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2
12.
EDUCATECA
Matemática A 12. EDUCATECA
ano
ano
GUIA
DE RECURSOS
DO PROFESSOR
Matemática A
Desenvolvimento
curricular
Planificação anual
e planos de aula
Fichas
Mais recursos
Componentes do projeto: para a aula
Manual do aluno
Registos
Caderno de Preparação para o Exame Nacional (oferta ao aluno)
do professor
Caderno de atividades
Livromédia
EDUCATECA
O Teu Mestre (vídeos com a resolução de exercícios
de provas de Exame Nacional — oferta incluída no Livromédia)
Só para professores:
Livro do professor
EDUCATECA — Guia de recursos do professor
Livromédia do professor
www.projetodesafios.com
Conforme o novo
Acordo Or tográfico Todo o material deste
da língua portuguesa
livro está disponível
no Livromédia
do professor e em
www.projetodesafios.com
1
Trigonometria e Números Complexos 161
Desenvolvimento • Tarefas: Sugestões e resoluções 161
curricular 17
• Investigações: Sugestões 171
PROGRAMA DE MATEMÁTICA A — 12.º ANO 18 • Materiais para a aula 172
• TEMA 1 — Probabilidades e Combinatória 18 • Guiões de exploração dos materiais para a aula 176
• TEMA 2 — Introdução ao Cálculo Diferencial II 19
PARTE
4
• TEMA 3 — Trigonometria e Números Complexos 21
2 Planificação anual
e planos de aula 23
Avaliação de diagnóstico
• Ficha de diagnóstico
178
178
PLANIFICAÇÃO ANUAL 18 • Respostas às atividades 181
• Avaliação de diagnóstico 24 TEMA 1
• TEMA 1 — Probabilidades e Combinatória 24 Probabilidades e Combinatória 182
• TEMA 2 — Introdução ao Cálculo Diferencial II 26 • Ficha de consolidação 1 182
• TEMA 3 — Trigonometria e Números Complexos 29 • Ficha de consolidação 2 184
PLANOS DE AULA 31 • Ficha de consolidação 3 186
• Avaliação de diagnóstico 31 • Ficha de consolidação 4 189
• TEMA 1 — Probabilidades e Combinatória 32 • Ficha de avaliação 1 191
• TEMA 2 — Introdução ao Cálculo Diferencial II 62 • Ficha de avaliação 2 193
• TEMA 3 — Trigonometria e Números Complexos 92 • Respostas às atividades 195
TEMA 2
PARTE
200
3
Introdução ao Cálculo Diferencial II
Guiões • Ficha de consolidação 5 200
didáticos 117 • Ficha de consolidação 6 202
• Guiões de exploração dos materiais para a aula 135 • Ficha de avaliação 4 217
• Ficha de avaliação 5 219
• Respostas às atividades 221
5
• Estratégias de resolução de problemas 312
Mais recursos TEMA 2
para a aula 269 Limite de uma sucessão 313
TEMA 1
PARTE
6
Probabilidades II 277
• Literatura e Matemática 277 Registos
• Notação matemática 283
do professor 327
24
2
355039_023-030.indd 24
TEMAs/ n.º dE AulAs
dEsEnvolviMEnTo indicAçõEs METodológicAs
/conTEúdos EspEcíficos (# 90 MinuTos)
avaliação de diagnóstico 1 • Pretende-se avaliar os conhecimentos • Ficha de diagnóstico (educateca).
e competências adquiridos pelos alunos
ao longo do seu percurso escolar com
ênfase nos dois últimos anos (10.º e 11.º anos).
Probabilidades e Combinatória (30 aulas)
• Introdução ao cálculo de 12 • experiência aleatória; conjunto de • resolução da tarefa 1 (Jogo) da página 8 para introdução ao tema
probabilidades resultados; acontecimentos. — recurso 1: Jogo de cartas (Livromédia do professor).
• Operações com acontecimentos. • acontecimentos e operações com acontecimentos — resolução das
Planificação anual
12/03/21 12:07
PArtE
2 PlAnO DE AulA n.º 2 Matemática A — 12.º ano
Planificação e planos de aula
TEMA
Probabilidades e Combinatória
ConTEúdos EspECífiCos
Introdução ao cálculo das probabilidades
suMário
Experiência aleatória e espaço de resultados.
AvAliAção TpC
• Observação formativa das produções efetuadas pelos • Alguns dos exercícios propostos para a aula poderão
alunos. ser sugeridos como tPC.
obsErvAçõEs
• ara saber mais sobre as origens das probabilidades, consultar as páginas 118 e 119 do manual e o site: http://www.alea.pt
P
• Mais exercícios de escolha múltipla e de resposta aberta: páginas 50 a 53 (manual).
• Síntese: páginas 4 e 5 (caderno de atividades).
• Exercícios de escolha múltipla e de resposta aberta: páginas 4 a 9 (caderno de atividades).
• Consultar Guiões didáticos — tarefas: Sugestões e resoluções do tema 1 (educateca).
• Consultar Guiões didáticos — Materiais para a aula do tema 1 (educateca).
• Consultar a página de Internet: www.alea.pt.
FICHa De CONSOLIDaçãO 1
N
as questões seguintes, apresente o seu raciocínio de forma clara, indicando todos os cálculos
que tiver de efetuar e as justificações necessárias.
2 Considere a experiência aleatória que consiste na extração de duas bolas, uma de uma caixa com
três bolas azuis, numeradas de 1 a 3, e outra de uma outra caixa, com três bolas brancas,
igualmente numeradas de 1 a 3, e anotar os números obtidos.
2.1 represente, em extensão, o espaço de resultados E que lhe está associado.
2.2 Considere os acontecimentos seguintes.
• A: «a soma das pontuações é 4.»
• B: «O produto das pontuações é 3.»
represente em extensão cada um dos acontecimentos de E:
a) A b) B c) A + B d) A\B
2.3 Calcule a probabilidade dos acontecimentos referidos em 2.2.
3 Foi registado durante vários anos o número de incêndios florestais ocorridos por dia durante os
meses da estação de verão. Desse estudo resultou o quadro seguinte:
Número de incêndios 0 1 2 3 4 5 6 26
Número de dias 41 30 24 19 14 5 7 12
Fichas
o lançamento de um dado deste tipo, qual é a probabilidade de obtermos uma face com um número
N
múltiplo de 3 ou maior do que 7? D C
7 Uma estação de televisão pretende criar uma nova grelha de programação para o período que
decorre entre as 8h e as 9h30 da manhã, dispondo para o efeito de 2 programas de 1 hora — um
informativo e um musical — e de 3 programas de 30 minutos — dois musicais e um de desporto.
p3u1p7h1
e scolhendo ao acaso uma das possíveis grelhas de programação, qual é a probabilidade de que ela
contenha apenas programas musicais? apresente a probabilidade na forma de fração irredutível.
Nota: a mudança de ordem de programas origina diferentes grelhas.
8 Dos sócios de um clube desportivo, 68% praticam futebol, 24% praticam voleibol e 10% praticam
ambas as modalidades.
ao escolher aleatoriamente um praticante deste clube, qual é a probabilidade de este:
a) praticar apenas uma das referidas modalidades?
b) não praticar nenhuma destas modalidades?
9 De um grupo de alunos do Ensino Secundário a frequentar o 12.° ano, 70% estão matriculados
em Matemática; 65% em Química; 55% em Biologia; 27% em Matemática e Biologia; 35%
em Matemática e Química; 37% em Química e Biologia e 12% nas três disciplinas.
Se escolhermos, ao acaso, um destes alunos, qual é a probabilidade de estar matriculado:
a) em duas e só duas destas disciplinas?
b) apenas em Matemática?
11 Seja E o espaço de resultados (com um número finito de elementos), associado a uma certa
experiência aleatória.
Sejam A e B dois acontecimentos ^A 1 E e B 1 Eh. Sabe-se que: P^Bh = P^Ah e P^A,Bh = 2P^Ah
11.1 Prove que os acontecimentos A e B são incompatíveis.
11.2 Os acontecimentos A e B são necessariamente contrários? Justifique.
FICHa De aVaLIaçãO 1
4
Fichas
ESCOLA:
Grupo I
Para cada uma das questões deste grupo, selecione a opção correta de entre as que lhe são apresentadas
e escreva na sua folha de respostas a letra que lhe corresponde.
4 Numa turma do 12.° ano, 60% dos alunos são do sexo masculino. Sabe-se que 60% das alunas
dessa turma usam óculos e que 40% dos rapazes usa óculos.
escolhendo um aluno dessa turma, ao acaso, qual é a probabilidade de:
a) ser rapaz e usar óculos?
(A) 16% (C) 24%
(B) 20% (D) 28%
b) ser rapariga, sabendo que usa óculos?
(A) 20% (C) 40%
(B) 30% (D) 50%
4
Grupo II
Nas questões seguintes, apresente o seu raciocínio de forma clara, indicando todos os cálculos que tiver
Fichas
2 2.1
S eja E o espaço de resultados, finito, associado a uma certa experiência aleatória.
Sejam A e B dois acontecimentos ^A 1 E e B 1 Eh, com P]Bg ! 0.
Prove que: P]Bg # 61 - P_A|Bi@ + P_Bi = P _A , Bi
2.2 Numa empresa de inovação tecnológica, trabalham pessoas
de vários países, na sua maioria de nacionalidade portuguesa.
Sabe-se que um em cada nove dos trabalhadores portugueses
é do sexo masculino.
escolhido ao acaso um trabalhador da empresa, a probabilidade
de ele ser estrangeiro ou do sexo feminino é de 90%.
trabalham na empresa 240 pessoas.
Quantos são os trabalhadores portugueses?
Nota: Se desejar, pode utilizar a igualdade da alínea 2.1. na resolução deste problema; nesse caso,
comece por explicitar os acontecimentos A e B, no contexto do problema.
PARTE I II
QUESTÕES 1; 2; 3; 4.1; 4.2 1.1 1.2 1.3 2.1 2.2 3.1 3.2 4.1 4.2
COTAÇÕES 5 3 10 5 50 10 10 10 20 20 30 15 15 20
PrOvA 1
ESCOLA:
Grupo I
Para cada uma das questões deste grupo, selecione a opção correta de entre as que lhe são apresentadas
e escreva na sua folha de respostas a letra que lhe corresponde.
1 Num saco existem 15 bolas numeradas de 1 a 15. Tiram-se duas bolas ao acaso.
A probabilidade de o produto desses números ser par é:
1 2 4 11
(A) (B) (C) (D)
15 5 5 15
2 A distribuição de probabilidades de uma variável aleatória X é representada por:
Sabendo que a média é 2, os valores de k e de a são, respetivamente:
(A) -2 e 1 (B) -2 e 2 (C) -1 e 2 (D) -1 e 1
3 O produto do segundo e do penúltimo elemento de uma certa linha do Triângulo de Pascal é 144.
Qual é o valor central dessa linha?
(A) 462 (B) 792 (C) 924 (D) 1716
Qual das afirmações é necessariamente verdadeira?
(A) a é zero de g.
(B) g]ag é mínimo relativo de g.
(C) g]ag é máximo relativo de g.
(D) _a, g]agi é ponto de inflexão do gráfico de g.
6 O período positivo mínimo da função h, de domínio IR, definida por h]Æg = sen ]0,2rÆ + 0,5g é:
(A) 2r (B) 0,2 (C) 10 (D) 10r
7 Em C,
I conjunto dos números complexos, considere:
- 2 + 6i
4
z= + 4i 2
Fichas
1 + 2i
Qual é a representação trigonométrica de z?
3r 3r 5r 5r
(A) 2 2 cis (B) 2 5 cis (C) 2 5 cis (D) 2 2 cis
4 4 4 4
Grupo II
Nas questões seguintes, apresente o seu raciocínio de forma clara, indicando todos os cálculos que
tiver de efetuar e as justificações necessárias.
1 Em C,
I conjunto dos números complexos, considere:
z1 = 1 + 3i
Sem recorrer à calculadora, resolva as duas alíneas seguintes:
1.1 S abendo que z1 é uma raiz quarta de um certo complexo w, indique as restantes raízes quartas de w
e determine a área do polígono que tem por vértices as imagens geométricas das raízes do
complexo w.
r
1.2 Seja: z2 = cis
6
Determine o menor valor de n natural de modo que o número complexo _z1 # z 2i n seja um
imaginário puro com coeficiente da parte imaginária negativo.
m baralho de cartas tem quarenta cartas _dez cartas em cada naipe — ás, três figuras (rei, dama
2 U
e valete) e mais seis cartas (do 2 ao 7)i.
2.1 D
e quantas maneiras diferentes podemos dispor em fila as dez cartas do naipe de ouros, de tal
forma que as três figuras fiquem juntas, no princípio ou no fim da fila?
2.2 C
onsidere o problema seguinte:
«De um baralho com as quarenta cartas, tiram-se quatro cartas ao acaso. Qual é a probabilidade de,
nessas quatro cartas, o rei de copas ser uma das cartas escolhidas somente se a rainha de copas for
igualmente escolhida?»
Apresentam-se em seguida duas respostas:
40
C 4 + 38 C3
Resposta 1: 40
C4
38
C2 + 38 C3 + 38 C 4
Resposta 2: 40
C4
Apenas uma das respostas está correta.
Elabore uma composição na qual:
• identifique a resposta correta;
• explique um raciocínio que conduza à resposta correta;
• proponha uma alteração na expressão correspondente à resposta incorreta, de modo a torná-la correta;
• explique, no contexto do problema, a razão da alteração proposta.
3 S
eja X o espaço de resultados associados a uma certa experiência aleatória.
Sejam A e B dois acontecimentos tais que A 1 X e B 1 X, com P]Bg ! 0.
Prove que:
P_A , Bi + P]Bg # 8P_A|Bi - 1B = 0 + P]Bg = 1
resolva os três itens seguintes recorrendo a métodos exclusivamente analíticos.
4.1 Estude a função f quanto à existência de assíntotas não verticais do seu gráfico.
4.2 Mostre, sem resolver a equação, que f]ûg = 1 tem, pelo menos, uma solução em @1, e2 6.
4.3 E stude a função f, quanto à monotonia e quanto à existência de extremos relativos.
Cotações
Grupo I 40
Cada resposta certa 5
Cada resposta errada 0
Cada questão não respondida ou anulada 0
Grupo II 160
1. 30
1.1 15
1.2 15
2. 25
2.1 10
2.2 15
3. 15
4. 40
4.1 15
4.2 10
4.3 15
5. 50
5.1 35
5.1.1 15
5.1.2 20
5.2 15
Total 200
4
Critérios específicos da prova 1
Grupo I 40
As respostas certas são as seguintes:
Fichas
QuEStÕES 1 2 3 4 5 6 7 8
oPção CoRREta D A C B C C A D
Cada resposta correta 5
Grupo II 160
1. 30
1.1 15
Indicar as restantes raízes _- 3 + i; - 1 - 3i ; 3 - i i. ]3 # 3g 9
Determinar o lado do quadrado _ 8 i. 4
Determinar a área do quadrado ]8g. 2
1.2 15
Escrever z1 na forma trigonométrica c 2 cis m.
r
4
3
NÍVEiS DESCRitoRES
Composição bem estruturada, sem erros de sintaxe, de pontuação e/ou de ortografia,
3 ou com erros esporádicos, cuja gravidade não implique perda de inteligibilidade e/ou de
sentido.
Composição razoavelmente estruturada, com alguns erros de sintaxe, de pontuação
2
e/ou de ortografia, cuja gravidade não implique perda de inteligibilidade e/ou de sentido.
Composição sem estruturação aparente, com erros graves de sintaxe, de pontuação e/ou
1
de ortografia, cuja gravidade implique perda frequente de inteligibilidade e/ou de sentido.
Na tabela seguinte, indica-se como deve ser classificada a resposta a este item, de acordo
com os níveis de desempenho no domínio da comunicação escrita em língua portuguesa
(apresentados na tabela anterior) e os níveis de desempenho no domínio específico
da disciplina.
4 DESCRitoRES Do NÍVEl
DESCRitoRES Do NÍVEl DE DESEmPENho No DomÍNio NÍVEiS
Da ComuNiCação ESCRita Em lÍNgua
PoRtuguESa 1 2 3
Fichas
A composição contempla corretamente apenas os pontos A e B, OU apenas
3 7 8 9
o ponto B.
A composição contempla corretamente apenas os pontos A e C, OU apenas
2 6 6 6
o ponto C.
1 A composição contempla corretamente apenas o ponto A. 3 3 3
No caso de a resposta não atingir o nível 1 de desempenho no domínio específico da
disciplina, a classificação a atribuir é zero pontos. Neste caso, não é classificado o desempenho
no domínio da comunicação escrita em língua portuguesa.
3. 15
A resposta do aluno deve incluir os pontos seguintes:
P]A + Bg
• P_A|Bi = • A , B = A + B • P _ A + B i = 1 - P]A + Bg
P]Bg
2 O aluno aplica corretamente apenas dois pontos. 7
1 O aluno aplica corretamente apenas um ponto. 3
4. 40
4.1 15
f]ûg
Calcular lim ]-1g. 7
û"+3 û
Calcular lim _f]ûg + ûi ]+3g. 7
û"+3
Concluir que não existem assíntotas não verticais. 1
4.2 10
referir que a função é contínua em 61, e2@. 2
Concluir que f _e2i 1 1 1 f ]1g 6
Concluir o pretendido referindo o teorema de Bolzano. 2
4.3 15
Determinar fl d n.
1-û
6
û
Estudar o sinal de fl recorrendo a um quadro (ou equivalente). 7
Apresentar o valor máximo ]2g. 2
5. 50
5.1 35
5.1.1 15
g]ûg
Determinar lim . 7
û"0û -
g]ûg
Determinar lim . 8
û"0 û +
4
5.1.2 20
Determinar gl em @0, r6 `2 3 û - 2 cos ]2ûgj. 4
Determinar gm em @0, r6 `2 3 + 4 sen ]2ûgj. 4
Fichas
2r 5r
resolver a equação gm ^ûg = 0 em @0, r6 d û = 0û = n. 4
3 6
Estudar o sinal de gm recorrendo a um quadro (ou equivalente). 6
Apresentar os pontos de inflexão
2r ]8r - 9g $ 3
ff p e e o p
2
5r 25 3 r2 + 18
, , 2
3 18 6 36
5.2 15
reproduzir o gráfico de g se û 2 0. 3
reproduzir o gráfico de g se û G 0. 3
reproduzir a reta de equação y = û + 1. 3
Assinalar no gráfico os pontos cuja abcissa é solução da equação
g]ûg = û + 1. ]2 + 2g 4
Indicar os valores de a e b na forma pedida. ]1 + 1g 2
Total 200
tEMA 1 Probabilidades II 5
O EStrAnhO CASO DO CãO MOrtO
MArk hADDOn
Passavam sete minutos da meia-noite e o cão jazia no meio do
relvado em frente da casa da Sr.ª Shears. tinha os olhos fechados e parecia
que estava a correr de lado, da forma como os cães correm quando
sonham que estão a perseguir um gato. Mas o cão não estava a correr
nem a dormir. O cão estava morto. tinha uma forquilha espetada e os
dentes desta deviam tê-lo traspassado completamente, cravando-se na
terra, pois a forquilha mantinha-se de pé. Concluí que o cão provavelmente
fora morto com a forquilha, pois eu não conseguia ver nele quaisquer
outras feridas, e acho que ninguém iria espetar uma forquilha num cão
depois de ele ter morrido por qualquer outra razão, como cancro, por
exemplo, ou devido a um atropelamento. Mas eu não podia ter a certeza
disto.
Atravessei o portão da Sr.ª Shears, fechando-o atrás de mim. Caminhei
pelo relvado e ajoelhei-me ao lado do cão, colocando a minha mão sobre
o seu focinho. Ainda estava quente.
O cão chamava-se Wellington. Pertencia a Sr.ª Shears, que era nossa
amiga. Ela vivia do outro lado da rua, duas casas à esquerda. [...]
Este é um romance policial sobre homicídio.
A Siobhan [uma professora] disse que eu devia escrever alguma coisa que eu próprio quisesse ler. Eu leio
sobretudo livros sobre ciência e matemática. não gosto de romances a sério. nos romances a sério as pessoas
dizem coisas como «eu estou raiado de ferro, de prata e com riscas de lama vulgar. não consigo contrair-me num
punho firme como aqueles que não dependem de estímulo se cerram.» O que é que isto significa? Eu não sei.
nem o Pai. nem a Siobhan nem o Sr. Jeavons. Já lhes perguntei.
A Siobhan tem cabelo loiro comprido e usa óculos, que são feitos de plástico verde. E o Sr. Jeavons cheira
a sabonete e calça sapatos castanhos que têm aproximadamente sessenta buraquinhos circulares cada um.
Mas eu gosto de romances policiais sobre homicídios. Por isso estou a escrever um romance policial sobre
homicídio.
num romance policial sobre homicídio alguém tem de tentar perceber quem é o assassino e depois apanhá-lo.
É um quebra-cabeças. Se for um bom quebra-cabeças, às vezes consegue-se descobrir a solução antes do final
do livro.
A Siobhan disse que o livro devia começar com alguma coisa que prendesse a atenção das pessoas. Foi por
isso que comecei com o cão. também comecei com o cão porque foi uma coisa que me aconteceu e é-me difícil
imaginar coisas que não me aconteceram.
A Siobhan leu a primeira página e disse que era diferente. Ela colocou esta palavra entre aspas, fazendo
o sinal de citação agitando o primeiro e segundo dedos. Ela disse que, nos romances policiais sobre homicídio,
quem era morto eram normalmente pessoas. Eu disse que dois cães eram mortos em O Cão dos Baskerville,
o próprio cão e o spaniel de James Mortimer, mas a Siobhan disse que eles não eram as vítimas do assassinato,
mas sim o Sir Charles Baskerville. Ela disse que isto se devia ao facto de os leitores se importarem mais com pessoas
do que com cães, por isso, se uma pessoa fosse morta no livro, os leitores quereriam continuar a ler.
5
eu disse que queria escrever sobre algo verdadeiro e que conhecia pessoas que tinham morrido, mas que
não conhecia ninguém que tivesse sido morto, a não ser o pai do edward lá da escola, o Sr. Paulson, e ele morreu
devido a um acidente de asa-delta, não foi assassinado, e eu não o conhecia lá muito bem. eu também disse que
Mais recursos para a aula
gostava de cães porque eles eram fiéis e honestos, e que alguns cães eram mais espertos e mais interessantes
do que certas pessoas. O Steve, por exemplo, que vem à escola às quintas-feiras, precisa de ajuda para comer
e nem sequer seria capaz de ir buscar um pau. a Siobhan pediu-me para não dizer isto à mãe do Steve.
O autor deste texto é christopher, um rapaz de quinze anos que frequenta um colégio para alunos com necessidades
educativas especiais. sofre de severos problemas psíquicos que lhe dificultam as relações com os outros; no entanto,
a sua inteligência é normal, e mesmo a sua capacidade matemática está acima da média. seguindo uma sugestão da
sua professora, christopher decide escrever um livro onde anota as suas pesquisas para descobrir o assassino do cão
e intercalando simultaneamente opiniões sobre as pessoas, descrições de si próprio e relatos dos acontecimentos normais
que ocorrem na sua vida.
O christopher é meticuloso, programa tudo o que tem de fazer, observa com objetividade as coisas, não se deixa
levar pelas aparências, aplica a lógica a todas as suas decisões, não gosta que lhe deem ordens confusas ou sem sentido...
resolvi que ia descobrir quem matou o Wellington, muito embora o pai me tenha dito para não meter
o nariz nos assuntos das outras pessoas.
é que eu nem sempre faço o que me mandam.
Isto porque quando as pessoas nos dizem o que fazer, normalmente é confuso e não faz sentido.
Por exemplo, as pessoas dizem frequentemente «está calado», mas não nos dizem por quanto tempo temos
de ficar calados. Ou vemos uma tabuleta que diz NãO PISar a relva, mas devia dizer NãO PISar a relva eM
vOlta DeSta taBUleta ou então NãO PISar a relva NeSte ParQUe, porque há muita relva que é permitido
pisar.
além disso, as pessoas estão sempre a quebrar as regras. Por exemplo, o Pai conduz muitas vezes a mais de
50 km/h em zonas em que esse é o limite de velocidade, e às vezes conduz depois de ter estado a beber,
e é frequente não usar o cinto de segurança ao conduzir a carrinha. e na Bíblia diz não matarás, mas existiram as
Cruzadas e duas guerras mundiais e a guerra do golfo, e em todas elas havia Cristãos a matarem pessoas.
eu também não sei o que o Pai quer dizer quando afirma «Não metas o nariz nos assuntos das outras pessoas»,
porque não sei o que ele quer dizer com «assuntos das outras pessoas», pois eu faço imensas coisas com outras
pessoas: na escola, na loja e no autocarro, e o trabalho dele é ir a casa das outras pessoas e arranjar-lhes as caldeiras
e o aquecimento. e todas estas coisas são assuntos das outras pessoas.
5
a Siobhan compreende. Quando me diz para eu não fazer alguma coisa, ela explica-me exatamente aquilo
que não devo fazer. e eu gosto disso.
Por exemplo, ela uma vez disse-me: — tu nunca deves dar um murro na Sarah ou bater-lhe seja de que
christopher nunca mente. Por isso não gosta de metáforas. «Observei a queda da água na rua — escreve. caía
com tanta intensidade que pareciam chispas brancas (e isto é uma comparação, não uma metáfora)». também não lhe
agradam as certezas que temos como verdadeiras e que são apenas convenções:
as pessoas dizem que Órion se chama Órion, porque Órion era um caçador e a constelação tem a forma de
um caçador com uma maça, um arco e uma flecha, assim:
Mas isto é uma grande palermice, porque são só estrelas, e nós podemos ligar os pontos como quisermos;
podíamos fazer com que parecesse uma senhora com um guarda-chuva a acenar, ou a máquina de café da
Sr.ª Shears, que é italiana, com uma pega e com vapor a sair, ou um dinossauro.
e não existem quaisquer linhas no espaço, por isso podíamos juntar partes de Órion a partes de Lebre, de
Touro, ou de Gémeos, e dizer que eles eram uma constelação chamada O Cacho de Uvas ou Jesus ou A Bicicleta
(só que não existiam bicicletas na época romana e grega que foi quando chamaram Órion a Órion).
5
e seja como for, Órion não é um caçador, nem uma máquina de café, nem um dinossauro. é apenas
a Betelgeuse, a Bellatrix, a alnilam, a rigel e mais outras dezassete estrelas das quais eu não sei o nome. e elas são
explosões nucleares a milhões de milhões de quilómetros de distância.
Mais recursos para a aula
e essa é a verdade.
é por isso que não gosto de lugares novos. Se estiver num lugar conhecido, como em casa, na escola, no
autocarro, na loja, ou na rua, já vi quase tudo o que lá está antes, e tudo o que tenho de fazer é olhar para as coisas
que se alteraram, ou que mudaram de sítio. Por exemplo, certa semana, o cartaz do Shakespeare’s globe na sala
de aula lá na escola caíra, e isso era notório porque fora reposto ligeiramente para a direita e havia três pequenos
círculos que eram manchas de Blu-tack na parede, do lado esquerdo do póster. e no dia seguinte alguém fizera
um graffiti a dizer CrOW aPtOk no poste de iluminação 437, na nossa rua, que é o que fica junto do número 35.
Mas a maior parte das pessoas é preguiçosa. Nunca olham para nada. Fazem aquilo a que se chama passar
de raspão com os olhos, que é a mesma expressão para bater em alguma coisa e continuar quase na mesma
direção, por exemplo, quando uma bola de snooker passa de raspão noutra bola de snooker. e a informação na
cabeça delas é muito simples. [...] e depois deixariam de reparar em mais fosse o que fosse, porque estariam
a pensar noutra coisa qualquer, como «Oh, que lindo que isto é» ou «estou preocupada, se calhar deixei o fogão
ligado» ou «Será que a Julie já teve o bebé?». [...]
Isto significa que, quando estou num sítio novo, é muito cansativo, porque vejo todas estas coisas, e se
alguém me perguntar mais tarde como eram as vacas eu poderia perguntar qual delas, e poderia fazer um desenho
delas em casa e dizer que uma determinada vaca tinha manchas assim.
e vejo que disse uma mentira no Capítulo 13, porque disse «eu não sei contar piadas», porque, na verdade,
sei contar três piadas e compreendo-as; uma delas é sobre uma vaca, e a Siobhan disse que eu não tinha de voltar
atrás e alterar o que escrevi no Capítulo 13, porque não faz mal, pois não é uma mentira, é apenas uma clarificação.
e a piada é esta.
estão três homens num comboio. Um deles é economista, outro é especialista em lógica e outro é matemático.
acabaram de atravessar a fronteira da escócia (não sei porque é que eles estão a ir para a escócia) e veem uma
vaca castanha num campo, através da janela do comboio (a vaca está numa posição paralela ao comboio).
O economista diz:
— Olhem, as vacas na escócia são castanhas.
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O especialista em lógica diz:
— Não. existem vacas na escócia, das quais pelo menos uma é castanha.
O seu amor pelas matemáticas leva-o a enumerar os capítulos do seu romance com números primos: começa com
o capítulo 2 e termina com o capítulo 233.
O Sr. Jeavons disse que eu gostava de matemática porque era seguro. ele disse que eu gostava de matemática
porque ela tinha a ver com a resolução de problemas, e que esses problemas eram difíceis e interessantes mas
que, no final, existia sempre uma resposta simples para eles. e o que ele quis dizer foi que a matemática era
diferente da vida, porque na vida não existem repostas simples no final. eu sei que foi isto que ele quis dizer,
porque foi isto que ele disse.
Isto é porque o Sr. Jeavons não percebe de números.
aqui está uma história famosa intitulada O Problema de Monty Hall, que incluí neste livro porque ilustra
o que eu quero dizer.
Costumava haver uma coluna chamada «Perguntem
à Marilyn», numa revista chamada Parade, na américa.
esta coluna era escrita pela Marilyn vos Savant e na
revista era dito que ela tinha o QI mais elevado do
Mundo no Livro de Records do Guiness. Nesta coluna
ela respondia a questões matemáticas enviadas pelos
leitores. em setembro de 1990, foi enviada por Craig F.
Whitaker, de Columbia, Maryland, a seguinte questão
(esta não é aquilo a que se chama uma citação fiel, pois
tornei-a mais simples e mais fácil de compreender):
você está num concurso de televisão. Neste concurso,
o objetivo é ganhar um carro como prémio. O apresentador
mostra-lhe três portas. ele diz que há um carro atrás de
uma das portas e que, atrás das outras duas portas,
estão cabras. ele pede-lhe que escolha uma porta. você
escolhe uma porta, mas essa porta não é aberta. Depois,
o apresentador abre uma das portas que você não
escolheu e mostra uma cabra (porque ele sabe o que
está por detrás das portas). Depois ele diz que você tem
uma última hipótese de mudar de opinião antes de as
portas se abrirem e de você ganhar um carro ou uma
cabra. assim, ele pergunta-lhe se quer mudar de ideias
e escolher a outra porta ainda por abrir. Que é que você
deve fazer?
Marilyn vos Savant disse que se deve sempre mudar de ideias e escolher a última porta, porque as hipóteses
de haver um carro atrás dessa porta são de 2 em 3.
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Mas, se utilizarmos a nossa intuição, pensamos que existem 50% de hipóteses para cada lado, porque
acreditamos que existe uma igual percentagem de possibilidades de o carro estar por detrás de qualquer uma
das portas.
Mais recursos para a aula
Muitas pessoas escreveram para a revista a dizer que a Marilyn vos Savant estava errada, mesmo quando ela
explicou muito cuidadosamente porque tinha razão. 92% das cartas que ela recebeu sobre o problema diziam
que ela estava errada, e muitas destas eram de matemáticos e de cientistas. [...]
e isto mostra que, por vezes, a intuição pode errar. e a intuição é o que as pessoas utilizam para tomar
decisões na vida. Mas a lógica pode ajudar-nos a decifrar a resposta certa.
Mostra também que o Sr. Jeavons estava errado e que os números, às vezes, são muito complicados e nada
simples. e é por isso que eu gosto do Problema de Monty Hall.
christopher consegue saber quem matou o cão e este dado — que o leitor também descobre ao ler o romance —,
em conjunto com a descoberta de um grave acontecimento que o seu pai lhe ocultou, altera totalmente a ordem da sua
vida. esta revolução constitui a trama da segunda parte do livro, cujo desenlace conhecerás se o leres na íntegra.
1 Demonstre que, efetivamente, a resposta correta ao problema de Monty Hall foi a dada por Marilyn
vos Savant.
2 Christopher, quando sofre alguma das suas crises, refugia-se em cálculos mentais: «Inspirei
profundamente e contei cinquenta respirações e concentrei-me muito nos números e, à medida
que os dizia, elevei-os ao cubo. E isso fez com que a dor fosse mais suave.» Ou, numa outra altura:
«Calculei potências de dois na minha cabeça porque me tranquilizava. Cheguei até 33 554 432
que é 225, o que não era muito porque em outra ocasião tinha chegado a 245, mas o meu cérebro
não funcionava muito bem.» Calcule mentalmente as potências de 2 até onde puder.
3 Christopher relata no seu romance que um dia um amigo do pai lhe pediu que calculasse
mentalmente 251 por 864 e ele fê-lo de seguida. Será capaz também de o fazer?
Lembre-se que o número 251 é 250 mais 1.
4 Resolva as seguintes equações de segundo grau, com as quais Christopher prepara o seu exame
do 12.° ano de Matemática: 437 Æ2 + 103Æ + 11 = 0,79Æ2 + 43Æ + 2089 = 0.
5 Nesse exame é proposto a Christopher o seguinte problema: «Demonstra que um triângulo cujos
lados podem escrever-se sob a forma n2 + 1, n2 - 1 e 2n ]n > 1g é retângulo. Demonstra através
de um contraexemplo que o enunciado recíproco é falso.» Ele resolve-o perfeitamente e no seu
livro escreve a solução. Diga como o resolveria.
Notação matemática
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Para que o número combinatório seja corretamente
c m
n I ndica o número combinatório n
m sobre m. expresso, é necessário que n seja superior a m.
Um fatorial ou um número combinatório pode ser
c m
n representa o número combinatório n
m - r sobre o número resultante da operação m - r. expresso em forma de operação sempre que o resultado
desta seja um número natural.
eStratégIa: em probabilidades, assim como em outros ramos da Matemática, após se ler o enunciado de um
problema, é importante:
• Fazer um esquema que o represente.
• Utilizar uma codificação apropriada para simplificar esse esquema.
• Fazer um esboço ou um diagrama que represente a situação.
• apresentar os resultados por meio de uma tabela.
PROBLEMA RESOLVIdO
Em cima de uma mesa, colocadas umas junto às outras, há cinco caixas de fósforos numeradas
de 1 a 5. De quantas formas diferentes se poderão colocar 3 moedas iguais nas caixas, de tal
modo que cada caixa contenha, no máximo, uma moeda?
Apresentação e resolução
através de um diagrama em árvore, a localização é:
M a aMMMa
M
M a M aMMaM
a M M aMaMM
a
a M M M aaMMM
Há 10 maneiras diferentes de colocar as 3 moedas nas 5 caixas, colocando no máximo uma moeda em
cada caixa.
PROBLEMAS PROPOSTOS