Você está na página 1de 42

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM

DISTÚRBIOS DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS

AULA 3
ARTERIOSCLEROSE E ATEROSCLEROSE
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC)

Disciplina: Cuidado ao Adulto em Situação Clínica

Professor: Bruno Valois


Introdução
Introdução
•  F l u x osanguíneo
ininterrupto é essencial
para as células e tecidos.

•  Doença cardiovascular !
principal causa de
mortalidade nos EUA.

•  Distúrbios obstrutivos das


artérias coronárias e
suas complicações.
Arteriosclerose e Aterosclerose

ARTERIOSCLEROSE : perda da elasticidade das artérias


ou endurecimento.

ATEROSCLEROSE: acúmulo de placas gordurosas


(principalmente colesterol) na luz da artéria.

•  Ambas as condições afetam vasos sanguíneos que


fornecem sangue para órgãos e tecidos do corpo.

•  Contribuem para vários distúrbios: AVE, IAM, Insuf. Renal


Arteriosclerose e Aterosclerose

•  N o r m a l m e n t e acompanham o processo de
envelhecimento:

Cél. do tecido arterial degeneram ! depósito de cálcio !


perda da elasticidade das artérias ! redução do vol. de
sangue oxigenado para os órgãos.

•  Muitos fatores afetam a velocidade do início e a


gravidade global dessas condições.
Fatores: sexo,
Alterações hereditariedade
Hiperlipidemia dieta e
ateroscleróticas
atividade

SEXO: ocorre mais cedo em homens (10-15 anos antes). Incidência


aumenta em mulheres na pós menopausa.

HEREDITARIEDADE: algumas pessoas replicam cél. com quant.


reduzida de receptores que ligam colesterol (herança genética).

DIETA: hipergordurosas ! saturam os receptores de colesterol.

•  Homocisteína – subproduto da metionina (presente na carne) !


espessamento e estreitamento da parede arterial.

INFECÇÕES PRÉVIAS ! Chlamydia pneumoniae – acelera o processo


aterosclerótico ao infectar o músc. liso e as cél. endoteliais das paredes
arteriais, produzindo inflamação local.
Fatores de Risco para Aterosclerose

Chlamydia
pneumoniae
Distúrbios obstrutivos das artérias coronárias

DOENÇA
ARTERIAL
CORONARIANA

Alterações
ateroscleróticas ou
arterioscleróticas
das artérias
coronárias que
nutrem o miocárdio.

Precede a
obstrução
coronariana, que
quando não tratada
pode levar ao infarto
do miocárdio.
Fisiopatologia e Etiopatologia da DAC

Mesmo com doença coronariana Pode permanecer não


considerável, o fluxo sanguíneo pode diagnosticada em
ser mantido em REPOUSO. indivíduos SEDENTÁRIOS.

Situações que
Artérias
aumentam a ANGINA
comprometidas
demanda PECTORIS
não conseguem
miocárdica de
oxigenar Não é
O2 !
adequadamente acompanhada
EXERCÍCIOS o miocárdio de morte do
FÍSICOS músculo
ESTRESSE cardíaco
ISQUEMIA
EMOCIONAL
Fatores de Risco para Doença Arterial
Coronariana

HERDADOS COMPORTAMENTAIS

•  Idade avançada •  Tabagismo


•  Sexo Masculino •  Sedentarismo
•  Diabetes Mellitus •  Obesidade
•  Aumento do nível de •  Dieta hipergordurosa
lipídeos •  Personalidade
•  Predisposição genética competitiva, agressiva
•  Hipertensão arterial
Sinais e sintomas
•  DAC leve: assintomáticos ou queixam-se de fadiga

SINTOMA CLÁSSICO : DOR TORÁCICA (ANGINA) /


Desconforto durante atividade ou estresse.

Dor ou pressão súbita


Sob o coração – DOR PRECORDIAL
Sob o esterno - DOR SUBESTERNAL

É possível que a dor/ desconforto irradie para os ombros e


braços (lado esquerdo), ou para a mandíbula, pescoço ou
dentes.
Sinais e sintomas
Arcus senilis
•  Obesidade e Hipertensão

•  Pulso acelerado em repouso

•  Arcus senilis
Anel branco e opaco na periferia
da córnea – depósito de grânulos
de gordura (adultos mais velhos)

•  Xantelasma
Xantelasma
Placa amarelada elevada nas
pálpebras superiores e inferiores –
sugere acúmulo de lipídeos
Tipos de Angina
ANGINA ESTÁVEL
•  Tipo mais comum.

•  Ocorre quando o coração está trabalhando mais intensamente


que o usual

•  Há um padrão regular – a pessoa pode reconhecer e prever


quando ocorrerá

•  A dor desaparece em alguns minutos depois de a pessoa


repousar e tomar o medicamento.

•  Aumenta a probalildade de ataque cardíaco futuro.


Tipos de Angina
ANGINA INSTÁVEL

Requer tratamento de emergência

Sinal de que um ataque cardíaco irá ocorrer

Não segue um padrão

Pode ocorrer sem esforço físico e não segue um padrão

Não é aliviada com repouso / medicamento.


Tipos de Angina
ANGINA VARIANTE (PRINZMETAL)

•  Tipo raro que geralmente ocorre quando a pessoa está


repousando.

•  A dor pode ser forte e geralmente ocorre entre meia noite


e as primeiras horas da manhã.

•  Pode ser aliviada com medicamentos.


Quadro resumo
Achados diagnósticos
•  Nível de colesterol total elevado
•  Nível de triglicerídeos aumentado

LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE (LDL) "


•  Low- density lipoportein – COLESTEROL RUIM
•  Maior proporção de colesterol do que de proteína
•  Adere às artérias

LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE (HDL) #


•  High-density lipoprotein – COLESTEROL BOM
•  Maior proporção de proteína do que colesterol
•  Transporta o colesterol para o fígado para ser removido
Achados diagnósticos
APOLIPOPROTEÍNAS

•  Proteínas localizadas na
superfície das moléculas de
colesterol.

•  Ligam-se a enzimas que


dirigem o colesterol a locais
onde ele é metabolizado.

•  Pacientes com propensão


genética à hiperlipidemia
n ã o p o s s u e m
apolipoproteínas, ou
possuem em baixo nível.
Achados diagnósticos
•  ECG e teste ergométrico
Depressão do segmento ST
Arritmias e hipertensão arterial induzidas por
exercícios.

•  Arteriografia coronariana ! estreitamento de


uma ou mais artérias coronárias.

•  Tomografia computadorizada ! detecta placas


calcificadas em uma ou mais artérias
coronarianas em pacientes assintomáticos.
LDL & HDL
Aumentando o HDL
Alimentos e Colesterol
Risco Cardíaco
•  Pode ser estimado dividindo-se o nível do colesterol
sérico total pelo do HDL.

•  Resultados superiores a 5 sugerem possibilidade de


DAC.

•  Por exemplo:
Determine qual paciente apresenta o menor risco cardíaco:

•  Paciente A: Colest. Total : 224 mg/dl HDL: 38 mg/dl


•  Paciente B: Colest. Total: 198 mg/dl HDL: 35 mg/ dl
•  Paciente C: Colest. Total: 210 mg/dl HDL: 55 mg/dl
Risco Cardíaco
•  CALCULANDO:

•  Paciente A: 224 mg/dl ÷ 38 mg/dl = 5,89


•  Paciente B: 198 mg/dl ÷ 35 mg/ dl = 5,65
•  Paciente C: 210 mg/dl ÷ 55 mg/dl = 3, 81

RESPOSTA:

•  O PACIENTE COM MENOR RISCO CARDÍACO É O


PACIENTE C.
Circunferência abdominal
Circunferência abdominal
É utilizada para estimar os riscos de uma pessoa
desenvolver diabetes, doenças cardíacas e outros
problemas de saúde.
Os valores maiores
que os citados na
tabela de
referência
representam riscos
para o indivíduo,
classificado como
obeso ou não.
Momento para iniciar dieta e
medicamentos
med.
Tratamento clínico
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Parar de fumar, perder peso, controlar o estresse, fazer
exercícios

TERAPIA MEDICAMENTOSA
Vasodilatadores arteriais – nitratos (nitroglicerina, isordil)
Beta bloqueadores – reduzem o consumo de O2 pelo
miocárdio, reduzindo a FC.
Bloqueadores do canal de cálcio – Nifedipina, Adalat,
Amlodipina
Estatinas – reduzem os lipídeos
Tratamento clínico
ALIMENTOS A BASE DE SOJA
•  São considerados fitoestrógenos – fontes vegetais de
estrogênios – estratégia cardioprotetora.
Tratamento clínico
•  Método Adjuvante / Não invasivo.

•  Dispositivo de pressão com manguitos pneumáticos instalado


nas coxas e panturrilhas.
•  A pulsação move o sangue em direção ao coração,
aumentando a perfusão das artérias.
Técnicas de Perfusão Invasiva
•  ANGIOPLASTIA CORONÁRIA TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA
Orientações ao paciente submetido à
angioplastia com balão
•  Evitar o levantamento de peso superior a 5 kg por pelo menos 3 dias se a
região inguinal tiver sido utilizada para inserção do cateter.

•  Evitar levantamento de peso superior a 500g por pelo menos 3 dias se o


cateter tiver sido inserido na extremidade superior.

•  Limpar o local com água e sabão. Eliminar qualquer curativo.

•  Evitar atividade sexual por uma semana.

•  Esperar o aparecimento da equimose (1-3 sem) no local de inserção do


cateter.

•  Notificar sinais de infecção: febre, edema, hiperemia, dor aguda.

•  Notificar o cardiologista se presença de dor ou compressão no tórax –


obstrução do fluxo sanguíneo da art, coronária.
Técnicas de Perfusão Invasiva

•  STENT CORONARIANO

PEQUENO TUBO
METÁLICO
SEMELHANTE A
MALHA

FICA DE MODO
PERMANENTE NA
ARTÉRIA ALARGADA

TECIDO ENDOTELIAL
É INCORPORADO À
MALHA – 4 A 6
SEMANAS
Técnicas de Perfusão Invasiva

•  ATERECTOMIA
A PLACA DE ATEROMA É REMOVIDA COM A
INSERÇÃO DE UM CATETER CARDÍACO COM
UMA FERRAMENTA DE CORTE NA PONTA.

EXISTEM VÁRIOS TIPOS

-  PODE SER A LASER

-  -PODE UTILIZAR UMA LÂMINA ROTATÓRIA


(EXTRAÇÃO TRANSLUMINAL)

-  A PLACA PODE SER REMOVIDA E SUAS


PARTÍCULAS ARMAZENADAS NO INTERIOR
DO CATETER (ATERECTOMIA CORONÁRIA
DIRECIONAL)
Cirurgia de revascularização do miocárdio
•  Implante de enxertos no miocárdio. Parte de uma veia
saudável do membro inferior ou de uma art. torácica.
•  Objetivo: redirecionar o fluxo de sangue oxigenado.

O coração é parado durante


a cirurgia e o sangue é
circulado através de um
aparelho de circulação extra
corpórea.
Intervenções de Enfermagem
•  Avaliação da dor torácica

•  Administração das drogas prescritas – dilatação


das art. coronárias e redução do trabalho
cardíaco.

•  Estímulo ao repouso.

•  Administração de
O2
Intervenções de Enfermagem
•  Educação em saúde – reduzir os fatores modificáveis da
doença coronariana. Orientações: dieta hipogordurosa,
exercícios físicos aeróbicos regulares.

•  Orientações sobre os exames diagnósticos e


procedimentos terapêuticos.
Intervenções de Enfermagem
Orientação sobre a administração e os efeitos colaterais
das drogas anti anginosas.

•  Vasodilatadores (nitroglicerina) – cefaleia, tontura,


hipotensão, taquicardia, rubor cutâneo, náusea.

•  Beta bloqueadores
(propanolol) :
hipotensão, bradicardia,
broncoespasmo, disfunção
erétil, hipoglicemia.
Referência

•  TIMBY, Barbara Kuhn; SMITH, Nancy E. Enfermagem


Médico Cirúrgica. 8a edição. Barueri, São Paulo:
Manole, 2005.

Você também pode gostar