempo, mesmo que o empregador tenha
perdoado a conduta faltosa até então.
2. Causalidade: Nexo causal entre a falta grave e a despedida. Causa e efeito. A falta
tem caráter determinante, tem que ser a causa da despedida.
2.2 Imediatidade: Imediatidade da despedida. Para que haja o nexo causal, precisa
existir a imediatidade da despedida. Aqui estamos falando do agir, o empregador
não pode ser omisso. Se ele fica sabendo da falta, mas ele tem que descobrir de
quem foi a autoria, a apuração do fato não tira a imediatidade porque ele está
agindo. Enquanto ele estiver apurando a falta não perde a atualidade, bem como, a
despedida não perde a imediatidade.
Na motivação o empregador não deve indicar a previsão legal, mas apenas narrar
os fatos, quem dá a tipificação do empregado. Primeiro, porque o empregado não
sabe o que é ser demitido em razão deste ou daquele artigo da CLT e segundo, que
se o empregador errar no enquadramento, também vai descaracterizar o nexo
causal. Motivar não é dar o fundamento legal, mas explicar o fato.
Depois da despedida, no aviso prévio, ainda é possível cometer falta grave, pois o
contrato ainda está vigente, podendo converter para justa causa caso a falta ocorra
ou seja descoberta nesse período. Claro, que ausência ao trabalho não pode ser
falta grave, porque o tempo de aviso prévio serve exatamente para que o
empregado encontre um novo emprego.
O ideal é a prova escrita para demonstrar o nexo de causalidade, pois é mais fácil
do que provar por testemunha. Além disso, cuidado para não expor o empregado e
caracterizar dano moral.
Temos 3 sistemas:
1. Genérico: em que não se prevê as condutas que podem gerar a despedida por
justa causa. Não há previsão legislativa.
2. Taxativo: é o nosso sistema. A justa causa só estará caracterizada quando
verificada a ocorrência de uma das hipóteses disciplinadas no ordenamento
jurídico. Principalmente prevista no art., 482 da CLT, embora algumas
hipóteses não estejam relacionadas neste artigo.
3. Misto: Existem algumas hipóteses previstas, mas pode haver demissão por
justa causa por outros motivos não expressos na Lei.
a) Ato de improbidade:
Vítimas - Qualquer pessoa relacionada ao trabalho. Fundamento – Zelo
pelo patrimônio, mesmo quando o atentado quanto ao patrimônio de
194
terceiros ou de colegas de trabalho a responsabilidade continua sendo do
empregador.
O que não caracteriza: Crime contra o patrimônio que não guarde nenhuma
relação com o ambiente de trabalho, pois embora seja um desvio de
conduta, esta refere-se a vida pessoal do empregado, onde a competência
do empregador não alcança.
Vejam, embora nosso sistema seja o “taxativo”, existe esta figura genérica
que abrange qualquer conduta. Ainda assim o sistema é taxativo, pois será
feito o enquadramento, ainda que nessa figura genérica.
195
na vida pessoal, mas em serviço ou entrar em serviço drogado. O poder de
direção não pode alcançar a vida pessoal.
Este desvio tem que ser no ambiente de trabalho... Cuidado para não
invadir a esfera pessoal em nenhuma das hipóteses do 482.
Negociação Habitual.
196
realizada habitualmente e sem a permissão do empregador. Neste caso, o prejuízo tem uma
presunção relativa que cabe prova em contrário pelo empregado.
Alínea “d”: fala de condenação criminal passada em julgado, deste que não tenha ocorrido à
suspensão de execução da pena. Trata-se de uma situação na qual o empregado foi condenado
já em sentença definitiva e ele não pode trabalhar, porque lhe foi imposta uma pena privativa
de liberdade. Se não for uma pena privativa de liberdade, não há falta grave. O problema não
é o crime que ele cometeu, quando não tiver relação com o trabalho, mas que o
encarceramento impossibilitará o empregado de trabalhar.
Alínea”f”: embriaguez habitual ou em serviço. A habitual não é mais falta grave, pois trata-
se, em verdade de doença: alcoolismo. Doença não é desvio de conduta. O empregado não
pode ser despedido. Eventual despedida por parte do empregador, este provavelmente irá
responder por danos morais. Contudo a embriaguez em serviço, não habitual, é uma falta
grave. Exemplo: empregado que ficou na festa a noite inteira, tendo que no dia seguinte que ir
trabalhar. Se o empregador não quiser punir, ele não precisa. Mas o empregado não pode
permanecer no ambiente de trabalho. Se quiser despedir, poderá. Contudo deverá fazê-lo na
primeira oportunidade em que o empregado retornar sóbrio ao trabalho. Saliente-se,
outrossim, que para isso o empregado tem que entrar para trabalhar, ou seja, se o empregado
estiver na porta de seu trabalho, pensando se entra ou se não entra, não pode despedir, pois
ainda está na seara de sua vida pessoal.
Violação de segredo: revelou a terceiros ou fez uso do segredo. O que é segredo? Em regra,
não há segredo, em um ambiente de trabalho não há segredo. De duas uma: ou esse segredo é
evidente, é um fato notório, ou o empregador deverá colocar isso no contrato de trabalho.
Deverá ficar clara para o empregado que determinado fato é segredo. Contudo, podem ter
casos em que tal restrição conste da regulamentação da profissão. Exemplo: advogados.
197
Abandono de emprego– elemento objetivo: ausência injustificada ao trabalho; elemento
subjetivo: intenção do abandono. Não é simplesmente a ausência, mas a ausência com a
intenção de não mais querer trabalhar. Formas de se extrair o elemento subjetivo: carata com
AR, súmula 32 do TST. Contudo, serão presunções relativas. Um exemplo de caracterização
de abandono em dez minutos: o empregador está esperando na porta da empresa a chegada de
seu empregador que está dez minutos atrasados. Porém, visualiza que seu empregado está
trabalhando em uma loja em frente a sua empresa. No caso, está caracterizado o abandono.
Súmula 73 do TST: falta grave praticada no curso do aviso prévio. No curso do aviso prévio
o contrato está vigente, então se o empregado praticar uma falta grave, o que era uma
despedida sem justa causa se converte em um a despedida por justa causa. Tanto no aviso
prévio trabalhado como no indenizado. Quando vai restar caracterizado? Qualquer falta do
482, com exceção do abandono de emprego.
Alínea “j” e “k”: falam do ato lesivo da honra ou da boa fama e da ofensa física (exceção
legítima defesa). Alínea “j”: o ato lesivo praticado contra qualquer pessoa tem que ser no
ambiente de trabalho (art. 482, CLT), ao passo que na alínea “k” não fala do local, que não
precisa ser necessariamente no ambiente de trabalho.
AULA 11 (André)
19/11/14
198
CONTINUAÇÃO: RESCISÃO POR JUSTA CAUSA – COMETIDA PELO
EMPREGAGO
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de ATOS ATENTATÓRIOS À
SEGURANÇA NACIONAL.
Não recepcionado pela CF/88, era uma forma de perseguição na CLT da época da ditadura
militar
FALTAS DO EMPREGADO
1) HIPOTESE
Art. 240. Nos casos de urgência ou de acidente, capazes de afetar a segurança ou
regularidade do serviço, poderá a duração do trabalho ser excepcionalmente elevada a
qualquer número de horas, incumbindo à estrada zelar pela incolumidade dos seus
empregados e pela possibilidade de revezamento de turmas, assegurando ao pessoal um
repouso correspondente e comunicando a ocorrência ao Ministério do Trabalho, dentro de
dez dias da sua verificação. (Nestes casos pode o empregador exigir trabalho em
prorrogação de jornada)
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte
de qualquer empregado, à execução de serviço extraordinário, será considerada FALTA
GRAVE.
2) HIPOTESE
Contrato de Aprendizagem – começa no art. 428
É contrato de trabalho por prazo determinado, especial, realizado dos 14 aos 24 anos (e até 2
anos no máximo) durante o contrato o aprendiz deve frequentar a escola. Frequência do curso
normal e também o curso profissionalizante.
Art. 433 – Hipóteses de dissolução.
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
II - falta disciplinar grave; (hipóteses do 482 da clt)
III - ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou
IV - a pedido do aprendiz.
Rol taxativo – é o único contrato de trabalho que não permite despedida arbitrária.
O empregador deve cumprir e fazer cumprir. Deve fornecer e fiscalizar o uso. PODER-
DEVER.
Art. 158 Cabe aos empregados
Parágrafo único. Constitui ATO FALTOSO do empregado a recusa injustificada:
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que
trata o item II do artigo anterior; II - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos
deste Capítulo.
No primeiro momento não é ato grave, tem que ser progressivo. Se tornará grave devido a
repetição.
Não usou o equipamento cabe advertência, insistiu cabe uma suspensão disciplinar, somente
depois despedida por justa causa.
Não é poder de direção, é poder dever. Ele tem que fiscalizar é a obrigação. Havendo
acidente, em regra é objetiva a responsabilidade do empregador, ou no mínimo uma culpa
presumida. Só não será se comprovado culpa exclusiva do empregado.
4) HIPOTESE: Lei que regula o exercício de greve. Lei 7783/89.
A greve é um direito previsto no art. 9º da CF, para o servidor público está prevista no
CFart. 37.
Contudo a regulamentação somente existe no setor privado. É usada por analogia no ser.
Público.
Atividade essencial.
Tem que ser mantido, pois é atividade essencial que irá atender 3º.
Quem faz a escala é o sindicato profissional, e na sua falta será formada uma comissão
de empregados que irá fazer o papel do sindicato. Para atender a situação de dano ou
de atividade essencial.
O empregado não pode não atender ao chamado, não o fazendo sem justificativa. Falta
grave
200
No direito trabalhista, sobretudo os conflitos coletivos, quando falamos de autodefesa
(exemplo é a greve), auto composição (acordo coletivo e convenção coletiva) e hétero
composição (sentença normativa ou laudo arbitral).
Ex: Solucionou o conflito por negociação coletiva, não cabe ajuizamento de dissídio
coletivo. Se solucionado por norma coletiva não cabe autodefesa (greve).
“Superior as suas forças” – físicas ou intelectuais. Neste caso o empregador está exigindo
algo fora do pactuado no contrato de trabalho.
COMPARANDO:(falta grave do empregado em ato de indisciplina ou insubordinação). Para
caracterizar falta grave do empregado deve ser legítima, ou seja, obrigação contratual.
Quando o empregador exige do empregado, algo que está fora do contrato. Além do
empregado descumprir a ordem, sem que isso caracteriza um desvio. Caracteriza uma falta
grave do empregador.
Ex: O empregado tem uma mudança na sua capacidade laborativa. O empregado é obrigado a
readaptar, pois se não o fizer estará exigindo do empregado um serviço superior às suas
forças.
“Desídia”. Ela se caracteriza por negligencia ou imprudência, nunca por imperícia, pois
imperícia não é desleixo. Imperícia significa que ele não sabe, não tem qualificação para
fazer.
O fato dele não saber fazer, não é desvio de conduta. Não só, não é desvio de conduta, como
caracteriza falta grave do empregado, exigir o que ele não pode fazer.
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
Normalmente são situações de perseguição ao empregado. Por desavença entre empregador e
empregado, ou por que o empregador quer despedir, mas não quer pagar indenização.
Realiza atos de perseguição até o empregado pedir a dissolução. Normalmente o empregado
não conhece a possibilidade de despedida indireta.
201
Para ocorrer a despedida indireta o empregado deve demostrar o nexo causal, provando a
falta grave do empregador, pois é fato constitutivo de seu direito, o ônus da prova é do
empregado. Devendo comprovar a falta grave e o nexo causal entre a falta e a despedida.
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;
Alíneas equivalentes as alíneas “j” e “k” do 482 CLT.
Comum neste caso a culpa recíproca. Os dois comentem ato faltoso.
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
Redução indireta de salário, além de proibido pela CF, constitui ato faltoso grave.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do
serviço.
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao
empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato
de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, PERMANECENDO ou não no
serviço até final decisão do processo.
Na verdade, poderá rescindir em qualquer das hipóteses.
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