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Acessibilidade em

Espaços Edificados de
Uso Público
Módulo

1 Diretrizes Gerais de
Acessibilidade em Edifícios
Públicos
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa

Diretor de Desenvolvimento Profissional


Paulo Marques

Coordenador-Geral de Educação a Distância


Carlos Eduardo dos Santos

Rodrigo Abreu de Freitas Machado (Supervisor Técnico, 2019)

Rafaele Dib Ubaldino de Freitas (Supervisor Técnico, 2019)

Empresa 2F Arquitetura e Serviços LTDA ME (Consultoria Técnica, 2019)

Marcela Coimbra de Albuquerque (Designer Instrucional, 2019)

Sheila Rodrigues de Freitas (Coordenadora Web, 2020)

Isaac Silva Martins (Implementador Moodle,2020)

Sanny Caroline Saraiva (Produção Gráfica, 2020)

Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramadora, 2020)

Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/ CDT/ Laboratório
Latitude e Enap.

Curso produzido em Brasília, 2020.

Enap, 2020

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF

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Sumário
1. Direito ao acesso a edifícios públicos............................................. 5
2. Projetando e avaliando a acessibilidade em edifícios públicos....... 8
3. Parâmetros Antropométricos....................................................... 14
4. Rotas acessíveis........................................................................... 20
5. Acesso à informação e comunicação ........................................... 23
6. Pisos táteis em espaços edificados............................................... 27
7. Rotas de fuga............................................................................... 35
8. Circulações horizontais................................................................ 36
9. Vencendo desníveis..................................................................... 38
10. Rampas...................................................................................... 39
11. Elevadores verticais ou inclinados.............................................. 42
12. Plataforma de elevação vertical ou inclinada............................. 44
13. Esteira rolante vertical ou inclinada........................................... 49
14. Escadas / degraus...................................................................... 50
15. Corrimãos.................................................................................. 52
16. Portas e Janelas......................................................................... 54
17. Balcões, caixas e bilheterias....................................................... 57
18. Bebedouros e telefones públicos............................................... 65
19. Mobiliários – mesas, bancadas e assentos................................. 66
20. Referências................................................................................ 69

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1
Módulo
Diretrizes Gerais de
Acessibilidade em Edifícios
Públicos
1. Direito ao acesso a edifícios públicos
A acessibilidade é um conceito vinculado à definição de inclusão e cidadania, sendo estes direitos
inalienáveis de todas as pessoas. Oportunidades iguais devem ser fornecidas para o exercício da
cidadania e a acessibilidade é uma das condições para possibilitar a inclusão de pessoas com
deficiência em todos os aspectos da vida social.

O Curso ACESSIBILIDADE EM ESPAÇOS EDIFICADOS DE USO PÚBLICO aborda os requisitos de


acessibilidade em espaços edificados de uso público e está dividido em três módulos. Neste
primeiro módulo estão incluídas considerações técnicas e diretrizes gerais de acessibilidade,
baseadas nos princípios do Desenho Universal para elementos comuns a todo tipo de edificação,
e que atendem as necessidades de pessoas de todas as idades e capacidades. Estas informações
servirão de base aos módulos 2 e 3 deste curso, onde estão apresentadas diretrizes específicas
de acessibilidade considerando as diversas funções e atividades em ambientes edificados de uso
público.

Apesar dos direitos conquistados e da legislação atual, que garante a acessibilidade em todos os
ambientes de uso público no Brasil, realizar atividades corriqueiras tais como ir a um restaurante
ou cinema, talvez não seja possível para muitas pessoas que possuem alguma deficiência. É, no
entanto, dever de todos os profissionais responsáveis pelo projeto e pela execução de espaços
construídos, criar ambientes acessíveis para todas as pessoas, aplicando as normas atuais de
acessibilidade e os conceitos de Desenho Universal. Para poder fiscalizar, avaliar, assim como
desenvolver e executar soluções técnicas de acessibilidade, os profissionais, em especial os que
atuam nos serviços públicos, precisam identificar os diferentes tipos de barreiras ambientais que
limitam ou impedem que todos os indivíduos realizem atividades desejadas com autonomia e
segurança.

O curso ACESSIBILIDADE EM ESPAÇOS DE USO PÚBLICO NO BRASIL contém


definição do conceito de barreiras e sua classificação. O curso está disponível
no portal da EV.G.

Ainda existe um número expressivo de edificações de uso público sem acessibilidade. Estas
incluem não só edificações que necessitam reformas, pois foram construídas anteriormente

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à legislação atual, mas também novas edificações que, ou não contemplam as soluções de
acessibilidade previstas pelas atuais normas técnicas, ou apresentam apenas soluções parciais,
que não atendem às necessidades das pessoas com deficiência. Como exemplo, uma auditoria
apresentada em 2016 pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal identificou que 100% das
edificações inspecionadas na cidade de Brasília e seus distritos administrativos possuíam falhas
de acessibilidade.

Esses locais, em um total de mais de 140 edificações, são hospitais públicos, centros de ensino
especial, serviços de atendimento ao cidadão, DETRAN, PROCON e delegacias. A falha de
maior incidência foi a ausência/inadequação de sinalização informativa e direcional (100%)
e a mais grave, apesar de menos recorrente, foi a ausência de entrada acessível (12,6%). Os
demais problemas encontrados foram: falta de sinalização informativa visual e tátil, falta de piso
direcional (quando necessário) e falhas de acessibilidade em instalações sanitárias.

Veja, no gráfico abaixo, percentuais sobre irregularidades identificadas por meio desta auditoria
de acessibilidade, na área de entrada de edifícios públicos de Brasília:

ENTRADA DA EDIFICAÇÃO - ENTRADA DA EDIFICAÇÃO -


Irregularidades Sinalizaçãod ae ntrada
Diâmetro
insu ente para acessível
manobra de 100.0%
cadeira der odas
Vã e acesso
inadequado 62.50% Necessidade
des inalização
da entrada
Ausência de acessível
entrada acessível
Não requer
sinalização

Ausência de
sinalização 11.54%12.62%
37.50%
indicando a 3.85%
entrada acessível

Gráfico 5- Irregularidadesi dentificadas no Gráfico 6- Necessidaded es inalização


quesitoe ntrada da edificação.( Fonte: PTn º 9) informativae direcional da entradaa cessível.
(Fonte: PT nº 9)

Fig. 1: Gráficos de irregularidades encontradas no item “Entrada da Edificação” que mostra


a maior incidência de falta de soluções de acessibilidade quanto à presença de sinalização
e informação e que afeta principalmente as pessoas com deficiências sensoriais.

Fonte: https://www.tc.df.gov.br/wp-content/uploads/2017/08/Relat%C3%B3rio-
Final-e-Decis% C3%A3o-26221-13-Seaud.pdf. Acesso em 11/02/2019.

A LBI – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) –
Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, estabelece a obrigatoriedade do atendimento aos requisitos
de acessibilidade, previstos pelas normas técnicas vigentes e de acordo com os princípios do
Desenho Universal, na aprovação de projetos arquitetônicos, urbanísticos, de comunicação e

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informação, e de transporte, bem como na construção, na reforma, na ampliação ou na mudança
de uso de edificações de uso público ou privadas de uso coletivo.

Veja o texto completo das Normas na biblioteca deste curso. Você também
pode consultar, na biblioteca, a Lei Brasileira de Inclusão Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), Lei nº 13.146, de 2015.

Além disso, a LBI exige das entidades de fiscalização profissional de engenharia e arquitetura
a declaração do profissional, na Anotação ou Registro de Responsabilidade Técnica, quanto ao
atendimento às regras de acessibilidade e exige das prefeituras a elaboração de planos diretores,
códigos de obras e de posturas, assim como leis de uso e ocupação do solo, atendendo à atual
legislação.

A LBI em seus artigos 56 e 60, expressamente impõe aos Municípios e ao Distrito Federal a
obrigação de – antes de aprovar projetos, licenciar ou emitir certificado de conclusão de obra
ou serviço, ou conceder e renovar alvará de funcionamento – exigir o ateste do atendimento às
regras de acessibilidade, bem como de certificar a acessibilidade da edificação.

Veja os artigos 56 § 2º e 60 § 1º da Lei nº 13.146, de 2015.

Edifícios de uso público, Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), residências
inclusivas e áreas comuns de edifícios habitacionais devem contemplar os requisitos de
acessibilidade e dimensionamento estabelecidos pela Norma de Acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos - NBR 9050:2015, e pela NBR 16537:2016, Norma
que trata da sinalização tátil no piso, com diretrizes para elaboração de projetos e instalação,
além de outras Normas e Leis que serão apresentadas neste curso.

Se ainda tem dúvidas sobre quais as barreiras que as pessoas com deficiência
enfrentam, não deixe de fazer o curso ACESSIBILIDADE EM ESPAÇOS DE
USO PÚBLICO NO BRASIL, que contém vídeos depoimentos de pessoas com
deficiência motora, com deficiência visual e de pessoa surda.

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2. Projetando e avaliando a acessibilidade em edifícios
públicos
A acessibilidade pode ser dividida em quatro componentes: orientação, deslocamento,
comunicação e informação, e uso, face à complexidade para avaliar, fiscalizar e propor soluções
de acessibilidade que atendam à diversidade de todos usuários, e em especial às necessidades
das pessoas com deficiência.

Estes componentes de acessibilidade, apresentados resumidamente a seguir, são constituídos


por uma série de diretrizes que definem características espaciais para o entendimento do espaço
e a inclusão de elementos facilitadores de atividades numa perspectiva de Desenho Universal.

Você pode rever, ou obter conhecimentos mais detalhados sobre os


componentes de acessibilidade no curso ACESSIBILIDADE EM ESPAÇOS DE USO
PÚBLICO NO BRASIL, disponível na EV.G.

1. ORIENTAÇÃO
Condição de compreensão do espaço, (legibilidade espacial) a partir de sua configuração
arquitetônica e da sua organização funcional. É a possibilidade de distinguir o local onde se está,
e o percurso que se deve fazer para chegar a um determinado destino, a partir de informação
arquitetônica e suportes informativos (placas, letreiros, sinais, mapas).

Fig. 2: Símbolo do componente de acessibilidade ORIENTAÇÃO.


Fonte: Adaptado de DISCHINGER et al, 2014.

2. DESLOCAMENTO
Condição de movimento nos percursos horizontais e verticais e sua continuidade. É a possibilidade
de deslocar-se de forma independente em percursos livres de obstáculos, que ofereçam conforto
e segurança ao usuário (existência de rampas adequadas, rotas acessíveis desimpedidas,
plataformas elevatórias/elevadores).

Fig. 3: Símbolo do componente de acessibilidade DESLOCAMENTO.


Fonte: Adaptado de DISCHINGER et al, 2014.

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3. USO
Condição que possibilita a utlização dos equipamentos e a participação nas atividades afins.
Os equipamentos devem se acessíveis a todos os usuários e manuseados com segurança,
conforto e autonomia (acesso a balcões de informações e atendimento por cadeirantes de forma
confortável, banheiros adaptados de maneira adequada, espaço reservado para cadeirante em
sala de espera, estacionamento reservado para pessoa com deficiência em conformidade com a
norma).

Fig. 4: Símbolo do componente de acessibilidade USO.


Fonte: Adaptado de DISCHINGER et al, 2014.

4. COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO
Condição de troca e intercâmbio entre pessoas e equipamentos de tecnologia assistiva, que
permitam o ingresso e uso do ambiente (terminais de computadores e telefones com mensagem
de texto que possam auxiliar usuários com restrições auditivas ou com limitações na produção
linguística, profissional intérprete da Libras).

Fig. 5: Símbolo do componente de acessibilidade COMUNICAÇÃO


Fonte: Adaptado de DISCHINGER et al, 2014.

O entendimento dos componentes da acessibilidade espacial permite uma compreensão mais


aprofundada dos vários aspectos envolvidos, auxiliando na identificação de barreiras existentes em
ações de avaliação da acessibilidade em prédios de uso público, assim como definindo requisitos
espaciais para a elaboração de projetos de reformas e novas edificações que possibilitem o uso
dos espaços por todos.

Existem planilhas, programas computacionais, manuais e roteiros de acessibilidade, elaborados


por instituições governamentais e órgãos de planejamento de várias cidades brasileiras, que
classificam e organizam diferentemente os componentes de acessibilidade a avaliar, além
de incluir mais subdivisões. Estas planilhas de avaliação e manuais, tanto nacionais como
estrangeiras, podem orientar a adequação à legislação dos estabelecimentos de uso público,
tanto novos, como já existentes.

É muito importante verificar a compatibilidade destes instrumentos de


avaliação com as Normas Técnicas vigentes, pois alguns podem ser mais
antigos do que as normas atuais!

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Além de verificar as questões técnicas relativas às normas, é fundamental que problemas
existentes, mas que não constam em planilhas e normas – como segurança da edificação, falta
de higiene, riscos à saúde, ausência de equipamentos básicos, entre outros - sejam observados
e descritos na planilha. Também é importante que sejam inseridos no projeto e na avaliação
fotografias e desenhos técnicos, como: planta de situação, com a localização do edifício na
quadra e indicação de acessos a partir da via pública ou de estacionamentos, plantas baixas
esquemáticas, com zoneamento de usos para que o contexto possa ser ponderado.

Um exemplo de planilhas de avaliação são as elaboradas para o “Programa de Acessibilidade


às Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida nas Edificações de Uso Público do
Ministério Público de Santa Catarina”. Estas propõem avaliações de acessibilidade de edificações
considerando não somente os itens que são obrigatórios por lei, mas também recomendando
outros itens de acessibilidade para reduzir o grau de dificuldade na realização de diversas
atividades. A proposta do Manual do MP/SC é a de que o projetista tenha a visão de tornar
os ambientes de uso público mais agradáveis ao uso de pessoas com capacidades diferentes.
Apesar de sua edição ser anterior à atualização da NBR 9050 em 2015, o roteiro detalhado das
planilhas auxilia na análise de diversos tipos de ambientes.

O manual “Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos -


Programa de Acessibilidade às Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida
nas Edificações de Uso Público” do MP/SC é de livre acesso no link abaixo. Não
esqueça de verificar sua compatibilidade com atual NBR 9050/2015! https://
documentos.mpsc.mp.br/portal/conteudo/cao/ccf/Manual/Manual%20
Acessibilidade_2014_web.pdf

Estas planilhas de avaliação foram elaboradas com base na existência de áreas comuns a
todos os edifícios públicos e possuem o diferencial de terem sido organizadas de acordo com
o encaminhamento do usuário no edifício, desde sua chegada a partir da via pública, até as
atividades fins. As planilhas são: Áreas de acesso ao edifício (Planilha 1); Saguões, salas de
recepção e espera (Planilha 2); Circulações horizontais (Planilha 3); Circulações Verticais (Planilha
4); Sanitários (Planilha 5); e Locais para Atividades Coletivas (Planilha 6).

Essa avaliação seguindo o encaminhamento do usuário e atividades realizadas é bastante


interessante e abrangente, uma vez que, além de pontuar especificidades de cada ambiente,
permite avaliar os percursos. Assim, revelam-se situações onde os locais em si são acessíveis,
porém, não há facilidades para chegada até eles.

Outro aspecto positivo do manual do MP/SC refere-se à apresentação de imagens referência


de como deveria ser o ambiente a ser avaliado, de modo que o profissional tenha um maior
embasamento para preenchimento das planilhas de avaliação supracitadas. Um exemplo destes
desenhos é o Desenho 4: “Acesso a um edifício público acima do nível do passeio”, onde são
apresentados aspectos de como deveria ser o ambiente a ser avaliado.

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Na imagem, podemos identificar os itens obrigatórios de acordo com a NBR 9050:2015 e
classificados de acordo com os componentes de acessibilidade que são: quanto à orientação -
(1) letreiro com nome do edifício, (2) piso alerta indica a presença de desníveis (escada e rampa);
quanto ao deslocamento - (3) rampa com inclinação máxima de 8,33% e largura mínima de 1,20
m, (4) patamar com dimensões iguais à largura da rampa; quanto ao uso - (5) corrimão em
duas alturas: 70 e 92 cm, sem arestas vivas e nos dois lados da rampa e escada, (6) faixa em cor
contrastante indica o fim de cada degrau, que não deve ser vazado, (7) suporte para o apoio de
objetos.

Fig. 6: Acesso a um edifício de uso público acima do nível do passeio.


Fonte: Adaptado de DISCHINGER et al, 2014. p. 44.

A empatia também faz parte da planilha! Ao nos colocarmos na posição da


pessoa com deficiência percebemos que não basta que o ambiente atenda as
normas técnicas, ele também deve ser agradável e humanizado!

Você pode conferir o Manual de Adaptações de Acessibilidade nos conteúdos


de consulta ou no link: http://www.mdh.gov.br/navegue-por-temas/pessoa-
com-deficiencia/programas/acessibilidade

Neste manual, acessível on-line, encontra-se um modelo de laudo-padrão de acessibilidade


que pode orientar profissionais na elaboração de diagnóstico das condições de acessibilidade

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de edificações e, também, um caderno de especificações técnicas e encargos para organizar as
especificações e orçamentos de obras de adaptação. Trata-se de uma planilha que resulta em
um Laudo Técnico que fundamenta a vistoria realizada e registra as conclusões dos técnicos e as
recomendações para adaptações necessárias.

Dica
Experimente avaliar um ambiente de uso público que você frequenta utilizando
as planilhas do Manual de Adaptações de Acessibilidade.

Ao avaliar a acessibilidade de prédios existentes, é importante, além de listar todas as barreiras e


as respectivas soluções necessárias, definir prioridades. É bastante comum que órgãos públicos,
tais como escolas, tenham verbas limitadas e precisem escolher quais problemas resolver em
primeiro lugar. Assim, é recomendável a elaboração de um plano ou cronograma para a execução
de todas soluções técnicas, evitando a realização de soluções parciais que não atendem a todas
pessoas.

É importante reconhecer que a eliminação de barreiras e


a solução dos problemas de acessibilidade dependem de
diferentes âmbitos de atuação – projeto, execução e fiscalização
– e que exigem a respectiva capacitação profissional. Os
profissionais responsáveis pelo projeto devem saber identificar
os problemas existentes e desenvolver soluções técnicas
adequadas. Na execução de novos projetos e reformas, devem
ser mantidas as especificações técnicas estabelecidas. Por
último, os responsáveis por ações de fiscalização, a partir do
conhecimento detalhado da legislação, devem ser capazes de
avaliar as soluções implementadas. (DISCHINGER et al, 2014).

São muitas as informações e requisitos de desenho que fazem parte das normas técnicas, assim
como são muitos os aspectos a serem verificados quando utilizamos planilhas de avaliação.
Diante deste cenário, muitas vezes podemos nos deparar com projetos e execução de obras de
acessibilidade parciais, por falta de consideração de algum aspecto relevante. Neste sentido,
devemos sempre considerar a necessidade de avaliar e desenvolver soluções de acessibilidade
numa visão de Desenho Universal, considerando as necessidades de todos usuários para a
realização das atividades existentes.

Quanto maior o grau de exigência da atividade e menor a competência do indivíduo, devido


à uma deficiência, maior a sua limitação. Projetos de espaços, equipamentos e objetos numa
perspectiva de Desenho Universal visam diminuir a exigência para a realização de atividades,

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constituindo-se em elementos facilitadores pois, ao diminuir a exigência da tarefa, também
diminuem o grau de limitação colocado por barreiras, ou as eliminam.

Você pode encontrar conceitos sobre Desenho Universal, limitações ambientais


e elementos facilitadores no curso ACESSIBILIDADE EM ESPAÇOS DE USO
PÚBLICO NO BRASIL. Veja também exemplos de espaços e equipamentos
desenhados numa perspectiva de Desenho Universal no PowerPoint
“Tecnologias Assistivas” deste mesmo curso.

Para facilitar a consulta e acesso às normas disponíveis, assim como possibilitar uma melhor
compreensão de sua aplicação para diminuir as limitações e eliminar barreiras, viabilizando
soluções de acessibilidade para pessoas com deficiência, vamos apresentar a seguir disposição
geral de requisitos e diretrizes de acessibilidade.

Iniciamos com a apresentação de parâmetros dimensionais, após são apresentados requisitos


gerais para rotas acessíveis, seguidos pelos elementos comuns a todas edificações organizados
do geral para o particular.

Dica
Você pode encontrar cartilhas, normas e orientações sobre a legislação
que podem auxiliar no desenvolvimento de avaliações de acessibilidade
em edificações de uso público na página “Publicações Técnicas dos Direitos
Humanos e do Terceiro Setor” do Ministério Público de SC, disponível no link:
https://www.mpsc.mp.br/cao-direitos-humanos-e-terceiro-setor/publica
coes-tecnicas.

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3. Parâmetros Antropométricos
É importante considerar para quem estamos projetando, as necessidades dos diferentes usuários
e as atividades que realizarão no espaço. Pessoas em cadeira de rodas ou de baixa estatura, por
exemplo, tem um alcance manual diferente do da maioria das pessoas. Por isso, é necessário
atenção às alturas de dispositivos de comando, conforme tabela abaixo:

Fig. 7: Altura dos dispositivos de comando.


Fonte: Adaptado da NBR 9050:2015.

Para dimensionar locais visando a realização de atividades com acessibilidade por pessoas em
cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida, devemos conhecer os Parâmetros Antropométricos
da atual NBR 9050:2015, que reproduzimos a seguir.

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1. PESSOAS EM PÉ
A figura abaixo apresenta as dimensões referenciais para deslocamentos de pessoas em pé que
necessitam de auxílio por muletas, bengala ou andador (dimensões em metros):

Fig. 8: Padrões antropométricos.


Fonte: NBR 9050:2015.

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2. CADEIRA DE RODAS
A figura abaixo apresenta as dimensões de cadeiras de rodas manuais ou motorizadas sem
reboque e da cadeira cambada. As dimensões estão em metros.

Fig. 9: Dimensões de cadeira de rodas.


Fonte: NBR 9050:2015.

3. PESSOAS EM CADEIRA DE RODAS E MÓDULO DE REFERÊNCIA (MR)


Consideramos o Módulo de Referência (MR) - a projeção de 0,80 m por 1,20 m no piso, ocupada
por uma pessoa utilizando cadeira de rodas motorizada ou não, conforme figura abaixo. Este
parâmetro é considerado fundamental para a acessibilidade.

Fig. 10: Módulo de Referência (MR).


Fonte: NBR 9050:2015.

4. DESLOCAMENTO DE PESSOAS EM CADEIRA DE RODAS


As circulações para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeiras de rodas devem ter um
espaço mínimo de 0,90 m para deslocamento individual ou de 1,20 m a 1,50 m para deslocamento
de um pedestre e uma pessoa em cadeira de rodas.

Fig. 11: Área de deslocamento para pessoa em cadeira de rodas.


Fonte: NBR 9050:2015.

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5. MANOBRAS COM A CADEIRA DE RODAS
Para rotacionar a cadeira sem deslocamento, as medidas necessárias serão:
a) para rotação de 90° = 1,20 m × 1,20 m;
b) para rotação de 180° = 1,50 m × 1,20 m;
c) para rotação de 360° = círculo com diâmetro de 1,50 m.

Observe na imagem abaixo como fica a projeção no piso para este giro:
Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento.

Fig. 12: Área de deslocamento para pessoa em cadeira de rodas.


Fonte: NBR 9050:2015.

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6. ALCANCE MANUAL FRONTAL E LATERAL
Usuários de cadeiras de rodas possuem maiores dificuldades para acessar objetos em estantes,
mesas ou para acessar equipamentos, por isso a imagem abaixo apresenta as medidas
confortáveis para estes casos. Lembrando que a faixa de alcance manual frontal ou lateral pode
variar de acordo com a flexibilidade de cada pessoa.

Fig. 13: Alcances manuais da pessoa em cadeira de rodas.


Fonte: PMSP, SEPED, 2005, p. 10.

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7. ÂNGULOS DE ALCANCE VISUAL
Os ângulos de alcance visual são diferentes para pessoas em pé e pessoas na posição sentada,
como usuários em cadeira de rodas, principalmente para visualizar elementos mais altos, como
a parte de cima de mobiliários, ou calcular a altura do peitoril de uma janela, por exemplo.

Fig. 14: Exemplo de cones visuais da pessoa em cadeira de rodas.


Fonte: NBR 9050:2015.

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4. Rotas acessíveis
É condição essencial para a acessibilidade de edifícios de uso público a existência de rotas sem
barreiras que permitam a todos usuários atingir as atividades fins nele existentes. Por exemplo,
deve ser possível para uma pessoa utilizando muletas poder deslocar-se de forma autônoma
desde a calçada até a recepção de um posto de saúde, assim como poder acessar a sala de
consulta, utilizar o sanitário e outros espaços, tais como a sala de espera ou sala de vacinação.
Esta mesma rota deve permitir que uma pessoa cega, um idoso, ou uma mãe com carrinho de
bebê possam orientar-se, deslocar-se e atingir os mesmos espaços com autonomia e segurança.

Assim, em rotas acessíveis deve ser possível para qualquer pessoa: saber onde está e como
atingir os locais desejados; se deslocar com autonomia e segurança sem encontrar obstáculos;
poder comunicar-se e obter informações sobre os locais e atividades existentes; utilizar e acionar
elementos e/ou equipamentos ao longo do percurso, tais como portas, botoeiras de elevadores,
etc.

Temos então, como atributos essenciais de uma rota acessível: possuir um início e um fim, ter
continuidade ao longo da rota e entre rotas, e atender a todos os componentes de acessibilidade:
orientação espacial, deslocamento, comunicação e informação, e uso. Sua definição de acordo
com a atual norma técnica brasileira de acessibilidade é:

A rota acessível é um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os


ambientes externos e internos de espaços e edificações, e que pode ser utilizada de forma
autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e mobilidade
reduzida. (NBR 9050:2015).

Para o acesso de uma escola, por exemplo, temos que considerar a presença de rota acessível
desde o passeio até a entrada principal, e desta até as áreas de recepção, salas de aula e todos
os seus espaços de forma integrada.

Veja a seguir desenhos e recomendações que ilustram trecho de rota acessível em ambiente
escolar conforme o Manual de acessibilidade espacial para escolas: O direito à escola acessível,
de 2009 do MEC.

Existem símbolos para indicar existência de equipamentos, mobiliário,


produtos ou serviços para pessoas com deficiência visual, auditiva,
atendimento preferencial, sanitários, circulações e comunicação que podem
ser encontrados ao longo da NBR 9050:2015.

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Na imagem abaixo podemos observar soluções como: (1) entrada de pedestres separada da
entrada de carros; (2) caminho de pedestres pavimentado com piso regular, antiderrapante e não
ofuscante; (3) não existem obstáculos ao longo da circulação; (4) existe piso tátil direcional para
guiar as pessoas com deficiência visual até a porta da escola; (5) porta de entrada visível desde o
portão, facilmente identificada por marquise em cor forte; (6) rampa com inclinação adequada;
(7) estacionamento separado do local onde as crianças brincam; (8 e 9) vagas sinalizadas com
pintura no piso e placa de identificação.

5
7

1
2 3 4

6
9

Fig. 15: Itens necessários para garantir a acessibilidade em espaços de educação:


rota acessível do portão de acesso à porta de entrada da escola.
Fonte: DISCHINGER et al, 2009.

Tratando-se da sinalização, conforme visto na imagem acima, ressalta-se que:

h,
Destaque,h
A indicação de acessibilidade nas edificações, no mobiliário, nos espaços e
nos equipamentos urbanos deve ser feita por meio do símbolo internacional
de acesso (SIA). A representação do símbolo internacional de acesso consiste
em um pictograma branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou
Pantone 2925 C).

Existem símbolos para indicar existência de equipamentos, mobiliário,


produtos ou serviços para pessoas com deficiência visual, auditiva,
atendimento preferencial, sanitários, circulações e comunicação que podem
ser encontrados ao longo da NBR 9050:2015.

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Fig. 16: Símbolo Internacional de Acesso – SIA
Fonte: NBR 9050:2015.

Considerando os componentes de acessibilidade, uma rota acessível deve atender aos seguintes
requisitos gerais:

Orientação: a configuração arquitetônica deve permitir reconhecer a identidade e as funções


da edificação, assim como a localização das atividades e os caminhos a percorrer. Informações
adicionais (placas, sinais, letreiros, mapas etc.) devem ser disponibilizadas de forma visual, tátil e
sonora. Para apoiar a orientação de pessoas cegas e com baixa visão em seu trajeto, prevenindo
acidentes deve ser utilizado piso tátil de alerta, e para conduzir o seu deslocamento, quando não
houver outros elementos que auxiliem sua orientação espacial deve ter piso tátil direcional.

Deslocamento: as circulações horizontais devem possuir dimensões que permitam o


livre movimento de todos e em especial de pessoa em cadeira de rodas (PCR) ou pessoa
com mobilidade reduzida (PMR), sem a presença de obstáculos. Na presença de desníveis as
circulações verticais, tais como escadas devem ser seguras e sinalizadas, e deve haver sistemas
alternativos de deslocamento tais como rampas, elevadores e plataformas elevatórias para
pessoas com deficiências motoras.

Uso: Deve ser possível o acionamento de todos elementos que permitem a continuidade do
deslocamento ao longo das rotas com autonomia, segurança e conforto, tais como maçanetas,
botoeiras de elevadores, corrimãos, e dispositivos de saída de emergência.

Comunicação e Informação: todos elementos e dispositivos que permitam o acesso à


informação e a comunicação interpessoal devem também poder ser percebidos e utilizados
por pessoas com deficiências sensoriais. Para pessoas com deficiência visual deve haver, além
da informação visual, informação tátil e sonora. Por exemplo, elevadores devem ter botoeiras
com informação visual, em relevo e Braille, e sistema visual e sonoro para informar andares.
Para pessoas surdas, ou com deficiências auditivas, além de informações sonoras deve haver
informações visuais (como nos sistemas de alarme de incêndio).

Devido à sua complexidade, antes de apresentar cada um dos elementos comuns a todas
edificações, vamos apresentar informações sobre o acesso à informação e comunicação, e sobre
o uso de pisos táteis em espaços edificados.

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5. Acesso à informação e comunicação
O princípio dos dois sentidos visa fornecer informação que seja acessível para todas as pessoas.
Assim, informações visuais, tais como imagens ou textos, devem ser disponibilizados de forma
tátil (relevos e Braille), ou de forma sonora para quem não pode ver ou possui baixa visão. Da
mesma forma, as informações sonoras, como um alarme de emergência de incêndio, devem
ser disponibilizadas de forma visual (flashes intermitentes) para serem percebidas por pessoas
surdas.

Obtenha informações sobre os formatos informativos exigidos para cumprir


o princípio dos 2 sentidos na Tabela 1 - “Aplicação e formas de informação
e sinalização” da seção 5.2.7 da NBR 9050:2015 acessível na biblioteca do
curso, ou no link a seguir: http://www.abntcolecao.com.br/mpf/default.aspx?
T=9BC37A821F0D.

Considerando a acessibilidade de nossos espaços, todos necessitamos basicamente de 2 tipos


de informações:

a) Informações ambientais direcionais - que nos permitem compreender os lugares e atividades


existentes e apoiam nossa orientação espacial;

b) Informações que nos permitem interagir e comunicar com outras pessoas. Compreender as
barreiras existentes para obter informações e comunicar-se é essencial para criar ambientes
acessíveis.

Veja no curso ACESSIBILIDADE EM ESPAÇOS DE USO PÚBLICO NO BRASIL


conteúdos sobre barreiras ambientais para pessoas com deficiências sensoriais
e também exemplos de soluções de acessibilidade.

Nosso meio ambiente natural e construído é fonte permanente de informação sobre os espaços,
os eventos, os lugares, que são percebidos através de nossos sentidos. Temos, além destas, as
informações ambientais adicionais nos mais variados suportes (como cartazes, letreiros, placas,
terminais eletrônicos e digitais). Por outro lado, a comunicação interpessoal é essencial para
a troca de informações e o desenvolvimento de nossa vida social, e pode se dar de diversas
formas: de pessoa(s) a pessoa(s), através dos veículos de comunicação (rádio, TV, cinema), ou
através de dispositivos de uso pessoal (como computadores, tablets e smartphones).

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Dica
A videoaula “Os sentidos como sistemas perceptivos” auxilia na compreensão
de como obtemos informações de nosso meio ambiente.

https://cdn.evg.gov.br/cursos/274_EVG/videos/modulo01_video01.mp4

Você pode revisar o conteúdo desta videoaula em formato de apresentação


PowerPoint na biblioteca do curso.

Para apoiar a orientação espacial e o uso dos espaços para todas as pessoas, é fundamental
a existência de sinalização, que de acordo com a norma brasileira deve ser autoexplicativa,
perceptível e legível para todos, inclusive às pessoas com deficiência. As sinalizações podem ser
de 3 tipos:

• informativas – que identificam as funções e atividades de lugares, equipamentos,


mobiliários, e dispositivos e seus modos de utilização;
• direcionais – que permitem conhecer a disposição espacial dos lugares, indicam
rotas e direções apoiando a orientação espacial;
• de emergência – para indicar as rotas de fuga e saídas de emergência das edificações
e alertar sobre situações de perigo como incêndios.

É importante observar que: sistemas de sinalização sempre devem obedecer ao princípio dos
dois sentidos; e projetos de sinalização acessíveis para espaços complexos, e com grande fluxo
de usuários (como hospitais, prédios institucionais, terminais de transporte, centros comerciais)
exigem trabalho de equipes multidisciplinares e especializadas com engenheiros, arquitetos e
designers para atender todos os requisitos necessários para sua legibilidade e compreensão.

Entre os fatores relevantes para a acessibilidade dos suportes informativos visuais, táteis e
sonoros podemos citar:

• a sua correta localização no espaço de acordo com sua função (posição, direção,
altura) que determinam as possibilidades para sua visualização, manuseio ou escuta;
• sua legibilidade, que depende de características como: contraste, relação fundo/
figura, relevo e audibilidade de acordo com o tipo de informação (textual, pictórica,
tátil, sonora);
• a possibilidade de aproximação e manuseio (essencial para informações táteis e
terminais digitais).

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Se você se interessa por este tema pode obter informações mais detalhadas
sobre suportes informativos no artigo “Orientar-se em campi universitários
no Brasil: condição essencial para a inclusão”, disponível nos conteúdos
complementares deste bloco, ou no link a seguir: https://periodicos.ufsc.br/
index.php/pontodevista/article/view/16605/18671.

Ilustramos a seguir, através de dois exemplos práticos, a importância de atender de forma


integrada todos os requisitos de acessibilidade para suportes informativos.

O número e a localização correta de terminais digitais com informação dinâmica sobre partidas
e chegadas nos terminais de aeroporto, ao longo de espaços como hall de chegada, corredores
e portões de embarque, determina suas possibilidades de visualização e os tempos necessários
para o deslocamento até os locais indicados, onde também se obtém informações sonoras.

Fig. 17: Exemplo de painel com sinalização em aeroporto.


Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

A localização de placas de sinalização com ícones adequados, bom contraste de cor, tamanho
adequado, relevo, Braille e boa legibilidade, só vai ser acessível a pessoas com deficiência visual
se estiver localizada em altura que permite a sua visualização e alcance para exploração tátil de
pessoas cegas, e apresentar boas condições de contraste fundo-figura com o seu entorno para
pessoas com baixa-visão. Em locais poluídos visualmente, fica difícil sua identificação.

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Fig. 18: a) Planta baixa de residencial de idosos “Lundby”, em Gotemburgo, Suécia com mapa tátil do pavimento
térreo, em alto contraste de cores e Braille, mostrando a disposição dos ambientes e suas funções no andar, a
posição dos elevadores e das escadas e corredores que constituem as rotas de saída de emergência; b) Placa
informativa no Aeroporto de Barajas, Espanha, com bom contraste interno (cores e ícones) e telas informativas
digitais suspensas, ambos dispositivos de difícil visualização devido à poluição visual do sistema de iluminação.
Fonte: Acervo pessoal de Marta Dischinger.

Se você ficou em dúvida sobre o que é contraste visual, saiba que este depende da luminosidade
das cores dos suportes informativos. Para pessoas com baixa-visão muitas vezes a percepção
das cores se altera. Um bom critério é considerar a relação de claro-escuro e imaginar como
seriam as cores escolhidas numa foto preto e branco. Pense que também deve haver contraste
perceptível para informações táteis e sonoras.

Veja na figura a seguir tabela de cores com relação de contrastes, utilizada na norma de pisos
táteis.

Fig. 19: Contrastes recomendados.


Fonte: NBR 16537:2016.

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Na seção 5 “Informação” da NBR 9050:2015 você vai encontrar extenso
detalhamento de como deve ser veiculada informação e sinalização de forma
acessível.

6. Pisos táteis em espaços edificados


No desenvolvimento de projetos de pisos táteis, assim como em sua execução e manutenção,
é essencial ter em mente que estamos criando um sistema de informação, para pessoas com
deficiência visual. Para saber o que informar, e como informar é necessário:

• Conhecer as diferentes funções dos pisos táteis e suas características físicas para
construir um sistema informativo legível e consistente;
• Considerar as características dos espaços e as atividades existentes, e como estas
podem ser atingidas, identificando rotas acessíveis e barreiras;
• Compreender o processo de orientação espacial de pessoas com deficiência visual
e como estas utilizam as informações fornecidas pelos espaços, e pelos pisos táteis.

Dica
Para compreender como se desenvolvem os processos de orientação espacial
você pode ver a videoaula “Orientação e Acessibilidade”.

https://cdn.evg.gov.br/cursos/274_EVG/videos/modulo01_video02.mp4

Você pode revisar o conteúdo desta videoaula em formato de apresentação


PowerPoint na biblioteca do curso.

De acordo com a NBR 16537:2016, que trata da sinalização tátil no piso, a definição de piso tátil
é:

“piso caracterizado por relevo e luminância contrastantes em relação ao piso adjacente,


destinado a constituir alerta ou linha-guia, servindo de orientação perceptível por
pessoas com deficiência visual, destinado a formar a sinalização tátil no piso”.

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Note que a sinalização tátil no piso é um termo genérico que engloba pisos
táteis e relevos táteis!

Fig. 20: Imagens de sinalizações táteis no piso: a) sinalização de alerta através de placa
polimérica com relevo que é adesivada sobre pisos existentes; b) sinalização de alerta
através de cones de material compósito coladas diretamente sobre piso existente; e c)
sinalização de alerta através de pinos metálicos aparafusados em piso existente.
Fonte:
a) Acervo pessoal de Marta Dischinger.
b) http://www.viakan.be/pages/fr/fr-plots-auto.html
c) Acervo pessoal de Marta Dischinger.

Colocando em termos mais simples, pisos táteis são pisos com relevo e cor contrastantes com
os pisos circundantes que servem como sinalização para pessoas com deficiência visual, parcial
(baixa-visão) ou total (cegos), e indicam: situações de perigo potencial (como desníveis ou
obstáculos), ou rotas seguras, quando inexistem elementos que possam servir de referência para
sua orientação (tais como paredes ou corrimão).

As funções dos pisos táteis são 4:

1. Identificar perigos, tais como desníveis e situações de risco permanente (sinalização


tátil alerta);
2. Conduzir o deslocamento seguro ao longo de uma rota (sinalização tátil direcional);
3. Sinalizar mudança de direção, ou opções de percurso (sinalização tátil alerta);
4. Marcar a presença de atividade e o posicionamento adequado para o uso de
equipamentos ou serviços (sinalização tátil direcional ou alerta).

Dica
Para compreender melhor as funções de pisos táteis e sua utilização em
diversas situações, assista à videoaula “Pisos Táteis”.

https://cdn.evg.gov.br/cursos/274_EVG/videos/modulo01_video03.mp4

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Dica
Você pode revisar o conteúdo desta videoaula em formato de apresentação
PowerPoint na biblioteca do curso.

A obrigatoriedade de instalação de pisos táteis de alerta – identificando a presença de situações


de risco para pessoas com deficiência visual, isto é, elementos que podem provocar tropeços,
quedas ou até acidentes, tais como: início e fim de escadas e rampas, desníveis desprotegidos,
escadas rolantes, obstáculos suspensos em locais de circulação – está claramente definida
na Seção 6 da NBR 16537:2016. Também está definida sua instalação indicando o correto
posicionamento para entrada de elevadores, e uso de caixas eletrônicos, guichês de bilheteria e
máquinas de autoatendimento.

Você pode consultar a Seção 6 em sua íntegra, assim como toda a NBR
16537:2016 para saber como utilizar corretamente os pisos táteis, na
biblioteca do curso, ou no link: http://www.abntcolecao.com.br/mpf/default.
aspx?T=9BC37A821F0D.

A norma define para cada uma das situações como o piso tátil de alerta deve
ser instalado, e deve sempre ser consultada

No entanto, a obrigatoriedade quanto à instalação de pisos táteis direcionais, criando rotas


acessíveis nas áreas públicas ou de uso comum das edificações, depende de avaliação das
atividades e de sua localização, dos fluxos de pessoas, do tipo de equipamento a sinalizar e das
características dos espaços existentes. De acordo com a atual norma, os pisos táteis direcionais
devem ser instalados quando não existe a possibilidade de obtenção de referenciais para a
orientação no ambiente, ou linha-guia.

De acordo com a definição da NBR 16537:2016 linha-guia é:

Qualquer elemento natural ou edificado que possa ser utilizado como referência de
orientação direcional por todas as pessoas, especialmente pessoas com deficiência
visual que utilizam bengala longa para rastreamento.

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Vamos a seguir listar algumas diretrizes e aspectos quanto ao projeto e execução de rotas acessíveis
sinalizadas com pisos direcionais e pisos alerta cumprindo as 4 funções definidas. Esperamos
que estes possam auxiliar a identificar a necessidade para sua inserção e o desenvolvimento de
projetos de forma adequada.

• Linhas-guia podem ser elementos permanentes como uma parede, um corrimão,


ou outros elementos que possam auxiliar a perceber a direção dos caminhos, a
forma dos espaços, ou a localização de atividades na ausência da visão. Fontes de
informação sonora, reflexão de sons nos espaços internos e aromas são referenciais
dinâmicos para a orientação de pessoas cegas e auxiliam na sua orientação espacial,
mas não são linhas-guia!
• É necessário sinalizar com rotas táteis os locais de difícil orientação, tais como
espaços muito amplos ou complexos, ou com grande fluxo de pessoas. São exemplos
destes locais: recepções em locais de atendimento ao público, escolas, hospitais,
instituições, terminais e estações de transporte, centros comerciais. Dependendo
do local, e de sua função, conduzir até uma recepção onde a pessoa com deficiência
visual pode obter informações é suficiente;

No curso ACESSIBILIDADE EM ESPAÇOS URBANOS NO BRASIL você encontra


informações, requisitos e exemplos para instalação de pisos táteis em sistemas
de transporte público.

• Lembre-se que uma rota tátil acessível é composta de pisos táteis direcionais e pisos
alerta de acordo com as 4 funções estabelecidas, deve ser contínua e conduzir a
todas atividades essenciais da edificação;
• O direcionamento através de rota tátil para equipamentos de circulação,
equipamentos de autoatendimento ou áreas de atendimento é obrigatório para:
elevadores e plataformas elevatórias; bilheterias e balcões de atendimento; e
máquinas de autoatendimento;
• No projeto de novas edificações, desenvolver o projeto de rotas táteis desde o início
e não como adaptação após a finalização do projeto;
• Rotas táteis simples são mais fáceis de memorizar e compreender. Evite rotas duplas,
ou o excesso de informação;
• As rotas táteis devem ter a mesma direção dos espaços onde se inserem, evitando
rotas diagonais ou em direções diversas da edificação para possibilitar uma melhor
compreensão da disposição dos espaços na ausência de informações visuais;
• Considere a segurança dos usuários das rotas táteis acessíveis definindo sua
localização nos locais de menor fluxo nas áreas de circulação, afastada de obstáculos,
e locais de permanência ou atendimento;
• Em locais onde existem atividades a indicar e perigos potenciais próximos (por
exemplo porta de sala de atendimento junto a um vão da escada) sempre priorizar
a sinalização da situação de risco com o piso tátil de alerta;

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• Existem diversos tipos, materiais, e marcas de pisos táteis. A escolha adequada é
importante, assim como sua instalação para evitar bolhas e descolamentos (em
pisos sobrepostos ou relevos impressos), e perda de coloração;
• Os mapas táteis em totens informativos situados em rotas acessíveis devem conter
informações visuais, em relevo e em Braille, podendo incluir informações sonoras. É
essencial que as direções indicadas no mapa sejam coincidentes com as direções do
local. Lembre que na ausência da visão a orientação depende dos eixos corpóreos
da pessoa (à frente, atrás, à direita e à esquerda).

Lembre-se sempre de consultar na NBR 16537:2016 os requisitos gerais e


específicos para instalação de sinalização tátil direcional a partir das seções 7.2
e 7.3, assim como as condições definidas nas seções 7.4 até 7.7. Veja também
informações técnicas sobre assentamento de pisos táteis na seção 8.

Veja a seguir imagens que ilustram alguns dos pontos listados anteriormente. Observe que na
foto “a” a rota tátil tem as mesmas direções da edificação e que na foto “b” a rota tátil tem
direção diversa da edificação, o que dificulta a percepção das direções e formato dos espaços
edificados na ausência ou redução severa da visão.

Fig. 21 Em residencial para idosos na Suécia piso tátil direcional indica rota segura
ao longo do corredor e a presença de atividade coletiva. b) Rota segura com piso em
sentido diagonal ao ambiente conduz aos sanitários em aeroporto de Brasília.
Fonte: Acervo pessoal de Marta Dischinger.

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Fig. 22: a) Vista aérea do prédio do Tribunal Superior Eleitoral em Brasília, onde: (1) torre
dos elevadores; (2) corredor de acesso unindo a torre de elevadores ao corpo central do
edifício; e (3) edifício central; b) foto do totem no corredor de acesso c) mapa tátil.
Fonte:
a) Adaptado de Google Maps. Link de acesso: https://goo.gl/maps/TR8aj7xjiYtevadS7. Acesso em jan. 2020.
b) e c) Acervo pessoal de Marta Dischinger.

Olhe com atenção as fotos da fig. 22 e tente imaginar que você está no corredor
indo em direção ao corpo principal do prédio e quer encontrar a Ala Azul.
Você acha que a direção indicada no mapa tátil está correta? Esta informação
permite a uma pessoa cega se orientar e encontrar a ala desejada?

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Resposta
Se você respondeu que a posição do mapa está errada você acertou! O corredor
semicircular do corpo principal está em posição perpendicular (em frente) ao
corredor por onde a pessoa vem caminhando desde os elevadores, e a Ala Azul
está à direita para quem vem nesta direção. Mas como a posição para leitura faz
a pessoa se virar 90° para ler o mapa, o corredor central “vira” e a Ala Azul passa
a estar onde se encontram os elevadores! Se você ficou confuso para se situar e
entender este mapa, imagine como deve ser para uma pessoa cega.

Dica
Para finalizar este capítulo e conhecer um pouco mais sobre as necessidades
de apoio para a orientação espacial de pessoas com deficiência visual em
ambiente edificado assista o vídeo temático “Acesso à informação” e faça o
desafio a seguir.

https://cdn.evg.gov.br/cursos/274_EVG/videos/modulo01_video15.mp4

No vídeo “Acesso à Informação” você pode observar como em ambientes amplos, tais como o
saguão da reitoria, não existiam referenciais acessíveis (linhas-guias) que permitiam ao usuário
cego encontrar o balcão de informações para saber onde ficavam os locais que desejava encontrar.

Veja agora, no projeto de reforma para o saguão da reitoria visualizado no


vídeo, a proposição da instalação de rota acessível com pisos táteis direcionais
e alerta sinalizando a presença de novo balcão de informações. Observe nos
desenhos de planta baixa e perspectiva a rota central proposta entre as duas
portas de acesso principais (1 e 2), e as rotas que conduzem ao balcão de
informações (3), a rampa que conduz à área interna e elevador (4), à escada
e rampa do saguão do auditório (5) e à rampa que conduz aos sanitários(6).
Este projeto é anterior à nova Norma de pisos táteis. Considerando a NBR
16537:2016 você consegue identificar aspectos positivos e alguma rota ou
sinalização que faltou, e que deve ser alterada quanto ao tipo de piso ou seu
formato de disposição?

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33


Fig. 23: Projeto piloto de reforma do Hall da Reitoria da UFSC. a) Planta baixa; b) Perspectiva.
Fonte: Comitê de Acessibilidade Espacial da UFSC.
xInicio do Revelar Resposta.

Resposta
- Se você identificou aspectos positivos como: a simplicidade da rota, a
sinalização das atividades principais existentes através de rotas acessíveis e
contínuas utilizando pisos táteis direcionais, a indicação do posicionamento
para atendimento no balcão de informações com piso alerta, e a indicação de
desníveis de rampas e degraus com faixas de piso alerta, você está no caminho
certo.
- Se você percebeu que: a rota acessível não leva até o elevador; e a sinalização
de opções de percurso no cruzamento das rotas está indicada pelos pisos alerta
em formato de cruz, e que deveria formar um quadrado, você também acertou!

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7. Rotas de fuga
Outra rota importante a ser considerada é a rota de fuga, que pode coincidir com a rota acessível.
A tragédia ocorrida na boate Kiss em Santa Maria, RS, em janeiro de 2013 acendeu o alerta para
que os responsáveis pela segurança pública estejam atentos aos quesitos de segurança em todos
os locais públicos ou privados de uso coletivo.

Locais reservados às pessoas com deficiência devem estar localizados próximos às rotas de fuga,
distribuídos pelo recinto, e devem estar em locais de fácil acesso e boa visibilidade. É importante
verificar: se existe Projeto Preventivo de Incêndio aprovado para a edificação, se as saídas de
emergência estão corretamente sinalizadas (com informação visual, tátil e sonora), se existem
áreas de resgate, e se existem barreiras no percurso da rota de fuga.

Nas rotas de fuga é muito importante a instalação de barras antipânico, que permitem a abertura
de portas de saídas de emergência de forma simples, já que, em vez de girar alavancas ou
maçanetas, basta que a pessoa jogue seu peso nesse mecanismo para abri-lo imediatamente.

Não esqueça que os alarmes de emergência, além de apresentar condições de visibilidade e


contraste, devem ser sonoros, e com luzes intermitentes para pessoas com deficiência auditiva.
Como requisito de segurança em muitos países, estão disponíveis em locais de fácil acesso (por
exemplo, em frente aos elevadores, ou na área de recepção) plantas baixas da edificação, com a
disposição dos ambientes e marcação das rotas de fuga para emergência.

Fig. 24: Totem com mapa tátil do 2º piso da “Japan House” em São Paulo, contém planta
baixa em relevo indicando, com a disposição dos ambientes e suas funções no andar,
a posição dos elevadores, escadas e corredores e indica a Rota de Fuga.
Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

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8. Circulações horizontais
As circulações horizontais em ambientes edificados compreendem o conjunto de corredores
(principais e secundários) e saguões dos setores que interligam as diferentes atividades de um
mesmo pavimento. Rotas acessíveis ao longo desses espaços possuem características particulares
que auxiliam na autonomia de uso por pessoas com deficiência.

Para garantir boas condições de deslocamento, a sua largura deve permitir continuidade nas
rotas, sem conter barreiras móveis, como mobiliário, painéis ou lixeiras. Elementos suspensos,
como placas de sinalização e extintores, com projeção sobre a faixa de circulação, não devem
obstruir a passagem. Devem, além disso, ser bem iluminadas, naturalmente ou artificialmente, e
terem piso com superfície regular, contínua, firme, estável e antiderrapante para oferecer boas
condições de segurança e conforto.

As dimensões da faixa livre de circulação (livre de obstáculos) em corredores e saguões deve


possuir largura mínima de 1,50 m, mas em caso de reformas é aceitável a largura de 1,20 m.
Toda rota deve oferecer inclinação transversal máxima de 2% para pisos internos e 3% para pisos
externos.

Geralmente situados nas entradas dos ambientes, os capachos devem ser evitados em rotas
acessíveis, mas quando existentes devem ser firmemente fixados ao piso, embutidos ou
sobrepostos e nivelados de maneira que o eventual desnível não exceda 5 mm, de modo a não
configurarem barreiras físicas.

Pequenos desníveis
Nas circulações horizontais é bastante comum encontrarmos pequenos desníveis nas entradas
principais, finais de patamares de escadas ou rampas, ou entre ambientes com diferentes
funções. Dependendo de sua altura, devemos utilizar chanfros para evitar tropeços e garantir
a circulação de pessoas em cadeira de rodas. De acordo com a NBR 9050:2015, quando houver
desnível de meio centímetro até dois centímetros, a quina deve ser chanfrada conforme a figura
abaixo:

Fig. 25: Exemplos de desníveis.


Fonte: NBR 9050:2015.

h,
Destaque,h
Você observou que são 5 mm e não 5 cm? Sim, é muito pequeno o desnível
permitido sem chanfro!

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 36


Proteções laterais
Quando tratamos de rotas acessíveis em nível com o seu entorno, não é necessário prever
proteção lateral. Por outro lado, em rotas desniveladas com seu entorno há necessidade de se
prever proteções contra quedas acidentais, principalmente para: pessoas com baixa visão, ou
pessoas cegas que podem não perceber os seus limites; e para pessoas em cadeiras de rodas
quando estiverem próximas à borda.

Conforme a figura abaixo, o tipo de proteção dependerá da altura do desnível e da sua distância
em relação à rota acessível. Esta proteção pode ser:

a) quando houver área em nível com pelo menos 0,60 m de largura: uma diferenciação
no piso;

b) para desníveis de até 0,60 m próximos ou juntos à borda: proteções laterais de, no
mínimo, 0,15 m;

c) quando o desnível for maior que 0,60 m: proteções laterais com guarda-corpo, se o
guarda-corpo não for de paredes contínuas.

Fig. 26: Soluções para proteção contra quedas.


Fonte: NBR 9050:2015.

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9. Vencendo desníveis
Vamos iniciar observando uma imagem de uma edificação que contém alguns elementos
de acessibilidade necessários para que pessoas com deficiência possam se locomover sem
impedimentos: 1) degraus sem espelho vazado; 2) rampa; 3) faixa contrastante no degrau; 4)
piso tátil de alerta; 5 e 9) rampa com piso antiderrapante e inclinação adequada; 6) corrimão em
duas alturas; 7) guarda-corpo; e 8) guia de balizamento.

Fig. 27: Diferentes formas de acesso a edificações.


Fonte: DISCHINGER et al., 2009.

No exemplo apresentado acima você pode identificar outras soluções de


acessibilidade que tornam possível o acesso ao pavimento superior?

Resposta
Se você pensou em uma plataforma elevatória, você está no caminho certo e
considere a necessidade de incluir piso tátil direcional até ela. Veja nos conteúdos
a seguir os elementos necessários à acessibilidade de edificações para todas
pessoas.

As rotas acessíveis em uma edificação iniciam já na calçada, mas os elementos que possibilitam a
acessibilidade aos espaços construídos devem ser usados corretamente para não nos depararmos
com situações como a de rampas com inclinações muito acentuadas que podem provocar quedas.

Não basta ter uma rampa para dizer que o local é acessível!

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 38


10. Rampas
Rampas são elementos que sempre requerem atenção dos projetistas pois existem muitos
detalhes a serem observados no projeto e fiscalização de sua execução.

As rampas, assim como as circulações e acessos, deverão garantir a largura recomendada pela
NBR 9050:2015 de 1,50 m, ou mínima de 1,20 m (somente em caso de reformas). Patamares no
início e no final de cada segmento de rampa também deverão ter a largura recomendada de 1,50
m ou mínima de 1,20 m.

Para calcular a inclinação (i = %) da rampa devemos conhecer qual altura do desnível (h) e qual o
comprimento da rampa (c) para aplicar na seguinte fórmula:

i = h x 100
-----------
c

A inclinação correta das rampas deve seguir a tabela abaixo, que considera que a inclinação tem
relação com a altura do desnível.

Fig. 28: Tabela para dimensionamento de rampas.


Fonte: NBR 9050:2015.

Para casos excepcionais, como reformas, onde não seja possível atender a tabela recomendável,
admite-se usar inclinações superiores a 8,33%, desde que estejam de acordo com a tabela abaixo:

Fig. 29: Tabela para dimensionamento de rampas em caso de reforma da edificação.


Fonte: NBR 9050:2015.

Veja um vídeo explicativo sobre inclinação de rampas acessando o link: https://


youtu.be/qY9Ii6Axp3s.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39


Para acessar uma Biblioteca Pública devo vencer um desnível de 1,10 m com
um único segmento de rampa. Qual a inclinação correta desta rampa? a) 8,33%
b) 6,25% c) 5%

Resposta
Se você respondeu que a inclinação correta é a letra c) 5% está no caminho
certo! A inclinação de 6,25% deverá ser usada apenas em desníveis máximos de
1,00 m e a de 8,33% somente até 0,80 m. Pense que quanto maior o desnível
maior é o comprimento da rampa!

Não esqueça que todas as rampas devem ter guias de balizamento que podem
ser de alvenaria ou outro material, com altura mínima de 5 cm em suas
laterais para impedir quedas! Veja o seu detalhamento no item 6.6.3 da NBR
9050:2015.

Áreas de descanso
É recomendável que haja uma área de descanso (parada) a cada 50 m para caminhos com
inclinações até 3%, ou 30 m para os locais com inclinação entre 3% a 5%. Para seguir esta regra
devemos pensar na humanização do espaço, de forma que a pessoa em cadeira de rodas possa
sentir-se confortável e segura, lembrando que a rota acessível pode coincidir com a rota de fuga.

Fig. 30: Rota acessível por rampas dispostas junto de escadas com áreas de
descanso ao longo das 2 rampas laterais e na área central da escada.
Fonte: Acervo pessoal Marta Dischinger.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 40


Observe a imagem de uma escadaria com rampa. Perceba que ao invés de
existir uma rampa de acesso independente, esta foi inserida diagonalmente
na própria escada, vencendo uma altura de 1,20 m com uma inclinação de
5%. Existem alguns elementos que estão corretos e outros que devem ser
modificados. Você consegue apontar alguns erros e acertos na imagem?

Fig. 31: Escadaria e rampa de acesso à Universidade Federal de Minas Gerais.


Fonte: Acervo pessoal de Andreia Maia.
xInicio do Revelar Resposta.

Resposta
A solução arquitetônica ficou esteticamente agradável, demonstrando ousadia
no projeto onde foram utilizados os parâmetros corretos na largura e inclinação
da rampa. Mas faltam elementos de proteção para usar a rampa, tais como guia
de balizamento (borda lateral elevada na base) e corrimão com duas alturas nas
laterais, o que pode gerar insegurança no trajeto, além de ser uma exigência da
NBR 9050:2015. Também estão ausentes faixas de piso tátil de alerta marcando
a presença do início e fim da rampa, assim como ao longo da borda de toda
a escada (parte superior e inferior) para garantir a segurança de pessoas com
deficiência visual e evitar possíveis quedas.

Para finalizar é importante considerar que rampas muito longas, ocupam um espaço considerável
nas edificações e podem não ser acessíveis para idosos ou crianças com deficiências motoras que
utilizam cadeiras de rodas, e que tem redução de sua força. Existem situações em que devido
à altura do desnível a vencer, à falta de espaço para instalação de uma rampa devido a suas
dimensões, ou a seu alto custo, a instalação de equipamentos eletromecânicos de circulação é a
única possível (ou a mais viável e confortável para seus usuários).

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11. Elevadores verticais ou inclinados
Elevadores, plataformas de elevação, esteiras rolantes e escadas rolantes são equipamentos que
auxiliam o deslocamento entre os diversos níveis das edificações. Para cada tipo de equipamento
a NBR 9050:2015 possui especificações próprias, mas em todos os casos, estes equipamentos
devem ser sinalizados, devem possuir dispositivos de comunicação, como interfones, em todos
os pavimentos atendidos (caso haja necessidade de se solicitar auxílio) e no caso de inoperância
temporária (como falta de luz ou problemas mecânicos) deve ser sinalizado para informar a outra
forma de circulação. Para garantir a sua segurança é importante manter pessoal treinado para
assistência alternativa.

Veja na Tabela 8 da NBR 9050:2015, resumo sobre itens obrigatórios de


sinalização dos equipamentos eletromecânicos de circulação. Link: http://
www.abntcolecao.com.br/mpf/default.aspx?T=9BC37A821F0D.

A imagem abaixo apresenta um elevador (vertical) com os itens necessários de acessibilidade:


piso tátil, instrução de uso próxima à botoeira e dispositivo de chamada dentro do alcance
manual.

Fig. 32: Elevador com sinalização dentro de um Shopping Center em Florianópolis, SC.
Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

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Todas as botoeiras e batentes também devem possuir sinalização em Braille e em alto relevo,
inclusive as botoeiras internas, além de dispositivo sonoro indicando a localização dos
pavimentos. A imagem seguinte apresenta painel interno de comando com sinalização em Braille
nas botoeiras, alto-falante para comunicação sonora e sinalização visual dos pavimentos.

Fig. 33: Painel interno de elevador.


Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

Em caso de reforma, em que as dimensões mínimas dos poços dos elevadores sejam inferiores
às medidas previstas na ABNT NBR NM 313, o elevador deve atender a todas as outras exigências
da norma para ser acessível a outras pessoas com deficiência, e no edifício deve ser prevista
outra forma de circulação vertical acessível.

Você pode conferir a ABNT NBR NM 313 nos conteúdos de consulta ou no link:
http://www.abntcolecao.com.br/mpf/default.aspx?T=9BC37A821F0D.

Elevadores inclinados devem possuir as mesmas especificações de sinalização


que os elevadores verticais.

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12. Plataforma de elevação vertical ou inclinada
Em edifícios de uso público onde não há possibilidade de incluir rampas, como no caso de
reformas, pode-se utilizar outra forma de acesso, como as plataformas de elevação motorizadas.
Estas podem ter percurso vertical ou inclinado, mas em ambos os casos a projeção deste
percurso deve estar sinalizada no piso. As plataformas devem ter, no mínimo, 0,90 m x 1,40 m
e os pavimentos atendidos devem possuir dispositivos de comunicação, como interfones, caso
haja necessidade de se solicitar auxílio.

As plataformas elevatórias podem ser de percurso aberto, mas somente para vencer desníveis
de até 2,00 m. No caso de desnível entre 2,00 m até 4,00 m elas devem ser de percurso fechado
(caixa enclausurada).

As plataformas de percurso aberto devem ter fechamento contínuo e não


podem ter vãos, em todas as laterais, até a altura de 1,10 m do piso da
plataforma.

Veja nas imagens abaixo o uso de plataforma de elevação vertical ao lado de escadaria para
acesso a edifício residencial no bairro Pedra Branca em Palhoça, SC. Observe que nem a escada,
nem a plataforma estão sinalizadas com piso tátil de alerta para sua correta identificação por
pessoas com deficiência visual.

A regulamentação para as plataformas motorizadas de elevação vertical


encontra-se na NBR ISO 9386-1:2013. Consulte a Seção 6 da NBR 16537:2016
para as especificações técnicas e dimensionais sobre sinalização com piso
tátil de alerta. As normas podem ser acessadas na biblioteca do curso ou
através do link a seguir: http://www.abntcolecao.com.br/mpf/default.aspx?
T=9BC37A821F0D .

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Fig. 34: a) Plataforma posicionada no nível superior; b) Plataforma posicionada no nível inferior.
Fonte: Acervo pessoal de Rafael Campos.

Plataformas de elevação inclinadas são muito utilizadas no caso de reformas em edificações


de uso público. Mas devem ocorrer somente em casos onde não seja possível a instalação de
outra forma de acesso e o seu uso deve ser comprovado através de laudo técnico elaborado por
profissional habilitado. Elas devem possuir parada programada nos patamares ou pelo menos a
cada 3,20 m de desnível. É importante a previsão de assento escamoteável ou rebatível para uso
de pessoas com mobilidade reduzida.

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Na imagem abaixo foi realizada uma adaptação em uma escada existente para
que uma pessoa com mobilidade reduzida possa ter acesso ao pavimento
superior. Você acha que esta solução está adequada? Tem alguma sugestão?

Fig. 35: Plataforma de elevação inclinada retrátil.


Fonte: Desenho de Marta Dischinger.

Resposta
Se você pensar somente na pessoa que necessita da plataforma de elevação
para alcançar o pavimento superior, pode achar que a solução está adequada,
mas perceba que a plataforma em movimento impede a passagem de pessoas
na escada, e caso o usuário necessite cuidador, ou ajudante, eles não terão
como subir juntos. A NBR 9050:2015 determina que a instalação da plataforma

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não deve obstruir totalmente a área da escada, sendo que esta que não
possui corrimão conforme exige a norma. O exemplo ilustra a dificuldade de
desenvolver soluções de acessibilidade em ambientes já construídos, onde a
disposição espacial e as dimensões existentes não permitem a aplicação dos
requisitos da norma em sua totalidade.

Lembre-se que a plataforma não pode obstruir a escada, nem diminuir as suas
medidas mínimas necessárias.

É importante destacar a obrigatoriedade de acompanhamento por pessoal habilitado durante a


utilização da plataforma elevatória inclinada, além de dispositivo de solicitação para tal auxílio.
Na imagem abaixo estão indicadas as sinalizações necessárias na instalação deste tipo de
plataforma:

Fig. 36 Sinalização de piso junto à plataforma de elevação inclinada – Vista superior.


Fonte: NBR 9050:2015.

Dica
Veja agora no vídeo “Acesso a edificações” pessoa com deficiência motora
utilizando rampas, plataformas elevatórias e elevador para acessar diferentes
prédios de uso público. Observe as boas soluções encontradas, e tente listar
ao menos 4 aspectos negativos que podem afetar a autonomia e segurança no
deslocamento de pessoa em cadeira de rodas.

https://cdn.evg.gov.br/cursos/274_EVG/videos/modulo01_video11.mp4

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Resposta
Se você identificou ao menos 4 dos aspectos negativos listados a seguir, você
está no caminho certo:
1) a rampa de acesso ao centro de eventos é muito longa e sem o patamar para
descanso;
2) a mesma rampa possui declividade acentuada fora da norma;
3) a plataforma elevatória de acesso à catedral está fechada para o uso
(inoperante);
4) o acesso por rampa móvel na catedral por porta lateral necessitou ser
solicitado (não existe a equidade de acesso);
5) a rampa metálica móvel tinha inclinação acentuada fora da norma;
6) a rampa metálica estava desnivelada com com o piso de acesso da catedral;
7) a plataforma elevatória para o edifício residencial está adequada à norma,
mas não possui indicação de sua localização com piso tátil.

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13. Esteira rolante vertical ou inclinada
Esteiras rolantes também devem possuir sinalização visual, tátil e/ou sonora de acordo com a
Tabela 8 da NBR 9050:2015. No caso de esteiras rolantes com inclinação acima de 5%, deve
haver sinalização tátil e visual que informe a obrigatoriedade de acompanhamento por pessoal
habilitado durante sua utilização por pessoas em cadeira de rodas, e deve haver dispositivo de
comunicação para solicitação de auxílio nos pavimentos.

Esteiras rolantes com inclinações superiores a 8,33% não podem compor rotas
acessíveis.

Fig. 37: Esteira rolante horizontal sinalizada no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, RJ.
Fonte: Acervo pessoal de Rafaele Dib.

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14. Escadas / degraus
Segundo a NBR 9050:2015, escadas e degraus devem ter pisos e espelhos com dimensões
constantes sendo:

• Altura do degrau ou espelho (e): de 16 a 18 cm;


• Piso do degrau (p): de 28 a 32 cm;
• Fórmula de Blondel para cálculo dos degraus de uma escada: 0,63m ≤ p + 2e ≤ 0,65
m Também devem ser observadas as regulamentações do Código de Obras e do
Corpo de Bombeiros, conforme Planos Diretores dos Municípios.

Alguns detalhes nas escadas são importantes, como sua largura mínima que deve ser calculada
de acordo com o fluxo de pessoas, sendo no mínimo 1,20 m. É preciso prever áreas de descanso
(patamares). Estes devem ocorrer toda vez que há mudança de sentido da escada e, quando o
sentido for único, deve-se prever um patamar pelo menos a cada 3,20 m de altura.

Alguns detalhes nas escadas são importantes, como sua largura mínima que deve ser calculada
de acordo com o fluxo de pessoas, sendo no mínimo 1,20 m. É preciso prever áreas de descanso
(patamares). Estes devem ocorrer toda vez que há mudança de sentido da escada e, quando o
sentido for único, deve-se prever um patamar pelo menos a cada 3,20 m de altura.

Escadas devem conter o piso tátil de alerta e ter seus degraus sinalizados com faixas contrastantes
para servir de orientação para as pessoas com deficiência visual.

Não utilizar degraus com espelhos vazados nas rotas acessíveis, pois há o risco
de se prender o pé entre os degraus.

Veja no exemplo abaixo uma escada com degraus vazados, que apesar de suas qualidades
estéticas, não deve ser aplicada em edificações de uso público para evitar acidentes.

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Fig. 38: Escada com degraus vazados em São Paulo, SP.
Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

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15. Corrimãos
Os corrimãos devem ser instalados em rampas e escadas, em ambos os lados, com duas alturas
de 0,92 m e 0,70 m medidos de sua face superior até o ponto central do piso do degrau (no caso
de escadas) ou do patamar (no caso de rampas). Devem estar afastados no mínimo 4,0 cm da
parede ou de outro obstáculo, e possuir dimensões adequadas à sua empunhadura, conforme
as imagens abaixo.

Fig. 39: Empunhaduras e seções de corrimãos.


Fonte: PMSP, SEPED, 2005, p.24.

Os corrimãos laterais devem ser contínuos, sem interrupção nos patamares das escadas e
rampas. As extremidades devem ter acabamento recurvado e se prolongar por pelo menos 30
cm sem interferir com áreas de circulação.

Quando a escada tiver largura superior a 2,40 m é necessária a instalação de um corrimão


intermediário.

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Veja o exemplo abaixo e tente identificar os elementos presentes e faltantes
em uma escada de acesso a um local público:

Fig. 40: Escada e rampa para acesso a uma agência bancária em São Paulo.
Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

Resposta
Você acertou se identificou o piso tátil de alerta no início e fim da escada e o
corrimão em duas alturas com acabamento recurvado. Faltam elementos como
sinalização em Braille no corrimão e faixas contrastantes nos degraus.

Dica
Para mais informações sobre corrimãos consulte a seção 6.9 (Corrimãos e
guarda-corpos) da NBR 9050:2015, que se encontra disponível no link: http://
www.abntcolecao.com.br/mpf/default.aspx?T=9BC37A821F0D.

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16. Portas e Janelas
Comuns a diferentes tipologias de arquiteturas, elementos como portas, janelas e controladores
de acesso como catracas e portas giratórias, quando erroneamente projetados e executados,
podem se tornar uma barreira de acesso e uso das edificações. De nada adianta ter um ambiente
acessível se a porta que conduz ao mesmo não permite: a passagem de uma cadeira de rodas,
por ter menos do que 0,80 m de vão livre; ou se seus dispositivos de acionamento, tais como
maçanetas ou molas (para portas com fechamento automático) exigem esforço demasiado para
pessoas idosas, crianças ou pessoas com deficiências motoras nos braços ou nas mãos.

Todas as portas devem garantir o direito de ir e vir às pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida, e para isso precisam atender a alguns requisitos.

Fig. 41: Vão livre de portas acessíveis: a) porta de abrir; b) porta de correr; c) porta sanfonada.
Fonte: Desenhos de Paty de Avila Baccin.

De acordo com a imagem acima, as aberturas devem apresentar vão livre para
passagem de no mínimo 0,80 m. Além disso as portas devem possuir maçanetas
do tipo alavanca para abertura com apenas um movimento (instaladas entre
0,80 m a 1,10 m de altura em relação ao piso) e é recomendado revestimento
resistente a impactos na parte inferior das portas.

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Locais de práticas esportivas devem apresentar portas com largura mínima de 1,00 m para
oferecer passagem a diversos tipos de cadeiras de rodas, como as cadeiras cambadas.

Já quando a porta for do tipo vai e vem, é preciso que seja feita a instalação de um visor para
que uma pessoa em cadeira de rodas possa ver se tem alguém do outro lado, conforme imagem
abaixo.

Fig. 42: Porta vai e vem com visor além de puxador vertical e revestimento na base.
Fonte: NBR 9050:2015.

Todas as portas existentes em rotas acessíveis devem possuir um espaço adicional para a abertura
da porta, que permita a aproximação e o uso da maçaneta para pessoas em cadeira de rodas,
como podemos verificar na imagem abaixo:

Fig. 43: Área de aproximação da porta com dimensões mínimas de: 0,60 m de largura e 1,50 m de comprimento
para permitir a aproximação da cadeira e o alcance da maçaneta sem impedir a abertura da porta. Internamente
é necessário 1,20 m para permitir o giro da cadeira e acionamento da barra interna para fechar a porta.
Fonte: Adaptado de PMSP, SEPED, 2005.

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Nas portas de correr é recomendável instalar os trilhos na sua parte superior
para evitar obstáculos no piso. Se houver trilhos, ou guias inferiores, estes
devem estar nivelados com o piso e frestas na guia inferior devem ter largura
máxima de 15 mm.

Catracas e portas giratórias


As catracas e portas giratórias são elementos comuns para efetuar o controle de entrada e a
segurança em alguns tipos de estabelecimentos, tais como estabelecimentos bancários e prédios
institucionais. No entanto, podem se tornar verdadeiras barreiras físicas permanentes para
pessoas com deficiências motoras.

Acessos a espaços de uso público precisam estar desobstruídos, por isso locais com portas
giratórias, catracas ou dispositivos similares devem ter pelo menos uma unidade acessível
às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Este acesso deve estar sinalizado com o
símbolo internacional de acesso (SIA) e recomenda-se sua localização o mais próximo possível
dos demais acessos.

As portas giratórias devem ser evitadas, contudo, quando existentes, deve-se prever outra
entrada que garanta condições de acessibilidade.

Dica
Consulte a NBR 9050:2015 em sua seção 6.11.2 para ver mais todas as
recomendações e requisitos para os distintos tipos de portas. Lembre-se
que a NBR 9050:2015 está disponível na biblioteca do curso. Os requisitos
dimensionais e de funcionamento específicos para portas de sanitários você
encontra no módulo 3 deste curso.

Janelas
Já vimos no início deste módulo que diversos elementos da arquitetura podem ser fatores de
limitação ou facilitadores, no momento da realização de atividades. No caso de janelas, cabe
ressaltar que para o seu uso adequado, além de área para aproximação deve haver o alcance
manual de dispositivos de comando para pessoas em cadeira de rodas ou com baixa estatura.
Devemos também pensar que é necessário evitar esforços, considerando a presença de situações
tais como a redução de força e/ou coordenação motora, comuns em pessoas idosas ou com
deficiências motoras nos membros superiores.

Desta forma, o acionamento para abrir ou fechar uma janela deve ser possível em um único

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movimento, através de trincos tipo alavanca, e que devem estar em alturas que permitam o
alcance visual de pessoas sentadas.

Fig. 44: Altura adequada para permitir que pessoas de baixa estatura e pessoas
em cadeira de rodas possam manusear as janelas com autonomia.
Fonte: Adaptado da NBR 9050:2015.

Dica
Consulte no capítulo 3. “Parâmetros Antropométricos”, no início deste módulo,
medidas de alcance para vários dispositivos.

17. Balcões, caixas e bilheterias


Existem vários tipos de estabelecimentos e atividades que necessitam de balcões e caixas
para pagamento, balcões de informação ou atendimento, bilheterias, terminais e máquinas de
autoatendimento. Para que estes equipamentos sejam acessíveis às pessoas com deficiência,
sua localização deve ser adequada e de acordo com sua função. Eles não devem impedir ou
invadir as áreas livres de circulação, sua área de utilização deve ser compatível com o número
de usuários, e devem possuir dimensões e características específicas que permitam a sua
visualização, aproximação, alcance e uso.

Quando localizados em ambientes ruidosos, em locais de grande fluxo de pessoas, como


rodoviárias ou aeroportos, ou nos casos de separação entre usuários e atendentes por divisórias
de segurança, deve ser previsto sistema de ampliação de voz.

Quando houver atendente, a sua visualização, através de uma boa iluminação, é muito
importante para a comunicação, principalmente para pessoas surdas ou com deficiência auditiva
e especialmente importante para pessoas com deficiência auditiva que fazem leitura labial.

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Balcões de atendimento
Balcões de atendimento em recepções de estabelecimentos de saúde, agências de correio,
agências bancárias, ou outros locais que necessitam deste tipo de equipamento devem permitir
a aproximação frontal e o uso da área superior do balcão para atividades como entrega de
documentos, realizar pagamentos, ou assinar papéis. Assim, a largura mínima da superfície do
balcão estabelecida pela NBR 9050:2015 em sua seção 9.2 é de 0,90 m.

Além disso, entre outros requisitos a norma prevê medidas mínimas para a utilização de balcões
de atendimento por pessoas em cadeira de rodas, que podem ser conferidas na imagem a seguir.
Observe que o desenho do balcão possui recuo frontal que permite a aproximação do usuário
(local para o suporte dos pés da cadeira).

Fig. 45: Dimensões mínimas de um balcão de atendimento.


Fonte: Desenhos de Paty de Avila Baccin.

Na figura abaixo temos exemplo de balcão de atendimento onde podemos observar as alturas
diferenciadas para atender pessoas em pé e pessoas em cadeira de rodas ou com baixa estatura
e o recuo da bancada para aproximação com a cadeira de rodas.

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Fig. 46: Balcão de atendimento.
Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

Quando houver um conjunto com número superior a seis postos de atendimento,


deve ser previsto um posto acessível para atendente em cadeira de rodas (P.C.R.), que
apresente áreas para aproximação frontal e circulação adjacente e que permita giro de
180°. (ABNT NBR 9050:2015).

Balcões de Informação, bilheterias e similares


Em balcões de informação e bilheterias é importante a visualização do atendente (se houver) e o
alcance de materiais e recursos informativos existentes, tais como folhetos, mapas etc.

Na figura abaixo temos exemplo de balcão de informação acessível com as dimensões exigidas
pela norma brasileira para atender pessoas em cadeira de rodas ou com baixa estatura, que
também se aplicam às bilheterias. A extensão mínima do balcão é de 0,90 m e altura entre
0,90 m a 1,05 m, com uma largura livre mínima sob a superfície do balcão de 0,80 m. Deve ser
garantida aproximação lateral à pessoa em cadeira de rodas e circulação adjacente que permita
giro de 180° e recuo de 30 cm para permitir aproximação frontal em balcões fechados.

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Fig. 47: Dimensões mínimas de um balcão de informação.
Fonte: Desenhos de Paty de Avila Baccin.

O balcão de informações da figura abaixo, localizado no Floripa Airport, em Florianópolis, SC,


possui alturas diferenciadas, recuo para aproximação da cadeira de rodas, sinalização tátil no
piso e assentos reservados para PCD próximos ao balcão.

Fig. 48: Balcão de informações em aeroporto.


Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

As imagens abaixo (Fig. 49) mostram o saguão da reitoria da Universidade


Federal de Santa Catarina e seu balcão de informações. Nas imagens seguintes
(Fig. 50) temos o projeto de reforma deste mesmo balcão de informações
desenvolvido pelo Comitê de Acessibilidade Espacial da UFSC. Identifique
pontos positivos e negativos para o balcão existente, e para o balcão projetado.

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Fig. 49: Saguão do edifício da Reitoria Universidade Federal de Santa Catarina. a) Vista de
acesso principal; b) Vista de acesso secundário.
Fonte: Acervo pessoal de Andreia Maia.

Fig. 50: a) Perspectiva geral do Balcão de Informações da Reitoria da UFSC. b) Desenho em


elevação do balcão de Informações.
Fonte: Comitê de Acessibilidade Espacial da UFSC. Projeto de Gabriel Santiago Pedrotti.

Resposta
1ª imagem (Fig. 49) Pontos positivos: Contraste letra x fundo da placa
informativa. Cor do balcão destaca-se em relação ao entorno imediato. Pontos
negativos: Barreira física – presença de maquete em área de aproximação do
balcão. Ausência de área para aproximação frontal de pessoa em cadeira de
rodas. Altura do balcão não é acessível para pessoa em cadeira de rodas. Fontes
informativas restritas aos funcionários atendentes.

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2ª imagem (Fig. 50) Pontos positivos: Fonte informativa digital acessível para
todos. Contraste de cor e materiais do balcão x entorno imediato. Área de
aproximação frontal e lateral para pessoa em cadeira de rodas. Diferentes alturas
de uso para pessoas em cadeira de rodas e em pé. Pisos táteis e contraste de
cor entre piso e balcão sinalizam a presença do balcão para pessoas cegas e
com baixa-visão. Coluna alta permite a localização e identificação da função do
balcão. Funcionários com área de trabalho confortável e acessível.

Baseado na imagem do balcão de informações anterior (Fig. 50) tente listar


quais informações deveriam ser disponibilizadas em um equipamento similar
localizado em uma central de informações turísticas de uma cidade?

Resposta
Mapa da cidade. Terminal digital para consulta, com informações sobre os
principais pontos turísticos. Informação digital e impressa de eventos e agenda
da cidade. Folders informativos e promocionais. Telefones úteis. Endereços úteis.
Lista de hotéis acessíveis. Localização de restaurantes, hotéis e equipamentos
de lazer e cultura acessíveis.

Caixas de pagamento
Caixas de pagamento acessíveis devem estar localizados em rotas acessíveis e ser facilmente
identificados através de sinalização por rota de pisos táteis que indicam sua posição no ambiente.
Podem ser acessados por aproximação frontal ou lateral. Em qualquer um dos casos a sua altura
deve ser entre 0,80 m a 0,90 m para permitir o alcance e uso de sua superfície de manuseio e o
alcance visual.

Se a aproximação for frontal, é necessário o recuo de 30 cm sob o tampo, se a aproximação for


lateral deve-se prever uma passagem livre de 90 cm.

Na imagem abaixo podemos observar uma pessoa em cadeira de rodas utilizando um caixa de
pagamento sinalizado através de placa com ícones em um supermercado. Podemos observar
que as suas dimensões não impedem a utilização por outras pessoas.

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Fig. 51: Pessoa em cadeira de rodas utilizando caixa de pagamento com acessibilidade.
Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

Máquinas de autoatendimento
As máquinas para autoatendimento permitem que muitas atividades possam ser feitas de forma
autônoma e sem a necessidade de intermediação de atendentes. Estão presentes em vários
tipos de estabelecimentos, como supermercados, terminais bancários, terminais de transporte,
bibliotecas e comércio varejista.

Nos caixas de autoatendimento bancário acessíveis o acesso pode ser frontal ou lateral. Na
imagem abaixo observamos itens de acordo com a NBR 9050:2015, como a sinalização tátil no
piso, o símbolo internacional de acesso SIA, a altura dos comandos entre 0,80 m e 1,20 m do
piso. Também é necessário que os caixas acessíveis possuam sinalização tátil no teclado, além de
aparelhos intercomunicadores para que o usuário informe sobre problemas de operação. Deve
também ter dispositivos para acomodação de bengalas, muletas ou produtos de apoio similares,
possibilitando às pessoas com deficiência visual, ou mobilidade reduzida, a liberação das mãos.

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Todos os detalhes que um caixa de autoatendimento acessível deve possuir
encontram-se na seção 9.4.2 da NBR 15250:2005 e pode ser acessada no link:
http://www.abntcolecao.com.br/mpf/default.aspx?T=9BC37A821F0D.

Fig. 52: Caixas de autoatendimento bancário.


Fonte: Acervo pessoal de Andreia Maia.

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18. Bebedouros e telefones públicos
Bebedouros com acessibilidade devem possuir bica de jato inclinado, localizada no lado frontal,
sendo que estes bebedouros devem possuir duas alturas (uma a 0,90 m com altura livre inferior
de no mínimo 0,73 m e outra entre 1,00 m e 1,10 m) e, também permitir a utilização por meio
de copos e ser de fácil higienização. O acionamento de bebedouros do tipo garrafão, filtros ou
similares, assim como a posição de manuseio dos copos devem situar-se entre 0,80 m e 1,20 m
de altura do piso acabado, e localizados de modo a permitir aproximação lateral da pessoa em
cadeira de rodas.

Pelo menos um em cada conjunto de telefones públicos deve ter área de aproximação frontal ou
lateral para usuários de cadeiras de rodas com comandos a 1,20 m de altura máxima e sinalização
com o Símbolo Internacional de Acesso – SIA.

Na imagem abaixo podemos observar a correta aplicação dos parâmetros citados.

Fig. 53: Bebedouros de um aeroporto. A ausência de coluna e a altura correta


possibilitam a aproximação e o uso por pessoa em cadeira de rodas.
Fonte: Acervo pessoal de Carolina Pinto.

Em edificações de grande porte e equipamentos urbanos, como centros comerciais, aeroportos,


rodoviárias, estádios, centros de convenções, entre outros, deve ser instalado pelo menos um
telefone que transmita mensagens de texto (TDD) ou tecnologia similar, instalado a uma altura
entre 0,75 m e 0,80 m do piso acabado e serem sinalizados.

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19. Mobiliários – mesas, bancadas e assentos

Mesas de trabalho e de refeição


As mesas ou superfícies de trabalho com acessibilidade devem possuir tampo com largura mínima
de 0,90 m e altura entre 0,75 m e 0,85 m do piso acabado. Abaixo da superfície deve existir uma
área livre com largura de 0,80 m, profundidade de 0,50 m e altura de 0,73 m, além de garantir
uma área de rotação da cadeira de rodas e seu posicionamento para aproximação frontal. Estes
itens podem ser observados na imagem abaixo:

Fig. 54: Mesas de trabalho e refeição.


Fonte: NBR 9050:2015.

Bancadas do tipo self-service


Para apoio de bandejas, talheres, pratos, copos, temperos, alimentos e bebidas, estes devem
estar dispostos dentro da faixa de alcance manual (ver parâmetros dimensionais no início deste
módulo). Na figura abaixo estão informadas as medidas e espaço para circulação.

Fig. 55: Refeitórios – Medidas e espaço para circulação – Vista frontal.


Fonte: NBR 9050:2015.

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Assentos para pessoas obesas
O Brasil é um país com aproximadamente 39 milhões de pessoas em situação de obesidade de
acordo com artigo publicado on-line na página “Agência Saúde”, do Ministério de Saúde, em
2018. Além dos problemas de saúde associados à obesidade e ao sobrepeso, as pessoas obesas
enfrentam preconceitos e espaços inadequados.

Os assentos para pessoas obesas possuem dimensões que podemos observar na figura abaixo
e devem suportar a carga de 250 kg. Nos locais de espera com assentos fixos, como serviços de
saúde e de atendimento ao público, deve haver no mínimo 5% destes assentos em relação ao
número de assentos totais.

Para calcular o número de assentos reservados para pessoas obesas em arenas,


estádios, cinemas, teatros e similares consulte o Decreto nº 5296, art. 23.

Veja as dimensões definidas na NBR 9050:2015 na figura a seguir.

Fig. 56: Refeitórios – Medidas e espaço para circulação – Vista frontal.


Fonte: NBR 9050:2015.

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Observe a imagem abaixo. Nela podemos ver assento para pessoas obesas nos
formatos e dimensões adequadas à NBR 9050:2015. As poltronas possuem
diferenciação de cor de acordo com os tamanhos. Você acha que as poltronas
devem receber essas cores diferenciadas?

Fig. 57: Assento para pessoas obesas.


Fonte: http://www.alepe.pe.gov.br/especial/?noticia=414696.

Resposta
Se você acha interessante a composição das cores para alegrar o ambiente,
pense que uma pessoa obesa pode sentir-se constrangida, justamente por causa
do formato e diferenciação das cores das cadeiras. Para esta situação deveria
ser pensado uma forma de utilização das cores mais inclusiva, como todas as
cadeiras terem cores diferentes. A sinalização de assento preferencial deveria
estar indicada na parede.

Dica
Agora que você chegou ao final deste Módulo de conhecimento, experimente
fazer os exercícios de avaliação.

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20. Referências

REFERÊNCIAS — MÓDULO 1
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2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 313:2007 Elevadores de


passageiros – Requisitos de segurança para construção e instalação – Requisitos particulares
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16537:2016 Acessibilidade – Sinalização


tátil no piso – Diretrizes para elaboração de projetos e instalações. Versão corrigida de
27/10/2016. Rio de Janeiro: ABNT, 2016. Disponível em: http://www.abntcolecao.com.br/mpf/
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9386-1:2013 Plataformas de elevação


motorizadas para pessoas com mobilidade reduzida – Requisitos para segurança, dimensões e
operação funcional. Parte 1: plataformas de elevação vertical. 1 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
Disponível em: http://www.abntcolecao.com.br/mpf/default.aspx?T=9BC37A821F0D. Acesso
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AUDITORIA TCDF. Relatório: Acessibilidade em vias públicas e prédios públicos. 2016. https://
www.tc.df.gov.br/wp-content/uploads/2017/08/Relat%C3%B3rio-Final-e-Decis%C3%A3o-
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acessível. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2009. Disponível
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Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/. Acesso em: 01 Mai. 2019.

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Sanitária – ANVISA. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/
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