Você está na página 1de 20

S

Seeccrreettaarriiaa ddee D
Deesseennvvoollvviim
meennttoo U
Urrbbaannoo ddoo E
Essttaaddoo ddaa B
Baahhiiaa

S
SEED
DUUR
R –– B
BAA

TTeerrm
moo ddee R
Reeffeerrêênncciiaa ppaarraa E
Ellaabboorraaççããoo ddee P
Pllaannooss D
Diirreettoorreess
B
Báássiiccooss

S
SAALLV
VAAD
DOOR
R

A
ABBR
RIILL//22000088
2

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

OBJETO

1. INTRODUÇÃO
1.1. JUSTIFICATIVA
1.2. INSERÇÃO NO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL DO ESTADO DA BAHIA
1.3. OBJETIVOS
1.3.1. OBJETIVO GERAL
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2. ESCOPO DO TRABALHO
2.1. METODOLOGIA
2.1.1. REFERÊNCIAS METODOLÓGICAS
2.1.2. MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
2.1.2.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
2.1.2.2. PLANO DE MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
2.1.2.3. ESTRATÉGIA DE AÇÃO DO NEA

2.1.3. LEVANTAMENTOS E ANÁLISES


2.1.3.1. LEVANTAMENTOS DE INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS
2.1.3.2. CARTOGRAFIA BÁSICA
2.1.3.3. LEVANTAMENTOS DE CAMPO
2.1.3.3.1. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO
2.1.4. ETAPAS, ATIVIDADES E PRODUTOS
3

OBJETO

ESTE TERMO DE REFERENCIA BÁSICO ORIENTARÁ O ASSESSORAMENTO TÉCNICO


PRESTADO PELO ESTADO PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRETORES NOS
MUNICÍPIOS QUE NÃO SE ENQUADRAM NAS SITUAÇÕES DE OBRIGATORIEDADE
TRATADAS NO ARTIGO 41 DA LEI Nº. 10.257 DE 10 DE JULHO DE 2001, A SEREM
DESENVOLVIDOS PELOS PROPRIOS MUNICÍPIOS OU ATRAVÉS DE CONSULTORIA
ESPECIALIZADA..
4

1. INTRODUÇÃO

1.1. JUSTIFICATIVA

São diretrizes do Plano Estratégico Estadual, elaborado em consonância com as


orientações do governo federal, desenvolver ações e programas que visam
promover a eqüidade das regiões, concentrando esforços nos municípios com
pequena população, com baixo IDH

No cenário do Desenvolvimento urbano do estado a rede de cidades apresenta


grande desequilíbrio, com forte concentração populacional e de atividades
econômicas em poucos municípios. A compreensão do atual governo é de que “são
as cidades que oferecem as bases materiais essenciais ao processamento de
atividades produtivas e de reprodução da força de trabalho”. Com um diminuto
histórico de ações que favoreçam a redução deste desequilíbrio e um grande atraso
na implantação do Sistema Estadual de Política Urbana, se faz urgente a conclusão
da política de desenvolvimento urbano para o Estado da Bahia, em elaboração, e o
imediato inicio dos programas, projetos e ações, instrumentos de suporte a política
de desenvolvimento regional.

O planejamento territorial do atual Governo utiliza como recorte espacial os


Territórios de Identidade, definidos a partir de uma ampla participação das
organizações da sociedade civil, o que possibilita uma maior legitimidade na gestão
da política de desenvolvimento regional e na elaboração de uma política de
desenvolvimento territorial, instrumentos adequados para reduzir o quadro das fortes
desigualdades Regionais que marcam hoje o Estado da Bahia.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano SEDUR, absorve para o seu planejamento


estratégico as premissas do plano de governo e observa como linha condutora de
seus programas e projetos, uma abordagem do planejamento como um sistema
processual e contínuo, mas não incapaz de absorver as contribuições específicas
setoriais permitindo o aprofundamento da concepção global.
5

1.2. INSERÇÃO NO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL DO ESTADO DA BAHIA

Seguindo as diretrizes do Plano de Governo, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do


Estado da Bahia, SEDUR busca o estabelecimento de uma nova relação com os municípios
e o reconhecimento deles como parceiros estratégicos que contribuirão para o
fortalecimento da Bahia

Dentre seus programas, o Programa de fortalecimento da Gestão Municipal se desenvolve


exatamente sobre os trilhos do suporte aos municípios para o pleno exercício de suas
atribuições constitucionais e do conceito de planejamento como processo.

Este Termo de Referência se insere na programação 2008 da Diretoria de Programas


Urbanos e Apoio aos Municípios, DPUAM, através do PROGRAMA 228 –
FORTALECIMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL, Projeto 2425, atividade – Apoio aos
municípios para elaboração de Planos Diretores e instrumentos decorrentes, e se constitui
uma das ações indicadas pela METODOLOGIA PARA AÇÃO DO ESTADO NO APOIO AOS
MUNICÍPIOS PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRETORES E INSTRUMENTOS
DECORRENTES, exatamente na Meta 3 - Elaborar Planos Diretores nos municípios que
não tem obrigatoriedade pelo Estatuto.

1.3. OBJETIVOS
1.3.1. OBJETIVO GERAL
Implementar o Sistema Estadual de Desenvolvimento Urbano com a ampliação do número
de municípios com Planos Diretores adequados ao Estatuto da Cidade, conselhos e fundos
até o final da atual gestão.
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Criar as condições técnico-operacionais para que a administração pública municipal
elabore e implemente o planejamento integrado das ações municipais através do seu
Plano Diretor Municipal Participativo, viabilizando o desenvolvimento sustentável;
 Promover capacitação vereadores, lideranças comunitárias, o corpo técnico do
Executivo Municipal e os membros de conselhos municipais institucionalizados,
através do processo de elaboração do Plano Diretor Municipal Participativo.
 Oferecer os meios para a implementação de um processo de planejamento
permanente e participativo;
 Promover o desenvolvimento municipal e em conseqüência da proposição de
projetos estratégicos;
 Proporcionar orientação para o ordenamento urbano;
 Promover a articulação entre o planejamento e a gestão;
 Proporcionar uma base institucional para o desenvolvimento urbano.
6

2. ESCOPO DO TRABALHO
2.1. METODOLOGIA
2.1.1. REFERÊNCIAS METODOLÓGICAS
O Plano Diretor tem seu fundamento na Constituição Federal, na qual o mesmo foi instituído
como um instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, tendo “...
por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes” (art. 182). Como se observa, o Plano tem a importante
função de estabelecer indicadores para o cumprimento da função social da propriedade
urbana.

O Estatuto da Cidade consagra o direito às cidades sustentáveis, que significa assegurar às


gerações presentes e futuras as condições dignas de vida, de exercício pleno da cidadania
e dos direitos humanos, de participação na gestão da cidade e de viver em cidades com
qualidade de vida.

O Estatuto define também novos padrões e normas de planejamento urbano, critérios para a
elaboração de Plano Diretor: para os municípios com população urbana superior a 20 mil
habitantes, para os integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, para os
localizados em áreas de especial interesse turístico, para os que forem atingidos por
impacto ambiental de âmbito regional e nacional relacionados à implantação de
empreendimentos e atividades econômicas, públicos e/ou privados, independente da
dimensão da população.

O Estatuto da Cidade disponibiliza instrumentos de política urbana que combinados com


outros existentes, contribuem para o enfrentamento dos principais problemas urbanos,
aumentando o poder do município para interferir:

• no ordenamento do uso e da ocupação do solo;

• na regularização fundiária de áreas ocupadas irregularmente;

• na democratização da gestão urbana, com o objetivo de aumentar a participação


dos cidadãos nas decisões da cidade;

• na capacidade de financiamento da gestão urbana e de recuperação para o poder


público de parte da valorização provocada pelos investimentos feitos na cidade.

Para aplicar a maior parte dos instrumentos urbanísticos que o Estatuto da Cidade prevê, o
município deve, obrigatoriamente, ter aprovado um Plano Diretor Participativo, que é o
instrumento básico da política municipal de desenvolvimento e expansão urbana.

O Estatuto preconiza que o Plano Diretor deve objetivar o atendimento da função social da
cidade e da propriedade urbana e reafirmando a propriedade privada, impõe restrições ao
7

seu uso, priorizando o interesse coletivo, a segurança e o bem estar dos cidadãos, com a
criação de novos instrumentos jurídicos e participativos. Busca garantir o reconhecimento da
legitimidade da ocupação de terras para moradia com a possibilidade de legalização jurídica
e urbanística das moradias, desde que não haja risco de vida para a população ou
comprometimento do meio ambiente urbano.

O Plano Diretor deve contar com a participação dos diversos setores que atuam na cidade
durante o processo de elaboração e votação, e, sobretudo, na sua implementação e gestão,
isto porque mais do que um documento técnico, o Plano é um espaço de debate dos
cidadãos e de definição de opções, conscientes e negociadas, por uma estratégia de
intervenção no território.

Sua elaboração está relacionada à idéia de se traçar as diretrizes de desenvolvimento para


a cidade, devendo ser pautado em princípios democráticos e levar em consideração os
interesses não só de quem, de fato, possui o poder econômico, mas, sobretudo daqueles
que se utilizam da cidade vivendo-a em todos os momentos: os seus moradores. Para isso,
é indispensável articular estratégias e políticas públicas para incrementar o desenvolvimento
de suas riquezas e oferecer as bases para a construção de uma administração mais
eficiente e eficaz.
8

2.1.2. MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL


2.1.2.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

As experiências mais recentes de planejamento participativo devem ser compreendidas


como um recurso, dentre outros, de construção e ordenamento de determinados aspectos
da vida da cidade, tendo o Plano Diretor e a participação da sociedade local um papel
significativo, embora não possam ser tidos como solução para todos os males que afligem a
cidade e seus moradores, uma vez que problemas estruturais certamente não poderão ser
equacionados na esfera do planejamento local, ainda que participativo. Entretanto, devemos
considerar as mudanças ocorridas no âmbito das organizações civis, que descortinam, na
esfera local, um cenário mais amplo de possibilidades de articulação à medida que novos
agentes passam a ocupar o centro do debate político, ou mesmo, outros centros emergem e
novas correlações de forças se estabelecem. Isto significa que os modos de constituição da
esfera pública como também da privada estão em processo de transformação e que isto
adiciona novos elementos ao processo de participação e construção social. Qual a
capacidade dos grupos sociais de constituírem-se enquanto sujeitos sociais, de traduzirem
suas necessidades em demanda e converterem tais demandas em políticas públicas? O
trabalho de mobilização deve estar atento a este novo contexto e cenário e, sobretudo, estar
aberto para a possibilidade de incorporação de novos elementos no processo de construção
do Plano Diretor.

Deste modo, toda e qualquer atividade de mobilização, de modo cuidadoso, deve explicitar
qual o verdadeiro significado e âmbito do Plano Diretor, e tornar claro para a população em
que medida este instrumento de gestão poderá ou não auxiliar na compreensão e solução
das principais questões e problemas da cidade e dos seus vários segmentos sociais.

Nesse sentido, a participação não pode se constituir em um simples mecanismo de


legitimação de decisões já tomadas; ou meio de recrutar mão de obra barata; ou mero canal
de expressão de reivindicações; ou ainda um meio de cooptação das organizações da
sociedade civil.

A participação genuína envolve a participação direta na tomada de decisão, controle e


fiscalização da ação do poder público. Ademais, diante do atual quadro de redefinição de
atribuições do poder público (em suas várias esferas), é também importante que se explicite
que este é um território ou espaço político em aberto e em processo de construção e
definição, e que, portanto, é possível inovar ainda que dentro de determinados limites.
9

Com esse espírito, foi apresentado, pela equipe técnica, à população de , em Audiência
Pública (04.05.2006) uma proposta de Plano de Mobilização, sendo aprovado o Plano a
seguir.

2.1.2.2. PLANO DE MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

O Plano de Mobilização do PDP tem como base legal o Estatuto da Cidade que no seu
Art. 2º estabelece:

“A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

II. gestão democrática por meio da participação da população e de associações


representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano”;

Apóia-se ainda no art. 3º §1º; art.5º incisos I, II da Resolução n.25 do Concidades, que
regulamenta o processo participativo na elaboração e implementação do Plano Diretor,
determinando:

 coordenação compartilhada;

 discussões públicas por segmentos sociais e territórios;

 garantia da diversidade na participação;

 articulação com orçamento e outros fóruns de discussão da cidade;

 audiências públicas;

 aprovação do projeto de lei para encaminhar à câmara.

E no art.8º incisos I, II, III, IV e V que indica as Audiências Públicas como fórum privilegiado
para as decisões do Plano Diretor Participativo e que devem ser:

 Convocadas por edital, anunciadas amplamente nos meios de comunicação de massa;

 Ocorrer em locais e horários acessíveis à maioria da população;

 Dirigidas pelo Poder Público Municipal que, após a exposição de todo o conteúdo,
abrirá as discussões aos presentes;

 Presença de todos os cidadãos e cidadãs, independente de comprovação de residência


ou qualquer outra condição;

 Gravadas e lavradas em ata que deverão ser apensadas ao Projeto de Lei;


10

 Podem ser convocadas pela sociedade civil com assinatura de 1% dos eleitores do
município.

Adota como conceitos básicos da Mobilização e Participação Social:

 Mobilização Social – o incentivo, a promoção da iniciativa e da participação das


pessoas nos processos coletivos de reivindicação, escolha e decisão.

 Participação Social – a atividade organizada de diferentes pessoas, entidades e


movimentos sociais, grupos e camadas sociais que expressam suas necessidades,
demandas e defendem seus interesses, sejam eles econômicos, sociais, culturais,
ambientais, políticos, urbanos, rurais etc.

E como objetivos da Mobilização Social e Participação Social:

 Mobilização Social – promover a participação do maior número possível dos habitantes


no processo de elaboração do Plano Diretor Participativo.

 Participação Social - influir diretamente na produção, distribuição e usufruto dos bens e


serviços de .

Busca-se com a mobilização e participação da sociedade na elaboração do Plano Diretor de


o estabelecimento da transparência política e financeira da gestão pública municipal, através
do acesso a:

 Dados e informações municipais;

 Programas e projetos do governo;

 Recursos orçamentários aplicados;

 Informações sobre processos de planejamento e decisões governamentais municipais

E a criação de vínculos de responsabilidades e compromissos dos munícipes com o


município.

Ao participarem do planejamento do município, os cidadãos tornam-se co-gestores podendo


acompanhar, controlar, cobrar resultados e criticar com fundamento as decisões ou
omissões dos seus governantes e representantes políticos sobre o planejamento e
desenvolvimento municipal.

Coloca-se, portanto, como objetivo fundamental do Plano de Mobilização o fortalecimento


da cidadania e o comprometimento do morador de com os destinos de sua cidade,
mediante o seu envolvimento no processo de elaboração e de implementação do seu Plano
11

Diretor. Este envolvimento, juntamente com a participação das diversas instâncias de poder,
irá restabelecer a auto-estima dos moradores enquanto cidadão, conferir legitimidade a este
instrumento de gestão, criar as condições objetivas para a implementação dos planos e
programas estratégicos definidos ao longo da elaboração do Plano Diretor, assim como
conferir a continuidade necessária ao processo de planejamento.

São objetivos específicos, do Plano de Mobilização:

apresentar aos seus moradores o Plano Diretor como uma perspectiva de planejamento
do desenvolvimento da cidade;

discutir com a comunidade a proposta de elaboração do Plano;

promover a realização de ações coletivas voltadas para a mobilização dos distintos


segmentos sociais;

captar opiniões, aspirações e expectativas dos moradores e principais lideranças locais


de modo a subsidiar a elaboração do Plano, estabelecer compromissos e fazer com que
o mesmo reflita interesses e aspirações locais;

criar as condições necessárias para o acompanhamento efetivo por parte da sociedade


do processo de planejamento (assegurando a continuidade do mesmo), e estimular o
exercício da cidadania.

A estratégia de trabalho adotada para o desenvolvimento do trabalho de Mobilização deve


ter como perspectiva a constituição de um amplo fórum de debates do Plano Diretor, além
de comprometer segmentos sociais de maior expressão na cidade com a sua
implementação. Para tanto, a execução do Plano de Mobilização atua em duas frentes:
realização de eventos e consultas como espaços participativos e utilização de ampla
divulgação do processo de elaboração do PDP.

Devem fazer parte do plano os seguintes eventos/atividades:

(a) Entrevistas com os representantes da sociedade civil organizada e do Poder Público.

Nessas entrevistas com a equipe de governo e indivíduos de notória liderança na cidade


procurar-se-á captar a visão que as lideranças (tanto públicas quanto civis) têm sobre a sua
cidade e também suas aspirações. É um momento inicial de escuta da população, com base
na qual a equipe técnica direcionará sua pesquisa técnica e leitura da cidade. A opção por
esse tipo de instrumento, de modo dirigido, justifica-se pela necessidade de melhor captar
interesses, visões e perspectivas dos segmentos sociais que têm um papel mais ativo na
construção da cidade. As informações coletadas deverão fundamentar a elaboração dos
12

cenários como também o relatório de oportunidades e a definição de planos e programas


estratégicos.

(b) Visitas Técnicas

Mediante essas visitas técnicas, a equipe de consultores, sempre acompanhada da


representação dos gestores municipais e/ou do NEA, realiza pesquisa de campo para um
reconhecimento geral do município, com ênfase na sede, identificando seus principais
problemas. Estas visitas incluem o levantamento de uso do solo realizado por agentes locais
devidamente capacitados pela equipe técnica quanto aos conceitos adotados e
procedimentos necessários; reconhecimento de monumentos que poderão compor o
patrimônio histórico; áreas de extrema pobreza e as de relevância cultural e ambiental.

(c) Oficinas de Capacitação e de Trabalho

As Oficinas objetivam capacitar os membros do Núcleo Gestor do PDP sobre os conteúdos


básicos e dinâmicos essenciais do processo de elaboração do PDP, de forma que o
município seja dotado de pessoal com capacidade técnica e visão política capaz de
acompanhar a implantação e possíveis reformulações do PDP. Pela própria natureza de
oficina, esses eventos são momentos de produção do conhecimento sobre o município
realizado de forma coletiva, com os diferentes segmentos sociais, e dirigido pela equipe
técnica que conduz os debates e discussões, e, ao mesmo tempo, busca articular as
diferentes visões e versões das diferentes problemáticas e / ou proposições. Além do NEA,
a equipe técnica buscou incorporar agentes sociais — a exemplo de professores, Agentes
Comunitários de Saúde e Agentes Jovens — que, por sua capilaridade, possibilitam a
incorporação de determinados segmentos como crianças e jovens que, normalmente, ficam
à margem das organizações sociais. Propõe-se ainda que essas Oficinas sejam aplicadas
pelo NEA nas diferentes localidades e em outros segmentos sociais que não se fizerem
presente às Oficinas conduzidas pela equipe técnica. Estas Oficinas, realizadas à cada
etapa do trabalho, são iniciadas com um momento de capacitação específica para o assunto
em pauta, através de palestras e técnicas e metodologias de construção coletivas como: a
Swot1 (identificação dos pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças),
identificação espacial e mapeamento dos principais problemas e potencialidades do
município e alguns jogos que ao tempo que esclarece os conteúdos e processos de
elaboração do Plano, exercitam as reflexões sobre a dinâmica territorial urbana e a
utilização de instrumentos de política urbana.

1
KOTLER, Philip. Marketing Público: como atrair investimentos, empresas e turismo para cidades, regiões, estados e países. São
Paulo:Makron Books, 1994. p.89, nota 6. O procedimento SWOT consiste na identificação dos strengths (pontos fortes), Weaknesses (pontos
fracos), Oportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).
13

(e) Audiências Públicas

Esse é o espaço de discussão e legitimação dos resultados das oficinas — re-trabalhados


pela equipe de consultores — no qual os munícipes aprovam, refutam ou solicitam
esclarecimentos sobre as decisões tomadas pelo NEA, e também sobre o próprio trabalho
técnico.

(f) Conferência da Cidade

É o momento último de discussão do PDP e constitui-se em um amplo fórum de debates e


discussão que, além de divulgar e legitimar os resultados da elaboração do PDP, permite a
apropriação, por parte da população em geral quanto aos projetos definidos para o
desenvolvimento municipal e sua hierarquia.

Como instrumentos de divulgação poderão ser utilizados: cartilhas e boletins do Instituto


Pólis; vídeo e vinhetas de rádio do Ministério das Cidades; cartazes, folders e material
fotográfico produzidos pelo NEA e equipe técnica; entrevistas nas rádios locais; e a
produção de uma cartilha contendo as principais resoluções do PDP a ser distribuída na
Conferência da Cidade.

O Plano de Mobilização e Participação Social deve seguir as todas as diversas etapas do


Plano Diretor, principalmente:

 Formação do NEA - Núcleo Gestor de Elaboração Acompanhamento do Plano


Diretor Participativo e definição do Plano de Mobilização e Participação Social em
oficinas e audiências;

 Leitura da Realidade do Município e da Cidade conjugando a visão técnica e


comunitária, através de entrevistas, questionários, oficinas, caravanas e audiê.

 Definição do Cenário Desejado e da Estratégia de Desenvolvimento Municipal e


proposições para sua efetivação através de oficinas e audiências.

 Elaboração da Legislação em oficinas e aprovação do PDP na Conferência da


Cidade.

2.1.2.3. ESTRATÉGIA DE AÇÃO DO NEA

O NEA, a ser constituído na I Oficina, e sua composição final deve estar definida por
Decreto do Prefeito.
14

O NEA deve aprovar a sua Estratégia de Ação, adotando como sistemática de


funcionamento reuniões semanais para acompanhamento, avaliação e encaminhamento
das ações de seus membros.

Como primeira atividade, o NEA deve discutir uma proposta de Regimento Interno. O
coordenador do NEA , deve ser referendado pelos demais membros e indicar um secretário
para registro das ações e reuniões do NEA e outras providências, e tudo deve constar no
Regimento Interno.

O NEA deve também aprovar seu Plano de Ação que deve conter no mínimo as seguintes
atividades:

1. Divulgação dos conteúdos e do processo de elaboração do PDP.

2. Levantamento de informações junto à prefeitura e outras fontes para a leitura técnica


do município;

3. Reprodução nos bairros, em diversas localidades e junto a diferentes segmentos


profissionais, das oficinas realizadas com a equipe técnica de consultores;

4. Discussão e aprofundamento de questões prioritárias a serem tratadas e de


proposições a serem incluídas no PDP.

5. Organização dos eventos do PDP (Oficinas, Audiências Públicas e Conferência da


Cidade), tanto nos aspectos logísticos como na mobilização e convocação da
população em geral e de personalidades e representações específicas;

6. Acompanhar e dar parecer aos relatórios apresentados pela equipe técnica.

Para realizar tais ações o NEA pode dividir atribuições conforme facilidade de acesso dos
seus membros às localidades e/ou segmento profissionais.
15

2.1.3. LEVANTAMENTOS E ANÁLISES


2.1.3.1. LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS
Esta etapa do trabalho abrange o levantamento de informações, a identificação e
sistematização de dados secundários, ações planejadas do governo, que possam
complementar o cenário preliminar e subsidiar a elaboração do Plano. Foram solicitadas
informações sobre as questões urbanas e administrativas relativas aos setores sociais e
econômicos, aos serviços municipais, infra-estrutura e gestão, destacando as organizações
sociais, conselhos municipais, legislação urbana, orçamento e tributação e estrutura
administrativa, envolvendo a sede e povoados, como também levantados estudos nestes
campos, além de plantas da cidade e dos povoados.

2.1.3.2. CARTOGRAFIA BÁSICA


A cartografia básica é um instrumento de composição gráfica das principais informações do
Município, fundamental para o planejamento e gestão da cidade, possibilitando a leitura e
interpretação do espaço urbano.

As informações sobre as áreas de ocupação urbana integrantes do Município, exigem


tratamentos diferenciados para definição de uma base de trabalho que sirva aos
levantamentos e sistematização de dados do Plano Diretor em desenvolvimento.

2.1.3.3. LEVANTAMENTO DE CAMPO


2.1.3.3.1. Uso e ocupação do solo e circulação
O levantamento de dados sobre uso e ocupação do solo, sistema viário e de transportes
será feito mediante pesquisa de campo e consulta aos órgãos responsáveis pela gestão de
cada setor.

A pesquisa de campo será baseada em procedimentos metodológicos estabelecidos pela


equipe técnica, para alcançar um cenário das características predominantes de uso e
ocupação do solo na cidade e apreender a forma de distribuição espacial das atividades
econômicas (modelo em anexo). Tem como Objetivos Gerais:

Montagem dos cenários atual e prospectivo dos aspectos físico-ambientais;


Estabelecimento das restrições de uso e ocupação do solo.

A pesquisa de Uso do Solo tem como objetivo específico a apreensão da forma de


distribuição dos usos não residenciais na cidade mediante a identificação das nucleações de
atividades e a localização das atividades dispersas.
16

A pesquisa de Ocupação do Solo tem como objetivo específico a identificação dos padrões
de ocupação e construtivos mais freqüentes na cidade.

Será também realizada a análise do Desenho Urbano considerando os seguintes aspectos:


traçado das vias e arruamentos; disposição e tamanho das quadras; disposição e tamanho
de lotes; áreas livres praças, áreas verdes, etc.; implantação de parcelamento/arruamento.

Para análise do Sistema Viário e Circulação serão considerados: as vias principais ou


estruturantes da cidade; circulação viária, função das vias e pontos de estrangulamento; tipo
de pavimentação e estado de conservação do sistema viário; áreas de estacionamento.

Complementarão estas análises informações dos organismos locais sobre: controle e


ordenamento do uso e da ocupação do solo – licenciamento e fiscalização-; trânsito e
transportes públicos.

As pesquisas de campo devem ser complementadas com visitas e observações em todos os


núcleos urbanos da Cidade, vila e povoados, detectando as principais informações e
impressões sobre o tecido urbano, indispensáveis à montagem do cenário físico ambiental.

2.1.4. ETAPAS, ATIVIDADES E PRODUTOS

As etapas, atividades e produtos propostos para o trabalho estão sintetizados no quadro


abaixo, e detalhados a seguir.

ETAPA CONTEÚDO

PREPARAÇÃO:
1ª • Formação do Núcleo Gestor – NEA;
• Plano de Mobilização e Participação Social

LEITURA DA REALIDADE MUNICIPAL- “a cidade que


temos”:
• Levantamento dos problemas e qualidades da área

urbana e rural - economia; qualidade de vida; recursos
disponíveis; infra-estrutura;
• Leitura técnica e comunitária.
PROPOSIÇÕES – “a cidade que queremos”
• Temas prioritários;

• Pactos territoriais;
• Soluções e instrumentos

4ª LEGISLAÇÃO
17

2.1.4.1. ETAPA I - Referências Básicas para o Plano


- definição dos Objetivos, Princípios e Fundamentos;
- atualização da Cartografia Básica;
- elaboração do Inventário de Informações - planos, programas e projetos
governamentais para o local;
- identificação das lideranças e formação do Núcleo Gestor de Elaboração e
Acompanhamento do Plano;
- elaboração do Plano de Mobilização/ Participação da Sociedade;
- Audiência Pública para lançamento do Plano e discussão e aprovação do Plano de
Mobilização / Participação da Comunidade.

O Plano de Mobilização/Participação da Sociedade contemplará a formação de grupos de


consulta e proposições. Para que se torne eficaz, devem ser aproveitadas como canais de
participação, as organizações da sociedade local, já existentes e consolidadas no Município.

É importante que o processo de mobilização seja acompanhado de um trabalho pedagógico


e tenha como alvo, também, os servidores públicos atuantes no Município e outros
colaboradores potenciais, os quais deverão funcionar como multiplicadores, formando uma
rede capilar de coleta e disseminação de informações e proposições. O envolvimento dos
servidores municipais exerce também o papel de aperfeiçoamento em serviço, requisito
indispensável para assegurar a continuidade do processo de planejamento e a
implementação do Plano.

Deverão participar dos debates públicos, além da equipe da Consultora, representantes do


Poder Público Municipal e dos órgãos e empresas estatais atuantes no Município, as
principais lideranças sociais e econômicas.

PRODUTO 01 – Relatório do Plano de Mobilização / Participação da Comunidade.

2.1.4.2. ETAPA II - Leitura Técnica e Comunitária a ser aprovada em


Audiência Pública.
Conhecimento do Município, a partir das principais questões presentes, sem requerer
exaustivos estudos e pesquisas. Serão utilizadas, prioritariamente, informações secundárias
e documentos existentes, assim como o conhecimento popular, procedendo-se às
atualizações necessárias, quando isto implicar em aproveitamento de recursos e redução de
tempo. O conjunto das informações obtidas conformará um cenário sob a visão dos
técnicos, e a visão comunitária com base em consultas à sociedade e nos levantamentos
impressionistas, tendo como pano de fundo os objetivos, princípios e fundamentos do Plano.
18

Como auxiliar à Leitura da Cidade deverá ser adotado o procedimento SWOT2;


apresentando indicação dos pontos fortes e dos pontos fracos relativos às condições
internas do Município, das oportunidades e ameaças ao desenvolvimento local, condições
externas ao município, os quais serão subsídios para a construção dos Cenários
Prospectivos e fundamentarão a proposição de Projetos Estratégicos.

Os levantamentos e análises de forma sintética devem apontar para um Cenário Prospectivo


e uma Estratégia de Desenvolvimento Municipal e alimentar o sistema de informações
municipais e contemplarão os seguintes campos:

 socioeconômico – abordando o contexto regional, a caracterização demográfica e


socioeconômica, o perfil das atividades econômicas e o potencial econômico do
Município;
 histórico-cultural – tratando dos valores socioculturais e do patrimônio histórico–
cultural;
 físico-ambiental – compreendendo o uso e ocupação do solo, a infra-estrutura, os
serviços e equipamentos urbanos e os espaços físico – naturais, tendo em vista a
qualidade ambiental urbana;
 política e jurídico-institucional – envolvendo as políticas municipais, a situação
financeira do Município, a estrutura administrativa do Município, a participação da
sociedade no planejamento e gestão e o controle social da administração, bem como os
instrumentos legais pertinentes, entre os quais os Planos Plurianuais de Investimentos, a
Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual e a capacitação dos servidores
públicos para o desempenho das atividades ligados ao planejamento urbano ambiental.
PRODUTO 02 – Relatório da Leitura da Realidade Municipal.

2.1.4.3. ETAPA III – Construção dos Cenários Propositivos:


 Cenário de Desenvolvimento Municipal, com base no Pacto Territorial;
 Estratégia de Desenvolvimento do Município;
 Alternativas Estratégicas;
 Partido Urbanístico;
 Projetos Estratégicos, incluindo as articulações entre o setor público e os agentes
privados e conduzindo à sinergia das ações municipais;
 Diretrizes e Políticas para a gestão territorial, socioeconômica e político-
administrativa, incluindo a base legal;
 Ações Imediatas, quando necessário;

2
KOTLER, Philip. Marketing Público: como atrair investimentos, empresas e turismo para cidades, regiões, estados e países. São
Paulo:Makron Books, 1994. p.89, nota 6. O procedimento SWOT consiste na identificação dos strengths (pontos fortes), Weaknesses (pontos
fracos), Oportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).
19

 Audiência Pública para discussão e aprovação das propostas.

A Estratégia de Desenvolvimento do Município, o Partido Urbanístico e os Projetos


Estratégicos deverão contemplar o ideário dos cidadãos expressos em seu Projeto de
Cidade, repercutindo nas diretrizes para a Base Legal.

Os Programas ou Projetos Estratégicos serão hierarquizados e atenderão aos interesses


pactuados e deverão ser estruturantes do espaço urbano delineado no Pacto Territorial e
serem capazes de ampliar a base econômica local.

As diretrizes para a Gestão Administrativa contemplarão o acompanhamento e


monitoramento do Plano e conduzirão ao Sistema de Informações Municipal. Será proposto
um Centro de Informações contendo as informações básicas do Município para o
planejamento e gestão como núcleo básico do Sistema de Informações Municipal.

PRODUTO 03 – Relatório do Projeto de Cidade.

2.1.4.4. ETAPA IV Elaboração dos Documentos Finais


A proposta final, já em forma de leis será objeto de discussão em Audiência Pública, que
opcionalmente, em acordo com o NGP, poderá se constituir uma Conferência.

PRODUTO 04:
I DOCUMENTO BÁSICO DO PLANO
 Registro e Avaliação do Processo Participativo;
 Síntese dos Cenários;
 Síntese do Projeto de Cidade;
 Síntese dos Projetos Estratégicos;
 Síntese do Partido Urbanístico;
 Estratégia, Políticas e Diretrizes Gerais para o Desenvolvimento Social e
Econômico, Uso e Ocupação do Solo, Infra-estrutura, Sistemas Urbanos e Setores
de Atividades, Cultura; Habitação e Meio Ambiente;
 Diretrizes para Planos, Programas, Projetos, inclusive Projetos Estratégicos e
Ações;
 Diretrizes para implementação e operacionalização do Plano e do processo de
planejamento - Sistema de Planejamento e gestão participativa.

II MAPAS
 Planta Básica Urbana e Planta Básica do Município e Plantas Temáticas;
 Mapas do Projeto de Cidade e do Partido Urbanístico
 Mapas de Apoio à Legislação Urbanística
20

III INSTRUMENTOS JURÍDICO-INSTITUCIONAIS

III. 1 LEGISLAÇÃO BÁSICA OBRIGATÓRIA


- Lei do Plano Diretor.
- Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo
- Legislação básica para ZEIS
III. 2 LEGISLAÇÃO AUXILIAR OBRIGATÓRIA
- Código Ambiental
- Código de Obras e Edificações
- Código de Polícia Administrativa
III. 3 INDICAÇÕES PARA ADEQUAÇÃO AO PDP E À APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DA
POLÍTICA URBANA INSTITUÍDOS PELO ESTATUTO DA CIDADE
- da Lei Orgânica Municipal;
- do Código Tributário e de Rendas.

Você também pode gostar