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Pós-Graduação em Gestão e Direcção de Segurança

DIREITO COMPARADO E
REGIMES LEGAIS NA EUROPA

Tema 2C
Pós-Graduação em Gestão e Direcção de Segurança

Conteúdo
• Regimes jurídicos de segurança privada na Europa
• Estados membros da União Europeia e do Acordo do Espaço
Económico Europeu
• Direito comunitário
• Livre circulação
• Reconhecimento de qualificações profissionais
• Atividades transfronteiriças permitidas
• Transporte de valores
• “Cabotagem”
• Instrumentos internacionais relevantes

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Pós-Graduação em Gestão e Direcção de Segurança

Objetivos
• Conhecer os principais regimes jurídicos de exercício da
atividade de segurança privada na Europa
• Identificar as restrições à livre circulação na União Europeia
• Conhecer o regime de reconhecimento de qualificações
• Conhecer o transporte transfronteiriço de notas de euro

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1. Regimes jurídicos na Europa


• A regulação da atividade de segurança privada na Europa
caracteriza-se pela multiplicidade de regimes jurídicos.

• Papel aglutinador do Conselho da Europa: princípios éticos e


respeito pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem.

• Após a queda do muro de Berlim, relativa “ocidentalização”


do modelo de regulação da atividade de segurança privada.
– Kosovo: o apoio no âmbito da EULEX à definição do regime jurídico de segurança
privada

• Papel da União Europeia: modelo para países candidatos.

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1. Regimes jurídicos na Europa

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1. Regimes jurídicos na Europa

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1.1. Áustria
• Volume negócios: 500M€.
• Empresas segurança: 202.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana e eletrónica, transporte de valores,
segurança aeroportuária, investigação privada, bombeiros privados.
• Vigilantes: 12 259.
• Pessoal de vigilância: sem licenciamento específico, mas exigível:
formação (especialização), requisitos especiais (idade, ausência de
antecedentes criminais, uso de uniforme obrigatório e licença).
• Cartão profissional: não.
• Formação: por especializações (15/20 especializações)
• Controlo: Câmara do Comércio & Polícia
• Uso de armas: em condições restritas e especiais. Licença especial

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1.2. Bélgica
• Volume negócios: 641M€.
• Empresas segurança: 204+202.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: sim.
• Funções: vigilância humana, centrais alarme, proteção pessoal, transporte
de valores, segurança aeroportuária e portuária, transportes especiais,
controlo de pessoas e “detetive de loja”.
• Vigilantes: 18 136.
• Pessoal de vigilância: licença específica, formação (especialização),
requisitos especiais (idade, ausência de antecedentes criminais, uso de
uniforme não obrigatório e licença de arma (sindicatos).
• Cartão profissional: sim e “V” de vigilis
• Formação: por especializações (8/10 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior & Polícia Federal
• Uso de armas: em condições especiais. Licença especial.

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1.3. Bulgária
• Volume negócios: 311M€.
• Empresas segurança: 1200.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não, excepto atividades financeiras.
• Funções: vigilância humana e transporte de valores.
• Vigilantes: 57 146.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação
(especialização), requisitos especiais: idade, ausência de
antecedentes criminais, uso de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (8/10 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior
• Uso de armas: em condições restritas e especiais. Licença especial.

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1.4. Croácia
• Volume negócios: 170M€.
• Empresas segurança: 353
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não, excepto atividades financeiras.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima e transporte de valores.
• Vigilantes: 32 000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação
obrigatória, requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes
criminais, uso de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (+18 especializações incrementais)
• Controlo: Ministério do Interior
• Uso de armas: Autorizado (armas curtas)

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1.5. Chipre
• Volume negócios: 25M€.
• Empresas segurança: 60
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não, excepto atividades financeiras.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança aeroportuária
e marítima e transporte de valores.
• Vigilantes: 1700.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação não obrigatória
(testes), requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais,
uso de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (2/3 especializações)+Proteção Marítima
• Controlo: Polícia
• Uso de armas: classe D em condições restritas e especiais. Licença
especial.

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1.6. República Checa


• Volume negócios: 700M€.
• Empresas segurança: 5600
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima e transporte de valores.
• Vigilantes: 51000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (2/3 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior / Finanças / Polícia
• Uso de armas: Em condições restritas e especiais. Licença especial.

28-02-2015 Filipe Ribeiro 12


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1.7. Dinamarca
• Volume negócios: 430M€.
• Empresas segurança: 470
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima e transporte de valores.
• Vigilantes: 5000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Polícia
• Uso de armas: Em condições restritas e especiais. Licença especial

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1.8. Estónia
• Volume negócios: 128M€.
• Empresas segurança: 252
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima e transporte de valores.
• Vigilantes: 4700.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Polícia
• Uso de armas: Em condições restritas e especiais. Licença especial

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1.9. Finlândia
• Volume negócios: 580M€.
• Empresas segurança: 226
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores e ordem pública.
• Vigilantes: 15 939.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme opcional e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Polícia
• Uso de armas: Em condições restritas e especiais. Licença especial.

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1.10. França
• Volume negócios: 5545M€.
• Empresas segurança: 9659
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: sim.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança aeroportuária
e marítima e transporte de valores, segurança pessoal.
• Vigilantes: 149 650.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação, requisitos
especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso de uniforme
obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior
• Uso de armas: Em condições restritas (transporte de valores). Licença
especial.

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1.11. Alemanha
• Volume negócios: 5200M€.
• Empresas segurança: 4000
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança aeroportuária
e marítima, guarda de instalações militares e transporte de valores.
• Vigilantes: 183 000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação , requisitos
especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso de uniforme
obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Departamento de Comércio
• Uso de armas: Em condições especiais. Licença especial.

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1.12. Grécia
• Volume negócios: 435M€.
• Empresas segurança: 1100
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança aeroportuária
e marítima, transporte de valores, proteção pessoal, escoltas mercadorias,
consultadoria e equipamentos de segurança.
• Vigilantes: 60 000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação , requisitos
especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso de uniforme
obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior e Polícia
• Uso de armas: Em condições especiais. Licença especial.

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1.13. Irlanda
• Volume negócios: 587M€.
• Empresas segurança: 200
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança aeroportuária e
marítima, transporte de valores, instalação de alarmes e fechaduras, “porteiro”
espaços diversão, consultadoria e instalação de equipamentos de segurança.
• Vigilantes: 20000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação , requisitos especiais:
idade, ausência de antecedentes criminais, uso de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: PSA (Entidade independente)
• Uso de armas: Proibição.

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1.14. Itália
• Volume negócios: 2700M€.
• Empresas segurança: 1300
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores.
• Vigilantes: 45000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (10/12 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior e Polícia
• Uso de armas: Permitido mediante licença especial.

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1.15. Letónia
• Volume negócios: 366M€.
• Empresas segurança: 500
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores, consultadoria.
• Vigilantes: 21500.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior e Polícia
• Uso de armas: Permitido mediante licença especial.

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1.16. Lituânia
• Volume negócios: 58M€.
• Empresas segurança: 121
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: sim.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores.
• Vigilantes: 11000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Polícia
• Uso de armas: Permitido mediante licença especial.

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1.17. Luxemburgo
• Volume negócios: 100M€.
• Empresas segurança: 13
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: sim.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores, proteção pessoal.
• Vigilantes: 2700.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (4/5 especializações)
• Controlo: Ministério da Justiça e Polícia
• Uso de armas: Permitido mediante licença especial.

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1.18. Holanda
• Volume negócios: 1480M€.
• Empresas segurança: 1300.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, transporte de
valores, proteção pessoal, segurança aeroportuária.
• Vigilantes: 31500.
• Pessoal de vigilância: licenciamento, formação obrigatória,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (12/15 especializações)
• Controlo: Polícia
• Uso de armas: permitido com licença especial.

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1.19. Polónia
• Volume negócios: 1913M€.
• Empresas segurança: 4200
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores.
• Vigilantes: 250 000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (12/15 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior e Polícia
• Uso de armas: Permitido (regras especiais de porte).

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1.20. Portugal
• Volume negócios: 730M€.
• Empresas segurança: 105
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: sim.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores, segurança pessoal.
• Vigilantes: 38 000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (12/15 especializações)
• Controlo: Ministério da Administração Interna e Polícia
• Uso de armas: Permitido classe E (regras gerais para classe B1).

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1.21. Roménia
• Volume negócios: 643M€.
• Empresas segurança: 1300
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, segurança
aeroportuária e marítima, transporte de valores e proteção pessoal.
• Vigilantes: 107000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento específico, formação ,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (12/15 especializações)
• Controlo: Polícia
• Uso de armas: permitido mediante licença especial.

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1.22. Eslovénia
• Volume negócios: 1300M€.
• Empresas segurança: 135.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, transporte de
valores, proteção pessoal, eventos
• Vigilantes: 7500.
• Pessoal de vigilância: não sujeito a licenciamento, formação
obrigatória , requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes
criminais, uso de uniforme opcional e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (7/8 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior
• Uso de armas: permitido.

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1.23. Espanha
• Volume negócios: 3392M€.
• Empresas segurança: 1490.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: sim.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, transporte de valores,
proteção pessoal, escolta de mercadorias, segurança aeroportuária,
segurança marítima.
• Vigilantes: 223 936.
• Pessoal de vigilância: licenciamento, formação obrigatória, requisitos
especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso de uniforme
obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim e distintivo.
• Formação: por especializações (7/8 especializações)
• Controlo: Ministério do Interior e Polícia
• Uso de armas: permitido com licença especial.

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1.24. Reino Unido


• Volume negócios: 3970M€.
• Empresas segurança: 2500.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, transporte de valores, proteção
pessoal, segurança aeroportuária, segurança marítima, proteção pessoal, CCTV em
espaços públicos, consultadoria, equipamentos, porteiro em estabelecimentos de
diversão, chaves, bloqueio de viaturas.
• Vigilantes: 365000.
• Pessoal de vigilância: licenciamento, formação obrigatória, requisitos especiais:
idade, ausência de antecedentes criminais, uso de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (8/10 especializações)
• Controlo: Entidade independente
• Uso de armas: não permitido

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1.25. Suíça
• Volume negócios: 849 M€.
• Empresas segurança: 1135.
• Licenciamento de empresas: sim.
• Exclusividade do objeto social: não.
• Funções: vigilância humana, centrais de alarmes, transporte de
valores, proteção pessoal, segurança aeroportuária.
• Vigilantes: 16200.
• Pessoal de vigilância: licenciamento, formação obrigatória,
requisitos especiais: idade, ausência de antecedentes criminais, uso
de uniforme obrigatório e licença.
• Cartão profissional: sim.
• Formação: por especializações (6/8 especializações)
• Controlo: Polícia (por cantão)
• Uso de armas: permitido com licença especial.

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1.26. Comparação volume

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1.27. Matriz de serviços

Vigilância humana
Nucleares Segurança eletrónica | Televigilância
Transporte de valores

Segurança pessoal
Maioritárias Segurança aeroportuária
Investigação privada
Consultadoria de segurança
Controlo e fiscalização de estacionamento
Duplicação de chaves
Minoritárias Investigação privada (Detetive)
Segurança de instalações críticas
Segurança privada militar

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2. Direito Comunitário
• Estratégia da UE
• Livre circulação de serviços
• Reconhecimento de qualificações
• Transporte transfonteiriço

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2.1. Diretiva Serviços


• Diretiva n.º 2006/123/CE.

• Livre circulação de serviços


• Direito de estabelecimento
• Direito de prestação de serviços

• Não se aplica ao exercício da atividade de


segurança privada, enquanto atividade
regulamentada [art. 2.º, n.º 2, al. k)].
• Excepção: transporte de valores
Filipe Ribeiro 35
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2.2. Reconhecimento de qualificações


• Diretiva n.º 2006/36/CE
• Diretiva n.º 2006/100/CE
• Lei n.º 9/2009, de 4 de março

• Reconhecimento de qualificação  livre circulação de


serviços

Segurança
• Profissão regulamentada
Privada
• Qualificações profissionais
• Formação regulamentada

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2.2. Reconhecimento qualificações


• Segurança privada é considerada profissão regulamentada.
• Não aplicável o mecanismo do reconhecimento automático.
• Restrições dos quadros legais de cada Estado membro.

• Em Portugal:
• É reconhecida a formação técnica
• Exigida a prestação de prova de aptidão ou a frequência de
formação completar nas matérias substancialmente
diferentes (ex: quadro legal nacional)
• Não são reconhecidos títulos de formação profissional
• (cartão profissional)

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2.3. Transporte transfonteiriço


• Antecendentes
• Previsão expressa na “Diretiva de Serviços”.
• Regulamento UE n.º 1214/2011

• Só aplicável ao transporte transfronteiriço de notas de Euro


entre Estados membros.

• Diferente de operações de cabotagem.

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2.3. Transporte transfonteiriço


• Antecendentes
• Directiva 2006/123/CE (art. 38.º, al. b))
• Iniciativa da Comissão (Maio 2008)
– Livro Branco sobre “Cross-border CIT”
– Consulta pública
– Reuniões de grupos de peritos
– Proposta de Regulamento (9-12-2010)
– Aprovação do Regulamento 1214/2011
• Passos seguintes:
– Harmonização e IMI
– Entrada em vigor (12 meses após aprovação)

Filipe Ribeiro 39
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2.3. Transporte transfonteiriço


• Conceito legal de transporte transfronteiriço:
– Transporte profissional, por empresas de
transporte de valores, por estrada, em veículo, de
notas e moedas de EURO (permitido 20% non-
euro) entre Estados membros da UE;
– Transporte de/para um ou mais locais de outro
Estado membro (50%+ dos transportes);
– Excepção: entre Banco Centrais ou escoltados por
militares ou polícia.

Filipe Ribeiro 40
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3. Transporte transfonteiriço
• Objectivos da Comissão:
– Facilitar o transporte na área EURO
– Remover obstáculos da regulação nacional
• Princípios básicos:
– Regulamento prevalece sobre normas de
transporte entre Estados membros;
– Normas nacionais mantêm-se para transportes
domésticos
– Exclusões (BCE e BCN)

Filipe Ribeiro 41
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2.3. Transporte transfonteiriço


Restrições: Ponto de
Partida
Saída do EM de origem e
regresso no mesmo dia
EM de origem EM de origem
(06:00 / 22:00);
Point-to-Point (janela
temporal de 24 horas).
Sem limite de operações
Ponto de
no outro Estado Operações
regresso
membro.
EM de Origem
Outro EM

Filipe Ribeiro 42
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2.3. Transporte transfonteiriço


• Alvará transporte valores transfronteiriço:
– Emitido pela entidade competente do Estado de Origem
(tem de existir alvará prévio);
– Válido por 5 anos;
– As viaturas devem ter sempre o original ou cópia
certificada;
– Dispensa a posse de licença internacional de transportes.
– Idoneidade de administradores/gerentes.
– Obrigatória a troca de informações entre EM

Filipe Ribeiro 43
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2.3. Transporte transfonteiriço


• Vigilantes:
– Ausência de condenações relevantes no registo criminal;
– Habilitação no EM de origem
– Formação específica de 150 horas e formação de 3 em 3 anos;
– Pelo menos um tripulante com nível A1 da língua da região onde
opera fora do Estado de origem.
– Centro de controlo: um operador com nível A2.
– Remuneração fora do território nacional pela tabela do Estado
membro de operação se superior
• Armas:
– Formação nacional, formação no Estado membro de operação se o uso
de armas for autorizado.
– StrongBox na viatura (accionada da central)

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2.3. Transporte transfonteiriço


• Exigência ao Estado membro:
– Possibilidade “opt out”;
– Notificação da Comissão;
– Deve permitir:
• Uma modalidade (art. 13, 14, 15, 16, 17)
• Todas as que forem permitidas no transporte doméstico;
• Art. 16 obrigatório no point-to-point.
– Se exigido IBNS (end-to-end) no carregamento de ATM, as
mesmas regras devem ser aplicáveis ao carregamento de
ATM no transporte doméstico.

Filipe Ribeiro 45
Pós-Graduação em Gestão e Direcção de Segurança

2.3. Transporte transfonteiriço


• Desafios

• Pouco provável a existência de transporte


transfronteiriço entre Portugal e Espanha.
• Não competitivo para entidades portuguesas.

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Plano de ação Europa 2020


• Harmonização da segurança eletrónica

– Regras uniformes
• Aceitação de normas técnicas
– Livre circulação

– Portugal: Registo Prévio

Filipe Ribeiro 47
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Desafios atuais
Quadro legal comunitário Disfunções do regime legal
- Diretiva Serviços - Problemas identificados
- Diretiva Qualificações - Conformidade constitucional
- Regulamentos (Transporte de valores)
Políticas transversais
Políticas comunitárias - Sistema Nacional de Qualificações
- Plano de ação Indústria Segurança - Atividades comerciais e serviços
- Estratégia Europa 2020
- Melhor Regulação, Menor Regulação Opções políticas (agenda política)
- Grandes Opções
Declaração de Montreaux - Clarificação de competências

Harmonização

Filipe Ribeiro 48

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