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MINISTÉRIO DA DEFESA

COMANDO DA AERONÁUTICA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA ESPACIAL
CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA

MANUAL DE
SEGURANÇA
OPERACIONAL DO CLA
MAN-SGO-001/2017

EDIÇÃO 03
REFERÊNCIA EDIÇÃO: Nº FOLHA
MANUAL DE SEGURANÇA MAN-SGO-001 3
CRIAÇÃO MODIFICAÇÃO
OPERACIONAL DO CLA 2/42
28/11/2008 03/07/2017

Sumário
1. OBJETIVO...................................................................................................................................4
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA ..........................................................................................5
3. DEFINIÇÕES SIGLAS ............................................................................................................6
3.1. Definições..............................................................................................................................6
3.2. Siglas ................................................................................................................................... 11
4. ORGANIZAÇÃO E PROCESSOS DE SEGURANÇA DO CENTRO ....................................13
4.1. Introdução............................................................................................................................13
4.2. Clientes do Centro ...............................................................................................................13
4.3. Objetivos Gerais de Segurança do Centro...........................................................................13
4.4. Organização de Segurança ..................................................................................................14
4.4.1. O Coordenador de Segurança do Centro......................................................................14
4.4.2. Coordenador de Segurança de Superfície ....................................................................15
4.4.3. Coordenador de Segurança de Voo ..............................................................................17
4.5. Compete ao Cliente do Centro de Lançamento...................................................................18
5. POLÍTICA DE SEGURANÇA DO CENTRO ..........................................................................19
5.1. Considerações sobre Segurança do Público ........................................................................20
6. OPERAÇÕES DE PRÉ-LANÇAMENTO E DE LANÇAMENTO..........................................21
6.1. Sistemas Críticos de Segurança do Centro..........................................................................21
6.2. Controle de Voo de Veículos Errantes .................................................................................23
6.3. Segurança da Área de Lançamento .....................................................................................23
6.4. Procedimento de Segurança em Relação às Comunidades Locais......................................24
7. AUTORIZAÇÕES DE SEGURANÇA E DOCUMENTAÇÃO RELACIONADA .................25
7.1. Requisitos de Documentação ..............................................................................................25
7.1.1. Dossiê de Voo e Planos de Apoio Previstos .................................................................25
7.1.2. Conjunto de Segurança do Sistema de Pré-lançamento do Veículo.............................25
7.1.3. Relatório do Sistema de Segurança de Voo do Centro de Lançamento. ......................26
7.1.4. Planos de Segurança.....................................................................................................26
7.1.5. Desvios e Concessões ..................................................................................................26
8. PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA DE VOO ..............................................................................27
8.1. Introdução............................................................................................................................27
8.2. Procedimentos para os Clientes do Centro..........................................................................27
8.3. Apoio à Segurança de Voo ..................................................................................................27
8.3.1. Circuito Fechado de TV - CFTV .................................................................................28
8.3.2. Sistema de Telecomando..............................................................................................28
8.3.3. Apoio de Comunicações ..............................................................................................28
8.3.4. Sistema de Inibição do Painel de Lançamento.............................................................28
8.3.5. Base de Tempo .............................................................................................................29
8.3.6. Visualização Gráfica de Localização e Telemetria ......................................................29
8.3.7. Visualização de Dados Meteorológicos .......................................................................29
8.3.8. Apoio à Análise de Dados de Voo................................................................................29
8.4. Filosofia e Critérios .............................................................................................................29
8.5. Classificação dos Veículos ..................................................................................................31
8.5.1. Veículos de Segurança Intrínseca.................................................................................31

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8.5.2. Veículos de Segurança não Intrínseca ..........................................................................32


8.6. Objetivos de confiabilidade.................................................................................................32
8.6.1. Princípio de Falha Única..............................................................................................32
8.6.2. Redundância.................................................................................................................32
8.6.3. Confiabilidade dos sistemas.........................................................................................32
8.7. Terminação de Voo ..............................................................................................................33
8.8. Critérios Específicos............................................................................................................33
8.8.1. Apontamento................................................................................................................33
8.8.2. Veículos sem Sistemas de Terminação de Voo.............................................................34
8.8.3. Veículos com Sistemas de Terminação de Voo ............................................................34
8.8.4. Critérios de terminação de voo: ...................................................................................34
8.9. Análise de Impacto..............................................................................................................35
8.9.1. Impacto em Navios ......................................................................................................35
8.9.2. Risco à Vida .................................................................................................................35
8.9.3. Sobrevoo de Terras Habitadas......................................................................................35
8.10. Desocupação da Área de Impacto....................................................................................36
8.11. Rotas de Colisão ..............................................................................................................36
8.12. Plano de Segurança de Voo..............................................................................................36
8.13. Fonte de Dados ................................................................................................................36
8.14. Projeções Gráficas de Pontos de Impacto........................................................................36
8.15. Aprovações da Análise de Voo ........................................................................................36
8.16. Aprovação do Dossiê de Voo...........................................................................................37
8.16.1. Visão Geral da Aprovação do Dossiê de Voo ...........................................................37
8.16.2. Aprovação Preliminar do Dossiê de Voo..................................................................38
8.16.3. Aprovação Final do Dossiê de Voo ..........................................................................39
9. PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA DE SUPERFÍCIE.................................................................39
9.1. Organização da Segurança de Superfície do Centro ...........................................................39
9.2. Apoio à Segurança de Superfície ........................................................................................40
9.3. Filosofia e Critérios .............................................................................................................41
9.4. Sinalização de Segurança ....................................................................................................41
9.5. Plano de Segurança de Superfície .......................................................................................41
10. Considerações Finais...............................................................................................................42

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1. OBJETIVO

Segurança, no contexto do presente manual, implica no esforço do Centro de


Lançamento de operar seus sistemas minimizando, de todas as maneiras possíveis, os riscos
inerentes associados com as operações de lançamento, com o objetivo de proteger as equipes
operacionais, terceiros e as instalações envolvidas. Este documento apresenta, ao cliente da
infraestrutura do Centro, as necessidades e procedimentos de segurança estabelecidos.

Existe o compromisso em apoiar os clientes, para que esses possam ter seus objetivos
alcançados, respeitando as diretrizes de segurança.

Este Manual foi preparado objetivando especificamente a aplicação no campo da


segurança. Desta forma, os dados demandados aos provedores de veículos lançadores e de cargas
úteis são aqueles restritos ao desenvolvimento dos procedimentos de segurança das operações de
lançamento.

O Centro é o responsável pela implantação das medidas de segurança e pela


disseminação das mesmas entre todos aqueles que exerçam ou venham a exercer atividades
operacionais, mesmo que em alguma estação remota a ele subordinada.

Porém, a simples distribuição das regras de segurança não será suficiente para
despertar o interesse coletivo. Para isto, será necessário um intenso trabalho de convencimento,
incluindo a discussão do problema e o acatamento de sugestões.

O representante do cliente (Coordenador Geral da Operação) deve comprometer-se a


respeitar, fazer respeitar e exigir do seu pessoal a aplicação das prescrições de segurança
estabelecidas neste manual, o mesmo acontecendo com qualquer entidade que estiver executando
alguma operação no âmbito do Centro.

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2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

MNQ-SGI-001 Manual do Sistema de Gestão Integrado

Sistemas Espaciais Equipamento de apoio no solo para uso em


NBR 14881:2002
lançamento, aterrissagem ou locais de resgate Requisitos gerais.

Sistemas Espaciais Operações de Centro de Lançamento Requisitos de


NBR 14882:2002
Segurança.

NBR 14959:2003 Gerenciamento de Risco.

NBR ISO 14620-3:2009 Sistemas Espaciais - Requisitos de Segurança Parte 3: Sistemas de


Segurança de Voo
MMA 135-2 Segurança de Explosivos.

AEB Regulamento de Segurança Espacial a Partir do Território Brasileiro.

ICA 55-74 Instrução para Execução das Operações do DCTA

ICA 55-90 Lançamento de Foguetes no Âmbito do DCTA

DOD 6055.9-STD DOD Ammunition and Explosives Safety Standards.

ASE-RT-009-2004 Flight Safety Training Manual

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3. DEFINIÇÕES SIGLAS

3.1. Definições
Acidente imprevisto que causa dano.

Acidente Catastrófico acidente que ocasione perda de vida humana, a


invalidez, a necessidade de tratamento médico ou doença ocupacional permanente, a perda do
complexo de lançamento ou do sistema de lançamento, a perda irreversível em propriedade do
estado, de pessoa física ou jurídica, ou dano ambiental severo e irreversível.

Acidente Crítico acidente que ocasione a invalidez, a necessidade de


tratamento médico ou doença ocupacional temporárias, ou dano maior reversível ao complexo de
lançamento, ao sistema de lançamento, à propriedade do estado, de pessoa física ou jurídica ou ao
meio ambiente.

Acidente Desprezível acidente que ocasione ferimentos, doença


ocupacional ou danos leves ao complexo de lançamento, ao sistema de lançamento, à propriedade
do estado, de pessoa física ou jurídica ou ao meio ambiente.

Acidente Marginal acidente que ocasione ferimentos ou doença


ocupacional de menor monta, ou danos de menor monta ao complexo de lançamento, ao sistema de
lançamento, à propriedade do estado, de pessoa física ou jurídica, ou ao meio ambiente.

consentimento formal da autoridade responsável, em


uma situação específica, excepcional e temporária, relativo à aceitação de um item perigoso que não
atenda plenamente algum requisito de segurança aplicável.

A50 Aerozine 50, uma mistura composta por 50% de hidrazina e 50% de
dimetil hidrazina assimétrica

Área de Risco de Explosão área de maior probabilidade de explosão,


devido ao manuseio/armazenamento de agentes explosivos como combustível/oxidante de veículo
carregado e pressurização; área sujeita a fragmentação e sobre pressão direta resultante da explosão
de motor/carga.

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Azimute de Lançamento direção angular horizontal inicialmente dada ao


veículo lançado em sua decolagem, medida em graus, no sentido horário, a partir do norte
verdadeiro.

Área de Lançamento localidade geográfica incluindo as instalações do


Centro e as zonas protegidas e desprotegidas ao redor destas.

Área de Casualidades área na qual um ponto de impacto hipotético pode


causar possível ferimento ao pessoal e/ou civis.

Azimute de Voo o ângulo diretor instantâneo da trajetória de voo de um


veículo lançado medido em graus a partir do norte verdadeiro.

Análise de Risco análise do sistema para determinar o risco potencial e as


ações recomendadas para eliminar ou controlar riscos.

Ameaça - equipamento, sistema, evento ou situação nas quais existem ou


podem implicar em catástrofe.

Áreas Livres de Ameaça zonas seguras para a operação de solo que são
definidas nos Planos de Segurança de Voo para cada instalação operacional.

Carga Útil termo genérico que se aplica a todas as cargas úteis que podem
ser transportadas pelo veículo de lançamento; incluem, mas não se limitam à satélites.

Centro de Lançamento conjunto de sítios de lançamento e respectiva


estrutura geral de apoio, destinado à execução de atividades espaciais de lançamento.

Complexo de Lançamento conjunto constituído pela infraestrutura,


instalações e equipamentos, terrestres, marítimos ou aéreos, destinado à execução de operações de
lançamento por um operador específico.

Dano perda da vida, ferimentos ou outros prejuízos à saúde de pessoas,


perdas em propriedades do Estado, de pessoas físicas ou jurídicas, bem como prejuízos causados ao
meio ambiente.

Dispersão da Área de Impacto área em torno de um ponto de impacto

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aprovado; a extensão e a configuração da área é baseada no veículo ou nas características de


dispersão dos estágios.

Desvio uma definição usada quando se sabe que uma não conformidade de
projeto é gerada devido um equipamento ou uma não conformidade operacional.

Dispositivos de Segurança procedimentos de emergência por voz ou


sistemas por identificação de luz, utilizados para aumentar a segurança das operações de
lançamento.

Dossiê de Voo Documento com informações estruturais, de desempenho e


trajetórias do veículo a ser utilizado na campanha de lançamento, necessário à Segurança de Voo
para avaliação e gerenciamento de risco da Operação. Também pode ser chamado de Pré-Voo ou
Pre-Flight Report.

Estudo de Risco análise do sistema (hardware, software, firmware e


procedimentos) para determinar o risco operacional que pode resultar em perda de pessoal,
ferimentos, perda e degradação do sistema e ameaça ao público em geral.

Inibidor item que tem a finalidade de impedir a ocorrência de perigo,


provendo a interrupção física entre uma fonte de energia e um atuador de função.

Infortúnio evento não planejado ou série de eventos que podem resultar em


dano potencial.

Janela de Lançamento: período referente a datas e horários indicando a


possibilidade de lançamento de um veículo espacial.

Linha Limite de Impacto área de Lançamento de Risco; o limite dentro do


qual corre as linhas de trajetória e cuja violação por veículo desorientado implica no uso do Sistema
de Terminação de Voo (STV). Entretanto, o risco coletivo não deve exceder os padrões assumidos
para o pessoal essencial.

Mapa da Área de Risco: pictograma representativo das áreas de risco


relacionadas ao lançamento.

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Margem de Destruição margem usada para evitar valores muito restritivos


para os limites de terminação de voo; normalmente baseado em três-sigma do desempenho do
veículo.

Não Conformidade desvio observado dos padrões ou procedimentos.

Tempo de Resposta período de tempo entre o início do processo e o


surgimento de seus resultados.

Operação atividade técnica, industrial ou operacional, ou qualquer


combinação dessas atividades, executada por um ou mais operadores com a finalidade de realizar
um objetivo específico.

Operação de Lançamento operação para inserir um veículo lançador e sua


carga útil em uma trajetória suborbital, em órbita terrestre espacial ou em qualquer outra trajetória
no espaço exterior.

Operação de Segurança atividade preventiva com a finalidade de evitar a


ocorrência de acidentes.

Operação Perigosa operação sob condição de perigo.

Operador pessoa física ou jurídica, singular, associada ou consorciada,


nacional, estrangeira ou multinacional, legalmente capacitada para executar qualquer segmento de
uma operação.

Pessoal Essencial para a Missão pessoal necessário para completar com


sucesso e segurança, operações de risco e lançamentos; inclui pessoal necessário para executar
ações de emergência de acordo com as diretrizes autorizadas.

Pessoal Não Essencial pessoal não fundamental para a atividade da missão;


inclui o público em geral, visitantes, mídia e qualquer outra pessoa que pode ser excluída das Zonas
de Segurança sem afetar a operação.

Ponto de Impacto Posição geográfica onde ocorre o contato dos objetos


lançados com a superfície terrestre, seja continental ou marítima.

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Ponto de Impacto Instantâneo Ponto de Impacto calculado a partir da


posição e velocidade instantânea do veículo, supondo a terminação do empuxo do veículo lançador
e a ausência dos efeitos de arrasto atmosférico.

Programa de Segurança do Centro programa implementado para


assegurar que o lançamento do veículo e de cargas úteis não apresente riscos significativos ao
público geral, além daqueles oferecidos por sobrevoo de aeronaves convencionais. Tal programa
também inclui os complexos de lançamento, áreas de segurança e proteção dos recursos nacionais.

Perigo condição ou estado potencial de um item que possa resultar em


acidente, podendo ser associado ao projeto, fabricação ou operação do item ou ao meio ambiente.

Plano de Segurança documento que estabelece os procedimentos de


operações de segurança para uma operação de lançamento específica, compreendendo a Segurança
de Superfície, a Segurança de Voo e situações de emergência.

Risco medida, quantitativa ou qualitativa, da gravidade de um dano


potencial e da probabilidade de ocorrência do mesmo.

Risco Aceitável máximo risco à segurança aceito pela autoridade


responsável para uma operação específica.

Risco Inaceitável risco à segurança superior ao risco aceitável.

Risco Residual risco à segurança remanescente após redução de riscos.

Segurança Pública segurança envolvendo riscos para o público em geral,


do Brasil e de países estrangeiros.

Sistema de Segurança do Centro sistema constituído pelo plano de


segurança de superfície e voo, plano de terminação de voo, sistema de rastreio de solo e voo e
sistema de transmissão de dados de telemetria.

Segurança todas as ações com o objetivo de controlar os riscos oferecidos


pelas atividades de lançamento de artefatos espaciais. O objetivo da segurança é garantir a proteção
ao público, propriedades e meio ambiente, contra qualquer dano causado por tais atividades sobre a

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superfície da Terra, assim como proteger os artefatos em voo seja na atmosfera ou na órbita da
Terra.

Segurança da Área de Lançamento requisitos de segurança que envolvem


riscos mínimos à equipe, as propriedades do Centro e zona desprotegidas.

Situação Crítica condição ou estado de um item que esteja na iminência de


provocar reação em cadeia, com potencial de causar acidente.

Situação de Emergência condição ou estado de um item quando da


ocorrência de um acidente.

Situação Perigosa condição ou estado potencial de um item e seu ambiente


que possa resultar em acidente.

Situação Segura condição ou estado de um item e seu ambiente de não


provocar qualquer acidente.

Sítio de Lançamento instalações onde os veículos de lançamento e a carga


útil são armazenados, montados, integrados, testados abastecidos e lançados.

SCAPE Traje impermeável para o manuseio de produtos de risco (Self-


Contained Atmospheric Protective Ensemble).

Veículo de Lançamento veículo que carrega ou transporta carga paga para


uma determinada localidade; este é um termo genérico de todos os veículos que podem ser lançados
do Centro.

Veículo Desorientado veículo espacial que, durante o voo, viola os critérios


estabelecidos de segurança de voo e/ou opera irregularmente de maneira inconsistente com o
desempenho de voo desejado. A continuação do voo ou o lançamento errático do veículo pode
drasticamente desviar do voo planejado, com a possibilidade de elevar o risco ao público a limites
inaceitáveis.

3.2. Siglas
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

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CIN Coordenador de Contra-Incêndio


CLA Centro de Lançamento de Alcântara
CLBI Centro de Lançamento da Barreira do Inferno
COMAER Comando da Aeronáutica
CTO Conselho Técnico Operacional
DCTA Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
DoD Departamento de Defesa USA (Department of Defense - USA)
EPI Equipamento de Proteção Individual
NBR Norma Brasileira
NOTAM Notice to Air Man
PII Ponto de Impacto Instantâneo
CCO Coordenador de Comunicações
SEG Coordenador de Segurança do Centro
CSS Coordenador de Segurança do Setor de Preparação e Lançamento
SPT Coordenador de Segurança de Plataforma
SSA Coordenador de Serviço de Saúde
CSP Coordenador de Segurança de Superfície
SSP Seção de Segurança de Superfície
SVO Seção de Segurança de Voo
STB Coordenador de Segurança do Trabalho
STV Sistema de Terminação de Voo
CSVO Coordenador de Segurança de Voo
OCAL Operador de Cálculos de Ajuste do Lançador
OCRV Operador do Cálculo de Risco à Vida
OTMC Operador de Telemetria e Telecomando
ASVO Coordenador Adjunto de Segurança de Voo
ZNP Zona Não Protegida
ZNPP Zona Não Protegida Principal
ZP Zona Protegida

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4. ORGANIZAÇÃO E PROCESSOS DE SEGURANÇA DO CENTRO

Figura 4.1: Exemplo de Estrutura da Coordenadoria da Operação

4.1. Introdução
No Centro de Lançamento, as regras de segurança são consideradas como a principal
preocupação dentro das atividades de prestação de serviços. Isto se deve ao fato que o Centro se
responsabiliza por implementar as ações necessárias à redução dos riscos inerentes às operações de
lançamento de veículos espaciais, bem como as precauções necessárias a serem tomadas pelo
efetivo do Centro e seus clientes, de acordo com os critérios aceitos internacionalmente, para a
minimização de riscos à vida, danos à saúde humana e à propriedade.

4.2. Clientes do Centro


Os clientes do Centro são, em geral, empresas comerciais, institutos e agências
governamentais nacionais e estrangeiras que utilizam as instalações; testam seus equipamentos;
conduzem operações de pré-lançamento e de lançamento de veículos espaciais, ou, ainda,
necessitam de suporte para seus objetos em órbita.

4.3. Objetivos Gerais de Segurança do Centro


A segurança do Centro assegurará que o público em geral, o pessoal da área de
lançamento, extensões de terras no exterior e as instalações da área de lançamento sejam providos
de um nível aceitável de segurança, e que todos os aspectos das operações de pré-lançamento e de

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lançamento estejam sujeitas às leis públicas e aos interesses nacionais.

O objetivo comum do Centro e de seus clientes será o de lançar veículos espaciais e


cargas úteis de forma segura e eficiente, com total comprometimento com a manutenção da
segurança pública.

4.4. Organização de Segurança


O Manual de Segurança e o Regulamento Interno do Centro definem a organização e
a responsabilidade pela segurança no Centro.

Figura 1: Organização da Segurança

4.4.1. O Coordenador de Segurança do Centro


O Diretor do Centro é a mais alta autoridade responsável pela segurança. O
Coordenador de Segurança do Centro gerencia as ações de segurança (superfície e voo), com o
objetivo de assegurar que os requisitos sejam padronizados e consistentes, bem como, suas
respectivas aprovações sejam seguidas pelos clientes, sendo ainda responsável pela implantação dos
procedimentos de segurança e dos requisitos dos clientes, assim como tratará dos casos de não
adequação, de acordo com a filosofia de segurança do Centro de Lançamento. Durante uma
campanha de lançamento esta função é exercida pelo Diretor do Centro. Dentre as suas
responsabilidades estão:

a) cumprimento das diretrizes de segurança pública, definição dos requisitos de


segurança da área de lançamento e do complexo de lançamento para o controle de
voo da missão e das demais operações de apoio à segurança do lançamento;

b) revisão e coordenação de alterações com clientes do Centro (waivers), bem

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como prover aprovações de segurança para os procedimentos operacionais, junto


com a supervisão das operações de pré-lançamento no complexo de lançamento, e
nas instalações de processamento dos veículos lançadores e cargas úteis, sob a ótica
dos assuntos concernentes à segurança pública e à segurança da área de lançamento;
e

c) participar de comissões para condução de investigações de incidentes e


acidentes que possam vir a acontecer durante operações de lançamento no Centro.

4.4.2. Coordenador de Segurança de Superfície


A Segurança de Superfície do Centro de Lançamento deve atuar sobre todo o Centro,
compreendendo todos os sítios e complexos de lançamento.

4.4.2.1. Compete ao Coordenador da Segurança de Superfície:


a) identificar, supervisionar e coordenar as competências e exigências de
segurança de superfície entre os vários Coordenadores do Centro;

b) estabelecer, implantar e manter os planos e regras da segurança de superfície


a serem aplicados pelos operadores correspondentes;

c) verificar a aplicação dos planos, regras e procedimentos específicos a


segurança de superfície;

d) analisar o plano de montagem em conjunto com o documento de análise de


riscos subsidiando a elaboração do Plano de Segurança de Superfície;

e) revisar e aprovar os procedimentos específicos da segurança de superfície;

f) supervisionar e coordenar operações perigosas executadas simultaneamente


por um mesmo operador ou por operadores diferentes;

g) revisar procedimentos de emergência do Centro para Operações de


Lançamento;

h) definir e programar o treinamento geral da segurança de superfície;

i) verificar e garantir que o treinamento da segurança de superfície de cada


operador seja consistente e homogêneo com os demais treinamentos de segurança;

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j) solucionar, em primeira instância, conflitos que surjam entre os operadores


responsáveis por operações perigosas e encaminhar, ao Coordenador de Segurança
do Centro os conflitos que não puderem ser solucionados;

k) identificar os assuntos que afetem a segurança, a saúde pública e a proteção


ambiental, inclusive biológica e radiológica e informar ao Coordenador de Segurança
do Centro;

l) informar ao Coordenador de Segurança do Centro sobre qualquer incidente


ou acidente e participar de investigações, documentando as constatações;

m) divulgar para outros operadores as lições de segurança aprendidas;

n) estabelecer e operar uma estrutura da segurança de superfície necessária à


execução das atividades relativas às suas competências;

o) estabelecer e aplicar procedimentos da segurança ambiental do centro


relacionados ao lançamento, que satisfaçam às exigências da legislação brasileira;

p) contribuir para a elaboração e a implantação dos planos da segurança quanto


às situações de emergência relacionados com a segurança de superfície;

q) elaborar relatórios sobre a aplicação e o cumprimento das regras da segurança


de superfície e encaminhá-los ao Coordenador de Segurança do Centro;

r) definir as áreas de risco, assim como prover orientação para o controle de


acesso de pessoas a essas áreas dentro dos limites do sítio de lançamento;

s) elaborar e padronizar, para veículos idênticos, os Planos de Segurança de


Superfície para operações de lançamento, com aprovação do Coordenador de
Segurança do Centro, em exercício;

t) providenciar a evacuação de segurança e orientação para o controle de acesso


de pessoal às zonas restritas dentro dos limites do Centro de Lançamento;

u) controlar o acesso às estações nas áreas de risco;

v) prover apoio e/ou assistência nas situações de emergências na eventualidade

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de falhas e danos durante as operações de solo;

w) informar à Direção sobre acidentes/incidentes ocorridos durante a campanha


de lançamento para o possível acionamento do Plano de Gerenciamento de Crises e
Apoio a Emergências em Operações de Lançamento (PGCAE-OP);

x) escrever e revisar, junto com os demais coordenadores de segurança do


centro, o Plano de Gerenciamento de Crises e Apoio a Emergências em Operações de
Lançamento (PGCAE-OP); e

y) coordenar em conjunto com setor responsável a segurança de todas as


atividades de manuseio e transporte de materiais explosivos no Centro por militar
qualificado e devidamente autorizado pelo Coordenador de Segurança do Centro,
conforme item 5.14 da MCA 135-2/2012.

4.4.3. Coordenador de Segurança de Voo


O Coordenador de Segurança de Voo se responsabiliza pela proteção ao público em
geral, à área de lançamento, às zonas protegidas, ao território brasileiro e às áreas terrestres no
estrangeiro, do voo errante de veículos lançadores. Utiliza meios de análise de segurança de voo e
de engenharia de sistemas de segurança para o desenvolvimento e a implementação de regras de
missão, em tempo real, e critérios de terminação de voo.

Procura garantir o controle sobre o voo errante de veículos lançadores, a partir do


Centro de Lançamento até a área de impacto, para veículos voando em trajetórias suborbitais ou até
a inserção orbital, para veículos lançadores.

O Coordenador de Segurança de Voo tem, entre outras, as seguintes


responsabilidades:

a) desenvolvimento de projetos de segurança, critérios e diretrizes de operações;

b) elaboração de planos de terminação de voo de veículos lançadores e de cargas


úteis;

c) determinação de requisitos para os sistemas de terminação de voo;

d) aprovação das trajetórias e gerenciamento dos riscos associados para a

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proteção do público em geral, da área de lançamento, do pessoal, meio ambiente e


dos patrimônios público e privado; e

e) desenvolvimento de trabalho em conjunto com os clientes para definição de


trajetórias e critérios de segurança de voo para o veículo e cumprimento da missão.

4.5. Compete ao Cliente do Centro de Lançamento


O Cliente deverá prover o Centro de itens que visem eliminar os perigos e as
situações perigosas ou reduzir os riscos à segurança a níveis aceitáveis, assim como recomendar
procedimentos que envolvam qualquer operação de risco, para serem analisados e implementados,
caso julgado pertinente, pelos coordenadores de segurança do Centro. Estes itens incluem, por
exemplo:

a) uma lista de produtos e/ou quaisquer fontes de risco que serão manuseados;

b) plano de montagem, dossiê de voo e análises de riscos detalhadas de suas


operações e/ou procedimentos perigosos junto às solicitações do Exame de Situação
Técnico e Logístico;

c) os equipamentos de segurança previstos e propostos para tais fins;

d) o resgate de cargas úteis e veículos, caso necessário, não é de


responsabilidade do Centro, devendo ser coordenado pelo cliente com os Órgãos
competentes; e

e) informações gerais sobre qualquer sistema envolvendo aspectos de risco que


possam auxiliar o entendimento sobre o seu funcionamento.

O cliente do Centro de Lançamento também será responsável por:

a) proteger as pessoas físicas, as propriedades e o meio ambiente contra


qualquer dano causado ou que possa ser causado por itens perigosos sob sua
responsabilidade;

b) cumprir as regras de segurança emitidas pelo Centro de Lançamento;

c) estabelecer, implantar, aplicar e manter procedimentos específicos da


segurança que possibilitem assegurar que os riscos, inerentes às suas operações,

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sejam adequadamente controlados e compatíveis com os planos e regras de


segurança estabelecidas pelo Centro;

d) submeter seus procedimentos e equipamentos ao Coordenador de Segurança


do Centro para aprovação;

e) gerenciar os riscos residuais à segurança de superfície inerentes a seus


veículos espaciais, equipamentos e operações, visando alcançar níveis aceitáveis de
segurança;

f) executar as funções necessárias para garantir operações seguras;

g) aplicar os procedimentos de segurança quanto às situações de emergência, em


caso da ocorrência de acidentes durante suas operações perigosas;

h) participar e colaborar com investigações, quando da ocorrência de


incidente/acidente que envolvam seus veículos;

i) definir e proporcionar treinamento específico de segurança, relacionado a


seus equipamentos, instalações e operações;

j) verificar a habilitação técnica de qualquer pessoa física ou jurídica antes de


lhe atribuir qualquer participação em operação perigosa e encaminhá-las ao
Coordenador de Segurança do Centro; e

k) seguir o que prevê os Regulamentos de Segurança da AEB para operações de


lançamento comerciais ou acordos internacionais.

5. POLÍTICA DE SEGURANÇA DO CENTRO

A política de segurança do Centro é assegurar que os riscos ao público em geral, ao


pessoal da área de lançamento, ao patrimônio nacional, áreas terrestres no estrangeiro e
propriedades estrangeiras, sejam reduzidos ao mínimo possível. Esta política deve ser
implementada através da utilização de gerenciamento de risco em três categorias de segurança:
Segurança Pública, Segurança da Área de Lançamento, Segurança do Complexo de Lançamento.

O cliente do Centro deve procurar manter o menor risco possível, consistente com os

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requisitos da missão e de acordo com as diretrizes de risco de lançamento do Centro. O Diretor do


Centro poderá, com o assessoramento do Conselho Técnico Operacional (CTO), alterar este critério
para programas específicos ou missões.

5.1. Considerações sobre Segurança do Público


O gerenciamento de segurança do Centro procurará assegurar que o risco ao público
em geral, ao território nacional e aos países estrangeiros em função das operações de lançamento do
Centro, atenda aos critérios estabelecidos nas Diretrizes de Segurança de Voo, que delineia
diretrizes para critérios de gerenciamento de risco a serem considerados na determinação do risco
aceitável nos lançamentos individuais. Os riscos, conforme Regulamento Técnico da AEB e normas
internacionais de segurança espacial, são divididos nas seguintes categorias:

a) catastrófico: perda de vida humana (acidente em voo ou no solo) público: 10-


7
/ campanha; populações sobrevoadas: 10-7/ lançamento e 10-7/ reentrada (1); e
pessoal operacional do centro de lançamento: 10-6 / campanha;

b) grave: danos maiores ao patrimônio (destruição do veículo lançador e/ou


carga útil e/ou instalações no solo), e/ou ao meio ambiente ou ferimentos severos
para pessoas 10-4 / campanha; qualquer sistema de solo potencialmente perigoso: 10-6
/ campanha; outras instalações: 10-4 / campanha; e

c) significativo: ferimentos leves para pessoas, dano patrimonial e/ou ambiental


leve (degradação).

O impacto teórico ou a fase de reentrada de qualquer parte de um veículo sobre


massas terrestres, marítimas ou no espaço aéreo, não implicará em um nível de risco à vida maior
do que 1x10-7 e a probabilidade da ocorrência de impacto sobre o patrimônio privado não poderá ser
superior ao nível de 1x10-3.

A probabilidade de que um veículo lançador ou suas partes atinjam um navio


cruzando a zona não protegida deverá ser inferior a 1x10-5.

Os objetivos gerais da segurança adotados para atividades "fora-de-campanha" são


similares aos regulamentos que se aplicam à indústria pirotécnica ou petroquímica.

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As definições de ferimentos para as pessoas e danos patrimoniais são aquelas


adotadas pelos regulamentos que se aplicam à indústria pirotécnica.

6. OPERAÇÕES DE PRÉ-LANÇAMENTO E DE LANÇAMENTO

O gerenciamento da Segurança do Centro revisará, aprovará, monitorará e imporá


paradas de segurança quando necessário, em todas as operações de pré-lançamento e de lançamento
conduzidas pelo Centro. Isto serve para assegurar que os riscos associados com manipulação de
propelentes e outros sistemas e materiais de risco, não exponham o público em geral a riscos
maiores do que aqueles considerados aceitáveis por leis públicas ou pelos regulamentos do Centro.

A Segurança do Centro supervisionará a preparação de veículos lançadores e de


cargas úteis, o planejamento do controle de voo da missão e conduzirá as operações de apoio à
segurança do lançamento. Estes procedimentos devem assegurar que os riscos ao público em geral e
a países estrangeiros e seus patrimônios não excedam os limites aceitáveis consistentes com a
missão e os interesses nacionais.

Os clientes do Centro proverão, para cada sistema de lançamento, a devida


capacidade de responder à parada de contagem regressiva no caso que seja necessário interromper a
continuidade de uma operação de lançamento.

Paradas de contagem regressiva serão realizadas para evitar o começo de uma


operação de lançamento ou interromper uma operação de lançamento já em andamento, caso esta
viole os critérios de segurança da área pública, da área de lançamento, do complexo de lançamento
ou o comprometimento com a segurança do lançamento e cumprimento da missão.

As paradas de contagem regressiva podem ser invocadas no caso em que qualquer


critério mandatário de comprometimento de segurança de lançamento do Centro seja violado, ou no
caso que condições adequadas de segurança não possam ser asseguradas ou verificadas quando
pessoal, bens ou o sucesso da missão são colocados em risco.

6.1. Sistemas Críticos de Segurança do Centro


Os Sistemas Críticos de Segurança incluem subsistemas aéreos e terrestres utilizados
pelo sistema de segurança do Centro, que consistem em: Sistemas de Terminação de Voo (aéreos e

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terrestres), Sistemas de Rastreio (aéreos e terrestres) e no Sistema de Transmissão de Dados de


Telemetria.

Todos os sistemas críticos de segurança do Centro deverão ser projetados para


assegurar que nenhuma falha de ponto único, incluindo falha de programa (software) possa negar a
capacidade de terminar o voo ou resultar um término inadvertido de um veículo lançador ou carga
útil.

É necessária a existência de um STV instalado no veículo de modo que o voo possa


ser terminado em qualquer momento da fase propulsada, inclusive em motores caracterizados como
carga útil. É isento da necessidade de STV quando o voo for considerado intrinsecamente seguro, o
que será estabelecido por meio de estudos estatísticos baseados nos desvios das condições nominais.

O STV deverá atender aos requisitos de redundância estabelecidos neste documento


e deverá ser projetado de maneira a permitir a terminação do Voo em toda a fase propulsada do
veículo.

Os requisitos de confiabilidade dos Sistemas de Segurança, conforme ABNT NBR


ISO 14620-3:2009 para um voo que inclua STV, estão definidos a seguir:

a) o objetivo geral de confiabilidade do STV embarcado e de solo é de 0,9981


ao nível de confiança de 95%;

b) objetivo de confiabilidade do STV embarcado deve ser de no mínimo 0,999


ao nível de confiança de 95%; e

c) o STV de solo terá uma confiabilidade de 0,999 ao nível de confiança de


95%, para uma duração de 4 horas, conforme necessidade.

O objetivo geral de confiabilidade do Sistema de Rastreio deverá ser definido em


função dos seguintes requisitos:

a) a confiabilidade do Sistema de Rastreio, conforme ABNT NBR ISO 14620-


3:2009, embarcado será de 0,995 ao nível de confiança de 95% para o sistema de
transponder e 0,999 ao nível de confiança de 95% para o sistema de posicionamento
global (GPS);

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b) não foram adotados requisitos de confiabilidade para o Sistema de Rastreio; e

c) não foram adotados requisitos de confiabilidade para o Sistema de


Transmissão de Dados de Telemetria.

Quando possível, os Sistemas Críticos de Segurança do Centro serão projetados para


não permitirem falhas únicas de programas e equipamentos (software e hardware), sem que essas
comprometam o controle de segurança por meio da consideração de redundância geral do sistema.

6.2. Controle de Voo de Veículos Errantes


O gerenciamento da segurança verificará a necessidade dos veículos lançados
disporem de um método, previamente aprovado pelo Centro de Lançamento, para o controle de voo
de veículos errantes, a fim de atender aos objetivos de minimização de risco ao público em geral, ao
patrimônio nacional e as nações estrangeiras.

Caso o veículo disponha de um STV, a Segurança do Centro estabelecerá os critérios


para terminação de voo e as regras de segurança de voo da missão, para assegurar que as operações
não excedam os limites aceitáveis de segurança pública.

A Segurança do Centro estabelecerá as áreas de controle de risco de lançamento e os


procedimentos para proteger pessoas na terra, no mar e no ar, para cada lançamento de veículo
espacial, utilizando as instalações do Centro, mesmo que possua STV, para assegurar que os
seguintes critérios sejam satisfeitos:

a) nenhum veículo lançador intacto, destroços previstos, cargas úteis ou partes


de veículos lançadores e de cargas úteis poderá, intencionalmente, impactar em solo,
a não ser a área dentro das linhas de limite de impacto;

b) os caminhos e trajetórias de voo devem ser projetados para que as áreas


normais de dispersão de impacto não tenham interseção com a terra; e

c) margens de segurança deverão ser utilizadas para evitar linhas de limite de


pontos de impacto demasiadamente restritivas.

6.3. Segurança da Área de Lançamento


A Segurança do Centro deverá assegurar que todo o pessoal localizado nas Zonas

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Protegidas esteja provido de meios de proteção contra os riscos associados com as operações de
lançamento obedecendo às categorias de probabilidade correlatas a diferentes níveis de
aceitabilidade.

Conduzirá estudos e análises para determinar os níveis de risco, definirá os níveis


aceitáveis e desenvolverá critérios de exposição.

Estabelecerá critérios e controles, procedimentos e processos para minimizar os


riscos ao pessoal e para assegurar que níveis aceitáveis de risco da área e do complexo de
lançamento nunca sejam excedidos.

Garantirá que todas as operações de risco afetando a segurança da área de


lançamento sejam identificadas e conduzidas de acordo com procedimentos de segurança definidos
formalmente e aprovados pelo Centro. Por intermédio do Coordenador de Segurança do Centro, o
Centro assegurará que seja provida a segurança da área de lançamento de acordo com este
documento e os Planos de Segurança Operacional aprovados.

O Centro estabelecerá as Zonas de Segurança para proteger o pessoal e as


instalações.

Todo o pessoal executando operações de risco, que possam impactar a segurança da


área de lançamento, deverá ser provido de treinamento adequado, com comprovação formal do
treinamento. Na ausência de um treinamento formal, leva-se em conta a experiência em campanhas
anteriores.

Seguindo uma política de minimização de danos, a composição das equipes que


realizarão as atividades de risco deve conter o mínimo de pessoal necessário e manter somente
aqueles que forem participar da atividade corrente.

Cada atividade de risco pode ser realizada por um número máximo de 6 (seis)
pessoas. Entretanto, este número pode ser reduzido levando-se em conta a disponibilidade dos
meios de emergências, conforme estipulado no Plano de Segurança de Superfície.

6.4. Procedimento de Segurança em Relação às Comunidades Locais


O Centro deverá dispor às comunidades locais, sempre que possível, e dentro do grau de

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confidencialidade permitido, de avisos referentes às atividades de lançamento, contendo


informações sobre a Janela de Lançamento e o Mapa de Área de Risco.
Esses avisos deverão ser específicos para cada missão de lançamento e, quando
possível, divulgados por meio de comunicação pública (rádio local, televisão), visitas às
comunidades e panfletos. No caso de adiamento da campanha de lançamento, novos avisos deverão
ser emitidos. Salienta-se que o setor responsável para divulgação será a Comunicação Social do
Centro.

7. AUTORIZAÇÕES DE SEGURANÇA E DOCUMENTAÇÃO RELACIONADA

O Diretor do Centro aprovará as seguintes diretrizes de segurança:

a) as regras de Segurança para o voo do foguete, incluindo os critérios de


terminação, quando aplicável ao veículo;

b) os critérios de lançamento acordados pela Segurança do Centro para todos os


veículos;

c) planos de Segurança (Superfície e Voo); e

d) plano de Gerenciamento de Crises e Apoio a Emergência em Operações de


Lançamento.

7.1. Requisitos de Documentação


7.1.1. Dossiê de Voo e Planos de Apoio Previstos
O Dossiê de Voo preliminar e final serão aprovados antes das Revisões finais de
Prontidão para o Lançamento.

Os Planos de Suportes Previstos serão aprovados antes da Revisão das Diretrizes de


Lançamento.

7.1.2. Conjunto de Segurança do Sistema de Pré-lançamento do Veículo.


O Conjunto de Segurança do Sistema de Pré-lançamento do Veículo é composto
pelas análises de riscos de todos os sistemas críticos para a segurança dos veículos lançadores e de
suas cargas úteis. Incluem, também, o equipamento de apoio terrestre, as instalações, suas
interfaces, procedimentos operacionais e ações no caso de emergência. O Conjunto de Segurança do

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Sistema de Pré-lançamento do Veículo deverá ser analisado pela segurança do Centro antes da
chegada de equipamentos (hardware) e/ou do seu uso no Centro, para que sejam elaborados os
Planos de Segurança.

7.1.3. Relatório do Sistema de Segurança de Voo do Centro de Lançamento.


Em caso de lançamento com STV o Relatório do Sistema de Segurança do Centro,
incluindo a filosofia do sistema de segurança, os planos de teste e os relatórios de testes para o
Coordenador do STV, Sistema de Rastreio do Centro e Sistema de Transmissão de Dados de
Telemetria, deverá ser aprovado antes do lançamento.

7.1.4. Planos de Segurança.


Os Planos de Segurança de Superfície e Voo deverão ser aprovados antes da
aprovação do Plano de Operações da Campanha. Salienta-se que os modelos dos planos são de
responsabilidade dos setores competentes.

7.1.5. Desvios e Concessões


Desvios e concessões são utilizados quando os objetivos da missão e do cliente do
Centro não possam, de outra forma, ser alcançados.

7.1.5.1. Desvios
Desvios são utilizados quando uma não adequação de projeto é percebida antes da
produção do equipamento ou uma não adequação operacional é percebida antes do início de uma
operação no Centro.

7.1.5.2. Concessões
Concessões são utilizadas quando, por meio de erro no processo de fabricação ou por
outra razão, uma não adequação de equipamento é descoberta após a fabricação do equipamento, ou
uma não adequação operacional é descoberta após o início da operação.

7.1.5.3. Política de Desvios e Concessões


A política do Centro é a de evitar a utilização de desvios e de concessões, exceto em
situações extremamente raras, e são concedidos tão somente sob circunstâncias únicas e de
necessidade extrema. A Segurança do Centro e os clientes se esforçarão em conjunto para limitar o
número de desvios e concessões necessários ao mínimo. Para a obtenção de desvios ou concessões é

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necessário a aprovação formal de uma comissão formada por representantes do Centro, cliente, ou
outros envolvidos, sendo presidida pelo Diretor do Centro de Lançamento e formalizada mediante
documento tipo ATA ou similar.

8. PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA DE VOO

8.1. Introdução
Nesta seção são apresentadas as diretrizes básicas relacionadas a dados de trajetória e
outras características de sistemas para veículos lançados do Centro.

8.2. Procedimentos para os Clientes do Centro


Pede-se aos clientes do Centro que se comprometam com os seguintes
procedimentos:

a) submeter todos os dados identificados como requisitos para apoio à segurança


das operações planejadas;

b) cumprir os prazos limites e as condições de aprovação da Segurança do


Centro para a submissão de dados;

c) avisar à Segurança do Centro de quaisquer alterações nos cenários


operacionais para verificar se as aprovações concedidas foram afetadas;

d) prover dados específicos necessários na data das operações agendadas;

e) assegurar precisão e relevância de todos os dados considerados de apoio às


solicitações para aprovações;

f) prover ao Centro os documentos apropriados contendo os dados teóricos de


trajetória quando da submissão dos documentos requeridos, sempre que as trajetórias
da missão sejam alteradas ou que trajetórias adicionais sejam incorporadas; e

g) revisar os dados teóricos de trajetória fornecidos quando a trajetória calculada


afete adversamente a fase operacional estabelecida no programa do cliente do
Centro.

8.3. Apoio à Segurança de Voo

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Os Apoios à Segurança de Voo são fundamentais para permitir o monitoramento de


todos os testes de sistemas realizados antes do lançamento e para demonstrar a evolução do
comportamento do voo do veículo, incluindo tanto a fase balística quanto a propulsada.

Eventualmente, a decisão da interrupção do voo se baseia em tais dados. Os meios de


apoio à segurança de voo do Centro estão descritos a seguir.

8.3.1. Circuito Fechado de TV - CFTV


Na Sala de Segurança de Voo, as seguintes câmeras deverão estar disponíveis:

a) câmera de vídeo com imagens da plataforma de lançamento;

b) câmera de vídeo empregada para seguir a primeira fase do voo, sendo


redundante e sem módulo de falha única (designadas como câmaras de plano
limitado);

c) câmera embarcada, caso tal recurso esteja instalado no veículo e disponível


para o lançamento; e

d) imagens no posto óptico para acompanhamento (desejável).

8.3.2. Sistema de Telecomando


O sistema de telecomando deverá possibilitar a transmissão de sinais ao veículo,
quando necessário, obedecendo aos requisitos de confiabilidade e redundância.

8.3.3. Apoio de Comunicações


Estes são os meios necessários para assegurar as comunicações entre a Segurança de
Voo e outras estações:

a) interfone Operacional (IO);

b) sistema de configuração operacional e disparo (SCOD); e

c) ramal interno.

8.3.4. Sistema de Inibição do Painel de Lançamento


Este sistema permite a inibição do processo de lançamento do veículo, no caso de
qualquer violação nos critérios de segurança. É associado com o sistema de sinalização operacional.

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8.3.5. Base de Tempo


Deverão ser disponibilizados na Segurança de Voo o Horário Universal (TU) e o
Tempo Decontagem (TD) por meio de relógios separados.

8.3.6. Visualização Gráfica de Localização e Telemetria


Deverão ser disponibilizados monitores gráficos no console da sala de segurança,
mostrando as seguintes informações:

a) dois monitores redundantes apresentando informações de telemetria


(acelerações, nível do controle automático de ganho do receptor a bordo, dados de
altitude, pressão nos motores, sinais de telecomando etc.); e

b) dois monitores redundantes apresentando a previsão em tempo real do ponto


de impacto.

8.3.7. Visualização de Dados Meteorológicos


Mostra os dados meteorológicos da superfície dentro da área de lançamento
(velocidade e direção do vento, temperatura e pressão do ar etc.).

8.3.8. Apoio à Análise de Dados de Voo


É constituído dos computadores utilizados para processar a informação de sondagens
atmosféricas; calcular a probabilidade de impacto e os ajustes no lançador; e realizar simulações de
trajetografia para serem utilizados na fase de análise de dados.

8.4. Filosofia e Critérios


O principal propósito das diretrizes da Segurança de Voo do Centro é proteger a vida,
instalações e equipamentos contra o impacto de veículos e garantir o sucesso do voo dos engenhos.
Para se alcançar este objetivo, o critério básico utilizado é o de não expor o público em geral a
riscos maiores do que aqueles que são submetidos diariamente em suas vidas normais usando,
sempre que possível, medidas menos restritivas.

Objetivando a proteção contra a possibilidade de uma parte do veículo cair durante o


lançamento, três zonas de risco diferentes foram definidas:

a) zona protegida (ZP): é projetada para a proteção de pessoas, instalações e

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equipamentos. Dentro desta Zona os riscos são reduzidos a um nível aceitável, de


acordo com as diretrizes de segurança do Centro. Seu estabelecimento deverá
considerar o seguinte:

densidade populacional das áreas habitadas;

desempenho do veículo; e

área de lançamento.

A população das áreas ao redor da zona de proteção será informada sobre o perigo de
ultrapassar suas demarcações.

b) zona não protegida (ZNP): Sobre esta Zona, o veículo lançador pode evoluir
livremente, podendo ser inclusive sujeito a impacto. Portanto, nesta área a
probabilidade de danos a pessoas e propriedades deve ser pequena, o que é
assegurado através de notificações aos clientes dos espaços aéreo e marítimo
nacional e internacional e, eventualmente, pela evacuação de pessoal presente nesta
zona.

O Centro é responsável pela execução da segurança de voo até o evento da primeira


confirmação de injeção de carga útil (ou do estágio superior do veículo e da carga útil) em órbita.

Um Plano de Segurança de Voo será implementado para garantir a segurança do


público em geral e daqueles que participam diretamente na missão de lançamento, de modo a
assegurar que ninguém estará sujeito a um risco superior aos limites estabelecidos neste documento.

A segurança de voo está diretamente associada com a evolução do veículo ao longo


das trajetórias contidas nas áreas operacionais e com os pontos de impacto previstos para ocorrerem
dentro das áreas designadas com este objetivo. Como as variáveis envolvidas (aerodinâmica do
veículo, desempenho, ângulos de elevação, tráfego aéreo e marítimo, direção e velocidade do vento)
são únicas, uma análise de segurança será feita para cada lançamento.

c) zona não protegida principal (ZNPP): É uma zona de possível impacto do


veículo no caso de alguma anormalidade ocorrer na decolagem. Como as condições
operacionais indicam a necessidade da presença de pessoal nesta área, se torna

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OPERACIONAL DO CLA 31/42
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mandatório a construção de abrigos especiais para proteger a equipe operacional. A


definição sobre os limites desta área deverá levar em consideração os seguintes
dados:

previsão do ponto de impacto iniciando no momento em que os dados de


trajetografia começam a se validar; e

duração da fase vertical do voo.

Nesta área, o controle é estabelecido por meio de postos de sentinela, que limitam o
acesso de pessoal, e é observado usando-se helicópteros e circuito fechado de televisão (CFTV).

Figura 4: Exemplos de Zona Protegida (ZP) e Zona Não Protegida (ZNP)

8.5. Classificação dos Veículos


Veículos espaciais, do ponto de vista da segurança do voo, são classificados em duas
categorias: veículos de segurança intrínseca e aqueles que são de segurança não intrínseca, e que
necessitam dispor de sistemas de terminação a bordo.

8.5.1. Veículos de Segurança Intrínseca


Um veículo pode ser considerado intrinsecamente seguro se ambos os seguintes

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critérios forem atendidos:

a) um estudo teórico demonstre que os riscos inerentes ao seu voo estão de


acordo com a política de segurança do Centro; e

b) análise experimental que confirme os resultados dos estudos teóricos, tanto


em situações normais quanto em caso de falhas.

8.5.2. Veículos de Segurança não Intrínseca


Se estudos teóricos estabelecerem que há um nível de risco incompatível com os
objetivos da segurança de voo, ou se estudos experimentais não confirmarem os resultados teóricos,
torna-se obrigatória a instalação de STV a bordo do veículo. Este Sistema deverá ser de alta
confiabilidade, conforme definido neste documento.

8.6. Objetivos de confiabilidade


8.6.1. Princípio de Falha Única
Tanto para o sistema de segurança que rastreia a evolução da trajetória (sistema
gráfico) quanto para o sistema de intervenção a bordo do veículo (telecomando), é obrigatório
eliminar qualquer possibilidade que uma falha única ou um erro humano possa inibir o
funcionamento do sistema ou causar um resultado indesejado. Esse grau de confiabilidade deve ser
alcançado observando-se o princípio de redundância e por uma aceitação do teste do processo de
qualificação, juntamente com um rigoroso programa de manutenção.

8.6.2. Redundância
Para que o princípio de falha única possa ser satisfeito, os sistemas de segurança de
voo mencionados acima têm de ser redundantes, totalmente independentes e sem um módulo de
falha comum.

8.6.3. Confiabilidade dos sistemas


Adicionalmente à redundância, o sistema de telecomando a bordo e em solo e outros
sistemas envolvidos na localização do veículo (sistemas de radar, sistemas ópticos, telemetria,
computadores gráficos, etc.) terão nível de confiabilidade compatível com os objetivos de segurança
de voo. Para alcançar estes objetivos:

a) o sistema de telecomando a bordo no veículo deverá ser constituído de dois

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circuitos independentes e redundantes sem módulo de falha única, desde o


suprimento de energia elétrica até o completo processo de intervenção em si;

b) o sistema de telecomando terrestre deverá ser constituído de elementos


redundantes, sendo independentes e sem módulo de falha única; e

c) os sistemas a bordo que contribuem para a localização do veículo devem ser


redundantes, independentes e sem módulo de falha única.

8.7. Terminação de Voo


No lançamento de veículos que estejam equipados com STV, torna-se obrigatório o
estabelecimento de regras ou critérios para apoiar a decisão do Chefe da Segurança de Voo para
comandar a ordem de destruição. No caso de missões que envolvam o telecomando existente a
bordo do veículo, o Diretor do Centro emitirá um Documento de Delegação de Competência para
delegar a autoridade à Pessoa Responsável pela Segurança do Voo da Missão para ativar o comando
de destruição do veículo, caso necessário.

Contido neste documento estará o Plano de Segurança do Voo com os critérios de


destruição adotados para a missão específica.

Veículos com sistema de controle ativo devem possuir STV.

A linha limite do PII é traçada em monitores gráficos localizados na sala de


segurança de voo.

8.8. Critérios Específicos


8.8.1. Apontamento
a) A elevação máxima da trajetória nominal é de 85°;

b) A elevação máxima corrigida da trajetória nominal devido ocorrência de


ventos é 86°;

c) Para a utilização de valores de elevação acima do descrito nos itens


anteriores, deve ser apresentado um estudo comprovando a necessidade e um de
estabilidade de voo do veículo com base nas condições meteorológicas do período do
lançamento, que será submetido ao aceite da Segurança de Voo do Centro, além de

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formalização por anuências; e

d) Somente veículos controlados e lançados a partir da TMI podem ser lançados


a uma elevação maior do que esta, e será de 90°.

8.8.2. Veículos sem Sistemas de Terminação de Voo


a) Para veículos , a elevação máxima da trajetória nominal é 80º. O
azimute efetivo deve ser escolhido de maneira que as vantagens geográficas da área
de impacto fiquem evidentes;

b)
devido ocorrência de ventos é 84º;

c) Limites de vento de superfície, balístico e outros devem ser estabelecidos de


acordo com a sensibilidade ao vento de cada veículo; e

d) O azimute de lançamento efetivo e os ajustes de elevação devem ser


estabelecidos a fim de que a área de impacto prevista ocorra dentro das zonas
operacionais aprovadas.

Limitações de lançamento devem ser publicadas nos Planos de Segurança de Voo.

8.8.3. Veículos com Sistemas de Terminação de Voo


a) todos os limites serão estabelecidos para atender às regras de segurança que
incluem limites de impacto, altitudes do veículo, limites de azimute, limites de
verticalidade e limites radioelétricos;

b) os limites de vento de superfície, balísticos e outros limites serão


estabelecidos; e

c) todos os limites estabelecidos e áreas de risco definidas serão incluídos no


Plano de Segurança de Voo.

8.8.4. Critérios de terminação de voo:


a) quando as informações válidas fornecidas indicarem que o veículo violou um
dos limites da terminação de voo;

b) quando o desempenho do veículo lançado é desconhecido e o veículo é capaz

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de violar um dos limites de terminação de voo;

c) o Ponto de Impacto Instantâneo do veículo (PII) não deve sobrepor-se às


áreas habitadas;

d) o voo será terminado devido a desvio elevado da trajetória ou voo errático


visível. Esta ação pode ser tomada se, diante do julgamento do SVO, a continuação
do voo implicar num acréscimo do potencial de risco; e

e) outros critérios de terminação de voo podem ser impostos devido a


particularidades únicas de determinada missão. Tais critérios devem ser
documentados no Plano de Segurança de Voo.

8.9. Análise de Impacto


O impacto nominal teórico ou a fase de reentrada de qualquer parte de um veículo
sobre massas terrestres, marítimas ou no espaço aéreo não implicará em um nível de risco à vida
maior do que 10-7 e a probabilidade da ocorrência de impacto sobre patrimônio privado não poderá
ser superior ao nível de 10-3, a não ser que:

a) durante a fase de reentrada do veículo, a energia calorífica gerada seja


suficiente para destruir o veículo; e

b) as partes sólidas do veículo sejam suficientemente pequenas para evitar


ferimentos a pessoas ou danos ao patrimônio público e privado.

8.9.1. Impacto em Navios


A probabilidade de que um veículo lançador ou suas partes atinjam um navio
cruzando a área desprotegida deverá ser igual ou menor do que 10-5.

8.9.2. Risco à Vida


Os riscos à vida associados com as missões de lançamento em geral não excederão
um nível de 10-6.

8.9.3. Sobrevoo de Terras Habitadas


O sobrevoo do Ponto de Impacto Instantâneo (PII) em qualquer formação terrestre
habitada será permitido somente em fase de inserção orbital.

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Em caso de terras internacionais habitadas ou não, o sobrevoo PII será permitido


apenas em caso de inserção orbital, sendo necessária a formalização de um acordo internacional
entre os países envolvidos autorizando o sobrevoo.

8.10. Desocupação da Área de Impacto


As áreas de impacto são controladas por meio da coordenação de segurança de
superfície do Centro. Organizações como a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira auxiliarão
no controle das áreas de impacto, quando necessário.

8.11. Rotas de Colisão


A trajetória dos veículos que alcançam grandes altitudes e que eventualmente podem
causar risco de impacto a satélites e naves espaciais tripuladas, manterá uma distância mínima de
separação, de acordo com regras estabelecidas em convenção internacional.

8.12. Plano de Segurança de Voo


Para cada campanha de lançamento, um Plano de Segurança de Voo específico
(Anexo V) será emitido. Este documento concentra todas as principais informações relacionadas ao
veículo lançador, sua trajetória e desempenho, características da carga útil e os resultados da análise
de segurança, tais como limites estabelecidos, áreas de risco, critérios adotados, etc.

8.13. Fonte de Dados


Pelo menos duas fontes independentes de dados são necessárias para estabelecer a
posição em tempo real do veículo, dependendo das características da missão e da classificação do
veículo. No caso em que uma destas fontes seja um radar operando em modo reflexão, ou seja,
modo radar, é obrigatório observar condições claras de visibilidade para garantir a aquisição do
sinal do veículo.

8.14. Projeções Gráficas de Pontos de Impacto


O cálculo em tempo real do ponto de impacto e sua projeção no monitor gráfico são
obrigatórios no caso de veículos contendo telecomando a bordo, pelo fato da ordem de destruição
emitida pela pessoa responsável pela Segurança do Voo ser decidida com base na análise gráfica
disponível em tempo real.

8.15. Aprovações da Análise de Voo

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A aprovação específica depende do tipo de atividade estabelecida no programa. O


desenvolvimento de uma operação mais segura e consistente com os objetivos propostos pode durar
vários meses, enquanto alterações no plano são feitas.

Os clientes do Centro deverão iniciar o processo de aprovação da Análise de Voo o


quanto antes, para que o programa proposto seja aceitável do ponto de vista da segurança,
respeitando os prazos estipulados neste documento.

8.16. Aprovação do Dossiê de Voo


A aprovação do Dossiê de Voo se aplica a todos os veículos a serem lançados do
Centro, seja o caso de veículos suborbitais, orbitais, com sistema ativo de controle ou não

8.16.1. Visão Geral da Aprovação do Dossiê de Voo


O processo de aprovação do Dossiê de Voo incorpora duas fases formais de
aprovação: Aprovação Preliminar do Dossiê de Voo e Aprovação Final do Dossiê de Voo.

Os programas normalmente são classificados em duas categorias: os novos ou os já


existentes. Novos programas incluem também os existentes, cujos dados de apoio de Aprovação do
Dossiê de Voo tenham sido alterados significativamente. Os novos programas deverão apresentar os
dados requeridos tanto para Aprovação Preliminar do Dossiê de Voo quanto para Aprovação Final
do Dossiê de Voo. Geralmente os programas existentes só precisam submeter os dados requeridos
para a Aprovação Final do Dossiê de Voo. Tanto para programas novos quanto para os existentes
que não envolvam longos prazos de planejamento ou de desenvolvimento de cargas úteis, a
aprovação pode, em função da necessidade, se dar a apenas alguns meses antes da data prevista da
missão.

Em cada fase da Aprovação do Dossiê de Voo, a segurança do Centro responderá à


solicitação de aprovação feita por escrito pelo cliente do Centro de Lançamento, por meio da
emissão de uma carta de deferimento ou indeferimento, por meio de solicitação de execução de
alteração ou investigação do plano proposto, ou pela definição de dados adicionais requeridos antes
da tomada de decisão.

Após o fornecimento de todos os dados requeridos e de sua avaliação, o cliente do


Centro de Lançamento receberá uma carta de aprovação, de aprovação condicionada ou de

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indeferimento.

Caso o Dossiê de Voo ou a missão seja aprovada, a carta especificará as condições da


aprovação relativas a pontos, tais como: limites de azimute de lançamento, perfil da trajetória,
restrições de vento, localização de áreas de impacto, cronologia dos principais eventos, bem como o
número de operações a que a aprovação se refere.

A aprovação será final na medida em que a operação ou as operações mantenham as


condições apresentadas. Caso alterações significativas do Dossiê de Voo ocorram após a concessão
da aprovação, a análise posterior do plano revisado pode tornar-se necessária.

O cliente do Centro de Lançamento é responsável por avisar à Segurança sobre


qualquer alteração, o mais breve possível.

8.16.2. Aprovação Preliminar do Dossiê de Voo


O processo de aprovação do Dossiê de Voo para todos os programas novos se inicia
com uma reunião introdutória, seguida da submissão dos dados requeridos e de uma solicitação
formal por escrito para a concessão da Aprovação Preliminar do Dossiê de Voo.

Os programas existentes também solicitarão a Aprovação Preliminar do Dossiê de


Voo, quando os dados de apoio anteriores aprovados não forem aplicáveis à operação planejada. O
propósito da Aprovação Preliminar do Dossiê de Voo é o de assegurar que os requisitos da
Segurança do Centro sejam incluídos no projeto geral dos sistemas, e para determinar se o programa
específico é conceitualmente aceitável.

Nas reuniões preliminares, a Segurança do Centro deverá definir limites e condições


de voo aceitáveis, especificar que partes do Dossiê de Voo necessitam de uma ênfase especial e
identificar diretrizes aplicáveis ao programa.

Os dados relacionados com as trajetórias de voo previstas, configuração dos estágios


do foguete, configuração do STV e outros estarão incluídos. A falta de alguns dados pertinentes não
deve ocasionar o atraso da solicitação escrita inicial, principalmente se as discussões preliminares
ainda não tenham sido realizadas.

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8.16.3. Aprovação Final do Dossiê de Voo


A Aprovação Final do Dossiê de Voo se aplica a cada operação do programa. A
Aprovação Final do Dossiê de Voo se baseia em análise detalhada dos objetivos da operação,
desempenho do veículo e outros dados de itens requeridos.

Em resposta à solicitação do cliente do Centro de Lançamento, a Aprovação Final do


Dossiê de Voo é emitida quando o Chefe da Segurança de Voo se certifica que a operação específica
pode ser apoiada dentro dos limites dos meios e da capacidade da segurança de voo em prover a
proteção efetiva à vida e ao patrimônio.

Quaisquer restrições ou condições identificadas na Aprovação Preliminar do Dossiê


de Voo podem ser anuladas por aquelas colocadas na Aprovação Final do Dossiê de Voo. A
Aprovação Final se aplica a uma operação específica, e não garante que operações similares
recebam uma Aprovação Final do Dossiê de Voo.

Caso o programa consista em operações idênticas, uma Aprovação Final do Dossiê


de Voo de cobertura pode ser concedida, e permanecerá em vigor durante a execução do programa,
desde que as operações se mantenham dentro dos limites especificados de segurança.

9. PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA DE SUPERFÍCIE

9.1. Organização da Segurança de Superfície do Centro


Durante o curso de uma campanha de lançamento, o gerenciamento da estrutura de
segurança de superfície do Centro se organiza da seguinte maneira:

a) CSP (Coordenador de Segurança de Superfície) Coordena as equipes de


segurança do Centro e desenvolve atividades visando garantir a execução das regras
de segurança de superfície estabelecidas para a proteção de vidas e do patrimônio. É
responsável pela autorização das Ordens de Atividades emitidas pelo Planejamento;

b) CCO (Coordenador de Comunicações) É responsável por coordenar


comunicações aeronáuticas, marítimas e terrestres a serviço da segurança;

c) STB (Coordenador de Segurança do Trabalho) É responsável por definir e


fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); analisar o risco das atividades;

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sinalizar as rotas de fuga; elaborar o PGCAE-OP; auxiliar as equipes/operadores no


tocante à segurança e saúde no trabalho; e realizar inspeções;

d) SPT (Coordenador de Segurança de Plataforma) É responsável por:


fiscalizar as operações perigosas realizadas nos setores de preparação e de
plataformas; fiscalizar a presença na área de preparação e lançamento de
materiais/equipamentos proibidos; coordenar a evacuação em todos os setores da
área de plataformas; e liberar o acesso à plataforma somente após autorização do
CSP;

e) CIN (Coordenador Contra Incêndio) - É o responsável por todas atividades de


prevenção, combate a incêndio e resgate durante toda a operação, desde a montagem
do veículo até o seu lançamento;

f) SSA (Coordenador de Serviço de Saúde) - É o responsável pelo


acompanhamento e atendimento médico-hospitalar para apoio à Segurança de
Superfície;

g) CSS (Coordenador de Segurança do Setor de Preparação e Lançamento) - É o


responsável pela segurança e controle de acesso de viaturas e pessoal nas áreas
operacionais do Centro durante uma operação de lançamento; e

h) A estrutura organizacional da Segurança de Superfície encontra-se nos


documentos do setor (NPA e procedimentos), podendo ser criados outros
coordenadores de acordo com a necessidade da operação.

9.2. Apoio à Segurança de Superfície


O apoio à segurança de superfície objetiva monitorar todas as fases planejadas da
missão, iniciando com a recepção do veículo e seus componentes no Centro e a carga útil com os
equipamentos associados, até o final da campanha. A segurança de superfície do Centro utiliza os
seguintes meios:

a) circuito fechado de televisão (CFTV) para operações de segurança de


superfície, serão gravadas imagens através câmeras de vídeo que estarão localizadas

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em cada instalação do Centro de lançamento para o monitoramento das operações;

b) aeronaves para zonas de desocupação utilizadas para controlar e para evitar


qualquer presença desavisada na área designada de impacto;

c) embarcações para zonas de desocupação utilizadas para controlar e para


evitar qualquer presença de embarcações na área marítima designada de impacto;

d) equipe Médica para agir no caso de um acidente envolvendo pessoal


durante a campanha;

e) equipe de Contra Incêndio para atuar no caso de qualquer acidente durante


o curso da campanha; e

f) sistemas de Apoio de Comunicação um conjunto de equipamentos HF e


VHF para prover comunicações entre os operadores de segurança do Centro e
aeronaves e embarcações de apoio, e qualquer outra Organização de apoio situada
fora do Centro.

9.3. Filosofia e Critérios


O gerenciamento da Segurança de Superfície do Centro segue a mesma filosofia e os
critérios gerais estabelecidos para a Segurança de Voo, assegurando a proteção das pessoas e do
patrimônio contra quaisquer operações perigosas de pré-lançamento de veículos e cargas úteis e
será essencial para a aprovação dos procedimentos e dos planos operacionais.

9.4. Sinalização de Segurança


Todas as áreas e instalações devem ter sinalizações indicativas de segurança. Deve-se
enfatizar, principalmente, os locais onde possuem emissores de ondas eletromagnéticas, como
radares, micro-ondas, telecomando etc. Tais locais devem ser sinalizados, indicando a
operacionalidade do sistema com o intuito de evitar a aproximação de pessoas quando na sua
utilização.

9.5. Plano de Segurança de Superfície


O Plano de Segurança de Superfície será desenvolvido de acordo com a filosofia e os
critérios de segurança estabelecidos nesse documento, e submetido para revisão e aprovação da

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autoridade de Segurança do Centro de Lançamento.

10. Considerações Finais

O lançamento de veículos espaciais requer um alto grau de confiabilidade de todos os


meios envolvidos e, devido a sua complexidade, à elevada soma de recursos em jogo e à
necessidade de proteção de pessoas e de bens, o fator segurança passa a exercer um papel
extremamente importante nesse contexto.

Assim, a Segurança do Centro de Lançamento passa a ser alvo de um enfoque


especial, tendo em vista a manutenção da capacidade de atender às exigências de proteção de
pessoas e de bens de terceiros, segundo o especificado nos Regulamentos da Agência Espacial
Brasileira.

O Centro deve ser estruturado para operar com organismos nacionais e estrangeiros,
tanto em termos de acordos de cooperação, quanto em atividades com fins lucrativos.

Entre os potenciais clientes, alguns desconhecem a doutrina operacional típica de um


Centro de Lançamento, principalmente no que diz respeito ao item Segurança. Assim, é de extrema
importância que os documentos que tratam desse assunto o façam da maneira mais clara possível, a
fim de que todos tirem o máximo proveito do seu conteúdo.

Vale ressaltar que a manutenção dos procedimentos relativos à Segurança é


obrigação tanto do cliente quanto do Centro, mas cabe a este último a elaboração, a atualização e a
efetivação de todas as medidas de Segurança que visem à proteção de pessoas e de bens, tanto do
Centro quanto de terceiros.

Os modelos dos Planos de Segurança de Voo e Segurança de Superfície encontram-se


nos documentos específicos dos setores (NPA e procedimentos) e nas legislações em vigor.

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